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Processo nº: 0011774-34.2017.5.15.0084 - RITO SUMARÍSSIMO (está regulado no art. 
852-A da CLT). 
RECLAMANTE: E. D. S. 
RECLAMADAS: M. T. R. LTDA - ME e V. V. P. M. E. - EPP representada por F. R. B. P. M. 
(MASTEX TRANSPORTES RAPIDOS LTDA - ME e VALPEMEC VALE PECAS MECANICA 
EIRELI - EPP representada por FABIOLA ROSA BONI PESSOLATO MIOTO) 
 
1. DO RESUMO DA INICIAL: 
 
a. O reclamante alega que laborou para a reclamada entre os dias 24/03/2016 e 06/09/2016, 
exercendo a função de motoboy, tendo média remuneratória mensal de R$ 1.404,72 (mil 
quatrocentos e quatro reais e setenta e dois centavos), cumpria escala de 6x1, de 
segunda-feira à sexta-feira, das 09h às 18h. Esclareceu ainda que fora contratado pela 
primeira reclamada para laborar para a segunda reclamada durante o período contratual. 
b. Postulou: 1. Diferença salarial e de 13º não pagas 2. Multa pela retenção da CTPS 3. 
Depósitos de FGTS não efetuados durante todo o período 4. Pagamento de 02 vales 
transporte por dia durante todo o período contratual 5. Recebimento de 04 horas extras 
excedentes a 44 horas semanais, bem como de 03 horas semanais como extraordinárias no 
decorrer de todo o período contratual, todas na base de 50% (cinquenta por cento) sobre o 
valor da hora normal. 
c. Por fim, postulou a concessão da assistência judiciária gratuita com base na Lei n.º 
1.060/50, e deu o valor da causa de R$ 5.228,68 (cinco mil duzentos e vinte e oito reais e 
sessenta e oito centavos). 
 
DAS JURISPRUDENCIAS PARA A INICIAL: 
 
DIREITO DO TRABALHO. VALE TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA. A Lei 
7.418/85 impõe ao empregador o custeio de parte da tarifa do empregado. 
Compete ao empregador o ônus de comprovar que disponibilizou o benefício 
ao trabalhador e que este optou por dispensá-lo. 
(TRT - 1 - RO: 00119090320145010032 RJ, Relator: DALVA AMELIA DE 
OLIVEIRA MUNOZ CORREIA, Data de Julgamento: 13/09/2019, Oitava 
Turma, Data de Publicação: 23/09/2016) 
 
DA DOUTRINA PARA A INICIAL: 
 
De acordo com Luciano Martinez, trata-se de um benefício que o 
empregador (pessoa física ou jurídica) antecipa ao empregado para 
deslocamento "residência-trabalho" e vice-versa. Tal vantagem fora instituída 
pela Lei 7.418 de 1985, destacando-se em seu art. 1º que o deslocamento 
deve ser feito por meio do sistema de transporte coletivo público (urbano, 
intermunicipal e/ou interestadual). 
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 7. ed. São Paulo: 
Saraiva; 2016. 
 
2. DO RESUMO DAS CONTESTAÇÕES: 
 
2ª RECLAMADA 
 
A contestação se inicia com um breve resumo do relatado e pedido na inicial. Requereu 
aplicação em seu favor das compensações de direito (artigo 767/CLT, Súmulas 18, 48, 85 do 
C. TST), caso seja deferida qualquer verba pleiteada na exordial. 
Alegou ser parte manifestamente ilegítima para figurar no pólo passivo da demanda, porque 
a prestação de serviços do reclamante não ocorreu de forma exclusiva, sendo sua prestação 
de serviço de forma descontinua. 
Alegou ainda a inépcia da inicial, com o argumento de que os pedidos formulados foram 
genéricos e que a inicial não narra os fatos com clareza, bem como, falta de causa de pedir 
"formulou pedidos em sua inicial, incompatíveis entre si, sendo totalmente desprovidos de 
qualquer fundamentação fática ou jurídica". 
Alegou que não há como se condenar a 2ª reclamada a arcar com o pagamento de verbas 
rescisórias e os direitos postulados na exordial, haja vista que na época de seu desligamento 
da 1ª reclamada, sequer prestava serviços a 2ª reclamada, e sequer prestou serviços de 
forma continua no período descrito na prefacial. 
Argumentou que não há responsabilidade subsidiária entre as reclamadas com base na 
Súmula 331, do C. TST, que não prevê a aplicação indiscriminada do instituto da 
responsabilidade subsidiária, mas tão somente nos casos de terceirização fraudulenta da 
atividade-fim, o que também não se verifica in casu. 
A Reclamada impugnou por completo a pretensão e valores constantes da exordial, 
alegando que desprovidos de qualquer amparo fático ou legal, e por serem irreais como os 
pedidos, os quais foram impugnados, requerendo, portanto, a reclamatória totalmente 
improcedente. 
Ao fim a reclamada impugnou todos os argumentos, documentos e pedidos do Reclamante. 
 
DAS JURISPRUDENCIAS PARA A CONTESTAÇÃO: 
 
INÉPCIA DA INICIAL – AUSÊNCIA DE PEDIDO EXPRESSO DE 
RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO OU DE ANOTAÇÃO 
NA CTPS – FORMULAÇÃO DE PRETENSÕES DECORRENTES DA 
RELAÇÃO DE TRABALHO – A inicial elenca inúmeras pretensões 
decorrentes do vínculo de emprego, mas não o postula. Não se pode pleitear 
título acessório quando não perseguido o principal. Como condenar a 
reclamada a efetuar pagamento de verbas oriundas de uma relação de 
trabalho não postulada. Recurso provido para decretar a inépcia da exordial. 
(TRT 15a R. – Proc. 14704/99 – (3400/01) – 5a T – Rela Juíza Helena Rosa 
Mônaco da Silva Lins Coelho – DOESP 15.01.2001 – p. 60). 
 
HORAS EXTRAS - ÔNUS DA PROVA - ART. 818 DA CLT - DANO MORAL - 
CAUSA DE PEDIR - FATO INTRINSECAMENTE INCAPAZ DE PRODUZIR 
A DOR PSÍQUICA APTA A ENSEJAR O PLEITO REPARATÓRIO - 3. 
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - NÃO CARACTERIZAÇÃO - 4. 
RECURSO NÃO PROVIDO. (...) 3. Não há que se falar em responsabilidade 
subsidiária do Banco Bradesco S/A, tendo em vista que não restou 
demonstrado nos autos ser a empregadora da Reclamante empresa 
inidônea, incapaz de solver a dívida insculpida no condeno. Além do mais, 
não há prova nos autos de que o banco reclamado tenha se beneficiado 
diretamente do labor da Reclamante. 4. Recurso conhecido, porém 
desprovido. 
(TRT 21ª R. - RO 00878-2001-001-21-00-6 - (43.430) - Rel. Des. Carlos 
Newton Pinto - DJRN 23.01.2003). 
 
DA DOUTRINA PARA A CONTESTAÇÃO: 
 
"A petição inicial é a materialização do ato (no sentido de manifestação de 
vontade) de se exercitar o direito de ação e é, ao mesmo tempo, ato 
introdutório do processo. Apresentada a um juiz ou simplesmente distribuída 
em um órgão jurisdicional, por quem tenha capacidade de ser parte, 
considera-se proposta a ação e instaurado o processo. A petição inicial, 
materialização do direito de ação, é, assim, um dos pressupostos 
processuais ou requisito extrínseco do processo." 
SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. Petição Inicial. São Paulo: LTr. 1996 p.83 
 
DO RESUMO DA SENTENÇA: 
 
O processo foi extinto sem resolução do mérito diante da ausência injustificada do 
Reclamante na Audiência UNA determinada. 
 
DOS PRAZOS PROCESSUAIS: 
 
Após protocolada a inicial foi agendada a primeira audiência una para o dia 13/06/2017, 
sendo que as contestações deveriam serem juntadas até a data da audiência. Na audiência 
supracitada a primeira reclamada foi revel e a audiência foi redesignada para 29/08/2017. 
Por duas vezes foi dado prazo de 05 dias para o Reclamante regularizar o endereço das 
reclamadas: 
20/03/2017 findo em 28/03/2017 e 28/03/2017 findo em 05/04/2017. 
PARECER SOBRE O PROCESSO Nº 0011929-71.2016.5.15.0084 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA SOB O RITO SUMARÍSSIMO 
RECLAMANTE: EDMILSON DIEGO DA SILVA 
RECLAMADAS: MASTEX TRANSPORTES RAPIDOS LTDA – ME; 
VALPEMEC VALE PECAS MECANICA EIRELI – EPP. 
 
1 RELATÓRIO 
 
 O presente trata-se de parecer referente a reclamação trabalhista ajuizada pelo 
reclamante Edmilson Diego da Silva, em face das reclamadas Mastex Transportes Rápidos 
LTDA – ME; Valpemec Vale Pecas Mecanica Eireli – EPP. 
O reclamante foi contratado pela primeira reclamada, em 24/03/2016, para exercer 
a função de motoboy, cumprindo a escala 6x1, das 09h às 18h. Percebendo a remuneração 
mensal média no valor de R$ 1.404,72 (um mil quatrocentos e quatro reais e setenta e dois 
centavos). 
Por se tratar, a primeira reclamada, de uma empresa terceirizada, o reclamante foi 
contratado para prestar serviço para a segunda reclamada. Tendo sido dispensado em 
06/09/2016, sem justa causa. 
Com o ingresso da demandao reclamante pleiteava, dentre outros, que a primeira 
reclamada procedesse a baixa, atualização e devolução de sua CTPS, bem como a 
condenação ao pagamento da multa prevista no artigo 53 da CLT; pagamento da diferença 
das verbas rescisórias e saldo de salário; pagamento de horas extras; recolhimento do 
FGTS e pagamento do vale transporte referente ao período contratual. Deu-se a causa o 
valor de R$ 5.228,68 (cinco mil duzentos e vinte e oito reais e sessenta e oito centavos). 
Fora realizada audiência, estando ausente a empregadora, ora primeira reclamada, 
mesmo tendo sido devidamente citada e intimada, no mais, compareceu a segunda 
reclamada e seu patrono, todavia o reclamante não compareceu, em virtude disso, o feito 
foi extinto sem resolução do mérito. 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO 
 
 Trata-se de ação trabalhista processada sob o rito sumaríssimo. Conforme relatório 
acima, o reclamante foi contrato pela primeira reclamada, na data de 24/03/2016, para 
prestar serviços à segunda reclamada, tendo sido dispensado imotivadamente em 
06/09/2016. 
 O reclamante teve sua CTPS retida e não recebeu corretamente suas verbas 
trabalhistas, estando estas questões entre os pleitos do mesmo. 
 Dentre os pedidos do reclamante, encontra-se a condenação da segunda reclamada, 
como responsável subsidiaria e solidaria, porquanto era tomadora do serviço terceirizado 
oferecido pela primeira reclamada. A segunda reclamada arguiu, em sua contestação, a 
ilegitimidade passiva, todavia, tal arguição foi rejeitada, sobre a matéria manifestou-se o 
Tribunal Superior do Trabalho (TST): 
 
Na aferição da legitimidade passiva deve-se tomar por base o direito abstratamente 
invocado e a pertinência subjetiva entre o pedido e as partes chamadas em juízo, 
analisada conforme a Teoria da Asserção. Significa, por conseguinte, que deve ser 
feita a partir da narrativa do autor contida na petição inicial. Assim, a simples 
afirmação no sentido de que os réus são responsáveis pelos direitos postulados 
pela parte autora, referentes às diferenças de verbas trabalhistas, autoriza a 
manutenção do Banco réu no polo passivo da relação processual. Dessa forma, 
concluo que o réu tem legitimidade para compor o polo passivo da reclamação. 
(TST. Ag-AIRR n. 92-88.2011.5.15.0053. Julgamento em 09/09/2020). 
 
 Quando ao instituto da terceirização e a responsabilidade subsidiária das tomadoras 
de serviço, Ricardo Resende leciona: 
 
Em um primeiro momento, todos acreditavam que o instituto da terceirização não 
traria maiores prejuízos ao trabalhador, visto que seus direitos estariam igualmente 
garantidos pela relação de emprego mantida com o terceiro (prestador de serviços). 
Não obstante, a prática trabalhista demonstrou que não era bem assim. Ocorre que 
os empregadores, a fim de se livrar do chamado passivo trabalhista, passaram a 
contratar terceiros sem nenhuma idoneidade econômico-financeira, verdadeiros 
“laranjas” ou “testas de ferro”, a fim de que a responsabilidade pelos créditos 
trabalhistas recaísse sobre estas empresas de fachada. Na Justiça do Trabalho o 
empregado conheceu amargamente, durante muito tempo, a famosa expressão 
“ganha, mas não leva”, pois, no mais das vezes, o empregador aparente não tinha 
nenhuma capacidade de solver os créditos trabalhistas de seus empregados. 
Diante disso, a Justiça do Trabalho, e mais especificamente o TST, levou adiante a 
construção de um modelo de responsabilização do tomador dos serviços, o qual 
passou a atuar como garantidor (responsável subsidiário, tecnicamente falando) dos 
créditos dos empregados de seus prestadores de serviço. (RESENDE, 2020, p. 
269). 
 
 Vê-se, portanto, que para evitar maiores prejuízos aos trabalhadores terceirizados, 
o TST, de forma inteligente e sensata, com a edição da súmula 331, a qual será diretamente 
citada mais adiante, determinou a responsabilidade subsidiária das tomadoras de serviços 
terceirizados. Vejamos o que dispõe o inciso IV, da súmula 331 do TST: 
 
Súm. 331. Contrato de prestação de serviços. Legalidade – Res. 
174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. 
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, 
implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas 
obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do 
título executivo judicial. 
 
Prosseguindo quanto aos pleitos do reclamante, o mesmo aduz que foi dispensado 
imotivadamente, todavia, não fora realizado o pagamento correto de suas verbas 
rescisórias, com efeito, são consideradas verbas rescisórias: saldo de salário; aviso prévio; 
férias vencidas, acrescidas de 1/3; férias proporcionais, acrescidas de 1/3; 13º salário 
proporcional; indenização de 40% dos depósitos do FGTS. A CLT, em seu artigo 477, 
parágrafo 6º, estipula o prazo para pagamento dessas verbas, vejamos: 
 
§ 6o A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da 
extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores 
constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados 
até dez dias contados a partir do término do contrato. 
 
 As verbas rescisórias devem ser pagas de forma correta e dentro do prazo estipulado 
por lei, além do pagamento correto das verbas rescisórias, a empregadora também deve 
proceder a entrega, ao empregado, de toda documentação pertinente, o que não foi feito 
pela reclamada. 
Além do mais, a primeira reclamada, deveria ter procedido a anotação da dispensa 
na CTPS do reclamante, o que não foi feito, e pior ainda, além de não proceder com as 
devidas anotações, ainda manteve a CTPS retida. 
Com a entrada em vigor da Lei n. 13.874/2019, a não anotação e devolução da CTPS 
dentro do prazo de 48h, não enseja mais multa, porquanto o artigo 53 da CLT fora revogado 
pela referida lei. Todavia, segundo entendimento do E. Tribunal Superior do Trabalho, o 
extravio da CTPS do empregado, por culpa do empregado, por si só, enseja indenização 
por dano moral, vejamos: 
 
RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/17. EXTRAVIO DA CTPS DO EMPREGADO. 
CULPA DO EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. DANO IN RE 
IPSA. TRANSCENDÊNCIA. A causa possui transcendência política, nos termos do 
art. 896-A, II, da CLT, uma vez que o eg. Tribunal Regional, ao concluir 
pelo indeferimento do pedido de indenização por dano moral em virtude do extravio 
da CTPS do autor, em reforma da sentença, consignou que esse fato não tem o 
condão de ensejar, per se , o dano moral, pois o prejuízo imaterial deve restar 
plenamente comprovado, decidindo em dissonância com a jurisprudência desta 
Corte Superior que entende que o extravio da CTPS do empregado, por culpa do 
empregador, por si só, configura ato ilícito passível de indenização por dano moral. 
No caso, restam convergentes os requisitos ensejadores à indenização por dano 
moral, nos termos dos artigos 5º, X, da CF e 186 e 927 do CC, sendo devida a 
compensação pecuniária pleiteada pelo reclamante. Recurso de revista conhecido 
e provido. (TST. RR n. 734-71.2014.5.20.0003). 
 
 Assim, no caso dos autos, não caberia mais a aplicação da referida multa prevista 
no revogado artigo 53 da CLT, mas, caberia indenização por dano moral. 
 Em relação ao vale transporte, o artigo 1º da Lei n. 7.418/1985, prevê o seguinte: 
 
Art. 1º Fica instituído o vale-transporte, (Vetado) que o empregador, pessoa física 
ou jurídica, antecipará ao empregado para utilização efetiva em despesas de 
deslocamento residência-trabalho e vice-versa, através do sistema de transporte 
coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com características 
semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão ou 
permissão de linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente, 
excluídos os serviços seletivos e os especiais. (Redação dada pela Lei nº 7.619, de 
30.9.1987) 
 
 Assim, a empresa reclamada deveria ter pago o vale transporte ao empregado,ora 
reclamante, por todo o período do contrato de trabalho, sendo, neste caso, devido o pedido 
de pagamento do referido benefício. Ainda, de acordo com a própria lei, o benefício de vale 
transporte não possui natureza salarial, dessa forma, não refletiria nas férias, nem FGTS. 
 Quando ao pedido de pagamento das horas extraordinárias, a exordial não foi clara, 
uma vez que no tópico do contrato de trabalho informa que o obreiro trabalhava em escala 
6x1, depois alega que o mesmo laborava de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, com 1h 
para refeição e descanso, ou seja, laborava 8h diárias, durante 5 dias da semana, dessa 
forma, laborava 40h semanais e não 48h, como informa a inicial, nesse ponto, não foi 
possível compreender o alegado, tampouco houve juntada de documentos hábeis a 
comprovar a jornada excedente. 
Por fim, o feito não teve resolução, uma vez que designada audiência, o reclamante 
não compareceu, nem apresentou qualquer motivação para o seu não comparecimento, 
ensejando a extinção do feito, sem resolução do mérito. 
 
É o parecer. 
 
Local, data. 
 
Advogado 
OAB/SP XXX 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/Mv326-87.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7619.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7619.htm
 
Processo nº: 0011682-75.2017.5.15.0013 - RITO ORDINÁRIO (está regulado entre o 
art. 763 e o art. 852 da CLT) 
RECLAMANTE: W. R. O. R. 
1ª RECLAMADA: M. T. R. LTDA; 
2ª RECLAMADA: R. D.S. L. S.A. 
3ª RECLAMADA: V. V. P. M. EIRELI – EPP 
 
 
1. DO RESUMO DA INICIAL: 
 
O reclamante dispensou o uso da comissão de conciliação prévia com base na Súmula 
nº 2, do E. TRT Paulista, e requereu a gratuidade da justiça. 
a. O reclamante alega que foi contratado pela primeira reclamada em 18/02/2014, para 
laborar nas instalações da segunda e da terceira reclamada sendo que foi demitido sem 
justa causa em 11/10/2016. Exercia a função de motofretista e percebia o valor de R$ R$ 
1.080,00 (mil e oitenta reais). Tinha jornada de trabalho das 09h às 18h de segunda a 
sexta-feira, e das 09h às 13h aos sábados tirando 1h de descanso. 
b. Requereu: 1. Decretação de responsabilidade solidária e subsidiária da segunda e 
terceira reclamada 2. Anotação e devolução da CTPS retida com a primeira reclamada 
3. Condenação da primeira reclamada ao pagamento de danos morais por retenção da 
CTPS 4. Condenação das reclamadas ao pagamento de todas as verbas rescisórias, 
tendo em vista que nenhuma foi paga após a rescisão 5. Devolução de valores 
desembolsados para compra de equipamento não fornecido pelas reclamadas 6. 
Condenação das reclamadas ao pagamento de todas as multas, adicionais e reflexos 
devidos, bem como dos recolhimentos previdenciários 7. Entrega dos PPP’S, das guias 
para saque do FGTS e para entrada de seguro desemprego 8. Honorários advocatícios 
em 15% 
c. Deu o valor da causa de R$ 36.523,06 (trinta e seis mil, quinhentos e vinte e três reais 
e seis centavos). 
 
DAS JURISPRUDENCIAS PARA A INICIAL: 
 
"JUSTIÇA GRATUITA. REFORMA TRABALHISTA. ART. 790, §§ 3º E 4º, DA 
CLT. INTERESSADO DESEMPREGADO OU QUE JUNTA DECLARAÇÃO DE 
POBREZA. PRESUNÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS. 
DEFERIMENTO. O litigante desempregado por ocasião do processo e também o 
que, juntando declaração de pobreza, esteja empregado, ainda que recebendo 
remuneração superior a 40% do limite de benefícios do Regime Geral de 
Previdência, fazem jus aos benefícios da justiça gratuita, por se estabelecer, em 
favor deles, presunção relativa de insuficiência de recursos, que somente poderá 
ser elidida pela produção de prova em sentido contrário. Inteligência dos arts. 212, 
IV, do Código Civil, 374, IV, do Código de Processo Civil, e 1º, da Lei nº 7.115, de 
29 de agosto de 1983." 
(TRT 15ªR, 3ª Turma, RO 0010215-70.2018.5.15.0031, Relator Desembargador 
Jorge Luiz Costa, Data de Publicação: 25/07/2018) 
 
RECURSO DE REVISTA. CTPS. RETENÇÃO. INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS. DANO "IN RE IPSA". A jurisprudência desta Corte tem se firmando no 
sentido de que a retenção da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS 
por tempo superior ao que a lei autoriza configura ato ilícito passível de 
indenização por danos morais. Recurso de revista conhecido e provido. 
(Brasília-DF, Tribunal Superior do Trabalho, Primeira Turma, Recurso de Revista 
RR 4484020135120007, j. 27.05.2015) 
 
DA DOUTRINA PARA A INICIAL: 
 
“O dano moral direto consiste na lesão a um interesse que visa à satisfação ou gozo de 
um bem jurídico, extrapatrimonial contido nos direitos da personalidade (como a vida, a 
integridade corporal, a liberdade, a honra, o decorro, a intimidade, os sentimentos 
afetivos, a própria imagem) ou nos atributos da pessoa (como o nome, a capacidade, o 
estado de família)”. (Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Saraiva). 
 
2. DO RESUMO DAS CONTESTAÇÕES: 
 
1ª RECLAMADA: Não apresentou contestação, não compareceu na audiência, 
considerada revel e confessa. 
2ª RECLAMADA: Alegou ilegitimidade passiva, pois a prestação de serviços não ocorreu 
mediante cessão de mão de obra, e o reclamante não trabalhava nas dependências da 
segunda reclamada, mas sim tinha suas atividades limitadas a retirada e entrega de 
documentos nos lugares designados pela contratante. Requereu por fim, extinção da 
reclamação em face da segunda reclamada com base nos argumentos acima. 
3ª RECLAMADA: Alegou ilegitimidade da parte, informando que diverso do alegado na 
exordial o reclamante de fato prestou serviço a 3ª reclamada, no entanto não de forma 
exclusiva, no período de 19/02/2014 a 15/09/2014, sendo que em referido período como 
ocorre com todos os terceirizados, poderia ser substituído por outro motoboy, e que desta 
forma não há o que se falar em responsabilidade subsidiaria e/ou solidaria, pois se trata 
de uma relação comercial contrato de prestação de serviços mantido com a 1ª reclamada 
real empregadora do obreiro, qual não atinge a atividade fim da 3ª reclamada. Alegou 
inépcia da inicial por pedidos mal formulados. Requereu por fim, extinção da reclamação 
em face da segunda reclamada com base nos argumentos acima. 
Ademais, no mérito a 2ª e 3ª reclamadas impugnaram por completo a pretensão e valores 
constantes da exordial, alegando que desprovidos de qualquer amparo fático ou legal, e 
por serem irreais como os pedidos, os quais foram impugnados, requerendo portanto a 
reclamatória totalmente improcedente. 
 
DAS JURISPRUDENCIAS PARA A CONTESTAÇÃO: 
 
INÉPCIA DA INICIAL – AUSÊNCIA DE PEDIDO EXPRESSO DE 
RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO OU DE ANOTAÇÃO NA 
CTPS – FORMULAÇÃO DE PRETENSÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE 
TRABALHO – A inicial elenca inúmeras pretensões decorrentes do vínculo de 
emprego, mas não o postula. Não se pode pleitear título acessório quando não 
perseguido o principal. Como condenar a reclamada a efetuar pagamento de 
verbas oriundas de uma relação de trabalho não postulada. Recurso provido para 
decretar a inépcia da exordial. 
(TRT 15a R. – Proc. 14704/99 – (3400/01) – 5a T – Rela Juíza Helena Rosa 
Mônaco da Silva Lins Coelho – DOESP 15.01.2001 – p. 60). 
 
SEGURO DESEMPREGO - A falta de entrega das guias de seguro desemprego 
não pode ser suprida pela sua conversão em pecúnia ou indenização, sob pena 
de contrariar o disposto no artigo quinto, inciso dois, da Constituição Federal, 
tendo em vista a ausência de amparo legal para obrigar o empregador a pagar a 
referida indenização. Revista parcialmente conhecida e provida. 
(TST - RR 235638/1995 - 2ª T. - Rel. Min. Ângelo Mário de Carvalho e Silva - DJU 
01.08.1997 - p. 34328) 
 
DA DOUTRINA PARA A CONTESTAÇÃO: 
 
"A petição inicial é a materialização do ato (no sentido de manifestação de 
vontade) de se exercitar o direito de ação e é, ao mesmo tempo, ato introdutório 
do processo. Apresentada a um juiz ou simplesmente distribuída em um órgão 
jurisdicional, por quem tenha capacidade de ser parte, considera-seproposta a 
ação e instaurado o processo. A petição inicial, materialização do direito de ação, 
é, assim, um dos pressupostos processuais ou requisito extrínseco do processo." 
(SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. Petição Inicial. São Paulo: LTr. 1996 p.83). 
 
DO RESUMO DA SENTENÇA: 
 
A ação foi julgada parcialmente procedente para condenar as reclamadas, a pagarem ao 
reclamante, as seguintes verbas dias de saldo de salário; aviso prévio indenizado; férias 
vencidas + 1/3, em dobro, FGTS + 40%; devidas multas requeridas; indenização por 
danos morais no montante de R$ 2.000,00; custas e honorários advocatícios. 
 
 
DOS PRAZOS PROCESSUAIS: 
 
 
Após protocolada a inicial foi agendada audiência una para o dia 22/11/2017, sendo que 
as contestações deveriam serem juntadas até a data da audiência. 
Na audiência supracitada foi dado prazo de 05 dias o Reclamante apresentar réplica 
(findo em 28/11/2017). 
A sentença foi prolatada em 23/01/2018, o prazo para apresentação de recurso ordinário 
era de 08 dias uteis (findo em 02/02/2018). 
 
PARECER SOBRE O PROCESSO Nº 0011682-75.2017.5.15.0013 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA SOB O RITO ORDINÁRIO 
RECLAMANTE: WESLEY RAFAEL DE OLIVEIRA REGINALDO 
RECLAMADAS: MASTEX TRANSPORTES RAPIDOS LTDA – ME; 
REDE D'OR SAO LUIZ S.A; 
VALPEMEC VALE PECAS MECANICA EIRELI – EPP. 
 
1 RELATÓRIO 
 
 O presente trata-se de parecer referente a reclamação trabalhista ajuizada pelo 
reclamante Wesley Rafael Oliveira Reginaldo, em face das reclamadas Mastex Transportes 
Rápidos LTDA – ME; Rede D'or Sao Luiz S.A; Valpemec Vale Pecas Mecanica Eireli – EPP. 
O reclamante foi contratado pela primeira reclamada, em 18/02/2014, para exercer 
a função de motofretista, laborava das 09h às 18h, de segunda a sexta-feira e das 09h às 
13h aos sábados, tendo intervalo de 1h, para refeição e descanso. Percebendo a 
remuneração no valor de R$ 1.080,00 (um mil e oitenta reais). 
Por se tratar, a primeira reclamada, de uma empresa terceirizada, o reclamante foi 
contratado para prestar serviço para a segunda reclamada de 18/02/2014 até 18/09/2014 
e para a terceira reclamada de 18/09/2014 até 11/10/2016. Tendo sido dispensado em 
11/10/2016, sem justa causa. 
Com o ingresso da demanda o reclamante pleiteava, dentre outros, que a primeira 
reclamada procedesse a baixa, atualização e devolução de sua CTPS, bem como a 
condenação ao pagamento da multa prevista no artigo 53 da CLT; pagamento de 
indenização por dano moral; pagamento das verbas rescisórias e saldo de salário; 
pagamento de férias vencidas; bem como a tutela antecipada, para soerguimento de FGTS 
e seguro desemprego. Deu-se a causa o valor de R$ 36.523,06 (trinta e seis mil quinhentos 
e vinte e três reais e seis centavos). 
Fora realizada audiência, estando ausente a empregadora, ora primeira reclamada, 
no mais, a conciliação restou infrutífera. Sendo concedida a tutela antecipada para 
soerguimento do FGTS e seguro desemprego. O reclamante foi interrogado. Não havendo 
mais provas a produzir, a instrução processual foi encerrada. Sobreveio sentença de parcial 
procedência dos pedidos, sem recursos conhecidos. 
 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO 
 
 Trata-se de ação trabalhista processada sob o rito ordinário. Conforme relatório 
acima, o reclamante foi contrato pela primeira reclamada, na data de 18/02/2014, para 
prestar serviços à segunda e terceira reclamadas, tendo sido dispensado imotivadamente 
em 11/10/2016. 
 O reclamante teve sua CTPS retida e não recebeu corretamente suas verbas 
trabalhistas, estando estas questões entre os pleitos do mesmo. 
 Dentre os pedidos do reclamante, encontra-se a condenação da segunda e terceira 
reclamadas, como responsáveis subsidiaria e solidariamente, porquanto eram tomadoras 
do serviço terceirizado oferecido pela primeira reclamada. As duas últimas reclamadas 
arguiram, em suas contestações, a ilegitimidade passiva, todavia, tal arguição foi rejeitada, 
sobre a matéria manifestou-se o Tribunal Superior do Trabalho (TST): 
 
Na aferição da legitimidade passiva deve-se tomar por base o direito abstratamente 
invocado e a pertinência subjetiva entre o pedido e as partes chamadas em juízo, 
analisada conforme a Teoria da Asserção. Significa, por conseguinte, que deve ser 
feita a partir da narrativa do autor contida na petição inicial. Assim, a simples 
afirmação no sentido de que os réus são responsáveis pelos direitos postulados 
pela parte autora, referentes às diferenças de verbas trabalhistas, autoriza a 
manutenção do Banco réu no polo passivo da relação processual. Dessa forma, 
concluo que o réu tem legitimidade para compor o polo passivo da reclamação. 
(TST. Ag-AIRR n. 92-88.2011.5.15.0053. Julgamento em 09/09/2020). 
 
 Prosseguindo quanto aos pleitos do reclamante, o mesmo aduz que foi dispensado 
imotivadamente, todavia, não fora realizado o pagamento de suas verbas rescisórias, com 
efeito, são consideradas verbas rescisórias: saldo de salários; aviso prévio; férias vencidas, 
acrescidas de 1/3; férias proporcionais, acrescidas de 1/3; 13º salário proporcional; 
indenização de 40% dos depósitos do FGTS. A CLT, em seu artigo 477, parágrafo 6º, 
estipula o prazo para pagamento dessas verbas, vejamos: 
 
§ 6o A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da 
extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores 
constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados 
até dez dias contados a partir do término do contrato. 
 
 Ainda em relação a este prazo, explica Ricardo Resende: 
 
Observe-se ainda, por oportuno, que o prazo de dez dias, contados do término do 
contrato, deverá ser observado não só para o pagamento das verbas rescisórias, 
como também para a entrega ao empregado de documentos que comprovem a 
comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes. Justifica-se a 
previsão legal pelo fato de que somente após tais comunicações o empregado pode 
solicitar, se for o caso, o saque do FGTS, bem como pode requerer o seguro-
desemprego. (RESENDE, 2020, p. 782). 
 
 Logo, findo o prazo estipulado pela CLT, a primeira reclamada deveria ter efetuado 
o pagamento das verbas rescisórias, bem como ter efetuado a entrega de toda 
documentação pertinente, o que não foi feito. 
 Ainda, devido ao não cumprimento do prazo legal, para pagamento das verbas 
rescisórias, correto a condenação da reclamada ao pagamento da multa prevista no 
parágrafo 8º, do artigo 477. 
 Não obstante, o não pagamento das verbas incontroversas em audiência, acarreta 
ainda a condenação da reclamada ao pagamento da multa prevista no artigo 467, da CLT: 
“Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das 
verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do 
comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de 
pagá-las acrescidas de cinquenta por cento”. 
 Por fim, a primeira reclamada, deveria ter procedido a anotação da dispensa na 
CTPS do reclamante, o que não foi feito, e pior ainda, além de não proceder com as devidas 
anotações, ainda manteve a CTPS retida, fazendo com que o obreiro fosse obrigado a 
solicitar uma segunda via do documento. 
 Segundo entendimento do E. Tribunal Superior do Trabalho, o extravio da CTPS do 
reclamante, por culpa do empregado, por si só, enseja indenização por dano moral, 
vejamos: 
 
RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/17. EXTRAVIO DA CTPS DO EMPREGADO. 
CULPA DO EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. DANO IN RE 
IPSA. TRANSCENDÊNCIA. A causa possui transcendência política, nos termos do 
art. 896-A, II, da CLT, uma vez que o eg. Tribunal Regional, ao concluir 
pelo indeferimento do pedido de indenização por dano moral em virtude do extravio 
da CTPS do autor, em reforma da sentença, consignou que esse fato não tem o 
condão de ensejar, per se , o dano moral, pois o prejuízo imaterial deve restar 
plenamente comprovado, decidindoem dissonância com a jurisprudência desta 
Corte Superior que entende que o extravio da CTPS do empregado, por culpa do 
empregador, por si só, configura ato ilícito passível de indenização por dano moral. 
No caso, restam convergentes os requisitos ensejadores à indenização por dano 
moral, nos termos dos artigos 5º, X, da CF e 186 e 927 do CC, sendo devida a 
compensação pecuniária pleiteada pelo reclamante. Recurso de revista conhecido 
e provido. (TST. RR n. 734-71.2014.5.20.0003). 
 
 Assim, totalmente acertada a sentença proferida, na qual a brilhante magistrada 
condenou a reclamada ao pagamento de indenização por dano moral ao reclamante, no 
valor de R$ 2.000,00. 
 Quando ao instituto da terceirização e a responsabilidade subsidiária das tomadoras 
de serviço, Ricardo Resende leciona: 
 
Em um primeiro momento, todos acreditavam que o instituto da terceirização não 
traria maiores prejuízos ao trabalhador, visto que seus direitos estariam igualmente 
garantidos pela relação de emprego mantida com o terceiro (prestador de serviços). 
Não obstante, a prática trabalhista demonstrou que não era bem assim. Ocorre que 
os empregadores, a fim de se livrar do chamado passivo trabalhista, passaram a 
contratar terceiros sem nenhuma idoneidade econômico-financeira, verdadeiros 
“laranjas” ou “testas de ferro”, a fim de que a responsabilidade pelos créditos 
trabalhistas recaísse sobre estas empresas de fachada. Na Justiça do Trabalho o 
empregado conheceu amargamente, durante muito tempo, a famosa expressão 
“ganha, mas não leva”, pois, no mais das vezes, o empregador aparente não tinha 
nenhuma capacidade de solver os créditos trabalhistas de seus empregados. 
Diante disso, a Justiça do Trabalho, e mais especificamente o TST, levou adiante a 
construção de um modelo de responsabilização do tomador dos serviços, o qual 
passou a atuar como garantidor (responsável subsidiário, tecnicamente falando) dos 
créditos dos empregados de seus prestadores de serviço. (RESENDE, 2020, p. 
269). 
 
 Vê-se, portanto, que para evitar maiores prejuízos aos trabalhadores terceirizados, 
o TST, de forma inteligente e sensata, com a edição da súmula 331, a qual será diretamente 
citada mais adiante, determinou a responsabilidade subsidiária das tomadoras de serviços 
terceirizados. Vejamos o que dispõe o inciso IV, da súmula 331 do TST: 
 
Súm. 331. Contrato de prestação de serviços. Legalidade – Res. 
174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. 
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, 
implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas 
obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do 
título executivo judicial. 
 
 Portanto, mais uma vez acertada a decisão da douta magistrada, ao reconhecer a 
responsabilidade subsidiária da segunda e terceira reclamada. 
É o parecer. 
 
Local, data. 
 
Advogado 
OAB/SP XXX 
 
Processo nº: S/N - RITO ORDINÁRIO (está regulado entre o art. 763 e o art. 852 da CLT) 
RECLAMANTE: NÃO IDENTIFICADO 
RECLAMADA: DKS - C. I. A. M. LTDA 
 
 
1. DO RESUMO DA INICIAL: 
 
O reclamante dispensou o uso da comissão de conciliação prévia com base na Súmula nº 2, do E. 
TRT Paulista, e requereu a gratuidade da justiça. Requereu também a perícia médica no local de 
trabalho, para corroborar com as informações alegadas. 
a. O reclamante alega que foi contratado pela Reclamada 16/12/2013, sendo que foi demitido sem 
justa causa em 01/02/2017. Exercia a função de montador júnior e percebia o valor de R$ R$ 1.854,70 
(mil oitocentos e cinquenta e quatro reais e setenta centavos). Tinha jornada de trabalho das 07h às 
17h de segunda a sexta-feira, tirando 1h de descanso. 
b. Requereu: 1. Adicional de insalubridade, pois trabalhava com ruídos e poeira acima do 
permitido 2. Expedição do PPP, considerando o local insalubre 3. Horas extras, tendo em vista que 
durante a semana trabalhava até às 20h e trabalhava um sábado por mês dás 07h às 16h, sem que 
essas horas tenham sido pagas. 4. Acumulo de funções, pois tinha que dirigir o carro da empresa 5. 
Devolução de valores descontados indevidamente, pois teve descontado de seu salário multas 
que recebeu com o carro da empresa e adiantamentos de salário que nunca existiram 6. Devolução 
de valores, desembolsados enquanto estava em viagem pela empresa 7. Perdas e danos, por conta 
da necessidade de contratação de advogado particular para que pudesse reaver valores que eram 
seus por direito. 
c. Requereu ainda, todos os reflexos, multas e adicionais devidos sob os pedidos acima descritos, 
dando o valor da causa de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). 
 
DAS JURISPRUDENCIAS PARA A INICIAL: 
 
"JUSTIÇA GRATUITA. REFORMA TRABALHISTA. ART. 790, §§ 3º E 4º, DA CLT. 
INTERESSADO DESEMPREGADO OU QUE JUNTA DECLARAÇÃO DE POBREZA. 
PRESUNÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS. DEFERIMENTO. O litigante 
desempregado por ocasião do processo e também o que, juntando declaração de 
pobreza, esteja empregado, ainda que recebendo remuneração superior a 40% do 
limite de benefícios do Regime Geral de Previdência, fazem jus aos benefícios da 
justiça gratuita, por se estabelecer, em favor deles, presunção relativa de insuficiência 
de recursos, que somente poderá ser elidida pela produção de prova em sentido 
contrário. Inteligência dos arts. 212, IV, do Código Civil, 374, IV, do Código de 
Processo Civil, e 1º, da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983." 
(TRT 15ªR, 3ª Turma, RO 0010215-70.2018.5.15.0031, Relator Desembargador Jorge 
Luiz Costa, Data de Publicação: 25/07/2018) 
 
"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RECURSO DE 
REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. NULIDADE DA 
SENTENÇA POR CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE PRODUÇÃO 
DE NOVA PROVA PERICIAL. A caracterização do cerceamento do direito de defesa 
está jungida às hipóteses em que determinada prova, cuja produção foi indeferida pelo 
juiz, revela-se indispensável ao desfecho da controvérsia. No caso em exame, o 
Regional rechaçou a pretensão da reclamante de nulidade da sentença por 
cerceamento de defesa. Destacou que " as impugnações ao laudo pericial, feitas pela 
Recorrente, não procedem. Isto porque não há qualquer motivo para se desconsiderar 
a perícia elaborada por técnico da confiança do Juízo e, embora a conclusão nela 
consignada tenha sido contrária aos interesses da Reclamante, o certo é que nada 
existe nos autos a comprovar a existência de qualquer irregularidade que possa 
macular o bom trabalho do profissional ". Assentou que, apesar de a autora ter 
requerido a realização de nova perícia, " inexistem fundamentos plausíveis para 
invalidar a perícia elaborada nos autos e suficientes para suscitar dúvidas necessárias 
para a determinação de realização de nova prova pericial ". Importante salientar que a 
insatisfação da parte com o resultado do laudo pericial que lhe foi desfavorável não é 
motivo bastante para afastá-lo, a fim de que seja reaberta a instrução processual com 
a realização de nova perícia e nova coleta de provas (precedentes). Nesse contexto, 
incólume o artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal. Agravo de instrumento 
desprovido. 
(AIRR-11150-82.2015.5.03.0150, 2ª Turma, Relator Ministro José Roberto Freire 
Pimenta, DEJT 15/03/2018). 
 
DA DOUTRINA PARA A INICIAL: 
 
“Insalubre é o elemento prejudicial à saúde, que dá causa a doença. O prejuízo é 
causado diariamente à saúde do trabalhador. A insalubridade causa doenças. Pode 
haver inoculação, contaminação, transmissão de doenças ou moléstia. A insalubridade 
está ligada à higiene e medicina. Diz respeito à Medicina do Trabalho”. MARTINS, 
Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 34ªed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
 
2. DO RESUMO DA CONTESTAÇÃO: 
 
A contestação se inicia com um breve resumo do relatado e pedido na inicial. A Reclamada impugnou 
todos os documentos juntados pelo Reclamante. Requereu a gratuidade da justiça. 
Alegou queo Reclamante nunca cumpriu a jornada de trabalho informada à exordial e juntou cartões 
de ponto confirmando que o Reclamante não fazia horas extras. 
Informou que todas as verbas e seus reflexos já foram pagos ao reclamante e que o ambiente de 
trabalho do mesmo não era insalubre, bem como que o Reclamante recebeu todos os EPI'S devidos 
no momento da contratação. 
Quanto ao acumulo de função explicou que a Função do reclamante era montar os equipamentos 
onde os clientes estivessem e que era sempre acompanhado por um supervisor, e que se dirigia era 
por mera liberalidade. 
Dos valores descontados indevidamente a Reclamada explica que a multa de transito foi por excesso 
de velocidade, tendo amparo legal para o pagamento e que o adiantamento é a forma de pagamento 
da empresa prevista em convenção coletiva. Quanto ao reembolso, esclareceu que o mesmo foi feito 
e que o Reclamante foi para a viagem a trabalho com crédito para gastou e ultrapassou os mesmos, 
porém mesmo assim foi ressarcido. 
A Reclamada impugnou por completo a pretensão e valores constantes da exordial, alegando que 
desprovidos de qualquer amparo fático ou legal, e por serem irreais como os pedidos, os quais foram 
impugnados, requerendo, portanto, a reclamatória totalmente improcedente. 
 
DAS JURISPRUDENCIAS PARA A CONTESTAÇÃO: 
 
DIFERENÇAS DE HORAS EXTRAS. NÃO DEMONSTRADAS. Era da reclamante o 
ônus de comprovar a existência de horas extras não remuneradas, do qual não se 
desvencilhou, pois não afastou a validade da prova documental no tema nem apontou 
diferenças válidas em seu favor. (TRT-2. Processo n. 1001032-43.2019.5.02.0077). 
 
ADICIONAL PARA DIRIGIR VEÍCULO – Se o empregado dirige o veículo para realizar 
as atividades inerentes à sua função na empresa, tal fato não gera o direito à 
percepção de um Plus salarial, diante da ausência de prova de alteração contratual 
e/ou extrapolação da jornada em razão do suposto desvio. Nos termos do art. 456 da 
CLT, inexistindo cláusula expressa a tal respeito, entender-se-á que o empregado se 
obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal. 
(TRT – 5. Recurso Ordinário n. 0001348-39.2010.5.05.0131). 
 
DA DOUTRINA PARA A CONTESTAÇÃO: 
 
A eliminação ou neutralização da insalubridade ocorrerá, nos termos do art. 191 da 
CLT, mediante: 
a) A adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de 
tolerância. No caso, trata-se das medidas de proteção coletiva, as quais reduzem os 
agentes nocivos de forma a manter o ambiente de trabalho salubre, dentro dos 
parâmetros estipulados pelo Ministério da Economia. Exemplo: uma indústria que 
utiliza maquinário que produz ruído excessivo enclausura tais máquinas, no sentido da 
redução de tal agente físico, mantendo assim o ruído ambiente dentro dos limites de 
tolerância. 
b) A utilização de equipamentos de proteção individual pelo trabalhador que diminuam 
a intensidade do agente agressivo, de forma que não sejam ultrapassados os limites 
de tolerância. Exemplo: indústria que utiliza máquinas que produzem ruído excessivo 
neutraliza a insalubridade do ambiente de trabalho mediante o fornecimento (e 
exigência do uso) de abafadores de ruído e protetores auriculares (EPIs), conforme o 
caso. (RESENDE, 2019, p. 970). 
 
DO RESUMO DA SENTENÇA: 
 
A ação foi julgada improcedente pelo Juízo pois o reclamante não produziu qualquer comprovação 
nos autos, de forma a alicerçar as alegações da petição inicial, já a Reclamada juntou documentos 
comprovando todas as suas alegações e o Laudo Pericial foi desfavorável aos pedidos do 
Reclamante. 
 
DO RESUMO DO RECURSO ORDINÁRIO: 
 
O Reclamante interpôs recurso Ordinário pleiteando a nulidade da sentença proferida reiterando todos 
os pedidos feitos na inicial, devendo ser decretada a nulidade da perícia realizada e concedidos ao 
Reclamante os pedidos já descritos. 
 
DA JURISPRUDENCIA PARA O RECURSO: 
 
ACÚMULO DE FUNÇÕES. ACRÉSCIMO SALARIAL. Comprovada a Realização de 
tarefas para as quais o empregado não foi contratado, realizando operações e tarefas 
não inerentes à sua função, cabível Adicional salarial por acúmulo de função. 
(TRT-4 - ROT: 00224124620165040221, Data de Julgamento: 11/10/2019, 2ª Turma) 
 
 
DO RESUMO DAS CONTRARRAZÕES: 
 
O Reclamado pugnou pelo total improvimento do Recurso Ordinário, alegando que as razões do 
Recorrente não têm qualquer amparo legal, por direito, assim não podendo prosperar. Argumentou 
que a sentença revela-se perfeita nos pontos abordados pelo Recorrente, que o laudo pericial é 
totalmente válido, e que o Reclamante estava visando tão somente a anulação do laudo pericial e da 
decisão desfavorável da qual não logrou êxito, com o argumento de que o Reclamante não 
apresentou, em seu recurso, qualquer fundamento fático e ou jurídico que pudesse ensejar qualquer 
reforma da referida sentença, pois todas as questões foram refutadas pelo laudo pericial, e a prova 
oral não socorreu à tese obreira. 
 
DA JURISPRUDÊNCIA DAS CONTRARRAZÕES: 
 
"ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. Comprovado o fornecimento, uso e efetiva 
fiscalização de EPIs, contendo Certificados de Aprovação, tem-se por elidida a 
insalubridade constatada pela perícia nas atividades do autor." 
(TRT4 - Proc.,: Processo 0131500-45.2008.5.04.0012 (RO) - Rel.: CARMEN 
GONZALEZ - Data: 05/08/2010 Origem: 12ª Vara do Trabalho de Porto Alegre). 
 
 
 
 
 
DOS PRAZOS PROCESSUAIS: 
 
Após protocolada a inicial foi agendada a primeira audiência una para o dia 20/09/2017, sendo que a 
contestação deveria ser juntada até a data da audiência. 
Na audiência supracitada foi dado prazo de 05 dias o Reclamante apresentar réplica (findo em 
26/09/2017). Na mesma data também foi estipulado prazo de 05 dias para que as partes 
apresentassem quesitos e assistentes técnicos (findo em 26/09/2017). 
O laudo foi juntado só em 17/12/2018 quando foi dado prazo de 08 dias para manifestação das partes 
(findo em 27/12/2018) 
Em 07/08/2019 foi dado prazo de 05 dias para que as partes apresentassem rol de testemunhas 
(findo em 13/08/2019) 
A audiência de instrução foi agendada em 24/03/2020 e a sentença foi prolatada em 25/03/2020, o 
prazo para apresentação de recurso ordinário era de 08 dias uteis (findo em 06/04/2020). Em 
22/05/2020 foi dado prazo legal (15 dias) para que o Reclamado apresentasse contrarrazões (findo 
em 15/06/2020). 
 
PARECER SOBRE O PROCESSO Nº XXXX 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA SOB O RITO ORDINÁRIO 
RECLAMANTE: XXXX 
RECLAMADA: DKS - COMERCIO E INDUSTRIA DE ARTEFATOS METALICOS 
LTDA - CNPJ: 08.927.398/0001-18 
 
 
1 RELATÓRIO 
 
 O presente trata-se de parecer referente a reclamação trabalhista ajuizada pelo 
reclamante XXXX, em face da reclamada DKS - COMERCIO E INDUSTRIA DE 
ARTEFATOS METALICOS LTDA. O reclamante prestou serviços para a reclamada 
na função de montador júnior, desde a data da sua admissão em 16/12/2013, até a 
data da sua demissão, sem justa causa, em 01/02/2017, tendo percebido como último 
salário o valor de R$ 1.854,70 (um mil oitocentos e cinquenta e quatro reais e setenta 
centavos). 
 Com o ingresso da demanda o reclamante pleiteava pagamento de adicional 
de insalubridade, emissão de PPP, pagamento de horas extraordinárias, 
reconhecimento de acumulo de função, devolução e ressarcimentos de valores 
descontados de seu salário, dentre outros, dando a causa do valor de R$ 40.000,00 
(quarenta mil reais). 
 Fora realizada audiência, tendo sido infrutífera a conciliação. Houve o 
depoimento pessoal do reclamante e do preposto da reclamada, bem como a oitiva 
das testemunhas. 
 Por fim, cumpre informar que os pedidos foram julgados totalmente 
improcedentes, tendo o reclamante interposto Recurso Ordinário. 
 É o relatório. 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO 
 
 Trata-se de Reclamação Trabalhista processada sob o rito ordinário. Conforme 
relatório acima, o reclamante trabalhou na empresa reclamada de 16/12/2013 à 
01/02/2017, exercendoa função de montador júnior. 
 Dentre os pedidos o autor pleiteou o reconhecimento da condição insalubre no 
exercício de sua função. De acordo com o artigo 189 da Consolidação das Lei do 
Trabalho: 
 
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua 
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes 
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da 
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. 
 
 Vale ressaltar que cabe ao Ministério da Economia, no exercício de sua 
competência, definir as atividades e operações insalubres, bem como adotar normas 
sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos 
agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do 
empregado a esses agentes. A regulamentação em questão consta da Norma 
Regulamentadora – NR nº 15 (NR-15) e da Portaria nº 3.214/1978, com alterações 
posteriores, lembrando que trata-se de rol taxativo, assim, as atividades que não estão 
abarcadas pelo mesmo, não são consideradas insalubres e por esse motivo não 
fazem jus ao adicional. 
 Conforme narra a exordial, em todo o período do contrato de trabalho, o obreiro 
trabalhou em condições insalubres, devido a exposição a ruídos de máquinas, além 
dos limites de tolerância, e ainda, trabalha exposto a poeira e lã de vidro, além dos 
limites de tolerância. 
 Todavia, conforme consta do laudo pericial, a reclamada fornecia os 
equipamentos de seguraça (EPI), ao reclamante, por esse motivo não houve 
exposição ao agente ruído, descaracterizando a insalubridade. Ainda a primeira 
testemunha do reclamante relatou que havia diferenciação entre os trabalhados 
internos e externos, e que o reclamante trabalhava juntamente com o depoente, 
desenvolvendo atividades externas, descaracterizando mais uma vez o pedido de 
insalubridade. 
 E mais: 
 
A eliminação ou neutralização da insalubridade ocorrerá, nos termos do 
art. 191 da CLT, mediante: 
a) A adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos 
limites de tolerância. No caso, trata-se das medidas de proteção coletiva, as 
quais reduzem os agentes nocivos de forma a manter o ambiente de trabalho 
salubre, dentro dos parâmetros estipulados pelo Ministério da Economia. 
Exemplo: uma indústria que utiliza maquinário que produz ruído excessivo 
enclausura tais máquinas, no sentido da redução de tal agente físico, 
mantendo assim o ruído ambiente dentro dos limites de tolerância. 
b) A utilização de equipamentos de proteção individual pelo trabalhador que 
diminuam a intensidade do agente agressivo, de forma que não sejam 
ultrapassados os limites de tolerância. Exemplo: indústria que utiliza 
máquinas que produzem ruído excessivo neutraliza a insalubridade do 
ambiente de trabalho mediante o fornecimento (e exigência do uso) de 
abafadores de ruído e protetores auriculares (EPIs), conforme o caso. 
(RESENDE, 2019, p. 970). 
 
 O reclamante alegou ainda desvio ou acumulo de função, uma vez que além 
da atividade de montador júnior, ainda precisava dirigir o veículo da empresa para se 
locomover, todavia, de acordo com entendimento jurisprudencial, se o empregado 
precisa dirigir o veículo da empresa para exercício de atividades inerentes a sua 
função, porquanto, tal fato não caracteriza desvio ou acumulo de função, vejamos: 
 
ADICIONAL PARA DIRIGIR VEÍCULO – Se o empregado dirige o veículo 
para realizar as atividades inerentes à sua função na empresa, tal fato não 
gera o direito à percepção de um plus salarial, diante da ausência de prova 
de alteração contratual e/ou extrapolação da jornada em razão do suposto 
desvio. Nos termos do art. 456 da CLT, inexistindo cláusula expressa a tal 
respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer 
serviço compatível com a sua condição pessoal. (TRT – 5. Recurso Ordinário 
n. 0001348-39.2010.5.05.0131). 
 
 Quanto ao alegado direito as horas extras, uma vez que o reclamante informa 
em sua inaugural que trabalhava até as 20h, e ainda trabalhava um sábado por mês 
das 07h às 16h, sendo que essas horas excedentes nunca foram corretamente pagas. 
No entanto, as alegações do reclamante não se sustentam, mesmo porque, em 
audiência, a testemunha ouvida a pedido do próprio reclamante, narrou uma história 
totalmente contrária as alegações do reclamante. 
 Outrossim, o reclamante também não logrou êxito em comprovar a falta de 
veracidade dos comprovantes de ponto juntados pela reclamada, dessa forma, 
segundo entendimento jurisprudencial: 
 
DIFERENÇAS DE HORAS EXTRAS. NÃO DEMONSTRADAS. Era da 
reclamante o ônus de comprovar a existência de horas extras não 
remuneradas, do qual não se desvencilhou, pois não afastou a validade da 
prova documental no tema nem apontou diferenças válidas em seu favor. 
(TRT-2. Processo n. 1001032-43.2019.5.02.0077). 
 
 Ao analisar detidamente a pretensão do reclamante, resta claro que todos os 
seus pleitos foram superados, visto que o mesmo não conseguiu comprovar, seja 
documentalmente ou através de testemunhas, nenhuma de suas alegações. Nesta 
toada, mais que correta a sentença de total improcedência, proferida pela brilhante 
julgadora. 
 Sendo assim, difícil acreditar que o Recurso Ordinário interposto pelo 
reclamante venha a ser provido pelo Tribunal, uma vez que a suas razões não 
possuem amparo probatório suficiente para ilidir a brilhante sentença proferida pela 
magistrada de primeiro grau. 
 
É o parecer. 
 
Local, data. 
 
Advogado 
OAB/SP XXX 
Processo nº: 1001574-14.2017.5.02.0374 - RITO ORDINÁRIO (está regulado entre o art. 
763 e o art. 852 da CLT) 
RECLAMANTE: W. M. V. P. 
RECLAMADO: R. C. M. 
 
1. DO RESUMO DA INICIAL: 
 
O reclamante dispensou o uso da comissão de conciliação prévia com base na Súmula nº 2, 
do E. TRT Paulista, e requereu a gratuidade da justiça nos termos da Lei n° 1060/50, e Lei 
5.584/70. Requereu também a perícia médica no local de trabalho, para corroborar com as 
informações alegadas. 
a. O reclamante alega que foi contratado pela Reclamada em outubro de 2014, tendo sido 
registrado apenas em 01/07/2015, sendo que foi demitido sem justa causa em 13/01/2017 e 
cumpriu o aviso prévio até o dia 12/02/2017. Exercia a função de vidraceiro e percebia o 
valor de R$ R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais). Requereu a retificação da CTPS quanto 
a data da contratação. 
b. Requereu a nulidade da demissão diante da alegação que à época da demissão foi 
submetido a cirurgia com afastamento de 30 (trinta) dias, e a sua alta médica ocorreu 
apenas em 02/03/2017, ou seja, 20 (vinte dias) após a demissão, e na realização do exame 
demissional e da sua homologação foi obrigado pela reclamada, a omitir as referidas 
informações. 
c. Alega que adquiriu doença laboral equiparada a acidente de trabalho chegando a ter que 
realizar cirurgia em 01/02/2017 e que não foi aberto CAT para tanto, requereu que a 
reclamada fosse intimada a juntar aos autos toda a documentação referente ao reclamante, 
bem como a nulidade da dispensa e recebimento de todas as verbas após o período de 
estabilidade. Requereu ainda que o reclamante fosse afastado das funções durante o 
período de tratamento médico. 
d. Requereu a reintegração imediata ao posto de trabalho, o encaminhamento ao INSS para 
afastamento e a estabilidade de 12 meses na reclamada convertida em indenização 
pecuniária. Caso a reintegração não fosse possível, requereu ainda, a indenização de todo o 
período acima descrito e transcorrida a estabilidade ser o reclamante reintegrado aos 
quadros da reclamada em função compatível com as suas condições de saúde. 
e. Com os argumentos acima expostos requereu os seguintes pagamentos: depósito do 
FGTS por todo o período de contratação; diferença do aviso prévio; o 13º salário 
proporcional; férias acrescidas do terço constitucional pagas em dobro; multa de 40% sobre 
asdiferenças dos depósitos fundiários não efetuados; multas previstas nos artigos 467 e 477 
da CLT. 
f. Alega o reclamante ter direito a hora extra pois durante todo o pacto laboral, jamais 
usufruiu do intervalo de uma hora previsto na Legislação, e também pois executava o 
montante de uma hora extras pelo trabalho extraordinário diário de segunda a sexta, 
somando o total aproximado de 120 horas não pagas, devendo ser acrescidas do adicional 
de 50%, devendo ainda incidir os seus reflexos. 
g. O Reclamante requereu danos morais, alegando que a Reclamada agiu com 
desumanidade ao dispensar prestação de serviços, sem pagar as suas verbas rescisórias de 
forma correta e por ter mantido o mesmo sem o registro na CTPS de forma correta, além da 
coação no ato da demissão tendo a mesma ocorrido de forma ilegal ante seu quadro de 
saúde, dando o valor da causa de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). 
 
DAS JURISPRUDENCIAS PARA A INICIAL: 
 
DOENÇA LABORAL EQUIPARADA AO ACIDENTE DO TRABALHO. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DA EMPRESA. CONCAUSA. A doença 
atribuída a causas múltiplas, por si só, não perde o enquadramento como 
doença ocupacional se houver pelo menos uma causa laboral que contribua 
diretamente para o seu surgimento ou agravamento (art. 21, caput, I, da Lei 
nº 8.213/91). Aplicação da Súmula n. 44 deste Regional. (TRT12 - ROT - 
0000995-38.2017.5.12.0008, Rel. AMARILDO CARLOS DE LIMA, 3ª 
Câmara, Data de Assinatura: 19/03/2020) 
(TRT-12 - RO: 00009953820175120008 SC, Relator: AMARILDO CARLOS 
DE LIMA, Data de Julgamento: 04/03/2020, Gab. Des. Amarildo Carlos de 
Lima) 
 
INTERVALO INTRAJORNADA SUPRIMIDO - TRABALHO EM JORNADA 
DE 24X72 HORAS - DEVIDA UMA HORA DIÁRIA, COM ACRÉSCIMO DO 
ADICIONAL DE 50% - ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 307 DA SBDI-1 
DO TST. 1. A jurisprudência dominante desta Corte segue no sentido de que 
o intervalo intrajornada para refeição e descanso, previsto no art. 71, § 4º, da 
CLT, é direito de todo trabalhador, independentemente de a jornada 
estipulada ser de 6 ou 8 horas ou o trabalho ser realizado em sistema de 
turnos ininterruptos de revezamento, devendo o período ser de uma hora 
sempre que a duração da jornada for superior a seis horas. 2. Ora, se é 
entendimento pacífico nesta Corte a obrigatoriedade da concessão do 
intervalo intrajornada em qualquer jornada superior a 6 horas diárias, mesmo 
em se tratando da situação peculiar da jornada por turnos ininterruptos de 
revezamento de 12x36, tem-se, como inarredável consequência, a aplicação 
de raciocínio idêntico, quando se tratar de jornada laboral mais extensa, 
como no caso de 24 horas, hipótese dos presentes autos. Tendo-se em 
mente que as normas jurídicas relativas aos intervalos intrajornadas têm 
caráter de normas de saúde pública, higiene e segurança do trabalho, não 
há como se negar o direito do Autor à percepção do pagamento, como horas 
extras, da supressão do intervalo intrajornada. 3. Nesse contexto, não tendo 
sido concedido o período de uma hora ao Reclamante, submetido ao regime 
de revezamento de 24 horas de trabalho por 72 de descanso, aplica-se a 
jurisprudência pacificada do TST, consubstanciada na Orientação 
Jurisprudencial 307 da SBDI-1, que segue no sentido de que, após a edição 
da Lei 8.923/94, a não concessão total ou parcial do intervalo intrajornada 
mínimo, para repouso e alimentação, implica o pagamento total do período 
correspondente, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da 
remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT). Recurso de 
revista parcialmente conh e cido e provido. 
(TST - RR: 1092 1092/2006-001-24-00.4, Relator: Maria Doralice Novaes, 
Data de Julgamento: 21/10/2009, 7ª Turma, Data de Publicação: 
23/10/2009) 
 
DA DOUTRINA PARA A INICIAL: 
 
No que se refere ao Intervalo, conforme dispõe Leite (2018) o empregador 
terá a obrigação de conceder o mesmo ao empregado, seja entre duas 
jornadas de trabalho ou dentro da mesma, intervalos para descanso e 
alimentação. Trata-se de suprir uma necessidade biológica e também 
econômica, consequentemente fazendo com que o empregado produza 
mais. 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito do trabalho. 10. ed. São 
Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
 
2. DO RESUMO DA CONTESTAÇÃO: 
 
A contestação se inicia com um breve resumo do relatado e pedido na inicial. A Reclamada 
impugnou todos os documentos juntados pelo Reclamante, bem como alegou total 
desconhecimento da doença do Reclamante. Requereu a gratuidade da justiça. 
Alegou ainda a inépcia da inicial, com o argumento de que os pedidos formulados foram 
genéricos e que a inicial não narra os fatos com clareza, bem como, falta de causa de pedir 
"formulou pedidos em sua inicial, incompatíveis entre si, sendo totalmente desprovidos de 
qualquer fundamentação fática ou jurídica". 
A Reclamada impugnou por completo a pretensão e valores constantes da exordial, 
alegando que desprovidos de qualquer amparo fático ou legal, e por serem irreais como os 
pedidos, os quais foram impugnados, requerendo, portanto, a reclamatória totalmente 
improcedente. 
Alegou que o Reclamante solicitou ao Reclamado para não cumprir aviso prévio, uma vez 
que havia arrumado outro serviço, que inexistiu qualquer relação ou vinculo de emprego 
anterior a 01.07.2015 mantido com o Reclamado, e que não há em se falar em nulidade da 
demissão, uma vez que o Reclamante na data da demissão em momento algum comunicou 
a empresa que estava fazendo tratamento médico. 
Quanto a doença trazida pelo Reclamante a Reclamada alegou que não há que se falar em 
doença do trabalho adquirida na constância do pacto laboral, pois no ambiente de trabalho 
onde o Reclamante desempenhou a sua função não há movimentos repetitivos como 
também não carregava peso acima do máximo legal permitido, qual inclusive usava 
equipamento próprio para transporte e sempre realizado o labor por mais de um funcionário, 
não impondo nenhum risco de lesão e carregamento de peso excessivo a nenhum 
funcionário do Reclamado. No mesmo aspecto alegou que não existe amparo legal na 
pretensão de estabilidade bem como de danos morais. 
Ao fim o Reclamado impugnou todos os argumentos, documentos e pedidos do Reclamante. 
 
DAS JURISPRUDENCIAS PARA A CONTESTAÇÃO: 
 
INÉPCIA DA INICIAL – AUSÊNCIA DE PEDIDO EXPRESSO DE 
RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO OU DE ANOTAÇÃO 
NA CTPS – FORMULAÇÃO DE PRETENSÕES DECORRENTES DA 
RELAÇÃO DE TRABALHO – A inicial elenca inúmeras pretensões 
decorrentes do vínculo de emprego, mas não o postula. Não se pode pleitear 
título acessório quando não perseguido o principal. Como condenar a 
reclamada a efetuar pagamento de verbas oriundas de uma relação de 
trabalho não postulada. Recurso provido para decretar a inépcia da exordial. 
(TRT 15a R. – Proc. 14704/99 – (3400/01) – 5a T – Rela Juíza Helena Rosa 
Mônaco da Silva Lins Coelho – DOESP 15.01.2001 – p. 60). 
 
ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
HÉRNIA INGUINAL. Considerando-se que a etiologia da doença não indica 
relação com o trabalho do indivíduo, cabe a análise das circunstâncias 
fáticas que envolvem cada caso para a consideração da existência de nexo 
entre labor e a lesão. Tendo em vista que o laudo pericial médico realizado 
não identificou a presença de nexo entre o trabalho e a doença 
desenvolvida, não havendo outras provas para infirmar tais conclusões, 
tem-se como não verificada a doença laboral. 
(TRT-4 - RO: 00001682820125040104 RS 0000168- 28.2012.5.04.0104, 
Relator: FRANCISCO ROSSAL DE ARAÚJO, Data de Julgamento: 
22/08/2013, 4a Vara do Trabalho de Pelotas). 
 
DA DOUTRINA PARA A CONTESTAÇÃO: 
 
"Quando o evento danoso acontece por culpa exclusiva da vítima 
desaparece a responsabilidade do agente. Nesse caso, deixa de existir a 
relação de causa e efeito entre o seu ato e o prejuízo experimentado pela 
vítima. Pode- se afirmar que, no caso de culpa exclusiva da vítima o 
causadordo dano é mero instrumento do acidente. Não há liame de 
causalidade entre o seu ato e o prejuízo da vítima." 
Responsabilidade Civil, Editora Saraiva, 1995, pág. 505. 
 
DO RESUMO DA SENTENÇA: 
 
A ação foi julgada improcedente pelo Juízo pois o reclamante não produziu qualquer 
comprovação nos autos, de forma a alicerçar as alegações da petição inicial, e em relação a 
doença alegada pelo Reclamante tal patologia não possui características ocupacionais, 
contumaz com a descrição do reclamante para ter ocasionado tal patologia. 
O valor da causa foi mantido, posto que se refere a importância atribuída pelo reclamante ao 
pedido. 
Não foi constatado incapacidade laborativa, não foi constatado dano psíquico, não foi 
constatado dano estético. 
 
DO RESUMO DO RECURSO ORDINÁRIO: 
 
O Reclamante interpôs recurso Ordinário para o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região 
pleiteando a nulidade da sentença proferida por cerceamento de defesa, devendo ser 
decretada a nulidade da perícia em realizada, bem como, bem como a determinação de que 
os autos retornem ao juízo de origem e seja realizada uma nova perícia, tanto médica, como 
ambiental por outro perito judicial. 
 
DA JURISPRUDENCIA PARA O RECURSO: 
 
RECURSO ORDINÁRIO. PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA 
POR CERCEAMENTO DE DEFESA. Sendo o juiz o destinatário das provas, 
a ele compete decidir pela sua produção, indeferindo aquelas que entender 
impertinentes à solução do caso. Claro que não se trata de ato arbitrário do 
Magistrado, que deve agir com discrição e obediência às regras processuais. 
Todavia não é isso que se observa no caso em análise, haja vista que, 
encerrada a perícia judicial, o reclamante impugnou o laudo pericial, 
dirigindo questionamentos ao Sr. Perito e requerendo a realização de nova 
perícia, fls. 121. Ocorre que o Magistrado a quo considerou encerrada a 
prova pericial, sob o fundamento de que a impugnação obreira seria objeto 
de análise em sentença. Quando da realização da audiência, fls. 126, a 
patrona do reclamante reiterou o pedido de nova perícia, o que foi indeferido. 
Ao prolatar a sentença, o juízo de origem limitou-se a indeferir o pedido do 
adicional de insalubridade sob o fundamento de que o laudo pericial não 
merece reparos, sem, contudo, fazer qualquer menção aos questionamentos 
do reclamante. 
(TRT-2 - RO: 12183020125020 SP 00012183020125020271 A28, Relator: 
MARCELO FREIRE GONÇALVES, Data de Julgamento: 13/06/2013, 12ª 
TURMA, Data de Publicação: 21/06/2013) 
 
DO RESUMO DAS CONTRARRAZÕES: 
 
O Reclamado pugnou pelo total improvimento do Recurso Ordinário e pediu litigância de 
má-fé, alegando que a razão do Recorrente em suas razões não tem qualquer amparo legal, 
por direito, assim não podendo prosperar. Argumentou que a sentença se revela perfeita nos 
pontos abordados pelo Recorrente, que o laudo pericial é totalmente válido, e que o 
Reclamante estava visando tão somente a anulação do laudo pericial e da decisão 
desfavorável da 
Qual não logrou êxito. Quanto ao cerceamento de defesa alegou que o indeferimento de 
prova pericial, quando reputada desnecessária diante das demais provas dos Autos, não 
configura cerceamento do direito de defesa, pois constitui faculdade do juiz, podendo este 
decidir sobre a oportunidade e a conveniência da prova, conforme o artigo 370, do CPC, 
aplicado supletiva e subsidiariamente à CLT. 
 
DA JURISPRUDÊNCIA DAS CONTRARRAZÕES: 
 
RECURSO ORDINÁRIO. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. CARACTERIZAÇÃO. 1. A 
litigância de má-fé caracteriza-se como a conduta dolosa da parte, tipificada 
em lei (artigo 80 do Código de Processo Civil), que viola os princípios da 
lealdade e boa-fé processuais e a dignidade do processo. 2. Embora 
constitucionalmente garantido o direito de ação, de rigor a condenação por 
litigância de má-fé quando ficar robustamente comprovado que a parte 
omitiu ou inverteu a verdade dos fatos. 
 
(TRT-24 00242447420165240022, Relator: AMAURY RODRIGUES PINTO 
JUNIOR, 2ª TURMA, Data de Publicação: 10/10/2017). 
 
DO RESUMO DO ACÓRDÃO: 
 
Os Desembargadores aceitaram conhecer o recurso e, no mérito, negar-lhe provimento, 
para manter a sentença impugnada, por seus próprios e jurídicos fundamentos. Com o 
argumento de que a ausência de vistoria no local de trabalho não fragiliza a conclusão a que 
aportou o perito médico, já que os documentos acostados aos autos e o exame clínico são 
suficientes para respaldar a conclusão de que o autor não é portador de moléstias que 
guardam relação com a atividade exercida para o empregador. Houve voto vencido do 
Desembargador revisor. 
 
 
DA JURISPRUDÊNCIA PARA O ACÓRDÃO: 
 
ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
HÉRNIA INGUINAL. Considerando-se que a etiologia da doença não indica 
relação com o trabalho do indivíduo, cabe a análise das circunstâncias 
fáticas que envolvem cada caso para a consideração da existência de nexo 
entre labor e a lesão. Tendo em vista que o laudo pericial médico realizado 
não identificou a presença de nexo entre o trabalho e a doença 
desenvolvida, não havendo outras provas para infirmar tais conclusões, 
tem-se como não verificada a doença laboral. 
 
(TRT-4 - RO: 00001682820125040104 RS 0000168- 28.2012.5.04.0104, 
Relator: FRANCISCO ROSSAL DE ARAÚJO, Data de Julgamento: 
22/08/2013, 4ª Vara do Trabalho de Pelotas). 
 
DOS PRAZOS PROCESSUAIS: 
 
Após protocolada a inicial foi agendada a primeira audiência una para o dia 08/03/2018, 
sendo que a contestação deveria ser juntada até a data da audiência. 
Na audiência supracitada foi dado prazo de 05 dias o Reclamante apresentar réplica (findo 
em 15/03/2018). Na mesma data também foi estipulado prazo de 05 dias para que as partes 
apresentassem quesitos e assistentes técnicos (findo em 15/03/2018). 
Na mesma data o Juiz também determinou que a perícia deveria ser realizada até 
07/05/2018, que o laudo deveria ser juntado até 21/05/2018 e que as impugnações deveriam 
ser feitas até 04/03/2018. 
A audiência de instrução foi agendada em 24/07/2018 e a sentença foi prolatada em 
12/11/2018, o prazo para apresentação de recurso ordinário era de 08 dias uteis (findo em 
28/11/2018) e o mesmo foi apresentado pelo Reclamante em 27/11/2018. 
Em 28/11/2018 foi dado prazo legal (15 dias) para que o Reclamado apresentasse 
contrarrazões (findo em 20/11/2018). 
 
PARECER SOBRE O PROCESSO Nº 1001574-14.2017.5.02.0374 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA SOB O RITO ORDINÁRIO 
RECLAMANTE: W. M. V. P 
RECLAMADA: RENE CARDOSO MEIRELLES-EPP - CNPJ: 22.155.551/0001-67 
 
 
1 RELATÓRIO 
 
 O presente trata-se de parecer referente a reclamação trabalhista ajuizada pelo 
reclamante W. M. V. P., em face da reclamada RENE CARDOSO MEIRELLES-EPP. O 
reclamante prestou serviços para a reclamada na função de vidraceiro, desde a data da 
sua admissão em 10//2014, até a data da sua demissão, sem justa causa, em 12/02/2017, 
tendo percebido como remuneração a quantia de R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais). 
 Com o ingresso da demanda o reclamante pleiteava a ratificação da CTPS, para que 
passasse a constar a real data de sua admissão, nulidade da demissão, reconhecimento 
da enfermidade como sendo doença de origem laboral, equiparando-a a acidente do 
trabalho, reintegração ou a indenização no pagamento dos salários vencidos e vincendos 
do período estabilitário, quitação das verbas rescisórias de forma correta e aplicação das 
multas previstas nos arts. 467 e 477 ambos da CLT, pagamento de horas extras e 
indenização por dano moral. Atribuiu-se a causa o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil 
reais). 
 A reclamada apresentou contestação, fora realizada audiência, tendo restado 
infrutífera a conciliação. Determinado realização de perícia médica para identificar doença 
laboral, designada nova data para instrução. 
 Realizada perícia médica que não identificou nexo de causalidade entre a patologia 
e o serviço prestado a reclamada.Realizada audiência de instrução, reclamada dispensou 
o depoimento do reclamante, ouvida a reclamada, não houveram outras provas, instrução 
encerrada. Apresentadas alegações finais escritas, por ambas as partes. 
 Proferida sentença no qual julgou improcedente os pleitos ofertados pelo obreiro. 
Interposto Recurso Ordinário pelo reclamante, ofertadas contrarrazões pela reclamada, 
tudo de acordo e dentro do prazo legal. Recurso conhecido e desprovido, mantida sentença 
do juízo a quo. 
É o relatório. 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO 
 
 Trata-se de Reclamação Trabalhista processada sob o rito ordinário. Conforme 
relatório acima, o reclamante alega ter trabalhado na empresa reclamada de 10/2014 à 
12/02/2017, exercendo a função de vidraceiro. 
 O obreiro alega em sua exordial que iniciou seu trabalho na empresa reclamada em 
10/2014, todavia, só houve o registro em sua CTPS em 07/2015. Em que pese as alegações 
do reclamante, em nenhum momento o mesmo comprou o alegado, conforme leciona 
Santos e Hajel Filho (2020, p. 467): 
 
O inciso I do art. 818 imputa ao reclamante o ônus de provar o fato constitutivo de 
seu direito, ou seja, deve provar a alegação que dá origem ao fato que embasa o 
seu direito. A título exemplificativo podemos mencionar as seguintes hipóteses: 
Quando o reclamante postula vínculo empregatício – que é um fato constitutivo do 
seu direito (enquanto autor) – e o reclamado nega, de forma absoluta, que o 
reclamante lhe tenha prestado qualquer tipo de serviços (nega o fato), competirá ao 
primeiro fazer prova do seu direito, ou seja, o ônus da prova é do reclamante. 
 
 Assim, correta a sentença de improcedência quanto a este pedido e os acessórios, 
porquanto o reclamante não se desincumbiu do seu ônus de provar o alegado direito, nesse 
sentido: 
 
DATA DE ADMISSÃO – PERÍODO ANTERIOR À ANOTAÇÃO NA CTPS – ÔNUS 
DA PROVA. O ônus de provar que foi admitida pela reclamada em data anterior à 
da assinatura da CTPS pertence à reclamante, na forma do artigo 818 da CLT. Não 
tendo, pois, dele se desincumbido, presume-se verdadeira a anotação realizada na 
carteira de trabalho. (TRT 17ª R., RO 0089200-82.2006.5.17.0010, Pleno, Rel. 
Desembargadora Wanda Lúcia Costa Leite França Decuzzi, DEJT 01/08/2007). 
 
Prosseguindo, o reclamante alega que sofria de moléstia denominada HÉRNIA INGUINAL 
BILATERAL, tendo sido submetido à intervenção cirúrgica em 01/02/2017, sendo que de 
posse de toda documentação referente a moléstia, ao tratamento e necessidade de 
afastamento, tal documentação foi entregue à empregadora, ora reclamada, todavia, em 
12/02/2017 o mesmo foi demitido, em meio ao processo de recuperação. 
 Relata que quando da homologação de sua demissão, foi compelido pela reclamada 
a omitir as questões relacionadas a sua moléstia e a cirurgia recente, todavia, novamente, 
o obreiro não logrou êxito em comprovar suas alegações, tendo sido julgado improcedente 
seu pedido. 
 Ora a lei é bastante clara no sentido de que ao autor/reclamante cabe o ônus de 
comprovar os fatos constitutivos de seu direito, a menos que haja a inversão do ônus da 
prova, como ocorre em alguns casos, em que a parte que alega não possui condições, ante 
a sua situação de vulnerabilidade, de fazer prova do alegado, assim, o ônus da prova passa 
a ser do réu/reclamado, o que não ocorreu no caso em tela. 
 Prosseguindo em sua exordial, o reclamante pleiteia o reconhecimento de sua 
patologia como doença laboral equiparada a acidente do trabalho, solicitando que fosse 
realizada perícia médica para constatação da doença laboral e o nexo de causalidade entre 
o exercício profissional e a moléstia, solicitou, ainda, a realização de perícia no ambiente 
de trabalho, no intuito de demonstrar que o ambiente onde o obreiro exercia sua atividade 
laboral contribuiu para o surgimento e agravamento da doença. 
 É cediço que cumpre ao empregador zelar por um ambiente de trabalho saudável, 
com vistas a evitar doenças ocupacionais e acidentes do trabalho, nesse sentido ensina 
Ricardo Resende: 
 
Zelar pelo meio ambiente do trabalho é obrigação do empregador, de forma a 
proteger os bens jurídicos trazidos pelo empregado quando da admissão, tais quais 
a vida, a saúde e a capacidade para o trabalho. Neste diapasão, cabe ao 
empregador adotar todas as medidas que estiverem ao seu alcance, no sentido de 
minimizar a possibilidade de ocorrência de acidentes de trabalho e o 
desenvolvimento de doenças ocupacionais. (RESENDE, 2020, p. 960). 
 
 Com relação às doenças laborais, a jurisprudência entende: 
 
DOENÇA LABORAL EQUIPARADA AO ACIDENTE DO TRABALHO. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DA EMPRESA. CONCAUSA. A doença atribuída a 
causas múltiplas, por si só, não perde o enquadramento como doença ocupacional 
se houver pelo menos uma causa laboral que contribua diretamente para o seu 
surgimento ou agravamento (art. 21, caput, I, da Lei nº 8.213/91). Aplicação da 
Súmula n. 44 deste Regional. (TRT – 12, Recurso Ordinário 0000901-
90.2017.5.12.0008, Rel. Desembargador Amarildo Carlos de Lima, 3ª Câmara, data 
29/09/2020). 
 
 De acordo com o laudo pericial, o perito concluiu que a patologia apresentada pelo 
reclamante, não possuía características ocupacionais, concluindo por fim: “Baseado no 
exposto acima, fundamentado em documentos apresentados nos autos, anamnese médico 
pericial e literatura médico pericial pode este perito concluir que não há nexo de causalidade 
ou concausalidade quanto a doença profissional”. 
 Em que pese a perícia tenha sido realizada da forma como determinada, o expert 
julgou por bem não realizar a perícia no local de trabalho do reclamante, porquanto 
entendeu desnecessária. 
Todavia, a perícia no local de trabalho do reclamante se fazia necessária, porquanto o 
mesmo alegou que realizava serviço braçal, carregando itens pesados, o que pode 
acarretar agravamento da hérnia inguinal, vejamos entrevista com o Dr. Paulo Alberto 
Corrêa, publicada no site do Doutor Drauzio Varella atestando: 
 
Drauzio – Há atividades físicas que facilitam a formação de hérnias? 
 
Paulo Alberto Corrêa — Toda a atividade que exige emprego de grande força 
física pode facilitar o aparecimento de hérnias, principalmente nas pessoas com 
predisposição. Portanto, atletas de alta performance, trabalhadores braçais, 
indivíduos com constipação intestinal (prisão de ventre), ou que desenvolveram 
problemas na próstata e fazem força para urinar, estão mais sujeitos ao aumento 
da pressão intraabdominal, que pode provocar ruptura dos tecidos e o aparecimento 
de hérnia. (https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/hernia-inguinal-
entrevista/). 
 
 Ainda, em relação a perícia in loco, a jurisprudência se posiciona da seguinte forma: 
 
 DIREITO DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. LESÃO NA COLUNA. 
EXISTÊNCIA DE COMPONENTE DEGENERATIVO. LAUDO PERICIAL QUE 
AFASTA O NEXO CONCAUSAL DE FORMA SUPERFICIAL E EM DESARMONIA 
COM O CONCEITO DO ART. 21, I, DA LEI 8.213/91. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA 
REALIDADE. NECESSIDADE DE NOVA PERÍCIA. O art. 480 do CPC consigna que 
o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia 
"quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida", dentre outras 
situações. No caso dos autos, não resta dúvida que a lesão na coluna que acomete 
a trabalhadora (levando-a à aposentadoria) tem natureza degenerativa. Não 
obstante, foram produzidas provas nos autos que noticiam carregamento de peso 
durante o expediente do trabalho que reclama o exame mais apurado. Contudo, os 
fundamentos pelos quais o perito afastou o nexo concausal revelam-se superficiais 
e desalinhado do conceito legal de concausa objeto do art. 21, I, da Lei 8.213/91. 
Convincentes os argumentos do recorrente no que toca à necessidade de 
realização de nova perícia, desta vez por especialista que examine a rotina diária 
da reclamante e faça constatação diretamente no local de trabalho. Provejo o apelo 
para determinar o retorno dos

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