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eBook_Kit_de_Conteudo_-_Patologias

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COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
1
COMO PREVENIR
PATOLOGIAS DA
CONSTRUÇÃO?
Produção
e-Book
ÍNDICE
Patologia do concreto
Destacamento das placas é a principal 
patologia dos revestimentos cerâmicos
Web Seminário: Manifestações patológicas 
em revestimentos de fachadas: prevenção, 
recuperação e cases de sucesso
Patologias entre alvenaria e lajes de 
cobertura demandam atenção
Patologias do aço: saiba como proteger o 
material contra corrosão
03 
 
17
 
25
 
 
26
 
32
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
3
Patologias do concreto
Redação AECweb / e-Construmarket
Das manifestações às causas, as patologias do 
concreto exigem análise cuidadosa antes da 
escolha do tratamento ideal
Material não inerte, o concreto armado está sujeito a alterações 
ao longo do tempo, em função de interações entre os elementos 
que o constituem (cimento, areia, brita, água e aço), com os 
aditivos e com agentes externos, como ácidos, bases, sais, gases, 
vapores e microrganismos. “Muitas vezes, dessas interações 
resultam anomalias que podem comprometer o desempenho 
da estrutura, provocar efeitos estéticos indesejáveis ou causar 
desconforto psicológico nos usuários”, diz o engenheiro Élvio 
Piancastelli, professor da Universidade Federal de Minas Gerais.
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
4
O professor ensina que é a partir dos sintomas que se inicia todo 
o processo de averiguação das causas e origem do fenômeno 
patológico, fundamental para o correto diagnóstico. O ideal, diz, é 
que as patologias do concreto armado sejam evitadas ou, então, 
tratadas para que não ocorra perda da estrutura ou de peças 
estruturais. “Nos últimos anos as normas vêm incorporando 
essas medidas mais intensamente – critérios de durabilidade 
–, que se fundamentam predominantemente nos mecanismos 
de deterioração do concreto (expansão e corrosão) e do aço 
(corrosão)”, observa, lembrando que tais critérios somados às 
demais recomendações para projeto e execução das estruturas 
constituem as principais medidas da profilaxia.
A fase mais importante desse processo é a do diagnóstico que, 
se for equivocado, implicará intervenções inócuas, dificultando 
estudos futuros, além do inútil gasto de dinheiro. Nas fases iniciais 
do estudo será preciso trabalhar com hipóteses, verificando sua 
veracidade. “Na realidade, nunca há certeza, mas sim redução 
no número de dúvidas. A eficácia do tratamento ou da solução 
só poderá ser confirmada pela resposta satisfatória da estrutura 
ao tratamento”, explica.
Para identificar as causas das patologias do concreto é preciso 
observar suas manifestações que ocorrem normalmente nas 
partes externas das estruturas. No entanto, existem partes 
externas que não são normalmente visualizadas, como as total 
ou parcialmente enterradas (fundações, arrimos, piscinas); as 
faces internas das juntas de dilatação; e as do interior de galerias 
e reservatórios. “Nesses locais, os chamados danos ocultos só 
são detectados se forem programadas e executadas inspeções 
específicas”, afirma.
Fique de olho!
RELAÇÃO SINTOMA X CAUSA
SINAIS DE ALERTA
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
5
(Foto: Shutterstock / Kamolrat)
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
6
As manifestações a seguir podem indicar a existência de 
patologias do concreto.
 ▪ Fissuras e Trincas
 ▪ Desagregação
 ▪ Erosão e Desgaste
 ▪ Disgregação (Desplacamento ou Esfoliação)
 ▪ Segregação
 ▪ Manchas
 ▪ Eflorescência
 ▪ Calcinação
 ▪ Flechas Exageradas
 ▪ Perda de Aderência Entre Concretos 
(nas juntas de concretagem)
 ▪ Porosidade
 ▪ Permeabilidade
“Vale ressaltar que algumas enfermidades são erroneamente 
consideradas sintomas, como o caso clássico da corrosão 
das armaduras, que caracteriza a enfermidade ‘falta de 
homogeneidade’, e cujos sintomas são fissuras e disgregação do 
concreto”, diz Piancastelli.
As fissuras e trincas são os sintomas mais frequentes de problemas 
nas estruturas e com causas muito variadas: “A sua posição em 
relação à peça estrutural, a abertura, a direção, e sua forma de 
evolução (com relação à direção e à abertura), dão indicações 
das causas prováveis. Fissuras são também ocorrências inerentes 
ao concreto armado, visto que as seções são dimensionadas 
nos Estágios II (seção fissurada) ou III (ruptura), não sendo, 
portanto, sempre, manifestação patológica. Sob esse aspecto, a 
diferenciação entre manifestação patológica, ou não, é feita em 
função das aberturas e das causas”.
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
7
De acordo com Piancastelli para a 
especificação do tratamento ideal é 
essencial verificar se a fissura analisada 
é ativa (viva ou instável) – fissuras que 
apresentam variação de abertura –, ou 
inativa (morta ou estável) – aquelas que 
não apresentam variação de abertura.
A checagem pode ser feita com a 
utilização de ‘selos’ rígidos (gesso 
ou plaquetas de vidro coladas), que 
se rompem caso a fissura apresente 
variação de abertura, ou por meio da 
medição direta (fissurômetro) dessa 
variação. Para dar tratamento correto à 
fissura também é importante identificar 
o agente causador.
Agente causador não atuante – a fissura 
pode ser considerada estável
Agente causador atuante – a fissura 
pode ser considerada instável
Como verificar:
FISSURAS ATIVAS OU INATIVAS
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
8
Material Causa Sintoma
No concreto
fresco
Assentamento plástico
Fissuras
Movimentação das formas
Dessecação superficial
Vibrações
Retração hidráulica
Variações térmicas
Esforços solicitantes excessivos, principalmente flexão e cisalhamento
No concreto
endurecido 
Concentração de tensões
Fissuras
Recalques de fundação
Corrosão de armaduras
Retração hidráulica
A seguir, o engenheiro elenca algumas das causas que geram fissuras:
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
9
(Foto: Shutterstock / Tumppstar)
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
10
A origem de uma patologia está relacionada com a etapa da vida 
da estrutura em que foi criada a predisposição para que agentes 
desencadeassem seu processo de formação. Conheça as origens 
das enfermidades do concreto:
 ▪ Defeitos de projeto
 ▪ Defeitos de execução
 ▪ Erosão e Desgaste
 ▪ Má qualidade dos materiais ou uso inadequado
 ▪ Sinistros ou causas fortuitas (incêndios, inundações, 
acidentes etc.)
 ▪ Uso inadequado da estrutura
 ▪ Manutenção imprópria
 ▪ Outras, incluindo origens desconhecidas
 
No Brasil, as principais causas das patologias estão relacionadas 
à execução. A segunda maior causa são os projetos que pecam 
por má avaliação de cargas; erros no modelo estrutural; erros 
na definição da rigidez dos elementos estruturais; falta de 
drenagem; ausência de impermeabilização; e deficiências no 
detalhamento das armaduras.
ORIGENS
INCIDÊNCIA NO BRASIL
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
11
Danos que não comprometem o desempenho estrutural do 
elemento ou o fazem de forma pouco significativa podem receber 
reparos. Élvio Piancastelli ensina que para o bom desempenho é 
fundamental que o substrato (superfícies de concreto e aço) seja 
convenientemente tratado. “São duas as finalidades básicas do 
tratamento: retirar todo material deteriorado ou contaminado e 
propiciar as melhores condições de aderência entre o substrato 
e o material de reparo”, diz, indicando os procedimentos que 
podem ser utilizados:
 ▪ Escarificação manual (talhadeira, ponteiro, marreta)
 ▪ Escarificação mecânica (martelete, rompedor, fresa)
 ▪ Escovamento manual (escova de aço)
 ▪ Lixamento manual ou elétrico (lixas para concreto e aço, 
lixadeira elétrica)
 ▪ Hidrodemolição (equipamento específico)
 ▪ Jateamento de areia (equipamento específico)
REPAROS PARA PEQUENOS 
DANOS 
 ▪ Jateamento de água e areia (equipamento específico)
 ▪ Queima controlada com chama (maçarico)
 ▪ Corte de concreto (disco de corte)
 ▪ Jateamento de ar comprimido (equipamento específico)
 ▪ Jateamento de água fria ou quente (equipamento 
específico)
 ▪ Jateamento de vapor (equipamento específico)▪ Lavagem com soluções ácidas
 ▪ Lavagem com soluções alcalinas (solução de ‘soda 
cáustica’)
 ▪ Aplicação de removedores de óleos e graxas
 ▪ Aplicação de removedores de gordura e ácido úrico - suor 
(álcool isopropílico, acetona)
 ▪ Umedecimento ou saturação da superfície do concreto 
com água (aspersão, pano ou areia molhados)
Manutenção imprópria
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
12
“Na retirada do concreto 
deteriorado ou contaminado, 
deve-se cuidar para que o 
contorno das aberturas seja 
bem definido e suas faces 
laterais apresentem ângulos 
que favoreçam a aderência, 
facilitem a aplicação e garantam 
a espessura mínima do material 
de reparo”, explica. Em qualquer 
caso, a superfície do concreto 
velho que entrará em contato 
com o material de reparo deverá 
ser apicoada para a retirada da 
nata de cimento superficial. Essa 
superfície deverá estar seca ou 
úmida (saturada com superfície 
seca), em função do material a ser 
utilizado.
São aqueles que não ultrapassam a espessura da camada de cobrimento 
das armaduras. “Eles são exigidos em função de disgregações, 
desagregações, segregações, porosidades ou contaminações que 
atingem o concreto de cobrimento das armaduras”, explica. 
Referem-se àqueles cujas profundidades ultrapassam a camada de 
cobrimento das armaduras. “Esse tipo de reparo geralmente surge 
devido à ocorrência de segregações, ninhos, ou presença de corpos 
estranhos ao concreto”, acrescenta
São feitos em função de disgregações, desagregações, segregações, 
erosões, desgastes, contaminações ou calcinações que atingem grandes 
áreas do concreto de cobrimento das armaduras.
Exigem análise do funcionamento do sistema de proteção do aço dentro 
da massa de concreto. “Para tanto, é necessário verificar as relações 
existentes entre o pH do concreto e o potencial de corrosão (potencial 
eletroquímico) do aço. Essas relações foram estudadas por Pourbaix e 
são mostradas no diagrama que leva o seu nome”, indica.
Reparos
superficiais
Reparos
profundos
Reparos superficiais
de grandes áreas
Reparos devidos
à corrosão de
armaduras
REPAROS MAIS COMUNS
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
13
“A corrosão pode ocorrer por 
despassivação da armadura em função 
da diminuição do pH do concreto, devido 
à reação entre o hidróxido de cálcio a ele 
inerente e o CO2 que nele penetra, no 
fenômeno denominado carbonatação, 
facilmente detectado pelo teste de 
fenolftaleina. Acontece, também, pela 
presença de cloretos”, explica Piancastelli.
As intervenções que o professor indica 
são bastante eficazes, entretanto, 
por serem bastante invasivas, exigem 
cuidadosa avaliação do seu impacto 
sobre o comportamento estrutural do 
elemento tratado. O escoramento da 
estrutura é, praticamente, inevitável. “A 
filosofia do tratamento, no caso de ataque 
de cloretos, consiste no isolamento das 
barras da armadura, impedindo seu 
FATORES QUE PROVOCAM 
CORROSÃO
contato com o concreto contaminado”, 
diz, acrescentando que pode ser feito 
com a aplicação de polímeros inibidores 
de corrosão ou com inibidores de 
corrosão adicionados ao concreto ou 
argamassa.
O professor lembra que a proteção 
catódica é teoricamente a maneira mais 
eficiente que se tem para prevenir ou 
interromper um processo corrosivo. “O 
método consiste em abaixar o potencial 
de corrosão das armaduras (zona de 
imunidade do Diagrama de Pourbaix), 
introduzindo-se corrente elétrica no 
circuito formado por todas as barras da 
armadura e metal instalado na superfície 
do concreto. Dessa forma, as armaduras 
passam a fazer parte da região de 
cátodo (região não sujeita à corrosão). 
A proteção catódica pode ser feita por 
ânodos de sacrifício ou por corrente 
impressa. Qualquer uma dessas duas 
técnicas exige manutenção constante por 
profissionais especializados”, diz.
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
14
Nos reparos de fissuras, deve ser determinado se elas são ativas 
ou inativas. As fissuras causadas por retração hidráulica, recalques 
estabilizados e juntas de concretagem mal executadas podem 
ser tratadas como inativas. “Em muitos casos, devidas a esforços 
excessivos, principalmente se forem efetuadas intervenções 
de reforço, podem ser entendidas como inativas. Já as fissuras 
ativas funcionam como ‘juntas naturais’ da estrutura, devendo, 
portanto, ser tratadas como tal. As causadas por variação 
de temperatura são o exemplo típico”, diz Élvio Piancastelli, 
acrescentando que a regra geral é: “se o agente causador da 
fissura não mais atua, ela pode ser tratada como inativa, caso 
contrário, como ativa”. Por outro lado, considerado apenas o 
aspecto de comportamento do reparo, qualquer fissura pode ser 
tratada como ativa.
REPAROS NAS INATIVAS – implicam na restauração da 
monoliticidade do concreto. Consistem, portanto, na aplicação 
de produtos (adesivos) capazes de promover a aderência entre 
os concretos de suas duas faces. Isto pode ser feito por gravidade 
ou por injeção sob pressão (ar comprimido), conforme o caso.
REPAROS NAS ATIVAS (OU INATIVAS COM MONOLITICIDADE 
NÃO EXIGIDA) – feitos por juntas de dilatação. “Para impedir a 
penetração de materiais que impeçam sua livre movimentação 
(pó, areia, brita etc.) ou que sejam deletérios ao concreto (água, 
óleos, fuligens etc.), as ‘novas juntas’ devem ser vedadas com 
mastiques ou outros materiais elásticos”, sugere.
REPAROS ESPECIAIS – são aqueles nos quais é inviável 
a execução de técnicas padronizadas. Nesses casos, são 
empregadas combinações de técnicas, algumas delas com 
adaptações. Procedimentos alternativos são também utilizados.
REPAROS EM FISSURAS
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
15
PINTURA
“Com o objetivo de uniformizar a cor 
da estrutura, após o reparo, pode ser 
feita a pintura estética à base de tinta 
pva, acrílica, epoxídica ou cimentícia, 
utilizando ou não argamassa de 
estucamento. No caso de intervenções 
devidas à corrosão de armaduras, é 
recomendável a aplicação de pinturas 
que visem proteger o concreto contra 
penetração de água e gases”, diz o 
professor, que continua: “é importante 
salientar que elementos estruturais, que 
possam receber umidade por uma ou 
mais de suas faces, só devem receber 
pinturas ou revestimentos nas demais 
faces, se forem permeáveis ao vapor 
d’água. Caso tal regra não seja observada, 
estará criada situação favorável para 
acelerado processo de oxidação de 
armaduras”.
POLIMENTO
O polimento do concreto, recurso 
protetor e estético, raramente é 
adotado por engenheiros e arquitetos. 
No entanto, é um bom mecanismo de 
proteção, pois reduz a área de absorção 
pela diminuição da área desenvolvida da 
superfície exposta do concreto, e reduz 
o tempo de absorção, pelo aumento 
da velocidade de escorrimento da 
água. O tratamento é extremamente 
otimizado, quando, antes do polimento 
do concreto, são aplicados em sua 
superfície produtos impermeabilizantes 
que atuam obturando os capilares 
do concreto, através de formações 
cristalinas insolúveis. “Com um simples, 
mas adequado tratamento, o concreto 
convencional pode se tornar um ‘granito 
raro e impermeável’”.
(Foto: Shutterstock / pixmeeup)
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
16
COLABORAÇÃO TÉCNICA
 Élvio Mosci Piancastelli
É engenheiro civil graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG em 1977, 
com especialização em Estruturas pela Escola de Engenharia da UFMG concluída 1987 
e mestrado em Engenharia de Estruturas pela Escola de Engenharia da UFMG finalizado 
em 1997. É professor adjunto do Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de 
Engenharia da UFMG (graduação e pós-graduação) e consultor nas áreas de Estruturas 
de Concreto Armado, Estruturas de Fundação e Contenção, e Patologia, Recuperação e 
Reforço de Estruturas de Concreto.
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
17
Destacamento das placas 
é a principal patologia dos 
revestimentos cerâmicos
Problema é motivado por falhas no 
assentamento, pelo preenchimento incompleto 
do verso das placas e pela argamassacolante 
aberta há muito tempo
Revestimentos cerâmicos também podem ficar “doentes”, ou seja, 
desenvolver deficiências com o tempo. “A principal patologia que os 
atinge é o destacamento das placas”. O diagnóstico é da engenheira 
Fabiana Andrade Ribeiro, diretora da FCH Consultoria e Projetos 
de Engenharia. Trata-se de uma patologia crítica, sobretudo, 
quando se trata de revestimento em fachadas, o que atemoriza a 
todos, tanto pelo risco de acidentes aos transeuntes, quanto pela 
desvalorização do empreendimento e pelo comprometimento das 
funções de proteção e estanqueidade do edifício.
O destacamento pode fazer com que os revestimentos deixem de cumprir todas as suas funções de 
proteção, estanqueidade e estética (Foto: acervo)
Redação AECweb / e-Construmarket
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
18
“Constato que, na maior parte dos casos, o destacamento 
ocorre por falhas no assentamento das placas cerâmicas, pelo 
preenchimento incompleto do verso das placas e também pelo 
tempo em aberto excedido da argamassa colante”, ressalta a 
engenheira.
As causas não param por aí. Patologias de revestimentos cerâmicos 
como o destacamento podem ocorrer devido à movimentação 
excessiva do edifício; à expansão das placas cerâmicas; ao erro na 
especificação de argamassa colante ou na sua mistura, com uso 
de água em excesso. A engenheira menciona, ainda, o emboço 
com baixa resistência superficial e com material pulverulento em 
sua superfície; uso de rejunte rígido; além de falta de juntas de 
movimentação ou posicionamento inadequado. “São muitas as 
causas, que podem ocorrer isolada ou conjuntamente”, resume. 
O destacamento também pode ocorrer em pisos e paredes 
internas, o que incomoda bastante os usuários, além de fazer 
com que os revestimentos deixem de cumprir todas as suas 
funções de proteção, estanqueidade e estética.
Destacamento devido a falhas no assentamento: preenchimento incompleto do verso da placa 
(Foto: acervo)
Destacamento típico de “tempo em aberto” da argamassa colante vencida (Foto: acervo)
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
19
(Foto: Shutterstock / SunnyMeansSixteen)
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
20
Riscos e desgaste em pisos, manchamentos 
nas superfícies, eflorescências e 
gretamento representam, ainda, outras 
patologias, muitas vezes com danos 
irreparáveis. 
Os riscos em pisos são muito comuns e se 
diferem do desgaste por abrasão. Os riscos 
ocorrem quando há presença de agentes 
com dureza maior que o piso utilizado. Em 
grande parte das vezes, a areia presente 
na obra já faz com que o produto cerâmico 
sofra precocemente desse defeito, antes 
mesmo do seu uso pelo consumidor final.
“Embora sejam dois tipos de patologias 
muito confundidas e até mesmo 
associadas, os riscos e o desgaste por 
abrasão decorrem da especificação 
incorreta do revestimento cerâmico em 
pisos, e ao excesso de areia e material 
OUTRAS DEFICIÊNCIAS
abrasivo durante a obra”, alerta a 
consultora.
Os manchamentos por ataque químico 
são comuns e ocorrem pelo uso incorreto 
de ácido durante a limpeza de pisos, seja 
logo após a obra, seja durante o seu uso. 
O ácido danifica permanentemente o 
esmalte das placas e a única possibilidade 
de reparo neste caso é a substituição do 
piso. 
Já o gretamento ocorre pela dilatação 
diferencial entre o esmalte e o biscoito 
da placa cerâmica. É um dano também 
irreparável e pode retratar algum 
problema na fabricação. Peças com 
esse tipo de patologia de revestimento 
cerâmico podem ser rejeitadas pelo 
consumidor.
Areia sobre piso cerâmico durante a obra: grande
possibilidade de riscos precoces em piso ainda não
utilizado pelo consumidor final (Foto: acervo)
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
21
O desempenho em piso, parede e fachadas varia de acordo com a 
região da obra. “No litoral, por exemplo, temos demandas muito 
diferentes, e os revestimentos cerâmicos terão funções mais 
importantes ainda no desempenho da edificação”, observa.
Por tudo isso, é importante que o projeto apresente 
especificações adequadas para cada situação. Mas não basta a 
especificação correta das placas cerâmicas. Esse detalhamento 
deve alcançar a argamassa colante para cada caso. “Podemos ter 
a melhor argamassa do mundo, mas se a mão de obra não utilizá-
la corretamente, seguindo também o rigor no assentamento das 
placas, é possível que não se alcance o resultado e o desempenho 
esperados. Pode acontecer até mesmo de se perder todo o 
serviço”, lamenta a especialista, recomendando o treinamento da 
mão de obra no início dos serviços. É indispensável a fiscalização 
diária da forma de mistura da argamassa e do tempo em aberto, 
assim como a retirada de algumas peças para verificação do 
preenchimento do verso.
Superfície esmaltada de placa cerâmica gretada (Foto: acervo)
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
22
A engenheira Fabiana Ribeiro explica que a indústria de 
revestimento cerâmico adota dois processos produtivos na fase 
de mistura das matérias-primas, identificados como via seca e via 
úmida.
No processo por via úmida, os materiais são dosados, e é 
adicionada água à mistura. É um pouco mais complexo, pois a 
massa pode ser composta por meio da mistura de diferentes 
tipos de argilas que, adicionadas à água, formarão uma massa 
mais fina e uniforme quando comparada à massa obtida por meio 
do processo de via seca. Nesse segundo processo, a seleção das 
matérias-primas busca dar cor branca ou clara à massa das placas 
(biscoito ou suporte). 
No processo por via seca, a matéria-prima é essencialmente a argila 
e não é utilizada água na mistura. No Brasil, são utilizadas massas 
constituídas por argilas vermelhas, com partículas mais grosseiras 
do que nas massas preparadas por via úmida. Como vantagens 
desse processo destacam-se os menores custos energéticos e o 
menor impacto ambiental das instalações industriais.
“A indústria cerâmica brasileira segue rigorosamente as normas 
técnicas, é uma indústria séria que se destaca internacionalmente 
pela qualidade e rigor técnico. E a indústria de argamassa também 
não fica atrás. O que percebo negativamente, em determinados 
casos, são deficiências na área comercial dessas empresas, que 
nem sempre auxilia corretamente arquitetos nas especificações. 
Neste sentido, há o que se crescer, também visando à redução de 
patologias”, conclui a especialista.
VIA SECA, VIA ÚMIDA
Podemos ter a melhor argamassa do 
mundo, mas se a mão de obra não utilizá-
la corretamente, seguindo também o rigor 
no assentamento das placas, é possível 
que não se alcance o resultado e o 
desempenho esperados. Pode acontecer 
até mesmo de se perder todo o serviço
- Fabiana Andrade Ribeiro
“
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
23
O descolamento de peças cerâmicas, ocorrido em obras 
nos estados da Bahia, do Paraná, do Rio de Janeiro e de São 
Paulo, mobiliza o SindusCon-SP. A seu pedido, a Comissão 
de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade 
(Comat) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção 
(CBIC) realiza pesquisa para identificar as causas e apontar 
soluções técnicas.
Paralelamente, um grupo de trabalho (GT) estuda o 
problema sob a coordenação do sindicato da construção 
em parceria com a Associação Nacional dos Fabricantes 
de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e 
Congêneres (Anfacer), o Sindicato Nacional da Indústria 
de Produtos de Cimento (Sinaprocim) e o Sindicato da 
Indústria de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo 
(Sinprocim).
O SindusCon-SP já verificou que o problema se concentra 
nas cerâmicas produzidas no sistema via seca – segundo 
a Anfacer, 70% das cerâmicas do mercado são produzidas 
dessa forma. Devido aos seguidos e custosos problemas, 
alguns representantes das empresas abandonaram a 
tecnologia via seca, migrando para via úmida.
Segundo o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do 
SindusCon-SP, Jorge Batlouni, pelo menos um terço das 
empresas integrantes do CTQ enfrentam a patologia de 
revestimentos cerâmicos.“O problema acaba aparecendo 
depois que as obras estão entregues. Isso gera um desgaste 
e torna difícil trabalhar com o morador no apartamento. 
Queremos achar um caminho para essa questão”.
DESCOLAMENTO PREOCUPA 
CONSTRUTORES
O problema acaba aparecendo depois 
que as obras estão entregues, o que gera 
um desgaste e torna difícil trabalhar com 
o morador no apartamento
- Jorge Batlouni
“
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
24
COLABORAÇÃO TÉCNICA
 Fabiana Andrade Ribeiro
Engenheira Civil, mestre pela Escola Politécnica (POLI) da Universidade de São Paulo 
(USP). Sócia-diretora na empresa FCH Consultoria e Projetos de Engenharia. Coordenou 
e é responsável por projetos de alvenaria de vedação e revestimentos de fachadas de 
mais de 40 shopping centers em todo país nos últimos anos, além de condomínios 
residenciais e edifícios coorporativos. Atua também em diversas construtoras como 
consultora para diagnóstico e tratamento de patologias em revestimentos. Atualmente 
é professora no curso Gestão e Tecnologia de Sistemas Construtivos de Edificações da 
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É autora do livro Juntas de Movimentação 
em Revestimentos Cerâmicos de Fachadas (Editora Pini, 2010).
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
25
Quer saber mais 
sobre patologias de 
revestimentos cerâmicos? 
Web Seminário
Assista à palestra e saiba como prevenir e recuperar patologias 
em revestimentos de fachadas
Tópicos:
1. Problemas nos revestimentos no pós obra das empresas
2. Problemas mais frequentes em revestimentos internos em pintura
3. Problemas mais frequentes em revestimentos internos em 
cerâmica
4. Problemas mais frequentes em revestimentos externos em pintura
5. Problemas mais frequentes em revestimentos externos em 
cerâmica
6. Conceito de “Controle Tecnológico de revestimentos”
7. Novas técnicas de detecção de falhas em revestimentos
8. Metodologias de reparo
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COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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Patologias entre alvenaria 
e lajes de cobertura 
demandam atenção
Fissuras, trincas e infiltrações podem ser 
evitadas com cuidados especiais durante as 
etapas de projeto e execução. Saiba como 
prevenir e corrigir eventuais problemas
O encontro entre as alvenarias e a laje de cobertura está entre 
os pontos das edificações mais suscetíveis ao aparecimento 
de patologias construtivas, as quais prejudicam a estética e a 
durabilidade das estruturas e ainda podem comprometer a 
salubridade da construção.
Além de fissuras e trincas, a estrutura também está suscetível a infiltrações
(Foto: Shutterstock / Bruno Rodrigues B Silva)
Texto: Juliana Nakamura
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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O problema se dá porque paredes de 
blocos e lajes de concreto se movimentam 
e deformam de maneiras diferentes 
quando expostas às ações do vento e 
às variações térmicas e higroscópicas 
(umidade). Quando as tensões geradas por 
tais deformações superam as resistências 
dos materiais, surgem fissuras e trincas. 
Também podem acontecer infiltrações, 
caso a água encontre livre passagem pelas 
aberturas criadas.
De acordo com a engenheira Rejane 
Berezovsky, diretora do Instituto Brasileiro 
de Avaliações e Perícias de Engenharia de 
São Paulo (IBAPE-SP), falhas na amarração 
das alvenarias e no encunhamento da 
última fiada junto à laje são os principais 
motivadores dessas patologias.
As ações para evitar que tais patologias 
aconteçam começam com uma 
concepção cuidadosa da interface entre a 
alvenaria e a laje de cobertura e passam 
por um maior rigor no tratamento de 
detalhes construtivos. Em primeiro lugar, 
é preciso um projeto de revestimento 
concebido com uma visão sistêmica da 
obra. “Esse projeto deve compatibilizar as 
movimentações estruturais, a arquitetura 
do empreendimento, os materiais a 
serem utilizados, a produção prevista 
em obra e as situações de exposição do 
empreendimento”, cita o engenheiro 
Renato Sahade, consultor especializado 
em patologas construtivas.
Durante a execução também é preciso 
adotar uma série de estratégias para 
controlar a movimentação dos materiais 
e, consequentemente, a ocorrência de 
COMO EVITAR? patologias. Entre elas destacam-se o uso de telhados ou de isolantes térmicos 
nas lajes de cobertura para minimizar os 
gradientes térmicos. Da mesma forma, 
é válido o uso de telas de reforço nas 
argamassas de revestimento e de juntas 
de movimentação seladas devidamente 
previstas em projeto. “No caso da alvenaria 
estrutural, no encontro entre a cobertura 
e a alvenaria, recomenda-se que a laje 
se apoie sobre uma placa de neoprene 
colocada sobre a canaleta grauteada e se 
crie uma junta de dilatação no painel de 
laje maciça”, recomenda Sahade.
No caso da alvenaria estrutural, 
no encontro entre a cobertura 
e a alvenaria, recomenda-se 
que a laje se apoie sobre uma 
placa de neoprene colocada 
sobre a canaleta grauteada e se 
crie uma junta de dilatação no 
painel de laje maciça
- Renato Sahade
“
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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(Foto: Shutterstock / avtk)
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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As patologias que surgem no último pavimento das edificações 
costumam apresentar características muito próprias. Na alvenaria 
convencional, o problema se manifesta primeiramente com 
fissuras no revestimento interno, na parte superior da parede. Já 
na alvenaria estrutural, o primeiro sinal de que algo está errado 
é quando surgem fissuras justamente no encontro da laje com a 
parede.
Uma vez diagnosticada a anomalia e, principalmente, a razão de 
sua origem, é possível partir para ações de recuperação, que não 
devem se limitar à correção superficial. Uma ação importante 
para evitar novos problemas é diminuir o gradiente térmico ao 
qual a laje de cobertura está sujeita, com o uso de telhados com 
telhas térmicas. “Também podem ser utilizados isolantes térmicos 
previstos no sistema de impermeabilização ou o sombreamento 
das lajes com placas pré-moldadas de concreto apoiadas sobre 
macacos ajustáveis formando um colchão de ar entre a laje e a 
placa”, destaca Sahade, lembrando que o objetivo é criar uma 
barreira contra a ação direta do sol.
Para o tratamento das fissuras e trincas é possível adotar duas 
ações. A primeira é o travamento executado por meio do reforço 
das argamassas com telas metálicas eletrosoldadas ou com telas 
COMO CORRIGIR FISSURAS de fibra de vidro álcali-resistentes. Outra correção é com a criação de uma junta de movimentação selada no local onde a patologia 
surgiu.
Mais recentemente, para o tratamento de trincas nas interfaces 
com a cobertura, passou-se a adotar outros recursos, como as 
membranas acrílicas aplicadas como pintura e reforçadas com telas 
de poliéster com bandagem central de polietileno, e as pinturas 
elastoméricas ou poliméricas flexíveis, para o envelopamento das 
fachadas. Todos esses materiais devem ser utilizados de forma 
sistêmica. “A solução nunca advém de um material isolado, mas 
de um conjunto de sistemas ou processos que envolvem o preparo 
da base, a camada de dessolidarização, o uso do material de 
tratamento ou recuperação e, por fim, o material de acabamento”, 
alerta Renato Sahade.
A solução nunca advém de um material 
isolado, mas de um conjunto de sistemas 
ou processos que envolvem o preparo 
da base, a camada de dessolidarização, 
o uso do material de tratamento ou 
recuperação e, por fim, o material de 
acabamento
- Renato Sahade
“
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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Várias ações previstas em projeto podem diminuir a movimentação 
da laje e desvincular a estrutura da alvenaria, reduzindo a 
ocorrência de patologias.Entre elas, destacam-se:
 ▪ Sombreamento e criação de camada de isolamento 
térmico 
 ▪ Cura controlada 
 ▪ Impermeabilização flexível da laje 
 ▪ Seccionamento da laje (criação de juntas) 
 ▪ Junta de movimentação entre viga e alvenaria 
 ▪ Entelamento do revestimento 
 ▪ Molduras de acabamento na parede 
 ▪ Execução de junta deslizante no apoio da laje na 
alvenaria estrutural
CHECKLIST
(Foto: Shutterstock / Anze Furlan)
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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COLABORAÇÃO TÉCNICA
Rejane S. Berezovsky
Engenheira civil, diretora do Instituto Brasileiro de 
Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE-
SP) e coautora do livro “Inspeção Predial – Check-up 
Predial: Guia da boa manutenção”. Especializada em 
engenharia diagnóstica, inspeção predial, avaliações de 
imóveis e perícias, ministra cursos de Laudo de Vistoria 
de Vizinhança.
Renato Sahade 
Engenheiro civil, mestre em Tecnologia de Construção 
de Edifícios pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas 
de São Paulo). Consultor em patologia de revestimentos, 
atua em mapeamento de fachadas, patologias de 
vedações, revestimentos argamassados e cerâmicos. É 
professor da pós-graduação do IPT, Inbec e Educ. Eng/
Crea-ES nas cadeiras de Patologia de Revestimentos e 
Sistemas de Recuperação.
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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Patologias do aço: saiba 
como proteger o material 
contra corrosão
A forma de manifestação depende do material, 
do meio de exposição, da combinação metal/
meio, e de associações inadequadas de dois ou 
mais metais diferentes. Entenda
O aço oferece uma combinação de alta resistência, baixo custo 
e facilidade de fabricação. Porém, uma das principais patologias 
desse material é a corrosão, que pode diminuir a sua vida útil. 
“A corrosão do aço-carbono e de outros materiais metálicos 
expostos a meios corrosivos, como água, concreto, solo, produtos 
químicos e a própria atmosfera, ocorre devido à transferência 
de espécies entre o metal e o meio”, explica Adriana de Araújo, 
pesquisadora do Laboratório de Corrosão e Proteção do Instituto 
de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Ela completa: “Neste processo, 
os metais perdem elétrons, que ficam na forma de íons e reagem 
com outras espécies existentes no meio, formando óxidos, sais, 
hidróxidos, conhecidos como produtos de corrosão”.
Avaliação da estrutura de um píer com estacas com camisa metálica e concreto armado 
(Foto: Divulgação_IPT)
Texto: Vanessa Moura
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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De acordo com a pesquisadora, a corrosão 
pode se manifestar de diversas maneiras, 
dependendo do material, do meio de 
exposição, da combinação metal/meio, 
de associações inadequadas de dois 
ou mais metais diferentes etc. Os tipos 
mais conhecidos e de maiores interesses 
práticos são a generalizada, a localizada, e 
também a corrosão resultante da conexão 
de metais diferentes, conhecida como 
galvânica. Veja a seguir como acontece 
cada uma delas.
A corrosão generalizada é um dos tipos 
de desgaste mais comuns nas estruturas 
das construções atmosféricas. Pode ser 
percebida pela formação de camada 
de produtos de corrosão em toda a 
extensão do metal exposto ao ambiente. 
Costuma atingir grandes áreas de uma 
dada estrutura ou componentes das 
construções, sobretudo suas fachadas. A 
maioria dos metais e das ligas metálicas 
sofre corrosão generalizada, que, apesar 
do nome, não atinge de maneira uniforme 
toda a superfície do metal. É por isso, 
inclusive, que a superfície corroída se 
torna irregular.
As áreas que corroem (liberação de 
elétrons) são chamadas de anódicas, 
enquanto as que não corroem (recebem 
os elétrons, ocorrendo reações com 
TIPOS DE 
CORROSÃO
CORROSÃO 
GENERALIZADA
elementos do meio aquoso) são 
chamadas de áreas catódicas. Neste tipo 
de corrosão, as áreas anódicas e catódicas 
são distribuídas aleatoriamente na 
superfície, e é por essa razão que acontece 
esse aspecto generalizado da corrosão. 
Essa separação acontece em função da 
heterogeneidade do material, de regiões 
deformadas mecanicamente, da presença 
de inclusões e de microconstituintes de 
ligas, entre outros fatores.
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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A corrosão por pite costuma ocorrer em metais passiváveis 
(aqueles que recebem película protetora de óxidos do metal, 
também conhecida como película passivante), manifestando-
se pela formação de furos no metal, gerando pequenos poços 
localizados. Ânions cloreto, hipoclorito e brometo provocam esse 
tipo de corrosão. Especialmente os cloretos são os responsáveis 
pela maior parte dos casos de corrosão por pites.
Em geral, a corrosão em frestas acontece em uma área localizada 
e costuma acometer os metais mais resistentes, como o titânio, o 
alumínio e os aços inoxidáveis. Esse tipo de desgaste também pode 
ocorrer em metais ferrosos e em outras ligas menos resistentes, que 
são expostos a ambientes oxidantes ou passivantes. De qualquer 
maneira, essa situação restringe-se a frestas demasiadamente 
estreitas, que são formadas quando são utilizados parafusos ou 
arruelas, presentes também em juntas sobrepostas e depósitos 
de superfície, além de outras diversidades superficiais, como, por 
exemplo, trincas e outras deformidades metalúrgicas.
CORROSÃO LOCALIZADA (POR PITE)
CORROSÃO LOCALIZADA (EM FRESTAS)
Neste processo [de corrosão], os metais 
perdem elétrons, que ficam na forma de íons 
e reagem com outras espécies existentes 
no meio, formando óxidos, sais, hidróxidos, 
conhecidos como produtos de corrosão
- Adriana de Araújo
“
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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Este é, possivelmente, o tipo de corrosão 
mais encontrado, especialmente 
em estruturas que ficam expostas a 
ambientes marinhos, como torres de 
geradores eólicos e plataformas de 
petróleo, por exemplo. Ela é caracterizada 
por um processo eletroquímico, que 
normalmente ocorre entre metais 
ou duas ligas metálicas dissimilares, 
conectadas eletricamente e em contato 
com o meio corrosivo. Nesse tipo de 
corrosão, o metal menos-nobre (também 
chamado de ânodo) corrói e protege 
galvanicamente o metal mais nobre 
(cátodo). A ocorrência e a intensidade 
desse processo dependem, entre outros 
fatores, da condutividade do meio, do 
potencial de corrosão e da relação de 
área metal mais nobre ou menos nobre.
Para evitar todos esses tipos de corrosão, 
o aço – assim como qualquer outro 
elemento estrutural – deve passar por 
um processo de manutenção e prevenção 
de patologias decorrentes do uso e do 
tempo.
Para Heloísa M. Maringoni, engenheira 
da Cia de Projetos, é necessário levar 
em conta alguns fatores para proteger 
o aço das agressões do meio: escolha 
do material, pintura, galvanização e, em 
particular, os detalhes da composição 
das peças, sua fixação e interfaces com 
demais elementos estruturais. “Para 
protegê-lo no caso de incêndio, o aço 
sofre grandes deformações sob altas 
temperaturas, por isso deve ser revestido 
por elementos que retardem o processo 
de deterioração, seja por recobrimento 
com elementos inertes ao fogo ou por 
CORROSÃO GALVÂNICA PREVENÇÃO DE 
PATOLOGIAS
pinturas intumescentes”, esclarece a 
profissional. 
São muitas as medidas de proteção e 
controle da corrosão do aço, mas há 
quatros formas comprovadas que podem 
(e, às vezes, devem) ser adotadas:
 ▪ Substituir o material metálico 
por outro tipo mais resistente 
à agressividade do meio de 
exposição ou que apresente taxa 
de corrosão pouco significativa. 
No caso de estruturas de concreto 
armado, pode-se substituir o aço-
carbono de armadura por ligas 
especiais, incluindo armaduras de 
aços inoxidáveis ou de material 
não metálico. É possível, ainda, 
desenvolver concretos mais 
densos e resistentes ao ingresso 
de substâncias potencialmente 
corrosivas às armaduras de aço-
carbono
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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 ▪ Modificar o meio de exposição 
que o material está presente, 
usualmente restrito a sistemas 
fechados, já que o meio pode sercondicionado com controle do pH ou 
da adição de inibidor de corrosão. No 
caso de componentes de concreto 
armado, é possível mudar o meio 
de embutimento da armadura 
pela realcalinização ou extração 
de cloretos no concreto de seu 
cobrimento, como também adicionar 
inibidor de corrosão no concreto 
fresco ou na sua superfície (no caso 
de elementos existentes)
 ▪ Interpor barreiras entre o meio e 
o metal, em geral feito graças ao 
seu revestimento superficial, com 
material orgânico (pintura epóxidica 
ou poliuretânica) ou inorgânico 
(revestimentos metálicos). No caso 
de estruturas de concreto armado, 
o revestimento pode ser feito tanto 
na superfície do concreto (material 
orgânico) como na superfície da 
armadura de aço-carbono, com 
revestimento de zinco (galvanização) 
ou revestimento dúplex (aspersão 
de zinco e pintura epóxidica). Essas 
mesmas proteções se aplicam a 
estruturas metálicas atmosféricas, 
sendo a mais comum a galvanização 
do aço-carbono ou a aplicação 
de esquemas de pintura de alto 
desempenho
 ▪ Aplicar um potencial externo 
(proteção catódica) para a redução 
do potencial eletroquímico do 
sistema metal/meio para valores mais 
negativos do que o potencial natural 
de corrosão do sistema, reforçando 
sua imunidade contra a corrosão ou 
reduzindo a uma taxa de corrosão 
pouco significativa. Quando se trata 
de estruturas metálicas enterradas 
ou imersas em água do mar, por 
exemplo, certamente é a forma 
mais eficaz. No caso de estruturas/
componentes de concreto armado, 
esse tipo de proteção é mais usual 
em sistemas de recuperação, com 
uso de ânodo de sacrifício fixado 
junto à armadura exposta na região a 
receber o material de reparo.
Dentre todos os métodos 
mencionados, o revestimento 
superficial por meio da pintura 
é o mais comum na proteção 
anticorrosiva de estruturas e 
componentes metálicos ou de 
concreto armado ou protendido, 
justificado, principalmente, pela 
sua versatilidade de aplicação e 
pelo acabamento estético que 
confere aos substratos.
Para protegê-lo no caso de 
incêndio, o aço sofre grandes 
deformações sob altas 
temperaturas, por isso deve 
ser revestido por elementos 
que retardem o processo 
de deterioração, seja por 
recobrimento com elementos 
inertes ao fogo ou por pinturas 
intumescentes
- Heloísa M. Maringoni
“
COMO PREVENIR PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO?
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COLABORAÇÃO TÉCNICA
Adriana de Araújo
Pesquisadora do Laboratório de Corrosão 
e Proteção do Instituto de Pesquisas 
Tecnológicas (IPT).
Heloísa M. Maringoni 
Engenheira Civil na Cia de Projetos
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