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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DO DIREITO DO TRABALHO
1 GENERALIDADES 
A prescrição e a decadência são institutos que decorrem da projeção de
efeitos jurídicos pelo decurso do tempo.
A prescrição e a decadência surgem pela necessidade de não se manter
situações jurídicas pendentes por lapsos temporais prolongados. Tal situação
implicaria em total insegurança e fonte interminável de conflitos.
A prescrição e a decadência se enquadram como fatos jurídicos em sentido
estrito ordinários. O decurso do tempo produz efeitos de consolidação
(aquisição) ou extinção (perda) de situações jurídicas. 
A prescrição e a decadência trazem caráter de estabilização das relações
jurídicas (o estado democrático de direito se pauta nos valores de segurança
e justiça). 
Aliado ao fator tempo, a prescrição e a decadência também estão atrelados à
inércia do titular do direito. Tem-se, assim, o aspecto objetivo traduzido no
decurso temporal e na conduta omissão do titular do direito em perecimento. 
O Código Civil de 1916 não tratava sistematicamente do instituto da
decadência, trazendo em um só capítulo os prazos prescricionais e
decadenciais. Tal aspecto gerava inúmeras confusões doutrinárias e
jurisprudenciais sobre o tema. O Código atual cuidou de tratar da decadência
de forma explícita em seus arts. 207 a 211. Materializa-se, assim, o
paradigma da operabilidade. Assim, a codificação de 2002 criou um sistema
dotado de melhor técnica do que o Código antecedente. 
PRESCRIÇÃO 
2.1 Noções conceituais
A prescrição tem que ser entendida a partir de sua dualidade conceitual: a
primeira para significar a extinção da situações jurídicas (prescrição extintiva)
e a prescrição para consolidar relações que se protraem no tempo
(prescrição aquisitiva). 
No direito brasileiro, a prescrição aquisitiva foi tratada com o nome de
usucapião, ficando o termo prescrição reservado para a extintiva (também 
chamada de prescrição liberatória). No Direito do Trabalho, a prescrição
aquisitiva é de pequena repercussão. Adeverte Mauricio Godinho Delgado
que a usucapião pode ter efeitos na sucessão trabalhista, surgindo um novo
empregador na relação de emprego. Portanto, a prescrição aquisitiva pode
resultar na sucessão trabalhista. 
É importante estabelecer uma relação entre a prescrição e os direitos
subjetivos patrimoniais. Segundo a lição do Prof. Agnelo de Amorim Filho,
apenas estão submetidos aos prazos prescricionais os direitos subjetivos de
natureza patrimoniais, sendo aqueles que concedem ao titular uma
pretensão de exigir de alguém um determinado comportamento. Os direitos
potestativos não estariam sujeitos a prazos prescricionais, pois são direitos
sem pretensão. Do ponto de vista processual, somente as ações de natureza
condenatória podem ser os efeitos da prescrição. Vale ressaltar que as
ações condenatórias constituem o mecanismo de proteção dos direitos
subjetivos patrimoniais. 
Vale ressaltar que os direitos subjetivos extrapatrimoniais
(honra, intimidade etc) são imprescritíveis não havendo prazo para serem
exigidos. Desse modo, não há prazo para se exigir a cessação de uma
violação à privacidade de alguém, mas há prazo para se requerer uma
reparação pecuniária pelo dano sofrido.
O art. 189 do Código Civil afirma que a prescrição fumina a pretensão do
titular em reparar um direito (subjetivo) seu que foi violado. 
Dispõe o art. 189, in verbis : “violado o direito, nasce para o titular a 
pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os
arts. 205 e 206 do Código Civil. 
Conforme se vê, a prescrição ataca a exigibilidade. Sendo assim, a
prescrição não atingue o direito subjetivo em si mesmo. Note-se que o
devedor poderá, querendo, pagar uma dívida já prescrita. 
O citado dispositivo merece elogios por ter esclarecido que a prescrição não
significa a perda do direito de ação (instituto de índole processual). Dessa
forma, está consolidada a natureza autônoma e abstrata do direito de ação,
previsto inclusive em sede constitucional (art. 5o, XXXV). 
Todas as pessoas, quer sejam naturais ou jurídicas estão sujeitas aos prazos
prescricionais, ativa e passivamente. Note-se que a prescrição iniciada
contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor (CC, art. 196), a 
título universal ou singular, salvo em se tratando de absolutamente incapaz. 
Tem-se, em síntese, a presença dos elementos essenciais da prescrição:
a) existência de uma pretensão; b) inércia do titular dessa pretensão;
c) manutenção dessa inércia durante um determinado lapso de tempo,
previsto pelo sistema jurídico; d) ausência de um fato ou ato que a lei atribua
eficácia impeditiva, suspensiva ou interruptiva do curso prescricional. 
2.2 Natureza da prescrição e possibilidade de renúncia
Levando-se em conta a correlação entre prescrição e direitos subjetivos
patrimoniais, é forçoso concluir pela natureza de ordem privada.
Consequentemente, é pass í vel de renúncia . 
A renúncia à prescrição implica em considerar que o devedor está se
despojando da vantagem econômica e exige que não ocorra prejuízo a
terceiro (fraude) e capacidade do renuciante. 
O Código Civil establece que o exercício do direito de renúncia somente
pode ocorrer depois de consumada (art. 191). Desse modo, apenas é
possível renunciar à prescrição depois de sua efetiva ocorrência, não se
admitindo renúncia antes de consumada. Por isso, é nula toda e qualquer
cláusula contratual dispondo, antecipadamente, que as partes renunciem à
prescrição. 
Vale ressaltar que os prazos prescricionais estão necessariamente previstos
em lei e não podem ser alterados pela vontade das partes (CC, art. 192). 
Cumpre enfatizar que a renúncia à prescrição pode ser expressa ou tácita.
A primeira ocorre quando há uma declaração de vontade decodificável. Seria
o exemplo do réu, ao peticionar, afirmando que pagará a dívida embora
prescrita. A segunda se materializa quando o beneficiário da prescrição
pratica atos com ela incompativeis. Um exemplo seria simplesmente o
pagamento de uma dívida prescrita.
A renúncia pode ser ainda judicial ou extrajudicial, ou seja, perante a
autoridade judiciária ou fora dela. 
Tratando-se de natureza privada e disponível, parece ser equivocado o
posicionamento do legislador ao permitir que a prescrição possa ser
conhecida de ofício. Não há dúvida, contudo, que pode o magistrado
conhecer de ofício a prescrição com base no art. 487, II, do NCPC. 
 
2.3 A questão da actio nata e o início da contagem dos prazos prescricionais.
Questão da mais alta relevância diz respeito ao momento de início da
fluência dos prazos prescricionais.
Em sede doutrinária se estabeleceu que o termo inicial da contagem dos
prazos prescricionais seria o surgimento da pretensão por trazer a
exigibilidade do direito subjetivo. Assim sendo, o início da fluência do p r azo 
seria o momento da violação de um direito subjetivo. 
De qualquer maneira, a teoria da actio nata melhor responde a indagação. O
início da fluência do prazo prescricional deve decorrer não da violação em si
mesmo a um direito subjetivo, mas sim do conhecimento da violação ao
direito. 
Registre-se que o ônus da prova do titular da pretensão à demonstração de
que somente teve ciência inequívoca da violação de seu direito em
determinado momento posterior à data da violação. Essa prova deve ser
demonstrada. 
A jurisprudência do STJ se fixou no sentido de acolher a tese da actio nata,
sendo inclusive editada a Súmula 278, com a seguinte redação: “o termo
inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o
segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral”
O critério da actio nata foi recentementeadotado com a edição da
Lei Complementar 110, de 29.6.01.Tal diploma conferiu aos trabalhadores
complemento de atualização monetária sobre os depósitos do FGTS de mais
de dez anos atrás (88 a 89 e abril de 1990), gerando diferenças de 40% do
FGTS para os contratos já extintos. 
2.4 As causas suspensivas e impeditivas da prescrição.
Embora a vontade não tenha o condão de alterar os prazos prescricionais,
ela pode ser impedida, suspensa ou interrompida em determinadas situações
expressamente previstas em lei.
Em síntese: a interrupção implica na inutilização do prazo prescricional em
curso e, quando reiniciada a sua fluência, o prazo será integralmente
reiniciado, voltando ao início. A su s pensão gera a paralisação do prazo no 
exato momento da causa, voltando a correr de onde tinha parado. Já as
causas impeditivas evitam que a prescrição se inicie. Pendente uma causa
impeditiva, o prazo prescritivo sequer se inicia. 
Embora as causas supensivas e impeditivas sejam diversas, o Código Civil
as tratou da mesma maneira nos arts. 197, 198 e 199. Se o prazo já
começou e advém uma causa contemplada nestes dispositivos, haverá
suspensão do curso prescricional e, cessada a causa supensiva, voltará o
prazo a fuir normalmente. Se, quando adveio a causa contemplada na lei,
não havia iniciado a fluência prazal, continuará sem correr o prazo
prescricional. 
As causas suspensivas ou impeditivas são de natureza extrajudicial
(não decorrendo de ato praticado em juízo):
1) entre os cônjuges na constância da sociedade conjugal;
2) entre ascendentes e descendentes, durante o exercício do poder familiar;
3) entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante o
exercício da tutela ou curatela;
4) contra os absolutamente incapazes (correm normalmente os prazos contra
os relativamente incapazes);
5) contra os ausentes do país em serviço público da União, dos Estados ou
dos Município;
6) contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de
guerra;
7) na pendência de condição suspensiva;
8) pendente ação de evicção;
Embora sem menção expressa, há de se entender que também não haverá
curso do prazo prescrional na constância de união estável (hetero ou
homoafetiva). 
A CLT dispõe que não corre prescrição contra os menores de 18 anos: 
“Art. 440 - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo 
de prescrição.”
Nas palavras de Delgado (2008, p.258), 
“[...] a menoridade trabalhista é fator impeditivo da prescrição, 
independentemente de ser o menor absoluta ou relativamente incapaz – o 
que torna irrelevante, sob o ponto de vista da prescrição, essa diferenciação 
do Código Civil Brasileiro”.
Tal regra não se aplica enquanto cessar a incapacidade civil, como ocorre 
na emancipação (art. 5°, CC).
“Assim, o início do prazo prescricional para menores só começa a fluir após o
18° aniversário. 
Ainda é causa de suspensão do prazo prescricional a submissão do litígio
trabalhista à Comissão de Conciliação Prévia pelo período que durar a
tentativa conciliatória, “ainda que o prazo de 10 dias fixados pelo legislador
para conclusão dos trabalhos da Comissão seja ultrapassado” 
“Art. 625-G - O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da
Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a
partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo
previsto no art. 625-F”.
Questão relevante a respeito do tema: as causas de suspensão ou
impedimento da prescrição previstas na legislação são consideradas
taxativas ou podem ocorrer independetemente da norma expressa?
A teoria contra non valentem propõe uma compreensão meramente
exemplificativa, admitindo outras hipóteses paralisantes do lapso temporal
baseadas em fortuitos ou em causas que, embora não previstas em lei,
obstam o exercício da pretensão pelo titular. Nota-se que o fundamento
dessa teoria é ético: um prazo prescricional não pode correr contra aquele
que está incapacitado para agir, mesmo sem previsão legal. 
Essa teoria tem imenso valor por exemplo em matéria de doença ou acidente
de trabalho podendo interromper ou supender o prazo prescricional, quando,
mesmo transitoriamente, impedirem o titular de exprimir a vontade
(AVC, amnésia, coma e outros fatores poderão interromper o cômputo do
prazo prescrional).
A boa-fé objetiva (comportamento ético do titular) deverá ser o refencial a
ser utilizado para a admissão de outras hipóteses suspensivas ou
interruprtivas não contempladas em lei. Seria, por exemplo, o caso do
relativamente incapaz de exprimir a sua vontade, consoante as regras da
incapacidade emanadas do Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
2.5 Causas interruptivas da prescrição
Operada uma causa interruptiva, o prazo prescricional já fluido é aniquilado,
voltando a correr quando cessada a causa que lhe originou. O novo prazo
que começa a correr é o mesmo previsto para a prescrição da ação. 
Ressalte-se que a interrupção não atinge prescrição já consumada.
As causas interruptivas genericamente tratadas concernem a atos praticados
judicialmente. Os casos de interrupção estão tratados no art. 202 do CC. 
A primeira hipótese é o despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordena
a citação. Nesse mesmo sentido o parágrafo primeiro do art. 240 do NCPC.
A interrupção da prescrição ocorre com a citação válida, retoragindo à data
da propositura da ação. Ocorrendo citação inválida, não haverá interrupção
do prazo prescricional. Somente a citação válida interrompe a prescrição,
mesmo que determinada em processo que termine sendo extinto sem
resolução meritória. 
No Processo do Trabalho e nos Juizados Especiais, onde não há despacho
liminar,a interrupção se realiza, diretamente, com a simples propositura da
demanda. Nesse sentido a Súmula 268 do TST: “a ação trabalhista, ainda
que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos
idênticos”. 
A jurisprudência trabalhista firmou o entendimento de que a extinção do
processo sem resolução de mérito não prejudica a interrupção da prescrição.
O critério abrange extinções processuais por ausência injustificada,
desistência, inépcia etc. (Reforma art. 11 parágrafo terceiro). 
Note-se, ainda, que a interrupção alcança tão somente os pedidos idênticos.
Discute-se o cabimento do efeito interruptivo por meio de ação cautelar
(arresto, sequestro, etc). O entendimento majoritário é em sentido negativo,
pois o objeto das ações cautelares seria o acautelamento de uma lide atual
ou futura. 
 
A segunda hipótese de interrupção é o protesto, nas condições do artigo
antecedente. O protesto exercido pelo credor, em desfavor do seu devedor,
através de demanda em juízo. Uma ação de protesto. Ressalte-se que o 
protesto tem que explicitar os direitos, não servindo uma menção genérica.
OJ-SDI1-392 PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AJUIZAMENTO DE
PROTESTO JUDICIAL. MARCO INICIAL (republicada em razão de erro
material) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016 
O protesto judicial é medida aplicável no processo do trabalho, por força do
art. 769 da CLT e do art. 15 do CPC de 2015. O ajuizamento da ação, por si
só, interrompe o prazo prescricional, em razão da inaplicabilidade do § 2º do
art. 240 do CPC de 2015 (§ 2º do art. 219 do CPC de 1973), incompatível
com o disposto no art. 841 da CLT. 
Admite-se, ainda, o protesto cambial. Nessa hipótese a referência é feita ao
protesto realizado extrajudicialmente. 
Também interrompe-se o prazo prescricional pela apresentação do título de
crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores . Aqui trata-se de
habilitação do interressado em processo de inventário para partilha de bens
ou em procedimento de judicial de falência ou insolvência civil. A simples
apresentação de uma petição, habilitando o interressado serve parainterrupção da prescrição. 
A prática de qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor é motivo
interruptivo do prazo prescricional. 
A prática de qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em
reconhecimento do direito pelo devedor é causa de interrupção do prazo
prescricional. Exemplo seria uma confissão de dívida realizada pelo devedor,
através de um documento público ou privado. Todo o ato do empregador que
importar reconhecimento da dívida poderá ser invocado como causa
interruptiva em favor do empregado prescribente. Exemplo frequente é o da
negociação entre a empresa e a Caixa Econômica Federal, com o fito de
parcelamento das dívidas junto ao FGTS.
Uma vez interrompida a prescrição, voltará a fluir o prazo a partir da data do
ato que a interrompeu (na hipótese de protesto judicial e confissão de dívida)
ou do último ato do processo (para as hipóteses judiciais de interrupção),
conforme dispõe o art. 202 do CC. 
Importante: a interrupção da prescrição, por força do que dispõe o art. 202 do
CC, somente poderá ocorrer uma ún i ca vez, o que poderá ser vantajoso para 
o devedor. 
Apesar da imprecisão do texto, a corrente majoritária é no sentido de que a
interrupção uma única vez atinge as causas extrajudiciais, n ão sendo 
passível incidir sobre as hipóteses judiciais interruptivas. 
Considerando que os efeitos da prescrição são pessoais, a sua interrupção
por um credor não aproveita aos demais (art. 204 do CC). Exceção às
obrigações solidárias. 
2.6 Alegação da prescrição
A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte a
quem aproveita (art. 193 CC). Muito embora deva o réu alegar a prescrição
na primeira oportunidade que tenha para manifestar no processo, é possível
suscitar a prescrição a qualquer tempo, inclusive em grau recursal
(vias ordinárias).
Não poderá ser arguida nas instâncias extraordinárias (recurso especial, de
revista ou extraordinário, dirigidos, respectivamente, ao Superior Tribunal de
Justiça, ao Tribunal Superior do Trabalho ou ao Supremo Tribunal Federal),
pois implicaria em inovação da lide. Nas instâncias excepcionais, somente
será possível discutir a prescrição quando há tiver sido objeto de provocação
e deliberação judicial anterior. 
Neste sentido, a Súmula 153 do TST: “não se conhece de prescrição não
arguida na instância ordinária”. 
A alegação de prescrição pode ser dar em qualquer tipo de processo, seja de
conhecimento, seja de execução. A prescrição no processo executório que
pode ser suscitada é, apenas, em relação à pretensão executiva (prescrição
superv e niente à sentença), conforme dispõe o art. 535, VI, do NCPC. 
Vale registrar que o juiz poderá pronunciar de ofício a prescrição, de acordo
com o disposto no art. 487, II, do NCPC. É importante registrar, ainda, que o
julgador deve respeitar os principios do contraditório e da ampla defesa.
Antes de conhecer a prescrição de oficio, deve o magistrado intimar as
partes, até mesmo porque poderá ocorrer renúncia, ou causa interruptiva ou
suspensiva. Com o advento do art. 10 do NCPC, exige-se a prévia intimação
das partes antes que o juiz conheça determina da s matérias, inclusive de 
ordem pública. 
Importante frisar que além do autor (credor), deverá ser intimado também o
réu (o devedor e beneficiário da prescrição), uma vez que este poderá ter
algum interesse jurídico em se opor a prescrição. 
A jurisprudência trabalhista vem afirmando a inaplicabilidade do
reconhecimento de of í cio da prescrição no processo do trabalho, diante do 
sistema protetivo.
Discute-se a prerrogativa do Ministério Público de arguir a prescrição em
casos que envolvam entes públicos. Duas correntes se firmaram. A primeira
em sentido positivo por entender que seria prerrogativa inerente ao Ministério
Público (arts. 127 e 129 da Constituição). A segunda pautaria-se na
inexistência de dispositivo expresso de lei na Constituição e na Lei
Complementar n. 75/93. Essa segunda corrente tem prevalecido na
jurisprudência tem prevalecido no TST consubstanciada na OJ 130 da SDI:
 PRESCRIÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO. ARGUIÇÃO. "CUSTOS LEGIS".
ILEGITIMIDADE (atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res.
209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
Ao exarar o parecer na remessa de ofício, na qualidade de “custos legis”, o
Ministério Público não tem legitimidade para arguir a prescrição em favor de
entidade de direito público, em matéria de direito patrimonial 
 
2.8 Prescrição Intercorrente
A prescrição intercorrente nada mais é do que a prescrição decorrente de
demora na prolação da sentença. Trata-se de uma prescrição interna,
produzida dentro da relação processual, contada a partir do ajuizamento da
demanda. 
Em linhas gerais, o Direito Civil não admite a prescrição intercorrente porque
o particular (o autor) não pode ser prejudicado pela demora do Estado-Juiz.
A regra, contudo, não pode ser admitida em termos absolutos.
Havendo a inércia do autor (quando lhe cabia a prática de algum ato que
deixou de ser realizado), durante o prazo superior ao fixado em lei, ocorrerá
a chamada prescrição intercorrente. Aqui a conclusão é lógica: assim como o
autor não pode ser prejudicado pela demora do Estado-Juiz em proferir uma
sentença, o réu não pode ser prejudicado porque o autor abandonou o
processo, apesar de intimado devidamente para dar andamento ao feito. 
Na seara trabalhista, há severo embate doutrinário-jurisprudencial acerca da
possibilidade da ocorrência da prescrição intercorrente. Isso porque alguns
entendem que a possibilidade do impulso ex officio, positivada nos artigos
765 e 878 da CLT, seria impeditiva da aplicabilidade da prescrição
intercorrente no direito processual do trabalho.
Nessa linha, em 03-11-1980, o TST consolidou o entendimento de que a
prescrição intercorrente não encontraria guarida no processo trabalhista,
editando a Súmula nº 114:
“Súmula 114: É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente”.
Não obstante, o entendimento jurisprudencial dominante no Judiciário
trabalhista vai de encontro ao posicionamento do STF, que, desde 1963,
consolidou seu entendimento favorável à compatibilidade da prescrição
intercorrente com o processo trabalhista na Súmula nº 327:
“O direito trabalhista admite a prescrição intercorrente”.
Na fase de liquidação e execução também não incide, em princípio, a regra
geral, a prescrição intercorrente
(Ver atual parágrafo terceiro do 11-A da CLT). 
2.9 Prazos prescricionais
No Código Civil, o prazos prescricionais somente estão previstos nos
arts. 205 e 206. Todos os demais prazos mencionados no Código Civil são
de natureza decadencial. No art. 205 temos a cláusula geral e no art. 206 os
prazos específicos. 
A prescrição ordinária opera-se em dez anos para qualquer pretensão. Já os
prazos especiais variam de um a cinco anos. 
Tais prazos são matéria de ordem pública, não podendo ser alterados pela
vontade das partes, conforme dispõe o art. 192 do CC. 
3 DECADÊNCIA 
Trata-se da chamada caducidade. A decadência faz desaparecer o próprio
direito, atingindo a essência. A decadência está atrelada aos direitos
potestativos. 
Considerando que os direitos potestativos cujos efeitos podem ser obtidos
diretamente pela manifestação de vontade do titular, não se pode falar em
prescrição. O exercício dos direitos potestativos depende tão somente da
vontade de seu titular. 
A decadência é a perda do próprio direito potestativo pelo não exercício em
determinado prazo.
A regra geral é a de que não se aplicam à decadência os dispositivos legais
que tratam da suspensão, impedimento e interrupção da prescrição. A
exceção está caracterizada ao admitir que o prazo decadencial não corre
contra os absolutamente incapazes (art. 208 CC). 
Os prazos prescricionais são organizados em anos,enquanto que os
decadenciais são em dias e em meses. 
A decadência pode ser legal ou convencional. A primeira decorre de
expressa previsão de lei, sendo de ordem pública e irrenunciável. Os prazos
decadenciais não admitem renúncia e, em regra, não se suspendem ou
interrompem. A segunda que possui caráter de ordem privada, é originada
por negócios jurídicos e pode ser renunciada. 
É possível a incidência, na mesma relação jurídica, de prazos de decadência
legal e convencional. Nesse caso, enquanto não transcorrer integralmente o
prazo da decadência voluntária não se inicia a decadência legal
(cf. art. 446 do CC a respeito dos vícios redibitórios). 
Por conta de sua natureza pública, a decadência pode ser alegada a
qualquer tempo ou grau de jurisdição, no duplo grau de jurisdição. No
entanto, vem se entendendo, em sede jurisprudencial, que nas instâncias
especiais (em sede de recurso especial ou extraordinário) somente será
possível conhecer a decadência se houver prévio presquestionamento. 
Vale destacar que o juiz pode conhecer de oficio a decadência legal
(CC, art. 210), também sendo lícito ao Ministério Público suscitá-la quando
estiver intervindo no processo. O julgador não poderá, contudo, conhecer de
ofício a decadência convencional. Portanto, esta dependerá de provocação
do interessado (CC, art. 211). Da mesma maneira, o Ministério Público
deverá se comportar quando se tratar de decadência convencional.
Quanto à decadência, são poucas as hipóteses de prazos decadenciais. 
Reconhece-se como de natureza decadencial o prazo de 30 dias para o
ajuizamento da ação de inquérito para apuração de falta grave
(art. 853 da CLT), consagrada na Súmula 403 do Supremo Tribunal Federal,
verbis : 
“Súm. 403 – É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do
inquérito judicial, a contar da suspensão, por falta grave, de empregado
estável”. 
Ainda, também a Súmula 100 do Tribunal Superior do Trabalho prevê a
natureza decadencial no prazo de dois anos para o ajuizamento de ação
rescisória. 
O Mandado de Segurança também com prazo decadencial de 120 dias. 
Vale exemplificar prazos decadenciais em planos de demissão voluntária
(PDV) e plano de incentivo à aposentadora (PIV). 
 
4 DISTINÇÃO ENTRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
A confusão entre os institutos é compreensivel. Tanto na prescrição como na
decadência encontraremos dois elementos comuns: inércia do titular do
direito (fator subjetivo) e o decurso do tempo (fator objetivo). 
A prescrição diz respeito aos direitos subjetivos de natureza patrimonial
(aqueles que trazem a possibilidade de que o titular exija de alguém um
comportamento). A prescrição fulmina a prete n são de exigir o 
comportamento. 
A prescrição está atrelada as ações condenatórias.
A decadência diz respeito aos direitos potestativos que, por sua essência,
não possuem pretensão. A decadência está atrelada as ações constitutivas. 
Não havendo prazo específico para o exercício de determinada pretensão,
aplica-se a cláusula geral de dez anos (art. 205 do CC). Tratando-se de
direito potestativo, não existindo prazo previsto em lei, não estará sujeito à 
extinção pelo não exercício (o exemplo do divórcio). 
Os estudos mais modernos estabelecem a distinção entre prescrição e
decadência a partir da classificação tradicional das ações
(condenatórias, constitutivas e declaratórias).
A prescrição diz respeito aos direitos já constituidos e que são ofendidos
pelo sujeito passivo no prazo devido. Já a decadência diz respeito aos
direitos potestativos que não foram exercitados pelo titular em determinado
prazo. Assim, quando se falar em ação constitutiva (positiva ou negativa), o
prazo será decadencial.
Já as ações meramente declaratórias são imprescritíveis, por tenderem ai
reconhecimento da existência ou não, de determinada situação juridica.
Nesse sentido as ações declaratórias de existência ou inexistência de 
relação de emprego.
A assinatura da carteira de trabalho seria simples materialização dessa
declaratória. 
Nesse sentido, o art. 11 da CLT:
Art. 11 - O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho
prescreve: (Redação dada pela Lei nº 9.658, de 5.6.1998)
I - em cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato; (Incluído pela Lei nº 9.658, de 5.6.1998) (Vide Emenda
Constitucional nº 28 de 25.5.2000)
Il - em dois anos, após a extinção do contrato de trabalho, para o trabalhador rural.
(Incluído pela Lei nº 9.658, de 5.6.1998) (Vide Emenda Constitucional nº 28 de
25.5.2000)
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto anotações
para fins de prova junto à Previdência Social. 
Em síntese: 
1) as ações condenatórias submetem-se a prazos de natureza prescricional
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9658.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc28.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc28.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9658.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc28.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc28.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9658.htm#art1
contemplado na legislação;
2) as ações constitutivas, se houver prazo previsto em lei, serão
decadenciais;
3) as ações declaratórias serão sempre imprescritíveis.
É importante ressaltar que os institutos da preclusão e perempção são
institutos do direito processual, ao contrário da prescrição e decadência que
têm natureza material. A preclusão diz respeito à perda de uma faculdade
processual. Já a perempção concerne à perda do direito de propor uma ação
em virtude de ter a parte dado causa por três vezes à extinção do processo
sem resolução de mérito. 
Vale pontuar que a decisão judicial reconhecendo a decadência ou a
prescrição é decisão de mérito. 
5 NORMAS ESPECÍFICAS DO DIREITO DO TRABALHO
5.1 EMPREGADOS URBANOS E RURAIS 
Atualmente, conforme previsto no inciso XXIX do art. 7° da Constituição
Federal, o prazo de prescrição para o empregado urbano ou rural propor
ação na Justiça do Trabalho é de dois anos, a contar da cessação do
contrato de trabalho. 
Observado tal prazo, o empregado pode postular os direitos relativos aos
últimos cinco anos a contar do ajuizamento da ação, conforme explicita a
Súmula 308 do TST, in fine:
“Prescrição quinquenal. I - Respeitado o biênio subsequente à cessação
contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões
imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da
reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da data da extinção do
contrato. II – A norma constitucional que ampliou o prazo de prescrição da
ação trabalhista para cinco anos é de aplicação imediata e não atinge
pretensões já alcançadas pela prescrição bienal quando da promulgação da
CF/88”. 
Tendo em vista o princípio da actio nata, violado o direito trabalhista, o
empregado (urbano ou rural) terá cinco anos para exigir o seu direito material
subjetivo. No entanto, se extinto o contrato de trabalho, o prazo prescricional
é de dois anos. Decorrido este biênio, há prescrição total da pretensão
quanto a quaisquer direitos decorrentes do contrato de trabalho extinto.
Na redação original do art. 7º, XXIX, alínea “b”, da Constituição Federal de
1988, o trabalhador rural tinha o prazo de prescrição de dois anos após o
término do contrato de trabalho, porém não existia limite de prazo para
postular verbas trabalhistas, podendo, desta forma, postular todo o período
trabalhado pelo empregado.
Este aspecto pautava-se na circunstânciade o empregado se encontra em
estado de sujeição perante o credor do trabalho, detentor do direito
potestativo de resilição, mormente quando, em regra, vivia na propriedade do
empregador. Aliado a isso, o fato do empregado rural ser pouco informado a
respeito dos direitos que lhe eram assegurados pelo ordenamento jurídico.
A Emenda Constitucional 28 de 25/05/2000 alterou a redação do art. 7º,
XXIX da Carta Magna, passando a não mais haver diferença de prazo
prescricional entre empregado urbano e rural, ficando assim redigido: “Ação,
quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato”. 
Tal Emenda Constitucional também revogou o art. 233 da CF, segundo o qual
o empregador rural deveria comprovar, de 5 em 5 anos, o pagamento dos
créditos trabalhistas. 
Em relação às situações jurídicas já consumadas, a norma constitucional não
poderia ser aplicada retroativamente. Se a prescrição se iniciou e se
consumou sob o império da lei antiga, aplica-se esta, mesmo que os prazos
sejam aumentados ou diminuídos. 
A orientação Jurisprudencial nº. 271 da SBDI-1 do TST esclarece: 
“O prazo prescricional da pretensão do rurícola, cujo contrato de emprego já 
se extinguira ao sobrevir a Emenda Constitucional nº.28 de 26-5-2000, tenha
sido ou não ajuizada a ação trabalhista, prossegue regido pela lei vigente ao 
tempo da extinção do contrato de emprego.”
5.2 Prescrição Total e Parcial no Direito do Trabalho
A jurisprudência trabalhista costuma a distinguir a prescrição em total e 
parcial, inclusive quanto aos créditos trabalhistas, tendo fundamento na 
Súmula 294 do TST, a seguir transcrita:
“Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas
decorrentes de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o
direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.” 
A respeito da referida súmula, ensina Delgado:
“A distinção jurisprudencial produz-se em função do título jurídico a conferir
fundamento e validade à parcela pretendida (preceito de lei ou não). Entende
o verbete de súmula que, conforme o título jurídico da parcela, a actio nata
firma-se em momento distinto” (DELGADO, 2008, p. 274).
A respeito da prescrição parcial, instrui Alice Monteiro de Barros (2008, p. 
1035) que: 
“[...] se a lesão do direito atingir prestações sucessivas, fundadas em lei, a
prescrição será sempre parcial e só alcançará as verbas que se vencerem há
mais de cinco anos, contados do ajuizamento da reclamatória, pois a
infração não compromete o direito em si, nem sua causa jurídica, fundada
em norma imperativa. Na hipótese, a lesão do direito renova-se mês a mês,
sempre que tornar exigível a prestação quitada indevidamente, surgindo, a
cada vez, a pretensão”. 
Prossegue a autora:
“Logo, em se tratando de obrigação contínua, gerada por lei e não por ato
negocial (de livre pactuação entre as partes), a prescrição na vigência do
contrato será sempre parcial, independente de se tratar de mora, desvio
funcional ou equiparação salarial, e atingirá apenas os efeitos patrimoniais
que se irradiam das relações jurídicas que se houverem vencido há mais de
cinco anos, a contar do ajuizamento da ação” (BARROS, 2008, p. 1035). 
Como exemplos de parcelas sujeitas à prescrição parcial, Delgado
(2008, p. 274) cita, segundo a jurisprudência, as diferenças em face de
equiparação salarial, desvio funcional referidas pela Súmula 6, IX do TST e
as diferenças em função da aplicação da legislação federal de salários
(Súmula 315, TST).
A título de exemplos, são parcelas sujeitas a prescrição total, de acordo com
Delgado, as gratificações ajustadas, salario-prêmio, etc, pois são derivadas
de dispositivo regulamentar ou contratual.
Merece destaque a interpretação que a jurisprudência tem dado a expressão
“preceito de lei” do Enunciado 294 TST, correspondente a lei em sentido lato
(atingindo diplomas normativos infralegais (convenções coletivas e acordos
coletivos). Deve prevalecer a interpretação mais favorável ao empregado. 
5.3 Parcelas de Complementação de Aposentadoria
No tocante à complementação de aposentadoria, a matéria está
sistematizada nas Súmulas 326 e 327 do Tribunal Superior do Trabalho:
“Súm. 326 – Tratando-se de pedido de complementação de aposentadoria
oriunda de norma regulamentar e jamais paga ao ex-empregado, a
prescrição aplicável é a total, começando a fluir o biênio a partir da
aposentadoria.
Súm. 327- Tratando-se de pedido de diferença de complementação de
aposentadoria oriunda de norma regulamentar, a prescrição aplicável é a
parcial, não atingindo o direito de ação, mas, tão somente, as parcelas
anteriores ao quinquênio”.
Diante do exposto, verifica-se que a prescrição será total se a
complementação pretendida nunca tiver sido paga, contada desde a
aposentadoria; ou parcial, caso o empregado já estiver recebendo a
complementação, mas em valor inferior ao devido. 
5.4 Prescrição do FGTS
A Lei 8036/90, em seu art. 23, estabelece prazo prescricional trintenário com 
relação aos depósitos do FGTS. Nesse mesmo sentido, a redação original da
Súmula 362 do TST. 
Súmula nº 362 do TST
FGTS. PRESCRIÇÃO (nova redação) - Res. 198/2015, republicada em
razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015
I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014,
é quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento
de contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após o
término do contrato; 
II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em
13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta
anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014
(STF-ARE-709212/DF).
 
 
Histórico:
Nova redação – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Nº 362 FGTS – Prescrição
É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento da contribuição
para o FGTS, observado o prazo de 2 (dois) anos após o término do contrato de trabalho
Redação original - Res. 90/1999, DJ 03, 06 e 08.09.1999
Nº 362 FGTS - Prescrição
Extinto o contrato de trabalho, é de dois anos o prazo prescricional para reclamar em 
Juízo o não-recolhimento da contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
Em 13-11-2014, o STF (por maioria de votos) declarou que a prescrição para
cobrar o FGTS em atraso ou não depositado, não difere das demais verbas
trabalhistas, ou seja, seria de cinco anos. Apesar disso, o Ministro Gilmar
Mendes, relator da decisão, fez constar do seu voto uma cláusula de
modulação “ex nunc”, que quer dizer que a decisão gera efeitos a partir de
então, não retroagindo. Segundo o Ministro relator, isso é necessário porque
a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho e do Superior Tribunal de
Justiça, já estavam consolidadas em afirmar que a prescrição do FGTS era
de trinta anos, logo, em homenagem a segurança jurídica nada mais sensato
do que criar a modulação (regra de transição).
O entendimento de que o FGTS deveria ter uma prescrição diferente dos
demais direitos trabalhistas, surge a partir da interpretação de alguns
doutrinadores que defendem que a parcela não tem natureza apenas
trabalhista, mas sim de cunho também previdenciário. 
A grande dúvida é como aplicar a decisão do STF no caso concreto. A
decisão do STF de 13-11-2014 somente será plenamente aplicada na data
de 13-11-2019, porque ela surte efeitos da sua existência para frente, não
retroage. 
O Ministro Gilmar Mendes deu um exemplo que facilita este entendimento,
ele diz que se um trabalhador tem FGTS atrasado por 27 anos na data da
decisão do STF (13-11-14), ele terá direito de cobrar os 30 anos, por que 27anos + 3 anos = 30 anos, estes 3 anos é cabível de ser considerado dentro
do interregno de 5 anos, considerando de 13-11-2014 a 13-11-2019 (5 anos).
Porém, se o trabalhador tem FGTS atrasado de 23 anos e precisará de mais
8 anos para totalizar os 30 anos de cobrança, este não terá mais este direito
e somente poderá retroagir 5 anos, pois ao ajuizar a ação já na nova regra,
apenas poderá o trabalhador contar com 5 anos. Ressalte-se que estes
exemplos servem para as pessoas que ajuizarem ações a partir de
13-11-2014, pois as ações que vinham em curso, em nada serão atingidas,
aplicando a elas a regra antiga, de contagem de 30 anos.
Se o contrato de trabalho vinha transcorrendo desde janeiro de 1990 e nunca
houve por parte do empregador depósito do FGTS, resolvendo o empregado
promover uma reclamação trabalhista em 14-11-2014, 1 dia após a decisão
do STF, ele terá direito de reclamar somente os 5 últimos anos, porque de
1990 até 2014 somam-se 24 anos e estes com mais 5 anos (período que se
projeta pela decisão do STF), somados, não serão alcançados os 30 anos,
mas apenas 29 anos, logo, somente poderá aplicar a prescrição dos últimos
5 anos.
É importante lembrar que o direito de ação para cobrança do FGTS não foi
alterado, continua sendo de 2 anos após o término do vínculo de emprego e
quanto a poder ou não retroagir, vai depender desse cálculo modulador que
demos nos exemplos.
Tratando-se de depósitos reflexos (parcelas decorrentes de parcelas
principais acolhidas na decisão judicial), o prazo prescricional incidente é o
de cinco anos (Súmula 206 do TST). Assim, se o principal está prescrito,
seus reflexos seguirão a mesma sorte.
Súmula nº 206 do TST
FGTS. INCIDÊNCIA SOBRE PARCELAS PRESCRITAS (nova redação) - 
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A prescrição da pretensão relativa às parcelas remuneratórias alcança o 
respectivo recolhimento da contribuição para o FGTS.
 
5.5 Acidente de Trabalho e o Termo Inicial da Prescrição
O conhecimento do termo a quo do prazo prescricional é de fundamental
importância para o estudo da questão, trazendo aspectos tormentosos para a
doutrina e jurisprudência, notadamente quanto às doenças ocupacionais
equiparáveis ao acidente de trabalho.
Prevê o art. 189 do Código Civil: "Violado o direito, nasce para o titular a
pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os
arts. 205 e 206)".
Sebastião Geraldo de Oliveira explica sobre o tema: "A absorção pelo Direito
positivo brasileiro da teoria da actio nata, conforme o texto do art. 189 do
Código Civil de 2002 (...), foi a consagração do entendimento doutrinário de
que a fluência do prazo prescricional só tem início quando a vítima fica ciente
do dano e pode aquilatar sua real extensão, ou seja, quando pode veicular
com segurança sua pretensão reparatória (...)".
A teoria da actio nata, adotada pelo Código Civil para a determinação do
dies a quo do prazo prescricional parece ser a que mais se coaduna com os
princípios da operabilidade e da eticidade que o regem.
Isso porque não seria razoável que se transcorresse o prazo prescricional
sem que o credor da prestação soubesse, de forma inequívoca, que é titular
desse direito.
A ciência inequívoca deve ser compreendida como o momento em que o
trabalhador, vítima do acidente do trabalho, tem o pleno conhecimento da
consolidação da lesão e os efeitos dela decorrentes quanto à sua
capacidade de trabalho. Este momento há de pressupor a realização de um
diagnóstico médico-pericial, mais precisamente quando o resultado passa a
ser da ciência do trabalhador.
Aqui não se leva em conta a data da extinção do contrato de trabalho
(para quem aplica os prazos do inciso XXIX do art. 7º da CF), do evento
acidentário, do aparecimento da doença, ou mesmo do afastamento do
trabalhador para tratamento médico. A lesão motivadora da pretensão
reparatória somente se caracteriza quando o trabalhador toma
conhecimento, de forma inequívoca, da consolidação das lesões decorrentes
do agravo e os seus efeitos na capacidade do trabalho, o que ocorre
mediante diagnóstico médico-pericial.
A Súmula nº 230 do STF assim se posiciona : "A prescrição da ação de 
acidente do trabalho conta-se do exame pericial que comprovar a
enfermidade ou verificar a natureza da incapacidade".
A Súmula nº 278 do STJ corrobora: "O termo inicial do prazo prescricional,
na ação de indenização é a data em que o segurado teve ciência inequívoca
da in capacidade laboral". 
O Enunciado nº 46 (aprovado na 1ª Jornada de Direito Material e Processual
na Justiça do Trabalho, 2007) também acolhe sobredita teoria: "ACIDENTE
DO TRABALHO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. O termo inicial do prazo
prescricional da indenização por danos decorrentes de acidente do trabalho
é a data em que o trabalhador teve ciência inequívoca da incapacidade
laboral ou do resultado gravoso para a saúde física e/ou mental".
A jurisprudência da mais alta Corte trabalhista segue o mesmo caminho,
propugnando pela aplicação da teria da actio nata para os casos de pedido
de indenização decorrente de danos morais e materiais pelo acidente de
trabalho. 
Desse modo, pode-se afirmar, com segurança, a aplicação da actio nata no
que concerne ao termo a quo da prescrição em relação ao acidente de
trabalho, ainda que equiparado, de modo que somente se inicia a contagem
do prazo quando há a ciência inequívoca da lesão ao direito.
Todavia, a actio nata resolve parcialmente os problemas acerca da
prescrição, uma vez que resta perquirir quais são os prazos prescricionais
quanto ao acidente de trabalho e a responsabilidade do empregador.
Questão controvertida diz respeito a aplicação da lei trabalhista ou civil. 
Nesse tema, há dissenso na doutrina.
Sebastião Geraldo de Oliveira(8) expõe que: "Uma corrente defende que, por
ser a indenização proveniente de acidente do trabalho um direito de natureza
eminentemente civil, deve prevalecer a prescrição prevista no art. 206, § 3º,
V, do CC/02, ainda que o julgamento seja proferido pela Justiça do Trabalho,
porquanto o fundamental para estabelecer a competência é que a pretensão
deduzida em juízo esteja vinculada à relação de trabalho, pouco importando
se a controvérsia de Direito Material deva ser dirimida à luz do Direito
Comum. Argumentam os defensores dessa corrente que o acidente
representa uma ocorrência extraordinária, alheia à expectativa normal do
empregado e à execução regular do contrato de trabalho. Assim, a vítima
estará postulando a reparação dos danos pessoais sofridos e não créditos
trabalhistas propriamente ditos (...)".
Demonstrando o posicionamento da segunda corrente, Sebastião Geraldo de
Oliveira traz os fundamentos: "A outra corrente, todavia, assevera que a
indenização por acidente do trabalho é também um direito de natureza
trabalhista, diante da previsão contida no art. 7o, XXVIII, da CF/88,
devendo-se aplicar, portanto, a prescrição de cinco ou dois anos prevista no
inciso XXIX do mesmo art. 7. Esse argumento, sem dúvida, é de fácil
acolhida porque a indenização, na hipótese, não deixa de ser também um
crédito resultante da relação de trabalho, mesmo que atípico, e o litígio tem
como partes o empregado e o empregador (...)".
Adotamos a corrente que preceitua que, quando a ciência inequívoca da
lesão deu-se antes da EC nº 45/2004, os prazos prescricionais a serem
observados quanto à responsabilidade civil do empregador pelo acidente de
trabalho devem ser os da Lei Civil, por razões de segurança jurídica.
Assim, se o acidente do trabalho ou a caracterização da doença profissional
se deu antes da EC nº 45/ 2004 , a prescrição deverá ser a prevista no CC, já 
que o entendimento predominante atribuía à competência a Justiça Comum,
mas se o fato ocorreu após a alteração Constitucional, a prescrição a ser
aplicada, se aplicadaa corrente majoritária, será a trabalhista.
Ilse Marcelina Bernardi Lora defendendo a aplicação da prescrição
trabalhista às ações indenizatórias decorrentes de acidente do trabalho,
considera que "nos processos encaminhados pela Justiça Estadual à Justiça
do Trabalho, por força da EC nº 45 e da decisão do STF proferida no
julgamento do Conflito de Competência 7.204-1, a prescrição aplicável é
aquela prevista no Código Civil. Sendo um dos fundamentos da prescrição a
punição à inércia do credor, não se pode, razoavelmente, atribuir a pecha de
negligente ao trabalhador que, confiando no entendimento doutrinário e
jurisprudencial dominante, no prazo fixado na lei civil deduziu sua pretensão
perante o Juízo então havido competente".
Após longa digressão sobre a prescrição em matéria de acidente do trabalho
no período anterior à EC nº 45/04, Sebastião Geraldo de Oliveira conclui
que: "Em síntese, por tudo que foi exposto, é imperioso concluir que a
prescrição aplicável nas ações indenizatórias decorrentes de acidente do
trabalho deve ser a do Código Civil para as ações ajuizadas até 2004 e a
trabalhista para aquelas iniciadas posteriormente (...)".
Logo, dependendo do caso, quando a ciência inequívoca da lesão, ocorreu
em data anterior à EC nº 45, o prazo prescricional aplicável será o previsto
no Código Civil de 2002. Nessa hipótese, há duas situações distintas,
consoante a regra de transição prevista no art. 2.028 do atual Código Civil:
(a) não transcorrido mais da metade do prazo prescricional de 20 anos, a
partir de sua vigência, aplica-se a prescrição trienal do art. 206, § 3º, do
referido diploma legal; (b) caso já transcorrido mais da metade do prazo
prescricional de 20 anos, adota-se esse como lapso temporal para que o
agente ajuíze a ação.
Por outro lado, quando a ciência inequívoca da lesão for posterior à referida 
Emenda, o prazo prescricional aplicável será o trabalhista, previsto no art. 7º,
XXIX, da CF.
5.6 prescrição dos domésticos
A partir da Lei Complementar 150/2015, iguala-se, também, o prazo
prescricional do trabalhador doméstico com o não doméstico, fixando-o em 5
anos, durante o contrato de trabalho, e de 2 anos após a sua extinção:
Art. 43. O direito de ação quanto a créditos resultantes das
relações de trabalho prescreve em 5 (cinco) anos até o limite de 2
(dois) anos após a extinção do contrato de trabalho.
Para o período anterior, havia uma controvérsia a respeito do prazo
prescricional aplicável ao âmbito dos domésticos. A dúvida surgia a partir da
dicção do art. 7o, “a”, da CLT, ao estabelecer que as normas coletistas não
seriam aplicáveis aos domésticos. Além dissso, a Constituição Federal, no
parágrafo único do art. 7o, (que trata das parcelas estendidas aos
domésticos) não mencionou o inciso XXIX do mesmo artigo (dispositivo que
trata da prescrição). 
Uma primeira posição sugeriria a aplicabilidade da regra prescricional
aplicácel aos jornaleiros prevista no Código Civil de 1916 (art. 178, CC/16),
estabelecendo um prazo de cinco anos. 
A segunda posição sugeria aplicar o prazo prescricional de dois anos
previstos nos diplomas legais trabalhistas anteriores a CLT (Decreto-lei 1237,
de 2.5.39 e Decreto n. 6.596, de 12.12.40). Ocorre que tais diplomas foram
suprimidos do país a partir de 1o. de maio de 1943, quando se deu a
aprovação da CLT (Decreto-lei n. 5452, 43).
A terceira posição sugeriria o prazo antigo do art. 11 da CLT (prescrição
simples de dois anos). Ocorre que tal preceito teria sido revogado pela
Constituição Federal de 1988. 
A quarta posição, dominante na jurisprudência do país parte da ideia que o
prazo prescrcional aplicável ao contrato de doméstico é aquele próprio do
trabalhador urbano, fixado no art. 7o, inciso XXIX, da Carta Magna.
Note-se que a omissão do inciso XXIX no parágrafo único do art. 7o, da
Constituição Federal diz respeito a direitos, enquanto que a prescrição é a
supressão dos direitos. Portanto, a omissão não tem o alcance pretendido.
5.7 suspensão do contrato de trabalho e prescrição
Embora com alguma controvérsia jurisprudencial, as causas de suspensão e
interrupção do contrato de trabalho não interferem no curso da prescrição. 
Suspenso o contrato de trabalho, pois, embora se mantenha o vínculo
empregatício, deixam de produzir efeitos todas as demais cláusulas,
paralisando, inclusive, as obrigações fundamentais de empregado e
empregador, que correspondem à prestação do serviço e à contraprestação
pecuniária.
Estabelecidos os efeitos da suspensão do contrato de trabalho, surge a
dúvida acerca do prazo prescricional. Assim, ocorrido o acidente de trabalho,
com a respectiva suspensão do contrato de trabalho e todos os seus efeitos,
estaria suspenso, também, a contagem do prazo prescricional para eventuais
reclamações trabalhistas?
Uma primeira corrente invoca o art. 199, I, do Código Civil Pátrio, que assim
estabelece não correr a prescrição pendente condição suspensiva. Tal
invocação é equivocada, visto que a condição deriva exclusivamente da
vontade das partes.
Tendo o contrato suspenso pela ocorrência do acidente de trabalho, e
havendo a impossibilidade de pleitear determinado em juízo, é razoável que
não se fale em fluência do prazo prescricional. Contudo, estando o
empregado em plena condição de defender seus interesses em juízo,
haveria a fluência do prazo prescricional. 
5.8 a morte do empregado e a prescrição
A morte do empregado pode apresentar o seguinte quadro:
a) alguns direitos do empregado falecido já estavam prescritos;
b) alguns direitos já estavam sofrendo os efeitos da contagem do prazo 
prescricional;
c) direitos que somente surgiram com a morte do empregado, a exemplo do 
que ocorre com as indenizações por danos materiais e morais resultantes do 
acidente de trabalho que resultou na morte.
Na primeira hipótese, pouca valia teria a ação dos herdeiros contra o
empregador, uma vez que a prescrição já havia sido consumada. 
Na segunda, aplica-se o disposto no art. 196 do CC quando estabelece que
a prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu
sucessor a título universal ou singular, salvo em se tratando de
absolutamente incapaz. Aplica-se o disposto no art. 11 da CLT. 
Na terceira hipótese, não haveria crédito trabalhista nem parcela decorrente
do direito sucessório. Os lesados postulariam em nome próprio, parcelas
tipicamente indenizatórias (danos materiais e morais). Discute-se a
prescrição aplicável, se a prevista no art. 7o, inciso XXIX, da Constituição
Federal ou o art. 206, parágrafo terceiro, do CC (03 anos). 
5.9 prescrição nas fases pré e pós-contratual.
Questão controvertida gira em torno da prescrição a ser adotada nas fases
pré e pós-contratual, especialmente decorrente da violação da boa-fé
objetiva e direitos da personalidade. A dúvida estaria na aplicabilidade da
prescrição do art. 7o, inciso XXIX, da Constituição Federal (05 anos) ou o
art. 206, parágrafo terceiro, do CC (03 anos). 
5.10 prescrição sobre os períodos descontínuos
Súmula nº 156 do TST
PRESCRIÇÃO. PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Da extinção do último contrato começa a fluir o prazo prescricional do direito 
de ação em que se objetiva a soma de períodos descontínuos de trabalho 
(ex-Prejulgado nº 31).
5.11 aviso prévio indenizado
OJ-SDI1-83 AVISO PRÉVIO. INDENIZADO. PRESCRIÇÃO. Inserida em 
28.04.97
A prescrição começa a fluir no final da data do término do aviso prévio. Art. 
487, § 1º, CLT.
5.12 A REFORMA TRABALHISTA
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho 
prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite 
de dois anos após a extinção do Contrato de Trabalho. 
I - (revogado); 
II -(revogado).
..................................................................................... 
§ 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração
ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja
também assegurado por preceito de lei. 
§ 3º A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista,
mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito,
produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos.” (NR) 
“Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. 
§ 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir
determinação judicial no curso da execução. 
§ 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer
http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/prazo_prescricional.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/obras/contratosdetrabalho.htm
grau de jurisdição.” 
O art. 11, caput, apresenta apenas alteração de redação. Desde a Emenda 
Constitucional n. 28, não há separação entre prescrição dos trabalhadores 
urbanos e rurais. 
A expressão contida no parágrafo terceiro nos remete a intenç ão de restringir 
a interrupção da prescrição ao ajuizamento de ações trabalhista típicas,
afastando outros instrumentos como o protesto judicial para preservação e
conservação dos direitos. Note-se que tal alteração deve ser compatibilizada
com o art. 202 do CC que prevê hipóteses de interrupção da prescrição em
geral. O art. 202, inciso VI, aponta uma hipótese no Direito do Trabalho:
“qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe
reconhecimento do direito pelo devedor” 
A reforma mantém a possibilidade de interrupção tanto pela via individual
quanto pela via coletiva, como ocorre nas ações plúrimas, coletivas sindicais
ou civis públicas. Aqui deve ser aplicada a boa-fé do trabalhador que deixou
de ajuizar individulamente porque confiou da expectativa de êxito da
demanda coletiva. 
O desfecho do processo é irrelevante para fins de interrupção da prescrição:
uma vez citado o réu a prescrição está interrompida, mesmo que o processo
venha a ser arquivado pela ausência do autor, extinção sem resolução de
mérito ou por desistência. 
A interrupção se aplica apenas aos pedidos formulados naquela petição
inicial, como já previsto na Súmula 268 TST. Igual racioncínio se aplica aos
réus que por qualque motivo, deixaram de figurar na demanda original, como
tomadores ou sucessores.
Há controvérsia em torno da interrupção somente ser aplicada uma única vez
(art. 202, parágrafo único). Parte da doutrina entende que este dispositivo
somente deve ser aplicado as hipóteses extrajudiciais. 
O legislador perdeu a oportunidade de se manifestar acerca da interrupção
do biênio e do quinquênio. Ambos os prazos têm a mesma natureza jurídica
e, portanto o trabalhador tem o direito de postular, na segunda ação, todas
as parcelas levando-se em conta todo o quinquenio alcançado na primeira
ação. Note-se que o biênio foi zerado e quando o trabalhador ajuíza ação
em dois anos e o quinquênio também é recomeçado.
O art. 11-A da CLT trata da prescrição intercorrente da pretensão executiva.
Deve-se ressaltar a discussão doutrinária acerca da autonomia do processo
de execução trabalhista. Se for encarada como apenas uma fase de
acertamento, então a prescrição somente deveria ser examinada uma única
vez. Analisada a questão por este ângulo, o art. 11-A representa um
movimento contraditório em relação ao processo civil (CPC/2015).
Atenção: o referido artigo não diferencia o crédito e se limita a dizer que a
prescrição intercorrente diz respeito ao processo do trabalho. Assim sendo,
haverá uma diferenciação com o crédito previdenciário previsto no art. 40 da
Lei 6830/1980 (ver art. 921 do CPC). 
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for
localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a
penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição. 
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados 
bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos
O parágrafo primeiro do art. 11-A estabelece que o prazo é deflagrado toda
vez que o exequente deixar de cumpir determinação no curso do processo
judicial.
Atenção: a questõa se torna mais agressiva considerando que o princípio do
impulso oficial ficou extremamente mitigado com a nova redação do art. 878
da CLT (hipóteses em que o exequente estiver sem advogado) 
Aqui o aplicador deverá ter o máximo de cautela. A falta de cumprimento de
determinação pode ocorrer por diversos fatores, tais como dificuldade de
encontrar bens, paradeiro do devedor, incidentes processuais, substituição
de advogados. A melhor interpretação do dispositivo se dirige a ideia de que
o prazo somente é deflagrado quando a incumbência for exclusiva da parte,
a exemplo do que ocorre com os artigos de liquidação. Antes do magistrado
reconhecer a prescrição intime o exequente, por seu advogado e
sucessivamente, pessoalmente, para que pratique o ato processual
adequado ao prosseguimento da execução, sob a consequência de se
iniciar o prazo prescricional. 
 
1) O cálculo de liquidação que pode ser apresentado por qualquer das partes
ou pelo magistrado – embora atual restrição do art. 878 da CLT em relação
aos atos de execução de oficio pelo magistrado – segue intacto que a conta
pode ser elaborada por qualquer pessoa;
2) a indicação de bens a penhora, que pode ser obtida pelo uso dos
convênios legais.
3) o cumprimento de despachos genéricos que poderiam ser utilizados para
qualquer fase processual “requeira o que de direito”, “diga o autor” não
podem autorizar a punição da parte com a prescrição intercorrente pelo
descumprimento de algo que não tem clareza.
Atenção: a pronúncia de oficio da prescrição pelo magistrado foi inserida em
reforma do processo civil (confirmada pelo CPC/2015). Tal alteração
encontrou resistência à aplicação no processo do trabalho. A reforma tomou
partido à pronúncia de ofício da prescrição na etapa executória. Esta
mudança de rumo vai gerar dúvidas se isso representa vedação da
possibilidade de pronúncia na fase de conhecimento. 
Atenção: homologaçao de acordo extrajudicial (art. 855-E da CLT)
Com o protocolo da petição de acordo extrajudicial, suspende-se o prazo 
prescrional em relação aos direitos nela contidos. 
Bibliografia
AMORIM FILHO, Agnelo. Critério científico para distinguir a prescrição de 
decadência e para identificar as ações imprescritíveis. In: Revista dos 
Tribunais, v. 300.
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1997.
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São 
Paulo: LTr, 2011.
FILHO, Rodolfo Pamplona. Prescrição Trabalhista Questões Controvertidas. 
São Paulo: Ltr, 1996.
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Pessoa. Direito processual do trabalho. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6. ed. v. 1. São Paulo: 
Saraiva, 2008.
GONZAGA, Sebastião Geraldo de. Indenizações por acidente do trabalho ou
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LORA, Ilse Marcelina Bernardi. A prescrição nas ações de indenização 
decorrentes de acidentes do trabalho. O problema da competência. 
Disponível em: <http://www.amatra5.org.br/artigos/artigos49_05.php>.
PRUNES, José Luiz Ferreira. A Prescrição no Direito do Trabalho. São Paulo:
LTR, 1990. 
http://www.amatra5.org.br/artigos/artigos49_05.php
“Só existem dois dias no ano que nada pode
ser feito. Um se chama ontem e o outro se
chama amanhã,portanto hoje é o dia certo
para amar, acreditar, fazer e principalmente
viver”
Dalai Lama 
	Súmula nº 362 do TST
	Súmula nº 206 do TST
	Súmula nº 156 do TST

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