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FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 1 DOUTRINA 1. Carlos Roberto Gonçalves (DCB) (Vol 5) (Direito das Coisas) (13ª Ed 2018) 2. Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona (Novo Curso de Direito Civil)(Vol 5)(Direitos Reais)(1ª Ed 2019) 08/08/2019 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA DIREITO DAS COISAS - É uma expressão abrangente. - Inclui os Direitos Reais, a Posse e o Direito de Vizinhança. DIREITO DAS COISAS “é o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem. Tais coisas são, ordinariamente, do mundo físico, porque sobre elas é que é possível exercer o poder de domínio”. CLÓVIS BEVILÁQUA. Coisa é o gênero do qual bem é espécie. O direito das coisas resume-se em regular o poder dos homens, no aspecto jurídico, sobre a natureza física, nas suas variadas manifestações, mais precisamente sobre os bens e os modos de sua utilização econômica. 1. DIREITOS REAIS - É um complexo de normas que regulam relações jurídicas. - Tem como objeto COISAS que podem ser apropriadas pelo homem. - Coisas precisam ter algumas características para que o titular possa exercer o direito (subjetivo) sobre esse bem. Características da Coisa (cumulativo): 1. Corporeidade (existência corpórea do bem); 2. Possibilidade de apropriação; 3. Valor econômico (passível de ser objeto de negócio jurídico). 1.1 CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS Direito subjetivo a) ABSOLUTISMO - O detentor tem dominação absoluta sobre o objeto. - A absoluta dominação gera o dever de abstenção pelo outro (não pode violar a dominação absoluta). FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 2 Os direitos reais se exercem erga omnes, ou seja, contra todos, que devem abster- se de molestar o titular. b) PUBLICIDADE Art. 1.227, CC Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (Arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. - Só é possível obter a dominação absoluta e a cobrança de abstenção através da publicização do direito. O DIREITO REAL é um DIREITO ABSOLUTO, de conteúdo patrimonial, cujas normas, substancialmente de ordem pública, estabelecem entre uma pessoa (sujeito ativo) e uma coisa determinada (objeto) uma relação imediata, que PRÉVIA PUBLICIDADE obriga a sociedade (sujeito passivo) a abster-se de praticar qualquer ato contrário ao mesmo (obrigação negativa), nascendo, para a hipótese de violência, uma ação real que outorga a seus titulares as vantagens inerentes ao jus persequendi e ao jus praeferendi. GUILLERMO ALLENDE. O princípio da publicidade é “condição de operabilidade do princípio do absolutismo: os direitos reais só se podem exercer contra todos se forem OSTENTADOS PUBLICAMENTE. ARRUDA ALVIM. Os direitos reais sobre imóveis só se adquirem com o registro, no Cartório de Registro de Imóveis, do respectivo título (Art. 1.227, CC); os sobremóveis, só depois da tradição (Arts. 1.226 e 1.267, CC). Sendo oponíveis erga omnes, faz-se necessário que todos possam conhecer os seus titulares, para não os molestar. O REGISTRO E A TRADIÇÃO ATUAM COMO MEIOS DE PUBLICIDADE DA TITULARIDADE DOS DIREITOS REAIS. Os pessoais ou obrigacionais seguem o princípio do consensualismo: aperfeiçoam-se com o acordo de vontades. A relatividade que os caracteriza faz com que dispensem a publicidade. c) DIREITO DE SEQUELA - É o direito de perseguir o bem. - Quando a dominação absoluta for violada o sujeito tem o direito de perseguir o bem. Súmula 308, STJ A HIPOTECA FIRMADA ENTRE A CONSTRUTORA E O AGENTE FINANCEIRO, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. Ex.: Construtora, Banco. A construtora não tem recursos para construir empreendimento. O Banco tem o recurso. A construtora efetua empréstimo no banco para construir. Determinado sujeito adquire uma unidade do empreendimento. A construtora não consegue pagar o empréstimo. Em regra, o banco exige como garantia do próprio bem. O banco entende que seja um direito real (hipoteca [Art. 1.225,CC]). O Banco irá perseguir o bem (crédito), entretanto, o sujeito adquiriu o bem. Nesse caso o Banco não FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 3 possui o direito de sequela (reaver a unidade do empreendimento). Apesar do Banco ter o direito de exigir, de perseguir o bem, não afetará a aquisição do empreendimento pelo sujeito que agiu de boa-fé. DIREITO DE SEQUELA é o que tem o titular de direito real de seguir a coisa em poder de todo e qualquer detentor ou possuidor. Para significá-lo, em toda a sua intensidade, diz-se que o direito real adere à coisa como a lepra ao corpo (uti lepra cuti). ORLANDO GOMES. Legítima Defesa - Quando há invasão de propriedade (dominação absoluta), o sujeito pode impor o dever de abstenção do outro, utilizando-se de meios necessários e proporcionais para afastar determinada ameaça. Desforço imediato - No desforço imediato a posse do bem é perdida. - Ex.: Ao viajar sua casa está tomada. - É permito agir, dentro dos meios proporcionais e necessários, para repelir essa violação. - Deve ser realizado de forma imediata ao acontecimento ou quando é tomado ciência. - O direito de repelir a violação e reaver o bem deriva do direito de sequela. O possuidor turbado ou esbulhado poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contando que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço não podem ir além do indispensável à manutenção ou restituição da posse. Art. 1210, CC O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. § 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. d) TAXATIVIDADE - Só será direito real o que a lei determinar (ROL TAXATIVO). Art. 1.225, CC São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. https://dedf5.jusbrasil.com.br/noticias/427683198/autotutela-da-posse-desforco-imediato-x-legitima-defesa FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 4 XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) Os direitos reais são criados pelo direito positivo por meio da técnica denominada numerus clausus. A lei os enumera de FORMA TAXATIVA, não ensejando, assim, aplicação analógica da lei. DIREITOS REAIS x DIREITOS OBRIGACIONAISDIREITOS REAIS DIREITOS OBRIGACIONAIS O B J E T O A coisa. “ius in re”, é o direito do titular sobre a coisa, sendo ele imediato, exclusivo e contra todos. Ao passo que estes incidem sobre uma coisa, via de regra é corpóreo, a exceção de propriedade intelectual. Pessoas e objetos. “jus ad rem”, pode ser exercido contra pessoas. Exigem o cumprimento de determinada prestação, em regra é incorpóreo. S U J E I T O Sujeito Universal (eficácia erga omnes [contra todos]). É indeterminado. No direito real o devedor é indeterminado, figura que surgirá determinadamente quando alguém violar a obrigação de abster-se frente aos direitos reais do titular da coisa (sujeito atributivo – um só sujeito). Inter partes. Ex.: Havendo divergência no contrato a reclamação é direcionada ao devedor. O sujeito passivo é determinado ou determinável (sujeito cooperativo – mínimo de dois sujeitos). V I O L A Ç Ã O Dar-se-á por um fato (ação) positivo. Ex.: Invasão de propriedade, venda de bem sem respeito à hipoteca. Ação positiva ou negativa. Ação ou omissão. Ex.: O não pagamento. D U R A Ç ÃO São perpétuos/permanente, não se extinguindo pelo não uso, mas somente nos casos expressos em lei, exemplos: desapropriação, usucapião em favor de terceiro, etc. São transitórios/temporários e se extinguem pelo cumprimento ou por outros meios (ação judicial, etc.) G A R A N T I A S Recai sobre as coisas. Recai sobre o patrimônio do devedor. https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/395284119/diferencas-entre-direito-real-e-direito-obrigacional https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/395284119/diferencas-entre-direito-real-e-direito-obrigacional https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/395284119/diferencas-entre-direito-real-e-direito-obrigacional https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/395284119/diferencas-entre-direito-real-e-direito-obrigacional https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/395284119/diferencas-entre-direito-real-e-direito-obrigacional https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/395284119/diferencas-entre-direito-real-e-direito-obrigacional https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/395284119/diferencas-entre-direito-real-e-direito-obrigacional https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/395284119/diferencas-entre-direito-real-e-direito-obrigacional https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/395284119/diferencas-entre-direito-real-e-direito-obrigacional https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/395284119/diferencas-entre-direito-real-e-direito-obrigacional FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 5 OBRIGAÇÕES PROPTER REM - Também chamadas de Híbridas ou Ambulatórias. - Aquela que segue a coisa. - Ao se adquirir um apartamento é necessário assumir as taxas condominiais. Obrigações propter rem é a que recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real. Só existe em razão da situação jurídica do obrigado, de titular do domínio ou de detentor de determinada coisa. É o que ocorre, por exemplo, com a obrigação imposta aos proprietários e inquilinos de um prédio de não prejudicarem a segurança, o sossego e a saúde dos vizinhos (Art. 1.277, CC). São obrigações em consequência da coisa. Elas são ambulatórias, acompanham a coisa nas mãos de qualquer novo titular, de tal maneira que, se se vende um prédio, transfere-se para o adquirente a obrigação de entrar com sua metade das despesas do muro comum, assim como para ele também são transferidas todas as obrigações que estão compreendidas na vizinhança. São obrigações que surgem (ex vi legis) atreladas a direitos reais, mas com eles não se confundem, em sua estruturação. Enquanto estes representam (ius in re) direito sobre a coisa, ou na coisa, essas obrigações são concebidas como (ius ad rem) direitos por causa da coisa, ou advindos da coisa. - O devedor legal do IPTU é o proprietário, contudo, nada impede de haver acordo entre as partes para que o encargo fique sob a responsabilidade do locatário. Vale salientar que esse contrato somente tem validade inter partes. - O locatário tem legitimidade para ingressar com ações relacionadas ao IPTU na Prefeitura. O devedor legal é o locador. 09/08/2019 FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE - A propriedade é extremamente defendida dentro da Constituição. (Art. 5º, XI e XXIII, CF) É possível perder a propriedade, nos termos do artigo 1.275 do Código Civil, por alienação, renúncia, abandono, perecimento da coisa e por desapropriação. Ademais, o artigo 1.275 é meramente exemplificativo, pois não exaure as possibilidades de perda da propriedade. Podemos citar ainda que o proprietário perderá a propriedade pela usucapião, acessão, arrematação e adjudicação, requisição, posse pró-labore, servidão administrativa, apossamento administrativo ou desapropriação indireta, tombamento, limitação administrativa, ou ainda por ocupação temporária/provisória. https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI306007,21048-Intervencao+do+Estado+na+propriedade+privada+Limitacao+administrativa https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI306007,21048-Intervencao+do+Estado+na+propriedade+privada+Limitacao+administrativa FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 6 - Preservação do direito à propriedade individual. Art. 5º, XI e XXIII, CF Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XI - a CASA É ASILO INVIOLÁVEL DO INDIVÍDUO, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; XXIII - A PROPRIEDADE ATENDERÁ A SUA FUNÇÃO SOCIAL; Art. 5º, XXV, CF XXV - no caso de iminente perigo público, a AUTORIDADE COMPETENTE PODERÁ USAR DE PROPRIEDADE PARTICULAR, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; Art. 170, III, CF A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: III - FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE; - Preservação do direito à propriedade coletivo Art. 6º, CF São DIREITOS SOCIAIS a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a MORADIA, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) DIREITO SUBJETIVO - O direito à propriedade é um direito relativo e não absoluto, pode haver restrição quanto a esse direito. A Administração Pública pode utilizar-se de propriedade particular para um determinado fim. (Art. 5º, XXV, CF). Art. 1229, CC A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. Limita a extensão da propriedade pelo critério da utilidade: até onde lhe for útil. Não pode o proprietário opor-se a trabalhos realizados por terceiros a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse algum em impedi-los. A restrição é de cunho social. Art. 1230. CC A propriedade do solo não abrangeas jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais. Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 7 Constituem propriedade distinta do solo para efeito de exploração ou aproveitamento e pertencem à União (Art. 176, CF. A propriedade do produto da lavra é do concessionário que a explora, cabendo ao proprietário do solo apenas participação nos resultados da lavra. POSSE - A posse NÃO É DIREITO REAL. - Direito Real está previsto em lei (Princípio da Taxatividade). - É UMA REALIDADE FÁTICA TUTELADA em decorrência da sua importância. A posse é protegida para evitar a violência e assegurar a paz social, bem como porque a situação de fato aparenta ser uma situação de direito. É, assim, uma situação de fato protegida pelo legislador. - Segundo Clóvis Beviláqua, posse é um direito especial sui generis, porque não é direito real (por conta da taxatividade) nem é direito obrigacional. TEORIAS DA POSSE O estudo da posse é repleto de teorias que procuram explicar o seu conceito. Podem, entretanto, ser reduzidas a dois grupos: o das teorias subjetivas, no qual se integra a de Friedrich Karl Von SAVIGNY, que foi quem primeiro tratou da questão nos tempos modernos; e o das teorias objetivas, cujo principal propugnador foi Rudolf Von IHERING. TEORIA SUBJETIVA DE SAVIGNY Posse = C + A (corpus + animus domini) corpus: É a possibilidade de contato físico, imediato com a coisa. animus domini: É agir como se dono fosse. Se faltar (um dos requisitos) corpus ou animus domini a posse não seria admitida (seria “detenção”, para ele, ausência de posse). TEORIA OBJETIVA DE IHERING Posse = C (corpus) corpus: Além do contato físico, leva-se em consideração o comportamento, outros teriam que ver a pessoa como se possuidora fosse. Conceito de Posse (Art. 1.196, CC) Todo proprietário é possuidor, entretanto, nem todo possuidor é proprietário. ATRIBUTOS DA PROPRIEDADE Art. 1.228, CC O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. a) Gozar ou fruir O possuidor pode te direito aos frutos da propriedade. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 8 b) Reaver ou buscar a coisa Característica da sequela. Legitimidade para ingressar com ação possessória para reaver o bem. c) Usar Usar como melhor convier. d) Dispor Possibilidade de venda (alienação). * Projeto de Lei 6.960/02 Projeto para modificar o art. 1.196, CC. Flexibilizar a função social da posse. PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DA POSSE a) QUANTO A RELAÇÃO PESSOA – COISA a.1) Posse direta Posse direta é aquela exercida mediante o poder material ou contato direto com a coisa. a.2) Posse indireta É aquela exercida por via oblíqua, a exemplo daquela exercida pelo locador, que frui ou goza dos aluguéis. b) QUANTO À EXISTÊNCIA DE VÍCIO b.1) Posse justa Art. 1.200, do CC, é justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. b.2) Posse injusta Quando for violenta, clandestina ou precária. - Violenta Invasão quebrando e danificando o que for encontrado. - Clandestina Conquista de forma sorrateira. - Precária Conquista a posse com abuso de confiança. Esse tipo de posse não se convalida. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 9 c) EM RELAÇÃO A PRESENÇA DE CAUSA REPRESENTATIVA c.1) Posse com título Título representativo da posse. Contrato de comodato e locação. c.2) Posse sem título Não há documento que comprove a posse (Ex.: Aluvião). d) QUANTO AO TEMPO d.1) Posse nova Posse nova ou de força nova é a que tem menos de ano e dia. d.2) Posse velha Posse velha ou de força velha é a que tem mais de ano e dia. e) QUANTO AOS EFEITOS e.1) Posse ad usucapione É a que tem aptidão de resultar na aquisição da propriedade. e.1) Posse ad interdicta Gera direitos de defesa da posse (interditos possessórios), mas não conduz à usucapião, a exemplo da posse do locatário. 15/08/2019 f) QUANTO À LEGITIMIDADE DO TÍTULO OU AO ELEMENTO SUBJETIVO f1.) BOA-FÉ (POSSE) - Frutos (Art. 1.214, CPC) Frutos derivam do bem principal sem diminuir o seu valor ou quantidade. Os frutos quanto a origem podem ser: - Naturais: São aqueles que provêm diretamente da coisa principal, eventualmente com o concurso do trabalho humano (ex: produtos agrícolas, partes aproveitáveis de animais), aqueles que não são passados pela indústria. - Industriais: Assim se denominam os que aparecem pela mão do homem, isto é, os que surgem em razão da atuação ou indústria do homem sobre a natureza, como a produção da fábrica. - Civis: São aqueles que se obtém da coisa em troca do proveito que outro faça dela: o dinheiro a que o proprietário faz jus, em consequência da cessão da coisa a outro, para que este desfrute dela. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 10 - Tem direito aos frutos percebidos. Os que já foram colhidos, separados da coisa principal. - Não tem direito aos frutos pendentes. Os que estão vinculados a coisa principal. - Pode ser indenizado pelas despesas de produção. Enquanto estava na posse aconteceram despesas. Pode haver ressarcimento. - Responde por perdas e danos pelo mau colhimento Sabe-se que vai perder ação de reintegração de posse, então, recolhe-se toda as frutas. Pode responder por perdas e danos pelo mau colhimento desses frutos. Boa-fé (Benfeitorias) (Art. 2.219, CC) As benfeitorias podem ser necessárias, úteis ou voluptuárias. Necessárias: Manutenção do bem ou evitar extinção do mesmo. Úteis: Aumentar a utilidade do bem. Voluptuárias: Mero deleite (luxo). - Ressarcimento pelas benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias. As necessárias e úteis: Direito de retenção (Não sai do bem enquanto não houver a indenização). As voluptuárias: Direito de levantamento. Se não prejudicar o bem. A indenização é feita pelo valor atual da coisa (Art. 1.222, CC). - Compensação legal (Art. 1.221, CC) Danos compensados com benfeitorias necessárias. Responsabilidade Art. 1.217, CC - Subjetiva. Só vai responder se for comprovada a culpa. f.2) MÁ-FE (POSSE) - Frutos (Art. 1.216, CC) - Não tem direito aos frutos percebidos. - Não tem frutos percipiendos (aqueles que deveriam ter sido colhidos, entretanto, não o foram). - Ressarcimentos pelas despesas com a colheita. Má-fe (Benfeitorias) (Art. 1.220, CC) - Ressarcimento pelas benfeitorias necessárias (Valor atual de custo) - Compensação legal (Art. 1.221, CC) Responsabilidade Art. 1.218, CC - Objetiva EFEITOS DA POSSE FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS,LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 11 1. INTERDITOS POSSESSÓRIOS Art. 920, CC Ação possessória direta. O possuidor ou proprietário podem ingressar contra terceiro que esteja turbando, ameaçando a posse. 2. INTERDITOS PROIBITÓRIOS Quando houver ameaça da posse. Há um mero temor, não ocorreu ainda a invasão da posse. Rondando a fazenda. Visa à proteção. 3. MANUTENÇÃO DA POSSE Será cabível quando ocorrer a turbação. Não fica somente na ameaça. Acontece alguns atos na posse. Colocação de objetos, trator, animais, etc. 4. REINTEGRAÇÃO DE POSSE Quando ocorre o esbulho. Esbulho é a perda total da posse. - Art. 554, CPC -> FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES Os efeitos da posse podem ser modificados. Informa ao juiz mudança da situação onde ocorrerá a transmutação da ação. AÇÃO DE FORÇA NOVA Art. 560 a 566, CPC Posse nova: Menos de um ano e um dia. Ação de Força Nova. (CABIMENTO DE LIMINAR) AÇÃO DE FORÇA VELHA Art. 565, CPC (CABIMENTO DE LIMINAR SE O LITÍGIO FOR COLETIVO) Posse velha: Mais de um ano e um dia. Procedimento COMUM. Art. 555, CC Possibilidade de o autor cumular pedidos. Além do pedido de afastar a turbação, ameaça, pede-se indenização pelos frutos, benfeitorias. OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS 1. NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA ou embargo de obra nova Visa impedir continuada obra que prejudica terceiros ou esteja em desacordo com normas civis ou administrativas. 2. AÇÃO DE DANO INFECTO FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 12 Visa prevenir a quem se sente temeroso, por exemplo: obra que está sendo feita ou demolição. 3. AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE Ação reivindicatória. Está atrelada a um título de propriedade. Por exemplo: Imóvel adquirido pelo leilão da CEF e alguém está residindo no local. 4. Legitima defesa e desforço imediato Art. 1.210, § 1º CC Nada mais é que a autotutela. Tentativa de resolver a questão da posse. Legitima defesa: Quando houver ameaça e turbação. Desforço Imediato: Quando ocorre o esbulho. 16/08/2019 FORMAS DE AQUISIÇÃO DA POSSE Art. 1.204, CC QUEM PODE ADQUIRIR A POSSE? Art. 1.205, CC A própria pessoa ou seu representante, legal ou convencional. Um terceiro pode adquirir a posse sem um mandato, entretanto, deve haver a ratificação posterior do mandato, com efeito ex tunc. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO CARÁTER DA POSSE Art. 1.206, CC Os herdeiros irão herdar o patrimônio com o mesmo caráter (injusta, boa-fé) HERDEIRO UNIVERSAL E SUCESSOR SINGULAR Art. 1.207, CC Herdeiro universal é o herdeiro legítimo (Herda de forma imediata). Herdeiro Singular se beneficia de um imóvel. O ACESSÓRIO SEGUE O PRINCIPAL Art. 1.209, CC Presume-se que coisas móveis façam parte da posse. O acessório segue o principal. PERDA DA POSSE Art. 1.223, CC Não se consegue mais exercer sobre o bem atributos de posse. Art. 1.224, CC Ao viajar, no retorno, verifica que a posse foi esbulhada. Quando há a perda da posse? Quando ficar sabendo do esbulho (toma ciência) ou quando tentar tomar a posse e não conseguir. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 13 COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO Art. 1.199, CC Quando duas ou mais pessoas exercem a posse sobre o mesmo bem. Decorre de contrato ou herança. a) Composse pro indiviso Indivisível. Não se consegue verificar a divisão (fração). b) Composse pro diviso Divisível. Consegue-se verificar a fração de cada um. DETENÇÃO É a ausência da posse. FÂMULO DA POSSE Art. 1.198, CC É o gestor ou servo da posse. Trata-se de quem detém a coisa, mas em nome de outrem. Caseiro. Relação de subordinação. Art. 1.208, CC Atos de mera permissão não induzem a posse. Pastagem de animais permitida temporariamente. NOMEAÇÃO A AUTORIA Art. 338, CPC 22/08/2019 PROPRIEDADE CONCEITO Art. 1.228, CC O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Pode ser: - Plena ou Alodial A propriedade tem atributos (utilização, dispor, reaver, gozo, fruição) - Limitada ou restrita É quando os atributos da propriedade estão distribuídos entre pessoas distintas. Por exemplo: O proprietário ter o atributo de dispor e reaver o bem, outras pessoas tem o atributo de usar e gozar daquela propriedade (usufrutuário). Dentro da propriedade limitada ou restrita existe a: a) Nua-Propriedade FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 14 Despida do atributo de utilização e fruição do bem (tem a propriedade). b) Domínio útil Atributo de utilização (usufrutuário). FUNÇÃO SOCIAL E RESTRIÇÕES DA PROPRIEDADE Art. 1.228, CC Art. 1.232, CC FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL Art. 5º, XXIII, CF FAVELA PULLMAN Não houve retirada da comunidade, que havia invadido, por conta da função social da propriedade. ATOS EMULATIVOS Art. 1.228, § 2º, CC DESAPROPRIAÇÃO Art. 1.228, § 3º, CC ABRANGÊNCIA DA PROPRIEDADE Art. 1.229, CC RECURSOS MINERAIS E EXPLORAÇÃO Art. 1.230, CC PV – Recursos minerais de utilização imediata Art. 1.231, CC – Presunção juris tantum A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário. juris tantum: Trata-se de expressão em latim cujo significado literal é "apenas de direito". Normalmente, a expressão em questão vem associada a palavra presunção, ou seja, presunção "juris tantum", que consiste na presunção relativa, válida até prova em contrário. Art. 1.232, CC Propriedade Resolúvel (Art. 1.359, CC) Propriedade Resolúvel (Causa Superveniente [Art. 1.360, CC]) Propriedade fiduciária (Art. 1.361, CC) Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/932/Juris-tantum FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 15 1. ORIGINÁRIA Quando é desvinculada de qualquer relação com titular anterior, não existindo relação jurídica de transmissão. - “Reset”, a propriedade começa do 0 (zero). - Se existia uma hipoteca sobre o bem, ela será extinta. - Se o imóvel possuía tributos pendentes, vai ser extinto. 1.1 Acessão a) Ilhas ( b) Aluvião c) Avulsão d) Álveo abandonado c) Plantações e construções 1.2 Usucapião 2. DERIVADA Ocorre quando há relação jurídica com o antecessor. Existe transmissão da propriedade de um sujeito a outro. Existe transmissão derivada tanto por inter vivos como mortis causa, nesta última, o fato da morte faz com que o patrimônio do falecido transfira-se a herdeiros. (Princípio da Saisine ). - É uma continuidade. - Tipo a compra e venda. - Registro de título É a transferência entre vivos da propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis competente. - Sucessão hereditária 23/08/2019 DA AQUISIÇÃO POR ACESSÃO Acessão é modo de aquisição da propriedade, criado por lei, em virtude do qualtudo o que se incorpora a um bem fica pertencendo ao seu proprietário. Ou, segundo a lição de Beviláqua, “é o modo originário de adquirir, em virtude do qual fica pertencendo ao proprietário tudo quanto se une ou incorpora ao seu bem” Em todas as suas formas, a acessão depende do concurso de dois requisitos: 1. A conjunção entre duas coisas, até então separadas; 2. O caráter acessório de uma dessas coisas, em confronto com a outra. https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1361/Formas-de-aquisicao-da-propriedade-imovel https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1361/Formas-de-aquisicao-da-propriedade-imovel https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1361/Formas-de-aquisicao-da-propriedade-imovel FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 16 Na acessão predomina, com efeito, o princípio segundo o qual a coisa acessória segue a principal (accessorium sequitur suum principale). A coisa acedida é a principal, e a coisa acedente, a acessória. Princípio do enriquecimento sem causa Com relação às suas consequências, aplica-se também o princípio que veda o enriquecimento sem causa. O legislador entendeu mais conveniente atribuir o domínio da coisa acessória também ao dono da principal, para evitar o estabelecimento de um condomínio forçado e indesejado, porém, ao mesmo tempo, procurou evitar o locupletamento indevido, possibilitando ao proprietário desfalcado o percebimento de uma indenização. Art. 1.248. A acessão pode dar-se: I - por formação de ilhas; II - por aluvião; III - por avulsão; IV - por abandono de álveo; V - por plantações ou construções. 1. DAS ILHAS Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes: I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais; II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. O artigo focaliza o problema da atribuição do domínio das ilhas surgidas em rios particulares, ou seja, em rios não navegáveis. O aparecimento das ilhas pode ser determinado pelas causas mais diversas. A aquisição da propriedade das que se formaram por força natural (acúmulo de areia e materiais levados pela correnteza, movimentos sísmicos, desagregação repentina de uma porção de terra etc.) ocorre de acordo com sua situação ou posição no leito dos rios. a) As que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas (largura do terreno), até a linha que dividir o álveo (leito de rio ou qualquer outro curso de água) em duas partes iguais; FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 17 b) As que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; c) as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. 2. ALUVIÃO Art. 1.250, CC Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem. A aluvião consiste no aumento lento e paulatino da margem do terreno, mediante acúmulo natural de detritos e sedimentos. A aluvião tratada na lei é sempre decorrente de forças naturais. Não é considerada aluvião o acréscimo decorrente de atividade humana. Nem sempre, contudo, a situação se mostrará clara, requerendo exame técnico-pericial para apuração de eventual indenização. SÍLVIO VENOSA Esta é a forma convencional de aluvião (ALUVIÃO PRÓPRIA) Há ainda a denominada ALUVIÃO IMPRÓPRIA, que se dá mediante a retração das águas, a exemplo do rio que perde volume de água, resultando em aumento da margem da fazenda que o tangencia. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 18 3. ALVUSÃO Art. 1.251, CC Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida. Enquanto a aluvião se processa lentamente, a avulsão é repentina. É o caso de uma enchente que “destaca” bruscamente parte de um imóvel rural, agregando-a, com a força das águas, a outra propriedade. Vale salientar que o dono do prédio prejudicado terá o prazo decadencial de um ano para exercer o direito potestativo de reivindicar a parte perdida. Neste caso, o dono do imóvel beneficiado poderá optar por indenizar, ou, recusando-se ao pagamento de indenização, deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida, o que nem sempre, na prática, será fácil de realizar. 4. ÁLVEO ABANDONADO Art. 1.252, CC 5. PLANTAÇÕES E CONSTRUÇÕES Art. 1.254, CC Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. RECURSOS ALHEIOS + TERRENO PRÓPRIO = ADQUIRE A PROPRIEDADE + INDENIZAÇÃO + PERDAS E DANOS SE AGIU DE MÁ-FÉ Art. 1.255, CC FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 19 Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. RECURSOS PRÓPRIOS + TERRENO ALHEIO = BOA-FÉ + INDENIZAÇÃO Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. Art. 1.256, CC Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. Dolo recíproco. Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua. Se os recursos forem de um terceiro? Art. 1.257, CC O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em soloalheio. Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador ou construtor. Art. 1.258, CC Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente. Construção (boa-fé) + Invasão (-5%) = O construtor adquire o solo invadido + Indenização Parágrafo único. Pagando em décuplo (10x) as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção. Construtor (Má-fé) + Invasão (5%) = Adquire a propriedade + Pagamento 10x Perdas e danos (Se não for possível a demolição). Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 20 29/08/2019 USUCAPIÃO CONCEITO A usucapião é também chamada de PRESCRIÇÃO AQUISITIVA, em confronto com a PRESCRIÇÃO EXTINTIVA, que é disciplinada nos Arts. 205 e 206 do Código Civil. Em ambas, aparece o elemento tempo, influindo na aquisição e na extinção de direitos. ■ PRESCRIÇÃO AQUISITIVA — Regulada no direito das coisas, é modo originário de aquisição da propriedade e de outros direitos reais suscetíveis de exercício continuado (entre eles, as servidões e o usufruto) pela posse prolongada no tempo, acompanhada de certos requisitos exigidos pela lei. ■ PRESCRIÇÃO EXTINTIVA — É a perda da pretensão e, por conseguinte, da ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não uso dela durante determinado espaço de tempo. - Não se verifica usucapião entre cônjuges, na constância do casamento, entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar etc. - Não corre, ainda, a prescrição (art. 198) contra os absolutamente incapazes de que trata o art. 3º. A propriedade, embora seja perpétua, não pode conservar este caráter senão enquanto o proprietário manifestar a sua intenção de manter o seu domínio, exercendo uma permanente atividade sobre a coisa possuída; a sua inação perante a usurpação feita por outrem, durante 10, 20 ou 30 anos, constitui uma aparente e tácita renúncia ao seu direito. PRESSUPOSTOS a) Coisa hábil (res habilis) ou suscetível de usucapião; b) Posse (possessio); c) Decurso do tempo (tempus); d) Justo título (titulus); c) Boa-fé (fides). Os três primeiros são indispensáveis e exigidos em todas as espécies de usucapião. O justo título e a boa-fé somente são reclamados na usucapião ordinária. A ação de usucapião é de natureza meramente declaratória. Na sentença, o julgador limita-se a declarar uma situação jurídica preexistente. a) Coisa hábil ou suscetível de usucapião Preliminarmente, é necessário verificar se o bem que se pretende usucapir é suscetível de prescrição aquisitiva (res habilis), pois NEM TODOS SE SUJEITAM A ELA, como os BENS FORA DO COMÉRCIO e os BENS PÚBLICOS. - BENS FORA DO COMÉRCIO: 1) OS BENS NATURALMENTE INDISPONÍVEIS FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 21 Insuscetíveis de apropriação pelo homem, como o ar atmosférico e a água do mar. São, assim, insuscetíveis de apropriação pelo homem os bens que se acham em abundância no universo e escapam de seu poder físico, como a luz, o ar atmosférico, o mar alto etc. 2) OS LEGALMENTE INDISPONÍVEIS Bens de uso comum, de uso especial e de incapazes, os direitos da personalidade e os órgãos do corpo humano. Bens legalmente inalienáveis são os que, por lei, não podem ser transferidos a outrem, não se incluindo nesse conceito os que se tornaram inalienáveis pela vontade do testador ou do doador. 3) OS INDISPONÍVEIS PELA VONTADE HUMANA Deixados em testamento ou doados, com cláusula de inalienabilidade. - BENS PÚBLICOS Os bens públicos também não podem ser objeto de usucapião. Art. 102 do CC Art. 181, §3º, CF Art.191, § Único, CF. - Não é possível, no direito pátrio, a usucapião de bens de incapaz, Art. 1.244, CC Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que obstam, SUSPENDEM OU INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO, as quais também se aplicam à usucapião. REsp. 674.558/2016 – RS USUCAPIÃO NA FRONTEIRA Estado é que deve comprovar de titularidade de bem. USUCAPIÃO. IMÓVEL URBANO. REGISTRO. AUSÊNCIA. A Turma reiterou que a inexistência de registro imobiliário do bem objeto de ação de usucapião não induz presunção de que o imóvel seja público (terras devolutas), cabendo ao Estado provar a titularidade do terreno como óbice ao reconhecimento da prescrição aquisitiva. REsp. 1582176 – MG Bens Públicos RECURSO ESPECIAL. USUCAPIÃO. FAIXA DE FRONTEIRA. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE REGISTRO ACERCA DA PROPRIEDADE DO IMÓVEL. INEXISTÊNCIA DE PRESUNÇÃO EM FAVOR DO ESTADO DE QUE A TERRA É PÚBLICA. 1. O terreno localizado em faixa de fronteira, por si só, não é considerado de domínio público, consoante entendimento pacífico da Corte Superior. 2. Não havendo registro de propriedade do imóvel, inexiste, em favor do Estado, presunção iuris tantum de que sejam terras devolutas, cabendo a este provar a titularidade pública do bem. Caso contrário, o terreno pode ser usucapido. 3. Recurso especial não conhecido. (REsp 674.558/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 13/10/2009, DJe 26/10/2009)” Particular pode ajuizar ação de reintegração de posse de bem público de uso comum. Res nullius São as coisas sem dono ou bens adéspotas, sobre as quais não há qualquer disciplina específica do ordenamento jurídico, incluindo os bens inapropriáveis, como a luz, e os bens condicionadamente inapropriáveis, como os animais selvagens. https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_da_propriedade_2019_1_ok.pdf https://direitorio.fgv.br/sites/direitorio.fgv.br/files/u1882/direito_da_propriedade_2019_1_ok.pdf https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1484/Res-nullius https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1484/Res-nullius FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 22 b) Posse ad usucapionem A posse ad usucapionem é aquela que prolonga-se pelo tempo definido em lei e que dá ao seu titular a aquisição do domínio, ou seja, a que enseja o direito de propriedade. - animus domini - Mansa e pacífica - Contínua sem interpartes Observação Art. 1.243, CC (possibilidade de soma de posses) Acessio possesionis e sucessio possesionis c) Decurso do tempo d) Justo título (Usucapião ordinário) e) Boa-fé (Usucapião ordinário) Espécies a) Usucapião ordinárioa.1) Regular / Comum (Art. 1.242, CC) - Posse usucapionem (10 anos) - Justo título (Compromisso de compra e venda) - Boa-fé a.2) Posse – Trabalho (Art. 1.242, § Único, CC) - Posse usucapionem - 5 anos - Imóvel adquirido de forma onerosa - Estabelecimento de moradia ou investimento social e econômico b) Extraordinário b.1) Regular / Comum (Art. 1.238, CC) https://nataliafoliveira.jusbrasil.com.br/artigos/436692999/especies-de-posse-no-direito-brasileiro FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 23 - Posse usucapionem - 15 anos b.2) Posse-Trabalho (Art. 1.238, § Único, CC) - Posse usucapionem - 10 anos - Moradia ou realização de obras ou serviços C) USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL - Há previsão na Constituição Federal. c.1) Usucapião Especial rural ou pro-labore (Art. 191, CF e 1.239, CC) - Área rural não superior a 50ha - 5 Anos - Imóvel produtivo - Residência no local - O usucapião não pode ter outro imóvel. 30/08/2019 C.2) USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA Art. 183, CF Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Subdivide-se: 1) INDIVIDUAL - Área Urbana não superior a 250m²; - Prazo: Posse usucapionem por 5 anos; FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 24 - A família do usucapiente deve fazer da propriedade uma moradia; - O usucapiente não pode ter outro imóvel; - Não pode ser diferida mais de vez. 2) COLETIVA Art. 10, Lei 10.257/01 (Estabelece diretrizes gerais da política urbana) Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. - Núcleo urbano informal; - Área não superior a 250m² por possuidor; - Prazo: Posse usucapionem 5 anos; - Os usucapientes não podem ter outro imóvel. D) USUCAPIÃO FAMILIAR - Prazo: Posse usucapionem por 2 anos - Imóvel urbano com no máximo 250m² - Moradia do usucapiente que não pode ter outro imóvel - Abandono do lar. Enunciado 500, V Jornada de Direito Civil A modalidade de usucapião prevista no art. 1.240-A do Código Civil pressupõe a propriedade comum do casal e compreende todas as formas de família ou entidades familiares, inclusive homoafetivas. A usucapião familiar é uma espécie de aquisição da propriedade que foi criada no Brasil pela Lei n° 12.424/2011, ao incluir o artigo 1.240-A no Código Civil, prevendo que aquele que exercer por dois anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano próprio de até duzentos e cinquenta metros quadrados, cuja propriedade dividia com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, terá adquirido o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. O advogado explica que, para se caracterizar a perda da propriedade do bem imóvel por usucapião familiar, não basta a simples “separação de fato”, sendo imprescindível que o ex-cônjuge ou ex- companheiro tenha realmente “abandonado” o imóvel e a família. Apesar da letra expressa da lei se referir a “abandono do lar”, o entendimento preponderante na doutrina é que o abandono ensejador da usucapião é o abandono simultâneo do imóvel e da família. E) ESPECIAL INDÍGENA Art. 33, Lei 6.001/73 (Dispõe sobre o Estatuto do Índio) O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra inferior a cinquenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. - Área máxima 50ha (500.000m²) - Posse usucapionem por 10 anos http://www.ibdfam.org.br/noticias/6295/Usucapi%C3%A3o+Familiar%3A+o+explica+o+que+%C3%A9+preciso+para+caracteriz%C3%A1-la%3F FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 25 ADMINISTRATIVA OU EXTRAJUDICIAL - Todas as modalidades de usucapião podem ser processadas de maneira administrativa, ou seja, extrajudicial. - As ações de usucapião tem critérios objetivos. Art. 216-A, Lei 6.015/73 (Dispõe sobre os registros públicos) Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: RESUMO DAS MODALIDADES DE USUCAPIÃO DE BENS IMÓVEIS 1. EXTRAORDINÁRIA DO TIPO GERAL Art. 1.238, CC; Exercício da posse por 15 anos; Independe de justo título e boa-fé. 2. EXTRAORDINÁRIA PRIVILEGIADA Art. 1.238, § Único, CC; Exercício da posse por 10 anos; Independe de justo título e boa-fé; Cumprir função social da propriedade. 3. ORDINÁRIA Art. 1.242, CC; Exercício da posse por 10 anos; Com justo título e boa-fé. 4. ORDINÁRIA PRIVILEGIADA OU TABULAR Art. 1.242, § Único, CC; Exercício da posse por 5 anos; Moradia ou interesse social e econômico; Registro cancelado. 5. ESPECIAL OU CONSTITUCIONAL RURAL OU PRO-LABORE Art. 191, CF; Art. 1.239, CC; Lei 6.969/81; Exercício da posse por 5 anos; Imóvel urbano não superior a 50 hectares; Não possuir outro imóvel urbano ou rural; Finalidade de moradia e/ou produtividade. 6. ESPECIAL CONSTITUCIONAL URBANA OU PRO-LABORE FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 26 Art. 183, CF; Art. 1.240, CC; Exercício da posse por 5 anos; Imóvel urbano não superior a 250m²; Não possuir outro imóvel urbano ou rural; Finalidade de Moradia. 7. FAMILIAR Art. 1.240-A, CC; Exercício da posse por 2 anos; Imóvel urbano de até 250m²; Lar conjugal - abandono de lar, propriedade comum do casal; Não possuir outro imóvel Urbano ou rural. 8. COLETIVA Lei 10.257/01; Exercício da posse por 5 anos; Zona urbana superior a 250m²; Pessoas de baixa renda; Moradia coletiva, sem individualização. ATIVIDADE ❶ ❶ Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase Aline manteve união estável com Marcos durante 5 (cinco) anos, época em que adquiriram o apartamento de 80 m² onde residiam, único bem imóvel no patrimônio de ambos. Influenciado por tormentosas discussões, Marcos abandonou o apartamento e a cidade, permanecendo Aline sozinha no imóvel, sustentando todas as despesas deste. Após 3 (três) anos sem notícias de seu paradeiro, Marcos retornou à cidade e exigiu sua meação no imóvel. Sobre o caso concreto, assinale a afirmativa correta. a) Marcos faz jus à meação do imóvelem eventual dissolução de união estável. b) Aline poderá residir no imóvel em razão do direito real de habitação. c) Aline adquiriu o domínio integral, por meio de usucapião, já que Marcos abandonou o imóvel durante 2 (dois) anos. - Comentário: Como expressa o art. 1240-A, CC: aquele que exercer, por 2 anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre o imóvel urbano de até 250 metros quadrados cuja propriedade divida com ex-conjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. - Modalidade: Usucapião Familiar. d) Aline e Marcos são condôminos sobre o bem, o que impede qualquer um deles de adquiri-lo por usucapião. ❷ ❷ Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 27 Jonas trabalha como caseiro da casa de praia da família Magalhães, exercendo ainda a função de cuidador da matriarca Lena, já com 95 anos. Dez dias após o falecimento de Lena, Jonas tem seu contrato de trabalho extinto pelos herdeiros. Contudo, ele permanece morando na casa, apesar de não manter qualquer outra relação jurídica com os herdeiros, que também já não frequentam mais o imóvel e permanecem incomunicáveis. Jonas decidiu, por sua própria conta, fazer diversas modificações na casa: alterou a pintura, cobriu a garagem (que passou a alugar para vizinhos) e ampliou a churrasqueira. Ele passou a dormir na suíte principal, assumiu as despesas de água, luz, gás e telefone, e apresentou-se, perante a comunidade, como “o novo proprietário do imóvel”. Doze anos após o falecimento de Lena, seu filho Adauto decide retomar o imóvel, mas Jonas se recusa a devolvê-lo. A partir da hipótese narrada, assinale a afirmativa correta. a) Jonas não pode usucapir o bem, eis que é possuidor de má-fé. b) Adauto não tem direito à ação possessória, eis que o imóvel estava abandonado. c) Jonas não pode ser considerado possuidor, eis que é o caseiro do imóvel. d) Na hipótese indicada, a má-fé de Jonas não é um empecilho à usucapião. - Comentário: A má-fé de Jonas não é um empecilho à usucapião, uma vez que para esse tipo de usucapião não se exige justo título nem boa-fé, tendo Jonas estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, e estando no imóvel há mais de 10 (dez) anos. A modalidade de usucapião que necessita da boa-fé é a Ordinária. ❸ ❸ Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Poá - SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Poá - SP - Procurador Jurídico Manoel ocupa uma área de terra que faz divisa do Brasil com o Paraguai. Se encontra na posse mansa e pacífica desse imóvel há mais de quinze anos. Não possui justo título. Tal área é rural, de 30 hectares, usada para a sobrevivência da família de Manoel, que tem cultivo de soja, pois é uma região tipicamente agrícola. É o único imóvel que possui. Manoel acaba de receber a citação de uma ação promovida pela União afirmando que o simples fato de ser área de fronteira já remete a classificação do imóvel em área pública e, por isso, terá que desocupá-lo em 60 dias. Diante desse quadro, assinale a alternativa correta. a) Por ser classificada qualquer área de fronteira como bem público, nos termos da lei, Manoel não poderá arguir usucapião sobre o imóvel e terá que desocupá-lo. b) Por se tratar de área rural com menos de 50 hectares, e estar ocupado há mais de 15 anos, Manoel poderá requerer a usucapião rural. - Comentário: RECURSO ESPECIAL. USUCAPIÃO. FAIXA DE FRONTEIRA. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE REGISTRO ACERCA DA PROPRIEDADE DO IMÓVEL. INEXISTÊNCIA DE PRESUNÇÃO EM FAVOR DO ESTADO DE QUE A TERRA É PÚBLICA. 1. O terreno localizado em faixa de fronteira, por si só, não é considerado de domínio público, consoante entendimento pacífico da Corte Superior. 2. Não havendo registro de propriedade do imóvel, inexiste, em favor do Estado, presunção iuris tantum de que sejam terras devolutas, cabendo a este provar a titularidade pública do bem. Caso contrário, o terreno pode ser usucapido. 3. Recurso especial não conhecido. (REsp 674558 / RS) FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 28 c) Tendo a área ocupada 50 hectares, sendo rural, Manoel pode alegar usucapião ordinário, que não exige justo título para sua configuração. d) Como se trata de área rural, independentemente do tamanho, Manoel pode alegar a aquisição do bem por usucapião pro labore. e) No caso em tela, se aplica a impossibilidade de usucapir o bem, pois terras rurais de fronteiras não podem ser objeto de usucapião. ❹ ❹ Ano: 2019 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2019 - MPE-SP - Promotor de Justiça Substituto Considere as situações a seguir. I. Joana Dantas é possuidora de um terreno na cidade de Nova Horizontina por quinze anos, sem interrupção nem oposição, não possuindo título nem boa-fé. II. Jaciara Ferreira exerce, por três anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre um apartamento de cento e cinquenta metros quadrados na cidade de Porto Feliz, o qual utiliza como sua moradia e cuja propriedade dividia com seu ex-cônjuge, Lindomar Silva, que abandonou o lar, não sendo ela proprietária de outro imóvel urbano ou rural. III. Jandira é possuidora de área de terra em zona rural com cem hectares, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, tornando-a produtiva pelo seu trabalho e tendo nela sua moradia, não sendo proprietária de imóvel rural ou urbano. De acordo com o Código Civil brasileiro, em regra, o domínio integral do respectivo imóvel será adquirido apenas: a) nas situações II e III. b) nas situações I e II. Comentário: I - Preenche os requisitos da usucapião extraordinária. II - Preenche os requisitos da usucapião familiar. III - Não preenche os requisitos de nenhuma modalidade. c) nas situações I e III. d) na situação I. e) na situação III. ❺ ❺ Ano: 2019 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE Prova: UPENET/IAUPE - 2019 - UPE - Advogado Gustavo, mesmo não sendo proprietário, passa a ocupar imóvel urbano com 350 metros quadrados, como sua moradia habitual, durante 10 (anos) anos completos. Miguel, legítimo proprietário do imóvel ocupado por Gustavo, deixou o Brasil 02 (dois) anos antes da referida ocupação, quando passou a morar em Nova York, nos Estados Unidos, para prestar serviço público à União durante todo esse período. Após esses 12 (doze) anos, Miguel retorna ao Brasil e se depara com o recebimento de citação para apresentar defesa na ação de usucapião proposta por Gustavo contra ele. a) A ação será procedente, uma vez que todos os requisitos para a usucapião extraordinária por posse- trabalho foram devidamente preenchidos. b) A ação será procedente, uma vez que todos os requisitos para a usucapião especial urbana por posse- trabalho foram devidamente preenchidos. c) A ação será procedente, uma vez que todos os requisitos para a usucapião ordinária por posse- trabalho foram devidamente preenchidos. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 29 d) A ação será improcedente, porque faltaram os requisitos justo título e boa-fé para a usucapião ordinária. e) A ação será improcedente, uma vez que as causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, também seaplicam à usucapião. - Comentário: Miguel apenas deixou o Brasil e o imóvel para prestar serviço público à União, e assim, conforme artigo 198, caracterizando caso de suspensão da prescrição. Art. 198, II, CC. Também não corre a prescrição: II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; ❻ ❻ Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: AFAP Prova: FCC - 2019 - AFAP - Analista de Fomento - Advogado Quanto às formas de aquisição da propriedade imóvel, A) ter-se-á o aluvião quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, acrescendo-o. B) a usucapião é modo derivado de aquisição da propriedade e a sentença que a reconhece é de natureza constitutiva do domínio. C) quando isto se der pelo registro do título, enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade desse título, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. - Comentário: O art. 1.245, que trata da aquisição imobiliária por meio do registro do título estabelece em seu §2º justamente que "enquanto não se promover, por meio de ação própria, a declaração de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel". D) o álveo abandonado de corrente pertence por igual aos proprietários ribeirinhos das duas margens, indenizando-se os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso. E) aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes, sem a obrigação de pagar-lhes o valor correspondente se agiu de boa-fé. 12/09/2019 REGISTRO DO TÍTULO Arts. 1.245 a 1.1247, CC - Transferência entre vivos, mediante o registro do título translativo. Art. 1.246, CC Princípio da Prioridade Art. 1.247, CC Ação de cancelamento ou retificação. - Efeitos do registro a) Publicidade do ato b) Legalidade FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 30 c) Força probante d) Mutabilidade DA SUCESSÃO HEREDITÁRIA Art. 1.784, CC FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL 1. ORIGINÁRIA a) Ocupação; Art. 1.263, CC b) Achado do Tesouro; Art. 1.264, CC Art. 1.265, CC Art. 1.266, CC c) Usucapião. Art. 1.260, CC Art. 1.261, CC Art. 1.262, CC 2. DERIVADA a) Especificação; Art. 1.269, CC Art. 1.270, CC Art. 1.271, CC b) Confusão; c) Comistão; d) Adjunção; Art. 1.272, CC Art. 1.273, CC Art. 1.274, CC e) Tradição; Art. 1.267, CC Art. 1.268, CC f) Sucessão. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 31 DA OCUPAÇÃO - Art. 1.263, CC - Coisa abandonada (Derrelição) - Coisa perdida é diferente de coisa abandonada. - Achado do tesouro - Art. 1.264, CC (Conceito) DA DESCOBERTA - Art. 1.233 a 1.237, CC DA USUCAPIÃO - Arts. 1.260 a 1.262, CC a) Ordinária - Posse + Título + Boa-fé + 3 anos b) Extraordinária - Posse + 5 anos Aula de reposição em 5 de outubro 13/09/2019 DA ESPECIFICAÇÃO Arts. 1.269 a 1.271, CC Regra Geral Art. 1.269, CC Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. Materia prima alheia Art. 1.270, CC Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova. Má-fé Art. 1.270, § 1º, CC Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima. Valor excede consideravelmente o valor da matéria-prima. Art. 1.270, § 2º, CC FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 32 Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escultura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmente o da matéria-prima. DA CONFUSÃO, DA COMISTÃO E DA ADJUNÇÃO. Art. 1.272 a 1.274, CC DA TRADIÇÃO Arts. 1.267 a 1.268, CC A tradição pode ser: a) Real b) Simbólica c) Ficta Alienação non domino DA SUCESSÃO HEREDITÁRIA DA PERDA DA PROPRIEDADE a) Alienação b) Renúncia c) Abandono d) Perecimento e) Desapropriação ASSUNTO PARA A NP1 DO Art. 1.196, CC até o Art. 1.276, CC 19/09/2019 NP1 OBSERVAÇÕES: 1. A prova valerá 10,00, distribuídos em 7 questões. 2. Em hipótese alguma serão admitidas rasuras e não serão consideradas marcações duplas e em lápis grafite. 3. A prova é individual e com consulta ao Código Civil. ❶ ❶ Qual o traço característico da teoria de Ihering? FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 33 ❷ ❷ Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: DPE-PR Prova: FCC - 2017 - DPE-PR - Defensor Público Sobre a posse, é correto afirmar: A) O locatário, em que pese possuidor direto, não pode invocar proteção possessória contra terceiro esbulhador do imóvel por ele locado, pois lhe falta o animus domini. B) O defeito da posse injusta não pode ser invocado contra o herdeiro que desconhecia essa característica da posse exercida pelo falecido. C) O fato de o esbulhador ter adquirido sua posse mediante violência física inquina vício em sua posse mesmo que, posteriormente, compre o bem do esbulhado. D) O comodatário, devidamente notificado para sair do bem dado em comodato, e que não o faz no prazo assinalado, passa a exercer posse precária. E) A posse ad usucapionem é aquela que, além dos elementos essenciais à posse, deve sempre se revestir de boa-fé, decurso de tempo suficiente, ser mansa e pacífica, fundar-se em justo título e ter o possuidor a coisa como sua. ❸ ❸ Ano: 2017 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2017 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento Acerca da posse, nos termos do Código Civil, é correto afirmar: A) O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. B) Ao possuidor de má-fé não serão ressarcidas as benfeitorias necessárias; mas lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, e pode levantar as voluptuárias. C) As benfeitorias não se compensam com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. D) O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor da data da turbação ou esbulho. ❹ ❹ Ano: 2017 Banca: FUNECE Órgão: UECE Prova: FUNECE - 2017 - UECE - Advogado Segundo o Código Civil brasileiro, aquele que: A) Não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por dois anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. B) Possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente esem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. C) Por dez anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. D) Exercer, por 5 (cinco) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex- cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 34 ❺ ❺ Ano: 2016 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2016 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento O rompimento da barragem de Fundão destruiu o distrito de Bento Rodrigues, Mariana, Minas Gerais, e deixou mais de 900 pessoas desabrigadas, causando grande impacto social na vida daquelas pessoas. Além dos impactos ambientais e sociais, diversos outros danos foram causados, inclusive aos proprietários de áreas ribeirinhas. Supondo que os fatos tenham ocorrido por força natural, como abalo sísmico, e que tenha deslocado uma porção de terras de um imóvel a outro, aderindo-se de maneira definitiva às margens do outro, nos termos do código civil, quanto à forma de acessão de imóvel a imóvel, é correto afirmar que o proprietário ribeirinho: A) Torna-se dono do acréscimo por avulsão, desde que indenize o proprietário das terras perdidas. Não havendo indenização, concede a lei ao dono do prédio desfalcado o direito de, em um ano, reivindicar as terras perdidas, se for possível retorná-las. B) Torna-se dono do acréscimo por aluvião, desde que indenize o proprietário das terras perdidas. Não havendo indenização, concede a lei ao dono do prédio desfalcado o direito de, em três anos, reivindicar as terras perdidas, se for possível retorná-las. C) Torna-se dono do acréscimo por abandono álveo, sem indenização. D) Torna-se dono do acréscimo pela aluvião. Os acréscimos formados, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. ❻ ❻ Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: TRE-RS Prova: FCC - 2010 - TRE-RS - Analista Judiciário - Área Judiciária O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, A) Três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. B) Dez anos depois, à propriedade da União. C) Cinco anos depois, à propriedade do respectivo Estado ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. D) Cinco anos depois, à propriedade da União. E) Dez anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. ❼ ❼ Ano: 2009 Banca: UESPI Órgão: PC-PI Prova: UESPI - 2009 - PC-PI - Delegado de Polícia Quanto à aquisição da propriedade móvel, é correto afirmar que: A) Quem quer que ache coisa alheia perdida, adquire-lhe a propriedade, caso transcorram 60 dias da publicação na imprensa. B) Não será admitida a usucapião de bens móveis quando a posse não for de boa-fé. FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 35 C) Aquele que, trabalhando em matéria prima totalmente alheia, obtiver espécie nova, a perderá para o dono do material utilizado, ainda que haja boa-fé. D) A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. E) Não é admitido, na lei civil, o assenhoramento de coisa sem dono. RESPOSTAS ❷ D ❸ A ❹ B ❺ A ❻ A ❼ D 20/09/2019 COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA PROVA 1 2-D Abuso de confiança 3-A Art. 1.218, CC 4-B Art. 1.240, CC 5-A Art. 1.251, CC 6-A Art. 1.276, CC 7-D Art. 1.267, CC PROVA 2 2-D Art. 1.267, CC 3-A Arts. 1.249 a 1.259, CC 4-D Art. 1.219, CC 5-A Art. 1.268, CC 6-B Art. 1.268, CC 7-B Art. 1240, CC 26/09/2019 DIREITO DA VIZINHANÇA Direitos de vizinhança traduzem um conjunto de normas e princípios que disciplina a convivência pacífica e harmoniosa entre vizinhos, visando a permitir o equilíbrio entre o individual e o coletivo. Consistem em poderes positivos e negativos (ações ou omissões) legalmente impostos aos proprietários e possuidores que compartilham a mesma vizinhança, na perspectiva do princípio da função social. Vizinho, sob prisma jurídico, não é somente quem está localizado imediatamente acima, abaixo ou ao lado (ou seja, de forma contígua), mas todos aqueles próximos que podem sofrer efeitos pelo exercício do direito de propriedade. “Os direitos de vizinhança”, lembra CARLOS ROBERTO GONÇALVES, “são obrigações propter rem, porque vinculam os confinantes, acompanhando a coisa” FACAR – FACULDADE DE ARACAJU – CURSO DE DIREITO DIREITOS REAIS O CONTEÚDO DESTE ARQUIVO É UMA COMPILAÇÃO DO MATERIAL CEDIDO PELA PROFESSORA, DOUTRINAS, LEIS E ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA. Guaracy Cavalcante | FACAR | Direito | 8º Período | Turma Q |Pág 36 POSSE -> DO LOCATÁRIO OU DO COMODATÁRIO. DO USO ANORMAL DA PROPRIEDADE ART. 1.277, CC O PROPRIETÁRIO ou o POSSUIDOR de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha As regras dos direitos de vizinhança são aplicáveis, não apenas em caso de contiguidade (estado ou condição do que está contíguo; proximidade; vizinhança) entre os prédios (imóveis), mas também de proximidade. PROÍBEM-SE as INTERFERÊNCIAS, CONSIDERANDO-SE A NATUREZA DA UTILIZAÇÃO, A LOCALIZAÇÃO DO PRÉDIO, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. A depender da localização do prédio vai haver tolerância maior ou menor. A previsão legal se refere a uso anormal (entendido como utilização nociva) da propriedade, e não somente a uso abusivo. O vizinho prejudicado pode fazer cessar as interferências através de ações de obrigações de fazer, de não fazer, nunciação de obra nova, demolição, de modo a fazer e outras, ou através de ações coletivas como por exemplo, o MP ingressa por questões ambientais de modo a assegurar à saúde. Nunciação de obra nova: O autor pretende evitar que uma obra seja iniciada ou continue a ser executada, o que previamente protegerá seus interesses. ART. 1.278, CC O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal. ART. 1.279, CC Mesmo que as interferências devam ser toleradas por força de decisão judicial, terá o vizinho o direito de exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas forem possíveis. Vale acrescentar que o proprietário ou possuidor prejudicado poderá intentar demanda individual, na Vara Cível ou Juizado Especial, a depender do caso. No entanto, se o uso nocivo atinge um grupo ou um número indeterminado de pessoas, poderá ser ajuizada demanda coletiva, pelo
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