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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI - UNIVATES CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA PURIFICAÇÃO DE PRODUTOS BIOLÓGICOS Wendell Dall Agnol Douglas Henrique Welter Nícolas Andrighi Lajeado, abril de 2020 2 Wendell Dall Agnol Douglas Henrique Welter Nícolas Andrighi PURIFICAÇÃO DE PRODUTOS BIOLÓGICOS Trabalho apresentado na disciplina de Biotecnologia Industrial, como requisito para aprovação da disciplina na Universidade do Vale do Taquari - Univates. Professora: Cleide Borsoi. Lajeado, abril de 2020 3 1. EXERCÍCIOS 1. Para purificação dos produtos, as etapas de clarificação (centrifugação, filtração e microfiltração) e purificação de baixa (extração em sistemas de duas fases aquosas, precipitação, ultrafiltração e gel filtração) podem ser aplicadas. Explique, de maneira sucinta, cada uma destas técnicas. 1.1 Etapas de clarificação 1.1.1 Centrifugação Os sólidos presentes em uma suspensão sofrem ação da gravidade, sendo que, ao longo do tempo, se estiverem em repouso, sedimentam até o fundo do recipiente que estiverem contidos. A centrifugação, nada mais é do que uma operação unitária, que visa a aceleração dessa sedimentação, por meio de aplicação de um campo gravitacional centrífugo, ou seja, aumenta em várias vezes a velocidade da gravidade, tornando o processo de separação mais rápido quando comparado a sedimentação. Enquanto que a filtração da origem a uma torta seca, a centrifugação promove a concentração das células presentes no produto. A operação unitária de centrifugação se baseia no gradiente de densidade entre o meio sólido e o meio líquido e um dos inconvenientes desse processo é o custo (SCHMIDELL et al., 2001). 1.1.2 Filtração A filtração convencional é uma operação unitária que é muito difundida difundida na indústria biotecnológica. Aplica-se este método quando há um grande volume de suspensão diluída das células, sendo com uma capacidade de milhares de litros, em situações nas quais não se faz necessário a esterilização do processo. Utiliza-se esta operação quando se deseja separar partículas sólidas de um fluido através de um meio filtrante. Dessa forma, o líquido consiste no produto juntamente com as células, sendo que este passa sob pressão pelo meio filtrante, onde o que passa pelo filtro se denomina filtrado e o que fica retido se denomina de torta (SCHMIDELL et al., 2001). 4 1.1.3 Microfiltração A microfiltração com membranas, é um processo que vem se destacando no vasto mercado de engenharia e biotecnológico. Este método requer o uso de meios filtrantes compostos por materiais poliméricos ou cerâmicos, nesse contexto, esta operação contém um espectro de separação na escala dos micrômetros, permitindo a separação de sólidos tais como bactérias, proteínas, bolores, entre outros. No entanto, um dos inconvenientes é oriundo da colmatação das membranas filtrantes, o que diminui a eficiência do processo (DA SILVA et al., 2011). 1.2 Purificação de Baixa 1.2.1 Extração em sistemas de duas fases aquosas Este método consiste na extração de biomoléculas com um sistema de duas fases imiscíveis, sendo eles água e um solvente. É um método muito antigo utilizado na separação de ácidos orgânicos e antibióticos e seu funcionamento consiste na diferente solubilidade entre as impurezas e a molécula alvo, sendo que fatores importantes são levados em conta, tais como carga elétrica na superfície da célula, hidrofobicidade e massa molecular. Como apresentam elevada quantidade de água em ambas as fases, não são agressivos para a célula. A entalpia de hidratação entre os componentes presentes na SDFA são diferentes, dessa forma pode-se haver duas possibilidades: se a quantidade de energia presente no sistema for maior a diferença líquida entre o valor da entropia e entalpia de hidratação, os dois componentes coexistem em uma única fase, ao contrário, se for menor, a separação dos constituintes é favorecida, promovendo a formação de duas fases (SCHMIDELL et al., 2001; BORDÓN SOSA, 2017) 1.2.2 Precipitação É um dos métodos mais tradicionais de concentração e purificação de produtos biotecnológicos. Considerada como um método moderado de purificação, e pode ser dimensionada a promover a redução do volume inicial de suspensão, levando ao aumento da concentração. Pode-se utilizar uma técnica denominada de salting-out, que utiliza elevadas concentrações salinas, onde essa adição de sais 5 promove uma diminuição na água presente no meio e consequentemente na superfície da proteína, promovendo a precipitação da célula. Pode-se utilizar também solventes orgânicos que têm afinidade com a água, fazendo com que ocorra a diminuição da atividade de água, pela diminuição da constante dielétrica do meio, fazendo com que as células sejam precipitadas. Basicamente, este método se dá pela diminuição da constante dielétrica ou diminuição da polaridade do meio, o que interfere na solubilidade da célula que é conferida pelas interações ionicas e hidrofílicas com o solvente aquoso (SCHMIDELL et al., 2001). 1.2.3 Ultrafiltração A ultrafiltração é uma operação unitária que consiste no transporte de uma suspensão que passará por uma membrana com poros de 0,001 a 0,1 µm que visa a concentração de macromoléculas como proteínas e sacarídeos. Algumas vantagens desse processo é a separação de bioprodutos fermentados diluídos, concentrar compostos a baixa temperatura e pressão, entre outras. Moléculas que possuem diâmetro maior que o diâmetro de corte da membrana ficam retidas, já as que são menores passarão pelos poros no meio. 1.2.4 Gel Filtração Inicialmente as biomoléculas ficam retidas nos poros de uma matriz filtrante de porosidade conhecida, em consequência de seu volume efetivo na solução. Nas moléculas em que o seu volume supere o volume do poro, esta é expulsa da coluna no volume espacial, que representa o volume de eluente presente no interstício da matriz. Já as moléculas menores se apresentam retidas nos poros e após são arrastadas pelo eluente que é compatível com o mantimento da estabilidade da célula. Sendo assim, primeiro se recupera as células de tamanho maior e após as de tamanho menor (SCHMIDELL et al., 2001). 6 2. O rompimento celular pode ou não ser empregado para purificação dos produtos formados. Explique a necessidade de utilização desta etapa, bem como alguns processos que podem ser empregados para esta finalidade (relacione rompimento celular completo e parcial), como rompimento mecânico, físico, químico e enzimático. O rompimento celular é necessário para a remoção de produtos intracelulares. Em geral o rompimento celular ocorre após a clarificação. O processo de rompimento de células microbianas de leveduras, bactérias e outras formas de fungos necessitam de tensões de cisalhamento, por possuírem paredes rígidas. A classificação dos processos de rompimento celular é dada como, rompimentos mecânicos, não mecânicos, químicos, físicos e enzimáticos. Para definição de qual processo de rompimento devem ser utilizados, deve-se analisar fatores como, rendimento, especificidade, necessidade de controle de temperatura, custo da operação e capital investido (SCHMIDELL et al., 2001). 2.1 Processos de rompimento celular: 2.1.1 Rompimento mecânico Para a escolha desse método de rompimento, considera-se o tamanho, a forma das células e também a estrutura da parede celular. Dentre os equipamentos mais utilizados no processo de rompimento mecânico, tem-se o homogeneizador de alta pressão, moinho de bolas e o ultrassom. Em todos os equipamentos ocorre o rompimento por cisalhamento, mesmo que cada um desses equipamentos tenha as suas particularidades de trabalho (SCHMIDELL et al., 2001). 2.1.1.1 Funcionalidade do homogeneizador: Constituídosde pistões que aplicam altas pressões a suspensão celular, que força a passagem por orifícios estreitos após a passagem pelo orifício ocorre uma colisão contra uma superfície em uma câmara de baixa pressão (SCHMIDELL et al., 2001). Células maiores rompem-se com mais facilidade, devido ao impacto causado juntamente com a queda de pressão, entretanto rompimentos em múltiplas etapas 7 aumentará o rendimento do processo. O processo gera um rompimento parcial (SCHMIDELL et al., 2001). 2.1.2 Rompimento físico O rompimento celular por métodos físicos podem ser realizados por congelamento e descongelamento (CONTESSA, 2016). Bactérias, dividem-se em dois grupos, gram-positivas e gram-negativas, onde a sua única diferença é a composição da parede celular (SCHMIDELL et al., 2001). O método de congelamento e descongelamento se dá através da perda de capacidade biológica devido ao cristais gerados pela quantidade de água presente na célula, com um congelamento lento forma cristais maiores e gera maior eficiência. O processo possui um custo alto e o seu processo costuma ser demorado (MIRANDA, 2011). Porém o resultado é um rompimento completo ou quase completo, o que pode variar pela idade da célula, temperatura e velocidade dos ciclos de congelamento e descongelamento (MARINELLO, 2009). 2.1.3 Rompimento químico Para o rompimento celular ocorrer no método químico, geralmente utiliza-se substâncias capazes de realizar a dissolução da estrutura da membrana, normalmente utiliza-se, álcalis, solventes, detergentes e ácidos. A utilização desse método geralmente gera um rompimento total da membrana (QUINEDES et al., 2015). Um exemplo desse método de extração é a extração de poli-hidroxialcanoatos (PHAs), a partir de bactérias, onde é utilizado solventes orgânicos e digestores químicos (QUINEDES et al., 2015). O solvente utilizado deve realizar a dissolução total do soluto, a dissolução ocorre devido a solubilização do polímero no solvente, porém a mesma, só ocorre se as interações moleculares do solvente e das cadeias poliméricas foram maiores que as interações entre as cadeias poliméricas (QUINEDES et al., 2015). Nesse caso a solubilização é favorecida quando há o aumento de temperatura no meio, pois com isso ocorre uma modificação da permeabilidade da membrana celular, gerando uma suspensão de debris celulares (QUINEDES et al., 2015). 8 2.1.4 Rompimento Enzimático Utilizados na recuperação de biomoléculas sensíveis a tensão de cisalhamento ou pressão de trabalho. Proporciona facilidade de controle, tanto no pH como na temperatura. Mesmo com o alto custo, necessita de baixo investimento capital, possuindo alta especificidade para a degradação de parede celular (SCHMIDELL et al., 2001). Bactérias: durante o processo de rompimento, a parede celular é hidrolisada e a pressão osmótica interna rompe a membrana citoplasmática (SCHMIDELL et al., 2001). Bactérias gram-positivas: a parede celular possui maior quantidade de peptidioglicanos (SCHMIDELL et al., 2001). Bactérias gram-negativas: possuem parede celular com camada dupla (SCHMIDELL et al., 2001). Leveduras: as paredes celulares possuem duas camadas, sendo uma externa (complexo proteína-manana) e uma interna (glucana). Para o rompimento é necessário mais de um tipo de enzima, as mais utilizadas são glucanases, proteases e mananases. Para o rompimento completo, a enzima protease hidrolisa a camada externa e a glucanase hidrolisa a camada interna (SCHMIDELL et al., 2001). 3. Como se dá a separação de biomoléculas a partir da utilização da técnica de cromatografia? Explique os diferentes tipos desta técnica e relacione com as características dos produtos que poderiam ser separados. Atualmente, existem várias maneiras para realizar a separação de biomoléculas, e uma dessas maneiras é através da técnica de cromatografia. A cromatografia por sua vez, é a separação entre uma fase estacionária e uma fase móvel. Fase estacionária são partes esféricas de um material empacotado em uma coluna. Já a fase móvel, é a introdução da mistura de enzimas pela coluna que é forçada a migrar através dela. Ou seja, as enzimas que têm maior atração pela fase estacionária, irão migrar de uma maneira diferente das que tem mais afinidade pela fase estacionária (SCHMIDELL et al., 2001). As técnicas mais utilizadas estão citadas abaixo. 9 3.1 Técnicas de separação por cromatografia 3.1.1 Cromatografia por Gel-filtração As biomoléculas retidas nos poros de uma matriz de porosidade são definidas em função de seu volume efetivo na solução. As moléculas maiores são retiradas da coluna, o qual demonstra o volume de eluentes presente nos interstícios da matriz. Entretanto, as moléculas pequenas, penetram nos poros e em seguida são arrastadas pelo eluente. Já as diferentes moléculas são removidas do leito em decorrer do seu tamanho. E as matrizes para esse método, são formadas de polímeros vinílicos hidrofílicos com alta proporção de ligações cruzadas com partículas de 5 a 50 μm. Essa técnica pode ser utilizada na separação de enzimas produzidas através de organismos biotecnológicos tais como a β-glicosidase (SCHMIDELL et al., 2001; BONFÁ, et al., 2015). 3.1.2 Cromatografia por Troca iônica Esse método, é um dos mais utilizados, pois as resinas empregadas apresentam elevada capacidade de adsorção de proteínas. Seu processo é baseado na afinidade que componentes de uma certa amostra tem com os sítios iônicos em uma matriz sólida. A fase estacionária, tem capacidade de não deixar escapar solutos que estão na fase móvel e que têm cargas opostas. Neste método consegue-se ter uma ampla utilização, pois praticamente, todas as proteínas são carregadas eletricamente quando submetidas a mesmo pH. Sua matriz é constituída de materiais poroso, sintético os naturais. Esse método é muito utilizado para separar moléculas biológicas entre elas podemos citar os peptídeos, aminoácidos e proteínas, (SCHMIDELL et al., 2001). 3.1.3 Cromatografia por Afinidade Uma maneira simples de realizar a separação biosseletiva é através da cromatografia por afinidade. Essa técnica é a segunda mais utilizada para purificação, no qual os compostos são imobilizados em matriz cromatográfica mediante ligação reversível do ligante com a molécula de interesse. Excelente para purificação ou captura dsa biomoléculas e se necessário, pode ser usado se tiver ligante para a proteína de interesse. Os sistemas de bioafinidades, são os melhores métodos de separação, por possuírem alto grau de resolução e seletividade. Muito 10 usado também para purificação comercial de produtos farmacêuticos e de remoção de contaminantes (ZUNIGA et al., 2003). 3.1.4 Cromatografia em fase reversa Através desse método, podem-se conseguir separações mais rápidas, mais ou menos 20 segundos em determinadas situações. Essa velocidade de separação ajuda no controle de bioprocessos que requerem análises periódicas dos compostos. Essa técnica é de alta resolução para análises de proteínas, porém seu uso em grande escala é limitado pois não preserva a estrutura do mesmo. É comumente utilizado em laboratório de pesquisas, alimentos e no setor de controle de qualidade (ZUNIGA et al., 2003). 3.1.5 Cromatografia por Interação Hidrofóbica Essa técnica foi desenvolvida para separação de proteínas, usando colunas empacotadas. É ideal para ser usada na busca de biomoléculas. O fosfato de amônia ou sais de sulfato são excelentes para interações hidrofóbicas. Ao usar essa técnica junto com sistema bifásicos, resultam em ótimas extrações de proteínas através de células não-clarificadas. Este método de cromatografia pode ser utilizado para separar proteínas, como as presente no soro do queijo tipo coalho (ZUNIGA et al., 2003; CAVALCANTI, 2010). 11 4. Apresente dois fluxogramas de processos de diferentes áreas e indiqueas etapas de purificação destes processos. Os fluxogramas dos processos biotecnológicos estão demonstrados na Figura 1 e 2. Figura 1 - Obtenção de antibióticos por processos fermentativos aeróbios. Fonte: PEREIRA e OLIVEIRA, (2016). 12 Figura 2 - Obtenção de bioinseticidas por processos biotecnológicos. Fonte: FIGUEIREDO, (2017). 13 REFERÊNCIAS BONFÁ, Emily C.; GOMES, Eleni; BONILLA-RODRIGUEZ, Gustavo O. CARACTERIZAÇÃO ENZIMÁTICA DE β-GLICOSIDASE PARCIALMENTE PURIFICADA DO FUNGO TERMOFÍLICO MYCELIOPHTHORA THERMOPHILA M. 7.7. USANDO SUBSTRATOS SINTÉTICO E NATURAL. 2015 BORDÓN SOSA, Filipe Hobi. Equilíbrio líquido-líquido de sistemas de duas fases aquosas (SDFA) formados por polímero (PEG ou PVP) e sal inorgânico (CuSO4 ou MnSO4): determinação experimental e modelagem termodinâmica. CAVALCANTI, Jorge dos Santos. Recuperação e purificação de proteínas do soro de queijo tipo coalho usando cromatografia de troca iônica e interação hidrofóbica em leito na forma expandida. 2010. CONTESSA, Camila Ramão et al. OBTENÇÃO DE ANTIMICROBIANO E PURIFICAÇÃO POR CONGELAMENTO E DEGELO A PARTIR DO COGUMELO MORCHELLA ESCULENTA. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 7, n. 2, 2016. DA SILVA, Tiago Osório; ROCHA, André William Soares; TERAN, Francisco Javier Cuba. Microfiltração como processo de tratamento avançado para efluente industrial de abatedouro de bovinos. Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia, v. 8, n. 4, 2011. FIGUEIRÊDO, Antonio Fábio Reis et al. Seleção de leveduras e produção de cerveja artesanal suplementada com selênio. 2017. MARINELLO, M; Rompimento celular; Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS, Unidade Bento Gonçalves; Bento Gonçalves; Rio Grande do Sul. Brasil, 2009. Miranda, R. R., Monteiro, F., C., Boreiko, S., Bittencourt, J., V., M., Avaliação de detergentes e ultrasom para isolamento de DNA genômico de bactérias de interesse em alimentos. Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Campus Ponta Grossa - Paraná - Brasil ISSN: 1981- 3686/ v. 05, suplemento: p. 398-407, 2011 D.O.I: 10.3895/S1981-36862011000100003S1 PEREIRA, Erlon Lopes; OLIVEIRA, Ana Flávia Alves. A produção de antibióticos por processos fermentativos aeróbios. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 14, n. 2, p. 1058-1078, 2016. QUINES, Luci KM et al. Métodos de extração de poli-hidroxialcanoatos a partir de biomassa bacteriana. Química Nova, v. 38, n. 9, p. 1207-1218, 2015. SCHMIDELL, W. et al. Biotecnologia Industrial, v. 2. Edgard Blücher, Sao Paulo. 2001. ZUNIGA, A; PEREIRA, J; COIBRA, J; MINIM, L; ROJAS, E. Revisão: Técnicas usadas no processo de purificação de biomoléculas. B.CEPPA, Curitiba v. 21, n. 1, 2003.
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