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riscos ocupacionais PI3A-convertido

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SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA - CENTRO UNIVERSITÁRIO UNISOCIESC
BACHARELADO EM ENFERMAGEM
DAIANI FRANCISCO FLORIANO
MARCIA ELISABETE KRUB
PRISCILA MAIARA MURARO ROCHA
RISCOS OCUPACIONAIS EM UMA COZINHA INDUSTRIAL
Joinville
2020
DAIANI FRANCISCO FLORIANO
MARCIA ELISABETE KRUB
PRISCILA MAIARA MURARO ROCHA
RISCOS OCUPACIONAIS EM UMA COZINHA INDUSTRIAL
Trabalho Interdisciplinar Dirigido apresentado ao Centro Universitário UNISOCIESC como exigência parcial para a aprovação na disciplina de Projeto Interdisciplinar 3A do Curso de Enfermagem.
Orientador: Prof. Helena Maria Simonard Loureiro
SUMÁRIO
RESUMO	4
INTRODUÇÃO	4
OBJETIVOS	5
METODOLOGIA	5
REVISÃO DA LITERATURA	6
RESULTADOS E DISCUSSÕES	14
CONCLUSÃO	16
REFERÊNCIAS	18
APÊNDICES	19
APÊNDICE A	19
4
RESUMO
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de características que podem desencadear riscos a doenças ocupacionais e acidentes de trabalho típicos. Objetivou-se com esse trabalho identificar relações entre as condições de trabalho e a saúde dos trabalhadores, bem como comparar a prevalência de doenças ocupacionais, acidentes de trabalho e dores musculoesqueléticas em trabalhadores de uma cozinha industrial.
É notório portanto, que para trabalhadores de cozinhas industriais existem vários tipos de equipamentos de proteção cujo objetivo é evitar que aconteça qualquer tipo de acidente no local de trabalho. Considera-se de suma importância o diagnóstico dos riscos ocupacionais para o planejamento de medidas preventivas, visando à promoção da saúde dos trabalhadores nessa área
Palavras-chave: Riscos, Acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, cozinha industrial.
1 INTRODUÇÃO
As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais caracterizam-se por manipulação manual intensa na preparação, durante o processo de servir os alimentos e limpeza do local de trabalho. A realização destas tarefas vem acompanhada de movimentos repetitivos de membros superiores e coluna, levantamento de pesos excessivos e permanência na postura em pé por períodos prolongados de tempo.
As doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) e os problemas de coluna podem desenvolver-se em atividades que apresentam estas características.
Estas patologias representam um dos principais problemas de saúde ocupacional que estão acometendo os trabalhadores no Brasil e no mundo nas três últimas décadas.
Os dados do Ministério do Trabalho sobre a prevalência de doenças ocupacionais no Brasil, mostram que a LER- Lesão por Esforço Repetitivo ocupa o primeiro lugar, seguida das DORTs - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, e dores na coluna, acompanhando a tendência mundial do aumento da incidência destas patologias.
As doenças e acidentes de trabalho que podem acometer trabalhadores do setor alimentício, especificamente que realizam suas atividades em cozinhas industriais são inúmeros e pouco descritos, o que dificulta a realização de intervenções que diminuam a incidência e
prevalência destes acometimentos e também o próprio atendimento médico e encaminhamento previdenciário correto dos trabalhadores adoecidos.
Assim, este projeto foi realizado com intuito de identificar os principais riscos ocupacionais dentro de uma cozinha industrial e com isso orientar os funcionários sobre os riscos gerando assim menos acidentes de trabalho.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Identificar os riscos ocupacionais dentre de uma cozinha industrial.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Objetivou-se neste trabalho identificar e analisar preliminarmente os riscos ocupacionais a que estão expostos os trabalhadores.
3 METODOLOGIA
3.1 LOCAL DE ESTUDO
O estudo foi realizado em uma cozinha industrial dentro de um hospital particular do município de Joinville – SC.
3.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO
Os participantes foram 22 funcionários sendo 11 do turno diurno e 11 do turno noturno, pertencentes às seguintes categorias: a) Cozinheiro; b) Auxiliar de serviços gerais; c) Açougueiro.
3.3 PROCEDIMENTOS DE INTERVENÇÃO
Ocorreu primeiramente um contato com a cozinha industrial para identificação das condições dos procedimentos operacionais para a pesquisa e obtenção da autorização. Após a autorização, nossa pesquisa foi realizada por meio de uma coleta de informações sobre os conhecimentos dos(as) funcionários em relação aos riscos ocupacionais expostos e sobre o uso correto dos EPI’s em forma de questionário com base na literatura científica disponível sobre o tema.
4 REVISÃO DA LITERATURA
As Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) estão ligadas ao setor de alimentação de grande ou pequeno porte, sendo sua função a produção de refeições com qualidade nutricional e dentro dos padrões das condições higiênico-sanitárias (COLARES; FREITAS, 2007). Como em todos os lugares precisam de organização para seu funcionamento, não seria diferente para uma UAN, onde nela os serviços prestados requerem uma atenção maior, no planejamento e maior esforço na preparação das refeições dentro dos horários e de acordo com as normas, manuais e legislação (ARAÚJO; ALEVATO, 2011). Nas Unidades de Alimentação e Nutrição, o ritmo de produção é intenso fazendo com que os trabalhadores se esforcem para poder proporcionar a alimentação para a população, mas para que isso aconteça sem ter acidentes, as cozinhas devem ter estruturas adequadas, porém não é o que sempre acontece, uma parte dessas cozinhas não tem o espaço suficiente para os trabalhadores e equipamentos, as condições de estrutura são inadequadas e etc. Com tudo isso os trabalhadores ficam cansados mais rápidos e podendo ter alguns problemas de saúde e a acidentes (ALEVATO; ARAÚJO, 2009). Segundo o Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (2014) dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91: “acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no incisivo VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. Para prevenir a ocorrência de grandes números de acidentes existem vários órgãos que são responsáveis a passar treinamento adequado, auxiliar na elaboração de mapa de risco e orientações de como proceder de maneira segura, com todos os equipamentos de proteção, dentro de uma cozinha industrial (BAKKE; ARAÚJO, 2010).
4.1 Aspectos Ergonômicos
De acordo com a Norma Regulamentadora (NR-17, 2010), há alguns parâmetros que possibilitam um maior conforto, segurança e maior desempenho das funções dos trabalhadores. Todo local de trabalho deve estar adequado para as características psíquicas e físicas de cada manipulador de alimentos. Porém nem todas as Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN’s) estão aplicando as NR, fazendo com que alguns pontos fiquem em deficiência, como por exemplo, equipamentos defeituosos, falta de espaço, pouca iluminação, pouca supervisão e ambientes muito abafados (PAIVA; CRUZ, 2009).
4.2 Equipamentos de Proteção Individual
(EPI) Equipamento de Proteção Individual (EPI) é considerado um dispositivo ou produtos de uso do trabalhador, com um único objetivo, a proteção contra riscos que ameacem a segurança e saúde, o uniforme é uma vestimenta que protege não só o manipulador, como também o alimento. É dever da empresa, oferecer aos seus trabalhadores equipamentos de segurança em perfeito estado de conservação (NR-6, 2012). Existe uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças mais frequentes, tudo isso para a preservação da vida e promoção da saúde do trabalhador (NR-5, 2010). Segundo Falleiro e Verduscolo (2006), a maioria dos acidentes tem como causa principal, o não uso ou o mau uso, dos equipamentos de proteção individual (EPI), onde esses acidentes acontecem por falta de treinamento, falta de experiência ou até mesmo por causa dos equipamentos não estarem disponíveis.
4.2.1 Equipamentode Proteção Individual dos Olhos
Os óculos de proteção são utilizados para evitar que caia alguma partícula estranha ou respingos de produtos químicos durante a higienização dos equipamentos. Esses óculos tem que oferecer ao usuário uma visão clara, sem distorção ou opacidade (NR-6, 2012). 5 Revista Fafibe On-Line, Bebedouro SP, 9 (1): 1-15, 2016.
4.2.2 Protetor Auditivo
Quando o trabalhador fica muito tempo em exposição aos ruídos da unidade, ocorre um aumento da pressão sonora, que pode evoluir a uma perda de audição parcial ou total do trabalhador, sendo recomendado do EPI de proteção auditivo, nas áreas de devolução das bandejas para a higienização dos pratos e talheres e também com o uso de demais equipamentos o nível sonoro passa de 85 decibéis (QUINTILIO; ALCARÁS; MARTINS, 2012)
4.2.3 Equipamento de Proteção para o Tronco
Esses equipamentos são para a proteção térmica, umidade e para a distribuição. A vestimenta quanto à proteção térmica são para as câmaras frias e hortifrúti, por causa das baixas temperaturas que esses locais possuem para a conservação do alimento em questão. Já os para proteção química é para evitar que os produtos de limpeza caiam e causem lesões na pele (NR-6, 2010). Os que são destinados à umidade são para evitar que o uniforme do manipulador fique molhado e venha causa algum problema de saúde. E para a distribuição é
recomendado que o avental/jaleco esteja limpo e em bom estado de conservação (NR-6, 2012).
4.2.4 Equipamentos de Proteção para os Membros Superiores
Segundo Marques e Junior (2013) existem vários tipos de luva para o manipulador, mas as que mais são usadas são: luvas para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes, para facas, garfos, etc, luvas para proteção das mãos contra agentes térmicos, para a retirada dos produtos do forno, reposição de cubas; luvas para proteção das mãos contra agentes químicos, para os produtos de limpeza; luvas para proteção contra umidade provenientes de operações com uso de água.
4.2.5 Equipamentos para Proteção dos Membros Inferiores
Segundo NR-6 (2012), os calçados são fundamentais para evitar que haja queda, por causa do piso estar úmido ou escorregadio, para proteção contra impactos de objetos perfuro cortantes, contra agentes térmicos como a água quente e para a limpeza, por isso recomendasse a utilização das calças por dentro das botas.
4.2.6 Carros de transporte
Parar evitar a sobrecarga na coluna dos manipuladores existe equipamentos próprios para o transporte de pratos, cubas de alimentos, bandejas e caixas pesadas, permitindo assim que não haja lesões durante o transporte (WORKSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO, 2013).
4.3 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem como objetivo observar as condições de riscos de acidentes no ambiente de trabalho, onde solicita medidas que possam eliminar ou até reduzir o número de acidentes (INSTITUTO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES, 2015). Segundo Barbosa e Almeida (2008), na confecção dos mapas de riscos deve-se levar em conta o conhecimento do processo do trabalho no local, a identificação dos riscos existentes e a identificação das medidas preventivas.
Durante a elaboração do mapa de risco, os funcionários contribuem com informações de como percebem o ambiente de trabalho. Os mapas de riscos auxiliam na orientação quanto aos procedimentos necessários à garantia da integridade das pessoas usuárias de cada um dos
espaços da empresa, sejam habituais, transitórios ou meramente circulantes (FILHO, 2010, p. 87).
Segundo Filho (2010) e NR-9 (2012), o mapa de risco é elaborado em cima da planta baixa da empresa, recomenda-se a utilização de círculos quando os riscos estiverem dispersos pelo ambiente, indicando a gravidade e os tipos de riscos. Segundo NR-5 (2010), a CIPA tem como atribuições: a identificação dos riscos no processo de trabalho e elaborar mapas de riscos com os maiores números de trabalhadores.
4.4 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) Dar apoio do empregador e através da ampla conscientização dos empregados, a implementação de uma política de segurança do trabalho que propicie aos trabalhadores o direito ao exercício de suas funções de forma segura e digna (BAPTISTA, et al.; 2015).
4.4.1 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
O PPRA abrange apenas os riscos ambientais, tendo um planejamento adequado das etapas que deve seguir para a preservação de acidentes ao meio ambiente possíveis ou que estão ocorrendo (SANTOS, 2011).
4.4.2 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
Antes de uma contratação o trabalhador tem que passar por um exame médico ocupacional que é feito por um profissional médico especializado em patologias ocupacionais e suas causas, tanto como o local de trabalho e seus riscos. Onde irá avaliar se o candidato está apto para desenvolver a determinada atividade ou função. Esse programa visa à entrada de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, atuando como um agente produtivo na sua sociedade (MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2015a). Segundo Brasil (2015), os trabalhadores passam por exames admissionais, periódicos, retorno ao trabalho, mudança de função ou de afastamento definitivo, as importâncias destes exames estão exemplificadas abaixo:
· Exame Admissionais: Tem como objetivo verificar a aptidão do funcionário para o trabalho que irá exercer e que sejam minimizados os riscos de contaminação dos alimentos pelo funcionário.
· Exames Periódicos: O médico coordenador define a frequência que será realizada os exames, sendo obrigatória, a realização mensal,
· Exame de Retorno ao trabalho: É realizado no primeiro dia em que o funcionário volta ao trabalho, sendo por afastamento de licença doença, acidente, maternidade ou férias.
· Exame de Mudança de Função: Esse exame é realizado quando o manipulador for transferido para outra função diferente da que exercia anteriormente, isto é, se expor a novos riscos.
· Exame Demissional: Esse exame é realizado no desligamento do funcionário com agendamento. Esse exame é de fundamental importância para que o empregador fique com documentos que comprovem que seu funcionário não teve lesões no tempo que esteve em serviço.
4.5 Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT)
CAT é um documento informativo para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) relatando que o trabalhador sofreu um acidente de trabalho ou quando há suspeita que tenha adquirido alguma patologia no âmbito profissional. É considerado dia do acidente o dia ocorrido ou no caso de ser alguma patologia, o dia em que foi feito o diagnóstico médico ou quando começou a percepção da incapacidade laboral (SINDICATO DA ALIMENTAÇÃO DE PIRACICABA, 2015). Segundo Brasil (2014), a partir da comprovação do acidente ou doença no trabalho, o funcionário tem direito aos seguintes benefícios:
1- Auxílio-Doença Acidentário (B-91): Que é pago pelo INSS a partir de 15 dias de afastamento do trabalho, quando o funcionário encontra-se incapacitado para voltar a sua atividade, o trabalhador faz uso desse auxilio quando há comprovação, através da perícia medica do INSS.
2- Auxílio-Doença Previdenciário (B-31): Que também é pago pelo INSS, porém é concedido quando o funcionário está em afastamento para tratamento de saúde. Quando o trabalhador volta ao trabalho, ele não tem direito a indenização, mesmo com sequelas e também não tem garantia de estabilidade no emprego.
4.6 Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT)
É um evento realizado anualmente onde tem como objetivo a prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais. Nessa semana acontecem várias palestras com diversos temas, algumas delas são: AIDS, prevenção e combate a incêndio, como evitar acidentes de trabalho e de trajeto, LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), como se relacionar em equipe, alimentação saudável (NETO, 2015).
4.7 CIAT – Comunicação Interna de Acidente de Trabalho Quando preenchidacom os dados do acidente, é encaminhada para a Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) com o objetivo de assistência, dados estatísticos e epidemiológicos (ASSOCIAÇÃO SAÚDE DA FAMILIA, 2012).
4.8 Doenças mais comuns dentro da Unidade de Alimentação e Nutrição
As questões relativas à saúde mental no trabalho estão inclusas a lesão por esforço repetitivo (LER) e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), que estão exemplificadas abaixo:
LER/DORT são resultado da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua recuperação. A sobrecarga pode ocorrer seja pela utilização excessiva de determinados grupos musculares em movimentos repetitivos com ou sem exigência de esforço localizado, seja pela permanência de segmentos do corpo em determinadas posições por tempo prolongado, particularmente quando essas posições exigem esforço ou resistência das estruturas musculoesqueléticas contra a gravidade (FILHO, 2010, p. 218).
Normalmente os riscos associados à lesão do DORT estão relacionados tanto ao ambiente, com relação às dimensões, configurações e a ambiência, aos diversos equipamentos inadequados, à má postura, esforços repetitivos, o levantamento de peso acima do adequado (ISOSAKI et al., 2011).
Outra doença mais comum é o assédio moral, onde foi definido como:
Qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude) que atente, pela repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psicofísica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho (SILVA, 2009). Fonte: (RESTAURANTES, 2015).
Segundo Caran (2009) essa situação acontece quando algum funcionário quer colocar o outro em uma situação constrangedora, vexativa ou até mesmo prejudicá-lo em sua função.
4.9 Riscos da Cozinha Industrial
Se a nossa cozinha residencial já é um ambiente que oferece certos tipos de risco, quiçá uma Cozinha Industrial. Isso porque tanto o maquinário quanto as ferramentas de trabalho nestes ambientes são maiores, mais potentes e por isso acabam sendo mais agressivos.
Assim, para que a alta produtividade seja promovida, é fundamental oferecer um ambiente seguro, que colabore para o andamento das atividades com proteção. Portanto, identificar, avaliar e desempenhar medidas de atenuação para os riscos encontrados é tão importante.
Essa análise deverá partir através da elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o PPRA.
1- Choque Elétrico: Dentro de uma cozinha, os choques elétricos estão por toda parte. O mesmo acontece nas Cozinhas Industriais e por isso este é um dos riscos mais importantes a se cuidar. Existem muitas máquinas e aparelhos que são movidos à eletricidade e, por isso, é fundamental que não sejam manuseados com as mãos molhadas.
2- Queimaduras: As queimaduras certamente são os primeiros problemas a serem lembrados ao se tratar de riscos em uma cozinha não é mesmo? Não é a toa que este é mesmo o principal causador de acidentes do trabalho nestes ambientes.
Seja queimaduras por óleos quentes, pelo próprio fogo ou por encostar em superfícies quentes, todas são desagradáveis e devem ser evitadas. Neste caso existe a necessidade da utilização dos EPIs para Cozinha Industrial, que deverão ser fornecidos gratuitamente pelo empregador aos funcionários.
3- Cortes e Perfurações: Facas, cortadores e outros tipos de objetos afiados estão sempre presentes na Cozinha Industrial trazendo riscos à saúde dos trabalhadores. Além de causarem cortes e perfurações, ao causarem esses acidentes, acabam por contaminar o alimento que deverá ser descartado.
Para evitar esse tipo de acidente que mais uma vez os EPIs tornam-se imprescindíveis para minimizar os riscos neste ambiente de trabalho.
4- Quedas: A grande maioria das Cozinhas Industriais possui piso frio, por questões de higiene, fácil limpeza entre outros. Dessa forma, muitas vezes torna-se úmido e escorregadio devido aos vapores e condensações causados pelo calor do ambiente.
Quando isso acontece, pode acontecer escorregões e quedas dos trabalhadores que muitas vezes se movimentam apressados de um lado a outro. Além dos Calçados de Segurança, fundamentais nessas situações, poderá ser necessária a implantação de pisos antiderrapantes. Esses são 4 dos riscos mais comuns que podem ser encontrados no trabalho em Cozinha Industrial. Além destes, outros agentes poderão ser identificados e deverão estar previstos no
PPRA para serem devidamente eliminados ou atenuados através das Medidas de Controle de Risco.
5- Cozinha Industrial e a ANVISA
Em casos de Auditorias Fiscais, é fundamental que a empresa esteja em dia com cada uma das determinações exigidas pela ANVISA. Quando ocorre de um fiscal da Vigilância Sanitária comparecer ao estabelecimento para realizar uma fiscalização, ele irá verificar se as exigências da ANVISA estão sendo cumpridas. O intuito dessa atividade não é intimidar a empresa mas, sim, verificar se todos estão agindo pela Segurança do Trabalho.
Principais itens a serem conferidos pela entidade em casos de auditorias fiscais:
1. A higiene da Cozinha Industrial como um todo, incluindo dispensa, estoque, freezers, geladeiras, entre outros;
2. A higiene dos funcionários que manipulam os alimentos;
3. Manejo de resíduos orgânicos;
4. Controle integrado de vetores e pragas;
5. Presença de um Responsável Técnico;
6. Implantação das Boas Práticas de Manipulação de Alimentos;
7. Presença do Manual de Boas Práticas e Pops;
8. Treinamento de equipe;
9. Documentação do estabelecimento.
6- Reduzindo os Riscos na Cozinha Industrial
Além das regulamentações da ANVISA, existem outras condições que também foram determinadas pela entidade e que deverão ser realizadas. São elas:
· As instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios devem ser mantidos em condições higiênico sanitárias apropriadas;
· Substâncias odorizantes e ou desodorantes não devem ser utilizadas nas áreas de preparação e armazenamento dos alimentos;
· Os produtos saneantes utilizados na cozinha industrial devem estar regularizados pelo Ministério da Saúde (nada de produto do caminhão de limpeza!);
· Os uniformes dos funcionários responsáveis pela atividade de higienização das instalações sanitárias devem ser diferentes daqueles utilizados na manipulação de alimentos;
· Deve existir um conjunto de ações eficazes e contínuas de controle de vetores e pragas urbanas;
· Deve ser utilizada somente água potável para manipulação de alimentos, tanto para gelos ou cozimento no vapor;
· O reservatório de água deve ser higienizado, em um intervalo máximo de seis meses, devendo ser mantidos registros da operação;
· Os resíduos devem ser frequentemente coletados e estocados em local fechado e isolado da área de preparação e armazenamento dos alimentos;
· Os manipuladores devem usar cabelos presos e protegidos por redes ou toucas;
· Não é permitido o uso de barba;
· As unhas devem estar curtas e sem esmalte ou base;
· Durante a manipulação, devem ser retirados todos os objetos de adorno pessoal e a maquiagem;
· Os manipuladores que apresentarem lesões e ou sintomas de enfermidades que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos devem ser afastados da atividade de preparação de alimentos enquanto persistirem essas condições de saúde;
· As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens devem ser armazenados em local limpo e organizado, de forma a garantir proteção contra contaminantes;
· O tratamento térmico deve garantir que todas as partes do alimento atinjam a temperatura de, no mínimo, 70ºC;
· Os óleos e gorduras utilizados devem ser aquecidos a temperaturas não superiores a 180ºC;
· O descongelamento deve ser efetuado em condições de refrigeração à temperatura inferior a 5ºC ou em forno de micro-ondas quando o alimento for submetido imediatamente à cocção;
· Os serviços de alimentação devem dispor de Manual de Boas Práticas e de Procedimentos Operacionais Padronizados.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O estudo foi realizado com 22 funcionários pertencentes às seguintescategorias:
a) Cozinheiro; b) Auxiliar de serviços gerais; c) Açougueiro.
Para facilitar a análise e de acordo com a dinâmica do trabalho, optou-se por tratar os dados como um todo.
Analisamos algumas características dos trabalhadores sendo 72,72% dos funcionários pertencem ao sexo feminino. Apenas 27,28% estudam atualmente, e somente 9,1% possui outra atividade profissional. A maior parte dos respondentes não possui ensino superior 68,3%, 9,1% possui ensino superior e 13,6% possui alguma especialização. A idade média aproximada é de 33 anos e o tempo médio de deslocamento dos indivíduos até o trabalho é de 50 min, onde 150 min é o maior tempo que um trabalhador leva para chegar ao seu trabalho e 10min o menor tempo.
Caracterização da amostra das respostas de cada categoria (%):
Gênero Masculino (27,28), Feminino (72,72), Nível de instrução Fundamental (68,3), Superior (9,1), Especialização (13,6) Estuda atualmente? Sim (27), Não (72). Possui outra
atividade profissional? Sim (9,1) Não (81,9)
Todos os trabalhadores identificaram que as ferramentas utilizadas em suas atividades estão em boas condições. A maioria dos respondentes identificou a atividade como extremamente repetitiva (82%), dores relacionadas à postura (73%), alta carga mental na realização da atividade (64%), risco de acidentes com material perfurocortante (55%).
É notório o impacto das atividades de trabalho na vida destes profissionais, atrelados a um grande nível de repetitividade, má postura e risco de acidentes com material perfurocortante que podem prejudicar a integridade física destes trabalhadores. Estes riscos merecem ser observados e eliminados ou minimizados para não haver queda de produtividade. Também deve-se levar em consideração a alta carga mental, que poderá prejudicar no rendimento destes profissionais. A qualidade de vida do trabalhador está vinculada à qualidade do trabalho e às condições adequadas. Para que se possa realizar a adequação nas condições de posto de trabalho, é necessário que se tenha um conhecimento das condições de trabalho, tanto dos fatores da própria tarefa quanto daqueles do ambiente de trabalho. Muitas atividades apresentam riscos que devem ser analisados com o objetivo de eliminá-los ou minimizá-los.
Quanto a distribuição da opinião dos trabalhadores segundo fatores de riscos ocupacionais mostrou o seguinte:
Fator de risco ocupacional: número e %:
Ferramentas em boas condições 22, 100% Atividade repetitiva 18, 82%. Dores relacionadas à postura 16, 73%. Alta carga mental na realização da atividade 14, 64%. Risco de acidentes com material perfurocortante 12, 55%. Nível de ruído elevado 9, 41%. Atividade monótona 8, 36%. Jornada de trabalho longa 8, 36%. Risco de contaminação por substâncias químicas 7, 32%. Elevado esforço físico 7, 32%. Temperatura ambiente 6, 27%. Equipamentos
individuais de segurança 5, 23%. Agressões morais 3, 14%. Problemas com chefia
(relacionamento/comunicação) 3, 14% Falta de treinamento profissional 2, 9% Agressões
físicas 0, 0%.
Dentre os fatores identificados pelo menor número de trabalhadores estão: nível de ruído elevado (41%), atividade monótona (36%), jornada longa de trabalho (36%), risco de contaminação por substâncias químicas (32%), elevado esforço físico (32%), temperatura ambiente elevada (27%), falta de equipamentos de segurança (23%), agressões morais (14%), problemas com chefia (14%), falta de treinamento profissional (9%) e nenhum relato de agressão física.
6 CONCLUSÃO
As UANs são ambientes que representam riscos para doenças e acidentes relacionados ao trabalho, por conta de sua infraestrutura, muitas vezes inadequada sob o ponto de vista da legislação e do uso inadequado dos EPIs. Para os trabalhadores de cozinhas industriais existem vários tipos de equipamentos de proteção, cujo objetivo é evitar que aconteça qualquer tipo de acidente no local de trabalho. Verificou-se também a importância do mapa de risco dentro da UAN para que os trabalhadores junto com a CIPA estabeleçam os locais onde o foco de risco é maior e trabalhem com a prevenção, e os programas de saúde ocupacional que monitoram e controlam a saúde e segurança do trabalhador.
Dentre os riscos ocupacionais identificados, 82% avaliou que sua atividade é extremamente repetitiva, o que pode gerar Lesões por Esforço Repetitivo (LER). Em consequência, 73% responderam possuir dores devido à postura na realização das atividades. Estas dores podem ser causadas pelo esforço repetitivo aliado à má postura por tempos longos, e merecem ser observadas. O estresse é outro fator que atinge uma grande massa de funcionários onde 64%
dos respondentes apontaram que sua atividade exige alta carga mental. Essa doença afeta, logicamente, a saúde do trabalhador em potencial, podendo gerar lesões sérias, além de gerar distúrbios na convivência diária com os colegas de trabalho e uma má qualidade na prestação do serviço.
Mais pesquisas são necessárias nesta área, para que realmente se estabeleçam maior controle e conscientização dos funcionários, quanto a segurança do seu trabalho e a preservação da vida.
7 REFERÊNCIAS
ANVISA, disponível em http://portal.anvisa.gov.br. Acesso em 27 de abril de 2020.
Cheila Minéia Daniel de Paula, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/65920. Acesso em 22 de abril de 2020.
Fio Cruz. Disponível em http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%20e%20saude%20no%20trab alho/Saudedotrabalhador.pdf.Acesso em acesso em 27.04.2020.
Rev. bras. saúde ocup. vol.28 no.107-108 São Paulo 2003. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572003000200011. Acesso em 05 de maio de 2020.
Revista Fafibe On-Line, Bebedouro SP, 9 (1): 1-15, 2016. UAN E A SEGURANÇA DO TRABALHO. Disponível em http://unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/49/1603201721 1227.pdf. Acesso em 05 de maio de 2020.
8 APÊNDICES APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO DE ABORDAGEM AOS PROFISSIONAIS DE COZINHA INDUSTRIAL
Esse questionário faz parte de um projeto que está sendo desenvolvido na disciplina de Projeto Interdisciplinar do curso de Enfermagem, da Sociedade Educacional De Santa Catarina - Centro Universitário Unisociesc.
O objetivo deste questionário é explorar o seu conhecimento quanto aos riscos ocupacionais em uma cozinha industrial
Precisamos que seja o mais verdadeiro(a) possível a respeito do que você sabe ou já ouviu sobre o assunto, pois a nossa intervenção dependerá, também, das informações colhidas aqui. Portanto, procure responder com o que você sabe, sem pesquisar. Para que você se sinta mais à vontade os questionários não serão identificados, logo não saberemos quem o respondeu.
Dados Pessoais
Setor/Departamento:
Idade: 	Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino N° de filhos: 		
Escolaridade atual: ( ) Fundamental ( ) Superior ( ) Especialização Carga horária semanal de trabalho (exceto hora extra): 	
Tempo médio de deslocamento da residência para o local de trabalho: 	
Você sabe quais os riscos ocupacionais na cozinha industrial? Se a resposta for sim, quais?
1. Você recebeu algum treinamento sobre ergometria ao ser contratado? Sim ( ) Não ( )
2. Atualmente na cozinha em que você trabalha existem treinamentos periódicos de segurança sobre como agir diante de alguma situação de risco?
Sim ( ) Não ( )
3. Você sabe como agir diante de uma situação de risco? Sim ( ) Não ( )
4. Já sofreu algum tipo de agressões moral em seu trabalho? Sim ( ) Não ( )
5. Já sofreu algum tipo de agressão física em seu trabalho? Sim ( ) Não ( )
6. Há ocorrência de problemas com a chefia (relacionamento/comunicação)? Sim ( ) Não ( )
7. Há o risco de contaminação por substâncias químicas? Sim ( ) Não ( )
8. Há riscos de acidentes de trabalho com material perfurocortante? Sim ( ) Não ( )
9. A temperatura ambiental é agradável para realização de suas atividades? Sim ( ) Não ( )
10. Caso a resposta anterior seja ‟não‟, você descreveria que o ambiente é: Quente ( ) Frio ( )
11.Como você descreveria o nível de ruído em seu ambiente de trabalho? Alto ( ) Baixo ( )
12. Você sente dores relacionadas à postura inadequada? Sim ( ) Não ( )
13. A carga mental despendida na realização de sua atividade é elevada? Sim ( ) Não ( )
14. O esforço físico exigido é elevado? Sim ( ) Não ( )
15. A atividade pode ser considerada repetitiva? Sim ( ) Não ( )
16. A atividade pode ser considerada monótona? Sim ( ) Não ( )
17. Falta treinamento profissional para realização de sua atividade? Sim ( ) Não ( )
18. A jornada de trabalho é: Longa ( ) Normal ( ) Curta ( )
19. As ferramentas de trabalho se encontram em boas condições?
Sim ( ) Não ( )
20. Você recebe equipamentos individuais de segurança? Sim ( ) Não ( )
21. Você sabe a forma correta quanto ao uso dos EPI´s? Sim ( ) Não ( )

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