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TERESA ELANE BEZERRA LUZ DESENVOLVIMENTO DE PROPOSTA DE REGULAMENTAÇÃO PARA USO E IMPLANTAÇÃO DE TELHADOS VERDES EM NATAL-RN NATAL-RN 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Teresa Elane Bezerra Luz Desenvolvimento de proposta de regulamentação para uso e implantação de telhados verdes em Natal-RN Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Profa. Dr. ª Ada Cristina Scudelari Natal-RN 2017 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Luz, Teresa Elane Bezerra. Desenvolvimento de proposta de regulamentação para uso e implantação de telhados verdes em Natal-RN / Teresa Elane Bezerra Luz. - 2017. 55f.: il. Monografia (Graduação) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Engenharia Civil, Natal, 2017. Orientador: Ada Cristina Scudelari. 1. Telhados verdes - Monografia. 2. Alagamentos - Monografia. 3. Manejo de águas pluviais - Monografia. 4. Legislação ambiental - Monografia. 5. Drenagem urbana - Monografia. I. Scudelari, Ada Cristina. II. Título. RN/UF/BCZM CDU 624 Teresa Elane Bezerra Luz Desenvolvimento de proposta de regulamentação para uso e implantação de telhados verdes em Natal-RN Trabalho de conclusão de curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Aprovado em 22 de novembro de 2017: ___________________________________________________ Professora Dr. ª Ada Cristina Scudelari ___________________________________________________ Professor Dr. Fagner Alexandre Nunes de França ___________________________________________________ Eng. Eduardo Eiler Batista de Araújo Natal-RN 2017 DEDICATÓRIA Dedico este sonho primeiramente a Deus, a toda a minha família pelo apoio incondicional, em especial aos meus avós e a meu tio que faleceram antes que este sonho se tornasse realidade e a todos os meus amigos que me acompanharam ao longo dessa jornada e sempre me ajudaram. AGRADECIMENTOS A meus pais, Francisco Gonçalves da Luz e Maria Sandra Bezerra de Sousa, por sempre me incentivarem e me ensinarem que a educação é um dos maiores tesouros que alguém pode ter. Ao meu irmão, meus primos e tios por todo o suporte, por todo o amor e carinho que me deram. As minhas melhores amigas, que sempre me ajudaram e confiaram em mim. Obrigado por todo o suporte que me deram ao longo dos nossos muitos anos de convivência, por me ajudarem a passar pelos momentos mais difíceis e por estarem sempre ao meu lado. A todos os amigos que fiz em Natal, que me ajudaram a me adaptar a uma nova cidade, a uma nova realidade e pela amizade que ofereceram ao longo desses 5 anos. A minha orientadora Dr. ª Ada Cristina Scudelari pela prestatividade e orientação contínua dedicadas a este trabalho. Aos convidados da Banca Examinadora, pela vontade em contribuir com este trabalho. A todos os professores que contribuíram para a minha formação, especialmente pela base sólida de conhecimentos e pela disciplina fornecidas pelo Colégio Incentivo e, principalmente ao Colégio São Lucas, por todo o suporte e todo conhecimento transmitido pelo corpo docente, em especial ao professor Lorenilson (Nilsinho), por todos os valores transmitidos, por todo o suporte que me deu e por me orientar nos momentos que precisei. “Todos os nossos sonhos podem se tornar realidade se tivermos a coragem de segui- los”. Walt Disney RESUMO Desenvolvimento de proposta de regulamentação para uso e implantação de telhados verdes em Natal-RN A cidade de Natal possui vários problemas urbanos, dentre eles, destaca-se o surgimento de alagamentos em vários pontos da cidade, os quais atrapalham o tráfego de pedestres e veículos. Com o intuito de solucionar esse problema optou-se pela análise da implantação de telhados verdes nas edificações, visto que, além de ser uma tecnologia sustentável, possui como uma de suas principais características a capacidade de retenção de águas pluviais. Vários países, como Alemanha e França, vêm investindo na criação de legislações para incentivar o uso da cobertura vegetal, no entanto, no Brasil seu uso ainda não é muito difundido. O presente trabalho possui como objetivo elaborar uma proposta de regulamentação para o uso e implantação de telhados verdes em Natal, tendo como base as leis nacionais e internacionais criadas como forma de instigar o uso das coberturas vegetais, bem como o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais da Cidade do Natal. Palavras-chave: Telhados verdes, alagamentos, manejo de águas pluviais, legislação ambiental, Natal, drenagem urbana. ABSTRACT Development of a regulation proposal for the use and implantation of green roofs in Natal-RN The city of Natal has several urban problems, among them, the emergence of floods in various parts of the city, which hinder pedestrian traffic and vehicles. In order to solve this problem, it was decided to study the implantation of green roofs in buildings, since, in addition to being a sustainable technology, it has as one of its main characteristics the capacity of retention of rainwater. Several countries, such as Germany and France, have been investing in the creation of legislation to encourage the use of plant cover, however, in Brazil its use is not yet widespread. The present work aims to elaborate a proposal of regulation for the use and implantation of green roofs in Natal, based on national and international laws created as a way to instigate the use of vegetation cover, as well as the Drainage and Management Master Plan of Storm Waters of the City of Natal. Keywords: Green roofs, floods, storm water management, environmental law, Natal, urban drainage. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................................... 14 1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 16 1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 16 1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 16 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................................ 17 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 18 2.1 CONTEXTO HISTÓRICO ....................................................................................................... 18 2.2 SUSTENTABILIDADE ........................................................................................................... 19 2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS TELHADOS VERDES ............................................................................20 2.4 PROPRIEDADES DOS TELHADOS VERDES ............................................................................ 22 2.4.1 Conforto Térmico ............................................................................................... 23 2.4.2 Isolamento Acústico ........................................................................................... 25 2.4.3 Retenção de Poluentes ........................................................................................ 26 2.4.4 Redução das Ilhas de Calor ................................................................................ 27 2.4.5 Retenção de Águas Pluviais ............................................................................... 27 2.5 LIMITAÇÕES DO USO DE TELHADOS VERDES ....................................................................... 29 2.5.1 Custo do Sistema de Telhados Verdes ............................................................... 29 2.5.2 Manutenção ........................................................................................................ 30 2.5.3 Aumento da Biodiversidade ............................................................................... 31 2.5.4 Falta de Incentivos .............................................................................................. 32 3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 32 3.1 ANÁLISE DE LEGISLAÇÕES INTERNACIONAIS ..................................................................... 32 3.1.1 Europa e Ásia...................................................................................................... 32 3.1.2 América do Norte ............................................................................................... 34 3.1.3 América do Sul ................................................................................................... 38 3.2 ANÁLISE DE LEGISLAÇÕES NACIONAIS .............................................................................. 38 3.2.1 Região Sul .......................................................................................................... 39 3.2.2 Região Sudeste ................................................................................................... 40 3.2.3 Região Centro-Oeste........................................................................................... 41 3.2.4 Região Nordeste ................................................................................................. 42 3.3 ANÁLISE DO PLANO DIRETOR DE DRENAGEM .................................................................... 42 4 RESULTADOS .................................................................................................................. 45 5 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 47 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 48 7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 50 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 01 – Climograma de Natal ............................................................................................ 15 Figura 02 – Alagamento no Viaduto do Quarto Centenário ..................................................... 16 Figura 03 – Jardins Suspensos da Babilônia ............................................................................ 18 Figura 04 – Composição do sistema de telhado verde ............................................................. 20 Figura 05 – Comparação das características dos sistemas de telhados verdes ......................... 22 Figura 06 - Comparação entre os valores médios da temperatura superficial interna na laje comum (LC) e na cobertura vegetal (CV) ................................................................................ 24 Figura 07 – Comportamento dos telhados verdes quando submetidos a radiação solar .......... 25 Figura 08 – Comparação dos coeficientes de absorção sonora de sistemas de telhados verdes alveolares e hexa ....................................................................................................................... 26 Figura 09 – Comportamento do escoamento superficial no telhado convencional e no telhado verde ......................................................................................................................................... 28 Figura 10 – Comparação do volume de água escoada em três tipos diferentes de coberturas . 29 Figura 11 – Aedes Aegypti ........................................................................................................ 31 Figura 12 – Relação dos pontos críticos - Zona Leste .............................................................. 43 Figura 13 – Relação dos pontos críticos - Zona Oeste ............................................................. 44 Figura 14 – Relação dos pontos críticos - Zona Sul ................................................................. 44 Figura 15 – Relação dos pontos críticos - Zona Norte ............................................................. 45 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 01– Legislações relativas ao uso de telhados verdes na Europa.................................. 33 Quadro 02 – Legislações relativas ao uso de telhados verdes na Ásia ..................................... 34 Quadro 03 – Incentivos locais para o uso de telhados verdes no Canadá ................................ 35 Quadro 04 – Incentivos locais para o uso de telhados verdes nos Estados Unidos (EUA) ...... 36 Quadro 05 – Incentivos locais para o uso de telhados verdes nos Estados Unidos (EUA) ...... 37 Quadro 06 – Legislação acerca o uso de telhados verdes na América do Sul .......................... 38 Quadro 07 – Legislação acerca o uso de telhados verdes em capitais da Região Sul .............. 39 Quadro 08 – Legislação acerca o uso de telhados verdes em capitais da Região Sudeste ....... 40 Quadro 09 – Legislação acerca o uso de telhados verdes em capitais da Região Centro-Oeste .................................................................................................................................................. 41 Quadro 10 – Legislação acerca o uso de telhados verdes em capitais da Região Nordeste ..... 42 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 01 - Comparação dos custos e prazos de execução de três tipos de telhados ............... 30 SIMBOLOGIA SÍMBOLO SIGNIFICADO CV Cobertura vegetal LC sf. sq.ft Laje comum Um pé quadrado (unidade de área) Um pé quadrado (unidade de área) Ta Temperatura ambiente Trm Temperatura radiante média UR Umidade relativa Vr Velocidade relativa do ar 14 1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações Iniciais A revolução industrial que ocorreu no século XIX propiciou o surgimento de diversas fábricas e com elas também surgiram várias ofertas de emprego. Devido a isso, houve uma grande migração de pessoas da zona rural para a zona urbana. No entanto, essa migração ocorreu de forma desordenada, ou seja, as cidades não estavam preparadas para abrigar essas pessoas e, em virtude disso, os problemas urbanos existentes nas cidades se intensificaram. Apesar de haver passado vários anos desde essa migração do campo para as cidades, estas ainda possuem diversos problemas, tais como poluição, ilhas de calor, inversão térmica, enchentes e alagamentos. Além dos problemas urbanos, a sociedade atualtambém está enfrentando diversos problemas ambientais, como o efeito estufa e a escassez dos recursos naturais. Em virtude disso, vem-se investindo cada vez mais em tecnologias sustentáveis, com a finalidade de preservar os recursos naturais e mitigar os impactos ambientais. Segundo Roaf (2014) o mundo precisa modificar seu conceito de construir, é necessário o desenvolvimento de um novo tipo de projetista, capaz de integrar arquitetura, engenharia e sustentabilidade em um único projeto, com o intuito de criar edificações sustentáveis utilizando materiais renováveis, minimizando desta forma os impactos ambientais das edificações. Nesse contexto, o sistema de telhados verdes surge como uma tecnologia sustentável capaz de auxiliar a resolver os problemas existentes nas cidades, uma vez que absorve o dióxido de carbono (CO₂), retém parte das águas pluviais, é um isolante térmico e acústico e proporciona um aumento na biodiversidade local (RIOS, 2016). Devido à preocupação crescente com o meio ambiente, vários países já desenvolveram leis referentes ao uso do sistema de telhados verdes. Essas leis vão desde incentivos fiscais fornecidos para as pessoas que utilizam telhados verdes até a obrigação da utilização deste em edificações (RIOS, 2016). Dentre os países que possuem legislações relativas ao uso de telhados verdes, destacam-se o Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Japão. No Brasil, algumas cidades também já criaram legislações semelhantes. Um exemplo disso é a cidade de Recife, 15 que em 2015 aprovou uma lei que obriga o uso de telhados verdes em prédios com mais de 400 m² de área construída, Lei 18.112/2015 (RIOS, 2016). A cidade de Natal possui elevados índices pluviométricos no período de março a julho, como é possível observar na Figura 01. Figura 01 – Climograma de Natal Devido à grande quantidade de precipitações nesse período e a ineficácia do sistema de drenagem da cidade, é possível observar o surgimento de alagamentos em vários pontos da cidade, os quais atrapalham o tráfego de veículos e pedestres, como é possível visualizar na Figura 02, na qual o Viaduto do Quarto Centenário, situado na zona sul de Natal, está alagado, dificultando a passagem dos veículos na área. Fonte: Adaptado de CLIMATE-DATE.ORG <https://pt.climate-data.org/location/2030/>. Acesso em: 12 jun. 2017. 16 Figura 02 – Alagamento no Viaduto do Quarto Centenário O uso do sistema de telhados verdes nas edificações em Natal poderia ser uma forma de evitar que esses alagamentos ocorressem, uma vez que uma de suas principais características é a capacidade de retenção de águas pluviais, o que aliviaria o sistema de drenagem urbano. 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Elaborar uma proposta de regulamentação para o uso e implantação do sistema de telhados verdes na cidade do Natal. 1.2.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos que se pretende alcançar são: Analisar as leis existentes no Brasil acerca o uso de telhados verdes; Analisar leis internacionais referentes ao uso do sistema de telhados verdes; Fonte: G1 – O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO <http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2013/07/chuva- causa-mais-de-100-pontos-de-alagamento-em-natal-diz-defesa-civil .html>. Acesso em: 29 maio 2017. 17 Analisar as características do sistema de telhados verdes com base em pesquisas realizadas sobre o assunto; Realizar um estudo do Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais da Cidade do Natal (PDDMA). 1.3 Estrutura do Trabalho O presente trabalho está subdividido em sete capítulos, conforme a seguinte descrição. O Capítulo 1 é composto pela introdução, seguida pela apresentação dos objetivos e da estrutura do trabalho. O Capítulo 2 apresenta a revisão bibliográfica, contendo um breve contexto histórico dos telhados verdes, suas principais propriedades e algumas desvantagens do seu uso. O Capítulo 3 contém a metodologia, na qual é feita uma análise das legislações internacionais acerca o uso de telhados verdes, bem como uma análise das legislações existentes no Brasil. Nesse capitulo ainda é feito um estudo do Plano Diretor de Drenagem de Natal (PDDMA), ressaltando os principais pontos de alagamento da cidade. O Capítulo 4 é composto pelos resultados, neste caso, a proposta de regulamentação relativa ao uso de telhados verdes em Natal, considerando os dados obtidos por meio da análise das legislações bem como o estudo do Plano Diretor de Drenagem de Natal (PDDMA). O Capítulo 5 apresenta as discussões, onde é feita uma análise da proposta de regulamentação desenvolvida, comparando-a com outras legislações semelhantes, ressaltando suas particularidades. O Capítulo 6 contém a conclusão, onde é feita uma síntese de todo o assunto abordado anteriormente e são apresentadas as considerações finais acerca do tema abordado. O Capítulo 7 apresenta as referências dos textos utilizados para o desenvolvimento do presente trabalho. 18 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Contexto Histórico O uso do sistema de telhados verdes é uma técnica que vem sendo difundida na atualidade devido a crescente preocupação com o meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável. No entanto, os telhados verdes não constituem uma inovação tecnológica, visto que os mesmos já eram utilizados na antiguidade. O primeiro registro que se tem do uso do sistema de telhados verdes está datado em meados de 600 a.C. e se deu na Babilônia, com a criação dos jardins suspensos, conforme ilustra a Figura 03. Figura 03 – Jardins Suspensos da Babilônia Fonte: ARCHITECTUREIMG.COM<http://architectureimg.com /hanging-gardens-babylon-babylone-vegetation-bird-view-perpsp ective-buildings-walls-images/>. Acesso em: 08 out. 2017. Apesar de ser uma técnica antiga, as primeiras pesquisas sobre o sistema de telhados verdes só foram realizadas na década de 1960 na Alemanha e na Suíça. Contudo, foi na Alemanha que houve grandes avanços no desenvolvimento de técnicas construtivas e novos materiais que poderiam ser empregados na composição dos telhados verdes, devido ao investimento do governo nas pesquisas durante a década de 1970, o que gerou um aumento do uso de telhados verdes no país (MAGILL, 2011). 19 Um exemplo disso foi a fundação da FLL (Forschungsgesellschaft Landschaftsentwicklung Landschaftsbau) na Alemanha, que tinha como objetivo estudar o uso do sistema de telhados verdes considerando a tipologia extensiva e intensiva e descrevendo o grau de sustentabilidade e a quantidade de manutenção exigida por cada tipo de vegetação (PEREIRA, 2017). Além da Alemanha, outros países, tais como Estados Unidos e Canadá, começaram a desenvolver legislações e regulamentos, bem como a oferecer benefícios a quem utilizasse telhados verdes. No Brasil, esse sistema ainda não é muito empregado, no entanto, algumas cidades, como Recife, vem implementando legislações relativas ao seu uso, de forma a promover o desenvolvimento sustentável e auxiliar na disseminação do sistema. 2.2 Sustentabilidade Atualmente, nota-se que a população está cada vez mais preocupada com a conservação do meio ambiente. Isto se deve ao fato do agravamento dos efeitos do aquecimento global bem como a crescente escassez de recursos naturais. Em virtude disto, os investimentos em tecnologias sustentáveis vêm aumentando com o passar dos anos. Segundo Salgado (2012) apenas recentemente o Brasil deu seus primeiros passos rumo ao uso de tecnologias sustentáveis na construção civil. Também afirma que é necessário que os profissionais e as empresas se organizem de forma diferente, considerando fazer os projetos de forma integrada, para elaborarem projetos e construções de edificações sustentáveis. Segundo Corrêa (2009), para um empreendimento ser consideradosustentável tem que se adequar a quatro requisitos básicos: Adequação ambiental; Viabilidade econômica; Justiça social; e Aceitação cultural. Foram criados em vários países selos de sustentabilidade, os quais certificam produtos e serviços que levam em conta a preservação ambiental. No Brasil, a Caixa Econômica Federal criou o Selo Casa Azul com o objetivo de promover o uso racional de recursos naturais nas edificações e a melhoria da qualidade das habitações. A vantagem de se adquirir 20 esse selo é que é uma forma de comprovar que o empreendimento é de qualidade e é sustentável, agregando assim valor no preço de venda. 2.3 Classificação dos telhados verdes De forma geral, o sistema de telhados verdes é composto pelas seguintes camadas: Camada impermeabilizante; Proteção contra raízes; Proteção mecânica; Camada drenante; Camada filtrante; Substrato; e Vegetação. Figura 04 – Composição do sistema de telhado verde Fonte: 2010STUDIO <http://2030studio.com/telhado-verde- uma-opcao-sustentavel/>. Acesso em: 29 maio 2017. De acordo com Baldessar (2012), a camada impermeabilizante tem como função impedir a passagem de água da cobertura para a estrutura da edificação, evitando infiltrações, as quais podem levar a redução da vida útil da edificação, além de gerar transtornos aos habitantes. Já camada drenante possui como finalidade recolher o excesso de água que não foi absorvida pelas plantas nem pelo substrato, e encaminha-la para o sistema de águas pluviais, 21 além disso, nos períodos de estiagem atuam retendo parte da água da chuva necessária para a sobrevivência das plantas (TASSI et al., 2014). A camada filtrante tem como finalidade separar o substrato da camada drenante, impedindo que as partículas finas cheguem aos drenos e possam obstrui-lo. Para que possa atuar de forma eficaz, o material empregado na sua composição deve apresentar elevada permeabilidade à água, uma boa resistência à ação mecânica das raízes e neutralidade química e biológica evitando reações com o substrato (SANTOS, 2012). A finalidade da camada de proteção contra raízes é prevenir a perfuração da estrutura, sob a qual foi implantada o telhado verde, pelas raízes das plantas, aumentando desta forma a vida útil da estrutura da cobertura bem como diminuindo as chances de haver infiltrações (SANTOS, 2012). Segundo Pereira (2017), a proteção mecânica tem como finalidade proteger a camada impermeabilizante contra a exposição à radiação ultravioleta e as altas temperatura que podem levar a uma quebra da composição química da membrana, além disso, também fornece proteção contra eventuais danos mecânicos. O substrato é a camada responsável por fornecer os nutrientes, bem como, pela retenção de água, os quais são necessários para sobrevivência das plantas (PEREIRA, 2017). Por fim, a vegetação atua interceptando uma parcela da chuva, evitando que ela atinja o solo. Por meio do processo de evapotranspiração que estas realizam, ocorre uma perda de água para a atmosfera, potencializando a capacidade de retenção de água no substrato. Adicionalmente, a vegetação retarda o escoamento superficial, que passa a ocorrer quando o substrato atinge a saturação (TASSI et al., 2014). De acordo com a International Green Roof Association (IGRA), os telhados podem ser classificados em: Extensivos; Semi-intensivos; Intensivos. A Figura 05 apresenta de forma resumida uma comparação das principais características de cada um dos tipos de sistemas de telhado verde de acordo com o IGRA. 22 Figura 05 – Comparação das características dos sistemas de telhados verdes Fonte: Pereira (2017) Segundo Berardi (2014, apud PEREIRA, 2017, p.16) “O tipo de cobertura verde escolhido deve ser adequado ao edifício, devendo ser tidos em conta vários fatores, como o uso, o tipo de vegetação e os requisitos de manutenção pretendidos, a capacidade estrutural do edifício, o clima da região e os métodos de execução”. 2.4 Propriedades dos Telhados Verdes O sistema de telhados verdes como tecnologia sustentável é capaz de auxiliar a resolver alguns dos problemas existentes nas cidades, uma vez que absorve o dióxido de carbono (CO₂), retém parte das águas pluviais, é um isolante térmico e acústico e proporciona um aumento na biodiversidade local. Nos itens a seguir serão discutidos alguns dos itens acima citados, de forma a mostrar as características dessa tecnologia de forma mais detalhada. 23 2.4.1 Conforto Térmico Segundo a ASHRAE (American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditioning Engineers), o conforto térmico pode ser definido como “o estado da mente que expressa satisfação do homem com o ambiente térmico que o circunda”. É resultado da combinação de diversos fatores, tais como a temperatura radiante média (Trm), umidade relativa (UR), temperatura do ambiente (Ta), velocidade relativa do ar (Vr), bem como a atividade que está sendo desenvolvida e a vestimenta usada pelas pessoas (ESPÍNOLA, 2010). No Brasil, a norma NBR 15220/2005 diz respeito ao conforto térmico de edificações e estabelece diretrizes para a adequação climática de habitações unifamiliares de interesse social de até três pavimentos, considerando parâmetros tais como tamanho das aberturas para ventilação, proteção das aberturas, vedações externas (tipo de parede externa e tipo de cobertura) e estratégias de condicionamento térmico passivo. (ABNT, 2005) A criação da NBR 15220/2005 permite perceber que há uma preocupação com o conforto térmicos das edificações, uma vez que o Brasil é um país de clima tropical e a maior parte de seu território nacional está submetida a temperaturas elevadas durante uma grande parte do ano (RIBEIRO, 2017). Portanto, visando obter o conforto térmico das edificações, o telhado verde surge como alternativa, visto que a cobertura vegetal (CV) apresenta menores flutuações de temperatura e umidade ao longo do dia comparado a laje comum (LC), sendo capaz de reduzir em até 4°C a temperatura interna das edificações nos períodos mais quentes do ano, conforme é possível observar na Figura 06, a qual ilustra o resultado de uma pesquisa realizada na cidade de São Carlos, em São Paulo, a respeito do desempenho térmico das coberturas vegetais no ano de 2004. 24 Figura 06 - Comparação entre os valores médios da temperatura superficial interna na laje comum (LC) e na cobertura vegetal (CV) Fonte: Morais (2004) Essa redução de temperatura proporcionada pelos telhados verdes possibilita minimizar gastos com energia, uma vez que diminui a necessidade de utilização de ar- condicionado para tornar a temperatura do ambiente confortável. A Figura 07 ilustra o comportamento dos telhados verdes quando submetidos a radiação solar, possibilitando observar que a maior parte da radiação incidente nos telhados verdes é refletida por estes e parte é absorvida para a realização da fotossíntese. 25 Figura 07 – Comportamento dos telhados verdes quando submetidos a radiação solar Fonte: Adaptado de Rios (2016) Além de proporcionar conforto térmico, os telhados verdes proporcionam um aumento da vida útil das edificações, uma vez que protegem as membranas de impermeabilização da cobertura das temperaturas elevadas, da radiação ultravioleta e da eventual deterioração, de forma que a vida útil da membrana de impermeabilização pode se tornar até duas vezes superior à de uma cobertura tradicional (PEREIRA, 2017). 2.4.2 Isolamento Acústico Nos meios urbanos, a população é constantemente submetida a ruídos, os quais podem ser oriundos de diversas fontes, tais como automóveis, vizinhos, canteiros de obras, igrejas, entre outros, e muitas vezes o volume desses ruídos superam os níveis adequados ao ser humano, podendo gerar incômodo e causar efeitos danosos de audição.Com o intuito de preservar a qualidade de vida da população, foram criadas algumas leis para regulamentar a emissão de ruídos, dentre elas, pode-se citar a Resolução CONAMA n° 01/90 e a NBR 10151/2000, as quais estabelecem os níveis de ruído considerados acetáveis para preservação da saúde humana. Além dessas normas, a NBR 10152/1987 a qual estabelece os níveis de ruído que podem ser produzidos em construções e reformas de edificações. Segundo Piovesan (2013), uma das características dos telhados verdes é o isolamento acústico, visto que possuem uma boa eficácia na absorção sonora a altas frequências, o que pode ser comprovado pelos altos coeficientes de absorção sonora que as coberturas vegetais 26 apresentam. Ainda segundo Piovesan (2013), essa característica se deve a porosidade do substrato que torna possível as ondas sonoras entrarem em seu meio, o que torna os telhados verdes uma boa alternativa para o controle do ruído urbano. A Figura 08 apresenta uma comparação dos coeficientes de absorção sonora para diferentes sistemas de telhados verdes, obtidos por meio de ensaios realizados em uma câmara reverberante situada no Laboratório de Engenharia Acústica da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 2013. Figura 08 – Comparação dos coeficientes de absorção sonora de sistemas de telhados verdes alveolares e hexa Fonte: Piovesan (2013) 2.4.3 Retenção de Poluentes Uma importante característica das plantas é a fotossíntese, processo pelo qual as plantas sintetizam a matéria orgânica, ou seja, produzem seu próprio alimento. A fotossíntese consiste em um processo físico-químico no qual as plantas utilizam o dióxido de carbono (CO₂) presente na atmosfera para produzir oxigênio (O₂) e glicose (C₆H₁₂O₆), sendo que o oxigênio será liberado para a atmosfera. Logo, ao absorver o dióxido de carbono da atmosfera e liberar oxigênio, a cobertura vegetal contribui na retenção de poluentes, visto que o dióxido de carbono é um dos principais poluentes. 27 “As coberturas verdes contribuem para reduzir a poluição de duas maneiras: controlar as variações de temperatura de um edifício reduzindo o aquecimento e a procura de ar condicionado, portanto menos dióxido de carbono é libertado das centrais energéticas, a outra é a fotossíntese das plantas que absorvem o dióxido de carbono do ar e armazenam em biomassa”. (BIANCHINE, 2012, apud PEREIRA, 2017) De acordo com uma pesquisa realizada em Chicago, um total de 1675 kg de poluentes do ar foi removido por 19,8 ha de telhados verdes em um ano, ou seja, a remoção anual por hectare de telhado verde foi de 85 kg/ha/ano. Os autores da pesquisa ainda afirmam que a quantidade de poluentes removidos aumentaria para 2046,89 toneladas se todos os telhados em Chicago fossem cobertos com telhados verdes intensivos (YANG, 2008). 2.4.4 Redução das Ilhas de Calor As ilhas de calor são um fenômeno climático que ocorre geralmente nas grandes cidades, onde a temperatura média costuma ser mais elevada do que nos seus arredores. Suas principais causas são: Capacidade elevada de absorção de calor de materiais como asfalto e concreto; Impermeabilização do solo urbano; Poluição atmosférica que retém a radiação solar, causando o aquecimento da atmosfera; Falta de cobertura vegetal, que mantém baixa a taxa de evaporação. Nesse contexto, os telhados verdes podem ser utilizados como uma medida mitigadora dos efeitos das ilhas de calor. Segundo Catuzzo (2013), os telhados verdes absorvem e emitem parte da radiação solar, bem como contribuem para o aumento da umidade do ar em decorrência da evaporação e da evapotranspiração, reduzindo os impactos das ilhas de calor. 2.4.5 Retenção de Águas Pluviais As áreas urbanas das cidades brasileiras se caracterizam, em sua maioria, por apresentarem uma grande quantidade de áreas impermeáveis, com isso, durante os eventos chuvosos, há um aumento do escoamento de águas pluviais, o que muitas vezes ocasiona uma sobrecarga no sistema de drenagem urbana, podendo dar origem a pontos de alagamentos pela cidade (PEREIRA, 2017). https://www.infoescola.com/fisico-quimica/evaporacao/ 28 A capacidade de retenção de águas pluviais é uma das propriedades dos telhados verdes. Durante um evento chuvoso, parte da água precipitada é absorvida pela cobertura vegetal até que o substrato atinja o ponto de saturação, dando início ao escoamento superficial da água. Ao absorver as águas pluviais, os telhados verdes retardam a vazão de pico, auxiliando assim os sistemas de drenagem (PEREIRA, 2017). Esse fato pode ser observado nas Figuras 09 e 10, onde a primeira retrata os resultados de um estudo realizado no Rio de Janeiro em 2009, utilizando um simulador de chuva, já a segunda fornece os resultados de uma pesquisa, realizada em Curitiba em 2012, sobre o volume de água escoada. Figura 09 – Comportamento do escoamento superficial no telhado convencional e no telhado verde Fonte: Oliveira (2009) Na Figura 09 é possível observar que para uma chuva de intensidade 42 mm/h há um retardo de cerca de três minutos na vazão de pico com a utilização do telhado verde. Já na Figura 10, é possível notar que com a aplicação das coberturas vegetais há um menor volume de água escoada se comparada a laje impermeável e a telha de barro. 29 Figura 10 – Comparação do volume de água escoada em três tipos diferentes de coberturas Fonte: Adaptado de Baldessar (2012) De acordo com um estudo realizado em Edimburgo, na Escócia, os telhados verdes reduzem consideravelmente o escoamento de chuva anual e sazonal, com um coeficiente de escoamento anual variando entre 23% e 38%. O estudo ainda aponta que a espessura do substrato é o fator mais influente sob o volume de água retida, no entanto, a inclinação do telhado também interfere nesse valor (UHL, 2008). Segundo Tassi et al. (2014), o telhado verde, comparado ao telhado convencional, pode reduzir em média 62% dos volumes escoados superficialmente, além disso, a capacidade de armazenamento média de água no telhado verde, com espessura do substrato de 8 cm, corresponde a cerca de 12,1 mm/m², sendo diretamente afetada pelas condições climáticas e pela umidade antecedente do solo. 2.5 Limitações do uso de telhados verdes Apesar dos vários benefícios advindos do uso do sistema de telhados verdes, estes possuem algumas desvantagens, são elas o custo, a necessidade de manutenção, o aumento da biodiversidade e a falta de incentivos a implementação. 2.5.1 Custo do Sistema de Telhados Verdes Segundo estudo realizado por Morais (2013), comparando os preços de implantação de diferentes tipos de cobertura (telhado de fibrocimento, telhado cerâmico e telhado verde) e 30 seus prazos de execução para uma área de 50 m², conclui-se que o sistema de telhados verdes é o que possui o maior custo de implantação. A Tabela 01 mostra os valores obtidos no estudo realizado na cidade de Porto Alegre. Tabela 01 - Comparação dos custos e prazos de execução de três tipos de telhados Cobertura Custo Total (R$) Prazo total (h) Telhado de fibrocimento 4270,43 67,20 Telhado cerâmico tipo francesa 6198,50 125,20 Telhado verde 7731,89 54,00 Fonte: Adaptado de Morais (2013) Apesar do custo elevado, o uso do telhado verde se justifica, pois proporciona uma economia de energia em relação a necessidade de equipamento para resfriamento e aquecimento dos ambientes, além disso também reduz a necessidade de utilização de materiais isolantes térmico e acústico (WILLES, 2014). Portanto, pode-se concluir que apesar do elevado custo inicial, os telhados verdes podem propiciar um retorno financeiro a longo prazo. 2.5.2 Manutenção Além dos custos de implantação dos telhados verdes, tem-se que levar em conta o custo de manutenção dos mesmos. Os telhados verdes intensivos,por possuírem vegetação de maior porte necessitam de mais cuidados, tais como irrigação, poda, entre outros cuidados. Já os telhados extensivos são idealizados para serem autossustentáveis, no entanto, ainda requerem certos cuidados, como irrigação em períodos de estiagem e até mesmo fertilização (NAGASE, 2013, apud PEREIRA, 2017). Dentre as atividades de manutenção, a limpeza é uma das ações mais importantes, visto que determina a evolução de certos acontecimentos, como acumulação de detritos e crescimento de ervas daninhas que levariam ao surgimento de problemas no sistema. De forma geral, a limpeza é uma atividade que deve ser conduzida de forma adequada, para que nenhum elemento construtivo do telhado seja danificado (COELHO, 2014). 31 2.5.3 Aumento da Biodiversidade A implantação de telhados verdes nas coberturas das edificações cria habitats para espécies animais, como certas aves, insetos e outros pequenos animais, o que pode gerar incômodo para os ocupantes das habitações. Segundo Furquim (2013), nos períodos chuvosos é comum haver um aumento significativo no número de insetos, visto que corresponde ao período de reprodução destes. Apesar da grande maioria dos insetos ser inofensiva, algumas espécies podem ocasionar sérios riscos à saúde humana. A Figura 11 mostra o Aedes Aegypti, vetor de doenças como a dengue e febre amarela. Esse inseto é muito comum em locais úmidos, uma vez que necessita de água para depositar seus ovos. Figura 11 – Aedes Aegypti Fonte: E-RMETEO< http://www.emiliaromagnameteo. com/caldo-e-clima-umido-le-zanzare-e-le-moscheringraziano- invasione-nei-lidi-ravennati/>. Acesso em: 08 out. 2017. Além de atrair insetos, as coberturas vegetais também atraem muitos animais polinizadores, como é o caso de morcegos e certas aves, que além de poderem ocasionar doenças, também podem trazer consigo sementes que ao entrarem em contato com a cobertura vegetal, encontrando condições favoráveis para germinar, podem dar origem a ervas daninhas, sendo, portanto, necessário realizar a remoção das mesmas, aumentando assim os custos com manutenção. 32 2.5.4 Falta de Incentivos O sistema de telhados verdes é uma tecnologia sustentável que vem sendo utilizada desde a antiguidade, contudo, foi apenas no final do século XX que seu uso começou a ser difundido, tendo-se em vista a crescente preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável (MAGILL, 2011). Vários países criaram leis de incentivo ao uso de telhados verdes, como Alemanha, Canadá e França, oferecendo benefícios ou tornando seu uso obrigatório (RIOS, 2016). No Brasil, os telhados verdes começaram a ser empregados somente no final da década de 1990, mas apenas recentemente algumas cidades começaram a criar leis referentes ao uso da cobertura vegetal de forma a incentivar seu uso. Devido ao fato de não ser uma tecnologia amplamente utilizada, não há muitas empresas especializadas na implantação de telhados verdes, o que torna o valor de implantação mais elevado. 3 METODOLOGIA 3.1 Análise de Legislações Internacionais Neste item serão analisadas algumas das leis, relativas ao uso de telhados verdes, que foram implementadas ou estão em processo de tramitação em países estrangeiros, com o intuito de identificar a ferramenta mais utilizada como forma de incentivar o uso de coberturas vegetais. 3.1.1 Europa e Ásia Por meio da análise da legislação vigente na Europa e na Ásia, pode-se perceber que o recurso mais utilizado como forma de disseminação dos sistemas de telhados verdes foi a criação de leis que preveem a obrigatoriedade do uso de telhados verdes. Também se observou que dentre os países analisados, a Itália foi o único país que desenvolveu uma norma visando estabelecer requisitos e condições de uso da cobertura vegetal. O Quadro 01 e 02 apresentam algumas das principais leis implantadas na Europa e Ásia relativas ao uso de coberturas vegetais. 33 Quadro 01– Legislações relativas ao uso de telhados verdes na Europa País Cidade Lei Descrição Dinamarca Copenhagen Mandatory Green Roof Policy (RIOS, 2016) Requer que todos os novos edifícios que possuírem cobertura plana ou com inclinação menor que 30°, público ou privado, sejam vegetados. Suíça Basel Building Code (RIOS, 2016) Todos os edifícios novos que possuírem cobertura plana devem instalar telhados verdes. Luzern Zurique Itália Para todo o país UNI 11235: 2015 (UNI, 2015) Norma que define os requisitos de projeto, execução, controle e manutenção para telhados verdes, dependendo dos contextos climáticos, de construção e de uso específicos. Projeto de Lei M5S (EDILTECNICO, 2015) Tem como objetivo incentivar o uso de telhados verdes por meio da concessão de benefícios fiscais. França Para todo o país Eco-Roof Law (URBANSTRONG, 2016) Decreta que o telhado de edifícios novos devem possuir cobertura vegetal ou painéis solares. Alemanha Munique Green Roofs For Healthy Cities (RIOS, 2016) Programa que prevê o subsídio de $33,70 por m² de telhado verde, pagando até 50% do custo de instalação de telhados verdes. 34 Quadro 02 – Legislações relativas ao uso de telhados verdes na Ásia País Cidade Lei Descrição Japão Tóquio Tokyo Plan 2000 (RIOS, 2016) Dita que prédios com mais de 1000 m² tenham pelo menos 20% do espaço de coberto com telhado verde. Singapura Singapura Green Roof Incentive Scheme (RIOS, 2016) Prevê a concessão de crédito para pagar até 50% do custo de instalação de telhados verdes. 3.1.2 América do Norte Analisando as leis vigentes nos Estados Unidos (EUA) e no Canadá, pode-se concluir que a ferramenta mais utilizada como incentivo ao uso de coberturas vegetais foi a concessão de benefícios aos proprietários que adorem a medida, como é possível observar nos Quadros a seguir. 35 Quadro 03 – Incentivos locais para o uso de telhados verdes no Canadá Incentivos Locais País Cidade Lei Descrição Canadá Toronto Toronto Green Roof Bylaw (VEGETAL I.D., 2015) Determina a porcentagem de cobertura vegetal que os edifícios devem ter com base em sua área. Eco Roof Incentive Program (VEGETAL I.D., 2015) Fornece incentivo financeiro para aplicação de telhados verdes em edifícios residenciais, comerciais e institucionais novos e já existentes, que não estão sujeitos ao Toronto Green Roof Bylaw. O valor atual do incentivo por m² de telhado verde é de US$ 75/m². Toronto Stormwater Management Incentive (VEGETAL I.D., 2015) As empresas que tomam medidas para reduzir e gerenciar suas águas pluviais no local podem solicitar uma redução em suas tarifas de esgoto. http://www.toronto.ca/greenroofs/overview.htm http://www.toronto.ca/greenroofs/overview.htm http://www.toronto.ca/livegreen/greenbusiness_greenroofs_eco-roof.htm http://www.toronto.ca/livegreen/greenbusiness_greenroofs_eco-roof.htm http://www1.toronto.ca/wps/portal/contentonly?vgnextoid=87a9bcbff9502410VgnVCM10000071d60f89RCRD&vgnextchannel=9deeabbf06721410VgnVCM10000071d60f89RCRD http://www1.toronto.ca/wps/portal/contentonly?vgnextoid=87a9bcbff9502410VgnVCM10000071d60f89RCRD&vgnextchannel=9deeabbf06721410VgnVCM10000071d60f89RCRD 36 Quadro 04 – Incentivos locais para o uso de telhados verdes nos Estados Unidos (EUA) Incentivos Locais País Cidade Lei Descrição EUA Nova Iorque State Law (RIOS, 2016) Oferece crédito de até $100.000, ou $4,50 por m² para telhados verdes que ocupem pelo menos 50% do espaço disponível da cobertura. The Green Roof Tax Abatement Program (RIOS, 2016) O NYC Department of Buildings fornece um rebatimento de $5,23 por m² de telhadoverde, podendo chegar até $200.000 por projeto. Bronx Environmental Revolving Loan Fund (VEGETAL I.D., 2015) Fornece empréstimos sem juros às empresas do Bronx e aos proprietários dos edifícios para incentivar o uso de medidas eficientes em termos de energia e novas tecnologias. Chicago Green Roof Improvement Fund Tax Increment Financing (VEGETAL I.D., 2015) Foi um programa piloto para a aplicação de telhado verde nos edifícios do centro da cidade, com fundos de até US$100.000. The Green Roof Grant Program 2006 for Residential and Small Commercial Buildings (RIOS, 2016) Oferecia incentivo de $5.000 para suporte de pequenos projetos comerciais e residenciais com menos de 10.000 sf. Portland Grey to Green Effort (RIOS, 2016) Disponibiliza $800.000 por ano para a aplicação em projetos que possuem telhado verde. O valor por m² de telhado verde recebido é de $5,00. Austin Austin Texas Green Roof Density Bonus (VEGETAL I.D., 2015) Oferece como bônus um espaço adicional de 8 sq.ft. por cada sq.ft. de telhado verde construído. http://www.austintexas.gov/department/green-roofs http://www.austintexas.gov/department/green-roofs 37 Quadro 05 – Incentivos locais para o uso de telhados verdes nos Estados Unidos (EUA) Incentivos Locais País Cidade Lei Descrição EUA Baltimore Blue Water Baltimore Green Roof Incentive (VEGETAL I.D., 2015) Blue Water Baltimore é uma organização não governamental dedicada a melhorar a qualidade da bacia hidrográfica local em torno da área de Baltimore. Esta organização oferece um incentivo ao uso de telhado verde de US$ 2 por m² de telhado verde instalado, mas não deve exceder 50% dos custos totais do projeto. Baltimore Blue Roof Incentive (VEGETAL I.D., 2015) As propriedades em Baltimore podem ganhar créditos contra a taxa de gerenciamento de águas pluviais, removendo a superfície impermeável de suas propriedades ou adotando as melhores práticas de gerenciamento, como instalar telhados verdes. Cincinnati Green Roof Loans (VEGETAL I.D., 2015) Este programa disponibilizou US$ 5.000.000 para empréstimos abaixo do mercado para instalar telhados verdes dentro da área de serviço em edifícios residenciais, comerciais e/ou industriais. Mineápolis Minneapolis Stormwater Credit Program (VEGETAL I.D., 2015) Oferece crédito de até 50% de desconto na tarifa de serviço de águas pluviais da cidade para edifícios que melhoram suas práticas de gerenciamento de águas pluviais com infraestrutura, como telhados verdes. Filadélfia Green Roof Rebate (VEGETAL I.D., 2015) Oferece crédito para propriedades privadas. O crédito será aplicado às tarifas mensais de esgoto de uma propriedade e seu valor total máximo será igual a US$ 10 multiplicado pela metragem quadrada do telhado verde instalada. 38 3.1.3 América do Sul Assim como nos países da América do Norte, o principal instrumento utilizado para disseminar o uso de telhados verdes foi a concessão de benefícios fiscais aos proprietários de imóveis que resolverem adotar a medida, como pode-se observar no Quadro 06. Quadro 06 – Legislação acerca o uso de telhados verdes na América do Sul País Cidade Lei Descrição Argentina Buenos Aires Ley Nº 4428/2010 (CEDOM, 2012) Oferece deduções de impostos como forma de incentivar o uso de telhados verdes. Colômbia Bogotá Acuerdo 418 de 2009 (SECRETARÍA JURÍDICA DISTRITAL, 2009) A Administração Distrital promoverá o urbanismo sustentável através do conhecimento, disseminação e implementação progressiva e adequada de telhados, terraços verdes, entre outras tecnologias, nos projetos imobiliários públicos e privados, novo ou existente, da cidade, como medida de adaptação e mitigação das mudanças climáticas. Peru Lima Ordenanza Nº 541(EL PERUANO, 2016) Incentivar a construção verde no distrito de Santiago de Surco por meio da concessão de benefícios técnicos e tributários. 3.2 Análise de Legislações Nacionais Neste item serão analisadas algumas das leis e projetos de leis elaborados no Brasil, relativas ao uso de telhados verdes, tendo como finalidade identificar qual a ferramenta mais utilizada como forma de incentivar o uso de coberturas vegetais no país. 39 3.2.1 Região Sul Na Região Sul do país, o instrumento mais utilizado como forma de disseminar o uso de coberturas vegetais é a criação de leis visando a concessão de incentivos fiscais a quem adotar telhados verdes nas edificações, como pode ser observado no Quadro 07, onde todas as leis relativas ao uso de telhados verdes sancionadas oferecem incentivos fiscais. Quadro 07 – Legislação acerca o uso de telhados verdes em capitais da Região Sul Cidade População (hab) Lei Descrição Situação Curitiba 1.751.907 Projeto de Lei 1703/11 (PORTAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2015) Oferece incentivo fiscal a prédios que instalarem "telhado verde" em pelo menos 65% de suas coberturas. Aguardando Designação de Relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) Projeto de Lei n. 005.00006.2013 (ECOLÓGICO, 2013) Visa tornar obrigatória a instalação de telhados verdes. Vetado Florianópolis 469.690 Lei Nº 14.243, de 11 de dezembro de 2007 (LEIS ESTADUAIS, 2007) Visa fornecer incentivos a adoção de telhados verdes em espaços urbanos densamente povoados. Sancionado Porto Alegre 14.099.351 Lei Complementar 734/14 (PREFEITURA DE PORTO ALEGRE, 2014) Altera o Código de Edificações do Município permitindo o uso de telhados verdes sobre lajes e demais coberturas do último pavimento de prédios. Sancionado Projeto de Lei do Legislativo 011/14 (CAMARAPOA, 2014) Obriga os projetos de construção e de reforma de edificações públicas municipais a prever a instalação de telhado verde, ou ecotelhado. Em Tramitação http://www2.portoalegre.rs.gov.br/netahtml/sirel/atos/lc%20284 http://www2.portoalegre.rs.gov.br/netahtml/sirel/atos/lc%20284 http://www2.portoalegre.rs.gov.br/netahtml/sirel/atos/lc%20284 http://www.camarapoa.rs.gov.br/processos/121246 http://www.camarapoa.rs.gov.br/processos/121246 http://www.camarapoa.rs.gov.br/processos/121246 40 3.2.2 Região Sudeste Na Região Sudeste do país, o instrumento mais utilizado como forma de disseminar o uso de coberturas vegetais é a criação de leis visando a concessão de incentivos fiscais a quem adotar telhados verdes nas edificações, como pode ser observado no Quadro 08, a maior parte das leis e propostas de leis criadas são relativas a concessão de incentivos fiscais a quem implementar o sistema de telhados verdes. Quadro 08 – Legislação acerca o uso de telhados verdes em capitais da Região Sudeste Cidade População (hab) Lei Descrição Situação São Paulo 12,04 milhões Lei Nº 16277/15 (LEGISWEB, 2015) Dispõe sobre a obrigatoriedade da instalação do "Telhado Verde" nos locais que especifica e dá outras providências. Vetada Rio de Janeiro 16,46 milhões Lei nº 6.349/12 (JUSBRASIL, 2012) Prevê a construção dos chamados "Telhados Verdes" nos prédios públicos, autarquias e fundações do Estado do Rio de Janeiro. Sancionada Projeto de Lei nº 1027/2014 (CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO, 2014) Será concedido benefício tributário, consistente em reduzir o IPTU aos proprietários de imóveis residenciais, que adotem as medidas previstas na lei. Arquivado Belo Horizonte 2.513.151 Projeto de Lei IPTU Verde (CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE, 2017) Concede descontos no valor do IPTU para os donos de imóveis que adotarem medidasque reduzam o consumo de recursos naturais e diminuam os impactos ambientais. Em Tramitação 41 3.2.3 Região Centro-Oeste As Leis sancionadas na Região Centro-Oeste dispõem sobre o emprego de telhados verdes em edifícios públicos e sobre a criação do IPTU Verde, o qual visa conceder benefícios fiscais a quem implementar medidas sustentáveis nas edificações, sendo uma delas o uso de coberturas vegetais. O Quadro 09 apresenta as Leis e o Projeto de Lei desenvolvidos nas capitais de alguns estados do centro-oeste do país. Quadro 09 – Legislação acerca o uso de telhados verdes em capitais da Região Centro- Oeste Cidade População (hab) Lei Descrição Situação Campo Grande 774.202 Lei n. 5.591/2015 (DIÁRIO OFICIAL DE CAMPO GRANDE, 2015) Dispõe sobre a implantação do telhado verde nos prédios da administração pública direta e indireta no município de Campo Grande - MS, e dá outras providências. Sancionada Cuiabá 590.118 Projeto de Lei nº 218/2016 (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO, 2016) Fica criado no âmbito do Estado de Mato Grosso o Programa Estadual de Incentivo à Adoção de Telhados Verdes em espaços urbanos. Em Tramitação Goiânia 1,296 milhão Lei Complementar Nº 235/2012 (LEISMUNICIPAIS, 2012) Institui no Município de Goiânia o PROGRAMA IPTU VERDE, , com o objetivo de fomentar as ações que promovam o ideário de Cidade Sustentável, por meio de concessão de benefícios tributários. Sancionada 42 3.2.4 Região Nordeste Ao contrário das Leis implementadas nos demais estados, as Leis sancionadas na Região Nordeste impõem o uso de telhado verdes em edifícios públicos e privados, não oferecendo qualquer incentivo financeiro ao seu uso, como se pode observar no Quadro 10. Quadro 10 – Legislação acerca o uso de telhados verdes em capitais da Região Nordeste Cidade População (hab) Lei Descrição Situação Recife 1.625.583 Lei N° 18.112 de 12/01/2015 (LEGISWEB, 2015) Impõe o uso de telhados verdes em projetos de edificações habitacionais multifamiliares com mais de quatro pavimentos e não habitacionais com mais de 400m² de área de coberta. Sancionada Fortaleza 2.609.716 Projeto de lei complementar n° 0040/11 (ECOTELHADO, 2011) Tem como objetivo conceder desconto no pagamento anual do IPTU para os imóveis que adotarem os ecotelhados em suas construções. ― João Pessoa 720.954 Lei N° 10.047 de 09/06/2013 (JUSBRASIL, 2013) Prevê a obrigatoriedade do uso de telhados verdes em projetos de condomínios edificados, residenciais ou não, com mais de três unidades agrupadas verticalmente. Sancionada Lei do IPTU Verde (CÂMARA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA, 2015) Proprietários de condomínios e prédios terão desconto de até 20% ao adotarem medidas como telhado verde, sistema de aquecimento hidráulico e elétrico solar, captação e reuso de água, entre outras. ― Salvador 2.921.087 PLE-561/13 (MARCELL MORAIS, 2013) Dispõe sobre a obrigatoriedade da instalação do "Telhado Verde" nos locais que especifica no âmbito do Município de Salvador. ― 3.3 Análise do Plano Diretor de Drenagem O Plano Diretor de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais da Cidade do Natal (PDDMA) foi criado com o intuito de fornecer subsídios técnicos e institucionais que possibilitem reduzir os impactos das inundações em Natal e criar as condições para uma gestão sustentável da infraestrutura de drenagem urbana (PDDMA, 2009). https://ecotelhado.com.br/Por/ecotelhado/default.aspx https://ecotelhado.com.br/Por/ecotelhado/default.aspx https://ecotelhado.com.br/Por/ecotelhado/default.aspx https://ecotelhado.com.br/Por/ecotelhado/default.aspx 43 Em 2011 foi apresentado um diagnóstico do PDDMA, onde são apresentados os pontos críticos de drenagem de Natal, identificados por meio de informações colhidas pela Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (SEMOPI). Foram identificados um total de 120 pontos críticos na cidade e estes são ocasionados por problemas de micro e macrodrenagem, tais como acúmulo de resíduos sólidos em sarjetas e bocas de lobo. No Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Natal (PMS) de 2014 são apresentadas as ações de drenagem urbanas que estavam sendo desenvolvidas pela Prefeitura Municipal de Natal (PMN) visando resolver os problemas de drenagem da cidade, contudo, apesar das ações propostas, a cidade ainda apresenta problemas de drenagem em vários pontos. Nas figuras a seguir serão apresentados os pontos críticos de drenagem da Natal. Figura 12 – Relação dos pontos críticos - Zona Leste Fonte: PMS (2014) 44 Figura 13 – Relação dos pontos críticos - Zona Oeste Fonte: PMS (2014) Figura 14 – Relação dos pontos críticos - Zona Sul Fonte: PMS (2014) 45 Figura 15 – Relação dos pontos críticos - Zona Norte Fonte: PMS (2014) 4 RESULTADOS Por meio da análise das leis e dos projetos de leis existentes, pode-se perceber que o recurso mais utilizado como forma de incentivar o uso de telhados verdes foi a concessão de benefícios fiscais para quem utilizasse os mesmos. Em virtude disto, a proposta de 46 regulamentação visando instigar o uso de telhados verdes em Natal terá como objetivo instituir um Programa Municipal de Incentivo à Adoção de Telhados Verdes, o qual irá oferecer descontos no valor integral do IPTU de imóveis que adotarem coberturas vegetais. A seguir segue a Proposta de Regulamentação desenvolvida para a cidade do Natal. Art. 1° - Fica criado no âmbito do Município do Natal o Programa Municipal de Incentivo a Adoção de Telhados Verdes em espaços urbanos densamente povoados, tendo como objetivos: I – Reduzir os problemas de alagamentos nas vias públicas da cidade; II – Reduzir os efeitos das ilhas de calor; III – Atuar como isolante térmico; IV – Reduzir o consumo de energia elétrica; V – Minimizar a poluição atmosférica; e VI – Promover o desenvolvimento sustentável. Parágrafo único: O Telhado Verde poderá ter vegetação extensiva ou intensiva, de preferência nativa, e deve resistir ao clima tropical e às variações de temperatura, além de usar pouca água, de modo a não servir de habitat de mosquitos como o Aedes Aegypti. Art. 2° - Somente será admitido como Telhado Verde o sistema composto basicamente das seguintes camadas: I – Impermeabilização; II – Proteção contra raízes; III – Proteção mecânica; IV – Drenagem; V – Filtragem; VI – Substrato; e VII – Vegetação. Art. 3° - Farão jus aos benefícios concedidos por esta Proposta de Regulamentação, os bens imóveis que receberem a certificação emitida pela Prefeitura de Natal, atestando a conformidade do empreendimento com as diretrizes dessa Proposta. § 1° - A certificação é opcional e aplicável aos novos empreendimentos a serem edificados, assim como às ampliações e/ou reformas de edificações existentes de uso residencial, comercial, misto, industrial ou institucional. § 2° - As edificações já regulamentadas poderão requerer a certificação caso o empreendimento já atenda às exigências desta Proposta de Regulamentação, ou em caso de reforma, desde que atendido o disposto no artigo 4º. 47 Art. 4° - A certificação será obtida pelo empreendimento que adotar Telhados Verdes, correspondendo a área e a localização do empreendimento à pontuação ali estabelecida, da seguinte forma: I — O empreendimento que não se situar em algum ponto crítico de drenagem, conforme apresentado no Plano de Drenagem de Natal, e possuir menos de 60% da área da cobertura recoberta por vegetação, atingirá no máximo 40 (quarenta) pontos e receberá redução de até 5% no valor integral do IPTU; II — O empreendimentoque se situar em algum ponto crítico de drenagem, conforme apresentado no Plano de Drenagem de Natal, e possuir menos de 60% da área da cobertura recoberta por vegetação, atingirá no máximo 60 (sessenta) pontos e receberá redução de até 10% no valor integral do IPTU; III — O empreendimento que não se situar em algum ponto crítico de drenagem, conforme apresentado no Plano de Drenagem de Natal, e possuir mais de 60% da área da cobertura recoberta por vegetação, atingirá no máximo 80 (oitenta) pontos e receberá redução de até 15% no valor integral do IPTU; IV — O empreendimento que se situar em algum ponto crítico de drenagem, conforme apresentado no Plano de Drenagem de Natal, e possuir mais de 60% da área da cobertura recoberta por vegetação, atingirá no máximo 100 (cem) pontos e receberá redução de até 20% no valor integral do IPTU. Art. 5° - Para alcançar os objetivos do presente documento, o Poder Executivo fica autorizado a promover cursos e palestras a respeito dos Telhados Verdes para a divulgação das técnicas imprescindíveis à realização do projeto, como estrutural, tipos de vegetação e substrato. Art. 6° - O detalhamento técnico para regulamentação da presente proposta de regulamentação ficará a cargo da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura - SEMOPI. Art. 7° - Esta Proposta de Regulamentação entra em vigor na data de sua publicação. 5 DISCUSSÃO A elaboração da Proposta de Regulamentação para o incentivo à aplicação de telhados verdes em Natal foi feita tendo como base a análise das legislações internacionais e nacionais, por meio das quais se percebeu que o recurso mais utilizado como forma de disseminar o uso 48 da cobertura vegetal é a concessão de benefícios fiscais. Devido a isso, resolveu-se adotar medida semelhante para Natal, por meio da redução no valor integral do IPTU. A análise do PDDMA também foi levada em consideração no desenvolvimento da proposta. Por meio dessa análise, percebeu-se que algumas localidades do município de Natal estavam mais propícias aos problemas de drenagem, logo, resolveu-se que as regiões sujeitas a esses problemas deveriam receber um maior benefício, visto que a aplicação de telhados verdes nessas regiões contribuiria para resolver os problemas de drenagem. A Proposta de Regulamentação desenvolvida é semelhante a outras Leis ou Propostas de Leis já existentes, contudo, possui como um de seus principais objetivos reduzir o problema dos alagamentos na cidade do Natal, ao contrário das leis existentes cujo objetivo principal é proporcionar uma redução dos efeitos das ilhas de calor bem como reduções energéticas. Uma das particularidades da Proposta de Regulamentação elaborada é que a concessão de benefícios varia de acordo com a área de telhado recoberta por vegetação, bem como com a localização dos empreendimentos. Isto se deve ao fato de algumas localidades, estarem mais sujeitas a alagamentos (pontos críticos de drenagem definidos no PDDMA) quando submetidas a grandes volumes precipitados, aumento os riscos de doenças, tais como dengue, verminoses e leptospirose, sendo necessária uma maior intervenção. Deve-se ressaltar que o emprego de telhados verdes por si só não resolve os problemas de drenagem urbana da cidade, tem-se que conciliar a medida com outras formas de intervenção, como um melhor gerenciamento do lixo urbano, limpeza adequada das vias e passeios e limpeza regular dos elementos de drenagem, tais como sarjetas e bocas de lobo, uma vez que muitos problemas de drenagem são causados pela presença de resíduos nos componentes do sistema de drenagem urbano. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Revolução Industrial no século XIX ocasionou um crescimento desordenado das cidades, intensificando os problemas urbanos nelas existentes. Muitas tecnologias foram desenvolvidas visando resolver esses problemas, contudo, eles ainda são muito presentes na atualidade. O sistema de telhados verdes é uma tecnologia sustentável capaz de minimizar alguns dos problemas urbanos existentes, tais como ilhas de calor, poluição atmosférica e alagamentos. Nesse sentido, muitos países vêm desenvolvendo legislações com o intuito de 49 difundir o seu uso. No Brasil, algumas cidades já adotaram legislações relativas ao uso de telhados verdes, contudo seu uso ainda é limitado no país. Algumas das principais características que justificam o uso das coberturas vegetais são a sua capacidade de retenção de águas pluviais, isolamento térmico e acústico, retenção de poluentes e redução dos efeitos das ilhas de calor. Apesar de apresentar muitas vantagens, os telhados verdes possuem um custo elevado comparados a outros tipos de cobertura e necessitam de manutenção regular. Na cidade do Natal, o período de março a julho se caracteriza por possuir um grande número de precipitações, as quais por vezes ocasionam alagamentos em diversos pontos da cidade, gerando incomodo no tráfego de pedestres e veículos e comprometendo a saúde pública. Em virtude disto, resolveu-se elaborar uma proposta de regulamentação com o intuito de incentivar o uso de telhados verdes para minimizar o surgimento de alagamentos na cidade. A Proposta de Regulamentação foi elaborada tendo como base uma análise das legislações nacionais e internacionais relativas ao uso de telhados verdes e um estudo do PDDMA, no qual se identificou os pontos críticos de drenagem de Natal. A proposta possui como premissa a concessão de benefícios ficais aos proprietários de imóveis que adotarem a medida, sendo que os benefícios irão variar de acordo com a localização do imóvel e a porcentagem do telhado recoberta por vegetação. É importante salientar a necessidade de se realizar estudos sobre os efeitos dos problemas de gerenciamento dos resíduos sólidos nos problemas de drenagem urbana, visto que uma grande parte destes se deve a presença de resíduos nos elementos de drenagem. 50 7 REFERÊNCIAS 2010STUDIO. Disponível em: <http://2030studio.com/telhado-verde-uma-opcao- sustentavel/>. Acesso em: 29 maio 2017. ASHARAE. Disponível em: <https://www.ashrae.org/>. Acesso em 09 nov. 2017. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO. PROJETO DE LEI Nº 218/2016. Disponível em: < https://www.al.mt.gov.br/storage/webdisco/cp/ 20160502104728731000.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151: Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade - Procedimento. Rio de Janeiro, 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 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