Buscar

EXECUÇÃO PENAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 113 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 113 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 113 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Livro Eletrônico
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
55314334925 - marcos santos
 
Sumário 
1 –Órgãos de Execução Penal............................................................................................................................................................ 2 
2 – Estabelecimentos penais...............................................................................................................................................................18 
3 - Guia de recolhimento....................................................................................................................................................................27 
4 - Fixação de regime e unificação de penas......................................................................................................................................30 
5 - Progressão e regressão de regimes................................................................................................................................................36 
6 - Autorizações de saída...................................................................................................................................................................49 
7 - Remição........................................................................................................................................................................................55 
8 - Livramento condicional ...............................................................................................................................................................63 
9 - Lista de questões sem comentários...............................................................................................................................................70 
10 – Lista de questões com comentários............................................................................................................................................84 
11 – Resumo.....................................................................................................................................................................................108 
12 – Gabarito...................................................................................................................................................................................111 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
1 
 
DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PENAL 
 
ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PENAL 
 A LEP, em seu art. 61, elenca 8 órgãos de execução penal: 
1) Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (arts.62/64 da LEP); 
2) Juízo da Execução (arts. 65/66 da LEP); 
3) Ministério Público (arts.67 e 68 da LEP); 
4) Conselho Penitenciário (arts. 69 e 70 da LEP) 
5) Departamentos Penitenciários ( arts. 71/77 da LEP) 
6) Patronato (arts. 78/79 da LEP) 
7) Conselho da Comunidade (arts. 80 e 81 da LEP) 
8) Defensoria Pública (arts. 81-A e 81-B da LEP) 
 CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL e PENITENCIÁRIA 
 O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), com sede na capital da República, 
é órgão subordinado ao Ministério da Justiça, composto por 13 (treze) membros titulares e 5 (cinco) 
suplentes, designados pelo Ministro da Justiça para mandato de 2 (dois) anos. A cada ano é renovado 1/3 de 
seus componentes. 
 Em razão da interdisciplinaridade dos assuntos que tramitam nesse Conselho, seus integrantes serão 
escolhidos dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e 
ciências correlatas, além de representantes da comunidade e dos Ministérios da área social. 
 De acordo com o art. 64 da LEP, incumbe ao CNPCP, em âmbito federal ou estadual: 
 I – propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça 
Criminal e execução das penas e das medidas de segurança; 
 II – contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e 
prioridades da política criminal e penitenciária; 
 III – promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades do 
País; 
 IV – estimular e promover a pesquisa criminológica; 
 V – elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor; 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
2 
 
 
 VI – estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de 
albergados; 
 VII – estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal; 
 VIII – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante 
relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da 
execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as medidas 
necessárias ao seu aprimoramento; 
 IX – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de 
sindicância ou procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes à execução penal; 
 X – representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de 
estabelecimento penal. 
 Segundo consta do item 187 da Exposição de Motivos da LEP, a implantação do Conselho Nacional 
de Política Criminal e Penitenciária tem proporcionado “valioso contingente de informações de análises, de 
deliberações e de estímulo intelectual e material às atividades de prevenção da criminalidade.” 
 JUÍZO DA EXECUÇÃO PENAL 
 O ponto de partida desse assunto é saber qual o juízo competente no campo da execução penal. A 
execução penal competirá ao juiz indicado na lei de organização judiciária. Na ausência dessa previsão na 
citada lei, figurará como competente o juízo da sentença. 
 Segundo o Superior Tribunal de Justiça, a execução cabe ao Juízo do local da condenação, sendo 
deprecada ao Juízo do domicílio do apenado somente a supervisão e acompanhamento do cumprimento da 
pena determinada, não existindo deslocamento de competência. (Conflito de d Competência de nº 
113.112/SC, Min. Rel. Ministro Gilson Dipp, Terceira Seção, DJe 17/11/2011) 
Vamos imaginar a seguinte situação: Um condenado ao regime semiaberto durante que cumpre 
pena em Curitiba/PR, durante uma saída temporária, é preso em flagrante delito em Londrina/PR. 
Qual é o Juízo competente para cuidar da execução Penal? Prevalece o entendimento de que a 
fixação da competência para execução da pena é a do local em que o apenado cumpre pena em 
caráter permanente, ou seja, Curitiba (STJ, CC nº 83962, Rel. Min Maria Thereza Assis de 
Moura, julgado em 14 de maio de 2008). 
 O rol do art. 66 da LEP apresenta um rol exemplificativo de medidas tomadas pelo Juízo no curso da 
execução penal. Vamos lá. 
 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
3 
 
 I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; 
 Nesse sentido, deve-se ser lembrado o teor da súmula 611 do Supremo Tribunal Federal: 
 
 
 Percebam que essa competência dada ao juízo da execução penal é a aplicação retroativa de lei penal 
benéfica (art. 5º, XL, da CF1). 
 II – declarar extinta a punibilidade; 
 Vamos deixar claro que a extinção da punibilidade pode ocorrer antes ou depois do trânsito em julgado. 
Se ocorrer a extinção da punibilidade antes do trânsito em julgado, essa declaraçãocompetirá ao juiz do 
processo de conhecimento ou o Tribunal, se o feito estiver em grau de recursal. Todavia, após o trânsito em 
julgado, a extinção da punibilidade será feita pelo Juízo da Execução (art. 66, II, da LEP). 
 III – Decidir sobre: 
a) Soma ou unificação de penas. Essa atuação do juízo da execução ganha grande importância para 
os fins do art. 75 do CP, com redação dada pela Lei nº 13.964/19, ou seja, para verificar a 
observância do limite máximo de 40 anos de cumprimento de pena. É interessante ainda destacar 
que no momento de analisar a concessão de benefícios executórios é levado em conta a penal total 
e não a pena unificada. Esse é o teor da súmula 715 do STF: a pena unificada para atender ao 
limite de 30 anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada 
para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional. 
 
b) Progressão ou regressão nos regimes. O nosso CP adotou o sistema progressivo para a execução 
das penas privativas de liberdade, ou seja, o condenado migra do regime carcerário mais gravoso 
para imediatamente menos severo (fechadosemiabertoaberto). Defere-se tal benefício com o 
preenchimento dos requisitos objetivo (cumprimento mínimo de um sexto da pena, ou, no caso de 
crimes hediondos, de dois quintos, se primário, e de três quintos, se reincidente) e subjetivo (bom 
comportamento carcerário, comprovado por atestado emitido pelo diretor do estabelecimento 
prisional). Para o condenado por crime contra a administração pública, a progressão de regime 
prisional também está condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto 
do ilícito praticado, com os acréscimos legais (CP, art. 33, § 4º). Chamo ainda a atenção para dizer 
que não há progressão per saltum, ou seja, diretamente do regime fechado para o aberto. A 
 
 
1 Art. 5º, XL, da CF: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
Súmula 611 do STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a 
aplicação de lei mais benigna. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
4 
 
regressão de regimes também é incumbência do juízo da execução se não cumprir as condicionantes 
legais. Nesse caso, é perfeitamente possível a regressão por salto, ou seja, diretamente do regime 
aberto para o fechado. 
 
c) Detração e remição da pena. A detração penal foi muito bem definida no art. 42 do CP: 
Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão 
provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer 
dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. A remição, por sua vez, em linhas gerais, 
autoriza o desconto de uma parte da pena em razão de trabalho ou estudo realizado durante o 
cárcere. (art. 126, caput, da LEP). Segundo jurisprudência do STF, compete ao juízo das execuções 
criminais apreciar o pedido de detração da pena formulado pelo sentenciado (HC 71119, min. Rel. 
Celso de Mello, DJ de 63-03-1998). 
 
d) Suspensão condicional da pena. É um benefício que suspende a execução da pena privativa de 
liberdade, por um lapso (período de prova), mediante condições. Se durante o período de prova 
verificar o cumprimento de todas as condições, será declarada extinta a punibilidade. O Juiz ou 
Tribunal que conceder o sursis deverá pronunciar-se motivadamente sobre ele, quer o conceda, 
quer o denegue. O Tribunal poderá conceder o sursis e deixar para o Juiz da execução a fixação 
das condições (art. 159, §2º). 
 
e) Livramento condicional. É um benefício incidente em sede de execução da pena privativa de 
liberdade pelo qual o indivíduo, após cumprir determinados pressupostos e mediante determinadas 
condições, obtém a antecipação provisória de sua liberdade. Ficará a cargo do Juízo da execução 
decidir sobre a concessão, revogação, o agravamento das condições do livramento na hipótese de 
sua revogação facultativa (art. 140, parágrafo único, da LEP) e a modificação das condições 
especificadas na sentença (veja art. 144 da LEP) 
 
 
f) Incidentes de execução. Por incidentes da execução devemos entender as conversões (arts. 180 a 
184), o excesso ou o desvio (arts. 185 e 186) e da anistia e do indulto (arts. 187 a 193). Também 
pode ser encarado como incidentes da execução em sentido lato as demais ocorrências tratadas ao 
longo da Lei de Execução Penal e que interferem na execução da pena ou da medida de segurança, 
acarretando a sua redução, substituição ou extinção. Exemplos: unificação de penas, remição, 
progressão e regressão de regime prisional, livramento condicional, etc... 
 IV – Autorizar saídas temporárias. Foi prevista pela LEP as denominadas autorizações de saída que 
são divididas em 2 espécies, quais sejam, permissões de saída e saída temporária. 
 A permissão de saída tem fundamento em questões humanitárias e consiste em uma autorização dada 
ao preso para sair do estabelecimento, mediante escolta, em virtude de falecimento ou doença grave do 
cônjuge, companheiro, ascendente ou irmão, ou para tratamento médico. A permanência do preso fora 
do estabelecimento terá a duração necessária para atender à finalidade dessa saída, ou seja, o prazo é bem 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
5 
 
reduzido e vinculado necessariamente ao motivo da saída. Essa permissão de saída decorre de ato 
administrativo do Diretor do presídio. 
 Já a saída temporária é uma autorização dada aos presos em regime semiaberto quando preenchem 
os requisitos legais. Essa saída temporária será sem vigilância e terá por finalidade visita à família, frequentar 
curso supletivo profissionalizante, de instrução de 2º grau ou superior ou para participar de atividades 
importantes para o seu retorno ao convívio social. Essa autorização será concedida por ato motivado do Juiz 
da Execução Penal, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação 
dos seguintes requisitos: a) comportamento adequado; b) cumprimento de 1/6 (um sexto) da pena, se o 
condenado for primário, e ¼, se reincidente; c) compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. 
 V – determinar: 
a) A forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução; De plano, 
devo informar que a LEP não cuidou de 2 penas restritivas de direitos: prestação pecuniária (art. 
43, I, da LEP) e perda de bens e valores (art. 43, II, do CP). Todavia, caberá ao Juiz da Execução 
Penal indicar a entidade ou o programa e os respectivos dias e horários de cumprimento da pena de 
prestação de serviço à comunidade ou à entidade pública, sem prejudicar a jornada normal de 
trabalho (art. 149 da LEP). Na pena de interdição de direitos, o Juízo da Execução terá a missão de 
comunicar à autoridade competente a imposição dessa pena, determinado, se for o caso, a apreensão 
dos documentos que legitimam o exercício do direito interditado (art. 154 da LEP). Na limitação 
de fim de semana, é tarefa do Juízo da Execução Penal determinar a intimação do condenado quanto 
ao local, dias e horários em que o condenado deverá cumprir a pena (art. 151 da LEP). 
 
b) A conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade; 
Primeiramente, devemos lembrar que não há mais possibilidade de conversão da pena de multa em 
pena privativa de liberdade em razão da nova redação do art. 51 do CP dada pela Lei 9296/96, ou 
seja, nessa parte houve uma revogação tácita pela nova redação do art. 51 do CP. Assim, a multa é 
considerada dívida de valor e sua execução se fará pelalei nº 6830/80 (execução fiscal). Só 
lembrando que o não pagamento da multa estipulada em transação penal autoriza a continuidade 
da persecução penal, conforme súmula vinculante 35 do STF, nos seguintes termos: A 
homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada 
material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao 
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia 
ou requisição de inquérito policial. A pena restritiva de direitos converte-se em pena privativa 
de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta ou se surgir 
condenação a pena privativa de liberdade por outro crime (art. 44, §§ 4º e 5º, do CP). 
 
c) A conversão da pena privativa de liberdade em restritivas de direitos: Essa matéria está 
regulamentada no art. 180 da LEP. A pena privativa de liberdade não superior a 2 anos, poderá ser 
convertida em restritivas de direitos, desde que: I – o condenado a esteja cumprindo em regime 
aberto; II – tenha sido cumprido pelo menos ¼ da pena; III – os antecedentes e a personalidade do 
condenado indiquem ser a conversão recomendável. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
6 
 
 
d) A aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de 
segurança; 
 
e) A revogação da medida de segurança. 
 
f) A desinternação e o restabelecimento da situação anterior; 
 
g) O cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca. Essa hipótese nada mais 
é do que a transferência de preso ou paciente judiciário (aquele que cumpre medida de segurança). 
 
h) A remoção do condenado na hipótese prevista no §1º, do artigo 86, desta Lei. Essa hipótese 
versa sobre a Lei n. 11.671/2008, que regula a transferência e a inclusão de presos em 
estabelecimentos penais federais de segurança máxima, que se dará no interesse da segurança 
pública ou do próprio preso, condenado ou provisória. 
 VI – zelar pelo cumprimento da pena e da medida de segurança. Vale dizer, o Juízo da Execução 
Penal deve zelar pelo cumprimento das disposições da sentença ou decisão judicial no tocante à execução 
penal. 
 VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providência para o 
adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, apuração de responsabilidade. O juiz 
vistoriar mensalmente os estabelecimentos penais para verificar o seu adequado funcionamento. A Resolução 
47/2007 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também prevê que os Juízes das Varas de Execuções Penais 
realizem inspeções mensais aos estabelecimentos penais sob sua responsabilidade. 
 VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições 
inadequadas ou com infringência aos dispositivos da LEP. 
 IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade. A matéria está regulada nos artigos 80 e 81 da 
LEP. 
 X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. A expedição desse atestado anual foi 
regulamentada pelos arts. 12 e 13 da Resolução de nº 113 do CNJ2. Lembre-se que é direito do preso receber 
 
 
2 Resolução de nº 113 do CNJ: Art. 112. A emissão de atestado de pena a cumprir e a respectiva entrega ao apenado, mediante 
recibo, deverão ocorrer: 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
7 
 
anualmente esse atestado, sob pena de responsabilidade do juiz competente (art.41, XVI, da LEP). Afinal de 
contas, ao menos uma vez por ano, o preso deve receber esse documento para saber o saldo de pena a cumprir. 
 MINISTÉRIO PÚBLICO 
 O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 
127, caput, da CF). 
 Pois bem. Durante o processo de conhecimento, nas ações penais públicas, o Ministério Público se 
revela de modo preponderante como parte na relação jurídica processual, ou seja, como sujeito parcial. Já em 
sede de execução penal, o MP é enxergado como custos legis, ou seja, fiscalizará a execução da pena e da 
medida de segurança a fim de verificar o cumprimento integral do título executivo judicial formado, 
oficiará ainda no processo executivo e nos incidentes da execução (art. 67 da LEP). 
 O artigo 68 da LEP apresenta um rol exemplificativo das atribuições do MP. Vejamos: 
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento; 
II - requerer: 
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; 
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução. Haverá excesso ou desvio de 
execução sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou 
regulamentares; 
 
 
I – no prazo de sessenta dias, a contar da data do início da execução da pena privativa de liberdade; II – no prazo de sessenta 
dias, a contar da data do reinício do cumprimento da pena privativa de liberdade; III – para o apenado que já estiver cumprindo 
pena privativa de liberdade, até o último dia útil do mês de janeiro de cada ano; 
Art. 113. Deverão constar do atestado anual de cumprimento de pena, dentre outras informações consideradas relevantes, as 
seguintes: 
I – o montante da pena privativa de liberdade; 
II – o regime prisional de cumprimento de pena; 
III – a data do início do cumprimento da pena e a data, em tese, do término do cumprimento integral da pena; 
IV – a data a partir da qual o apenado, em tese, poderá postular a progressão do regime prisional e o livramento condicional. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
8 
 
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; 
d) a revogação da medida de segurança; 
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da suspensão 
condicional da pena e do livramento condicional; 
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior. 
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução. 
O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua 
presença em livro próprio. 
 CONSELHO PENITENCIÁRIO 
O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena. São funções 
consultiva e fiscalizatória. 
Professor, qual é a composição do Conselho Penitenciário? 
O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal 
e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, 
Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal e 
estadual regulará o seu funcionamento. O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 
4 (quatro) anos. 
Quais são as atribuições do Conselho Penitenciário? 
I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com 
base no estado de saúde do preso. Atualmente não há mais necessidade de confecção de parecer do Conselho 
Penitenciário para a concessão de livramento condicional em razão da vigência da lei 10792/03 
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais; 
III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, aoConselho Nacional de Política Criminal 
e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior; 
IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos. 
OBS: O rol de atribuições do art. 70 da LEP não é taxativo, haja vista que há outras atividades a ser 
desempenhadas por esse Conselho. Ex: art. 143 da LEP 
 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
9 
 
DEPARTAMENTOS PENITENCIÁRIOS 
 Primeiramente devemos destacar que existe o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), assim 
como há os Departamentos Penitenciário criados por leis locais. 
 O Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), vinculado ao Ministério da Justiça, é um órgão 
executivo de Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de 
Política Pública Criminal e Penitenciária. O DEPEN é o gestor e fiscalizador das penitenciárias federais. 
 Quais são as atribuições do DEPEN? 
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacional; 
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais; 
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e regras 
estabelecidos nesta Lei; 
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de estabelecimentos 
e serviços penais; 
V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pessoal 
penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado. 
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das vagas 
existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas 
pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar. Esse cadastro 
nacional das vagas tem relevância para o governo ter uma ideia das vagas ocupadas no sistema 
penitenciário. 
Incumbem também ao DEPEN a coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de 
internamento federais. 
Os Estados podem, por lei própria, criar Departamento Penitenciário ou órgão similar (ex: Secretaria de 
Administração Penitenciária), com as atribuições que estabelecer. Esse órgão deverá supervisionar e coordenar 
os estabelecimentos penais estaduais. 
Professor, quais são os requisitos para alguém figurar como diretor do estabelecimento penal? 
Segundo as Regras mínimas da ONU, o diretor do estabelecimento penal deverá ser qualificado pela 
função, por seu caráter, capacidade administrativa, formação adequada e experiência na matéria (regra nº 
50.1). Em conformidade com esses parâmetros, a LEP fixou as seguintes condições para o ocupante do cargo 
de diretor de estabelecimento: 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
10 
 
I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou 
Pedagogia, ou Serviços Sociais; 
II - possuir experiência administrativa na área; 
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função. 
O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua função. 
O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias funcionais, segundo as 
necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de direção, chefia e 
assessoramento do estabelecimento e às demais funções. 
A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a 
vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato. O ingresso do pessoal penitenciário, 
bem como a progressão ou a ascensão social funcional dependerão de cursos específicos de formação, 
procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício. 
No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho do pessoal do sexo feminino, salvo 
quando se tratar de pessoal técnico especializado. Com isso, evita-se o risco de relacionamentos afetivos e 
sexuais entre agentes penitenciários e presas. 
PATRONATO 
O patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados (condenado em regime 
aberto) e aos egressos (o liberado definitivo, pelo prazo de 1 ano a contar da saída do estabelecimento e o 
liberado condicional, durante o período de prova). 
Além dessa função de assistência aos albergados e aos egressos, o patronato também tem atribuições 
sociais e fiscalizadoras: a) orientar os condenados à pena restritiva de direitos; b) fiscalizar o cumprimento 
das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana; c) colaborar na fiscalização 
do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional. 
O patronato é um importante instrumento de participação da sociedade na execução das penas! 
OBS: O Conselho Penitenciário supervisiona os patronatos (art. 70, IV, da LEP). 
 
 
 
 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
11 
 
CONSELHO DA COMUNIDADE 
Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) 
representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos 
Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente 
social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. Na falta de 
representação prevista no art. 80 da LEP, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do 
Conselho. Lembre-se que compete ao Juiz da Execução Penal compor e instalar o Conselho da Comunidade 
(art. 66, IX, da LEP). 
 São atribuições do Conselho da Comunidade: 
I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca; 
II - entrevistar presos; 
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário; 
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou 
internado, em harmonia com a direção do estabelecimento. 
DEFENSORIA PÚBLICA 
 
A Defensoria Pública foi incluída como órgão de execução na LEP por meio da Lei nº 
12.313/2010, de forma a assegurar o amplo acesso à Justiça pelos presos, egressos e seus 
familiares, desde que não tenham condições de custear os serviços de um advogado. Afinal de 
contas, a Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do 
Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, 
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em 
todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos 
necessitados, assim considerados na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal. 
 
 O artigo 81-B da LEP apresenta um rol exemplificativo das atribuições da Defensoria Pública. 
Vejamos: 
 
I - requerer: 
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
12 
 
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; 
c) a declaração de extinção da punibilidade; 
d) a unificação de penas; 
e) a detração e remição da pena;f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; 
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida 
de segurança; 
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento 
condicional, a comutação de pena e o indulto; 
i) a autorização de saídas temporárias; 
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; 
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; 
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta Lei; 
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; 
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a 
execução; 
IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância 
ou procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes à execução penal; 
V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e 
requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; 
VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. 
O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua 
presença em livro próprio. 
 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
13 
 
ESTABELECIMENTOS PENAIS 
 
DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS 
 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado (fechado, semiaberto e aberto), ao paciente 
judiciário (aquele submetido à medida de segurança), ao preso provisório e ao egresso. 
Os estabelecimentos, em linhas gerais, são os seguintes: 
Penitenciária: é o local previsto para o cumprimento da pena em regime fechado 
Colônia Agrícola, Industrial ou Similar é o local previsto para cumprimento da pena em regime 
semiaberto 
Casa de Albergado é o local previsto ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto e 
para o cumprimento da pena de limitação de fim de semana (pena restritiva de direito) 
Centro de Observação é o local onde se realiza os exames gerais e o criminológico. 
Hospital de Custódia e Tratamento é o local previsto para os inimputáveis e os imputáveis descritos no 
artigo 26, caput e parágrafo único do CP. 
Cadeia Pública é o local previsto para os presos provisórios. 
Não custa lembrar que o art. 5º, XLVIII, da CF estabelece que a pena será cumprida em estabelecimentos 
distintos de acordo com a natureza do delito, a idade o sexo do apenado. Em razão disso, a mulher (visando 
protegê-la de abusos sexuais) e o idoso (em virtude de sua notória fragilidade física) serão recolhidos, 
separadamente, em estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal. 
Reparem ainda que no mesmo espaço pode existir distintos estabelecimentos (art. 82, §2º, da LEP). 
Todavia, é necessário que haja o indispensável isolamento desse local para que abrigue apenados com as 
mesmas características. O que eu quero dizer é que, devidos aos inúmeros problemas financeiros, o Estado 
pode num único lugar criar vários estabelecimentos, ou seja, prédios específicos para mulheres, idosos, presos 
provisórios, condenados com alta periculosidade. 
Professor, qual será a estrutura do estabelecimento penal? 
O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e 
serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva. Haverá instalação 
destinada a estágio de estudantes universitários. Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos de ensino 
básico e profissionalizante (instrumento importante para a ressocialização do preso, bem como para a remição 
da pena) e, ainda, haverá uma instalação para a prestação de assistência jurídica pela Defensoria Pública. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
14 
 
Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as 
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) 
meses de idade (art.83, §2º, da LEP). Cumpre ainda alertá-los que esse direito previsto na LEP 
decorre de um direito constitucional consagrado no art. 5º, L, do Texto Maior, qual seja, às 
presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos 
durante o período de amamentação. 
Nesses estabelecimentos penais destinados ao atendimento de presidiárias, os agentes incumbidos da 
segurança de suas dependências internas serão, exclusivamente, do sexo feminino. 
Poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais ou 
complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais, tais como: serviços de conservação, limpeza, 
informática, copeiragem, portaria, recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia e manutenção de 
prédios, instalações e equipamentos internos e externos; serviços relacionados à execução de trabalho pelo 
preso. Na execução desses serviços pode compreender o fornecimento de materiais, equipamentos, máquinas 
e profissionais. A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do Poder Público. 
São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema penal, bem como 
todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, tais como: classificação de condenados; 
aplicação de sanções disciplinares; controle de rebeliões; transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, 
hospitais e outros locais externos aos estabelecimentos penais. 
O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado. Essa exigência, 
além de estar prevista nas Regras mínimas da ONU para tratamento de reclusos (regra de nº 8, “b”3) e na 
Convenção Americana de Direitos Humanos (art.5º, item 44), estar prevista expressamente na LEP (art. 84, 
caput). Também haverá separação entre preso primário e o reincidente, evitando, assim, a influência do 
criminoso contumaz com aquele iniciante no mundo do crime. 
Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: 
 
 
3 Regra de nº 8, “b”, das Regras Mínimas da ONU para tratamento de reclusos (1955): As pessoas presas preventivamente 
deverão ser mantidas separadas dos presos condenados; 
4 Art. 5º, item 4, da Convenção Americana de Direitos Humanos: Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo 
em circunstâncias excepcionais, e ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas não condenadas. 
 
 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
15 
 
I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; 
II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; 
III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos I e 
II. 
O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em 
dependência separada. 
Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: 
I - condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; 
II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à 
pessoa; 
III - primários condenados pela práticade crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; 
IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situação diversa das previstas 
nos incisos I, II e III. 
O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os 
demais presos ficará segregado em local próprio. 
O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em 
dependência separada. Motivo: Essa medida é indispensável para garantir a segurança desse preso, evitando 
assim eventuais represálias de outros detentos. 
 
O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e 
finalidade (Art. 85, caput, da LEP - regra longe de ser obedecida no Brasil) 
O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo 
de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades. 
Em regra, a execução da pena se dá em lugar próximo à família e ao meio social do apenado, conforme 
determina o art. 103 da LEP. Todavia, esse direito do apenado não é inflexível. Vale dizer, com a devida 
fundamentação, as penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser 
executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da União. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
16 
 
 
EXECUÇÃO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS. JULGAMENTO MONOCRÁTICO. POSSIBILIDADE. JURISPRUDÊNCIA 
DOMINANTE DO STJ. DIREITO DOS REEDUCANDOS DE CUMPRIREM PENA EM LOCAL 
PRÓXIMO AO SEU MEIO SOCIAL E FAMILIAR. TRANSFERÊNCIA INDEFERIDA ANTE A 
INEXISTÊNCIA DE ESTABELECIMENTO PENAL COMPATÍVEL COM O REGIME 
INTERMEDIÁRIO NO LUGAR DE DESTINO. CONVENIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DA 
JUSTIÇA. AGRAVO DESPROVIDO. 
I - Há jurisprudência dominante, deste Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que o direito do 
apenado a cumprir pena em local próximo ao seu meio social e familiar não é absoluto, podendo o juiz da 
execução indeferir pleito nesse sentido se houver fundadas razões para tanto. Está autorizado, portanto, o 
julgamento monocrático da matéria, nos termos do art. 34, inciso XVIII, alínea 'b', do Regimento Interno do 
Superior Tribunal de Justiça (Redação dada pela Emenda Regimental n. 22, de 2016 - Em vigor desde 
18/3/2016). 
II - Quando houver, nos autos, a informação da inexistência de lotação ou mesmo da completa ausência 
de estabelecimento penal adequado ao regime de cumprimento da pena na comarca onde moram os familiares 
do preso, não haveria flagrante constrangimento ilegal na manutenção do apenado em unidade penitenciária 
distante de sua família. (Precedentes). 
III - In casu, a eg. Corte estadual consignou que não existiria, no sul do Estado do Espírito Santo, 
estabelecimento penal apto a receber reeducandos que descontam a reprimenda no regime intermediário. 
Agravo regimental desprovido. (AgRg no RHC 75.591/ES, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA 
TURMA, julgado em 15/12/2016, DJe 10/02/2017) 
Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberados ou egressos que se 
dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas. 
Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa, definir o estabelecimento 
prisional adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos 
estabelecidos. 
A LEP estabeleceu em art. 85, §1º que a União Federal poderá construir estabelecimento penal em 
local distante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da 
segurança pública ou do próprio condenado. A inclusão de preso em estabelecimento penal de segurança 
máxima, de responsabilidade da União, restou prevista pela lei nº 11.671/08. Essa inclusão de preso no sistema 
penitenciário federal se desenvolve em duas etapas. A primeira parte ocorre com a admissibilidade pelo juiz 
da origem da necessidade da transferência do preso para estabelecimento penal federal de segurança máxima. 
(arts. 3º e 4º da Lei 11.671/08). A segunda parte se dá com a admissão do preso mediante decisão 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
17 
 
fundamentada do juízo federal. Instruído os autos do processo de transferência, serão ouvidos, no prazo de 5 
(cinco) dias cada, quando não requerentes, a autoridade administrativa, o Ministério Público e a defesa, bem 
com o Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN, a quem é facultado indicar o estabelecimento penal 
federal mais adequado. A decisão que admitir o preso no estabelecimento penal federal de segurança máxima 
indicará o período de permanência. Havendo extrema necessidade, o juiz federal poderá autorizar a imediata 
transferência do preso e, após a instrução dos autos, decidir pela manutenção ou revogação da medida adotada. 
Professor, qual é o prazo máximo de permanência no presídio federal? 
 O período de permanência será de até 3 (três) anos, renovável por iguais períodos, quando 
solicitado motivadamente pelo juízo de origem, observados os requisitos da transferência, e se 
persistirem os motivos que a determinaram (art. 10, §1º, da Lei 11.671/08, com redação dada pela Lei nº 
13.964/19). De acordo com o art. 11-A da Lei nº 11.671/08, as decisões relativas à transferência ou à 
prorrogação da permanência do preso em estabelecimento penal federal de segurança máxima, à concessão ou 
à denegação de benefícios prisionais ou à imposição de sanções ao preso federal poderão ser tomadas por 
órgão colegiado de juízes, na forma das normas de organização interna dos tribunais.” 
Quem é o juízo competente para cuidar da execução penal em presídio federal? 
A atividade jurisdicional da execução penal nos estabelecimentos penais federais será desenvolvida pelo 
juízo federal da seção ou subseção judiciária em que estiver localizado o estabelecimento penal federal de 
segurança máxima ao qual for recolhido o preso5. Caberá à Defensoria Pública da União a assistência jurídica 
ao preso que estiver nos estabelecimentos penais federais de segurança máxima. 
Apenas a fiscalização da prisão provisória será deprecada, mediante carta precatória, pelo juízo de 
origem ao juízo federal competente, mantendo aquele juízo a competência para o processo de conhecimento e 
para os respectivos incidentes. 
Vamos imaginar a seguinte situação agora: O juiz de origem entende ser o caso de transferência do preso 
para o sistema penitenciário federal, porém o juízo federal rejeita tal transferência. O que fazer nessa situação? 
Nesse caso, o juiz de origem deverá suscitar conflito de competência perante o tribunal competente, que o 
apreciará em caráter prioritário. O mesmo procedimento deverá ser adotado quando rejeitada a permanência 
do preso em penitenciária de segurança máxima pelo Juízo Federal, porém o preso permanecerá no 
estabelecimento prisional federal enquanto não solucionado o conflito de competência. 
 
 
5 Art. 2º, parágrafo único, da Lei 11.671/08: O juízo federal de execução penal será competente para as ações de natureza 
penal que tenham por objeto fatos ou incidentes relacionados à execução da pena ou infrações penais ocorridas no 
estabelecimento penal federal. (redação dada pela Lei nº 13.964/19) 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
18 
 
Destaco ainda a vocês a posição do STJ acerca da impossibilidade de o juízo Federal realizar juízo de 
valor acerca dos motivosdados pelo juízo Estadual para a manutenção do preso em presídio de segurança 
máxima (federal). Vejamos. 
 
PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM CONFLITO NEGATIVO DE 
COMPETÊNCIA. 1. TRANSFERÊNCIA PARA PRESÍDIO FEDERAL. RENOVAÇÃO 
REJEITADA. ART. 10, § 5º, DA LEI N. 11.671/2008. 2. PERMANÊNCIA DAS RAZÕES QUE 
ENSEJARAM O PEDIDO INICIAL. NECESSIDADE DE GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. 
POSIÇÃO DE LIDERANÇA DO DETENTO NO "COMANDO VERMELHO". MOTIVAÇÃO 
LEGAL. ARTS. 3º E 10, § 1º, DA LEI N.11.671/2008. 3. IMPOSSIBILIDADE DE JUÍZO DE 
VALOR DO MAGISTRADO FEDERAL. MERA AFERIÇÃO DA LEGALIDADE DA MEDIDA. 4. 
PROGRESSÃO DE REGIME. 5. COMPETÊNCIA DO JUÍZO FEDERAL. 
1. A rejeição da renovação de permanência do apenado em presídio federal autoriza seja suscitado 
conflito de competência, nos termos do art. 10, § 5º, da Lei n. 11.671/2008. 
2. Persistindo as razões que ensejaram a transferência do preso para o presídio federal de segurança 
máxima, como afirmado pelo Juízo de Direito da Vara de Execuções Penais do Estado do Rio de Janeiro/RJ, 
a renovação da permanência do apenado é providência indeclinável, como medida excepcional e adequada 
para resguardar a ordem pública. Incidência do art. 3º do Decreto 6.877/2009, que regulamenta a Lei 
supramencionada. 
3. Prevalece no Superior Tribunal de Justiça o entendimento no sentido de que, acaso devidamente 
motivado pelo Juízo estadual o pedido de manutenção do preso em presídio federal, não cabe ao Magistrado 
Federal exercer juízo de valor sobre a fundamentação apresentada, mas apenas aferir a legalidade da 
medida. Ressalva do ponto de vista do Relator. 
4. "A concessão do benefício da progressão de regime ao apenado em presídio federal de segurança 
máxima fica condicionada à ausência dos motivos que justificaram a transferência originária para esse 
sistema ou, ainda, à superação de eventual conflito de competência suscitado. Tal entendimento 
jurisprudencial deriva da interpretação sistemática dos dispositivos legais que norteiam o ingresso no 
Sistema Penitenciário Federal, os quais demonstram a absoluta incompatibilidade entre os motivos que 
autorizam a inclusão do preso e os benefícios liberatórios da execução" (CC n. 125.871/RJ, Ministro 
Marco Aurélio Bellizze, Terceira Seção, DJe 7/6/2013)" (AgRg no CC 131.887/RJ, Terceira Seção, Rel. 
Min. Sebastião Reis Júnior, DJe de 3.4.2014). 
5. Situação em que a posição de liderança e a influência do apenado na organização criminosa 
conhecida como "Comando Vermelho - CV" aliadas à facilidade de comunicação com a organização 
criminosa acaso permanecesse recolhido num presídio do Estado do Rio de Janeiro recomendam a 
manutenção da segregação do apenado em presídio federal de segurança máxima, reconhecendo-se a 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
19 
 
competência do Juízo Federal Corregedor da Penitenciária Federal de Mossoró - SJ/RN, ora suscitado, para 
prosseguir na execução da pena. 
6. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no CC 146.418/RJ, Rel. Ministro REYNALDO 
SOARES DA FONSECA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/06/2016, DJe 14/06/2016) 
PENITENCIÁRIA 
Esse estabelecimento penal, também denominado de presídio, destina-se ao condenado à pena de 
reclusão, em regime fechado. 
A LEP ainda menciona que União, Estados, DF e municípios poderão construir penitenciárias 
destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime disciplinar 
diferenciado. 
As penitenciárias devem ser compostas de celas individuais com área mínima de 6 m², 
com dormitório, aparelho sanitário e lavatório aeração, insolação e condicionamento térmico 
que garantam condições de salubridade. 
 
 Percebam ainda que as penitenciárias femininas, além de terem os requisitos acima, também devem 
contar com uma seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças entre 6 meses e 7 anos, 
com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa, sendo dado atendimento por 
pessoal qualificado e funcionamento em horários que proporcione melhor assistência à criança e à sua mãe. 
 Já a penitenciária masculina, por razões de segurança, deve ser construída em locais afastado do 
centro urbano, mas não que impossibilite a visitação, medida importante para a finalidade ressocializadora da 
pena. 
COLÔNIA AGRÍCOLA, INDUSTRIAL OU SIMILAR 
O condenado a pena privativa de liberdade em regime semiaberto deve ser recolhido em colônia 
agrícola, industrial ou similar. 
Observada a seleção adequada e o limite de capacidade máxima para a satisfação da finalidade 
individualizadora da pena, os presos habitarão alojamentos coletivos, observando-se às condições mínimas de 
salubridade (insolação, aeração e temperatura). 
 
Questão interessante: O condenado cumpriu todas as condicionantes para a progressão do regime 
fechado para o semiaberto. Indaga-se: E se não existir vaga em colônia agrícola/industrial/similar? 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
20 
 
O apenado não pode deixar de exercer um direito quanto ao regime carcerário por absoluta deficiência 
estrutural do Estado. Vale dizer, ele não pode permanecer no regime fechado se deveria estar no aberto. Para 
tanto, a jurisprudência do STJ entende que esse condenado pode cumprir pena no regime aberto ou, na falta 
de casa de albergado ou similar, em prisão domiciliar, até o surgimento de vaga em estabelecimento adequado. 
 
EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DE 
RELATOR INDEFERITÓRIA DE LIMINAR. FLAGRANTE ILEGALIDADE. SUPERAÇÃO DA 
SÚMULA 691 DO STF. PROGRESSÃO AO REGIME SEMIABERTO. PERMANÊNCIA DO 
APENADO EM REGIME MAIS GRAVOSO POR AUSÊNCIA DE VAGAS EM 
ESTABELECIMENTO ADEQUADO. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. 
1. Esta Superior Corte de Justiça consolidou entendimento no sentido de não caber habeas corpus contra 
decisão que indefere liminar, nos termos do enunciado n. 691 da Súmula do STF, a menos que fique 
demonstrada flagrante ilegalidade, hipótese que justificaria a concessão da ordem de ofício. 
2. Na espécie, constata-se constrangimento legal evidente. Com efeito, firmou-se nesta Corte Superior 
de Justiça entendimento de que a inexistência de vaga em estabelecimento prisional compatível com o regime 
determinado no título condenatório, ou decorrente de progressão, permite ao condenado o cumprimento da 
reprimenda no modo menos gravoso. 
3. Assim, ante a deficiência do Estado em viabilizar a implementação da devida política carcerária, 
deve-se conceder ao paciente, em caráter excepcional, o cumprimento da pena em regime aberto ou, na falta 
de casa de albergado ou similar, em prisão domiciliar, até o surgimento de vaga em estabelecimento adequado. 
4. Habeas corpus não conhecido. Contudo, ordem concedida de ofício, para, confirmando a liminar 
anteriormente deferida, determinar que o paciente seja transferido para estabelecimento destinado ao 
cumprimento da pena no regime semiaberto ou, na ausência de vaga, aguarde, em regime aberto ou 
domiciliar, com monitoramento eletrônico, o surgimento de vaga. (HC 367.340/SP, Rel. Ministro 
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 17/11/2016, DJe 25/11/2016) 
O STF, por sua vez, em sede de recurso extraordinário, ratificou a impossibilidade de alguém ser mantido 
em estabelecimento prisional mais gravoso em razão da falta de estrutura do sistema prisional brasileiro e 
ainda traçou critérios para colocação dos presos em regime carceráriomais brando quando não há vagas no 
estabelecimento penal adequado. Vejamos. 
 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
21 
 
Constitucional. Direito Penal. Execução penal. Repercussão geral. Recurso extraordinário representativo 
da controvérsia. 2. Cumprimento de pena em regime fechado, na hipótese de inexistir vaga em estabelecimento 
adequado a seu regime. Violação aos princípios da individualização da pena (art. 5º, XLVI) e da legalidade 
(art. 5º, XXXIX). A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em 
regime prisional mais gravoso. 3. Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados 
aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis 
estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa de 
albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, § 1º, alíneas “b” e “c”). No entanto, não 
deverá haver alojamento conjunto de presos dos regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. 
4. Havendo déficit de vagas, deverão ser determinados: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com 
falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto 
em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao 
sentenciado que progride ao regime aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, 
poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado. 5. Apelo ao legislador. A legislação sobre execução 
penal atende aos direitos fundamentais dos sentenciados. No entanto, o plano legislativo está tão distante da 
realidade que sua concretização é absolutamente inviável. Apelo ao legislador para que avalie a possibilidade 
de reformular a execução penal e a legislação correlata, para: (i) reformular a legislação de execução penal, 
adequando-a à realidade, sem abrir mão de parâmetros rígidos de respeito aos direitos fundamentais; (ii) 
compatibilizar os estabelecimentos penais à atual realidade; (iii) impedir o contingenciamento do FUNPEN; 
(iv) facilitar a construção de unidades funcionalmente adequadas – pequenas, capilarizadas; (v) permitir o 
aproveitamento da mão-de-obra dos presos nas obras de civis em estabelecimentos penais; (vi) limitar o 
número máximo de presos por habitante, em cada unidade da federação, e revisar a escala penal, especialmente 
para o tráfico de pequenas quantidades de droga, para permitir o planejamento da gestão da massa carcerária 
e a destinação dos recursos necessários e suficientes para tanto, sob pena de responsabilidade dos 
administradores públicos; (vii) fomentar o trabalho e estudo do preso, mediante envolvimento de entidades 
que recebem recursos públicos, notadamente os serviços sociais autônomos; (viii) destinar as verbas 
decorrentes da prestação pecuniária para criação de postos de trabalho e estudo no sistema prisional. 6. Decisão 
de caráter aditivo. Determinação que o Conselho Nacional de Justiça apresente: (i) projeto de estruturação do 
Cadastro Nacional de Presos, com etapas e prazos de implementação, devendo o banco de dados conter 
informações suficientes para identificar os mais próximos da progressão ou extinção da pena; (ii) relatório 
sobre a implantação das centrais de monitoração e penas alternativas, acompanhado, se for o caso, de projeto 
de medidas ulteriores para desenvolvimento dessas estruturas; (iii) projeto para reduzir ou eliminar o tempo 
de análise de progressões de regime ou outros benefícios que possam levar à liberdade; (iv) relatório deverá 
avaliar (a) a adoção de estabelecimentos penais alternativos; (b) o fomento à oferta de trabalho e o estudo para 
os sentenciados; (c) a facilitação da tarefa das unidades da Federação na obtenção e acompanhamento dos 
financiamentos com recursos do FUNPEN; (d) a adoção de melhorias da administração judiciária ligada à 
execução penal. 7. Estabelecimento de interpretação conforme a Constituição para (a) excluir qualquer 
interpretação que permita o contingenciamento do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN), criado pela Lei 
Complementar 79/94; b) estabelecer que a utilização de recursos do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN) 
para financiar centrais de monitoração eletrônica e penas alternativas é compatível com a interpretação do art. 
3º da Lei Complementar 79/94. 8. Caso concreto: o Tribunal de Justiça reconheceu, em sede de apelação em 
ação penal, a inexistência de estabelecimento adequado ao cumprimento de pena privativa de liberdade no 
regime semiaberto e, como consequência, determinou o cumprimento da pena em prisão domiciliar, até que 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
22 
 
disponibilizada vaga. Recurso extraordinário provido em parte, apenas para determinar que, havendo 
viabilidade, ao invés da prisão domiciliar, sejam observados (i) a saída antecipada de sentenciado no regime 
com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada do recorrido, enquanto em regime semiaberto; 
(iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado após progressão ao regime 
aberto.(RE 641320, Relator: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 11/05/2016, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL) 
CASA DE ALBERGADO 
A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e 
da pena de limitação de fim de semana (pena restritiva de direitos – art. 43, VI, do CP). 
Reparem que modo diverso da penitenciária, o prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos 
demais estabelecimentos, para facilitar o acesso ao trabalho e à escola e caracteriza-se pela ausência de 
obstáculos físicos contra a fuga. Afinal de contas, o regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de 
responsabilidade do condenado. 
No regime aberto, o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar 
curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de 
folga. 
Em cada região (Comarca) haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos 
aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras, devendo o estabelecimento 
conter instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos condenados. 
Questão interessante: O condenado cumpriu todas as condicionantes para a progressão do regime 
semiaberto para o aberto. Indaga-se: E se não existir vaga em Casa de Albergado? 
Nesse caso, a jurisprudência dos Tribunais Superiores é no sentido de que esse condenado cumpra pena 
em prisão domiciliar até o surgimento de vagas no regime aberto, ainda que não presentes qualquer 
circunstância do art. 117 da LEP6. Vejamos um julgado do STF sobre o assunto: 
PENA - CUMPRIMENTO - REGIME ABERTO - CASA DO 
ALBERGADO. A concretude do regime aberto pressupõe casa do albergado estrita aos que estejam 
submetidos a essa espécie de cumprimento da pena, havendo de dispor o local de condições a assegurarem a 
 
 
6 Art. 117 da LEP: Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se 
tratar de: I - condenado maior de 70 anos; II – condenado acometido de doença grave; III – condenada com filho menor ou 
deficiente físico ou mental; IV – condenada gestante. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcossantos
 
 
 
23 
 
integridade física e moral do preso - dever do Estado, consoante disposto no inciso XLIX do artigo 5º da 
Constituição Federal. PRISÃO DOMICILIAR - CASA DO ALBERGADO INEXISTENTE OU 
IMPRÓPRIA. O rol normativo de situações viabilizadoras da prisão domiciliar não é exaustivo, cabendo 
observá-la, se houver falha do aparelho estatal quanto a requisitos a revelarem a casa do albergado. (HC 95334, 
Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Relator p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Primeira 
Turma, julgado em 03/03/2009) 
CENTRO DE OBSERVAÇÃO 
No Centro de Observação, que será instalado em unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento 
penal, serão realizados os exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão enviados à Comissão 
Técnica de Classificação. 
E se não existir Centro de Observação? 
O legislador ordinário antevendo as dificuldades do gestor público em cumprir o estabelecido na LEP 
deu a solução, qual seja, na falta do Centro de Observação, os exames poderão ser realizados pela Comissão 
Técnica de Classificação. 
HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO 
O Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, que também deve obedecer os critérios de salubridade 
(areação, insolação e temperatura) é destinado ao tratamento de pessoas que serão submetidas ao 
cumprimento de medida de segurança, ou seja, os inimputáveis (art. 26, caput, do CP7) e os semi-imputáveis 
(art. 26, parágrafo único, do CP8). Só lembrando que o legislador brasileiro, após a reforma penal de 1984, 
adotou o sistema vicariante ou unitário. Com isso, resta dizer que ao semi-imputável é aplicada pena ou 
medida de segurança, segundo a providência mais recomendada para o caso concreto, não existindo, em 
hipótese alguma, a possibilidade de cumular tais sanções penais (sistema do duplo binário). 
O Código Penal estabelece 2 medidas de segurança: 
1) Detentiva - consiste em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em 
outro estabelecimento adequado (art. 96, I, do CP). Essa medida é prevista para os apenados com 
reclusão, independentemente de o agente ser imputável ou semi-imputável. 
 
 
7 Art. 26, caput, do CP: “É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
com esse entendimento. 
8 Art. 26, §único, do CP: “A pena pode ser reduzida de 1(um) a 2/3 (dois terços), se o agente, em virtude de perturbação de 
saúde mental ou por desenvolvimento incompleto ou retardado não era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do 
fato ou de determinar-se com esse entendimento. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
24 
 
2) Restritiva – consiste em submissão a tratamento ambulatorial. Nesse caso, o agente é submetido a 
tratamento em clínica psiquiátrica, mas permanece em liberdade. Se o fato for punível com detenção, 
o juiz poderá optar entre a internação e o tratamento ambulatorial. 
 
Professor, os internados ficam em celas individuais? 
Não há exigência de cela individual. Vejamos o item 99 da Exposição de Motivos da LEP: “a estrutura 
e a as divisões de tal unidade estão na dependência de planificação especializada, dirigida segundo os padrões 
da medicina psiquiátrica. Estabelecem-se, entretanto, as garantias mínimas de salubridade do ambiente e área 
física de cada aposento. 
Como já dita acima, na falta de hospital de custódia e tratamento psiquiátrico a internação ocorrerá em 
outro estabelecimento adequado, mas isso não significa dizer em locais destinados ao cumprimento de 
pena ou prisão provisória. Vejamos julgado do STJ. 
 
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO 
PENAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. ABSOLVIÇÃO IMPRÓPRIA. IMPOSIÇÃO DE MEDIDA 
DE SEGURANÇA DE INTERNAÇÃO. AUSÊNCIA DE VAGA EM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO. 
CUSTÓDIA EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL COMUM. DESVIO NA EXECUÇÃO. 
FLAGRANTE ILEGALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO. 
I - Sendo aplicada ao recorrente a medida de segurança de internação, constitui constrangimento 
ilegal sua manutenção em prisão comum, ainda que o motivo seja a alegada inexistência de vaga para o 
cumprimento da medida aplicada (precedentes). 
II - A manutenção de estabelecimentos adequados ao cumprimento da medida de segurança de 
internação é de responsabilidade do Estado, não podendo o paciente ser penalizado pela insuficiência de vagas. 
Recurso ordinário provido. (RHC 75.972/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado 
em 01/12/2016, DJe 14/12/2016) 
 
O exame psiquiátrico e os demais exames são obrigatórios para todos os internados. Não confundam o 
exame psiquiátrico com o exame de cessação de periculosidade. O primeiro tem a missão de controlar a 
enfermidade, objetivando a sua cura e é realizado a critério médico. Já o segundo é realizado anualmente, 
conforme art. 97, §2º, do CP, e visa verificar se houve, ou não, a cessação da periculosidade, fato que implica 
na liberação/desinternação ou na manutenção da medida de segurança. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
25 
 
O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no 
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica adequada (público 
ou privado). 
Devo informar ainda que em qualquer fase do tratamento ambulatorial pode o juiz determinar sua 
conversão para internação quando essa medida for necessária para fins curativos (art. 97, §4º, do CP). 
O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento 
Psiquiátrico (art. 108 da LEP). 
CADEIA PÚBLICA 
 Cadeia pública é o estabelecimento penal destinado ao recolhimento de presos provisórios (aquele 
que ainda não apresenta em seu desfavor uma sentença penal condenatória transitada em julgado), 
equiparando-se ao regime fechado. Lembre-se que o preso provisório, no que couber, está sujeito aos deveres 
e direitos aplicáveis ao condenado definitivo, não sendo, no entanto, obrigado ao trabalho, que pode ser 
realizado apenas no interior do estabelecimento penal. Está sujeito à disciplina carcerária, podendo, inclusive, 
sofrer punição por falta grave. 
 Com o trânsito em julgado, esse preso deve ser transferido ao estabelecimento penal adequado ao 
regime fixado na sentença condenatória (fechado, semiaberto e aberto). Todavia, na realidade, observamos 
preso definitivo cumprindo pena em cadeia pública! 
 A Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 5º, item 4) e as Regras Mínimas da ONU (regra 
nº 8, “b”) determina que o preso provisório ficará recolhido em cadeia pública, em ambiente separado dos 
presos definitivos. 
A Cadeia Pública é o lugar eleito pela LEP para o cumprimento de prisão civil (inadimplente de pensão 
alimentícia) e de prisão administrativa (exemplo: estrangeiro que aguarda expulsão), na falta de 
estabelecimento adequado (art. 201 da LEP e art. 528, §4º, do Novo CPC). 
 Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da 
Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar. 
Chamo a atenção de vocês para dizer que o preso não tem direito absoluto para permanecer próximo ao seu 
meio social e familiar, podendo o magistrado, com a devida fundamentação e calcada em razão de 
conveniência, transferi-lo para localidade diversa. 
 
 A Cadeia será instaladapróxima de centro urbano, observando-se na construção as exigências do 
art. 88 da LEP (cela individual de 6 m² com dormitório, aparelho sanitário e lavatório), além dos critérios dos 
critérios de salubridade (areação, insolação e temperatura). 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
26 
 
OBS: Na aula seguinte ainda abordaremos alguns aspectos da LEP (remição, autorização de saídas, 
incidentes de execução, procedimento judicial) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
27 
 
3 – GUIA DE RECOLHIMENTO 
 
GUIA DE RECOLHIMENTO. 
 Como já conversamos em aula passada, não há que se falar em execução penal sem o indispensável 
título executivo judicial. 
 Pois bem. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver 
ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução. Em outras 
palavras, o édito condenatório ganha força executiva após a ocorrência da coisa julgada, ocasião em que deverá 
ser confeccionado a guia de recolhimento, também conhecida como carta de guia. Em resumo, a confecção da 
guia de recolhimento exige 2 requisitos, quais sejam, trânsito em julgado e estar preso o condenado. 
 Reparem que a guia de recolhimento é o documento que materializa o título executivo judicial, sendo 
imprescindível para a deflagração do processo de execução, pois conterá os dados principais da pena a ser 
cumprida. Nesse sentido, devo destacar a importância desse documento para a execução penal, conforme se 
vê no art. 107, caput, da LEP: Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, 
sem a guia expedida pela autoridade judiciária. 
 Lembre-se, no entanto, segundo já vimos, que pode existir execução provisória da pena, podendo, 
assim, ser expedida guia de recolhimento provisória (arts. 8°/11 da Resolução nº 113/10 do CNJ), a fim de que 
o condenado goze de maneira antecipada dos benefícios da execução penal. Essa situação é cabível quando 
o agente já foi condenado em primeiro grau de jurisdição, mas aguarda preso de modo cautelar o julgamento 
do recurso exclusivo da defesa em 2º grau de jurisdição ou nos Tribunais Superiores. Com o advento da Lei 
nº 13.964/19, lembre-se que não corre a prescrição na pendência de embargos de declaração ou de recursos 
aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis (art. 116, III, do Código Penal). 
 OBS: Não confunda o início do processo de execução penal como o início da execução da pena. 
Enquanto a primeira hipótese exige a coisa julgada da sentença, o segundo caso necessita do recolhimento do 
condenado à prisão. 
 Professor, quais são os dados que deveram constar da guia de recolhimento? 
A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com o 
Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá: 
I - o nome do condenado; 
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação; 
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em 
julgado 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
28 
 
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução; 
V - a data da terminação da pena; 
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário. 
A Resolução de nº 113, de 20 de abril de 2010, do CNJ regulamenta a expedição de guia de recolhimento 
e os documentos que instruem o processo de execução penal. Observem que o artigo 1º da citada resolução do 
CNJ menciona ainda outros documentos: interrogatório do executado na polícia e em juízo, informação sobre 
os endereços em que possa ser localizado, instrumentos de mandato, substabelecimentos, despachos de 
nomeação de defensores dativos ou de intimação da Defensoria Pública, cópia do mandado de prisão 
temporária e/ou preventiva, com a respectiva certidão da data do cumprimento, bem como com a cópia de 
eventual alvará de soltura, também com a certidão da data do cumprimento da ordem de soltura, para cômputo 
da detração penal, nome e endereço do curador, se houver, informações acerca do estabelecimento prisional 
em que o condenado encontra-se recolhido, cópias da decisão de pronúncia e da certidão de preclusão em se 
tratando de condenação em crime doloso contra a vida e certidão carcerária. 
Se o condenado ao tempo do crime era funcionário da Administração da Justiça 
Criminal (Exemplos: Policial, Juiz, Promotor de Justiça, etc...), tal fato deveria constar da 
guia de recolhimento. Motivo: Para preservar a integridade física e moral desse condenado, 
o diretor do estabelecimento penal deverá colocá-lo em dependência separada dos demais 
condenados. 
A quem compete expedir essa guia de recolhimento? Juízo da condenação ou Juízo da Execução Penal? 
Já falamos sobre isso na aula passada, porém devemos recordar que esse mister é do Juízo da condenação. 
Vale dizer, o Juízo da condenação que é encarregado da elaboração da guia de recolhimento. Destaco ainda 
que o artigo 2º, caput, da Resolução nº 113/10 do CNJ menciona que a guia de recolhimento para cumprimento 
de pena privativa de liberdade e a guia de internação para cumprimento de medida de segurança serão 
expedidas em 2 vias, uma endereçada à autoridade administrativa encarregada da custódia do condenado e a 
outra ao juízo da execução penal competente. 
A autoridade administrativa incumbida da execução passará recebido da guia de recolhimento para juntá-
la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao condenado. 
Questão interessante: Se o juiz da condenação se recusar a expedir guia de recolhimento ou se omitir? 
Em razão de estar caracterizado um error in procedendo, será possível a interposição de correição 
parcial. Afinal de contas, a guia de recolhimento é indispensável para a deflagração da execução penal. 
 
Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento. Motivo: Cabe ao órgão ministerial, 
custos legis, verificar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internação (art. 68, I, da LEP), 
observando, principalmente, se há perfeita correspondência entre os dados contidos na guia em questão com 
os elementos extraídos do processo criminal. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 07
Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2
www.estrategiaconcursos.com.br
1451285
55314334925 - marcos santos
 
 
 
29 
 
A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da 
execução ou ao tempo da duração da pena. Exemplo: Quando o juiz da execução penal reconhece a remição 
da pena por trabalho. 
As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica do 
recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das 
remições e de outras retificações posteriores. Todavia, isso não significa que a execução da pena obedecerá 
a ordem cronológica das guias de recolhimento, mas sim que o registro das guias obedecerá essa ordem. 
Não custa lembrar que existindo várias penas a cumprir o condenado cumprirá primeiramente a pena 
mais grave (art. 76 do CP9). Assim, conclui-se que primeiro executa a pena de reclusão, depois a de detenção 
e, por último, a de prisão simples. 
Ok, e se for penas da mesma espécie (reclusão, por exemplo)? Qual executa primeiro? 
O professor Júlio

Outros materiais