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2 contestação

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Peça Prática Trabalho 2: Contestação
AO DOUTO JUIZO DA 10 VARA DO TRABALHO DE RECIFE. 
 
Processo n° 9876
 
PADARIA BISCOITO FINO LDTA. , qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 847 da CLT, OFERECER/APRESENTAR: 
CONTESTAÇÃO
à Reclamatória Trabalhista que lhe move MARIA DA PAZ CELESTIAL, já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
I – PRELIMINAR 
Não há preliminar a ser arguida.
II – PREJUDICIAL DE MÉRITO 
II. A) Prescrição Quinquenal
Deve-se constatar que a reclamatória foi apresentada em 15/05/2019. Portanto, só se pode reclamar os últimos 5 anos. Isso com base no art. 7º, XXIX, CF/88 e Súmula 308, TST. No caso, em questão, a reclamante foi contratada em 01/06/2019 e dispensada em 01/04/2019. Com a incidência da prescrição quinquenal, deve-se contar o prazo dos pedidos a partir de 15/05/2014.Vale ressaltar que a prescrição quinquenal reflete nos pedidos de: c)horas extraordinárias pelo excesso de jornada, com os correspondentes reflexos; d) adicional de insalubridade, com correspondentes reflexos Já que os outros pedidos não incidem prescrição quinquenal.
 
III – MÉRITO 
III. A) INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL
A reclamante postulou que sua antiga chefe (Joseane Malévola) era pessoa meticulosa e sistemática, que lhe advertiu verbalmente frente dos demais colegas, por não estar utilizando o uniforme da empresa, em desacordo com a norma interna empresarial, conhecida por todos. Que efetivamente não estava utilizando o uniforme, mas que entende que a chefe não poderia agir publicamente dessa forma. Não assiste razão a reclamante, pois de acordo com o art.456-A, da CLT cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta do ambiente laboral. Isso faz parte do poder diretivo do empregador (art.2º,CLT) de definir uniforme. Em relação a advertência, essa faz parte do poder disciplinar do empregador. A chefe fez a advertência de boa-fé, com intuito pedagógico. Ou seja, para corrigir a conduta errada (não uso do uniforme) pela reclamante. A própria reclamante afirma que é norma interna da empresa conhecida por todos e que não estava utilizando o uniforme. Logo, praticou uma conduta que viola a norma interna da empresa. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de indenização por dano moral da reclamante.
III. B) O PAGAMENTO DE TICKET REFEIÇÃO E VALE TRANSPORTE
A reclamante postulou que no mês de Novembro de 2017 afastou-se da empresa por 30 dias em razão de doença, oportunidade na qual recebeu benefício do INSS (auxílio-doença previdenciário). Contudo, nesse período não recebeu ticket refeição nem vale transporte, o que considera irregular. Não assiste razão a reclamante, pois de acordo com o art. 476, CLT no seguro-doença o empregado é considerado em licença não remunerada, durante o prazo desse benefício. Ou seja, para o ticket alimentação não há previsão legal. Portanto, é mera liberalidade do empregador. Em relação ao vale-transporte, de acordo com o art. 1º da Lei nº7418/85 e art.2º do decreto nº 95.247/87 refere-se ao deslocamento residência-trabalho e vice-versa. Portanto, se a reclamante está afastada por auxílio doença não tem necessidade de receber o vale-transporte. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de pagamento de ticket refeição e vale transporte. Pois, o primeiro fica a critério do empregador se mantém ou não com o afastamento do empregado. Já o segundo não tem nexo a reclamante receber, visto que não poderia utiliza-lo para se deslocar ao trabalho, já que está afastada por doença.
III. C) HORAS EXTRAORDINÁRIAS PELO EXCESSO DE JORNADA, COM OS CORRESPONDENTES REFLEXOS
A reclamante postulou que laborava das 8h30 às 18h, de segunda à sexta-feira, com intervalo de 1h30 minutos, sendo que frequentemente excedia sua jornada em 5 minutos, não recebido nada a mais por isso. Não assiste razão a reclamante, pois sua jornada de trabalho é de 8 horas diárias. E esses 5 minutos excedidos não incidem em jornada extraordinárias. De acordo com o art. 58, §1º, CLT: “não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinárias as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.”. Esse artigo é reforçado com a Súmula 449 do TST. Além disso, a reclamada entregou o controle de horários com variações não excedentes aos 5 minutos do horário de entrada e de saída. Diante do exposto requer a improcedência do pedido da reclamante dos 5 minutos excedidos na jornada de trabalho. Os quais não são horas extraordinárias, e portanto não se pode ter acesso a elas muito menos aos correspondentes reflexos. Ainda que houvesse essa possibilidade não se pode ignorar a prescrição quinquenal, exposta acima.
 
IIII. D) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE COM OS CORRESPONDENTES REFLEXOS
A reclamante postulou que foi contratada para laborar exercendo a função de auxiliar de padeira e que pede adicional de insalubridade com correspondentes reflexos. Não assiste razão a reclamante, pois o adicional de insalubridade não se aplica a função de auxiliar de padeira. Compreende-se como insalubridade atividades ou operações que expõem os empregados a agentes químicos, físicos ou biológicos nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância (art. 189 CLT) e ainda essas atividades/operações precisam ser definidas em quadro aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (art. 190 CLT). Diante do exposto, requer a improcedência do pedido da reclamante. Devido não ter nexo causal entre a função da reclamante e a insalubridade (não há exposição a agentes nocivos a saúde). Com base na NR15 e súmula 448, I, TST a reclamante não apresentou constatação de insalubridade (laudo pericial e registro no Ministério do Trabalho e Emprego).
V – REQUERIMENTOS FINAIS 
Por fim, requer o acolhimento da prejudicial de mérito para a prescrição quinquenal e, sucessivamente, no mérito, a improcedência de todos os pedidos formulados pelo autor, condenando-o no pagamento de custas processuais. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB nº

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