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Curso de Direito Civil - Introdução

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Prévia do material em texto

Aula 00 – LINDB 
Curso REGULAR de Direito Civil 
Professor: Wangney Ilco 
Curso de Direito Civil 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Wangney Ilco - Aula 00 
 
 
 
Prof. Wangney Ilco 2 de 88 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Olá pessoal! Tudo beleza? 
Sejam bem-vindos ao Curso de Direito Civil p/ Auditor Fiscal 
Tributário Municipal – CAMPINAS 
 
Curso pré-edital 
Banca: VUNESP 
Remuneração: R$ 25.000,00 (aprox.) 
Último concurso: 2011 
 
Bem, não temos edital ainda. Isso é fato! Porém, não podemos esperar 
sair o edital para “correr atrás”. O candidato bem preparado está sempre um 
passo à frente, pois ele acreditou no concurso e estudou com antecedência. E, 
no dia da prova, ele fará uma boa prova, certamente! Para mais informações, 
confira a análise desde concurso em: RAIO-X do edital. 
Pois bem, o diferencial do presente curso de Direito Civil é a 
objetividade e a facilidade na assimilação da matéria, por meio de muitos 
esquemas gráficos, tabelas e etc. A linguagem do curso pretende ser a 
mais próxima possível de uma aula presencial: solta, objetiva, leve; sem 
expressões difíceis, como encontramos nos livros e, principalmente, utilizando 
muitos recursos gráficos e esquematizações para facilitar a assimilação do 
Direito Civil. Afinal, o objetivo do curso é a aprovação; é ensinar a marcar o 
“X” na alternativa correta e “partir pro abraço”. Beleza? 
Antes, porém, como dica de estudos, sugiro alguns materiais gratuitos 
e ferramentas, como os nossos SIMULADOS e o SQ-SISTEMA DE QUESTÕES. 
Além disso, ressalta-se que em diversos concursos, o programa traz o 
Direito Civil junto com Direito Empresarial. Nem sempre, os assuntos 
apresentam-se separados por essas duas disciplinas; é comum virem 
misturados. Assim, para facilitar os seus estudos, também temos os 
respectivos cursos de Direito Empresarial aqui no Exponencial Concursos. 
Basta conferir!!! 
Ah, este curso está atualizado com a legislação e questões bem 
recentes!!! 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
Se não puder voar, corra. Se não puder correr, 
ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue 
em frente de qualquer jeito. 
(Martin Luther King Jr.) 
 
http://www.exponencialconcursos.com.br/
http://www.exponencialconcursos.com.br/
https://www.exponencialconcursos.com.br/edital-iss-campinas-sp-raio-x/#af=5b859defeecba&acid=46201304
https://www.exponencialconcursos.com.br/simulados/#af=5b859defeecba&acid=46201304
https://www.exponencialconcursos.com.br/sistema-de-questoes/#af=5b859defeecba&acid=46201304
https://www.exponencialconcursos.com.br/cursos-por-materia/direito-empresarial/#af=5b859defeecba&acid=46201304
Curso de Direito Civil 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Wangney Ilco - Aula 00 
 
 
 
Prof. Wangney Ilco 3 de 88 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Sumário 
Apresentação do Professor .................................................................. 4 
Estrutura e cronograma do curso ......................................................... 5 
1- Introdução ..................................................................................... 7 
1.1- Leis naturais x leis jurídicas ........................................................... 7 
1.2- Direito Objetivo x Direito Subjetivo ................................................ 7 
1.3- Fontes do Direito ......................................................................... 9 
1.4- Norma jurídica: Lei em sentido amplo x Lei sentido estrito ................ 9 
1.5- Características e classificação das normas jurídicas ........................ 11 
1.6- Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro .......................... 13 
2- Vigência da lei no tempo .............................................................. 15 
2.1- Promulgação e publicação ........................................................... 15 
2.2- Vigência da lei ........................................................................... 16 
2.3- Vigência x Validade x Eficácia da lei ............................................. 17 
2.4- Vacatio Legis ............................................................................. 18 
2.5- Correções de lei ......................................................................... 19 
2.6- Lei permanente x lei temporária .................................................. 20 
2.7- Revogação ................................................................................ 20 
2.8- Repristinação ............................................................................ 23 
2.9- Erro de direito – princípio da obrigatoriedade ................................ 24 
2.10- Lacuna legal - Integração das normas jurídicas .............................. 24 
2.10.1 Analogia .............................................................................. 25 
2.10.2 Costume .............................................................................. 26 
2.10.3 Princípios gerais do direito ..................................................... 26 
2.10.4 Equidade ............................................................................. 27 
2.11- Interpretação da norma jurídica - hermenêutica ............................ 27 
2.12- Conflito de normas no tempo ....................................................... 28 
2.13- Antinomia jurídica ...................................................................... 29 
3- Vigência da lei no espaço ............................................................. 31 
3.1- Território .................................................................................. 31 
3.2- Territorialidade temperada .......................................................... 31 
3.3- Princípio domiciliar – lex domicilii ................................................. 32 
3.3.1 Casamento e regime de bens ................................................. 33 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 
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Curso de Direito Civil 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Wangney Ilco - Aula 00 
 
 
 
Prof. Wangney Ilco 4 de 88 
www.exponencialconcursos.com.br 
3.3.2 Os bens e suas relações ........................................................ 35 
3.3.3 Obrigações .......................................................................... 36 
3.4- Sucessão .................................................................................. 37 
3.5- Disposições diversas – conflito da lei no espaço ............................. 38 
4- Lei nº 13.655/18: segurança jurídica e eficiência na criação e na 
aplicação do direito público ............................................................... 40 
5- Questões Comentadas .................................................................. 43 
5.1- Questões de outras bancas ......................................................... 47 
6- Lista de exercícios ........................................................................ 71 
6.1- Questões de outras bancas ......................................................... 75 
7- Gabarito ....................................................................................... 88 
 
Apresentação do Professor 
Meu nome é Wangney Ilco. Sou ex-aluno do Colégio Naval (ingresso 
em 1997) e Escola Naval (ingresso em 2000). Bacharel em Ciências Navais 
pela Escola Naval com especialidade em Sistemas (2004). Após alguns anos 
como Oficial da Marinha, decidi deixar a vida militar e ingressei nesta doce 
vida de “concurseiro”. O foco era a área fiscal, mais especificamente o fisco do 
Estado do Rio de Janeiro. Nos dois primeiros certames (2008) não fui feliz, por 
absoluta perda de foco e por problemas pessoais. Porém, já no ano seguinte, 
após alguns meses sem estudar, retornei com muita força já com edital na 
praça. Fiz alguns ajustes. Foram 45 dias de dedicação total e foco máximo. 
Resumos, gráficos, esquemas, mapas-mentais foram utilizados para aproveitar 
o tempo com a máxima eficiência.E deu certo! Obtive a tão sonhada 
aprovação: Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro. Cargo 
que exerço atualmente! Desde então, final de 2009, me tornei Professor de 
Direito Empresarial tendo lecionado em alguns dos principais cursos 
preparatórios do país, dentre eles o Exponencial Concursos (meus cursos de 
empresarial). No momento, estou cursando Direito na Universidade Federal 
do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Pela facilidade com o Direito, mais 
especificamente com o Direito Privado, também assumi o Direito Civil. 
 
 
 
 
 
http://www.exponencialconcursos.com.br/
https://www.exponencialconcursos.com.br/cursos-por-materia/direito-empresarial/#af=5b859defeecba&acid=46201304
https://www.exponencialconcursos.com.br/cursos-por-materia/direito-empresarial/#af=5b859defeecba&acid=46201304
Curso de Direito Civil 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Wangney Ilco - Aula 00 
 
 
 
Prof. Wangney Ilco 5 de 88 
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Estrutura e cronograma do curso 
Pois bem, este curso é de TEORIA + QUESTÕES COMENTADAS e foi 
elaborado com base em nossa experiência no “mundo dos concursos” e 
estudos a diversos materiais (livros, apostilas, etc.). 
Assim, pretende-se proporcionar um material adequado e o melhor 
aprendizado para atingir o seu objetivo. Além disso, teremos muitas 
esquematizações que ajudam e facilitam a compreensão do conteúdo. 
Também, teremos muitas questões, pois essa ideia de fazer muitos 
exercícios norteia nossos trabalhos aqui no Exponencial Concurso, tendo em 
vista que a experiência nos mostra que os exercícios são ferramentas 
indispensáveis à aprovação. 
Vejamos o cronograma de nossas aulas: 
Aula Conteúdo 
00 Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 
01 Das pessoas. Pessoas naturais. 
02 Pessoas jurídicas. Domicílio civil. 
03 Das diferentes classes de bens. 
04 
Atos e fatos jurídicos. Negócio jurídico. Da prescrição e 
decadência. 
05 Direito das Obrigações. 
06 
Dos contratos em geral: disposições gerais, da extinção do 
contrato 
07 Dos contratos em espécies. 
08 Responsabilidade civil. 
09 Da posse e da propriedade. 
10 Dos direitos reais sobre coisas alheias. 
11 Do Direito das Sucessões. 
12 Questões VUNESP. 
BÔNUS RESUMÃO 
*Confira o cronograma com as datas de disponibilização das aulas no 
site do Exponencial. 
 
 
 
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Curso de Direito Civil 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Wangney Ilco - Aula 00 
 
 
 
Prof. Wangney Ilco 6 de 88 
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• Foco das questões é a VUNESP. Porém, há um histórico pequeno de 
questões de nossa disciplina. Assim, comentaremos o que for viável da 
VUNESP (última aula com todas as questões possíveis) e utilizaremos 
questões de outras bancas para complementar; 
• TOTAL: 600 QUESTÕES 
Assim, acreditamos que este curso de Direito Civil seja o suficiente para 
a sua aprovação, já que, de forma objetiva, abordamos toda a teoria e ainda 
as questões detalhadamente comentadas. 
No mais, esperamos contar com a presença de vocês neste curso de 
maneira otimista e compromissada, para que possamos caminhar juntos, de 
mãos dadas, rumo à aprovação. Tenho certeza que com ESFORÇO, 
DISCIPLINA e ORGANIZAÇÃO chegaremos lá. Força na remada! Em caso 
de dúvidas sobre nossas aulas, basta usar e abusar de nosso fórum. 
Pois bem, vamos ao que interessa! Carpe Diem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Teoria e Questões comentadas 
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1- Introdução 
Inicialmente, devemos fazer uma introdução que abrange não somente 
o Direito Civil, mas todo o Direito. São assuntos que costumamos ver no início 
da faculdade de Direito. É verdade que são assuntos pouco cobrados em 
prova, de forma isolada. E, em relação a nossa área, isso não é diferente. 
Porém, é uma introdução necessária sim para o bom andamento do curso e 
também porque alguns termos que veremos a seguir podem ser usados em 
questões de outros assuntos, ok? Então, vamos seguir! 
 
1.1- Leis naturais x leis jurídicas 
Vamos começar nosso trabalho com o estudo da lei. Inicialmente, é 
interessante perceber que quando falamos em lei, estamos nos referindo ao 
conjunto de normas e regras jurídicas, e não às leis naturais. Mas, qual é a 
diferença entre as leis naturais e as leis jurídicas? 
 
As leis naturais são decorrentes da própria ação da natureza, na qual 
reina o chamado princípio da causalidade. Isso significa que cada causa produz 
determinado efeito, e isso independe de ação humana. Podemos citar, como 
exemplo, a lei da gravidade. 
As leis jurídicas, por sua vez, são convenções que disciplinam regras 
de conduta, que funcionam como diretivas para ação. Nesse caso, podemos 
citar o princípio da imputabilidade, pois quando um indivíduo pratica uma 
conduta prevista em lei como crime ou contravenção, a ele deve ser imputada 
determinada consequência prevista em lei. 
No nosso estudo, quando nos referirmos à lei, estaremos tratando das 
leis jurídicas. 
 
1.2- Direito Objetivo x Direito Subjetivo 
 Outra diferenciação que precisamos fazer é com relação ao Direito 
objetivo e o Direito Subjetivo. Vejamos: 
 
 
Leis naturais
Princípio da causalidade
Leis jurídicas
Princípio da imputabilidade≠ 
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Portanto, o Direito objetivo e o Direito subjetivo estão intimamente 
ligados, representando conceitos distintos. Ressalta-se que há uma corrente 
doutrinária que considera que o Direito subjetivo é a faculdade de agir do 
indivíduo conforme os seus interesses. Mas há outra corrente que entende que 
essa faculdade de agir não é o Direito subjetivo em si, mas está contido nele, 
pois a faculdade de agir seria algo inerente ao ser humano e, portanto, estaria 
inserido no campo natural. A faculdade humana, por esta correte, seria 
anterior ao Direito. Beleza? 
 
1. (ESPP/Juiz do Trabalho-TRT-9ªR/2012) Considerando 
a teoria do Direito Civil acerca das locuções "direito objetivo" e "direito 
subjetivo", assinale a alternativa incorreta: 
a) O direito subjetivo associa-se à noção de "facultas agendi". 
b) Visto como um conjunto de normas que a todos se dirige e a todos vincula, 
temos o "direito subjetivo". 
c) Direito subjetivo é a prerrogativa de invocação da norma jurídica, pelo 
titular, na defesa do seu interesse. 
d) Visto sob o ângulo subjetivo, o direito é o interesse juridicamente tutelado 
(Ihering). 
e) 0 direito objetivo refere-se a um conjunto de regras que impõem à conduta 
humana certa direção ou limite. Ele descreve condutas obrigatórias e 
comina sanções pelo comportamento diverso dessa descrição 
Direito Objetivo
• É o conjunto de normas 
jurídicas de caráter geral e de 
observância obrigatória pelos 
indivíduos;
•É imposto pelo Estado;
•Refere-se ao conceito de Norma 
Agendi - são normas jurídicas 
comportamentais;
•Estabele limites à conduta 
humana em sociedade;
•Expressa a vontade geral;
•Organiza a sociedade conforme 
o conjunto de regras jurídicas;
•Ex.: O respeito à propriedade é 
uma imposição do Direito;
Direito Subjetivo
• É o poder atribuído ao indivíduo 
para agir conforme a sua 
faculdade para a satisfação dos 
seus interesses tutelados pela 
lei (Direito objetivo);
•Refere-se à Facultas Agendis -
faculdade individual de agir 
conforme o direito objetivo;
•Expressa a vontade individual
•É posterior à norma jurídica;
•Deriva e nasce do Direito 
objetivo;
•Ex.: O indivíduo poderá usar o 
seu direito à propriedade para 
protegê-la. Poder de coerção.
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Teoria e Questõescomentadas 
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Comentários 
Letra “b” incorreta. Na verdade, o conceito expresso na letra “b” qualifica o 
Direito objetivo e não o subjetivo. As demais alternativas estão perfeitamente 
corretas, representando os conceitos e características do Direito objetivo e do 
Direito subjetivo. 
Gabarito1: B 
 
1.3- Fontes do Direito 
 As Fontes do Direito representam a origem, bem como o meio de 
expressão das normas jurídicas. Podemos observar duas formas de classificar 
as Fontes do Direito: 
 
 Nas fontes formais, a lei é a principal delas, enquanto as demais são 
consideradas fontes acessórias. A outra classificação prevista é a seguinte: 
 
 
1.4- Norma jurídica: Lei em sentido amplo x Lei sentido estrito 
As normas jurídicas estão na base de um ordenamento jurídico. Elas 
estabelecem as regras de conduta e comportamento da sociedade, sendo uma 
imposição do Estado, o qual possui a responsabilidade de aplicar as 
FONTES do Direito
FORMAIS
Lei
Analogia
Costume
Princípios Gerais de 
Direito
NÃO FORMAIS
Doutrina
Jurisprudência
Fontes do 
Direito
Diretas ou 
Imediatas
Lei + Costumes: criam a regra 
jurídica.
Indiretas ou 
Mediatas
Doutrina + Jurisprudência: não 
criam, mas contribuem para a 
criação da regra jurídica. 
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penalidades prevista quando infringidas. Reflete também os preceitos, os 
mandamentos e os valores do ordenamento jurídico. 
Em algumas ocasiões, a norma jurídica é utilizada como sinônimo de lei. 
Assim sendo, é importante atentar que a palavra lei (ou norma jurídica) pode 
ser utilizada em dois sentidos: amplo (“lato sensu”) e estrito (“stricto 
sensu”). 
 
 
 
Em sentido amplo (norma jurídica), a palavra lei abrange não 
apenas as leis emanadas pelo Poder Legislativo, mas também outros 
normativos, como por exemplo, os decretos e os regulamentos. Outro 
exemplo, seria o caso da Medida Provisória, que em situações de urgência e 
relevância, é fruto do Poder Executivo e tem força de lei. Embora não seja lei 
em sentido estrito, a medida provisória é lei em sentido amplo. A lei em 
sentido amplo também é conhecida como lei em sentido material, pois 
apesar de não ser uma norma jurídica que seguiu a formalidade legislativa, é 
uma norma em sua essência, em seu conteúdo. 
Em sentido estrito, a lei precisaria ser introduzida no ordenamento 
jurídico somente pelo Poder Legislativo, por meio de atos legislativos formais. 
Por isso, a lei sem sentido estrito também é conhecida como lei em sentido 
formal. 
 
2. (FCC/Procurador-AL-SP/2010) Em relação às Fontes do 
Direito Objetivo, considere: 
I. Legislação, lato sensu, é modo de formação de normas jurídicas por meio de 
atos competentes. 
II. Lei, no sentido material, designa o conjunto de normas que estabelecem os 
meios judiciais de se fazerem valer direitos e obrigações. 
III. Os costumes são primordiais para o preenchimento de lacunas da lei, pois 
muitos não se opõem à lei, mas disciplinam matérias que a lei não conhece. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a) I 
Lei
Sentido amplo
(lato sensu)
Não precisa ser proveniente do 
Poder Legislativo
Sentido estrito
(stricto sensu)
Necessariamente proveniente do 
Poder Legislativo
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b) I e II. 
c) II. 
d) II e III. 
e) III. 
Comentários 
Letra “d”. 
I – Incorreta. Esta definição é de legislação (lei) stricto sensu, onde a norma é 
formada por meio dos órgãos competentes (poder legislativo). 
II – Correta. Refere-se à norma jurídica no que tange ao seu conteúdo, 
determinando direitos e obrigações. 
III – Correta. Os costumes são uma das fontes do direito – é uma fonte formal 
ou direta ou imediata. Sendo assim, os costumes são empregados no 
preenchimento das lacunas deixadas pela lei, nos termos do art. 4º da Lei de 
Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB): “Art. 4o Quando a lei for omissa, o 
juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios 
gerais de direito”. 
Gabarito2: D 
 
1.5- Características e classificação das normas jurídicas 
A doutrina costuma abordar algumas características das normas 
jurídicas: 
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS 
Bilateralidade Envolve pelo menos duas partes: uma que exige 
determinada conduta de outra parte. Há uma relação 
de poder e dever. Ex.: O município tem o poder de 
exigir o pagamento do ISS dos contribuintes. 
Generalidade A norma objetiva atingir todos as pessoas que se 
encontrem na mesma situação jurídica. Ela não é 
personalíssima. Não é dirigida especificamente a um 
indivíduo; mas, à coletividade. 
Abstratividade A norma é dirigida às mais diversas situações de forma 
abstrata ou hipotética. 
Coercibilidade Significa a possibilidade do uso da força para o 
cumprimento da norma. Ex.: Prisão civil, despejo de 
imóvel. 
Obrigatoriedade e 
Imperatividade 
A norma deve ser imposta de forma a ser cumprida, 
pois não representa uma declaração de vontade ou de 
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Teoria e Questões comentadas 
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conduta. O seu descumprimento pode ensejar a 
aplicação de sanção. A norma é uma ordem ou 
comando. 
Permanência a Lei não pode ser aplicada apenas uma vez. 
Autorizamento O direito de o lesado recorrer aos meios competentes e 
requisitar reparação. 
 
 Pois bem, acerca da classificação da norma jurídica, temos diversas 
classificações. Vejamos as principais delas: 
 
 
Obs.: As leis cogentes também são conhecidas como INJUTIVAS, não 
podendo ser modificadas pelas partes ou juiz. São leis de ordem pública. 
Obs.: As leis não cogentes também são conhecidas por leis SUPLETIVAS 
ou PERMISSIVAS, protegendo o interesse dos particulares e podendo ser 
modificadas por vontade das partes. 
 
 
Quanto à Imperatividade ou Obrigatoriedade:
COGENTES
-É absoluta;
-Representa um ação ou abstenção;
-Mandamentais ou Proibitivas;
-Proibida a direção alcoolizada;
-Usar o cinto de segurança.
Não COGENTES
-É relativa;
-Representa faculdade de agir ou de 
se abster;
-Permissivas ou Supletivas;
-Casamento (escolha do regime de 
bens).
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1.6- Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Bem, pessoal, esta aula vai girar em torno da chamada Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei nº 4.657/42), 
cuja sigla que adotaremos é a LINDB, ok? Anteriormente, conhecíamos a 
Quanto ao 
Autorizamento
Mais que 
perfeitas
Prevê 2 sanções quando violadas: 
a nulidade do ato e uma pena. 
Ex.: crime de bigamia (penal e 
nulidade do casamento)
Perfeitas
Prevê a nulidade do ato ou a 
possibilidade de sua anulação. 
Ex.: Negócio celebrado mediante 
coação (art. 171, CC)
Menos que 
perfeitas
Prevê a penalidade, mas não a 
anulação do ato. Ex.: Viúvo (a) 
que casa antes do inventário e 
partilha. Pena: casar com 
separação de bens (arts. 1523, I 
e 1641, CC)
Imperfeitas
Nã prevê consequências 
jurídicas, quando violadas. Ex.: 
Dívidas de jogos (art. 814, CC)
Quanto à natureza de suas disposições:
Substantivas (materiais)
-Definem direitos e deveres;
-Estabelecem requisitos, formas e 
exercício;
-Direito Civil e Penal.
Adjetivas
-Definem os meios de alcançar os 
direitos;
-Processuaisou formais;
-Código de processo civil e código 
de processo penal
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Teoria e Questões comentadas 
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LINDB como Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), porém a Lei nº 
12.376/10 alterou o Decreto-Lei em sua ementa; mudou-se de LICC para 
LINDB. Pura formalidade! É o que menos importa para a nossa prova. 
Na verdade, apesar da LINDB ser tratada didaticamente como uma 
norma de introdução ao Direito Civil, na prática é uma lei autônoma aplicada 
também aos demais ramos do Direito – daí a razão para a mudança de 
nomenclatura. A LINDB, portanto, deve ser tratada como uma lei que 
regulamenta outras leis e normas, sendo por isso conhecida pela expressão 
lex legum – sobredireito, superdireito, lei das leis, norma sobre as normas. 
Logo, a LINDB possui de início duas características principais: CONJUNTO DE 
NORMAS SOBRE NORMAS e APLICABILIDADE A TODOS OS RAMOS DO 
DIREITO. 
 
 
 No mais, dessa forma, a LINDB vai tratar dos seguintes pontos: 
 
 
 
3. (CESPE/Delegado de Polícia-AL/2012) Com base no 
que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e 
Direito Civil, julgue os itens subsecutivos. 
Direito
Público
D. 
Constitucional
D. 
Administrativo
D. 
Tributário, 
etc.
Privado
Direito 
Comercial
Direito 
Civil
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
LINDB
Vigência e 
Eficácia das 
normas 
jurídicas
Conflito das 
normas 
jurídicas no 
Tempo e no 
Espaço
Formas de 
Integração
da norma 
jurídica
Normas de 
Direito 
Internacional
Critérios de 
Hermenêutica 
Jurídica
Lex Legum
Interesses 
do Estado 
 
Relações entre 
particulares 
 
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A LINDB é considerada uma lex legum, ou seja, uma norma de sobredireito. 
Comentários 
O item está Certo. A LINDB é considerada uma norma de sobredireito, pois é 
um conjunto de normas sobre normas, que atinge não apenas o direito 
privado, mas também o direito público, possuindo aplicação nos diversos 
ramos do direito. 
Gabarito3: Certo 
 
2- Vigência da lei no tempo 
 
Para estudarmos a vigência das leis no tempo, precisaremos trabalhar 
com alguns conceitos importantes, entre eles, as fases do processo 
legislativo, o significado de vigência, vacatio legis, revogação e 
repristinação. 
 
2.1- Promulgação e publicação 
No âmbito do Direito Constitucional, estuda-se que a criação de uma lei 
segue um procedimento chamado processo legislativo, que pode ser 
sintetizado nas seguintes etapas: 
 
É importante atentar para a diferença entre promulgação e publicação: 
 
 
Iniciativa
Discussão e 
aprovação
Sanção ou Veto
PromulgaçãoPublicação
Promulgação
declara a existência da lei
"nascimento" da lei
Publicação
divulga a existência da lei
exigência para entrada em 
vigor
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2.2- Vigência da lei 
A vigência da lei deve ser contada a partir de sua publicação. Mas, o 
que é vigência? É o período no qual a lei possui obrigatoriedade de 
cumprimento. A partir de sua vigência, a lei produz efeitos para situações 
concretas. Pode ser analisada sob os seguintes aspectos: 
 
Conforme disposto no caput do artigo 1º da LINDB: 
 
Portanto, em regra geral, a vigência da lei ocorre após 45 dias 
contados a partir de sua publicação. Esse é o chamado sistema simultâneo 
ou sincrônico, pois determinou um prazo único para a obrigatoriedade da lei 
em todo o país. 
 
 
 
 
 
4. (CESPE - Auxiliar Judiciário - TJAC/AC - 2012) Com 
base na Lei de Introdução às Normas Brasileiras, julgue os itens a seguir. 
A vigência da norma começa com sua promulgação. 
Comentários 
O item está Errado. Conforme artigo 1° da LINDB, salvo disposição contrária, 
a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada. Portanto, o prazo é de 45 dias e deve ser contado a 
partir da publicação e não da promulgação da lei. 
Gabarito4: Errado 
Vigência
no tempo Início e término dos efeitos
no espaço Território no qual produz efeitos
Salvo
disposição 
contrária
a lei começa 
a vigorar
em todo o 
país
45 dias
depois de 
oficialmente 
publicada
Publicação Vigência 
45 dias 
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2.3- Vigência x Validade x Eficácia da lei 
Não podemos confundir estes 3 (três) institutos em hipótese alguma. 
Isso é pênalti no dia da prova, ok? Vejamos: 
• Validade: os aspectos formais (ou condicional) e materiais (ou finalísticas) 
exigidos pelo ordenamento jurídico foram observados. Exemplo de aspectos 
formais: quórum de votação e aprovação da lei; autoridade competente 
para edição da lei. Exemplo de aspectos materiais: assuntos que podem ser 
objetos de determinado ato normativo. 
• Vigência: relaciona-se à publicidade da lei, pela qual a lei é válida e pública 
perante à sociedade. Assim, a vigência da lei representa a possibilidade, 
em tese, de produção de seus efeitos. Como regra, uma vez que a lei se 
torna válida, ela também se torna vigente e poderá produzir efeitos. Porém, 
durante o período de vacância, a lei é válida, mas não pode produzir 
efeitos. Só uma lei válida pode ser vigente; toda lei vigente é válida. Mas 
nem toda lei válida é, necessariamente, vigente, pois pode estar em seu 
período de vacância. Então, diz-se que a lei é vigente quando existe e pode 
produzir efeitos, por ser formalmente válida. 
• Eficácia: quando a lei está apta a produzir os seus efeitos de forma 
concreta. Podemos conceber a eficácia da norma sob 3 (três) aspectos: 
técnico, fático e social. 
o Eficácia técnica: quando todos os requisitos estatais para sua 
produção concreta de efeitos forem preenchidos. Assim, em tese, a lei 
já pode produzir seus efeitos, pois é uma lei válida e vigente, porém, de 
forma concreta, ainda depende de alguma ação do Estado. Ex.: Lei que 
veda o comércio de determinados produtos agrícolas transgênicos. 
Acontece que determinado órgão ainda divulgará quais produtos estão 
proibidos. Logo, a lei é válida e vigente, mas ainda não possui a 
eficácia. 
o Eficácia fática: relaciona-se a requisitos sociais para produzir efeitos 
da norma. Como por exemplo, uma norma que normatize o uso do 
trem-bala. Ora, não temos ainda o trem-bala para que seja normatizado 
o seu uso na sociedade. 
o Eficácia social: possui eficácia social quando as pessoas a respeitam e 
a cumprem. 
Importa destacar que o art. 8º da LC nº 95/98 afirma que toda lei deve 
indicar, de modo expresso, o início de sua vigência. Este dispositivo tornaria 
inútil o art. 1º da LINDB: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar 
em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. 
A seu turno, pode haver uma lei inválida e sem vigência, mas que 
produza efeitos, ou seja, possua eficácia. Como pode ser isso, professor? Bem, 
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é o caso das chamadas leis temporárias ou excepcionais, que veremos mais 
adiante. 
 
2.4- Vacatio Legis 
Esse período de tempo entre a publicação e o início da vigência é 
chamado de “vacatio legis”. Nesse período de vacatio legis, embora a lei já 
exista, ainda não produz efeitos, não havendo obrigatoriedade deseu 
cumprimento. 
 
 
 
 
 
No entanto, a própria lei pode determinar outro prazo para sua entrada 
em vigor. O prazo de 45 dias para vacatio legis é apenas para os casos em 
que não houver disposição expressa em lei. 
As leis também podem prever sua entrada em vigor na data de sua 
publicação, seria o caso das leis de pequena repercussão. O artigo 8º da 
Lei complementar n° 95/1998 prevê que “A vigência da lei será indicada de 
forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se 
tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de 
sua publicação" para as leis de pequena repercussão”. 
Portanto, a vacatio legis pode ser expressa ou tácita. Observe, ainda, 
que poderá não haver vacatio legis, quando a lei expressamente determinar a 
entrada em vigor na data de sua publicação (leis de pequena repercussão). 
Nos Estados estrangeiros, quando for admitida a obrigatoriedade da lei 
brasileira, a vigência se inicia três meses depois de oficialmente publicada, 
conforme § 1° do artigo 1 da LINDB. 
 
 
 
Vacatio legis
expressa prazo disposto em lei
tácita
45 dias, no país
3 meses, no estrangeiro
Vacatio legis 
Publicação Vigência 
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A contagem do prazo de vacatio legis deve ser feita incluindo a data 
da publicação e do último dia do prazo, de forma que a lei entrará em 
vigor no dia subsequente a sua consumação integral, conforme disciplinado no 
§ 1º do artigo 8º da Lei Complementar no 95/1998. 
 
 
 
O dia da publicação de uma lei está inserido na contagem do prazo de vacatio legis. 
5. (FCC - Analista Judiciário/Área Judiciária - TRT 6ª - 
2012) Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando 
admitida, se inicia, depois de oficialmente publicada, em: 
a) três meses. 
b) noventa dias. 
c) um mês. 
d) trinta dias. 
e) quarenta e cinco dias. 
Comentários 
Letra “a”. Conforme § 1° do artigo 1° da LINDB, nos Estados, estrangeiros, a 
obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois 
de oficialmente publicada. 
Gabarito5: A 
 
2.5- Correções de lei 
No caso de, antes de a lei entrar em vigor, ocorrer nova publicação 
destinada a correção do texto da lei, o § 3° do artigo 1º determina que os 
prazos estudados começam a correr da nova publicação. O § 4° desse artigo 
dispõe que as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
 
 
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2.6- Lei permanente x lei temporária 
Em regra geral, as leis são permanentes (princípio da continuidade), 
mas podem ser temporárias, quando forem expedidas com prazo de duração 
determinado ou com um objetivo que uma vez cumprido exaure seus efeitos. 
Um exemplo de lei temporária seria a lei orçamentária anual. 
 
 
Conforme disposto no caput do artigo 2º da LINDB: 
 
Obs.: Esta regra representa o chamado Princípio da Continuidade ou 
Permanência. 
Também, há as chamadas Leis excepcionais: são aquelas que 
vinculam o seu prazo de vigência a determinadas circunstâncias ou fatos, 
como guerra, epidemia, etc. 
 No caso de leis temporárias ou excepcionais, como já comentamos, são 
exemplos onde a lei pode ser inválida e sem vigência, mas com eficácia, 
produzindo os seus efeitos próprios. Vejamos o exemplo do Código Penal: 
Lei excepcional ou temporária 
Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, 
aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
 
2.7- Revogação 
 Mas, o que é revogação? Significa tornar a lei sem efeito, retirando a 
eficácia dos seus dispositivos (e, portanto, sua obrigatoriedade). Pode ser total 
(ab-rogação) ou parcial (derrogação). 
Lei Temporária
• prazo determinado
Lei Permanente
•prazo INdeterminado
Não se 
destinando à 
vigência 
temporária
a lei terá vigor
até que outra a 
modifique ou 
revogue
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Conforme disposto no § 1° do artigo 2º da LINDB: 
 
 
Portanto, a revogação pode ser expressa ou tácita. Será expressa 
quando houver dispositivo declarando que a lei anterior encontra-se revogada 
(ou parte dela, no caso da revogação parcial) e será tácita quando a lei for 
omissa, mas nova lei regular inteiramente a matéria da lei anterior, ou quando 
for com ela incompatível. 
6. (CESPE – Analista/Área Advocacia - SERPRO - 2013) 
A respeito das normas relativas à aplicação e vigência da lei contidas na Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue os itens seguintes. 
Considerar-se-á revogada uma lei até então vigente quando uma lei nova, 
aprovada segundo as regras do processo legislativo, passar a regulamentar 
inteiramente a mesma matéria de que tratava a lei anterior, ainda que a lei 
nova não o declare expressamente. 
Comentários 
O item está certo. Quando a lei nova regula inteiramente a matéria de que 
tratava a lei anterior, sem declarar expressamente a revogação, ocorre a 
chamada revogação tácita. Conforme § 1° do artigo 2°, a lei posterior revoga 
a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível 
ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
Gabarito6: Certo 
 
Revogação total
(ab-rogação)
toda a lei é tornada sem 
efeito
Revogação parcial
(derrogação)
parte da lei é tornada sem 
efeito
A lei posterior 
revoga a 
anterior quando
expressamente o 
declare
Revogação 
expressa
seja com ela 
incompatível
Revogação 
tácita
regule inteiramente a 
matéria de que tratava a 
lei anterior
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Conforme disposto no § 2° do artigo 2º da LINDB: 
 
 
Ou seja, a norma posterior continua coexistindo com a norma anterior, 
caso não haja incompatibilidade de conteúdo. Um exemplo seria o caso de 
uma lei específica (com disposições especiais) que disciplina o conteúdo de 
uma lei com disposições gerais. Nesse caso, a lei nova não revoga a anterior, 
ambas coexistem no ordenamento jurídico. 
7. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo - TCU - 
2013) Julgue os itens a seguir, com fundamento na Lei de Introdução ao 
Código Civil Brasileiro e na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça 
(STJ). 
Após cinco anos de vigência de lei especial sobre determinada matéria, foi 
editada nova lei contemplando disposições gerais acerca do mesmo tema. 
Nessa situação, a edição da lei mais recente, a qual estabelece disposições 
gerais, revoga a lei anterior especial. 
Comentários 
O item está Errado. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais 
a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior, conforme § 
2° do artigo 2° da LINDB. 
Gabarito7: Errado 
Ainda sobre a revogação expressa ou direta da lei, vale mencionarmos o 
art. 9º da LC nº 95/98: 
Art. 9o da LC 95/98 - A cláusula de revogação deverá enumerar, 
expressamente, as leis ou disposições legais revogadas. 
Logo, o legislador não deve utilizar de expressões vagas como “ficam 
revogadas as disposições em contrário”. 
 
Obs.: ULTRATIVIDADE da lei: ocorre quando a lei revogada continua a 
produzir efeitos jurídicos em relação a determinados fatos ocorridos durante a 
sua vigência. Exemplo: Art. 2.039. O regime de bens nos casamentos 
celebrados na vigênciado Código Civil anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro 
de 1916, é o por ele estabelecido. Portanto, a lei continua a regular fatos 
ocorridos antes de sua revogação. 
 
A lei nova
que estabeleça 
disposições 
gerais ou 
especiais a par 
das já existentes
não revoga nem
modifica a lei 
anterior
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2.8- Repristinação 
Repristinação é a restauração da lei revogada, por ter a lei 
revogadora perdido sua vigência. Vamos associar a um exemplo para facilitar 
o entendimento. Se uma lei “B” revogar uma lei “A” e, posteriormente, uma lei 
“C” revogar a lei “B”, diríamos que ocorreu repristinação se a lei “A” voltasse a 
vigorar, por ter a lei revogadora (lei “B”) perdido a vigência. 
Conforme disposto no § 3° do artigo 2º da LINDB: 
 
 
 
Ou seja, caso não haja disposição em contrário, não haverá 
repristinação. Para entender esse dispositivo vamos imaginar que uma lei “B” 
revogou uma lei “A”. Nesse caso, se uma lei “C” revogar a lei “B”, isso significa 
que a lei “A” não volta a vigorar. 
8. (VUNESP - Auditor Fiscal Tributário Municipal - 
Prefeitura de São José do Rio Preto/SP - 2014) A repristinação consiste: 
a) no lapso temporal entre a promulgação da lei e sua vigência, não podendo 
ser inferior a 45 (quarenta e cinco) dias. 
b) na supressão de lei ou dispositivo legal, em razão da declaração de 
inconstitucionalidade, por controle concentrado. 
c) na revogação tácita de lei, em virtude de lei posterior com ela incompatível. 
d) no suprimento de omissão da lei pela aplicação da analogia, dos costumes 
e dos princípios gerais de direito. 
e) na restauração da lei revogada por ter a lei revogadora perdido sua 
vigência, sendo admitida apenas quando há expressa disposição legal. 
Comentários 
Letra “e”. A repristinação consiste na restauração da lei revogada por ter a lei 
revogadora perdido sua vigência. Conforme § 3o do artigo 2º da LINDB, salvo 
disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei 
revogadora perdido a vigência. Portanto, somente haverá repristinação, 
quando houver expressa disposição legal. 
Gabarito8: E 
Salvo
disposição 
contrária
a lei 
revogada
não se 
restaura
por ter a lei 
revogadora
perdido a 
vigência
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2.9- Erro de direito – princípio da obrigatoriedade 
O artigo 3º da LINDB dispõe que: 
 
 
Portanto, não vale alegar erro de direito, ou seja, alegar 
desconhecimento da lei para deixar de cumpri-la. Eis o princípio da 
obrigatoriedade da lei. 
Porém, não podemos deixar de considerar o teor do art. 8º da Lei de 
Contravenções Penais, que pode relativizar o princípio acima: 
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando 
escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. 
 
 
2.10- Lacuna legal - Integração das normas jurídicas 
Considerando a infinidade de situações existentes na vida em sociedade, 
não é possível que o legislador consiga prever todas as situações em lei. 
Assim, lacunas ou omissões podem ocorrer nas normas jurídicas. Portanto, 
nas situações não previstas em lei, o juiz deverá decidir a respeito. 
Neste sentido, conforme o art. 140 do CPC, “O juiz não se exime de 
decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico”. Já 
o artigo 4º da LINDB dispõe que: 
 
Portanto, no caso de haver uma lacuna legal, não pode o juiz deixar de 
decidir a causa. Nesse caso, ele deve levar em consideração, nessa ordem: 
Ninguém se escusa de 
cumprir a lei
alegando que não a conhece
Quando a lei
for omissa
o juiz decidirá o 
caso de acordo com
analogia
costumes
principios gerais de 
direito
O
R
D
E
M
 
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 Portanto, tais mecanismos são meios pelos quais integra-se o 
ordenamento jurídico. Vejamos, em síntese, cada um deles. 
 
2.10.1 Analogia 
Na ordem, a analogia é o primeiro mecanismo a ser utilizado no caso 
concreto no qual não há um dispositivo legal específico previsto. Assim, 
utiliza-se um outro dispositivo legal aplicado a caso semelhante. 
São requisitos para aplicar-se a analogia: 
 
 Destaca-se ainda a diferença entre a analogia e a interpretação 
extensiva da norma: 
• Analogia: não existe dispositivo legal para determinado caso concreto, 
aplicando-se uma norma que é aplicada a caso semelhante; 
• Interpretação extensiva: ocorre quando se vai além da interpretação 
literal da norma para alcançar determinado caso concreto, sem deixar 
de observar o seu sentido íntimo. Exemplo: Dá-se uma interpretação 
extensiva ao art. 25 do CC para abarcar a companheiro ou o 
companheiro, conferindo-lhe a legitimidade do cônjuge (Art. 25. O 
cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou 
de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o 
seu legítimo curador). 
 
analogia
costumes
princípios 
gerais de 
direito
ANALOGIA 
Requisitos
Não existe de 
dispositivo legal para o 
caso concreto.p
Há semelhança entre o 
caso concreto e a 
hipotese prevista na lei
Os fundamentos lógicos 
e jurídicos são comuns 
aos dois casos
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2.10.2 Costume 
Esgotada as possibilidades de ser empregada a analogia ao caso 
concreto, deve-se utilizar o costume, que é o segundo método de integração 
da lei. O costume nada mais é que a prática reiterada de certo comportamento 
aliada à convicção de sua obrigatoriedade. É uma forma não escrita do direito 
– consuetudinário. 
A doutrina costume destacar 3 tipos de costume no que tange à 
integração da lei: 
1) Secundum Legem: a aplicação do costume está expressamente 
previsto na lei. 
Art. 569 do CC. O locatário é obrigado: II - a pagar pontualmente o aluguel nos 
prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar; 
 
2) Praeter Legem: aplica-se para sanar a omissão da Lei. Ou seja, o 
costume é aplicado como forma de suprir ou complementar a lei. Como 
exemplo, a doutrina cita o caso do cheque pré-datado (ou pós-datado, 
como alguns preferem). De fato, o cheque é uma ordem de pagamento 
a vista e, tecnicamente, não seria possível a emissão de cheque pré-
datado, o que significaria permitir o pagamento a prazo. Acontece que a 
necessidade de crédito na economia nacional fez surgir essa forma de 
emissão do cheque. Portanto, esse é um costume que foi aceito, onde o 
juiz afasta a incidência de crime. 
3) Contra Legem: seria o costume aplicado contra a lei. A corrente 
majoritária é contrária ao costume que vai contra as normas jurídicas, 
já que somente uma lei poderia revogar outra lei; tarefa esta que não 
cabe ao costume. 
 
2.10.3 Princípios gerais do direito 
Após a analogia e os costumes, caso ainda persista a lacuna na lei, os 
princípios gerais do direito poderão ser aplicados ao caso concreto. 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, os princípios gerais do direito são 
“regras que se encontram na consciência dos povos e são 
universalmente aceitas, mesmo não escritas. Tais regras, de caráter 
genérico, orientam a compreensão do sistema jurídico, em sua 
aplicação e integração, estejam ou não incluídas no direito positivo.”. 
 Exemplo: “a boa-fé se presume”. 
 
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2.10.4 Equidade 
De acordo com Paulo Nader, a equidade “é recurso técnico de 
aplicação do Direito, destinado a situar a decisão judicial no prumo da 
justiça. É tarefa que exige sensibilidade e experiência do aplicador, 
pois, ao decidir por equidade, de certa forma desenvolve tarefa 
análoga à do legislador”. 
Portanto, a equidade busca, antes de mais nada, a justiça no caso 
concreto. E, muito embora, não esteja expressamente prevista no art. 4º da 
LINDB, quando a lacuna da lei ainda não tiver sido solucionada, a equidade 
poderá ser empregada como forma de integração, desde que haja 
autorização expressa em lei. Assim é a previsão do CPC: Art. 140, §único. 
O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
 Exemplo: Art. 1.586 do CC. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em 
qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente da estabelecida 
nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais. 
 
9. (CESPE - Técnico Judiciário/Área 
Administrativa/Judiciária - TJSE/SE - 2014) No que se refere aos 
dispositivos da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro e à vigência, 
aplicação, interpretação e integração das leis, julgue o seguinte item. 
Conforme previsão expressa da Lei de Introdução às normas do Direito 
Brasileiro, nas hipóteses de omissão legislativa, serão aplicados a analogia, os 
costumes, a equidade e os princípios gerais de direito. 
Comentários 
O item está Errado. A aplicação da equidade não está expressamente prevista 
na LINDB nas hipóteses de omissão legislativa. Conforme artigo 4o da LINDB, 
quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito. 
Gabarito9: Errado 
 
2.11- Interpretação da norma jurídica - hermenêutica 
Interpretar uma lei, uma norma jurídica, significa determinar a sua 
essência, bem como o seu alcance. O estudo da interpretação e de suas 
teorias dá-se o nome de hermenêutica. Os métodos mais conhecidos de 
interpretação das normas jurídicas são os seguintes: 
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2.12- Conflito de normas no tempo 
 Quando uma nova lei revoga uma lei anterior, o que acontece com as 
relações jurídicas que foram constituídas sob a vigência da lei revogada? 
 Existem dois critérios para o direito intertemporal (resolução de 
conflito das leis no tempo): o das disposições transitórias e o da 
irretroatividade das leis. 
No primeiro, as disposições transitórias trazem regras para regular 
os possíveis conflitos entre a lei nova e a lei anterior. No segundo, entende-se 
que as leis não retroagem, de forma que uma nova lei não atinge situações 
passadas. 
 Em regra geral, as leis não retroagem (irretroatividade das leis), mas 
pode haver retroatividade em determinados casos. 
O artigo 6º da LINDB dispõe que: 
Métodos
de
Interpretação
Gramatical ou filológico: é a interpretação literal da 
norma, conforme cada termo gramatical do texto. 
Lógico: é a interpretação racional conforme o espírito da 
lei pretendido pelo legislador. Prioriza a intenção do 
legislador, em termos lógicos e coerentes com a realidade.
Sistemático: é a interpretação de acordo com o conjunto 
do ordenamento jurídico e os princípios pertinentes. 
Assemelha-se o método lógico, sendo também chamado de 
lógico-sistemático.
Histórico: refere-se a uma análise dos pressupostos da 
norma, verificando a vontade e o objetivo do legislador. 
Verifica-se as circunstâncias da elaboração da norma sob o 
aspecto político, social e econômico. 
Teleológico ou sociológica: é a interpretação que 
pretende adequar o objetivo da norma ao anseio social 
(exigências do bem comum), de acordo com o art. 5º 
da LINDB.
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Os §§ 1° a 3° desse artigo esclarecem que: 
 
 
Portanto, a lei nova atinge apenas os fatos pendentes e futuros, não 
produzindo efeito sobre os fatos passados. Essa proteção, que visa garantir 
segurança jurídica, também está prevista no artigo 5°, XXXVI da Constituição 
Federal, que dispõe que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
Obs.: Sobre a coisa julgada, o Código de Processo Civil assim dispõe: “Art. 
502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna 
imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a 
recurso”. 
 
2.13- Antinomia jurídica 
A antinomia jurídica ocorre quando existem duas (ou mais) normas 
conflitantes, de forma que não há definição de qual deve ser aplicada em um 
caso concreto. 
A lei em vigor
terá 
efeito
imediato geral
respeitados
ato 
jurídico
perfeito
direito 
adquirido
coisa 
julgada
• o já consumado segundo a lei vigente 
ao tempo em que se efetuou
ato jurídico 
perfeito
• os direitos que o seu titular, ou alguém 
por ele, possa exercer, como aqueles 
cujo começo do exercício tenha termo 
pré-fixo, ou condição pré-estabelecida 
inalterável, a arbítrio de outrem
direito 
adquirido 
• a decisão judicial de que já não caiba 
recurso
coisa julgada 
ou caso julgado
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A antinomia real ocorre quando ao aplicar uma norma, viola-se a outra, 
e vice-versa. Como não há como solucionar o impasse, é necessário editar 
uma nova norma para solucionar o conflito em questão. 
 A antinomia aparente ocorre quando a solução é o uso das normas 
integrantes do ordenamento jurídico, visto que o conflito é apenas aparente. 
Nesse caso, aplicam-se os seguintes critérios de na seguinte ordem de 
prevalência: 
 
 
 
 
Por fim, as antinomias classificam-se da seguinte forma: 
 
 
• Antinomia de primeiro grau: conflito de normas válidas que envolve 
apenas um dos critérios do quadro acima. 
• Antinomia de segundo grau: conflito de normas válidas que envolve 
dois dos critérios do quadro acima. 
 
 
Antinomia
real aparente
Hierárquico
Especialidade
Cronológico
Prevalecem as leis especiais em 
relação às gerais 
Prevalecem as leis de hierarquia 
superior: Lei x regulamento 
Prevalecem as leis novas em relação 
às anteriores 
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3- Vigência da lei no espaço 
Para entendermos a vigência das leis no espaço, vamos compreender a 
magnitude da palavra território, conhecer o princípio da territorialidade 
temperada, para então estudarmos as demais regras da LINDB relacionadas 
aos conflitos decorrentes da aplicação espacial das normas. É assunto 
atinente ao Direito Internacional Público e Privado. 
3.1- Território 
 O território pode ser considerado como o território real (extensão 
geográfica do país) somando-se ao território ficto (embora não seja 
geograficamente parte do país, é considerado como seu prolongamento). 
 
Dessa forma, os consulados e as embaixadas brasileiras, assim como 
navios de guerra e aeronaves militares, que se situam geograficamente em 
outros países, pertenceriam ao território ficto. 
3.2- Territorialidade temperada 
O princípio da territorialidade refere-se à obrigatoriedade da lei em 
todo o território nacional. No entanto, devido a situações que surgem com a 
globalização, temos casos em que normas estrangeiras possuem validade em 
território nacional. 
 Por isso, dizemos que o Brasiladota o sistema da territorialidade 
temperada (ou mitigada ou moderada) ou seja, a lei é obrigatória em todo o 
território nacional, sendo também possível que sejam aplicadas leis 
estrangeiras em determinados casos (extraterritorialidade). REGRA: A lei 
brasileira é aplicada em razão da soberania nacional. Exceção: A lei 
estrangeira poderá ser aplicada, conforme o caso e respeitados algumas 
condições. São elas: 
• O artigo 17 da LINDB: 
 
 
 
 
 
Território
real ficto
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• Vale destacar que para que uma sentença estrangeira produza 
efeitos no Brasil, é necessário que haja homologação pelo Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), conforme artigo 105, inciso I, alínea “i” da 
Constituição Federal de 1988: Não se cumprirá sentença 
estrangeira no Brasil sem exequatur (cumpra-se). 
10. (CESPE - Delegado de Polícia – Polícia Civil/AL – 
2012) Com base no que dispões a Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro (LINDB) e Direito Civil, julgue os itens subsecutivos. 
A teoria da territorialidade temperada foi adotada pelo direito brasileiro. 
Comentários 
O item está Certo. Conforme estudamos, o Brasil adota a teoria da 
territorialidade temperada, visto que em determinados casos é permitida a 
aplicação de leis estrangeiras no país (extraterritorialidade). 
Gabarito10: Certo 
 
3.3- Princípio domiciliar – lex domicilii 
 O artigo 7° da LINDB estabelece que: 
 
 
A lei do país em que 
domiciliada a pessoa 
determina as regras sobre
o começo e o 
fim da 
personalidade
o nome a capacidade
os direitos de 
família
As leis, atos e 
sentenças de 
outro país
não terão
eficácia no 
Brasil quando 
ofenderem
soberania
nacional
ordem pública
bons costumes
bem como 
quaisquer 
declarações de 
vontade
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Tendo o art. 7º como exemplo, no que tange 
à capacidade, mesmo que na Argentina uma pessoa adquira capacidade plena 
aos 16 anos, no Brasil essa pessoa será considerada incapaz, pois aqui a 
capacidade plena só é adquirida aos 18 anos, em regra. 
 Assim, o art. 7º da LINDB consagra a lex domicilii (lei do domicílio) 
como critério de conexão para determinar a lei aplicável aos casos concretos 
no Brasil. Este critério segue uma linha contrária ao princípio nacionalístico, 
adotado anteriormente. 
Portanto, as situações relacionadas ao começo e fim da personalidade, 
tais como as presunções de morte, o nome, a capacidade e os direitos de 
família, serão resolvidas segundo o princípio domiciliar previsto no art. 7º da 
LINDB. 
 
3.3.1 Casamento e regime de bens 
Os §§ 1° a 8° do art. 7º tratam do casamento, divórcio e regime de 
bens relacionados ao princípio do domicílio e à territorialidade temperada: 
✓ Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira 
quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração 
=> Independentemente da nacionalidade dos nubentes, se o casamento 
for realizado no Brasil, a lei brasileira deverá ser observada em dois 
aspectos: impedimentos para casar-se e formalidades da celebração. 
 
 O art. 1.521 do CC traz as hipóteses de impedimentos matrimoniais: 
Art. 1.521. Não podem casar: 
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou 
civil; 
II - os afins em linha reta; 
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com 
quem o foi do adotante; 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o 
terceiro grau inclusive; 
V - o adotado com o filho do adotante; 
Casamento 
realizado no Brasil
Aplicação da lei 
brasileira
Impedimentos
dirimentes
(Ex.: art. 1.521, CC)
Formalidades da 
celebração
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VI - as pessoas casadas; 
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou 
tentativa de homicídio contra o seu consorte. 
 
✓ O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades 
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes => Permite 
que os estrangeiros, ao contraírem casamento fora de seu país, possam 
fazê-lo perante o agente consular ou diplomático de seu país, no consulado 
ou fora dele. 
✓ Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do 
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal => o primeiro 
domicílio conjugal escolhidos pelos nubentes com domicílio diverso deve 
reger as situações após o casamento, bem como os casos de invalidade do 
matrimônio. 
✓ O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que 
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro 
domicílio conjugal => mais uma vez a regra do primeiro domicílio 
conjugal quando os nubentes tiverem domicílios diversos. Se o Brasil foi 
escolhido como primeiro domicílio conjugal, a lei brasileira rege o regime 
de bens. 
✓ O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante 
expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega 
do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime 
de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e 
dada esta adoção ao competente registro. 
✓ O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem 
brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 ano da data da 
sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual 
prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas 
as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no 
país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento 
interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já 
proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de 
divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos 
legais. 
✓ Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se 
ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos 
incapazes sob sua guarda => De acordo com o critério da unidade 
domiciliar, no que diz respeito às relações pessoais entre os cônjuges, seus 
direitos e deveres recíprocos, e aos direitos e obrigações decorrentes da 
filiação, aplicar-se a lei do domicílio familiar, estendendo-se aos 
cônjuges e aos filhos menores. 
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✓ Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar 
de sua residência ou naquele em que se encontre => Aquele que não 
possuir domicílio conhecido, será domiciliado no local de sua residência 
acidental ou naquele em que se encontrar, sendo, portanto, vedada a 
hipótese de dupla residência. 
 
11. (FCC - Analista Legislativo – Assembleia 
Legislativa/PB – 2013) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro, é INCORRETO afirmar que a lei do país em que for 
domiciliada a pessoa determina as regras sobre 
a) a qualificação dos bens e as relações a eles concernentes. 
b) o começo e o fim da personalidade. 
c) o nome. 
d) a capacidade. 
e) os direitos de família. 
Comentários 
Letra “a”. Conforme artigo 7o da LINDB, a lei do país em que domiciliada a 
pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade (letra 
“b”), o nome (letra “c”), a capacidade (letra “d”) e os direitos de família (letra“e”). Portanto, não se aplica a qualificação dos bens e as relações a eles 
concernentes (letra “a”). 
Gabarito11: A 
 
3.3.2 Os bens e suas relações 
O artigo 8º da LINDB dispõe que: 
 
 
 
REGRA: aos bens, aplica-se a leis do país em que estiverem situados. 
Exceção: em situações específicas, aplica-se os §§ 1° e 2° do artigo 8º: 
Aplicar-se-á a 
lei do pais
em que 
estiverem
situados
Para qualificar os 
bens
regular as 
relações a eles 
concernentes
E 
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✓ Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto 
aos bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte 
para outros lugares. 
✓ O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja 
posse se encontre a coisa apenhada. 
 
3.3.3 Obrigações 
 
Já com relação às obrigações, o artigo 9º da LINDB dispõe que: 
 
 
Os §§ 1° e 2° desse artigo acrescentam que: 
✓ Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e 
dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas 
as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do 
ato. 
✓ A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar 
em que residir o proponente. 
 
 
O caput do art. 9º traduz a máxima locus regit actum (A lei do local 
rege o ato). Exemplo: As partes presencialmente celebraram contrato em 
país diverso daquele que residem as partes. É uma regra geral de Direito 
Internacional Privado. O Brasil adota esta regra (basta observa o caput do art. 
9º). Prosseguindo, em relação ao §2º, seria uma situação específica, onde a 
obrigação seria celebrada entre pessoas ausentes e a regra a ser aplicada à 
obrigação seria a do “proponente”. Quando se fala em “proponente”, 
entendemos que é a pessoa que propõe o negócio, a obrigação. Logo, acaba 
que é o local onde a obrigação foi proposta (local do proponente) – não é o 
local do aceitante. O art. 435 do CC traz regra semelhante: Reputar-se-á 
celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. 
 
 
 
Para qualificar e 
reger as 
obrigações
aplicar-se-á a lei do 
país em que se 
constituirem
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3.4- Sucessão 
O artigo 10 da LINDB estabelece que: 
 
 
 
Já os §§ 1° e 2° desse artigo tratam sobre a sucessão de bens de 
estrangeiro, conforme esquematizamos abaixo: 
 
 
Ou seja, se a lei pessoal do de cujus (estrangeiro) for menos favorável 
ao cônjuge/filho brasileiro, a sucessão será regida pela lei brasileira, para os 
bens situados no País. 
Por fim, a lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade 
para suceder. 
Em resumo, sobre a sucessão, temos 3 situações: 
 
Obedece à lei do país em 
que domiciliado o 
defunto ou o 
desaparecido
a sucessão
por morte
por ausência
qualquer que seja a 
natureza e a situação 
dos bens
A sucessão de 
bens de 
estrangeiros
situados no 
País
será regulada
pela lei
brasileira em 
benefício
do cônjuge
ou dos filhos
brasileiros 
sempre que 
não lhes seja 
mais favorável 
a lei pessoal 
do de cujus
•Lei do domicílio do defunto ou deseparecido, 
independente da natureza ou situação dos 
bens.
REGRA
•Lei brasileira em benefício do cônjuge e 
dos filhos brasileiros, sempre que a lei do 
de cujus não for mais favorável.
Bens situados no país, 
mas de estrangeiros.
•Aplica-se a lei do domicílio do herdeiro ou do 
legatário
Capacidade para 
suceder
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12. (FCC - Advogado Júnior – Metrô/SP – 2014) 
Christian, empresário alemão, vivia há anos no Brasil com sua esposa 
brasileira e filhos brasileiros. Faleceu em trágico acidente aéreo, deixando 
diversos bens no Brasil. A sucessão dos bens situados no Brasil, em benefício 
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, será regulada 
a) pela lei brasileira ou pela lei pessoal dos pais do de cujus, caso esta última 
seja mais favorável. 
b) obrigatoriamente pela lei brasileira. 
c) obrigatoriamente pela lei pessoal do de cujus. 
d) obrigatoriamente pela lei pessoal dos pais do de cujus. 
e) pela lei brasileira ou pela lei pessoal do de cujus, caso esta última seja mais 
favorável. 
Comentários 
Letra “e”. Conforme § 1º do artigo 10 da LINDB, a sucessão de bens de 
estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do 
cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não 
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
Gabarito12: E 
 
3.5- Disposições diversas – conflito da lei no espaço 
Na sequência, a LINDB aborda diversos pontos relacionados ao conflito 
da lei no espaço. São dispositivos que não são cobrados em prova com tanta 
frequência; quando são, vêm da forma literal, ok? Assim, vejamos tais 
dispositivos na sua forma literal: 
 
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, 
como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que 
se constituírem. 
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou 
estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo 
Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. 
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer 
natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de 
funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou 
susceptiveis de desapropriação. 
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos 
prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos 
agentes consulares. 
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Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o 
réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações 
relativas a imóveis situados no Brasil. 
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e 
segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências 
deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, 
quanto ao objeto das diligências. 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela 
lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não 
admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira 
desconheça. 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de 
quem a invoca prova do texto e da vigência. 
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que 
reuna os seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à 
revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias 
para a execução no lugar em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i 
da Constituição Federal). 
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
O art. 105, I da CF/88 alterou a competência para homologar sentenças 
proferidas no estrangeiro do STF para o STJ. 
 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar 
a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se 
qualquer remissão por ela feita a outra lei. 
Art. 17. As leis, atose sentenças de outro país, bem como quaisquer 
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a 
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades 
consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais 
atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de 
nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país 
da sede do Consulado. 
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a 
separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo 
filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais 
quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as 
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disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão 
alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu 
nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o 
casamento. 
§ 2o É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, 
que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as 
partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado 
próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da 
escritura pública. 
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e 
celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, 
de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos 
legais. 
Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos tiver sido 
recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do 
mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 
90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei. 
 
4- Lei nº 13.655/18: segurança jurídica e eficiência na criação e 
na aplicação do direito público 
Em 25/04/2018 foi sancionada a Lei nº 13.655/18, que dispõe sobre 
segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público. 
Esta lei adicionou 10 artigos à LINDB (o artigo 25 foi vetado). O artigo 
29 deverá observar a vacatio legis de 180 dias. 
Essas alterações trazem à LINDB disposições de direito público, em 
especial ao direito administrativo, financeiro, orçamentário e tributário. 
Logo, devemos ter atenção a essa novidade na LINDB: poderá cair em 
sua prova!!! Por ser uma novidade, o mais provável é sua cobrança na 
literalidade. Segue a transcrição dos artigos introduzidos na LINDB: 
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base 
em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas 
da decisão. 
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida 
imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, 
inclusive em face das possíveis alternativas. 
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a 
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar 
de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o 
caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e 
equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos 
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atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais 
ou excessivos. 
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os 
obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu 
cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados. 
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, 
processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que 
houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente. 
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da 
infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as 
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente. 
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das 
demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato. 
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer 
interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo 
novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição 
quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja 
cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses 
gerais. 
Parágrafo único. (VETADO). 
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à 
validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já 
se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado 
que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas 
situações plenamente constituídas. 
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações 
contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou 
administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e 
de amplo conhecimento público. 
Art. 25. (VETADO). 
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na 
aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade 
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após 
realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, 
celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só 
produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. 
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: 
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os 
interesses gerais; 
II – (VETADO); 
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de 
direito reconhecidos por orientação geral; 
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IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu 
cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. 
§ 2º (VETADO). 
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, 
poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos 
resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. 
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes 
sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor. 
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso 
processual entre os envolvidos. 
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou 
opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. 
§ 1º (VETADO). 
§ 2º (VETADO). 
§ 3º (VETADO). 
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade 
administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de 
consulta pública

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