Buscar

SUA_PETICAO_S3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Seção 1 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
 
 
Caro aluno, bem vindo à seção 3! Agora iremos analisar a apresentação de recurso pelo 
trabalhador para a decisão de mérito prolatada pela 2ª Vara do Trabalho de 
Goiânia/GO, nos autos do processo n. 0010001-10.2017.518.0002. 
Disponível em: 
</www.google.com.br/search?biw=1366&bih=637&tbm=isch&sa=1&q=senten%C3%
A7a+&oq=senten%C3%A7a+&gs_l=psy-
ab.3...4397.5375.0.5734.7.7.0.0.0.0.294.294.2-1.1.0....0...1.1.64.psy-
ab..7.0.0....0.NH7QkzPLKoM#imgrc=l-vjV1UtgS6hvM>. Acesso em: 08 out. 2017. 
 
Na audiência de instrução em que ambas as partes compareceram restou consignado 
na ata de audiência que seriam intimadas acerca da prolação da sentença. Assim, foi 
publicado despacho em 21/11/2017 para que reclamante e reclamado tomassem 
ciência da decisão de primeiro grau. Nesta data foi prolatada a seguinte decisão: 
 
PODER JUDICIÁRIO 
JUSTIÇA DO TRABALHO 
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO 
2ª VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA 
RTOrd 0010001-10.2017.518.0002 
RECLAMANTE: ALBANO MACHADO 
RECLAMADO: MARIA JOSÉ PEREIRA 
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL 
 
Seção 1 
DIREITO TRABALHISTA 
Sua causa! 
https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=637&tbm=isch&sa=1&q=senten%C3%A7a+&oq=senten%C3%A7a+&gs_l=psy-ab.3...4397.5375.0.5734.7.7.0.0.0.0.294.294.2-1.1.0....0...1.1.64.psy-ab..7.0.0....0.NH7QkzPLKoM#imgrc=l-vjV1UtgS6hvM
https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=637&tbm=isch&sa=1&q=senten%C3%A7a+&oq=senten%C3%A7a+&gs_l=psy-ab.3...4397.5375.0.5734.7.7.0.0.0.0.294.294.2-1.1.0....0...1.1.64.psy-ab..7.0.0....0.NH7QkzPLKoM#imgrc=l-vjV1UtgS6hvM
https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=637&tbm=isch&sa=1&q=senten%C3%A7a+&oq=senten%C3%A7a+&gs_l=psy-ab.3...4397.5375.0.5734.7.7.0.0.0.0.294.294.2-1.1.0....0...1.1.64.psy-ab..7.0.0....0.NH7QkzPLKoM#imgrc=l-vjV1UtgS6hvM
https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=637&tbm=isch&sa=1&q=senten%C3%A7a+&oq=senten%C3%A7a+&gs_l=psy-ab.3...4397.5375.0.5734.7.7.0.0.0.0.294.294.2-1.1.0....0...1.1.64.psy-ab..7.0.0....0.NH7QkzPLKoM#imgrc=l-vjV1UtgS6hvM
 
 
 
SENTENÇA 
 
1- RELATÓRIO 
 
Albano Machado ajuizou a reclamação trabalhista n. 0010001-10.2017.518.0002 
contra Maria José Pereira, alegando que foi contratado em 01/02/2014 e dispensado 
por justa causa em 06/02/2017. 
 
Alega que laborava em regime 12x36, sempre de 07h00min às 19h00min, sem 
autorização por norma coletiva, razão pela qual faz jus as horas extras excedentes à 8ª 
diária, desde sua contratação até 01/06/2015, com reflexos em aviso prévio, férias + 
1/3, décimo terceiro salário e na multa de 40% do FGTS. Em virtude do labor no citado 
regime, pleiteia o pagamento em dobro dos domingos e feriados trabalhados. 
 
O reclamante aduz que nunca usufruiu de uma hora de intervalo para refeição e 
descanso, tendo direito a uma hora extra por dia de trabalho, nos termos da Súmula n. 
437, do TST, desde a publicação da Lei Complementar n. 150, em 02/06/2015, até o 
término do contrato de trabalho, com reflexos em aviso prévio, férias + 1/3, décimo 
terceiros salário e na multa de 40% do FGTS. 
 
Requer, ainda, a reversão da justa causa que lhe foi aplicada, ao fundamento de que 
não houve qualquer conduta grave a ponto de ensejar a medida extrema. Pugna, ainda, 
pela condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, haja 
vista que foi registrado em sua CTPS a modalidade da dispensa. 
 
 
Por fim, uma vez revertida a justa causa, requer a aplicação da multa prevista no art. 
477, §8º, da CLT. 
 
Atribuiu à causa o valor de R$ 50.000,00. Juntou documentos. 
 
Citada, a reclamada compareceu à audiência. 
 
Proposta a conciliação, não foi aceita. 
 
A Reclamada apresentou contestação rechaçando a pretensão de horas extras ao 
fundamento de que a jornada 12x36 foi autorizada pelo contrato individual de 
trabalho. Afirma que neste sistema de trabalho os domingos e feriados trabalhados são 
compensados, não sendo devido o seu pagamento em dobro. 
 
No tocante ao intervalo intrajornada assevera que foi regularmente usufruído. 
 
No que fiz respeito à justa causa afirma que ela se deu, na verdade, em razão do obreiro 
ter comparecido ao trabalho completamente embriagado. Assim, não é devida a 
reversão da dispensa e, consequentemente, a multa do art. 477, §8º, da CLT. Neste 
particular, sustenta que a multa em questão somente é devida pelo atraso no 
pagamento das verbas rescisórias, o que não ocorreu. 
 
Em relação ao pleito de reparação civil, afirma que as anotações que foram feitas na 
CTPS obedecem ao disposto no art. 29, parágrafo 2º, “c”, da CLT. Sucessivamente, aduz 
que, mesmo que tivesse havido equívoco na anotação, não é devida indenização por 
danos morais, pois não foi demonstrada a existência de qualquer constrangimento que 
 
tenha sido causado pela aposição da informação da dispensa por justa causa em sua 
CTPS. 
 
Fixados os pontos controvertidos e definido o ônus da prova, consensualmente, 
procedeu-se à oitiva das partes e de uma testemunha de cada parte. 
 
Como declararam que não desejavam produzir outras provas, encerrou-se a instrução. 
 
Alegações finais remissivas. 
 
Renovada a tentativa de conciliação, não foi aceita. 
 
 
2- FUNDAMENTAÇÃO 
 
2.1 – JORNADA DE TRABALHO 
 
O fundamento jurídico do pleito obreiro para fazer jus às horas extras além da 8ª diária 
é de que não há autorização por norma coletiva para a adoção da jornada 12x36. A 
reclamada aduz que há previsão no contrato de trabalho para adoção deste sistema, o 
que o legitima mesmo antes da publicação da Lei Complementar n. 150/15, pois o labor 
tinha cunho social. 
 
A pretensão do trabalhador não merece ser acolhida. 
 
Inicialmente deve-se destacar que os trabalhadores domésticos, como é o caso do 
reclamante, passaram a ter direito às horas extras desde 02/04/2013, quando foi 
 
publicada a Emenda Constitucional n. 72. A Lei Complementar n. 150/15 somente 
acrescentou a necessidade de o empregador doméstico ter registro de ponto, ou seja, 
após sua vigência (02/06/2015) a ausência do registro de jornada implica em 
presunção relativa de veracidade do período de trabalho declinado na petição inicial. 
 
Todavia, no caso sob exame não há discussão acerca do horário de início e término da 
jornada de trabalho. A controvérsia incide sobre a validade jurídica do trabalho em 
regime 12x36 antes da publicação da Lei Complementar n. 150/15, já que ela prevê sua 
regularidade quando já previsão no contrato de trabalho, como é o caso dos autos. 
 
Diante da omissão legislativa anterior à publicação da LC 150/15, no que diz respeito 
ao trabalhador doméstico, deve-se avaliar a validade jurídica do regime 12x36 à luz da 
Constituição Federal de 1988, da CLT e dos princípios que norteiam o Direito do 
Trabalho. 
 
O art. 7º, inciso XIII, da CF/88, prevê que a duração do trabalho normal não deve ser 
superior a oito horas por dia, o que se aplica também ao trabalho doméstico, por força 
do parágrafo único, do art. 7º, da Carta Magna. Assim, pelo texto constitucional, 
eventual sistema de compensação de jornada, como pode ser encarado o regime 
12x36, necessita de pactuação por meio de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho. 
Neste sentido é, inclusive, a Súmula n. 444, do Colendo TST, invocada pelo reclamante 
em sua peça de ingresso. 
 
Entretanto, não se pode perder de vista a atividade de cunho social exercida pelo 
cuidador de idosos ou de doentes no âmbito familiar. O direito à saúde pertence a 
todos, devendo ser promovido pelo Estado, nos termos dos art. 194, 197, 203 e 227, 
da CF/88. Além disso, o art. 230, da Carta Magna, prevê que o Estado deve assistir o 
 
idoso, “defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”, 
preferencialmente em casa. 
 
Nota-se, portanto, que a empregador contratou os serviços do reclamante em 
substituição à atividade estatal não visando qualquer espéciede lucro, mas tão 
somente o bem estar de seu marido idoso e enfermo. 
 
Neste contexto, o Tribunal Superior do Trabalho já analisou diversas situações idênticas 
(processos n. 3205-12.2011.5.12.0028; 466-76.2010.5.04.0302; 2808-
12.2011.5.08.0206), afastando o rigor formal da previsão da Súmula n. 244, conferindo 
validade jurídica à jornada 12x36 que for pactuada bilateralmente, como ocorre no 
caso em comento, em que houve ajuste neste sentido no contrato de trabalho. 
 
Diante do exposto, válido o sistema 12x36 adotado pelas partes, razão pela qual julgo 
improcedente o pedido de pagamento de horas extras excedentes à 08ª diária. 
 
 
2.2 – TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS 
 
O pleito do reclamante de pagamento de domingos e feriados em dobro merece ser 
acolhido parcialmente. 
 
A Súmula 444, do Colendo TST, dirime esta questão: 
 
Súmula nº 444 do TST 
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. - 
Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 - republicada em decorrência 
 
do despacho proferido no processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 
26.11.2012 
 É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis 
de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de 
trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos 
feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional 
referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas. 
 
Como se infere, há previsão expressa de que o feriado deve ser pago em dobro. Isto 
porque o trabalhador, mesmo em regime 12x36, tem direito à folga neste dia, além 
daquelas 36 horas de descanso que são inerentes ao sistema em questão. Uma vez 
ocorrido o labor em dia de feriado, sem qualquer compensação, é devido seu 
pagamento em dobro. 
 
No que diz respeito ao domingo, o entendimento é diferente. A Lei n. 605/49 prevê 
que o descanso deve ser preferencialmente aos domingos. No mesmo sentido, é a 
disposição sobre o repouso semanal remunerado constante no art. 7º, inciso XV, da 
Constituição Federal de 1988. Assim, o domingo, quando laborado, já é compensado, 
razão pela qual o obreiro não tem direito ao seu pagamento em dobro. 
 
Diante do exposto, julgo procedente o pedido de pagamento em dobro dos feriados 
trabalhados, conforme se apurar em liquidação de sentença, e improcedente o pleito 
de pagamento dos domingos eventualmente laborados. 
 
 
2.3 – INTERVALO INTRAJORNADA 
 
O reclamante requer o pagamento de horas extras no período posterior à vigência da 
Lei Complementar n. 150/15. 
 
 
Compulsando os autos, não se vislumbra qualquer cartão de ponto, como exige o art. 
12, da referida Lei Complementar. Ademais, não foi ouvida nenhuma testemunha a 
respeito da pausa intervalar. 
 
Tendo em vista que o ônus probatório era da reclamada, condeno-a ao pagamento de 
uma hora por dia, acrescida de 50%, a partir de 02/06/2015 até o término do contrato 
de trabalho, com reflexos em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiros salário e na 
multa de 40% do FGTS. 
 
 
2.4 – JUSTA CAUSA 
 
Alega o obreiro que foi dispensado por justa causa pelo fato de não ter seguido às 
ordens da reclamada, notadamente no que tange ao horário do banho e em razão de 
deixar o seu marido assistir televisão. A empregadora rechaça a pretensão, 
confirmando a modalidade de dispensa, mas tendo como justificativa o fato de o 
trabalhador ter comparecido bêbado para prestar serviços. 
 
O ônus de prova da existência de fatos que autorizam a justa causa é da empregadora, 
eis que ela constitui fato impeditivo à manutenção do vínculo empregatício (arts. 818, 
da CLT e 373, inciso II, do CPC). 
 
Neste particular, a reclamada se desincumbiu do ônus de prova que lhe competia. A 
única testemunha ouvida no feito, Sr. Euclides da Cunha, porteiro do prédio em que o 
reclamante prestava serviços assim afirmou: 
 
 
Que conhece o reclamante, pois trabalha no prédio em que ele presta serviços há mais 
de vinte anos; que no início de janeiro de 2017 o reclamante chegou para trabalhar 
visivelmente embriagado; que teve dificuldades para entrar no prédio tamanha a sua 
embriaguez; que a reclamada logo percebeu o grau etílico de seu funcionário, tendo 
solicitado ao depoente ajuda para retirá-lo de sua residência; que sabe dizer que no 
mesmo dia a reclamada solicitou o comparecimento de outra pessoa para cuidar do 
marido doente, pois ele não pode ficar sozinho; que não se recorda do reclamante 
chegar bêbado no trabalho em outra oportunidade; que ele era um bom trabalhador, 
apesar de ter pequenas discussões com a reclamada; que não tem conhecimento de 
qualquer advertência ou suspensão sofrida pelo reclamante. 
 
Não resta dúvida que a atividade obreira quebra a confiança que é inerente à relação 
empregatícia, notadamente naquela que é prestada em âmbito doméstico, envolvendo 
cuidados com idoso enfermo. 
 
A conduta do trabalhador, portanto, enquadra-se no disposto no art. 482, “f”, da CLT, o 
que autoriza esta modalidade de rescisão contratual. Frisa-se que o referido preceito 
legal autoriza a dispensa por justa causa quando a embriaguez for em serviço, isto é, 
mesmo que tenha ocorrido uma única vez, como no caso sob exame. Neste sentido, é 
a jurisprudência do Colendo Tribunal Superior do Trabalho: 
 
RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO ANTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA LEI 
11.496/2007. EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO. CONDUTA ÚNICA. JUSTA CAUSA. A hipótese, 
que versa sobre a possibilidade de rescisão contratual em virtude da conduta única de 
embriaguez do empregado no serviço, situa-se muito mais no plano da justiça, que 
invoca o juízo de proporcionalidade na gradação da pena a ser aplicada, do que na 
esfera legal. A alínea f do art. 482 da CLT, ao estabelecer como justa causa a -
embriaguez habitual ou em serviço- sugere a possibilidade de uma única conduta de 
embriaguez em serviço configurar o ilícito laboral. Não há, sob esse prisma, violação 
literal a tal preceito. Para sopesar a análise fria do art. 482, f, da CLT devem ser 
agregados outros elementos que revelem, por exemplo, o comportamento pretérito do 
empregado, a repercussão da conduta do Reclamante no âmbito funcional e social do 
empregador etc. Não constam do acórdão prolatado pelo Tribunal Regional, 
entretanto, elementos que pudessem mitigar o rigor da pena aplicada, razão por que a 
Turma negou provimento ao Recurso de Revista. Incólumes os arts. 482, f, da CLT e 5.º, 
 
II, da Constituição Federal. Embargos não conhecidos. (TST - E-RR: 1299000412002502 
1299000-41.2002.5.02.0900, Relator: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento: 
18/12/2008, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,, Data de Publicação: DJ 
06/02/2009.) 
 
O fato de não haver nos autos prova documental acerca de outras penalidades 
(advertências ou suspensões) porventura sofridas por ele não modifica a conclusão 
deste julgado, vez que se baseia na gravidade da conduta e não na sua reiteração. 
 
Destaca-se que o obreiro foi imediatamente dispensado, estando presentes os 
requisitos necessários para o rompimento do pacto laboral por justa causa. 
 
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido de reversão da justa causa e seus 
consectários. 
 
 
2.5 – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
 
No caso em tela é incontroversa a anotação na CTPS de que a dispensa se deu por justa 
causa. 
 
Com a devida vênia, tal anotação não encontra amparo no invocado art. 29, da CLT. Ele 
determina que as anotações nela contidas devem ser limitadas ao tempo de serviço, 
às suspensões e interrupções do contrato e remuneração. Por sua vez, o §4º, do art. 
29, da CLT, veda a anotação de qualquer conduta desabonadora. 
 
O fato de o trabalhador ter de fato cometido falta suficiente para a justa causa não 
autoriza o registro desta modalidade de dispensa na sua CTPS. 
 
 
Neste sentido é pacíficaa jurisprudência pátria, como se extrai do seguinte julgado do 
Colendo TST: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMISSIBILIDADE. DANO MORAL. ANOTAÇÃO 
DESABONADORA DA CTPS. REGISTRO DE JUSTA CAUSA POR ABANDONO DE EMPREGO. 
RESCISÃO CONTRATUAL POR INICIATIVA DO RECLAMANTE. PROPOSTA DE EMPREGO 
MAIS FAVORÁVEL. 1. O registro na CTPS de que o obreiro foi demitido por justa causa 
por abandono de emprego não constitui condição especial de trabalho amparada no 
artigo 29, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho, porquanto não se destina a 
esclarecer as circunstâncias da contratação, tampouco constitui informação de 
interesse da Previdência Social. 2. Esse fato é ainda mais reprovável quando provado 
nos autos que a referida anotação na CTPS se deu em retaliação à iniciativa do obreiro 
em solicitar a rescisão do contrato por haver recebido proposta de emprego mais 
favorável. Trata-se de conduta não só desabonadora como também abusiva e ilícita, o 
que configura afronta extrapatrimonial do empregado, sujeitando o infrator à 
reparação do dano. 3. Frise-se que o § 4º do artigo 29 da Consolidação das Leis do 
Trabalho veda expressamente o registro de circunstâncias desabonadoras, que devem 
ser entendidas como aquelas que têm o condão de causar algum prejuízo ao 
trabalhador em sua colocação no mercado de trabalho. 4. Precedentes. 5. Agravo de 
Instrumento a que se nega provimento. DANOS MORAIS. FIXAÇÃO DO QUANTUM 
INDENIZATÓRIO. R$ 20.000,00 (VINTE MIL REAIS). ANOTAÇÃO DESABONADORA NA 
CTPS. CONDUTA AGRAVADA PELA NEGATIVA DE AUTORIA. NECESSIDADE DE EXAME 
GRAFOTÉCNICO. 1. Diante da ausência de critérios objetivos norteando a fixação do 
quantum devido a título de indenização por danos morais, cabe ao julgador arbitrá-lo 
de forma equitativa, pautando-se nos princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade, bem como nas especificidades de cada caso concreto, tais como: a 
situação do ofendido, a extensão e gravidade do dano suportado e a capacidade 
econômica do ofensor. Tem-se, de outro lado, que o exame da prova produzida nos 
autos é atribuição exclusiva das instâncias ordinárias, cujo pronunciamento, nesse 
aspecto, é soberano. Com efeito, a proximidade do julgador, em sede ordinária, com a 
realidade cotidiana em que contextualizada a controvérsia a ser dirimida, habilita-o a 
equacionar o litígio com maior precisão, sobretudo no que diz respeito à aferição de 
elementos de fato sujeitos a avaliação subjetiva, necessária à estipulação do valor da 
indenização. Conclui-se, num tal contexto, que não cabe a esta instância superior, em 
regra, rever a valoração emanada das instâncias ordinárias em relação ao montante 
arbitrado a título de indenização por danos morais, para o que se faria necessário o 
reexame dos elementos de fato e das provas constantes dos autos. Excepcionam-se, 
 
todavia, de tal regra as hipóteses em que o quantum indenizatório se revele 
extremamente irrisório ou nitidamente exagerado, denotando manifesta inobservância 
aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, aferível de plano, sem 
necessidade de incursão na prova. 2. No caso dos autos, o Tribunal Regional, ao fixar o 
valor atribuído à indenização devida por danos morais, em R$ 20.000,00 (vinte mil 
reais), levou em consideração os critérios da razoabilidade e proporcionalidade, 
observada a capacidade econômica do ofensor e, especialmente, a gravidade da 
conduta da empresa ao promover registro desabonador e inverídico na CTPS de que a 
rescisão contratual se dera por justa causa configurada por suposto abandono de 
emprego e pela posterior negativa de autoria dessas anotações, exigindo do juízo a 
determinação de exame grafotécnico, por meio do qual se constatou a veracidade da 
alegação do autor. 3. Agravo de Instrumento a que se nega provimento. (AIRR - 341-
15.2012.5.12.0012 , Relator Desembargador Convocado: Marcelo Lamego Pertence, 
Data de Julgamento: 21/10/2015, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23/10/2015) 
 
A alegação da reclamada de que não ficou demonstrado qualquer dano 
constrangimento com a anotação da dispensa por justa causa na CTPS do trabalhador, 
não tem o condão de afastar o dever de indenizar. Isto porque se trata da típica 
hipótese de dano moral in re ipsa, isto é, situação em que a gravidade da conduta é por 
si só suficiente para acarretar a reparação civil, sendo desnecessária qualquer prova do 
abalo psicológico da vítima. 
 
Tendo em vista o dever de indenizar, fixo a indenização por danos morais no importe 
de R$ 10.000,00 (dez mil reais), quantia que não se revela razoável frente ao dano 
ocorrido e à capacidade econômica das partes. 
 
 
2.6 – MULTA DO ART. 477, §8º, DA CLT 
 
Tendo em vista a manutenção da justa causa e o pagamento das verbas rescisórias 
decorrentes desta dispensa no prazo legal, como comprovam os documentos 
 
carreados aos autos, julgo improcedente o pleito de pagamento da multa prevista no 
art. 477, §8º, da CLT. 
 
 
2.7 – ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
 
Defiro a assistência judiciária gratuita para ambas as partes, ante a condição de 
miserabilidade provada documentalmente por ambas. 
 
 
2.8 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
A Lei n. 13.467/17 acrescentou na CLT o art. 791-A, que prevê o pagamento de 
honorários advocatícios, mesmo quando for concedida a assistência judiciária gratuita 
(§4º). 
 
Diante da procedência parcial da presente reclamação trabalhista e da impossibilidade 
de compensação dos honorários advocatícios (§3º), fixo-os em 5% para cada parte, 
devendo ser calculado sobre o valor a ser apurado em liquidação de sentença. 
 
 
3 - DISPOSITIVO 
 
Pelo exposto, julga-se parcialmente procedente os pedidos, condenando a reclamada 
ao pagamento das seguintes parcelas: 
 
- feriados laborados em dobro; 
 
 
- pagamento de uma hora por dia decorrente da supressão o intervalo intrajornada, 
acrescida de 50%, a partir de 02/06/2015 até o término do contrato de trabalho, com 
reflexos em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiros salário e na multa de 40% do 
FGTS; 
 
- indenização por danos morais no importe de R$ 10.000,00; 
 
Os demais pedidos são improcedentes. 
 
São devidos honorários advocatícios de 5% para cada parte, devendo ser calculado 
sobre o valor a ser apurado em liquidação de sentença. 
 
Fixa-se o valor da condenação em R$ 30.000,00 (trinta mil reais), com custas (2% do 
valor da condenação) de R$ 600,00 (seiscentos reais). 
 
Goiânia/GO, 17/11/2017. 
 
Juiz do Trabalho 
 
 
 
Vamos verificar os pressupostos ou requisitos processuais que são necessários para 
que o operador do direito maneje, corretamente, o recurso a ser interposto. 
 
1) Recurso Ordinário 
Fundamentando! 
 
 
O art. 895 da CLT dispõe que é cabível Recurso Ordinário das decisões definitivas 
ou terminativas do feito prolatadas pelas Varas do Trabalho ou “das decisões definitivas 
ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária”, 
sempre no prazo de 08 (oito) dias. Além disso, é possível sua interposição nas hipóteses 
elencadas na Súmula n. 214 do TST. 
O Recurso Ordinário é o meio adequado para recorrer da parte da decisão que 
lhe foi desfavorável, devolvendo à instância superior toda a discussão sobre a matéria 
tratada na peça recursal. 
Ele é dirigido a quem prolatou a decisão, que fará o primeiro juízo de 
admissibilidade, isto é, verificará se é tempestivo, se as custas e o depósito recursal 
foram recolhidos corretamente, se o recorrente está regularmente representado, 
assim como se o recorrente tem legitimidade e capacidade para a interposição do 
Recurso Ordinário. 
Admitido o recurso, será intimada a parte adversa para apresentar contrarrazões 
no prazo de 08 (oito) dias (art. 900, da CLT). 
 
2) Pressupostos ou requisitos recursais 
 
Para que os recursos trabalhistas sejam interpostos é necessário que sejam 
observados alguns pressupostos ou requisitos. 
O primeiro deles é o cabimento do recurso, istoé, cada recurso tem sua hipótese 
de cabimento definida em lei. 
Deste requisito emana outro, que é denominado de “adequação”. Segundo ele 
cada recurso é legalmente previsto para combater determinado tipo de decisão, sendo, 
portanto, adequado a cada uma. 
 
A tempestividade é talvez o requisito mais conhecido. Diz respeito ao prazo que 
a parte tem para apresentar ao Poder Judiciário o seu inconformismo com a decisão 
prolatada. Via de regra, os prazos recursais trabalhistas são de 08 dias. 
O novo Código de Processo Civil prevê, em seu art. 219, que os prazos devem ser 
contados em dias úteis. Entretanto, esta regra não se aplicava ao Direito Processual do 
Trabalho, uma vez que contraria o princípio da celeridade processual. Todavia, a Lei n. 
13.467/17, alterou a redação do art. 795, da CLT, passando a prever que os prazos no 
Direito Processual do Trabalho também devem ser contados em dias úteis. 
O preparo, quarto requisito, abrange o pagamento das custas e o depósito 
recursal. 
As custas devem ser pagas na ordem de 2% do valor arbitrado à condenação, 
conforme disposição do art. 789, inciso I, da CLT. Devem ser comprovadas nos autos, 
pelo vencido, no prazo recursal. 
No Direito Processual do Trabalho, deve-se analisar o disposto no art. 789, da 
CLT, a fim de verificar a necessidade de pagamento das custas processuais, 
notadamente se houver sido concedida a assistência judiciária gratuita. 
O depósito recursal nada mais é do que garantia antecipada do juízo. Todavia, a 
reclamada não pode ser compelida a depositar à disposição da Justiça do Trabalho 
vultosas quantias quando o valor arbitrado à condenação for elevado, sob pena de 
impedir que seja interposto qualquer recurso. 
Neste contexto, anualmente, o Tribunal Superior do Trabalho atualiza os valores 
máximos que a reclamada tem que depositar quando for feita a interposição de cada 
recurso1. Assim, se o valor da condenação for superior à quantia descrita na tabela do 
 
1 Os valores do depo sito recursal vigentes entre 01/08/2017 e 31/07/2018 sa o os seguintes: 
a) R$ 9.189,00 (nove mil, cento e oitenta e nova reais), no caso de interposiça o de Recurso Ordina rio; 
b) R$ 18.378,00 (dezoito mil, trezentos e setenta e oito reais), no caso de interposiça o de Recurso de Revista, 
Embargos e Recurso Extraordina rio; 
c) R$ 18.378,00 (dezoito mil, trezentos e setenta e oito reais), no caso de interposiça o de Recurso em Aça o 
Resciso ria. 
 
TST para aquele recurso, o depósito recursal deve ser feito no limite previsto pelo 
Tribunal. 
Da mesma forma que as custas, o seu pagamento deve ser comprovado nos 
autos no prazo recursal, não sendo possível a concessão de prazo para posterior 
demonstração de sua correta quitação. 
Tendo em vista sua natureza de garantia, o reclamante não irá efetuar o depósito 
recursal, uma vez que é credor de eventuais valores a serem deferidos na ação judicial. 
Pelo mesmo motivo, ele somente é exigível nas obrigações em pecúnia, ou seja, 
quando há a condenação da reclamada para pagamento de valores, sendo dispensado 
nas ações judiciais meramente declaratórias. 
Por fim, ainda em relação a este tema, deve-se frisar a natureza de garantia do 
depósito recursal, de modo que a quantia depositada não pode ser sacada pelo 
reclamante ou pela reclamada (caso a demanda seja improcedente) enquanto o 
processo não transitar em julgado. 
O quinto requisito recursal é a regular representação processual. Antes do 
advento do novo Código de Processo Civil o Direito Processual do Trabalho não admitia 
a regularização da representação processual na fase recursal. Dessa forma, se o recurso 
fosse assinado por advogado não constituído nos autos, por exemplo, ele não era 
conhecido, não tendo a parte prazo para sanar o vício. 
O CPC de 2015 prevê, em seu art. 76, a possibilidade de regularização da 
representação processual também na fase recursal, o que foi admitido pelo Processo 
do Trabalho. Diante da nova previsão legal o TST alterou a redação da Súmula n. 383, 
que passou a ter a seguinte redação: 
 
Súmula nº 383 do TST 
RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015, 
ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 
210/2016, DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016 
 
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos 
autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter 
excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, 
independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias 
após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante despacho 
do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece 
do recurso. 
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em 
procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão 
competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para 
que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá 
do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o 
desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 
76, § 2º, do CPC de 2015). 
 
Como se infere, a parte terá o prazo de 5 (cinco) dias para sanar o vício de 
representação também na fase recursal. 
 Para que seja possível a interposição de recurso não pode haver fato 
incompatível, extintivo ou impeditivo do direito de recorrer, como, por exemplo, 
acordo superveniente, renúncia ao direito de recorrer, cumprimento espontâneo da 
decisão, dentre outros. 
 O sétimo requisito é a legitimidade, ou seja, somente pode apresentar recurso a 
quem a lei conferiu este direito: à parte vencida, ao terceiro prejudicado e ao Ministério 
Público do Trabalho, como parte ou como fiscal da lei (aplicação subsidiária do art. 996 
do CPC de 2015). 
 Por fim, a parte tem que ter interesse em recorrer, isto é, tem que ser 
minimamente sucumbente no objeto da demanda para que possa recorrer daquilo que 
lhe foi desfavorável. 
 Estes, portanto, são os requisitos essenciais que devem ser observados quando 
da interposição de qualquer recurso trabalhista. Não se esqueça de mencionar o 
número do processo, eis que esta identificação é necessária para que seja destinado 
ao juízo correto. 
 
 Todavia, além das questões procedimentais, deve-se, também, analisar o Direito 
Material do Trabalho que pode amparar a pretensão recursal de Albano Machado. 
 
 
3) Horas extras 
 
A sentença julgou improcedente o pedido de pagamento de horas extras ao 
fundamento de que não deve ser aplicada ao caso em comento a Súmula n. 444, do 
Colendo TST, isto é, a exigência de negociação coletiva para a validade do regime 12x36 
pode ser afastada. Ainda mais quando se trata de atividade de cunho social exercida 
pelo trabalhador, em prol de família que não visa lucro com a prestação de serviços 
contratada. 
Dessa forma, você, aluno, na qualidade de advogado do reclamante, terá que 
rebater estes argumentos na peça recursal. 
 A interpretação do art. 7º, inciso XIII, da Constituição Federal de 1988 é 
fundamental, pois prevê que a jornada máxima permitida por dia é de oito horas, salvo 
pactuação por Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho, o que inexiste na espécie. 
 Além disso, a Súmula n. 444, do TST, dispõe que é necessária previsão em lei ou 
negociação coletiva para que a adoção do regime 12x36 seja considerada válida. 
Dessa forma, você, aluno, deve analisar a previsão constitucional e sumular para 
uma correta fundamentação do recurso a ser interposto. 
 
 
4) Trabalho aos domingos 
 
A sentença também indeferiu ao trabalhador o pagamento em dobro dos 
domingos trabalhados. O fundamento utilizado foi de que o domingo passa a ser dia 
 
normal com a adoção do regime 12x36, sendo compensadocom outro dia de folga, o 
que não viola o disposto na Lei n. 605/49 e art. 7º, inciso XV, da Constituição Federal 
de 1988. 
Esta questão já está pacificada pela jurisprudência do TST consoante a tese 
adotada na decisão de primeiro grau. 
Todavia, os entendimentos judiciais são mutáveis, cabendo aos operadores do 
direito demonstrarem o caminho para esta mudança. 
Nesta linha de raciocínio, pode-se ressaltar que no caso em comento a jornada 
12x36 não é válida, eis que não amparada por lei ou norma coletiva. Assim, a eventual 
compensação do domingo por folga noutro dia da semana não tem validade jurídica. 
 
 
5) Justa causa 
 
A justa causa foi mantida ao fundamento de que o trabalhador chegou bêbado 
ao trabalho, o que constitui falta grave o suficiente para ensejar esta medida extrema. 
Neste particular, os fundamentos a serem utilizados no recurso não devem ser 
aqueles constantes da petição inicial, pois ao longo da instrução processual e na 
sentença restou consignado que a dispensa por justa causa não se deu em razão das 
discussões entre as partes, mas exclusivamente pelo fato de ter ido laborar bêbado. 
Um dos princípios que devem ser observados quando da aplicação da justa causa 
é o da proporcionalidade entre o ato praticado e a medida extrema. 
No caso em comento, a sentença informa a inexistência de outras penalidades 
sofridas pelo trabalhador, tendo a única testemunha ouvida no feito afirmado que ele 
era um bom trabalhador. Assim, pode-se alegar a desproporcionalidade da pena, como 
se infere dos julgados abaixo, que devem ser consultados para fins de coleta de 
argumentos para fundamentar o recurso a ser interposto: 
 
 
 Acórdão do TST – processo n. 29740-11.1994.5.01.0050: Disponível em: 
<http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=pr
intInteiroTeor&format=html&highlight=true&numeroFormatado=RR%20
-%2029740-
11.1994.5.01.0050&base=acordao&rowid=AAANGhAA+AAALemAAG&da
taPublicacao=28/10/2010&localPublicacao=DEJT&query=justa%20and%
20causa%20and%20embriaguez%20and%20proporcionalidade>. Acesso 
em: 05 nov. 2017. 
 
 Acórdão Tribunal Regional da 18ª Região – processo n. 0011596-
47.2016.5.18.0081: Disponível em: 
<https://sistemas2.trt18.jus.br/solr/pesquisa?q=id:3-5870865>. Acesso 
em: 05 nov. 2017. 
 
 
6) Multa do art. 477, 8º, da CLT 
 
No tocante à multa do art. 477, §8º, da CLT, a decisão de primeiro grau indeferiu 
o pleito em razão de ter sido mantida a justa causa. 
Em grau recursal, deve-se requerer o seu deferimento justamente com fulcro na 
reversão da justa causa, ou seja, como consectário lógico desta, conforme 
jurisprudência majoritária. 
 
 
7) Honorários advocatícios 
 
O trabalhador foi condenado ao pagamento de honorários advocatícios no 
importe de 5% do valor da condenação apurado em sede de liquidação de sentença. 
http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=printInteiroTeor&format=html&highlight=true&numeroFormatado=RR%20-%2029740-11.1994.5.01.0050&base=acordao&rowid=AAANGhAA+AAALemAAG&dataPublicacao=28/10/2010&localPublicacao=DEJT&query=justa%20and%20causa%20and%20embriaguez%20and%20proporcionalidade
http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=printInteiroTeor&format=html&highlight=true&numeroFormatado=RR%20-%2029740-11.1994.5.01.0050&base=acordao&rowid=AAANGhAA+AAALemAAG&dataPublicacao=28/10/2010&localPublicacao=DEJT&query=justa%20and%20causa%20and%20embriaguez%20and%20proporcionalidade
http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=printInteiroTeor&format=html&highlight=true&numeroFormatado=RR%20-%2029740-11.1994.5.01.0050&base=acordao&rowid=AAANGhAA+AAALemAAG&dataPublicacao=28/10/2010&localPublicacao=DEJT&query=justa%20and%20causa%20and%20embriaguez%20and%20proporcionalidade
http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=printInteiroTeor&format=html&highlight=true&numeroFormatado=RR%20-%2029740-11.1994.5.01.0050&base=acordao&rowid=AAANGhAA+AAALemAAG&dataPublicacao=28/10/2010&localPublicacao=DEJT&query=justa%20and%20causa%20and%20embriaguez%20and%20proporcionalidade
http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=printInteiroTeor&format=html&highlight=true&numeroFormatado=RR%20-%2029740-11.1994.5.01.0050&base=acordao&rowid=AAANGhAA+AAALemAAG&dataPublicacao=28/10/2010&localPublicacao=DEJT&query=justa%20and%20causa%20and%20embriaguez%20and%20proporcionalidade
http://aplicacao5.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=printInteiroTeor&format=html&highlight=true&numeroFormatado=RR%20-%2029740-11.1994.5.01.0050&base=acordao&rowid=AAANGhAA+AAALemAAG&dataPublicacao=28/10/2010&localPublicacao=DEJT&query=justa%20and%20causa%20and%20embriaguez%20and%20proporcionalidade
https://sistemas2.trt18.jus.br/solr/pesquisa?q=id:3-5870865
 
Para combater esta condenação deve-se lançar mão, primeiramente, do direito 
intertemporal, ou seja, mesmo a reclamação trabalhista sendo distribuída antes da 
vigência da reforma trabalhista (Lei n. 13.467/17) a nova regra dos honorários 
advocatícios prevista no art., 791-A, da CLT, vai ser aplicada? Sugere a leitura do artigo 
denominado “(In)aplicabilidade imediata dos honorários de sucumbência recíproca no 
processo trabalhista” de autoria de José Affonso Dallegrave Neto, disponível em: 
 <www.amatra9.org.br/opiniao-inaplicabilidade-imediata-dos-honorarios-
de-sucumbencia-reciproca-no-processo-trabalhista/#_ftn1>. Acesso em: 
05 nov. 2017. 
 
Além disso, deve-se incidentalmente questionar a constitucionalidade da 
disposição do art. 791-A, da CLT. Os argumentos a serem lançados na peça recursal são 
os mesmos utilizados na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5766, em trâmite no 
Supremo Tribunal Federal, disponivel em: 
 
 <www.mpf.mp.br/pgr/documentos/ADI5766reformatrabalhista.pdf>. 
Acesso em: 05 nov. 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.amatra9.org.br/opiniao-inaplicabilidade-imediata-dos-honorarios-de-sucumbencia-reciproca-no-processo-trabalhista/%23_ftn1
http://www.amatra9.org.br/opiniao-inaplicabilidade-imediata-dos-honorarios-de-sucumbencia-reciproca-no-processo-trabalhista/%23_ftn1
http://www.mpf.mp.br/pgr/documentos/ADI5766reformatrabalhista.pdf
 
QUADRO SINÓPTICO DA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA APLICÁVEL 
(Referidos e não referidos nas explicações anteriores) 
 
Assunto CRFB/88 CLT CPC/2015 TST Outros 
Recurso Ordinário - Art. 789; Art. 
795; Art. 893; 
Art. 895; Art. 
899; Art. 900 
Art. 76; Art. 
219; Art., 996 
Súmula n. 197; 
Súmula n. 383 
- 
Trabalho em 
regime 12x36 
Art. 7º, inciso 
XIII; art. 7º, 
inciso XVI. 
Art. 59-A; - Súmula n. 444 - 
Trabalho em 
domingos 
Art. 7º, inciso 
XV 
- - Súmula n. 444; 
Acórdão n. 000359-
40.2010.5.12.0001 
Lei n. 605/49 
Justa Causa - Art. 474; Art. 
482; Art. 818 
Art. 373 Acórdão n. 29740-
11.1994.5.01.0050 
 Acórdão n. 0011596-
47.2016.5.18.0081 do 
TRT da 18ª Região 
 
Multa do art. 477, 
§8º, da CLT. 
- Art. 477, §8º - Acórdão n. 0001589-
05.2011.5.03.0108 
- 
Honorários 
Advocatícios 
- Art. 791-A; - - ADI n. 5766, do STF. 
 Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
 
VAMOS PETICIONAR! 
 
 Caro aluno, a peça processual deve ser endereçada para o juízo que prolatou a 
decisão, devendo combater a decisão de primeira instância. Nela é essencial que se 
 
combata os fundamentos lançados na sentença, não sendo o recurso mera reprodução 
da petição inicial. 
Indique na peça recursal as razões pelas quais é cabível o citado recurso no caso 
sob exame. 
Tendo em vista que a tempestividade é um dos requisitos do recurso, é 
necessário para fins didáticos que o recurso tenha tópico relativo a ela, a fim de 
demonstrar que a peça processual foi interposta no momento adequado. 
Indique na peça recursal as razões pelas quais é cabível o citado recurso no caso 
sob exame. 
Elenque na sua peça processual os argumentos fáticos e os fundamentos 
jurídicos que amparama pretensão de sua cliente. 
Utilize linguagem impessoal. Quando se referir à decisão não faça menção ao 
juiz ou juíza prolator da decisão, pois o Recurso Ordinário não visa combatê-lo, mas sim 
a decisão por ele prolatada. Refira-se, portanto, à decisão ou à sentença, que é 
justamente o que se ataca pela peça recursal. 
Mãos à obra! 
 
 
PRIMEIRA FASE! 
 
 
Questão 1 – O Recurso Ordinário é bastante utilizado no Direito Processual do 
Trabalho, sendo o meio legal cabível para a reanálise do julgado. Acerca do Recurso 
Ordinário assinale a alternativa correta: 
 
 
a) Não é cabível Recurso Ordinário das decisões definitivas ou terminativas do feito 
prolatadas pelas Varas do Trabalho. 
b) Não é cabível Recurso Ordinário das decisões definitivas ou terminativas do feito 
prolatadas pelas Varas do Trabalho ou “das decisões definitivas ou terminativas dos 
Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária”. 
c) No Recurso Ordinário é vedada a discussão de matéria fática. 
d) O prazo para interposição do Recurso Ordinário é de 08 dias corridos. 
e) O Recurso Ordinário é o meio adequado para recorrer da parte da decisão de 
primeira instância que lhe foi desfavorável. 
 
 
 
Questão 2 – A Lei n. 13.467/17, conhecida como “Reforma Trabalhista”, trouxe novas 
regras ao Direito Processual do Trabalho, especialmente no que diz respeito à 
assistência judiciária gratuita, aos honorários periciais e advocatícios. 
 
Neste contexto, analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta: 
 
I – Aqueles que recebem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite 
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social podem ser 
destinatários da assistência judiciária gratuita. 
II – Caso o beneficiário da assistência judiciária gratuita seja vencido na reclamação 
trabalhista, ainda assim terá que arcar com os honorários advocatícios caso tenha 
obtido em outro processo créditos capazes de suportar a despesa. 
 
III – No Direito Processual do Trabalho são devidos honorários de sucumbência, 
fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por 
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico 
obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
 
a) Todas as proposições são verdadeiras. 
b) Somente as proposições I e II são verdadeiras. 
c) Somente as proposições II e III são verdadeiras. 
d) Somente as proposições I e III são verdadeiras. 
e) Todas as proposições são falsas. 
 
 
 
Gabarito: 
Questão 1 – e) 
O Recurso Ordinário é o meio adequado para recorrer da parte da decisão que lhe foi 
desfavorável, devolvendo à instância superior toda a discussão sobre a matéria tratada 
na peça recursal, isto é, tanto a discussão fática, quanto a jurídica. 
Ele é dirigido a quem prolatou a decisão, que fará o primeiro juízo de admissibilidade, 
isto é, verificará se é tempestivo, se as custas e o depósito recursal foram recolhidos 
corretamente, se o recorrente está regularmente representado, assim como se o 
recorrente tem legitimidade e capacidade para a interposição do Recurso Ordinário. 
Admitido o recurso, será intimada a parte adversa para apresentar contrarrazões no 
prazo de 08 (oito) dias (art. 900, da CLT). 
 
Não se pode olvidar que a nova redação do art. 795, da CLT, prevê que o prazo do 
Recurso Ordinário é de 08 dias úteis e não mais corridos. 
 
Questão 2 – a) 
 
A Lei n. 13.467/17 alterou o art. 790, da CLT, cujo §3º, passou a ter a seguinte redação: 
 
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho 
de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça 
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário 
igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime 
Geral de Previdência Social. 
 
As alterações mais profundas, contudo, estão inseridas no art. 791-A: 
 
“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários 
de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% 
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito 
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da 
causa. 
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas 
ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. 
§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará: 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
 
§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência 
recíproca, vedada a compensação entre os honorários. 
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, 
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações 
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e 
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em 
julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a 
situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, 
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. 
§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.” 
 
Diante do exposto, nota-se que todas as assertiva da questão estão previstas na CLT, 
razão pela qual todas são verdadeiras.

Outros materiais