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Petição constitucional seção I

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Excelentíssimo (a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de 1º grau da Justiça Estadual de Pernambuco
 
 
Luiz Augusto, brasileiro, solteiro, comerciante, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico luizaugusto@hotmail.com, residente e domicilia na Av. Ferreira Viana, nº 555, no município de São Caetano, no estado de Pernambuco, vem através de sua procuradora infra-assinada, com endereço profissional à Rua, Domingos de Almeida, nº 444, vem perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 5º, LXXIII, da CF/88, juntamente com a Lei nº 4.717/65, impetrar: 
AÇÃO POPULAR
Em face do Município de São Caetano - PE, ente civil de direito público, representado por Jacinto Jacaré, brasileiro, casado, Prefeito Municipal, devidamente inscrito no CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, podendo ser localizado na sede da prefeitura de São Caetano, localizada na Praça d’Armas, nº 1231 pelos motivos e razões de direito expostos a seguir.
Elementos subjetivos:
Luiz Augusto é cidadão brasileiro com pleno gozo do direito de voto, conforme documento anexo I (título de eleitor) e anexo II (certidão de quitação de obrigação eleitoral) em verificação ao artigo 1º, §3º, da lei nº 4.717/1965.
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.
Possui legitimidade ativa para a presente ação o Senhor Luiz Augusto conforme a juntada da cópia do seu título de eleitor nos autos do processo. E legitimidade passiva, de acordo com o Art. 6º da Lei nº 4.717/65, a ação recai sobre o Prefeito Jacinto Jacaré, o Município de São Caetano- PE e a Associação dos Comerciantes de São Caetano – PE.
I - Dos fatos
Por meio de decreto (Decreto Municipal nº 01/2019), o Prefeito Jacinto Jacaré transferiu a cobrança do serviço de estacionamento em locais públicos, denominado “Zona Azul”, para uma associação de comerciantes locais (ACSC-PE).
Essa transferência ocorreu sem que houvesse a devida licitação, modalidade que é exigida aos entes públicos para realizar qualquer concessão de serviços públicos que a lei determina.
Cabe salientar o fato de que o presidente da associação de comerciantes locais (ACSC-PE), Sr. Sombra, é amigo pessoal do Prefeito Jacinto Jacaré e principal colaborador de sua campanha eleitoral, o que pode ser comprovado com fotos (anexo III).
II- Fundamentos Jurídicos 
A licitação é um elemento obrigatório, salvo algumas hipóteses previstas em lei, para que o poder público em parceria com entes privados possa executar obras, serviços, compras e alienações com a finalidade melhor atender ao interesse público. O princípio da obrigatoriedade de licitação, previsto no art. 37, XXI, da Constituição Federal, o qual prevê a obrigatoriedade do procedimento licitatório para a contratação de prestação de serviço pela Administração Pública não foi observado no caso em questão. Cabe ressaltar que não configura hipótese de dispensa de licitação.
O fato de não ter sido realizada para que viabilizasse a mudança da cobrança do serviço de estacionamento em locais públicos, para a Associação dos Comerciantes de Pernambuco violou princípios constitucionais, dentre eles o da moralidade e o da impessoalidade, pois os atos da Administração Pública, devem ser regulados pela impessoalidade e moralidade, conforme o caput do art. 37 da Constituição/88, em razão de que sempre deve haver a supremacia do interesse público sobre o particular, devendo ser vedada a ação que pretende beneficiar relações particulares em desfavor do bem comum.
III - Dos pedidos
 Ante o exposto, requer que Vossa Excelência determine: 
· Citação dos réus;
· Declaração de nulidade do Decreto Municipal nº 01/2019 e devolução dos valores aos cofres públicos;
· Que seja julgada procedente a ação popular para que os réus sejam responsabilizados ao pagamento de perdas e danos e que seja decretada a invalidade do ato impugnado, conforme art.11 da Lei 4.717/65.
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
· Intimação do Ministério Público, para que atue como fiscal da lei;
O autor pretende provar o alegado por todos os meios de provas admitidos. 
Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00.
O autor da ação popular, salvo o de má fé, é isento das custas judiciais e ônus da sucumbência, nos termos do art. 5º, LXXIII, da Constituição Federal
Pede deferimento. 
São Caetano, 05 de abril de 2020. 
Advogada Juliana Molardi
OAB/RS 00.111
Assinado digitalmente.

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