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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE Curso de Especialização MBA Gestão Integrada da Qualidade ANÁLISE DO IMPACTO DO ABSENTEÍSMO EM UMA EMPRESA DO SEGMENTO FINANCEIRO Bruna Aiala de Barros Carlos Augusto Pinheiro de Carvalho Nicolina Martins Barbosa Jackson Duarte Silva Governador Valadares Janeiro / 2009 Bruna Aiala de Barros Carlos Augusto Pinheiro de Carvalho Nicolina Martins Barbosa Jackson Duarte Silva ANÁLISE DO IMPACTO DO ABSENTEÍSMO EM UMA EMPRESA DO SEGMENTO FINANCEIRO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, como requisito parcial à conclusão do curso MBA Gestão Integrada da Qualidade, da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE). Orientador: Jaqueline Martins de Carvalho Vasconcelos. Governador Valadares 2009 "Todo Ser humano que tem a sensibilidade de ver e reconhecer JESUS na sua história de vida é por conseqüência naturalmente feliz." Jackson Duarte Dedicatória Ao Sicoob Crediriodoce que acreditou na capacidade de seus colaboradores oferecendo ferramenta para melhoria profissional. Análise do Impacto do Absenteísmo em uma Empresa do Segmento Financeiro. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do curso de Pós Graduação lato sensu MBA Gestão Integrada da Qualidade da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE). 6 RESUMO O absenteísmo tem muito a ver com as condições de trabalho encontradas nas empresas. O estilo de liderança e controle, a repetitividade das tarefas, o ambiente de trabalho e a falta de integração entre os colaboradores, podem levar a desmotivação, o desestímulo e conseqüentemente provocam o impacto na assiduidade ao trabalho. A freqüência de pequenos acidentes provocados pela sobrecarga de rotina, excesso de horas extras, impropriedade de horários, as metas difíceis de alcançar, a insatisfação gerada pela exigência das chefias e as altas rotatividades nas empresas são consideradas fatores desencadeantes do absenteísmo. A maioria das empresas tem arcado um custo muito alto pela falta de assiduidade de seus colaboradores, gerando atrasos na produção, custo maior no produto final devido às horas extras, menor margem de lucro, perda de motivação dos demais profissionais, atraso na entrega gerando insatisfação do cliente, remanejamento de mão-de-obra na produção, influência na qualidade da produção devido à falta de mão-de-obra e perda de tempo gerencial na gestão do problema. Algumas causas do absenteísmo podem ser atribuídas exclusivamente à decisão individual/pessoal do trabalhador, quanto à insatisfação e, por conseqüência, a baixa motivação para o trabalho, às quais podem estar vinculadas à organização do trabalho (sobrecargas). A satisfação do funcionário é algo indispensável à organização. Portanto, as empresas devem sempre buscar novos incentivos e novas formas de gerenciamento para que as empresas tenham com isso certa vantagem competitiva e como conseqüência direta, um retorno significativo. Palavras-chave: Assiduidade, Motivação, Desempenho, Liderança, Gestão. 7 ABSTRACT The absenteeism has much to see with the found conditions of work in the companies. The style of leadership and control, the repetition of the tasks, the environment of work and the lack of integration between the collaborators, can take the desmotivation I discourage, it and consequently they provoke the impact in the assiduity to the work. The frequency of small accidents provoked for the routine overload, excess of overtime, impropriety of schedules, the difficult goals to reach, the insatisfation generated for the requirement you command of them and the high rotations in the companies are considered desencade factors of the absenteeism. The majority of the companies has arcades a very high cost for the lack of assiduity of its collaborators, having generated delays in the production, bigger cost in end item the had to the overtime, lesser edge of profit, loss of motivation of the excessively professional ones, delay in the delivery generating insatisfation of the customer, of man power in the production, influence in the quality of the production due to man power lack and loss of managemental time in the management of the problem. Some causes of the absenteeism can be attributed personal to the individual decision/of the worker, how much to the insatisfation and, for consequence, low the motivation for the work exclusively, which can be entailed to the organization of the work (overloads). The satisfaction of the employee is something indispensable to the organization. Therefore, the companies must always search new incentives and new forms of management so that the companies have with this certain competitive advantage and as direct consequence, a significant return. Word-key: Assiduity, Motivation, Performance, Leadership, Management. 8 AGRADECIMENTOS Nossos sinceros agradecimentos a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram para a execução deste trabalho, em especial: ♦ A Nosso Senhor pela oportunidade e pelo privilégio que nos foram dados em compartilhar tamanha experiência e, ao freqüentar este curso perceber e atentar para a relevância de temas que não faziam parte, em profundidade, das nossas vidas. ♦ Aos Professores, Alex Barboza Tittoto, Moacir Porto Ferreira, Geraldo Guimarães Tanure, Adriana de Oliveira Leite Coelho, Marle Ferrari, Cláudia Gonçalves Pereira pelo incentivo, simpatia, dedicação e entusiasmo demonstrado ao longo do curso. ♦ Especialmente a Professora Jaqueline Martins de Carvalho Vasconcelos, pelo seu espírito inovador e empreendedor na tarefa de multiplicar seus conhecimentos. ♦ Aos demais idealizadores, coordenadores e funcionários da Universidade Vale do Rio Doce. ♦ Aos colegas de classe pela espontaneidade e alegria na troca de informações e materiais numa rara demonstração de amizade e solidariedade ♦ Às nossas famílias pela paciência em tolerar nossa ausência. ♦ Ao Sicoob Crediriodoce, pelo apoio, credibilidade e confiança depositada. 9 SUMÁRIO RESUMO ........................................................................................................................................................ 6 ABSTRACT.................................................................................................................................................... 7 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 10 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................... 13 2.1 ASPECTOS GERAIS ............................................................................................................................ 13 3 SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL .......................................................................................... 16 3.1 CONCEITOS ......................................................................................................................................... 16 3.2 METODOLOGIA .................................................................................................................................. 17 3.3 RESULTADOS ...................................................................................................................................... 18 3.4 PROJETO ............................................................................................................................................. 20 3.4.1 ERGONOMIA ....................................................................................................................................20 3.4.2 STRESS ............................................................................................................................................... 26 3.4.3 GINÁSTICA LABORAL ................................................................................................................... 29 3.4.4 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ......................................................................................................... 32 3.4.5 SALAS DE DESCANSO .................................................................................................................... 37 4 CONCLUSÃO ........................................................................................................................................... 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................... 40 ANEXO A ..................................................................................................................................................... 41 ANEXO B ..................................................................................................................................................... 44 ANEXO C ..................................................................................................................................................... 48 ANEXO D ..................................................................................................................................................... 61 ANEXO E ..................................................................................................................................................... 63 10 1 INTRODUÇÃO No campo empresarial, chama-se de absenteísmo a falta ao trabalho por inúmeras razões: doenças, acidentes de trabalho, direitos legais (doação de sangue, participação em júris ou eleições, licença maternidade, entre outros.), fatores sociais (doença de familiares), fatores culturais (emendar feriados, feriados religiosos e não oficiais) e a falta não justificada. O absenteísmo excessivo não só impede cumprimento das metas propostas, causando dificuldades operacionais, como desintegra a equipe de trabalho e traz desconforto para instituição, uma vez que a empresa tem que recolocar um funcionário que realiza determinadas funções, para realizar tarefas que não competem com suas responsabilidades. Assim, do ponto de vista do empregador, é necessário reconhecer que as ausências trazem transtornos à instituição, acarretam problemas para a organização do trabalho e a assistência prestada ao cliente, bem como provocam sobrecarga de trabalho para os presentes, sendo um indicativo de “problemas de saúde” dos trabalhadores e das políticas de recursos humanos, que passam a merecer avaliação mais criteriosa por parte da empresa (GODOY, 2001; ROBAZZI et al., 1990). Portanto, a disposição para mensurar os índices de absenteísmo partiu da necessidade de se conhecer o impacto que a ausência do funcionário causaria sobre a instituição e ainda, com o objetivo de analisar índice de absenteísmo dos profissionais de uma cooperativa de crédito de Governador Valadares, situada no Estado de Minas Gerais e sua relação com os sistemas de administração de Recursos Humanos, no intuito de detectar possíveis problemas que possam existir, a fim de sugerir a implantação do Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional (OHSAS 18001:2007). A série de avaliação de saúde e segurança ocupacional OHSAS 18001 foi projetada para ajudar as organizações a formularem políticas e metas de saúde e segurança 11 ocupacional. A série inclui a norma 18001 e diretrizes para a implementação da OHSAS 18001. A norma se aplica a qualquer organização que queira adotar uma abordagem pró-ativa para a gestão dos riscos à saúde e segurança ocupacional. A OHSAS 18001 mede seus sistemas de gestão em várias dimensões. A abrangência da aplicação vai depender de fatores como da política de saúde e segurança ocupacional da organização, a natureza de suas atividades, e as condições sob as quais opera. Um sistema de gestão bem sucedido deve se fundamentar em: uma política de segurança e saúde apropriada para a companhia; identificação dos riscos e exigências legais de saúde e segurança ocupacional; objetivos, metas e programas que assegurem o aperfeiçoamento contínuo; atividades de gestão que controlem os riscos de saúde e segurança ocupacional; monitorar o desempenho do sistema de saúde e segurança ocupacional; e revisões, avaliações e aperfeiçoamentos contínuos do sistema. A OHSAS 18001:2007 substituiu a OHSAS 18001:1999, onde foram introduzidas diversas mudanças significativas neste novo Manual da Coleção Risk Tecnologia desde a primeira edição de 1999. As mudanças refletem a vasta utilização e experiência com a OHSAS 18001 em mais de 80 países, através de 16.000 organizações certificadas. Dentre as alterações efetuadas na norma, foi dada uma ênfase maior à "Saúde" do que somente à "Segurança", além da expressiva melhoria no alinhamento da nova norma à ISO 14001:2004 (para permitir às organizações o desenvolvimento de "Sistemas Integrados de Gestão"). Outras alterações: A OHSAS 18001 agora se autodenomina uma norma, e não uma especificação ou documento como na edição anterior, o que reflete o aumento da adoção da OHSAS 18001 como base de normas nacionais para sistemas de gestão da Segurança e Saúde no Trabalho; o diagrama do modelo PDCA (Plan-Do-Check-Act = Planejar-Fazer-Verificar-Agir) somente é apresentado na Introdução, em sua íntegra, e não em partes segmentadas, no início de cada seção principal; foram adicionadas definições novas http://loja.risktecnologia.com.br/REF-22-Sistemas-Integrados-de-Gestao-PAS-99-2006 12 e as definições existentes foram revisadas; aumento da compatibilidade com a ISO 9001:2000; foi introduzido um novo requisito para que seja considerada a hierarquia dos controles como parte do planejamento da SST; gestão de mudanças é agora tratada de maneira mais explícita; foi incluída uma nova seção sobre “Avaliação de Compliance”, ou seja, “Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros”; foram introduzidos novos requisitos para a participação e consulta; e foram incluídos novos requisitos para a investigação de incidentes. 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 – Aspectos Gerais Após verificar um grande número de reclamações de alguns gestores de equipes pelo alto índice de atestados médicos e falta de seus funcionários, foi identificado à necessidade de mensurar o real impacto do absenteísmo na organização. A partir do momento que o trabalho torna-se uma obrigação, deixando de ser um recurso, diminui-se o comprometimento dos funcionários com as organizações em que estes trabalham. É nesse fenômeno que reside um dos fatores que conduzem à disfunção social no local de trabalho. Os custos pagos pelas empresas são altos como, indenizações trabalhistas, benefícios de assistência médica, absenteísmo, licenças de saúde e fraudes cometidas por empregados, sem mencionar as perdas provocadas por erros e retrabalho. O que justifica, em algumas situações, a necessidade das organizações adotarem políticas de recompensas para minimizar o absenteísmo. Os planos de incentivo criam um ambiente operacional que defende uma filosofia de comprometimento, acreditando-se que os indivíduos contribuem para o desempenho e para o sucesso de uma empresa. Por isso que os benefícios devem atender tanto aos interesses da organização quanto aos dos indivíduos. Os objetivos das organizações são satisfeitos, à medida que garante baixos índices de rotatividades e ausências, boa qualidade de vida de seus funcionários e redução do estresse. Isso torna a empresa maiscompetitiva. O absenteísmo como um todo, e principalmente por motivo de doença, é apenas um sintoma de que algo não vai bem na relação trabalhador/trabalho. Em recente artigo assinado pelo jornalista Francis Willians, no Financial Times, e reproduzida pela Gazeta Mercantil em sua sessão TRABALHO, edição de 10 de junho de 1999, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a OIT (Organização 14 Internacional do Trabalho) alertam para o fato da globalização poder aumentar a incidência de doenças e acidentes de trabalho. Menciona a impressionante estatística da OIT: as doenças e os acidentes relacionados ao trabalho matam anualmente 1,1 milhão de pessoas em todo o mundo. Neste número estão incluídos cerca de 300 mil óbitos decorrentes de 250 milhões de acidentes de trabalho, além de mortes por doenças ocupacionais diversas. O artigo termina mencionando que segundo as duas organizações, o custo das doenças e dos acidentes de trabalho chegaram a cerca de quatro por cento da produção mundial em 1997. Nos Estados Unidos, o foco da gestão empresarial é moldado em custos e retorno sobre os investimentos, o que leva as autoridades, empresários, associações, sindicatos a trabalharem pela redução das doenças e acidentes de trabalho com este objetivo. Como conseqüência, persegue-se a diminuição do número de incidentes. Sabemos que, quando se trata de reduzir custos, todos acordam e começam a fazer alguma coisa. A América do Norte nos serve de referência, pois o assunto "segurança ocupacional" é tratado realmente como um investimento. Existem, inclusive, cálculos sobre o retorno no investimento nestas áreas. Os acionistas estão conscientes de que a segurança no trabalho deve ser tratada como um assunto tão importante quanto a alimentação de seus colaboradores. No Brasil, apesar do esforço das autoridades governamentais em se ter pelo menos números reais para se trabalhar, as estatísticas muitas vezes são pouco confiáveis. Sabe-se que somos campeões mundiais de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, mas pouco se fala dos custos associados a estas ocorrências. Grande parte do empresariado ainda peca na tentativa de baixar os custos justamente naquilo que deveria se investir mais, como na prevenção, programas de diminuição de doenças ocupacionais, uso de EPI´ s eficientes e postos de trabalho ergonômicos, a fim de aumentar seus lucros. Ao invés de procurar cumprir ou burlar a lei, deveriam se preocupar com custos direcionados ao investimento, a fim de se prepararem melhor para a competição globalizada. 15 As condições de vida fora do ambiente de trabalho também devem ser levadas em conta e os resultados para os brasileiros podem ser gratificantes tanto quanto foram para os americanos. A grande maioria de nossos trabalhadores mora mal, depende de um transporte coletivo péssimo, não tem atividades de lazer e várias outras coisas. Ao investir em condições de maior conforto (no sentido ergonômico) do posto de trabalho, em treinamento para prevenção de doenças e lesões ocupacionais, a empresa ganhará com o aumento da produtividade. A melhoria do ambiente de trabalho pode proporcionar a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores além dos muros das empresas. Espera-se que este estudo possa embasar futuras intervenções nas situações e condições de trabalho. Dessa forma, julgou-se pertinente a realização desta pesquisa, de modo a dar visibilidade ao absenteísmo, nas cooperativas de crédito de todo o Brasil. Este instrumento de estudo buscou identificar o impacto do absenteísmo em uma cooperativa de crédito, motivado pelo interesse da empresa em melhorar sua qualidade de serviços internos em relação a sua política de Recursos Humanos, devido ao alto índice de ausências constatadas no ano de 2007 e 2008, bem como a rotatividade de pessoas, bem como, sugerir a Implantação um Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional (OHSAS 18001:2007) no intuito de reduzir o índice de absenteísmo. 16 3 SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL 3.1 - Conceitos Um Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional demonstra a sua determinação em proteger os seus funcionários e o meio-ambiente de incidentes prejudiciais. O firme compromisso da empresa com a proteção da saúde e a segurança de seus colaboradores é um fator diferencial no mercado competitivo. Implementar um Sistema de Gestão vai ajudar a controlar a Segurança Ocupacional e seus riscos de segurança, e a melhorar o desempenho da empresa. Este sistema ajuda a proteger o seu mais importante ativo – seus colaboradores. Cuidar da segurança de seus colaboradores pode igualmente melhorar a imagem da empresa e atrair o pessoal mais qualificado do mercado. Permite controlar os riscos à saúde e segurança ocupacional, bem como melhorar o desempenho do negócio, fazendo dele um lugar seguro para os empregados atuais e um lugar atraente para os futuros. Assegura também de que se está cumprindo a lei. Distanciar-se dos processos habituais e observá-los com distanciamento proporciona uma perspectiva geral que tornará seus programas de saúde e segurança ocupacional mais fáceis de gerenciar, avaliar e melhorar. É a primeira etapa na jornada para o aperfeiçoamento contínuo da empresa. Este sistema de gestão proporcionar uma estrutura que permite: • Identificar os danos e avaliar os riscos no seu ambiente de trabalho. • Desenvolver métodos para eliminar perigos e riscos. • Implementar medidas para avaliar aperfeiçoamentos posteriores e fortalecer a capacidade da sua organização de cumprir objetivos estratégicos. Cada empresa tem processos operacionais que são críticos para seus objetivos estratégicos. O aperfeiçoamento da empresa depende de sua capacidade de descobrir forças, fraquezas, e oportunidades de aperfeiçoamento. 17 Com um sistema efetivo, haverá redução: • A quantidade de acidentes, através da prevenção e controle dos perigos dos locais de trabalho. • O risco de acidentes graves. • Perdas materiais causadas por acidentes e interrupções de produção. • Custos com seguros, assim como os custos por faltas dos empregados. A ação para proteger os empregados resulta em uma força de trabalho com mais entusiasmo. Também garante aos clientes que você está trabalhando ativamente para assegurar que as suas operações são seguras, não apenas para os seus empregados, mas também para o ambiente ao redor. 3.2 – Metodologia Para identificar o índice de absenteísmo foi realizada uma coleta de dados do número de faltas dos funcionários no ano de 2007 e 2008. Tal ação teve por finalidade avaliar o impacto do absenteísmo na instituição. Neste trabalho utilizaram-se as recomendações do Subcomitê de Absenteísmo da Sociedade Internacional de Saúde Ocupacional (ANEXO A), abordando os índices de freqüência, gravidade, percentual de absenteísmo e duração média das ausências, como índices de absenteísmo, representados pelas fórmulas: Taxa de Freqüência = N° de casos Efetivo Taxa de Gravidade = Dias Perdidos Efetivo Percentual de Absenteísmo = Dias Perdidos X 100 Dias Trabalhados 18 Duração média das ausências = Dias Perdidos N° de casos Também foi aplicado um teste, que foi elaborado pela CPH Tecnologia em Saúde, empresa voltada para o desenvolvimento de projetos na área de promoção de saúde e qualidade de vida, possibilitando uma avaliação do nível de qualidade de vida dos colaboradores. (ANEXO B) A população estudada foi composta pelos colaboradores de uma Cooperativa de Crédito, sendo representada por todas as suas 17 (dezessete) agências localizadas no Vale do Rio Doce, estado de Minas Gerais e os dados de absenteísmo foramfornecidos pela Gerência de Recursos Humanos. 3.3 – Resultados Os resultados referentes às análises são apresentados sob a forma de tabelas e gráficos, o que não permite qualquer tipo de identificação dos participantes da pesquisa. Ao analisar os afastamentos ocorridos no período de 2007 a 2008, notaram-se algumas mudanças no comportamento do absenteísmo na empresa, expresso também por alterações nos números que compõem esses índices. Houve queda praticamente constante em alguns números (TABELA 1). Ocorreram 128 (cento e vinte e oito) afastamentos no período considerado, totalizando 1228 (mil, duzentos e vinte e oito) dias. Esses afastamentos e respectivos números de dias foram produzidos por 184 (cento e oitenta e quatro) atestados no aludido período. 19 TABELA 1 Tabela de absenteísmo de uma Cooperativa de Crédito de Minas Gerais Anos População Dias de afastamento Número de casos Percentual do Absenteísmo Taxa de Gravidade Taxa de Freqüência Duração média das ausências 2007 91 670 57 2,92 7,36 62,64 11,75 2008 93 666 71 2,84 7,16 76,34 9,38 Fonte: Gerência de Recursos Humanos Avaliados os 02 (dois) anos, percebeu-se que houve comportamento inverso entre o número de dias de afastamento e o número de afastamentos. Observou-se, também, que a população de trabalhadores no período pouco mudou, pelo menos no que se refere à manutenção do número total, onde se manteve praticamente constante, com média anual de 92 (noventa e dois) trabalhadores. O comportamento das variáveis - população, número de dias de afastamentos e número de afastamentos (eventos) - pode ser mais bem visualizado quando se analisa o desempenho dos diversos números (GRÁFICO 1). GRÁFICO 1 – População de trabalhadores, número de dias e dias de afastamento, de uma Cooperativa de Crédito – Minas Gerais (2007-2008). 20 3.4 – O Projeto Trata-se de projeto inovador, a ser sugerido para implantação em todas as cooperativas do Sistema Crediminas. No intuito de reduzir o índice de absenteísmo será proposto para a cooperativa de crédito a implantação de um Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional (OHSAS 18.001:2007), contemplando as seguintes ações: Ergonomia, Stress, Ginástica Laboral, Alimentação Saudável e Sala de Repouso. 3.4.1 - ERGONOMIA Os casos de doenças relacionadas ao trabalho começaram a se multiplicar no Brasil no final dos anos oitenta. A partir desse período, passou a se ter noção de que trabalhadores não necessariamente expostos a condições até então absolutamente claras de risco - como contato com produtos tóxicos ou agentes infecciosos - também estavam sujeitos a desenvolver problemas de saúde ligados a sua atividade profissional. Em 1990, O Ministério da Saúde editou a Norma Regulamentadora (NR) 17, que introduziu na legislação brasileira o conceito de ergonomia, ou seja, a organização do posto de trabalho de forma a não prejudicar o usuário. Uma década depois, porém, esse conceito não adquiriu a abrangência que deveria. Entre outras exigências, a NR 17 determina a utilização de móveis e equipamentos adequados e adaptáveis a diferentes tipos físicos de pessoas, além da realização de pausas a cada 50 minutos de trabalho repetitivo. A NR 17 cria basicamente mecanismos de prevenção às LER/DORT, reflexo da pressão feita por alguns segmentos - como os digitadores - mais claramente expostos aos efeitos de tarefas repetitivas. A norma também não prevê regras de proteção à saúde mental do trabalhador. Por isso, sindicatos e especialistas no assunto já discutem com o governo federal a revisão da NR 17. A lista de problemas decorrentes das LER/DORT (ANEXO C) é extensa e variada. Podem ocorrer, entre outros distúrbios, fadigas neuromusculares, lombalgias, tendinites (inflamação dos tendões) e tenossinovites (inflamação da bainha dos 21 tendões), principalmente em mãos, punhos, cotovelos e ombros. Em geral, esses distúrbios se manifestam na forma de dor, formigamento, dormência e fadiga precoce. A prevalência dessas lesões nas mulheres é maior devido à dupla jornada: muitas tarefas domésticas também exigem esforço repetitivo. Torcer roupa ou lavar louça podem ajudar a agravar os problemas gerados no ambiente de trabalho. Folha de São Paulo 29 de abril de 2007 Entre 2000 e 2005, 25 mil trabalhadores receberam auxílio-doença devido a moléstias causadas por esforços repetitivos. Afastamento é de um ano e meio, em média, somando 14,9 mi de dias de ausência; para especialista, país não tem cultura da prevenção. O Ministério da Previdência Social gastou R$ 981,4 milhões entre 2000 e 2005 para pagar o auxílio-doença a 25,08 mil bancários afastados do trabalho por doenças causadas por movimentos repetitivos. Cada um desses trabalhadores ficou um ano e meio afastado, em média, somando 14,9 milhões de dias sem trabalhar. Essas estatísticas colocam os bancos em primeiro lugar no ranking dos Dort (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), que inclui 22 doenças da coluna, tendinite, bursite e LER (Lesão por Esforço Repetitivo). Esses distúrbios já são a segunda maior causa de doenças entre os trabalhadores do país. Muito se tem falado em ergonomia e conforto no trabalho, doenças musculoesqueléticas oriundas de lesões repetitivas no computador (LER / DORT). que poucos conhecem é que, apostando na ergonomia de maneira séria e profissional, estaremos contribuindo para a diminuição dos custos; redução do absenteísmo parcial ou total, da "perda" de profissionais treinados pela empresa (onde se investiu recursos em treinamentos específicos da sua profissão); de indenizações cíveis muitas vezes milionárias, além do aumento da produtividade e eficácia do posto ou unidade de trabalho, são algumas das vantagens para aqueles que investem na ergonomia. Pela figura abaixo podemos observar como a ergonomia pode ajudar no combate ao absenteísmo: Figura Ergonomia 1 - Para garantir o conforto visual, mantenha seu monitor entre 45 e 70 cm de distância e regule sua altura no máximo, até sua linha de visão (Veja fig. acima). Isto pode ser feito através de um suporte de monitor, ou pela utilização de mesas 23 dinâmicas. Sempre que possível procure "descansar" a vista, olhando para objetos (quadros, plantas, aquários, etc...) e paisagens a mais de 6 metros. 2 - Assim como a altura do monitor, a do teclado também deve poder ser regulável. Ajuste-a até que fique no nível da altura dos seus cotovelos. Durante a digitação é importante que o punho fique neutro (reto) como na figura acima. Mantenha o teclado sempre na posição mais baixa e digite com os braços suspensos ou use um apoio de punho. 3 - É importante que as pessoas possam trabalhar com os pés no chão. As cadeiras devem, portanto, possuir regulagens compatíveis com as da população em questão. Para o Brasil, o ideal seriam cadeiras com regulagem de altura a partir de 36 cm. Quando a cadeira não permite que a pessoa apóie os pés no chão, a solução é adotar um apoio para os pés, que serve para relaxar a musculatura e para melhorar a circulação sanguínea nos membros inferiores. 4 - Com excessão de algumas atividades, as cadeiras devem ter regulagem da altura do espaldar ou encosto suficiente para que a região lombar das costas seja devidamente apoiada. O espaldar deve abraçar a região lombar e, portanto, deve ter no mínimo 41 cm X 26 cm. Ideal 40 cm x 35 cm. O espaldar deve proporcionar pressão positiva na lombar. (O ideal é o contato permanente da lombar ou chamado “permanent contact”). Cuidado com a largura do espaldar e sua curvatura. Algumas cadeiras possuem curvatura muito acentuada que associada ao contato permanente não proporcionará conforto. Deve-se exigir do fornecedor um laudo que a mesma obedeça a Norma ABNT:NBR 13962. A regulagem da altura do assento deve ser multi ponto com amortecedor e pistão (a gás ou mecânico). DICAS GERAIS A - Para os trabalhadores - Evitar sobrecarga dos movimentos; Realizar movimentos de forma ergonômica e eficiente, mantendo a postura correta no posto de trabalho; fazer pausas com alongamentos e evitar horas extras; facilitar o relato precoce de lesões ou queixas de dor; evitar o esforço estático e a tensão muscular resultante 24 do estresse mental; comunicar às chefias os problemas que estão ocorrendo na sua rotina de trabalho; estudar a mudança de função ou atividade caso a insatisfação pessoal com seu trabalho lhe traga sofrimento B - Para as empresas - Tentar impedir aumentos súbitos no ritmo de trabalho; evitar que as tarefas ultrapassem a capacidade dos funcionários; treinar os funcionários a realizar as tarefas de forma ergonomicamente correta; realizar análises ergonômicas e implementar melhorias na rotina de execução das tarefas e dos postos de trabalho; formar comitês de pessoal com formação em ergonomia capacitados para a implementação de mudanças na empresa; procurar saber os motivos de insatisfações e problemas apresentados pelos empregados; demonstrar abertura para que empregados insatisfeitos com sua atividade possam experimentar uma troca de função. C - Iluminação - Para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos, devem ser foscas e o monitor deve possuir uma tela anti-reflexiva. Evite posicionar o computador perto de janelas e use luminárias com proteção adequada. D - Cores - Equilibre as luminâncias usando cores suaves em tons mate. Os coeficientes de reflexão das superfícies do ambiente, devem estar em torno de: 80% para o Teto; 15 a 20% para o Piso; 60% para a Parede (parte alta); 40% para as Divisórias, para a Parede (parte baixa) e para o Mobiliário. E - Temperatura - Como regra geral, temperaturas confortáveis, para ambientes informatizados, são entre 20 e 22 graus centígrados, no inverno e entre 25 e 26 graus centígrados no verão (com níveis de umidade entre 40 a 60%). F - Acústica - É recomendável para ambientes de trabalho em que exista solicitação intelectual e atenção constantes, índices de pressão sonora inferiores à 65 dB(A). Por esse motivo recomenda-se o adequado tratamento do teto e paredes, através de materiais acústicos e a adoção de divisórias especiais. G - Humanização do ambiente - Sempre que possível humanize o ambiente 25 (plantas, quadros e quando possível som ambiente). Estimule a convivência social entre os funcionários. Muitas empresas que estão adotando políticas neste sentido vêm obtendo um aumento significativo de produtividade. Lembre-se que o processo de socialização é muito importante para a saúde psíquica de quem irá trabalhar nele. H – Uso excessivo de saltos altos - Eles causam problemas na circulação sangüínea, dificultando o retorno venoso, além de provocarem encurtamento de toda a cadeia muscular posterior do corpo, o que pode levar a dores, principalmente na região lombar da coluna vertebral. O ideal é que as mulheres variem sempre o tipo de salto e, se possível, andem descalças algumas horas do dia. I - Descanso após período de trabalho - É bom lembrar que a posição de dormir também é muito importante e deve ser, preferencialmente, de lado com um travesseiro numa altura adaptável entre o ombro e a cabeça. Evite dormir de bruços, pois esta é pior posição para a coluna. No início a adaptação da forma correta de dormir poderá tirar-lhe o sono, mas lembre-se que a nossa capacidade adaptativa é muito boa e, logo, logo, você conseguirá dormir com qualidade. J – Dores de Cabeça (Cefaléias) - Uma queixa muito comum, hoje em dia, é a de dores de cabeça (cefaléias) que, quando não tratadas, podem cronificar, especialmente se o paciente se automedica. Alguns medicamentos podem levar a cronificação das dores, fazendo com que haja mais crises em intervalos menores. É preciso, antes de se tomar qualquer medicação, investigar as causas da cefaléia, já que elas são inúmeras, indo desde uma simples tensão a um tumor cerebral. É muito importante buscar a avaliação de um neurologista. K - Não prenda o telefone no ombro com a cabeça - alerta dos consultores médicos do Jornal Britânico "Neurology". Está comprovado que é perigoso, e até fatal, conversar pelo telefone apoiando o fone no ombro e firmando-o com a cabeça. Existe um osso minúsculo, mas pontudo, sob a orelha esquerda e atrás do queixo, que pode romper os vasos que levam o sangue até o cérebro. Esse rompimento se dá porque a pessoa, sem sentir, vai pressionando cada vez mais a cabeça sobre o fone e, também involuntariamente, vai levantando o ombro. 26 3.4.2 - STRESS Chamado de mal do mundo moderno, o problema está associado a doenças como enxaquecas, úlceras, hipertensão, ataques cardíacos, câncer, depressão e baixo desempenho tanto profissional, quanto sexual. Especialistas acreditam que o estilo de vida é um fator determinante para favorecer ou evitar o stress. O stress atinge hoje todas as classes sociais indiscriminadamente. Motivos para as pessoas estarem estressadas não faltam: medo de uma nova guerra mundial, alta do dólar, crise argentina, crise energética, retração econômica, desemprego, falta de dinheiro, violência urbana etc. Médico, pós-graduado em Medicina do Trabalho, Mestrado pela Universidade de Paris e especialização em Corporate Wellness and Sports Medicine, pela Stanford University, dos Estados Unidos, Ricardo de Marchi é um dos estudiosos que endossam a tese de que o desempenho das empresas está intimamente ligado à disponibilidade física, emocional e mental de seus funcionários para levarem adiante os projetos e metas que lhe são propostos. Essa disposição, por sua vez, está associada ao nível de stress, auto-estima e qualidade de vida que esses profissionais possuem. A forma como você acorda interfere em seu rendimento, criatividade, produtividade e capacidade para trabalhar. O stress rouba não só a saúde, mas também uma parte significativa dos lucros das organizações. Para dar uma idéia melhor da gravidade da situação, nada melhor do que números. De acordo com a Sociedade Americana do Stress, o problema custa às indústrias dos Estados Unidos cerca de US$ 300 bilhões por ano. Nesse valor estão embutidos os gastos com absenteísmo, despesas médicas, paradas durante o trabalho, queda na qualidade e quantidade de produção, desperdício de materiais e suprimentos, atrasos na entrega de projetos, etc. Além disso, 70% dos acidentes industriais são decorrentes do stress: falta de atenção, cansaço, desmotivação. Segundo a entidade, 40% das pessoas pedem demissão ou são demitidas porque estão estressadas com o trabalho. Um turn over (rotatividade de pessoal) elevado acarreta custos para as organizações e não são poucos. As estatísticas variam de 27 uma entidade para outra, pois os métodos de medição são diferentes, mas não se pode negar que o quadro é preocupante. que providências preventivas e corretivas são necessárias. ESTILO DE VIDA É A RESPOSTA Diretora da consultoria Corporated & Personal Health - CPH, a psicóloga Rita Passos afirma que o estilo de vida, muitas vezes, contribui diretamente para o stress. Comer demais, ser sedentário, abusar do álcool e do café, pular refeições ou comer coxinha com relatório debruçado sobre o computador, dormir pouco e não se permitir momentos de descanso são comportamentos que favorecem o surgimento do stress ou interferem na capacidade individual de enfrentá-lo. Para reverter a situação, algumas empresas apostam em ações que incentivam a adoção de hábitos mais saudáveis, porque já entenderam que este tipo de investimento traz benefícios para seus empregados, e especialmente para elas mesmas. Estatísticas divulgadaspelo Journal of Occupational Medicine (Estados Unidos) comprovam que o tabagismo aumenta em 40% a taxa de absenteísmo, em 25% as despesas com saúde e em 114% o tempo de internação. Já o sedentarismo leva a um acréscimo de 36% nos gastos com saúde e de 54% no tempo de internação. Quando se trata de obesidade, as despesas médicas sobem 8% e o período de hospitalização 85%. As companhias estão investindo na prevenção, preocupando-se antes que os problemas ocorram. O trabalho começa com um levantamento do perfil de saúde e qualidade de vida (ANEXO B) da população da empresa, feito por meio de questionários. Elabora-se um programa personalizado de acordo com os aspectos encontrados: diabetes, obesidade, hipertensão, stress, sedentarismo. A maioria das empresas brasileiras ainda está na fase de proteger a saúde do trabalhador dentro da fábrica, levantar os riscos no local de trabalho, mas não têm noção da importância da qualidade de vida para os seus empregados ou, pior, acham que cumprem esse papel com palestras esporádicas. 28 Um dos fatores reconhecidos de promoção de saúde e combate ao stress é a atividade física, mas é primordial procurar uma modalidade para ser exercida com prazer. Existem dois motores para motivação: eu posso/eu quero e eu devo/eu preciso. Se a pessoa optar pelo segundo não consegue manter o objetivo por muito tempo. Uma certa dose de stress pode até ser positivo, pois ajuda a atingir um nível de eficiência. Não é segredo, que muita gente trabalha melhor sob pressão, porém é fundamental relaxar quando o objetivo é alcançado. Esse comportamento resulta num aumento de reservas físicas e emocionais que serão usadas em outros desafios. Trabalhar concentrado por muito tempo não é produtivo. A parada para o café e cinco minutos de conversa com o companheiro de trabalho não é perda de tempo, mas forma de recuperar as energias e retomar as tarefas em melhores condições. É preciso ainda dormir bem, ter folgas no final de semana, lazer e férias. O Programa de Assistência ao Empregado – PAE funciona como uma espécie de muro das lamentações para queixas dos empregados, atendendo questões jurídicas, psicológicas e psiquiátricas. Funciona 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana e feriados. O PAE é voltado para atender funcionários e seus dependentes (cônjuge e filhos) em questões jurídicas, psicológicas e psiquiátricas, além de orientar na elaboração de um planejamento financeiro e orçamento familiar. O programa não oferece empréstimos, apenas auxilia a pessoa a tentar reorganizar suas finanças, aprendendo a viver com aquilo que ganha. No aspecto psicológico, a primeira reclamação é stress, seguido de alcoolismo, uso de drogas, relacionamento conjugal e familiar, depressão e baixa auto-estima. O público que procura o PAE é diversificado. Vai do diretor ao chão de fábrica, embora os executivos costumem ter uma posição mais defensiva, demorem mais para chegar. 29 3.4.3 - GINÁSTICA LABORAL Os primeiros registros da prática de Ginástica Laboral são de 1925. Neste ano, na Polônia, operários se exercitavam com uma pausa adaptada a cada ocupação particular. Alguns anos depois esta ginástica foi introduzida na Holanda e na Rússia. No início da década de sessenta, ela começou a ser praticada na Alemanha, Suécia, Bélgica e Japão (LIMA, 2008). Os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral em 1968. Os norte-americanos criaram a International Management Review, uma das mais significativas avaliações sobre a saúde do trabalhador pelo exercício físico. No Brasil, as primeiras manifestações de atividades físicas entre funcionários foram registradas em 1901, mas a Ginástica Laboral teve sua proposta inicial publicada em 1973. Algumas empresas começaram a investir em empreendimentos com opções de lazer e esporte para os seus funcionários, como a Fábrica de Tecido Bangu, a pioneira e o Banco do Brasil, com a posterior criação da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) (LIMA, 2008). Já no início da década de setenta a Federação de Estabelecimento de Ensino Superior (FEEVALE), em Novo Hamburgo (RS), através da Escola de Educação Física, publicou uma proposta de exercícios baseados em análises biomecânicas, Educação Física Compensatória e Recreação. Em 1979, a mesma entidade, em convênio com o SESI (Serviço Social da Indústria), elaborou e executou o projeto de Ginástica Laboral (LIMA, 2008). As questões relacionadas com a adequação ergonômica dos ambientes de trabalho ainda estão longe de ser realidade. Apenas algumas empresas e instituições estão preocupadas em oferecer a seus colaboradores condições ideais, não se preocupando com o investimento inicial, mas apenas com o que elas poderão representar de economia para a empresa. A ginástica laboral, que visa a promoção da saúde e melhora das condições de 30 trabalho, além da preparação bio/psico/social dos participantes, contribui direta ou indiretamente para a melhoria do relacionamento interpessoal, sem falar na redução dos acidentes de trabalho, e na redução de lesões por esforços repetitivos e conseqüentemente proporcionando aumento da produtividade com qualidade. Então, uma alternativa mais econômica, bastante eficiente e menos traumática será a de implantar Programas de Ginástica Laboral com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos funcionários da empresa. O programa de ginástica laboral poderá ser aplicado em toda a empresa, iniciando nas áreas críticas de trabalho. Os exercícios são elaborados e aplicados de acordo com as exigências físicas laborais sobre as várias estruturas Osteomusculoligamentares dos trabalhadores. As formas de aplicação são: antes do início das atividades de trabalho, aquecendo o corpo e preparando-o para exercer a atividade laboral; durante a jornada de trabalho (ANEXO D), com objetivo de distensionar e compensar a musculatura sobrecarregada pelo trabalho; após a jornada de trabalho, com o objetivo de relaxar a musculatura e diminuir as tensões musculares provocadas pelo trabalho (ATALLA, 2008). A aplicação destes programas nas empresas e fábricas se deve ao processo acelerado de industrialização que, nas últimas décadas, valorizou o instrumental, o maquinário e os métodos de produção, fazendo com que o homem trabalhasse num ritmo acima de sua capacidade, acarretando uma série de doenças ocupacionais, como a LER/DORT e o stress. A qualidade de vida no ambiente de trabalho está diretamente ligada ao nível de produção, pois trabalhadores com alterações físicas, com sensação de peso nos ombros, fadiga, dor, redução, na capacidade funcional, perda de controle dos movimentos devido ao uso excessivo ou inadequadas estruturas osteomusculares, não executam suas funções como poderiam e, muitas vezes, precisam ser afastadas, causando prejuízo à saúde do trabalhador e para a empresa. A Ginástica Laboral tem o propósito de oferecer melhores condições de trabalho, 31 alem de diminuir o nível de sedentarismo, tornando os funcionários mais saudáveis, dispostos e animados, prevenindo acidentes, exercitando o corpo e tornando a relação com os colegas de trabalho mais produtiva e sadia. Os exercícios físicos durante a jornada de trabalho, têm a finalidade de desenvolver e aprimorar as qualidades físicas dos colaboradores, além de desenvolver a consciência corporal. Há 03 tipos de Ginástica Laboral: Preparatória - para atividades que exigem esforço físico intenso. Ginástica com duração de 10 a 15 minutos, realizada antes do início da jornada de trabalho. Tem como o objetivo principal o corpo do trabalhador, aquecendo os grupos musculares que serão solicitados nas suas tarefas e despertando-os para que se sintam mais dispostos ao iniciar o trabalho. Compensatória - para atividades que exigem esforço físico repetitivo.Ginástica com duração de 5 a 8 minutos, realizada durante a jornada de trabalho para executar exercícios específicos de compensação aos esforços repetitivos e às posturas inadequadas, solicitadas nos postos operacionais. Relaxamento - Ginástica baseada em exercícios de alongamento realizada após o expediente, com o objetivo de oxigenar as estruturas musculares envolvidas na tarefa diária, evitando o acúmulo de ácido lático e prevenindo as possíveis instalações e lesões. Fazendo com que o mesmo retorne ao seu convívio pessoal descansado e em condições de aproveitar melhor o seu lazer. Processo de Implantação: A realização de um projeto piloto é de extrema importância para uma melhor aceitação do trabalho. Será realizado um estudo dos diversos setores da empresa, horários de início e término da jornada de trabalho, para que possa ser traçado horário e o objetivo da ginástica laboral. Projeto Ginástica Laboral: Projeto realizado na própria empresa em todas as suas 32 etapas. São realizadas pequenas pausas de alguns minutos, para exercícios suaves de alongamento, aquecimento, postura e respiração que sob a ótica da profilaxia, são vitais na prevenção dos males que tanto afastam o funcionário de seu posto de trabalho, com a coluna, o DORT/LER, o stress, etc. Resultados Obtidos com a Introdução da Ginástica Laboral: • Melhoria do Clima Organizacional • Diminuição de queixas dolosa e conseqüente procura ambulatorial. • Diminuição do absenteísmo • Melhor adaptação ao posto de trabalho • Melhoria ao atendimento do cliente externo • Melhoria da condição de saúde geral de todos os funcionários. É de extrema importância a pessoa responsável pela ginástica na empresa desenvolva outras atividades como: torneios de modalidades esportivas, recreação, palestras sobre saúde ocupacional. Para que possa manter os participantes sempre motivados, porque com o passar dos dias a ginástica se torna repetitiva e diminui a freqüência dos participantes. Sem contar que se não houver colaboração dos gerentes, técnico de segurança do trabalho, médico do trabalho e recursos humanos será quase impossível desenvolver o programa de ginástica na empresa. 3.4.4 - Alimentação Saudável A orientação sobre como deve ser uma alimentação saudável e equilibrada (ANEXO E), que envolve quantidade e tipos de alimentos muitas vezes se torna difícil e impraticável para a maioria das pessoas. Por causa disso, estudos, foram desenvolvidos para encontrar a melhor maneira de informar a população sobre como deve ser composta a sua alimentação. A distribuição dos alimentos em forma de pirâmide foi adotada pelo Departamento de Agricultura do Estados Unidos (USDA) em 1992, depois de se verificar que esse tipo de apresentação é a de mais fácil compreensão e aceitação. 33 As principais metas da pirâmide alimentar são obter o consumo variado de alimentos, ingestão menor de gorduras saturadas e colesterol, maior consumo de frutas, verduras, legumes e grãos além, da ingestão moderada de açúcar, sal e bebidas alcoólicas. A prática de exercícios físicos é recomendada visando a perda ou manutenção do peso adequado como também, a prevenção de doenças entre elas, as cardiovasculares, diabete, hipertensão e osteoporose. A adoção da pirâmide alimentar se propõe a mostrar de forma clara e objetiva como alcançar as necessidades de calorias e nutrientes da população utilizando seus alimentos habituais, tornando-a, assim, prática e flexível. Entretanto, a recomendação de nutrientes pode variar entre as populações e, por isso, houve a necessidade de ela ser adaptada para a população brasileira visando, principalmente, atingir as recomendações dos macronutrientes que são 50 a 60% do valor de calorias totais ingeridas em um dia (VCT) de carboidratos, 10 a 15% do VCT de proteínas e 20 a 30% do VCT em gorduras. Para que esses valores fossem alcançados, os alimentos foram divididos em 8 grupos e, cada grupo, em porções de alimentos, sendo distribuídos em 4 níveis na pirâmide alimentar. http://cyberdiet.terra.com.br/cyberdiet/colunas/040719_nut_colesterol.htm http://cyberdiet.terra.com.br/cyberdiet/colunas/060327_nut_aimportancia.htm 34 Na base da pirâmide encontram-se os alimentos que devem estar presentes na alimentação em maior quantidade. Assim, a medida em que for subindo os níveis na pirâmide, a freqüência ou quantidades dos alimentos devem ser restringidos nas refeições. Cada grupo de alimentos fornece alguns nutrientes, mas não todos os que o organismo necessita; nenhum grupo é mais importante do que o outro. Para o bom funcionamento do corpo é necessário que os alimentos de todos os grupos façam parte do seu plano alimentar. A quantidade de porções de cada grupo recomendada para um índivíduo depende da sua necessidade de energia que está relacionada com a idade, peso, estatura e atividade física. A partir dos valores de cada porção, você poderá montar o seu plano alimentar. Uma alimentação, quando adequada e variada, previne deficiências nutricionais, e protege contra doenças infecciosas, porque é rica em nutrientes que podem melhorar as defesas do organismo. Nutrientes são compostos químicos encontrados nos alimentos que têm funções específicas, funcionam associadamente, e se dividem em: • Macronutrientes: Carboidratos, proteínas e lipídeos; • Micronutrientes: Vitaminas e Sais Minerais. Carboidratos De uma forma geral, todos os grupos de alimentos exceto as carnes, os óleos, as gorduras e o sal, possuem carboidratos. Estes podem ser: Simples: como os açúcares e o mel. Os açúcares simples não são necessários ao organismo humano, pois apesar de ser fonte de energia, esta pode ser adquirida por meio dos carboidratos complexos. Sendo assim, é importante diminuir as quantidades de açúcares simples adicionados aos alimentos. Complexos: presentes principalmente nos cereais (arroz, pão, milho), tubérculos (batata, beterraba) e raízes (mandioca, inhame), os quais representam a mais 35 importante fonte de energia e, por esta razão, recomenda-se o consumo de seis porções diárias desse tipo de alimento, o que representa em torno de 60% do total de calorias ingeridas. Fibras Uma alimentação saudável deve incluir os carboidratos complexos e fibras alimentares em maior quantidade do que os carboidratos simples. Na sua forma integral, a maioria dos alimentos vegetais como grãos, tubérculos e raízes, as frutas, verduras e legumes contêm fibras, as quais são benéficas para a função intestinal, reduzem o risco de doenças cardíacas, entre outros diversos benefícios. A quantidade de fibras na alimentação é uma medida de uma alimentação saudável. As frutas, legumes e vegetais são ricos em vitaminas, minerais e fibras, necessitando-se consumir, diariamente, três porções de frutas e três porções de legumes e verduras. Além das vitaminas e minerais, as verduras e os legumes também contêm componentes bioativos, alguns dos quais especialmente importantes para a saúde humana, podendo reduzir o risco de doenças, inclusive as doenças cardíacas e o câncer. Proteínas Origem vegetal: leguminosas como feijão, soja, grão-de-bico, lentilha, são alimentos fundamentais para saúde, por serem um dos alimentos vegetais mais ricos em proteínas. Origem animal: carnes, leite e derivados, aves, peixes e ovos são proteínas completas, ou seja, contêm todos os aminoácidos de que os seres humanos necessitam para o crescimento e manutenção do corpo. São também, entre outros nutrientes, importantes fontes de proteína de alto valor biológico sendo, assim, necessário o consumo diário de três porções de leites e derivados e de uma porção de carnes, peixes ou ovos. Ferro e Cálcio 36 As carnes em geral, principalmente os miúdos e vísceras, possuem alta biodisponibilidade de ferro, ouseja, a quantidade de ferro ingerida que será efetivamente utilizada pelo organismo é significativamente grande. O leite e seus derivados, além de fonte de proteínas e vitaminas, são as principais fontes de cálcio da alimentação. Este nutriente é fundamental para a formação e manutenção óssea ao longo da vida, prevenindo futuras complicações como a osteoporose. Gorduras Lipídeos: As gorduras são de diferentes tipos, e podem ou não ser prejudiciais à saúde, dependendo do tipo de alimento. A gordura saturada está presente em alimentos de origem animal, e seu consumo deve ser moderado. As gorduras trans que são obtidas pelo processo de industrialização dos alimentos, a partir da hidrogenação de óleos vegetais, são prejudiciais à saúde. O consumo excessivo deste tipo de alimento pode acarretar doenças cardiovasculares, excesso de peso, obesidade, entre outras. As gorduras insaturadas, presentes nos óleos vegetais, não causam problemas de saúde, exceto se forem consumidas exageradamente. São fontes de ácidos graxos essenciais, ou seja, podem ser produzidos pelo organismo, sendo assim necessárias para a manutenção da saúde. Colesterol: é uma gordura que está presente apenas em alimentos de origem animal, e é componente estrutural de algumas partes do organismo humano, sendo ele capaz de sintetizar o suficiente para cobrir as necessidades metabólicas, não sendo indicado o consumo desse composto. O alto consumo deste pode acarretar doenças cardiovasculares. Sal O sal de cozinha - cloreto de sódio - utilizado como tempero e conservação de alimentos, contém sódio em sua composição, bem como outro tempero atualmente muito utilizado, o glutamato de sódio - este mineral quando consumido em excesso é prejudicial à saúde. Sendo assim, recomenda-se a redução no consumo de alimentos com alta concentração de sal, como temperos prontos, caldos concentrados, molhos prontos, salgadinhos, entre outros. http://www.corposaudavel.com.br/portugues/index.php?option=com_content&task=view&id=26&Itemid=26 http://www.corposaudavel.com.br/portugues/index.php?option=com_content&task=view&id=26&Itemid=26 37 Água A água é um nutriente indispensável ao funcionamento do organismo; a ingestão de, no mínimo, dois litros diariamente é altamente recomendada. Ela desempenha papel fundamental na regulação de muitas funções vitais do organismo, incluindo regulação da temperatura, transporte de nutrientes e eliminação de substâncias tóxicas. Recomenda-se a ingestão de 6 a 8 copos de água por dia. 3.4.5 - Salas de Descanso Empresas tentam melhorar qualidade de vida – e lucram – com medidas como salas de descanso, massagens e facilidades para os profissionais. No Brasil, 70% dos trabalhadores registrados sofrem de estresse. E os custos relacionados a rotatividade, licenças médicas, queda na produtividade e faltas ao trabalho chegam a R$ 80 bilhões anuais, segundo dados da International Stress Management Association (Isma), entidade que estuda o problema em 12 países. Sentindo no bolso, muitas empresas se convenceram de que a produtividade está diretamente relacionada ao bem-estar dos colaboradores. Para alcançá-la, vale quase tudo: de salas de descanso, quadras esportivas, ioga, ginástica laboral, massagem, salão de beleza e até partidas de videogames e sinuca. De acordo com a Associação Brasileira da Qualidade de Vida (ABQV), 92% das companhias que já investem na saúde dos funcionários estão aumentando e diversificando suas ações. A Espanha é conhecida pela sesta, aquele cochilo de alguns minutos que os profissionais tiram após o almoço. A novidade é que algumas empresas brasileiras já incorporaram esse costume de origem hispânica, que favorece a redução do estresse, com uma pequena dose de relaxamento diária. A sesta faz com que o indivíduo fique mais desperto no restante do dia. Para os estagiários, que acordam cedo para ir ao trabalho e somente chegam em casa pouco antes da meia-noite, por conta da faculdade, também é um benefício positivo. Algumas empresas adotam como funcionamento da sesta, sofás, pufes, salas de http://web.infomoney.com.br/templates/news/view.asp?codigo=959458&path=/suasfinancas/carreiras/direitos/ http://web.infomoney.com.br/templates/news/view.asp?codigo=1143439&path=/suasfinancas/carreiras/direitos/ http://web.infomoney.com.br/templates/news/view.asp?codigo=1143439&path=/suasfinancas/carreiras/direitos/ 38 cromoterapia, colchonetes e até cascata de água. Os funcionários podem almoçar dentro da empresa mesmo, em 15, 20 minutos. Como eles têm uma hora de almoço, podem aproveitar o restante do tempo para descansar. Dentro das salas de descanso, é estabelecido uma lei de silêncio, onde ninguém pode conversar e as persianas devem ficar fechadas. A palavra de ordem hoje em muitos escritórios é dar ao funcionários tudo aquilo que ele precisa para se tornar mais produtivo e, conseqüentemente, tornar a empresa mais competitiva no mercado. Afinal, ninguém sai de casa para fazer um trabalho ruim. 39 4 CONCLUSÃO Após análise dos dados coletados, concluiu-se que o nível de absenteísmo na cooperativa pesquisada apresentava uma média de 2,88%, sendo que este nível está um pouco elevado de acordo com o padrão aceitável das demais empresas. Pois, de acordo com GODOI (2004), alguns consultores de recursos humanos dizem que o índice de absenteísmo considerado aceitável é de 2,7%. Diante os resultados encontrados, pode-se concluir subjetivamente que o elevado nível é justificado pelo grande número de atestados médicos, direitos legais, doenças ocupacionais, fatores sociais, culturais, insatisfação no trabalho, alcoolismo, falta de liderança ou supervisão, problemas domésticos e faltas não justificadas. Com isso, aponta-se a possibilidade da implantação de um Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional, devido à falta de políticas de Recursos Humanos e de Saúde na Cooperativa. Tendo como intuito a redução do índice encontrado e atuar como medida na correção, prevenção e promoção a saúde do trabalhador. Mas para identificar e quantificar as reais causas do absenteísmo, serão necessários mais estudos na mesma cooperativa estudada. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ALVES, Simone. Revista Cipa, 2000. s.l., v. 20, n. 232, p. 30-43. 2. ATALLA, M. Fisioterapia do Trabalho. Disponível em: < http://bemstar.globo. com/index.php?modulo=corporate_mat&id=15>. Acesso em 16 nov. 2008. 3. BORGES, L.H. Sociabilidade, sofrimento psíquico e lesões por esforços repetitivos entre caixas bancários.1ª ed. São Paulo, Fundacentro, 2001, 180 p. 4. GODOY, S.C.B. Procura pelo serviço de atenção à saúde do trabalhador e absenteísmo doença em hospital universitário. Rev Min Enferm, BH, v. 5, n. ½, p. 73-81, jan./dez. 2001. 5. JINKINGS, N. Trabalho e resistência na fonte misteriosa: os bancários no mundo da eletrônica e do dinheiro. Campinas, SP. Ed. Unicamp, 2002, pg. 39 6. LIMA, R. C. Tratamento: Ginástica Laboral. Disponível em: <http://www.cecth.com.br/ index.php?option=content&task=view&id=63>. Acesso em 22 ago. 2008. 7. MARCHESINI, Carlos Eduardo. Revista Mackenzie. São Paulo: 2002, v. 2, n. 1, p. 33-46. 8. RIBEIRO, H.P. A violência oculta no trabalho: as lesões por esforços repetitivos. Rio de Janeiro: editora Fiocruz, 20a. ed. 1999; 240p. 9. ROBAZZI, M.L.C.C. et al. Serviço Enfermagem: Um estudo sobre os absenteísmos. Rev Br Saúde Ocupac v. 18, n. 69, p. 65-70, 1990. 10. OLIVEIRA, A. S et al . Ginástica laboral. Revista Digital, n.106, 2007. 11. GODOI, G. Fim de ano é boa hora para reativar networking. Rio de Janeiro: Jornal do Comercio, 2004. Disponível em: <http://www.cartaderh.com.br/website/text.asp?txtCode=5104&txtDate=20041130 000000>. Acesso em10 jan. 2008 12. PHILLIPI ST, Laterza AR, Cruz ATR, Ribeiro LC. Pirâmide Alimentar Adaptada: Guia para Escolha dos Alimentos. Rev. Nutr., Campinas, 12(1): 65-80, jan./abr., 1999 http://www.cecth.com.br/index.php?option=content&task=view&id=63 http://www.cartaderh.com.br/website/text.asp?txtCode 41 ANEXO A COMISSÃO PERMANENTE E ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE MEDICINA DO TRABALHO - SUBCOMISSÃO DE ABSENTEISMO RECOMENDAÇÃO 1 – A medição e a análise do fenômeno “Absenteísmo – Doença” podem exigir o recurso às mais elaboradas técnicas estatísticas sempre que se trate de trabalhos de investigação científica, mas ao médico do trabalho, para solução dos problemas práticos do dia-a-dia, bastará a utilização de métodos simples e acessíveis. Definições - Propõe-se que o termo ABSENTEÍSMO passe a designar a “ausência dos trabalhadores ao trabalho, naquelas ocasiões em que seria de se esperar a sua presença, por razões de ordem médica ou quaisquer outras”. - ABSENTEISMO-DOENÇA será a “ausência ao trabalho atribuída à doença ou lesão acidental e, como tal, aceita pela entidade empregadora ou pelo Sistema de Seguridade Social”. 2 – A Subcomissão considera indispensável um mínimo de normalização dos critérios de registro, a fim de que os médicos do trabalho de todo o mundo possam referir dados que: a) sejam susceptíveis de comparação; b) permitam observar tendências do fenômeno ao longo do tempo; c) indiquem áreas-problema para futura investigação. 3 – Para que o objetivo anterior possa ser alcançado, dois pontos devem ser aceitos: a) O absenteismo-doença (à semelhança dos acidentes) caracteriza-se não só pela freqüência (número de ausências de trabalho ou “baixas”), como pela duração (número de dias de ausência). Ao contrário da “mortalidade”, o fenômeno não pode ser descrito por um único parâmetro. b) Um registro rigoroso é indispensável, não só no que respeita às ausências, mas também no que se refere aos valores, não menos importantes, da população em risco. 4 – Ainda que para fins de investigação, o registro de numerosos fatores pode tornar-se necessário. Para aquele mínimo de normalização em 2, as exigências são relativamente pequenas. Deve-se, no entanto, sublinhar que, em qualquer publicação sobre esta matéria, é indispensável definir de forma bem clara o critério que foi utilizado; só assim será possível 42 a outros médicos saber quais os elementos incluídos e – o que ainda é mais importante – quais aqueles que não o foram. 5 – A informação mínima que é indispensável obter cinge-se ao seguinte: a) No que se refere ao episódio de ausência (“baixa”): Início – data ou mês; se trata de 1º, 2º, 3º, em relação a cada indivíduo. Duração – de preferência expressa em “dias de calendário”, embora seja igualmente lícito referi-la em “dias de trabalho”, desde que tal critério apareça claramente mencionado; deverá, de igual modo, ser estabelecido se ausências de curta duração (01 ou 02 dias) parecem incluídas e qual o número de dias que se convenciona para duração máxima de um episódio de ausência (162, 365, etc.). Recomenda-se que, na medida do possível, o registro de todas as ausências, de um ou mais dias, deve ser efetuado e que se considere, para duração máxima de um episódio, o valor de 365 dias. Diagnóstico médico – podem-se adotar os 20 grandes grupos referidos em “Health in Industry” (London Transport, 1956) ou as 17 seções principais da lista especificada da Classificação Internacional de Doenças (C.I.D.) – 8ª Revisão. Contudo, se pretende um registro mais completo e pormenorizado, com vistas a futuras investigações, pode tornar-se necessária a codificação pela lista específica da CID, com utilização das sub-rubricas de 04 (quatro) algarismos. b) No que se refere à população em risco: O número de empregados, acerca do qual a coleta dos dados de absenteísmo foi efetuada, é utilizado no cálculo das taxas, habitualmente sob a forma de “trabalhador/ano”, embora ocasionalmente se refira a outros períodos de tempo. Ocupação – no mínimo, deve-se fazer a separação entre os grupos “com atividade de carteira” e “com atividade industrial”. Sexo Idade – no mínimo, a população deve ser dividida em 02 grupos, acima e abaixo de 40 anos, respectivamente; para grandes agregados populacionais, recomenda-se, contudo, a distribuição por grupos etários com intervalos de 10 ou de 15 anos. 6 – Fórmulas dos índices A Subcomissão considera, para as finalidades usuais, o cálculo de taxas de absenteísmo a partir de populações inferiores a 100 indivíduos/ano (não é regra geral válida); o que acaba de afirmar-se deixa, contudo, de ter aplicação nos casos em que previamente tenham sido efetuadas divisões por sexo, idade ou ocupação. Quando, numa empresa, o número de trabalhadores sofrer flutuações consideráveis ao longo do ano, pode tornar-se necessário calcular a população em risco a partir dos valores médios mensais, trimestrais ou 43 semestrais, do número de empregados. A Subcomissão considera, como mínimo necessário, em qualquer plano de estudo sobre absenteísmo-doença, o registro das taxas seguintes: a) TAXA DE FREQUENCIA Nº de inícios de ausências/ano População em risco (nº médio de empregados/ano) b) TAXA DE DURAÇÃO (dias) Nº de dias de ausências/ano População em risco (nº médio de empregados/ano). É com freqüência útil o recurso a outros índices que, no entanto, são menos importantes que os anteriores (a e b) e não devem ser utilizados em sua substituição. Entre esses, estão incluídos: c) TAXA DE PREVALÊNCIA MOMENTÂNEA Nº de trabalhadores ausentes em determinado dia População trabalhadora referente ao mesmo dia d) TAXA DE FREQÜÊNCIA (indivíduo) Nº de empregados com uma ou mais ausências / ano População em risco (nº médio de empregados /ano e) PROPORÇÃO DE TEMPO PERDIDO Nº de dias (ou horas) de trabalho perdido em determinado período de tempo Nº de programada de dias (ou horas) de trabalho no mesmo período de tempo 44 ANEXO B Teste: Teste, Você tem Qualidade de Vida ? Responda a cada questão colocando a que melhor descreve sua situação atual. Boa Sorte! QUESTIONÁRIO 1) Tomo um bom café da manhã, com frutas, cereais, etc. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 2) Como frutas e vegetais crus pelo menos duas vezes ao dia. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 3) Tomo menos que cinco doses de bebida alcoólica por semana. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 4) Evito comer alimentos doces ou açúcar no dia-a-dia. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 5) Bebo no máximo quatro cafezinhos por dia. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 6) Bebo no mínimo cinco copos de água por dia. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 7) Pratico mais de 30 minutos de atividade física pelo menos três vezes por 45 semana. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 8) Evito drogas e tabaco. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 9) Quando exposto ao sol, protejo minha pele com protetor solar, chapéu, etc.. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 10) Sou capaz de expressar minha raiva ou meu descontentamento a fim de resolver os problemas, em vez de engoli-los. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 11) Dedico à meditação ou ao relaxamento um mínimo de 15 a 20 minutos por dia. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 12) Durmo bem, no mínimo 6 horaspor noite. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 13) No final do dia estou bem, tenho energia para atividades extras. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 14) Não me sinto tenso ou ansioso, e gosto muito da minha vida. a) Freqüentemente. 46 b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 15) Acredito que minha vida tenha propósito e significado. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 16) O dia-a-dia é uma fonte de prazer para mim. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 17) Vejo o futuro como uma oportunidade a mais de crescimento. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 18) Tenho uma visão positiva do mundo. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 19) Tenho atividades sociais em pelo menos três dias da semana. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 20) Harmonia familiar faz parte de minha vida. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 21) Tenho uma atividade que gosto de fazer regularmente (hobby, esporte, etc.), mas não me sinto obrigado a fazê-la. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 47 22) Existe um bom equilíbrio entre minha vida pessoal de profissional. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 23) Sinto-me confortável com a relação que tenho com o meu parceiro(a). a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 24) Minha vida sexual é gratificante. a) Freqüentemente. b) Algumas Vezes. c) Raramente ou Nunca. 48 ANEXO C CARTILHA DA LER-DORT A LER-DORT (Lesão por Esforço Repetitivo ou Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho) não é uma consequência natural do processo de trabalho e sim uma anomalia gerada por diversos fatores, destacando-se a política dos grandes grupos econômicos que fazem qualquer coisa para reduzir os custos do trabalho para conseguir lucros cada vez maiores. Esse tipo de atitude é consequência da globalização, que faz com que a competição entre as empresas fique cada vez mais acirrada. Na prática os trabalhadores percebem isso porque as empresas submetem os funcionários a condições inadequadas de trabalho como jornadas excessivas de trabalho, ausência de pausas durante a jornada de trabalho, falta de equipamentos adequados ao tipo físico de quem o utiliza (cadeiras reguláveis na altura, por exemplo), exigência de rapidez e movimentos repetitivos por horas. Esses são apenas alguns exemplos. O resultado são trabalhadores doentes em função do serviço e que muitas vezes ficam com lesões irreverssíveis. Por isso, a rotina de trabalho para os funcionários de alguns setores tornou-se sinônimo de tortura. Muitos deles com um ou dois anos de trabalho já apresentam sintomas da LER- DORT. O governo federal também contribui para que essa situação permaneça no País, na medida em que emprega a nefasta política neoliberal que vem acelerando o processo de flexibilização dos direitos dos trabalhadores e a precarização das condições de trabalho. O governo é responsável por esse resultado quando propõe leis que dificultam a caracterização da LER-DORT como doença do trabalho para que fique mais complicado ter acesso aos benefícios previdenciários. E o governo é conivente com um problema que atinge milhares de trabalhadroes brasileiros quando não exige dos órgãos de fiscalização que essa fiscalização seja feita e que se tenha um número de fiscais correspondente ao tamanho do problema. Tudo isso é resultado de uma política que prioriza os interesses das empresas. 49 É preciso reverter esse processo urgentemente. É isso é possível com decisões simples como a adequação dos equipamentos de trabalho, diminuição do ritmo de trabalho, rodízio de função, parada para descanso em determinados períodos da jornada e a adoção de uma política governamental de prevenção de doenças profissionais e de punição severa aos que privilegiam o lucro em detrimento de condições decentes de trabalho. E essa cartilha é o começo de uma luta que é de todos. O QUE SÃO DOENÇAS DO TRABALHO: São doenças geradas pelo exercício de determinada atividade ou profissão e tem relação direta com as condições de trabalho. O que é acidente de trabalho? É o acontecimento que ocorre pela realização do trabalho, provocando lesão corporal, ou distúrbio psicológico, e que cause a morte, a perda, ou redução temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. Por que ocorrem? O aparecimento das doenças dos trabalhadores está ligado ao modo como o trabalho está organizado em nossa sociedade. De olho nos lucros, as empresas querem diminuir os custos da produção, reduzir o emprego e aumentar a produtividade. Para isso introduzem novas formas de organização, novas tecnologias e equipamentos, sem levar em conta as conseqüências para a saúde de quem trabalha. As Lesões por Esforços Repetitivos, as doenças mentais entre outras, são a conseqüência mais evidente de todo esse processo nos dias atuais. FATORES DE RISCO: QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO? 50 • Trabalho automatizado, onde o trabalhador não tem controle sobre suas atividades. • Obrigatoriedade de manter o ritmo de trabalho acelerado para garantir a produção. • Trabalho onde cada um exerce uma única tarefa de forma repetitiva. • Trabalho sob pressão permanente das chefias. • Quadro reduzido de funcionários, com jornada prolongada e com freqüente realização de horas extras. • Ausências de pausas durante a jornada de trabalho. • Trabalho realizado em ambientes frios, ruidosos e mal ventilados. • Postos de trabalho e máquinas inadequadas, que obrigam a adoção de posturas incorretas do corpo durante a jornada de trabalho. • Equipamentos com defeito. • Tempo excessivo na mesma posição em pé. COMO PREVINIR AS DOENÇAS DO TRABALHO: Para preveni-las é preciso reestruturar o processo de trabalho. Para se chegar a esse estágio os trabalhadores deverão reivindicar: • Controle do ritmo de trabalho pelo trabalhador que o executa; variação das tarefas. • Definição do período da jornada de trabalho, com eliminação das horas extras. • Pausas durante a jornada de trabalho para que músculos e tendões descansem e se diminua o stress, sem que por isso haja aumento do ritmo ou volume de trabalho; • Adequação dos postos de trabalho para evitar a adoção de posturas corporais incorretas. O mobiliário e as máquinas devem ser ajustados às características físicas individuais dos trabalhadores; • Ambiente de trabalho com temperatura, ruído e iluminação adequados ao bem- estar; • Vigilância da saúde dos trabalhadores com exames médicos voltados para aspectos clínicos e relativos a ossos e articulações; 51 • Cláusulas nos acordos de trabalho que privilegiem a prevenção de doenças do trabalho ou profissionais, tratamento e reabilitação dos trabalhadores; • Postura ética dos médicos da empresa e peritos do INSS no atendimento aos trabalhadores vítimas de doenças profissionais ou acidentes do trabalho. Em muitos casos, os médicos têm se negado a diagnosticar as Doenças do Trabalho e o Inss vem descumprindo suas próprias normas técnicas, criando obstáculos para caracterizá-las. O QUE É LER-DORT: LER significa Lesão por Esforço Repetitivo e é reconhecida também com o nome de DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (definição do INSS). A sigla foi criada para identificar um conjunto de doenças que atingem músculos, tendões e membros superiores (dedos, mãos, punhos, antebraço, braços e pescoço) e tem relação direta com as condições de trabalho. São inflamações provocadas por atividades do trabalho que exigem do trabalhador
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