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Elementos e circunstâncias do crime

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ELEMENTOS E CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME
Por elementos do crime, os dados constitutivos específicos da figura típica, que se bipartem em elementares e circunstâncias:
Elementares: são os dados essenciais da figura típica, sem os quais não há crime, ou, cuja ausência provoca o surgimento de outro delito. Encontram-se no chamado “tipo fundamental” (o caput da norma penal incriminadora). Ex: são elementares do crime de homicídio “matar” + “alguém”. 
Circunstâncias: São dados acessórios da figura típica que, agregados ao tipo fundamental, influem na quantidade da pena, aumentando a ou atenuando-a. Ex: o fato de a vítima ser menor de 14 anos ou maior de 60 constitui circunstância do homicídio, pois aumenta a pena do crime em um terço.
OBS: Pode haver crime sem os acessórios, mas não sem os essenciais.
Tais elementos, essenciais, acessórios, podem ter natureza objetiva, subjetiva ou normativa:
a) Elementos objetivos: dados de natureza concreta, perceptíveis sensorialmente. Ex: Os verbos dos tipos (“matar”, “subtrair”); referência do lugar (“lugar aberto ao público”), momento do crime (“durante o parto ou logo após”), modo e meio de execução (“mediante grave ameaça ou violência à pessoa”), objeto material do delito (“alguém”).
b) Elementos subjetivos: dados de natureza anímica ou psíquica. Referem-se à intenção do agente. Não são perceptíveis concretamente, é a intenção, intuito. Ex: “para si ou para outrem” (furto, CP, art. 155);
c) Elementos normativos: Não são aferíveis nem no concreto nem na psique do autor. Abrangem todas as expressões contidas no tipo penal que requerem um juízo de valor, o qual pode ter caráter jurídico, como nas expressões “documento” (CP, art. 297) ou “funcionário público” (CP, art. 327), ou extrajurídico (moral, político, religioso, ético).
As circunstâncias, ademais, classificam-se em judiciais ou legais: 
a) Judiciais: encontram-se previstas no art. 59 CP (culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do agente, circunstâncias, consequências e motivos do crime e comportamento da vítima); 
b) Legais: podem ser genéricas, quando previstas na Parte Geral do CP (agravantes, atenuantes, causas de aumento e diminuição da pena), ou específicas, se estiverem na Parte Especial do Código (qualificadoras e causas especiais de aumento e redução).
Comunicabilidade das elementares e circunstâncias no concurso de agentes:
· São incomunicáveis as condições de caráter pessoal (aquelas que se referem ao autor do fato; (ex: um dos concorrentes do crime ser reincidente não prejudica os demais comparsas que forem primários).
· Todas as Elementares (objetivas, normativas ou subjetivas) do crime se comunicam.
OBS: As Circunstâncias se comunicam quando forem objetivas (ex: matar, fogo, faca); se todas as circunstâncias forem conhecidas pelos demais concorrentes, pois, ex: Se subjetivas, serão incomunicáveis. (Exemplo: o motivo egoístico).
SUJEITO DO CRIME
Sujeito ativo: É a pessoa que pratica a infração, que a comete (seu autor, coautor ou partícipe). Menores de 18 anos que cometem delitos praticam atos infracionais, sujeitando-se às medidas socioeducativas.
Capacidade especial do sujeito ativo (crimes próprios e de mão própria):
Crime comum: De regra, as infrações penais podem ser praticadas por quaisquer pessoas.
Crimes próprios: Há Casos, em que se exige do sujeito ativo uma capacidade especial, uma condição específica, sem a qual não há o delito (ex: infanticídio, art. 123 CP, cometido somente pela mãe); essa qualidade especial do sujeito ativo funciona como elementar do crime.
Obs: Os crimes próprios não se confundem com os de mão própria (também chamados de crimes de atuação pessoal ou de conduta infungível).
Estes correspondem aos que somente podem ser praticados por pessoas que ostentem a condição exigida em lei; ademais, só admitem a figura da participação (nunca a coautoria). Os crimes próprios, por sua vez, permitem ambas as formas de concurso de pessoas.
Crime de mão própria, é o crime cuja qualidade exigida do sujeito é tão específica que não se admite co-autoria. Descritos em figuras típicas necessariamente formuladas de tal forma que só pode ser autor quem esteja em situação de realizar pessoalmente e de forma direta o fato punível. 
Exemplo: CP, art. 342 - falso testemunho. STF: entende-se que apesar do crime de falso testemunho ser de mão própria, pode haver a participação do advogado no seu cometimento.
Crime bipróprio: Quando a lei exigir qualidade especial tanto do sujeito ativo quanto do sujeito passivo. Ex: Crime de maus-tratos, art. 136 CP; o agente deve ser uma pessoa legalmente qualificada como detentora de autoridade, guarda ou vigilância sobre o sujeito passivo. Ex2: Infanticídio, sujeito ativo - mãe, sujeito passivo - filho. Só poderá ser a pessoa que, segundo a lei, figurar na condição de indivíduo sujeito à autoridade, do autor do fato.
Responsabilidade penal da pessoa jurídica: Serão baseadas nas ações ou omissões criminosas praticadas pelos dirigentes do ente fictício, servindo como requisito necessário, ou seja, para imputar o crime a pessoa jurídica, é preciso ser identificado à conduta humana que o materializou, o dirigente, proprietário que realiza a conduta.
 ↘ Essa é a teoria da dupla imputação, punição da jurídica e física. Dá-se, então, um concurso necessário de agentes, a denúncia deve descrever a conduta da pessoa jurídica e da pessoa física (ainda que não tenha sido identificada).
Sujeito passivo: Titular do bem jurídico protegido pela norma penal. Obs: Cadáver ou animal são coisas, não são sujeitos passivos.
Ex: Matar *alguém* - o bem é a vida, o titular é o sujeito passivo (e também objeto do crime).
- Divide-se em sujeito passivo constante ou formal e sujeito passivo eventual ou material. A simples prática de algum crime, independentemente de suas consequências, gera um dano ao Estado, seu sujeito passivo constante. A vítima da infração, o titular do bem jurídico, considera-se sujeito passivo eventual ou material. > Podem ser sujeitos passivos eventuais de crimes: o ser humano, desde a concepção, a pessoa jurídica, o Estado, a coletividade e até entes sem personalidade jurídica. Entes sem personalidade jurídica – a coletividade é sempre a vítima.
Obs: Não se pode confundir o sujeito passivo com o prejudicado pelo crime (ou lesado); este é toda pessoa que sofre prejuízo de natureza cível com a prática da infração. Ex: Na falsificação de moedas, o sujeito passivo é a coletividade, o prejudicado é o indivíduo que recebeu a moeda falsa.
· Pode uma pessoa ser, a um só tempo, sujeito ativo e passivo de um mesmo crime?
 – De regra não, por causa do princípio da alteridade. Exceção no art. 137 do CP (rixa), em que, mesmo sendo autor das lesões que produz é vítima daquelas que sofre, há um só crime; é passivo e ativo.
OBJETO DO CRIME: 
Pode ser material ou jurídico. 
Objeto material é a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta. O objeto material do homicídio é a vítima; do furto, a coisa subtraída; O objeto material pode coincidir com o sujeito passivo da infração, ex. como é o homicídio. 
Objeto jurídico é o bem jurídico tutelado pela norma penal incriminadora. Assim, nos exemplos acima, os objetos jurídicos seriam, respectivamente: a vida humana, o patrimônio.
LEI PENAL E NORMA PENAL:
A lei corresponde ao enunciado legislativo (preceito escrito, explícito) , e a norma refere-se ao comando normativo implícito na lei.
Ex: art. 121 do CP, a lei penal é “Matar alguém. Pena — reclusão, de seis a vinte anos”. A norma penal, por outro lado, é “não matarás”.
Características da lei penal:
a) Imperatividade: impõe-se a todos, independentemente de sua vontade ou concordância; 
b) Exclusividade: lei de sentido estrito, somente a ela cabe a tarefa de definir infrações penais;
c) Generalidade: incide sobre todos, generalizadamente;
d) Impessoalidade: projeta-se a fatos futuros, sem indicar a punição a pessoas determinadas, abstrato.A lei penal pode se apresentar de forma incompleta:
- Lei penal em branco: Lei cujo preceito primário é incompleto, embora o preceito secundário seja determinado, tal lei tem de ser completada por outra.
-Lei penal incompleta: Lei determinada no preceito (primário) e indeterminada na sanção (secundário). A descrição da conduta encontra-se no preceito primário, mas a sanção não consta da lei, que faz remissão a outra (ex.: Lei n. 2.889/56, crime de genocídio).
Espécies de norma penal:
São duas: a norma penal incriminadora e a não incriminadora.
N.P Incriminadora: Compreende todos os dispositivos penais que descrevem condutas e lhes impõe pena. Compõe-se do preceito primário — descrição da ação ou omissão proibida — e da sanção (preceito secundário) — quantidade e qualidade da pena aplicável. Seu comando normativo pode ser proibitivo ou mandamental. 
Norma proibitiva, a ação prevista em lei é proibida, sob ameaça de pena. Nos crimes omissivos, a lei penal descreve uma omissão, espera de todos um comportamento ativo; trata-se de uma norma mandamental (a lei penal manda agir, sob pena de, omitindo-se, receber uma pena).
N.P não incriminadora subdivide-se em explicativa (complementar), quando fornece parâmetros para a aplicação de outras normas (ex.: o conceito de funcionário público para fins penais, art. 327CP), e permissiva, quando aumenta o âmbito de licitude da conduta (restringe o direito de punir do Estado) (ex.: o art. 25 CP, que define a legítima defesa).
N.P↗ N. incriminadora ↗ Primário: Fazer/não fazer (conduta)
 ↘ ↘ Secundário - Pena
N. não incriminadora → Explicativa (ex: 327 cp)
 ↘ Permissiva (ex:181 cp) 
 
RESULTADO DO CRIME
Teorias sobre resultado de fins penais:
-Naturalístico (ou material): Modificação no mundo exterior provocada pela conduta.
-Jurídico (ou normativo): Lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal.
Obs: Há crime sem resultado? De acordo com a teoria naturalística, isso ocorre nos crimes de mera conduta. Para a teoria jurídica, não há crime sem resultado jurídico, se a ação ou omissão não provocou uma lesão ou ameaça de lesão a algum bem jurídico penalmente tutelado, não houve crime.

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