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PRE modernismo

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O Pré-Modernismo 
 1902 
Vanguardas 
Européias 
 Localização: Não constitui uma escola literária, mas 
um período de transição para o modernismo. 
Naturalismo 
Parnasianismo 
Simbolismo 
1902 
Os Sertões 
Canaã 
1922 
Semana 
de Arte 
Moderna 
Modernismo 
Realismo 
Romantismo 
Pré- 
Modernismo 
Vanguardas 
Europeias 
 
 RUPTURA COM O PASSADO – Os autores adotaram inovações que 
rejeitavam a velha literatura. 
 
 REGIONALISMO – A realidade rural brasileira é exposta sem os traços 
idealizadores do Romantismo. A miséria do homem do campo é 
apresentada de forma chocante. 
 
 LITERATURA-DENÚNCIA – Os livros são em tom de denúncia da 
realidade brasileira. O Brasil oficial é substituído por um Brasil não oficial (sertão 
nordestino, caboclos interioranos, realidade dos subúrbios). 
 
 CONTEMPORANEIDADE – A literatura retrata fatos políticos, situação 
econômica e social contemporâneos, diminuindo a distância entre 
realidade e ficção. 
PONTOS COMUNS NA ESCRITA 
PRÉ-MODERNISTA 
Contexto Histórico 
O momento histórico 
brasileiro interferiu na 
produção literária, 
marcando a transição 
dos valores éticos do 
século XIX para uma 
nova realidade que se 
desenhava, essencialmente 
pautada por uma série de 
conflitos . 
Pontos de conflito no Brasil 
pré-modernista. 
Língua Portuguesa - 3ª Série 
A literatura Pré-modernista 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brasil19-20_conflitos.svg
Posse de Venceslau Brás na 
presidência 
Política do café com leite 
 Greve operária em 1917 
 Fundação do PCB e PC do B 
 em 1922 
 
Grevistas descem a ladeira do Carmo em São Paulo, em 
1917 
Guerra de Canudos (1896-1897) 
 Marginalização dos negros 
recém-libertados 
 Substituição da mão de obra 
escrava pela de imigrantes 
 Greves operárias em São Paulo, 
Recife e Rio de Janeiro 
Marechal Hermes da Fonseca 
assume, em 1910, o governo e 
decreta intervenção em vários 
estados. 
 Guerra do Contestado em 1912 
 Greves operárias em São Paulo 
Primeira Guerra Mundial (1914-
1918) 
 
Contexto histórico 
Continuação do contexto da época 
e o cangaço 
no Nordeste 
 
O fanatismo religioso 
 do Padre 
Cícero 
Antônio 
Conselheiro 
e 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Canga%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nordeste_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_C%C3%ADcero
http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_C%C3%ADcero
http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_C%C3%ADcero
http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_C%C3%ADcero
http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_C%C3%ADcero
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Conselheiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Conselheiro
Principais autores 
 
Euclides da Cunha 
Monteiro Lobato 
Lima Barreto 
Graça Aranha 
Augusto dos Anjos 
 
Euclides da Cunha 
(1866/1909) 
 
 Trabalhou como engenheiro civil no 
meio militar. Escreveu Os Sertões, 
pois testemunhou a Guerra de Canudos como 
correspondente jornalístico. 
 Positivista, florianista e determinista. 
 Foi o primeiro escritor brasileiro a 
diagnosticar o subdesenvolvimento do 
país, diagnosticando os 2 Brasis (litoral 
e sertão). 
Obras principais: 
Os Sertões, Peru versus Bolívia, Castro Alves e seu tempo, Entre os 
seringais, Contrastes e confrontos. 
 “Os dois brasis” 
 Rural 
Em busca da 
modernidade 
Civilizado 
Industrializado 
Anacrônico 
Brutalizado 
Agrário 
 URBANO X 
Fanático 
Os sertões é um livro brasileiro, escrito por Euclides da 
Cunha e publicado em 1902. Trata da Guerra de Canudos (1896-
1897), no interior da Bahia. Euclides da Cunha presenciou uma 
parte desta guerra como correspondente do jornal O Estado de 
S. Paulo. Pertence, ao mesmo tempo, à prosa científica e à prosa 
artística. Pode ser entendido como um obra 
de Sociologia, Geografia, História ou crítica humana. 
 
É dividido em três partes. 
 
1ª parte: A Terra 
2ª parte: O homem 
3ª parte: A luta 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Euclides_da_Cunha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Euclides_da_Cunha
http://pt.wikipedia.org/wiki/1902
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Canudos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bahia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
 
 
 
 
 
 
 - A Terra 
 
 * Análise das condições da terra do 
sertão(geológicas e geográficas), do clima e do seu 
principal problema (a seca e o deserto) 
 
 “Realmente, entre os agentes determinantes da 
seca se intercalam, de modo apreciável, a estrutura e 
conformação do solo. (...) O martírio do homem , ali, é 
o reflexo de tortura maior, mais ampla, abrangendo a 
economia geral da vida. Nasce o martírio secular da 
Terra...” (Os Sertões) 
 
 
http://photos1.blogger.com/hello/191/2091/1024/portinari_paisagem_brodowski.jpg
http://www.euclidesdacunha.org.br/abl_minisites/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=euclidesdacunha
 
 
 
 
 
 
 O homem 
* O homem como produto do meio. Descrição do tipo 
sertanejo, suas características, mentalidade e costumes. 
 
 O jesuíta, o vaqueiro e o bandeirante 
foram os primeiros habitantes brancos que 
migraram para a região. Deram origem aos tipos 
populares que compõem o sertão: o beato, o 
cangaceiro e o jagunço. 
 
“ Vivendo em um meio adverso, o sertanejo é, antes de 
tudo, um forte, um Hércules-Quasímodo, feio, com 
aparência débil e preguiçosa, como uma simplicidade a 
um tempo adorável e ridícula,crédulo, eivado de 
misticismo, mas quando surge um incidente tranfigura-
se.” 
 
http://photos1.blogger.com/hello/191/2091/1024/portinari_paisagem_brodowski.jpg
http://www.euclidesdacunha.org.br/abl_minisites/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=euclidesdacunha
 
 
 
Constituída da narrativa das quatro expedições do Exército enviadas 
para sufocar a rebelião de Canudos, que reunia "os bandidos do 
sertão": jagunços (das regiões do Rio São Francisco) e cangaceiros 
(denominação no Norte e Nordeste). Havia cerca de 20.000 habitantes 
no arraial, na maioria ex-trabalhadores dos latifúndios da região. 
 A luta 
“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu 
até ao esgotamento completo. [...] Caiu no dia 5, ao entardecer, 
quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. 
Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, 
na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.” 
http://photos1.blogger.com/hello/191/2091/1024/portinari_paisagem_brodowski.jpg
http://www.euclidesdacunha.org.br/abl_minisites/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=euclidesdacunha
A guerra de Canudos 
 (1896-1897) 
 
 
 Rebelião de cunho religioso (contra o casamento civil), antirrepublicana 
(contra impostos e “imoralidades” da República) e em favor de maior 
igualdade social, liderada pelo beato Antônio Conselheiro. 
 
 => Situação do NE: fome, seca, violência, desemprego, abandono das 
 autoridades 
 
 Conflito irrompe no sertão da Bahia e os combatentes são seguidores de 
Antônio Conselheiro, Jagunços e sertanejos sem emprego. 
 
A guerra de Canudos (1896-1897) 
 Arraial de Canudos é fundado em 
1893, às margens do Rio Vaza Barris 
por Antônio Conselheiro. 
 
 A comunidade atraiu pessoas 
carentes por lá haver trabalho e acesso 
à terra, sem a exploração dos 
fazendeiros. 
 
Um desentendimento com um lugarejo 
vizinho foi o pretexto para intervenção 
militar, enviada em novembro de 1896. 
100 praças são derrotados pelos 
jagunços. 
 
 
 
 
Vista Geral de Canudos 
Fotos Flávio de Barros,1897 Canudos foi abatido após 4 
expedições militares, a última 
com quase 5 mil homens. 
 
 Antônio Conselheiro, morto 
em 22 de setembro de 1897, 
teve seu corpo exumado e sua 
cabeça decepada. 
 
No final, 300 mulheres, 
velhos e crianças foram 
aprisionados. 
 
 
A guerra de Canudos (1896-1897) 
http://www.algosobre.com.br/images/stories/historia/guerra_de_canudos_01.jpg
 
 
Fotos Flávio de Barros,1897 
A guerra de Canudos (1896-1897) 
Mulheres e crianças 
– Prisioneiros de guerra 
O corpo de Antônio 
Conselheiro 
http://www.algosobre.com.br/images/stories/historia/guerra_de_canudos_01.jpg
GRAÇA ARANHA 
 Canaã: Romance de tese 
(ou romance-ensaio), centrado no 
debate ideológico entre dois 
imigrantes alemães, Milkau e 
Lentz, recém chegados ao Espírito 
Santo. Há uma discussão sobre o 
futuro da sociedade brasileira, 
discussão esta centrada nas ideias 
de clima e de raça. A linguagem da 
obra tem certos acentos 
impressionistas. 
 
(1868-1931) 
 Brasil: Terra de Canaã 
 Com a abolição da escravatura o Brasil passou a 
importar mão-de-obra estrangeira. Surgem os 
conflitos de adaptação e questões raciais. 
Graça Aranha: Canaã 
 Lima Barreto 
Romances principais: 
•Recordações do Escrivão Isaías Caminha 
•Triste Fim de Policarpo Quaresma 
•Clara dos Anjos 
• Mestiço humilde 
• Nasceu e morreu no Rio de 
 Janeiro 
• Funcionário público e jornalista 
• Envolveu-se no alcoolismo 
• Duas vezes recolhido ao hospício 
(1881-1922) 
 O Brasil da Marginalização Urbana 
O negro O funcionário público Os alcoólatras 
Lima Barreto Subúrbio 
Lima Barreto 
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A
 
Projeto 
nacionalista/cultural 
Projeto agrícola 
Projeto político 
“...Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? 
Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la 
muito, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade.” 
 Monteiro Lobato 
• Escritor polêmico. 
• Criticava o atraso do país, mas se 
colocou, num determinado momento 
contra o Modernismo. 
• Criticado por preconceito. 
•Escreveu literatura infantil e 
 literatura “para adulto”. 
“Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.” 
"Um país se faz com homens e livros" 
Colaborou com a imprensa paulista e 
carioca, investiu no ferro e no petróleo, foi 
perseguido pela ditadura do Estado Novo. 
Era apaixonado 
por pintura, 
fotografia e 
artes plásticas. 
(1882-1948) 
 
A Literatura de Monteiro Lobato 
 Literatura (adulta): Urupês, Cidades mortas, Negrinha. 
 
I- estrutura do conto e de linguagem presa ao modelo 
realista tradicional. 
II- registro da zona cafeicultura decadente do interior 
paulista (Cidades mortas). 
III- criação da figura do caboclo brasileiro (o caipira) – 
Jeca Tatu. 
 
Jeca Tatu era um pobre caboclo que morava no mato, 
numa casinha de sapé. Vivia na maior pobreza, em 
companhia da mulher, muito magra e feia, e de vários 
filhinhos pálidos e tristes. 
 
 
 “Jeca Tatu não é assim, ele está assim” 
A frase do escritor José Bento Monteiro Lobato sobre um dos 
seus mais populares personagens, mostra que a sua obra vai 
além das populares histórias infantis do Sítio do Pica-pau 
Amarelo. O trabalho de Lobato olha para várias questões sociais 
brasileiras, dentre elas o problema de saúde pública no país. 
Com Jeca Tatu, Lobato fala sobre uma doença tropical, até então 
totalmente negligenciada: o amarelão. 
 
Linguagem simples e 
marcada pela oralidade, 
denunciando problemas 
nacionais, como a decadência 
das cidades do vale do 
Paraíba após o deslocamento 
da produção de café. 
"Varia a pele, a condição, mas a alma da criança 
é a mesma - na princesa e na mendiga. E para 
ambas é a boneca o supremo enlevo. Dá a 
natureza dois momentos divinos à vida da 
mulher: o momento da boneca - preparatório, e o 
momento dos filhos - definitivo. Depois disso, 
está extinta a mulher." 
 "De escrever para marmanjos já estou enjoado. Bichos sem 
graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo." 
LITERATURA INFANTIL 
Monteiro Lobato recebeu muitas cartas de seus leitores e muitas eram 
dos pequenos leitores, que mencionavam o quanto era fácil ler seus 
livros. O humor também era muito importante. Lobato tinha uma 
maneira envolvente de contar as histórias e transportava as crianças 
para outros mundos. 
 Augusto dos Anjos 
• Poesia da solidão e da 
 decomposição humano-psicológica. 
 
 
 (1884-1914) 
 Autor de um único livro, Eu (1912), Augusto dos 
Anjos teve influência simbolista, naturalista e 
parnasiana. 
 Seus principais temas foram 
a decomposição, o sofrimento, a morte, 
a podridão e a metafísica. 
A metafísica (do grego antigo [metà] = 
depois de, além de; e [physis] = natureza 
ou física) é uma das disciplinas 
fundamentais da filosofia. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grego_antigo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
Arthur Schopenhauer viveu de 1788 a 1860. falava da relação entre sonhos e 
realidade. Para ele, seria impossível distinguir as duas condições. A vida seria 
um sonho muito longo, interrompido durante a noite por outros sonhos 
curtos. O filósofo ainda discutia o porquê de todo ser humano ter a vontade de 
continuar vivendo. Outro tema polêmico levantado por Schopenhauer é o 
sexo. Em suas obras, deixa claro que o amor é apenas um truque da natureza 
na tentativa de preservar a espécie humana. Sua obra ainda observa outros 
pontos como a negação da vontade de viver. 
“A mais rica biblioteca, quando 
desorganizada, não é tão proveitosa quanto 
uma bastante modesta, mas bem 
ordenada. Da mesma maneira, uma grande 
quantidade de conhecimentos, quando não 
foi elaborada por um pensamento próprio, 
tem muito menos valor do que uma 
quantidade bem mais limitada, que, no 
entanto, foi devidamente assimilada”. 
Versos Íntimos 
 
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável 
Enterro de tua última quimera. 
Somente a Ingratidão - esta pantera - 
Foi tua companheira inseparável! 
 
Acostuma-te à lama que te espera! 
O Homem, que, nesta terra miserável, 
Mora, entre feras, sente inevitável 
Necessidade de também ser fera. 
 
Toma um fósforo. Acende teu cigarro! 
O beijo, amigo, é a véspera do escarro, 
A mão que afaga é a mesma que apedreja. 
 
Se a alguém causa inda pena a tua chaga, 
Apedreja essa mão vil que te afaga, 
Escarra nessa boca que te beija! 
 
 
SONETO 
 
Agregado infeliz de sangue e cal, 
Fruto rubro de carne agonizante, 
Filho da grande força fecundante 
De minha brônzea trama neuronial, 
 
Que poder embriológico fatal 
Destruiu, com a sinergia de um gigante, 
Em tua morfogênese de infante 
A minha morfogênese ancestral?! 
 
Porção de minha plásmica substância, 
Em que lugar irás passar a infância, 
Tragicamente anônimo, a feder?! 
 
Ah! Possas tu dormir, feto esquecido, 
Panteisticamente dissolvido 
Na noumenalidade do NÃO SER! 
Ao meu primeiro filho nascido 
morto com 7 meses incompletos. 
2 fevereiro 1911 
 
Noumenalidade: referente a númeno, a 
realidade tal como existe em si mesma, de 
forma independente da perspectiva 
necessariamente parcial em que se dá todo 
o conhecimento humano 
Que é adepto do panteísmo 
(pensador panteísta). 
A árvore da serra 
 
- As árvores, meu filho, não têm alma! 
E esta árvore me serve de empecilho... 
É preciso cortá-la, pois, meu filho, 
Para que eu tenha uma velhice calma! 
 
- Meu pai, por que sua ira não se acalma?! 
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?! 
Deus pôs almas nos cedros... no junquilho... 
Esta árvore, meu pai, possui minha'alma!... 
 
- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa: 
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!" 
E quando a árvore, olhando a pátria serra, 
 
Caiu aos golpes do machado bronco, 
O moço triste se abraçou com o tronco 
E nunca mais se levantou da terra!

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