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Livro Eletrônico Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca 55314334925 - marcos santos Sumário 1 –Órgãos de Execução Penal............................................................................................................................................................ 2 2 – Estabelecimentos penais...............................................................................................................................................................18 3 - Guia de recolhimento....................................................................................................................................................................27 4 - Fixação de regime e unificação de penas......................................................................................................................................30 5 - Progressão e regressão de regimes................................................................................................................................................36 6 - Autorizações de saída...................................................................................................................................................................49 7 - Remição........................................................................................................................................................................................55 8 - Livramento condicional ...............................................................................................................................................................63 9 - Lista de questões sem comentários...............................................................................................................................................70 10 – Lista de questões com comentários............................................................................................................................................84 11 – Resumo.....................................................................................................................................................................................108 12 – Gabarito...................................................................................................................................................................................111 Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 1 DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PENAL ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PENAL A LEP, em seu art. 61, elenca 8 órgãos de execução penal: 1) Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (arts.62/64 da LEP); 2) Juízo da Execução (arts. 65/66 da LEP); 3) Ministério Público (arts.67 e 68 da LEP); 4) Conselho Penitenciário (arts. 69 e 70 da LEP) 5) Departamentos Penitenciários ( arts. 71/77 da LEP) 6) Patronato (arts. 78/79 da LEP) 7) Conselho da Comunidade (arts. 80 e 81 da LEP) 8) Defensoria Pública (arts. 81-A e 81-B da LEP) CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL e PENITENCIÁRIA O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), com sede na capital da República, é órgão subordinado ao Ministério da Justiça, composto por 13 (treze) membros titulares e 5 (cinco) suplentes, designados pelo Ministro da Justiça para mandato de 2 (dois) anos. A cada ano é renovado 1/3 de seus componentes. Em razão da interdisciplinaridade dos assuntos que tramitam nesse Conselho, seus integrantes serão escolhidos dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, além de representantes da comunidade e dos Ministérios da área social. De acordo com o art. 64 da LEP, incumbe ao CNPCP, em âmbito federal ou estadual: I – propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança; II – contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária; III – promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades do País; IV – estimular e promover a pesquisa criminológica; V – elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor; Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 2 VI – estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de albergados; VII – estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal; VIII – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento; IX – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes à execução penal; X – representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. Segundo consta do item 187 da Exposição de Motivos da LEP, a implantação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária tem proporcionado “valioso contingente de informações de análises, de deliberações e de estímulo intelectual e material às atividades de prevenção da criminalidade.” JUÍZO DA EXECUÇÃO PENAL O ponto de partida desse assunto é saber qual o juízo competente no campo da execução penal. A execução penal competirá ao juiz indicado na lei de organização judiciária. Na ausência dessa previsão na citada lei, figurará como competente o juízo da sentença. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, a execução cabe ao Juízo do local da condenação, sendo deprecada ao Juízo do domicílio do apenado somente a supervisão e acompanhamento do cumprimento da pena determinada, não existindo deslocamento de competência. (Conflito de d Competência de nº 113.112/SC, Min. Rel. Ministro Gilson Dipp, Terceira Seção, DJe 17/11/2011) Vamos imaginar a seguinte situação: Um condenado ao regime semiaberto durante que cumpre pena em Curitiba/PR, durante uma saída temporária, é preso em flagrante delito em Londrina/PR. Qual é o Juízo competente para cuidar da execução Penal? Prevalece o entendimento de que a fixação da competência para execução da pena é a do local em que o apenado cumpre pena em caráter permanente, ou seja, Curitiba (STJ, CC nº 83962, Rel. Min Maria Thereza Assis de Moura, julgado em 14 de maio de 2008). O rol do art. 66 da LEP apresenta um rol exemplificativo de medidas tomadas pelo Juízo no curso da execução penal. Vamos lá. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 3 I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; Nesse sentido, deve-se ser lembrado o teor da súmula 611 do Supremo Tribunal Federal: Percebam que essa competência dada ao juízo da execução penal é a aplicação retroativa de lei penal benéfica (art. 5º, XL, da CF1). II – declarar extinta a punibilidade; Vamos deixar claro que a extinção da punibilidade pode ocorrer antes ou depois do trânsito em julgado. Se ocorrer a extinção da punibilidade antes do trânsito em julgado, essa declaraçãocompetirá ao juiz do processo de conhecimento ou o Tribunal, se o feito estiver em grau de recursal. Todavia, após o trânsito em julgado, a extinção da punibilidade será feita pelo Juízo da Execução (art. 66, II, da LEP). III – Decidir sobre: a) Soma ou unificação de penas. Essa atuação do juízo da execução ganha grande importância para os fins do art. 75 do CP, com redação dada pela Lei nº 13.964/19, ou seja, para verificar a observância do limite máximo de 40 anos de cumprimento de pena. É interessante ainda destacar que no momento de analisar a concessão de benefícios executórios é levado em conta a penal total e não a pena unificada. Esse é o teor da súmula 715 do STF: a pena unificada para atender ao limite de 30 anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional. b) Progressão ou regressão nos regimes. O nosso CP adotou o sistema progressivo para a execução das penas privativas de liberdade, ou seja, o condenado migra do regime carcerário mais gravoso para imediatamente menos severo (fechadosemiabertoaberto). Defere-se tal benefício com o preenchimento dos requisitos objetivo (cumprimento mínimo de um sexto da pena, ou, no caso de crimes hediondos, de dois quintos, se primário, e de três quintos, se reincidente) e subjetivo (bom comportamento carcerário, comprovado por atestado emitido pelo diretor do estabelecimento prisional). Para o condenado por crime contra a administração pública, a progressão de regime prisional também está condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais (CP, art. 33, § 4º). Chamo ainda a atenção para dizer que não há progressão per saltum, ou seja, diretamente do regime fechado para o aberto. A 1 Art. 5º, XL, da CF: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Súmula 611 do STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 4 regressão de regimes também é incumbência do juízo da execução se não cumprir as condicionantes legais. Nesse caso, é perfeitamente possível a regressão por salto, ou seja, diretamente do regime aberto para o fechado. c) Detração e remição da pena. A detração penal foi muito bem definida no art. 42 do CP: Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. A remição, por sua vez, em linhas gerais, autoriza o desconto de uma parte da pena em razão de trabalho ou estudo realizado durante o cárcere. (art. 126, caput, da LEP). Segundo jurisprudência do STF, compete ao juízo das execuções criminais apreciar o pedido de detração da pena formulado pelo sentenciado (HC 71119, min. Rel. Celso de Mello, DJ de 63-03-1998). d) Suspensão condicional da pena. É um benefício que suspende a execução da pena privativa de liberdade, por um lapso (período de prova), mediante condições. Se durante o período de prova verificar o cumprimento de todas as condições, será declarada extinta a punibilidade. O Juiz ou Tribunal que conceder o sursis deverá pronunciar-se motivadamente sobre ele, quer o conceda, quer o denegue. O Tribunal poderá conceder o sursis e deixar para o Juiz da execução a fixação das condições (art. 159, §2º). e) Livramento condicional. É um benefício incidente em sede de execução da pena privativa de liberdade pelo qual o indivíduo, após cumprir determinados pressupostos e mediante determinadas condições, obtém a antecipação provisória de sua liberdade. Ficará a cargo do Juízo da execução decidir sobre a concessão, revogação, o agravamento das condições do livramento na hipótese de sua revogação facultativa (art. 140, parágrafo único, da LEP) e a modificação das condições especificadas na sentença (veja art. 144 da LEP) f) Incidentes de execução. Por incidentes da execução devemos entender as conversões (arts. 180 a 184), o excesso ou o desvio (arts. 185 e 186) e da anistia e do indulto (arts. 187 a 193). Também pode ser encarado como incidentes da execução em sentido lato as demais ocorrências tratadas ao longo da Lei de Execução Penal e que interferem na execução da pena ou da medida de segurança, acarretando a sua redução, substituição ou extinção. Exemplos: unificação de penas, remição, progressão e regressão de regime prisional, livramento condicional, etc... IV – Autorizar saídas temporárias. Foi prevista pela LEP as denominadas autorizações de saída que são divididas em 2 espécies, quais sejam, permissões de saída e saída temporária. A permissão de saída tem fundamento em questões humanitárias e consiste em uma autorização dada ao preso para sair do estabelecimento, mediante escolta, em virtude de falecimento ou doença grave do cônjuge, companheiro, ascendente ou irmão, ou para tratamento médico. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária para atender à finalidade dessa saída, ou seja, o prazo é bem Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 5 reduzido e vinculado necessariamente ao motivo da saída. Essa permissão de saída decorre de ato administrativo do Diretor do presídio. Já a saída temporária é uma autorização dada aos presos em regime semiaberto quando preenchem os requisitos legais. Essa saída temporária será sem vigilância e terá por finalidade visita à família, frequentar curso supletivo profissionalizante, de instrução de 2º grau ou superior ou para participar de atividades importantes para o seu retorno ao convívio social. Essa autorização será concedida por ato motivado do Juiz da Execução Penal, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos: a) comportamento adequado; b) cumprimento de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e ¼, se reincidente; c) compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. V – determinar: a) A forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução; De plano, devo informar que a LEP não cuidou de 2 penas restritivas de direitos: prestação pecuniária (art. 43, I, da LEP) e perda de bens e valores (art. 43, II, do CP). Todavia, caberá ao Juiz da Execução Penal indicar a entidade ou o programa e os respectivos dias e horários de cumprimento da pena de prestação de serviço à comunidade ou à entidade pública, sem prejudicar a jornada normal de trabalho (art. 149 da LEP). Na pena de interdição de direitos, o Juízo da Execução terá a missão de comunicar à autoridade competente a imposição dessa pena, determinado, se for o caso, a apreensão dos documentos que legitimam o exercício do direito interditado (art. 154 da LEP). Na limitação de fim de semana, é tarefa do Juízo da Execução Penal determinar a intimação do condenado quanto ao local, dias e horários em que o condenado deverá cumprir a pena (art. 151 da LEP). b) A conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade; Primeiramente, devemos lembrar que não há mais possibilidade de conversão da pena de multa em pena privativa de liberdade em razão da nova redação do art. 51 do CP dada pela Lei 9296/96, ou seja, nessa parte houve uma revogação tácita pela nova redação do art. 51 do CP. Assim, a multa é considerada dívida de valor e sua execução se fará pelalei nº 6830/80 (execução fiscal). Só lembrando que o não pagamento da multa estipulada em transação penal autoriza a continuidade da persecução penal, conforme súmula vinculante 35 do STF, nos seguintes termos: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. A pena restritiva de direitos converte-se em pena privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta ou se surgir condenação a pena privativa de liberdade por outro crime (art. 44, §§ 4º e 5º, do CP). c) A conversão da pena privativa de liberdade em restritivas de direitos: Essa matéria está regulamentada no art. 180 da LEP. A pena privativa de liberdade não superior a 2 anos, poderá ser convertida em restritivas de direitos, desde que: I – o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; II – tenha sido cumprido pelo menos ¼ da pena; III – os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 6 d) A aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; e) A revogação da medida de segurança. f) A desinternação e o restabelecimento da situação anterior; g) O cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca. Essa hipótese nada mais é do que a transferência de preso ou paciente judiciário (aquele que cumpre medida de segurança). h) A remoção do condenado na hipótese prevista no §1º, do artigo 86, desta Lei. Essa hipótese versa sobre a Lei n. 11.671/2008, que regula a transferência e a inclusão de presos em estabelecimentos penais federais de segurança máxima, que se dará no interesse da segurança pública ou do próprio preso, condenado ou provisória. VI – zelar pelo cumprimento da pena e da medida de segurança. Vale dizer, o Juízo da Execução Penal deve zelar pelo cumprimento das disposições da sentença ou decisão judicial no tocante à execução penal. VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providência para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, apuração de responsabilidade. O juiz vistoriar mensalmente os estabelecimentos penais para verificar o seu adequado funcionamento. A Resolução 47/2007 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também prevê que os Juízes das Varas de Execuções Penais realizem inspeções mensais aos estabelecimentos penais sob sua responsabilidade. VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos da LEP. IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade. A matéria está regulada nos artigos 80 e 81 da LEP. X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. A expedição desse atestado anual foi regulamentada pelos arts. 12 e 13 da Resolução de nº 113 do CNJ2. Lembre-se que é direito do preso receber 2 Resolução de nº 113 do CNJ: Art. 112. A emissão de atestado de pena a cumprir e a respectiva entrega ao apenado, mediante recibo, deverão ocorrer: Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 7 anualmente esse atestado, sob pena de responsabilidade do juiz competente (art.41, XVI, da LEP). Afinal de contas, ao menos uma vez por ano, o preso deve receber esse documento para saber o saldo de pena a cumprir. MINISTÉRIO PÚBLICO O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo- lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127, caput, da CF). Pois bem. Durante o processo de conhecimento, nas ações penais públicas, o Ministério Público se revela de modo preponderante como parte na relação jurídica processual, ou seja, como sujeito parcial. Já em sede de execução penal, o MP é enxergado como custos legis, ou seja, fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança a fim de verificar o cumprimento integral do título executivo judicial formado, oficiará ainda no processo executivo e nos incidentes da execução (art. 67 da LEP). O artigo 68 da LEP apresenta um rol exemplificativo das atribuições do MP. Vejamos: I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento; II - requerer: a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares; I – no prazo de sessenta dias, a contar da data do início da execução da pena privativa de liberdade; II – no prazo de sessenta dias, a contar da data do reinício do cumprimento da pena privativa de liberdade; III – para o apenado que já estiver cumprindo pena privativa de liberdade, até o último dia útil do mês de janeiro de cada ano; Art. 113. Deverão constar do atestado anual de cumprimento de pena, dentre outras informações consideradas relevantes, as seguintes: I – o montante da pena privativa de liberdade; II – o regime prisional de cumprimento de pena; III – a data do início do cumprimento da pena e a data, em tese, do término do cumprimento integral da pena; IV – a data a partir da qual o apenado, em tese, poderá postular a progressão do regime prisional e o livramento condicional. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 8 c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; d) a revogação da medida de segurança; e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional; f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior. III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. CONSELHO PENITENCIÁRIO O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena. São funções consultiva e fiscalizatória. Professor, qual é a composição do Conselho Penitenciário? O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento. O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos. Quais são as atribuições do Conselho Penitenciário? I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso. Atualmente não há mais necessidade de confecção de parecer do Conselho Penitenciário para a concessão de livramento condicional em razão da vigência da lei 10792/03 II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais; III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, aoConselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior; IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos. OBS: O rol de atribuições do art. 70 da LEP não é taxativo, haja vista que há outras atividades a ser desempenhadas por esse Conselho. Ex: art. 143 da LEP Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 9 DEPARTAMENTOS PENITENCIÁRIOS Primeiramente devemos destacar que existe o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), assim como há os Departamentos Penitenciário criados por leis locais. O Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), vinculado ao Ministério da Justiça, é um órgão executivo de Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Pública Criminal e Penitenciária. O DEPEN é o gestor e fiscalizador das penitenciárias federais. Quais são as atribuições do DEPEN? I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacional; II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais; III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta Lei; IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços penais; V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado. VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar. Esse cadastro nacional das vagas tem relevância para o governo ter uma ideia das vagas ocupadas no sistema penitenciário. Incumbem também ao DEPEN a coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais. Os Estados podem, por lei própria, criar Departamento Penitenciário ou órgão similar (ex: Secretaria de Administração Penitenciária), com as atribuições que estabelecer. Esse órgão deverá supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais estaduais. Professor, quais são os requisitos para alguém figurar como diretor do estabelecimento penal? Segundo as Regras mínimas da ONU, o diretor do estabelecimento penal deverá ser qualificado pela função, por seu caráter, capacidade administrativa, formação adequada e experiência na matéria (regra nº 50.1). Em conformidade com esses parâmetros, a LEP fixou as seguintes condições para o ocupante do cargo de diretor de estabelecimento: Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 10 I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais; II - possuir experiência administrativa na área; III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua função. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais funções. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato. O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão social funcional dependerão de cursos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício. No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho do pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado. Com isso, evita-se o risco de relacionamentos afetivos e sexuais entre agentes penitenciários e presas. PATRONATO O patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados (condenado em regime aberto) e aos egressos (o liberado definitivo, pelo prazo de 1 ano a contar da saída do estabelecimento e o liberado condicional, durante o período de prova). Além dessa função de assistência aos albergados e aos egressos, o patronato também tem atribuições sociais e fiscalizadoras: a) orientar os condenados à pena restritiva de direitos; b) fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana; c) colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional. O patronato é um importante instrumento de participação da sociedade na execução das penas! OBS: O Conselho Penitenciário supervisiona os patronatos (art. 70, IV, da LEP). Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 11 CONSELHO DA COMUNIDADE Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. Na falta de representação prevista no art. 80 da LEP, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho. Lembre-se que compete ao Juiz da Execução Penal compor e instalar o Conselho da Comunidade (art. 66, IX, da LEP). São atribuições do Conselho da Comunidade: I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca; II - entrevistar presos; III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário; IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento. DEFENSORIA PÚBLICA A Defensoria Pública foi incluída como órgão de execução na LEP por meio da Lei nº 12.313/2010, de forma a assegurar o amplo acesso à Justiça pelos presos, egressos e seus familiares, desde que não tenham condições de custear os serviços de um advogado. Afinal de contas, a Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, assim considerados na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal. O artigo 81-B da LEP apresenta um rol exemplificativo das atribuições da Defensoria Pública. Vejamos: I - requerer: a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 12 b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; c) a declaração de extinção da punibilidade; d) a unificação de penas; e) a detração e remição da pena;f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida de segurança; h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena e o indulto; i) a autorização de saídas temporárias; j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta Lei; II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a execução; IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes à execução penal; V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 13 ESTABELECIMENTOS PENAIS DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS DISPOSIÇÕES GERAIS Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado (fechado, semiaberto e aberto), ao paciente judiciário (aquele submetido à medida de segurança), ao preso provisório e ao egresso. Os estabelecimentos, em linhas gerais, são os seguintes: Penitenciária: é o local previsto para o cumprimento da pena em regime fechado Colônia Agrícola, Industrial ou Similar é o local previsto para cumprimento da pena em regime semiaberto Casa de Albergado é o local previsto ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto e para o cumprimento da pena de limitação de fim de semana (pena restritiva de direito) Centro de Observação é o local onde se realiza os exames gerais e o criminológico. Hospital de Custódia e Tratamento é o local previsto para os inimputáveis e os imputáveis descritos no artigo 26, caput e parágrafo único do CP. Cadeia Pública é o local previsto para os presos provisórios. Não custa lembrar que o art. 5º, XLVIII, da CF estabelece que a pena será cumprida em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito, a idade o sexo do apenado. Em razão disso, a mulher (visando protegê-la de abusos sexuais) e o idoso (em virtude de sua notória fragilidade física) serão recolhidos, separadamente, em estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal. Reparem ainda que no mesmo espaço pode existir distintos estabelecimentos (art. 82, §2º, da LEP). Todavia, é necessário que haja o indispensável isolamento desse local para que abrigue apenados com as mesmas características. O que eu quero dizer é que, devidos aos inúmeros problemas financeiros, o Estado pode num único lugar criar vários estabelecimentos, ou seja, prédios específicos para mulheres, idosos, presos provisórios, condenados com alta periculosidade. Professor, qual será a estrutura do estabelecimento penal? O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva. Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários. Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos de ensino básico e profissionalizante (instrumento importante para a ressocialização do preso, bem como para a remição da pena) e, ainda, haverá uma instalação para a prestação de assistência jurídica pela Defensoria Pública. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 14 Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade (art.83, §2º, da LEP). Cumpre ainda alertá-los que esse direito previsto na LEP decorre de um direito constitucional consagrado no art. 5º, L, do Texto Maior, qual seja, às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação. Nesses estabelecimentos penais destinados ao atendimento de presidiárias, os agentes incumbidos da segurança de suas dependências internas serão, exclusivamente, do sexo feminino. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais, tais como: serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria, recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos e externos; serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso. Na execução desses serviços pode compreender o fornecimento de materiais, equipamentos, máquinas e profissionais. A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do Poder Público. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema penal, bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, tais como: classificação de condenados; aplicação de sanções disciplinares; controle de rebeliões; transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos aos estabelecimentos penais. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado. Essa exigência, além de estar prevista nas Regras mínimas da ONU para tratamento de reclusos (regra de nº 8, “b”3) e na Convenção Americana de Direitos Humanos (art.5º, item 44), estar prevista expressamente na LEP (art. 84, caput). Também haverá separação entre preso primário e o reincidente, evitando, assim, a influência do criminoso contumaz com aquele iniciante no mundo do crime. Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: 3 Regra de nº 8, “b”, das Regras Mínimas da ONU para tratamento de reclusos (1955): As pessoas presas preventivamente deverão ser mantidas separadas dos presos condenados; 4 Art. 5º, item 4, da Convenção Americana de Direitos Humanos: Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas não condenadas. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 15 I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos incisos I e II. O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em dependência separada. Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios: I - condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; III - primários condenados pela práticade crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situação diversa das previstas nos incisos I, II e III. O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos ficará segregado em local próprio. O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em dependência separada. Motivo: Essa medida é indispensável para garantir a segurança desse preso, evitando assim eventuais represálias de outros detentos. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade (Art. 85, caput, da LEP - regra longe de ser obedecida no Brasil) O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades. Em regra, a execução da pena se dá em lugar próximo à família e ao meio social do apenado, conforme determina o art. 103 da LEP. Todavia, esse direito do apenado não é inflexível. Vale dizer, com a devida fundamentação, as penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da União. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 16 EXECUÇÃO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. JULGAMENTO MONOCRÁTICO. POSSIBILIDADE. JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STJ. DIREITO DOS REEDUCANDOS DE CUMPRIREM PENA EM LOCAL PRÓXIMO AO SEU MEIO SOCIAL E FAMILIAR. TRANSFERÊNCIA INDEFERIDA ANTE A INEXISTÊNCIA DE ESTABELECIMENTO PENAL COMPATÍVEL COM O REGIME INTERMEDIÁRIO NO LUGAR DE DESTINO. CONVENIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA. AGRAVO DESPROVIDO. I - Há jurisprudência dominante, deste Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que o direito do apenado a cumprir pena em local próximo ao seu meio social e familiar não é absoluto, podendo o juiz da execução indeferir pleito nesse sentido se houver fundadas razões para tanto. Está autorizado, portanto, o julgamento monocrático da matéria, nos termos do art. 34, inciso XVIII, alínea 'b', do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça (Redação dada pela Emenda Regimental n. 22, de 2016 - Em vigor desde 18/3/2016). II - Quando houver, nos autos, a informação da inexistência de lotação ou mesmo da completa ausência de estabelecimento penal adequado ao regime de cumprimento da pena na comarca onde moram os familiares do preso, não haveria flagrante constrangimento ilegal na manutenção do apenado em unidade penitenciária distante de sua família. (Precedentes). III - In casu, a eg. Corte estadual consignou que não existiria, no sul do Estado do Espírito Santo, estabelecimento penal apto a receber reeducandos que descontam a reprimenda no regime intermediário. Agravo regimental desprovido. (AgRg no RHC 75.591/ES, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 15/12/2016, DJe 10/02/2017) Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas. Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa, definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos. A LEP estabeleceu em art. 85, §1º que a União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado. A inclusão de preso em estabelecimento penal de segurança máxima, de responsabilidade da União, restou prevista pela lei nº 11.671/08. Essa inclusão de preso no sistema penitenciário federal se desenvolve em duas etapas. A primeira parte ocorre com a admissibilidade pelo juiz da origem da necessidade da transferência do preso para estabelecimento penal federal de segurança máxima. (arts. 3º e 4º da Lei 11.671/08). A segunda parte se dá com a admissão do preso mediante decisão Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 17 fundamentada do juízo federal. Instruído os autos do processo de transferência, serão ouvidos, no prazo de 5 (cinco) dias cada, quando não requerentes, a autoridade administrativa, o Ministério Público e a defesa, bem com o Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN, a quem é facultado indicar o estabelecimento penal federal mais adequado. A decisão que admitir o preso no estabelecimento penal federal de segurança máxima indicará o período de permanência. Havendo extrema necessidade, o juiz federal poderá autorizar a imediata transferência do preso e, após a instrução dos autos, decidir pela manutenção ou revogação da medida adotada. Professor, qual é o prazo máximo de permanência no presídio federal? O período de permanência será de até 3 (três) anos, renovável por iguais períodos, quando solicitado motivadamente pelo juízo de origem, observados os requisitos da transferência, e se persistirem os motivos que a determinaram (art. 10, §1º, da Lei 11.671/08, com redação dada pela Lei nº 13.964/19). De acordo com o art. 11-A da Lei nº 11.671/08, as decisões relativas à transferência ou à prorrogação da permanência do preso em estabelecimento penal federal de segurança máxima, à concessão ou à denegação de benefícios prisionais ou à imposição de sanções ao preso federal poderão ser tomadas por órgão colegiado de juízes, na forma das normas de organização interna dos tribunais.” Quem é o juízo competente para cuidar da execução penal em presídio federal? A atividade jurisdicional da execução penal nos estabelecimentos penais federais será desenvolvida pelo juízo federal da seção ou subseção judiciária em que estiver localizado o estabelecimento penal federal de segurança máxima ao qual for recolhido o preso5. Caberá à Defensoria Pública da União a assistência jurídica ao preso que estiver nos estabelecimentos penais federais de segurança máxima. Apenas a fiscalização da prisão provisória será deprecada, mediante carta precatória, pelo juízo de origem ao juízo federal competente, mantendo aquele juízo a competência para o processo de conhecimento e para os respectivos incidentes. Vamos imaginar a seguinte situação agora: O juiz de origem entende ser o caso de transferência do preso para o sistema penitenciário federal, porém o juízo federal rejeita tal transferência. O que fazer nessa situação? Nesse caso, o juiz de origem deverá suscitar conflito de competência perante o tribunal competente, que o apreciará em caráter prioritário. O mesmo procedimento deverá ser adotado quando rejeitada a permanência do preso em penitenciária de segurança máxima pelo Juízo Federal, porém o preso permanecerá no estabelecimento prisional federal enquanto não solucionado o conflito de competência. 5 Art. 2º, parágrafo único, da Lei 11.671/08: O juízo federal de execução penal será competente para as ações de natureza penal que tenham por objeto fatos ou incidentes relacionados à execução da pena ou infrações penais ocorridas no estabelecimento penal federal. (redação dada pela Lei nº 13.964/19) Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 18 Destaco ainda a vocês a posição do STJ acerca da impossibilidade de o juízo Federal realizar juízo de valor acerca dos motivosdados pelo juízo Estadual para a manutenção do preso em presídio de segurança máxima (federal). Vejamos. PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. 1. TRANSFERÊNCIA PARA PRESÍDIO FEDERAL. RENOVAÇÃO REJEITADA. ART. 10, § 5º, DA LEI N. 11.671/2008. 2. PERMANÊNCIA DAS RAZÕES QUE ENSEJARAM O PEDIDO INICIAL. NECESSIDADE DE GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. POSIÇÃO DE LIDERANÇA DO DETENTO NO "COMANDO VERMELHO". MOTIVAÇÃO LEGAL. ARTS. 3º E 10, § 1º, DA LEI N.11.671/2008. 3. IMPOSSIBILIDADE DE JUÍZO DE VALOR DO MAGISTRADO FEDERAL. MERA AFERIÇÃO DA LEGALIDADE DA MEDIDA. 4. PROGRESSÃO DE REGIME. 5. COMPETÊNCIA DO JUÍZO FEDERAL. 1. A rejeição da renovação de permanência do apenado em presídio federal autoriza seja suscitado conflito de competência, nos termos do art. 10, § 5º, da Lei n. 11.671/2008. 2. Persistindo as razões que ensejaram a transferência do preso para o presídio federal de segurança máxima, como afirmado pelo Juízo de Direito da Vara de Execuções Penais do Estado do Rio de Janeiro/RJ, a renovação da permanência do apenado é providência indeclinável, como medida excepcional e adequada para resguardar a ordem pública. Incidência do art. 3º do Decreto 6.877/2009, que regulamenta a Lei supramencionada. 3. Prevalece no Superior Tribunal de Justiça o entendimento no sentido de que, acaso devidamente motivado pelo Juízo estadual o pedido de manutenção do preso em presídio federal, não cabe ao Magistrado Federal exercer juízo de valor sobre a fundamentação apresentada, mas apenas aferir a legalidade da medida. Ressalva do ponto de vista do Relator. 4. "A concessão do benefício da progressão de regime ao apenado em presídio federal de segurança máxima fica condicionada à ausência dos motivos que justificaram a transferência originária para esse sistema ou, ainda, à superação de eventual conflito de competência suscitado. Tal entendimento jurisprudencial deriva da interpretação sistemática dos dispositivos legais que norteiam o ingresso no Sistema Penitenciário Federal, os quais demonstram a absoluta incompatibilidade entre os motivos que autorizam a inclusão do preso e os benefícios liberatórios da execução" (CC n. 125.871/RJ, Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Seção, DJe 7/6/2013)" (AgRg no CC 131.887/RJ, Terceira Seção, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJe de 3.4.2014). 5. Situação em que a posição de liderança e a influência do apenado na organização criminosa conhecida como "Comando Vermelho - CV" aliadas à facilidade de comunicação com a organização criminosa acaso permanecesse recolhido num presídio do Estado do Rio de Janeiro recomendam a manutenção da segregação do apenado em presídio federal de segurança máxima, reconhecendo-se a Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 19 competência do Juízo Federal Corregedor da Penitenciária Federal de Mossoró - SJ/RN, ora suscitado, para prosseguir na execução da pena. 6. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no CC 146.418/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/06/2016, DJe 14/06/2016) PENITENCIÁRIA Esse estabelecimento penal, também denominado de presídio, destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado. A LEP ainda menciona que União, Estados, DF e municípios poderão construir penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime disciplinar diferenciado. As penitenciárias devem ser compostas de celas individuais com área mínima de 6 m², com dormitório, aparelho sanitário e lavatório aeração, insolação e condicionamento térmico que garantam condições de salubridade. Percebam ainda que as penitenciárias femininas, além de terem os requisitos acima, também devem contar com uma seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças entre 6 meses e 7 anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa, sendo dado atendimento por pessoal qualificado e funcionamento em horários que proporcione melhor assistência à criança e à sua mãe. Já a penitenciária masculina, por razões de segurança, deve ser construída em locais afastado do centro urbano, mas não que impossibilite a visitação, medida importante para a finalidade ressocializadora da pena. COLÔNIA AGRÍCOLA, INDUSTRIAL OU SIMILAR O condenado a pena privativa de liberdade em regime semiaberto deve ser recolhido em colônia agrícola, industrial ou similar. Observada a seleção adequada e o limite de capacidade máxima para a satisfação da finalidade individualizadora da pena, os presos habitarão alojamentos coletivos, observando-se às condições mínimas de salubridade (insolação, aeração e temperatura). Questão interessante: O condenado cumpriu todas as condicionantes para a progressão do regime fechado para o semiaberto. Indaga-se: E se não existir vaga em colônia agrícola/industrial/similar? Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 20 O apenado não pode deixar de exercer um direito quanto ao regime carcerário por absoluta deficiência estrutural do Estado. Vale dizer, ele não pode permanecer no regime fechado se deveria estar no aberto. Para tanto, a jurisprudência do STJ entende que esse condenado pode cumprir pena no regime aberto ou, na falta de casa de albergado ou similar, em prisão domiciliar, até o surgimento de vaga em estabelecimento adequado. EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DE RELATOR INDEFERITÓRIA DE LIMINAR. FLAGRANTE ILEGALIDADE. SUPERAÇÃO DA SÚMULA 691 DO STF. PROGRESSÃO AO REGIME SEMIABERTO. PERMANÊNCIA DO APENADO EM REGIME MAIS GRAVOSO POR AUSÊNCIA DE VAGAS EM ESTABELECIMENTO ADEQUADO. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. 1. Esta Superior Corte de Justiça consolidou entendimento no sentido de não caber habeas corpus contra decisão que indefere liminar, nos termos do enunciado n. 691 da Súmula do STF, a menos que fique demonstrada flagrante ilegalidade, hipótese que justificaria a concessão da ordem de ofício. 2. Na espécie, constata-se constrangimento legal evidente. Com efeito, firmou-se nesta Corte Superior de Justiça entendimento de que a inexistência de vaga em estabelecimento prisional compatível com o regime determinado no título condenatório, ou decorrente de progressão, permite ao condenado o cumprimento da reprimenda no modo menos gravoso. 3. Assim, ante a deficiência do Estado em viabilizar a implementação da devida política carcerária, deve-se conceder ao paciente, em caráter excepcional, o cumprimento da pena em regime aberto ou, na falta de casa de albergado ou similar, em prisão domiciliar, até o surgimento de vaga em estabelecimento adequado. 4. Habeas corpus não conhecido. Contudo, ordem concedida de ofício, para, confirmando a liminar anteriormente deferida, determinar que o paciente seja transferido para estabelecimento destinado ao cumprimento da pena no regime semiaberto ou, na ausência de vaga, aguarde, em regime aberto ou domiciliar, com monitoramento eletrônico, o surgimento de vaga. (HC 367.340/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 17/11/2016, DJe 25/11/2016) O STF, por sua vez, em sede de recurso extraordinário, ratificou a impossibilidade de alguém ser mantido em estabelecimento prisional mais gravoso em razão da falta de estrutura do sistema prisional brasileiro e ainda traçou critérios para colocação dos presos em regime carceráriomais brando quando não há vagas no estabelecimento penal adequado. Vejamos. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 21 Constitucional. Direito Penal. Execução penal. Repercussão geral. Recurso extraordinário representativo da controvérsia. 2. Cumprimento de pena em regime fechado, na hipótese de inexistir vaga em estabelecimento adequado a seu regime. Violação aos princípios da individualização da pena (art. 5º, XLVI) e da legalidade (art. 5º, XXXIX). A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso. 3. Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, § 1º, alíneas “b” e “c”). No entanto, não deverá haver alojamento conjunto de presos dos regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. 4. Havendo déficit de vagas, deverão ser determinados: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado. 5. Apelo ao legislador. A legislação sobre execução penal atende aos direitos fundamentais dos sentenciados. No entanto, o plano legislativo está tão distante da realidade que sua concretização é absolutamente inviável. Apelo ao legislador para que avalie a possibilidade de reformular a execução penal e a legislação correlata, para: (i) reformular a legislação de execução penal, adequando-a à realidade, sem abrir mão de parâmetros rígidos de respeito aos direitos fundamentais; (ii) compatibilizar os estabelecimentos penais à atual realidade; (iii) impedir o contingenciamento do FUNPEN; (iv) facilitar a construção de unidades funcionalmente adequadas – pequenas, capilarizadas; (v) permitir o aproveitamento da mão-de-obra dos presos nas obras de civis em estabelecimentos penais; (vi) limitar o número máximo de presos por habitante, em cada unidade da federação, e revisar a escala penal, especialmente para o tráfico de pequenas quantidades de droga, para permitir o planejamento da gestão da massa carcerária e a destinação dos recursos necessários e suficientes para tanto, sob pena de responsabilidade dos administradores públicos; (vii) fomentar o trabalho e estudo do preso, mediante envolvimento de entidades que recebem recursos públicos, notadamente os serviços sociais autônomos; (viii) destinar as verbas decorrentes da prestação pecuniária para criação de postos de trabalho e estudo no sistema prisional. 6. Decisão de caráter aditivo. Determinação que o Conselho Nacional de Justiça apresente: (i) projeto de estruturação do Cadastro Nacional de Presos, com etapas e prazos de implementação, devendo o banco de dados conter informações suficientes para identificar os mais próximos da progressão ou extinção da pena; (ii) relatório sobre a implantação das centrais de monitoração e penas alternativas, acompanhado, se for o caso, de projeto de medidas ulteriores para desenvolvimento dessas estruturas; (iii) projeto para reduzir ou eliminar o tempo de análise de progressões de regime ou outros benefícios que possam levar à liberdade; (iv) relatório deverá avaliar (a) a adoção de estabelecimentos penais alternativos; (b) o fomento à oferta de trabalho e o estudo para os sentenciados; (c) a facilitação da tarefa das unidades da Federação na obtenção e acompanhamento dos financiamentos com recursos do FUNPEN; (d) a adoção de melhorias da administração judiciária ligada à execução penal. 7. Estabelecimento de interpretação conforme a Constituição para (a) excluir qualquer interpretação que permita o contingenciamento do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN), criado pela Lei Complementar 79/94; b) estabelecer que a utilização de recursos do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN) para financiar centrais de monitoração eletrônica e penas alternativas é compatível com a interpretação do art. 3º da Lei Complementar 79/94. 8. Caso concreto: o Tribunal de Justiça reconheceu, em sede de apelação em ação penal, a inexistência de estabelecimento adequado ao cumprimento de pena privativa de liberdade no regime semiaberto e, como consequência, determinou o cumprimento da pena em prisão domiciliar, até que Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 22 disponibilizada vaga. Recurso extraordinário provido em parte, apenas para determinar que, havendo viabilidade, ao invés da prisão domiciliar, sejam observados (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada do recorrido, enquanto em regime semiaberto; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado após progressão ao regime aberto.(RE 641320, Relator: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 11/05/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL) CASA DE ALBERGADO A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana (pena restritiva de direitos – art. 43, VI, do CP). Reparem que modo diverso da penitenciária, o prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, para facilitar o acesso ao trabalho e à escola e caracteriza-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. Afinal de contas, o regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. No regime aberto, o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. Em cada região (Comarca) haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras, devendo o estabelecimento conter instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos condenados. Questão interessante: O condenado cumpriu todas as condicionantes para a progressão do regime semiaberto para o aberto. Indaga-se: E se não existir vaga em Casa de Albergado? Nesse caso, a jurisprudência dos Tribunais Superiores é no sentido de que esse condenado cumpra pena em prisão domiciliar até o surgimento de vagas no regime aberto, ainda que não presentes qualquer circunstância do art. 117 da LEP6. Vejamos um julgado do STF sobre o assunto: PENA - CUMPRIMENTO - REGIME ABERTO - CASA DO ALBERGADO. A concretude do regime aberto pressupõe casa do albergado estrita aos que estejam submetidos a essa espécie de cumprimento da pena, havendo de dispor o local de condições a assegurarem a 6 Art. 117 da LEP: Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de: I - condenado maior de 70 anos; II – condenado acometido de doença grave; III – condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV – condenada gestante. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcossantos 23 integridade física e moral do preso - dever do Estado, consoante disposto no inciso XLIX do artigo 5º da Constituição Federal. PRISÃO DOMICILIAR - CASA DO ALBERGADO INEXISTENTE OU IMPRÓPRIA. O rol normativo de situações viabilizadoras da prisão domiciliar não é exaustivo, cabendo observá-la, se houver falha do aparelho estatal quanto a requisitos a revelarem a casa do albergado. (HC 95334, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Relator p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 03/03/2009) CENTRO DE OBSERVAÇÃO No Centro de Observação, que será instalado em unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal, serão realizados os exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão enviados à Comissão Técnica de Classificação. E se não existir Centro de Observação? O legislador ordinário antevendo as dificuldades do gestor público em cumprir o estabelecido na LEP deu a solução, qual seja, na falta do Centro de Observação, os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação. HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO O Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, que também deve obedecer os critérios de salubridade (areação, insolação e temperatura) é destinado ao tratamento de pessoas que serão submetidas ao cumprimento de medida de segurança, ou seja, os inimputáveis (art. 26, caput, do CP7) e os semi-imputáveis (art. 26, parágrafo único, do CP8). Só lembrando que o legislador brasileiro, após a reforma penal de 1984, adotou o sistema vicariante ou unitário. Com isso, resta dizer que ao semi-imputável é aplicada pena ou medida de segurança, segundo a providência mais recomendada para o caso concreto, não existindo, em hipótese alguma, a possibilidade de cumular tais sanções penais (sistema do duplo binário). O Código Penal estabelece 2 medidas de segurança: 1) Detentiva - consiste em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado (art. 96, I, do CP). Essa medida é prevista para os apenados com reclusão, independentemente de o agente ser imputável ou semi-imputável. 7 Art. 26, caput, do CP: “É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se com esse entendimento. 8 Art. 26, §único, do CP: “A pena pode ser reduzida de 1(um) a 2/3 (dois terços), se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento incompleto ou retardado não era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se com esse entendimento. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 24 2) Restritiva – consiste em submissão a tratamento ambulatorial. Nesse caso, o agente é submetido a tratamento em clínica psiquiátrica, mas permanece em liberdade. Se o fato for punível com detenção, o juiz poderá optar entre a internação e o tratamento ambulatorial. Professor, os internados ficam em celas individuais? Não há exigência de cela individual. Vejamos o item 99 da Exposição de Motivos da LEP: “a estrutura e a as divisões de tal unidade estão na dependência de planificação especializada, dirigida segundo os padrões da medicina psiquiátrica. Estabelecem-se, entretanto, as garantias mínimas de salubridade do ambiente e área física de cada aposento. Como já dita acima, na falta de hospital de custódia e tratamento psiquiátrico a internação ocorrerá em outro estabelecimento adequado, mas isso não significa dizer em locais destinados ao cumprimento de pena ou prisão provisória. Vejamos julgado do STJ. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. ABSOLVIÇÃO IMPRÓPRIA. IMPOSIÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA DE INTERNAÇÃO. AUSÊNCIA DE VAGA EM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO. CUSTÓDIA EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL COMUM. DESVIO NA EXECUÇÃO. FLAGRANTE ILEGALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO. I - Sendo aplicada ao recorrente a medida de segurança de internação, constitui constrangimento ilegal sua manutenção em prisão comum, ainda que o motivo seja a alegada inexistência de vaga para o cumprimento da medida aplicada (precedentes). II - A manutenção de estabelecimentos adequados ao cumprimento da medida de segurança de internação é de responsabilidade do Estado, não podendo o paciente ser penalizado pela insuficiência de vagas. Recurso ordinário provido. (RHC 75.972/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 01/12/2016, DJe 14/12/2016) O exame psiquiátrico e os demais exames são obrigatórios para todos os internados. Não confundam o exame psiquiátrico com o exame de cessação de periculosidade. O primeiro tem a missão de controlar a enfermidade, objetivando a sua cura e é realizado a critério médico. Já o segundo é realizado anualmente, conforme art. 97, §2º, do CP, e visa verificar se houve, ou não, a cessação da periculosidade, fato que implica na liberação/desinternação ou na manutenção da medida de segurança. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 25 O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica adequada (público ou privado). Devo informar ainda que em qualquer fase do tratamento ambulatorial pode o juiz determinar sua conversão para internação quando essa medida for necessária para fins curativos (art. 97, §4º, do CP). O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (art. 108 da LEP). CADEIA PÚBLICA Cadeia pública é o estabelecimento penal destinado ao recolhimento de presos provisórios (aquele que ainda não apresenta em seu desfavor uma sentença penal condenatória transitada em julgado), equiparando-se ao regime fechado. Lembre-se que o preso provisório, no que couber, está sujeito aos deveres e direitos aplicáveis ao condenado definitivo, não sendo, no entanto, obrigado ao trabalho, que pode ser realizado apenas no interior do estabelecimento penal. Está sujeito à disciplina carcerária, podendo, inclusive, sofrer punição por falta grave. Com o trânsito em julgado, esse preso deve ser transferido ao estabelecimento penal adequado ao regime fixado na sentença condenatória (fechado, semiaberto e aberto). Todavia, na realidade, observamos preso definitivo cumprindo pena em cadeia pública! A Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 5º, item 4) e as Regras Mínimas da ONU (regra nº 8, “b”) determina que o preso provisório ficará recolhido em cadeia pública, em ambiente separado dos presos definitivos. A Cadeia Pública é o lugar eleito pela LEP para o cumprimento de prisão civil (inadimplente de pensão alimentícia) e de prisão administrativa (exemplo: estrangeiro que aguarda expulsão), na falta de estabelecimento adequado (art. 201 da LEP e art. 528, §4º, do Novo CPC). Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar. Chamo a atenção de vocês para dizer que o preso não tem direito absoluto para permanecer próximo ao seu meio social e familiar, podendo o magistrado, com a devida fundamentação e calcada em razão de conveniência, transferi-lo para localidade diversa. A Cadeia será instaladapróxima de centro urbano, observando-se na construção as exigências do art. 88 da LEP (cela individual de 6 m² com dormitório, aparelho sanitário e lavatório), além dos critérios dos critérios de salubridade (areação, insolação e temperatura). Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 26 OBS: Na aula seguinte ainda abordaremos alguns aspectos da LEP (remição, autorização de saídas, incidentes de execução, procedimento judicial) Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 27 3 – GUIA DE RECOLHIMENTO GUIA DE RECOLHIMENTO. Como já conversamos em aula passada, não há que se falar em execução penal sem o indispensável título executivo judicial. Pois bem. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução. Em outras palavras, o édito condenatório ganha força executiva após a ocorrência da coisa julgada, ocasião em que deverá ser confeccionado a guia de recolhimento, também conhecida como carta de guia. Em resumo, a confecção da guia de recolhimento exige 2 requisitos, quais sejam, trânsito em julgado e estar preso o condenado. Reparem que a guia de recolhimento é o documento que materializa o título executivo judicial, sendo imprescindível para a deflagração do processo de execução, pois conterá os dados principais da pena a ser cumprida. Nesse sentido, devo destacar a importância desse documento para a execução penal, conforme se vê no art. 107, caput, da LEP: Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária. Lembre-se, no entanto, segundo já vimos, que pode existir execução provisória da pena, podendo, assim, ser expedida guia de recolhimento provisória (arts. 8°/11 da Resolução nº 113/10 do CNJ), a fim de que o condenado goze de maneira antecipada dos benefícios da execução penal. Essa situação é cabível quando o agente já foi condenado em primeiro grau de jurisdição, mas aguarda preso de modo cautelar o julgamento do recurso exclusivo da defesa em 2º grau de jurisdição ou nos Tribunais Superiores. Com o advento da Lei nº 13.964/19, lembre-se que não corre a prescrição na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis (art. 116, III, do Código Penal). OBS: Não confunda o início do processo de execução penal como o início da execução da pena. Enquanto a primeira hipótese exige a coisa julgada da sentença, o segundo caso necessita do recolhimento do condenado à prisão. Professor, quais são os dados que deveram constar da guia de recolhimento? A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá: I - o nome do condenado; II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação; III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 28 IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução; V - a data da terminação da pena; VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário. A Resolução de nº 113, de 20 de abril de 2010, do CNJ regulamenta a expedição de guia de recolhimento e os documentos que instruem o processo de execução penal. Observem que o artigo 1º da citada resolução do CNJ menciona ainda outros documentos: interrogatório do executado na polícia e em juízo, informação sobre os endereços em que possa ser localizado, instrumentos de mandato, substabelecimentos, despachos de nomeação de defensores dativos ou de intimação da Defensoria Pública, cópia do mandado de prisão temporária e/ou preventiva, com a respectiva certidão da data do cumprimento, bem como com a cópia de eventual alvará de soltura, também com a certidão da data do cumprimento da ordem de soltura, para cômputo da detração penal, nome e endereço do curador, se houver, informações acerca do estabelecimento prisional em que o condenado encontra-se recolhido, cópias da decisão de pronúncia e da certidão de preclusão em se tratando de condenação em crime doloso contra a vida e certidão carcerária. Se o condenado ao tempo do crime era funcionário da Administração da Justiça Criminal (Exemplos: Policial, Juiz, Promotor de Justiça, etc...), tal fato deveria constar da guia de recolhimento. Motivo: Para preservar a integridade física e moral desse condenado, o diretor do estabelecimento penal deverá colocá-lo em dependência separada dos demais condenados. A quem compete expedir essa guia de recolhimento? Juízo da condenação ou Juízo da Execução Penal? Já falamos sobre isso na aula passada, porém devemos recordar que esse mister é do Juízo da condenação. Vale dizer, o Juízo da condenação que é encarregado da elaboração da guia de recolhimento. Destaco ainda que o artigo 2º, caput, da Resolução nº 113/10 do CNJ menciona que a guia de recolhimento para cumprimento de pena privativa de liberdade e a guia de internação para cumprimento de medida de segurança serão expedidas em 2 vias, uma endereçada à autoridade administrativa encarregada da custódia do condenado e a outra ao juízo da execução penal competente. A autoridade administrativa incumbida da execução passará recebido da guia de recolhimento para juntá- la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao condenado. Questão interessante: Se o juiz da condenação se recusar a expedir guia de recolhimento ou se omitir? Em razão de estar caracterizado um error in procedendo, será possível a interposição de correição parcial. Afinal de contas, a guia de recolhimento é indispensável para a deflagração da execução penal. Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento. Motivo: Cabe ao órgão ministerial, custos legis, verificar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internação (art. 68, I, da LEP), observando, principalmente, se há perfeita correspondência entre os dados contidos na guia em questão com os elementos extraídos do processo criminal. Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca Aula 07 Legislação Penal e Processual Especial p/ PC-PR (Delegado) - 2019.2 www.estrategiaconcursos.com.br 1451285 55314334925 - marcos santos 29 A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao tempo da duração da pena. Exemplo: Quando o juiz da execução penal reconhece a remição da pena por trabalho. As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e de outras retificações posteriores. Todavia, isso não significa que a execução da pena obedecerá a ordem cronológica das guias de recolhimento, mas sim que o registro das guias obedecerá essa ordem. Não custa lembrar que existindo várias penas a cumprir o condenado cumprirá primeiramente a pena mais grave (art. 76 do CP9). Assim, conclui-se que primeiro executa a pena de reclusão, depois a de detenção e, por último, a de prisão simples. Ok, e se for penas da mesma espécie (reclusão, por exemplo)? Qual executa primeiro? O professor Júlio
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