Buscar

934__anexos_aulas_48773_2014_07_28_PRF_2015_Nocoes_de_Direito_Administrativo__072814_PRF_NC_DIR_ADM_AULA_02_MATERIAL_DE_APOIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.cers.com.br 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 
Noções de Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
1 
2 Direito administrativo: conceito, fontes e 
princípios 
 
Conceito de Direito Administrativo: é o conjunto 
harmônico de princípios jurídicos que regem os 
órgãos, os agentes, as atividades públicas 
tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
Sabendo que há de se levar em conta tanto as 
relações internas da administração pública, ou 
seja entre as pessoas governamentais, órgãos 
públicos e seus Agentes Públicos, assim como, 
também, a relação desses com os possíveis 
usuários os serviços públicos, a comunidade, o 
povo em geral, têm-se tratado o Direito 
Administrativo como o conjunto de normas e 
princípios que regem as relações entre as 
pessoas, órgãos e agente do estado, assim 
como, a relação desses com a comunidade 
que deve atender. 
 
Fontes do Direito Administrativo: O Direito 
Administrativo tem quatro fontes principais, a 
saber: 
 
- A Lei - Esta é a fonte primária do Direito 
Administrativo. Deve ser entendida a Lei em 
sua concepção ampla, lato senso, alcançando, 
assim, desde a Constituição até os 
regulamentos executivos. 
 
- A Doutrina – Quando se fala da doutrina, 
refere-se às ideias dos estudiosos do Direito 
neste campo específico, realizando a produção 
científica da matéria, expressa através de 
artigos, livros pareceres e demais estudos para 
influenciar a elaboração dos atos 
administrativos. 
 
- A Jurisprudência – Trata-se da repetição dos 
julgamentos num mesmo sentido. Tem muita 
influência no Direito Administrativo em 
decorrência da falta de uma maior 
sistematização doutrinária e de codificação 
legal. 
 
Como bem aponta Irene Patrícia Nohara em 
seu “DIREITO ADMINISTRATIVO”, editora 
Atlas. A jurisprudência era tida, 
essencialmente, como norma secundária do 
Direito Administrativo. 
 
Todavia, com o advento da Emenda 
Constitucional n° 45/04, em decorrência da 
possibilidade de edição de Súmulas 
Vinculantes pelo STF, estas, as Súmulas 
Vinculantes, são tidas como fonte primária de 
produção jurídica. 
 
- O Costume – São ações reiteradas de 
comportamentos que passam a ser utilizados 
com práticas gerias dentro de determinado 
grupo. Ora utilizamos, de foma comum a 
expressão “ o costume aqui é este...”, a mania, 
a prática. Assim, esses comportamentos que 
geram a convicção geral de obrigatoriedade a 
ser seguida na Administração Pública, são os 
costumes que ora são tratados como fonte 
secundária do Direito Administrativo. 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Princípio é o fundamento de existência de algo, 
de algum sistema ou ciência; normas 
fundamentais. Tudo que é criado é baseado 
no principio. 
 
Quantas vezes, em nossas relações, já 
ouvimos, ou até mesmo falamos “a 
princípio....”, por exemplo, a princípio, para 
passar em um concurso público tem que 
estudar. Assim, poderíamos, então, elaborar o 
“princípio geral da aprovação”, entre outros. 
 
Vendo então, dessa forma simples, podemos 
concluir que princípio nada mais é que uma 
regra geral. 
 
O Direito Administrativo elaborou os seus 
PRINCÍPIOS. Alguns foram acolhidos pela 
CF/88, no entanto já haviam sido contemplados 
pela doutrina. 
 
Verifica-se, hoje, em nossa Constituição 
Federal, que há princípios expressos e 
implícitos em seu texto. Trata-se de uma 
questão bastante explorada pelas bancas de 
concursos, pois muitos visualizam apenas os 
princípios básico, gerais, da Administração 
Pública, que ora, são expressos no art. 37, 
caput da CF/88. Todavia, lembrem-se que há 
princípios tanto na Constituição Federal, 
quanto em outras normas, ora expressos, ora 
implícitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 
Noções de Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
2 
Princípios da Administração Pública: 
 
Constitucionais: (Art. 37) 
 
LEGALIDADE 
IMPESSOALIDADE 
MORALIDADE 
PUBLICIDADE 
EFICIÊNCIA 
 
Outros Princípios: 
 
RAZOABILIDADE 
PROPORCIONALIDADE 
FINALIDADE 
HIERARQUIA 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
SOBRE O PRIVADO 
ESPECIALIDADE 
TUTELA 
AUTOTUTELA 
CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU 
VERACIDADE 
SEGURANÇA JURÍDICA 
 
Princípios Constitucionais da Administração 
Pública: 
 
LEGALIDADE: 
 
É o princípio básico de todo o Direito Público. 
 
O princípio da legalidade é o que fundamenta o 
próprio Estado de Direito; marco de passagem 
do Estado arbitrário para o Estado de Direito, 
não cabe ao estado fazer o que quer e sim o 
que a lei determina – onde todos estão 
subordinados às suas próprias leis, inclusive os 
que a criam. “Administrar é aplicar a Lei de 
Ofício”. O administrador está rigidamente preso 
à lei, desse modo a atuação do administrador 
deve ser confrontada com a lei. 
 
A doutrina costuma usar a seguinte expressão: 
enquanto na atividade particular tudo o que não 
está proibido é permitido, na Administração 
Pública é o inverso, ela só pode fazer o que a 
lei permite, deste modo, tudo o que não está 
permitido é proibido. Qualquer ato 
administrativo está subordinado à lei. 
 
 
2. IMPESSOALIDADE: 
 
Possui duas vertentes: 
 
Destinatário do Ato 
 
Remetente do Ato 
 
Na primeira, qualquer ato da Administração 
Pública deve zelar pelo interesse público, não 
pessoal. Na outra, os atos são imputados à 
entidade a que se vincula o agente público, não 
a ele próprio. 
 
O ato não é do administrador e sim da 
Administração. 
 
 
3. MORALIDADE: a moralidade foi 
transformada em princípio jurídico. 
 
Moralidade administrativa não é pura e 
simplesmente a regra moral, os valores de 
cada um e sim a preservação do interesse 
público. Não é suficiente a administração 
cumprir a lei. Há condutas que objetivamente 
podem ser lícitas, legais, no entanto, 
contrariam valores inerentes ao interesse 
público. 
 
O Direito Administrativo elaborou um conceito 
próprio de moral, diferente da moral comum. A 
moral administrativa significa o dever de o 
administrador não apenas cumprir a lei 
formalmente, mas cumprir substancialmente, 
procurando sempre o melhor resultado para a 
administração. Toda atuação do administrador 
é inspirada no interesse público. 
 
JUSTO – HONESTO - LEGAL 
 
A exploração deste princípio está relacionada à 
improbidade administrativa - imoralidade 
qualificada. (Lei 8429/92) 
 
 
4. PUBLICIDADE: 
 
Todo Ato administrativo deve ser público, 
exceto quando a lei estipular que se deve 
guardar sigilo. A natureza do Ato pode requerer 
este sigilo como nos casos de segurança 
nacional ou de interesse público. 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 
Noções de Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
3 
 
Destina-se, de um lado, à produção dos efeitos 
externos dos atos administrativos. 
 
5. EFICIÊNCIA: 
 
Introduzido pela emenda constitucional 19/88, 
que tratou da Reforma administrativa, esse 
princípio veio explicitar a regra que já estava 
ínsita tacitamente na Administração Pública. 
 
A administração pública deve buscar na sua 
prestação de serviço público a melhor 
qualidade, maior especificidade possível. 
Obedecer ainda à relação qualidade x tempo. 
Onde se presta o serviço com a melhor 
qualidade e menor tempo. 
 
Outros princípios da Administração Pública: 
 
6. RAZOABILIDADE: 
 
Os poderes concedidos à Administração 
devem ser exercidos na medida necessária ao 
atendimento do interesse coletivo, sem 
exacerbações. 
 
A Administração Pública deve atuar de conduta 
comum, normal e razoável em conformidade 
com o previsto. 
 
7. PROPORCIONALIDADE: 
 
É um desdobramento da razoabilidade. 
Adotando a medida necessária para atingir o 
interesse público almejado, o Administrador 
age com proporcionalidade. Os meios 
equivalem aos fins. 
 
8. FINALIDADE: 
 
Toda atuação do administrador se destina a 
atender o interesse público. 
 
O interesse público pode ser: 
 
Primário – identifica-se com o de toda a 
coletividade. É o interesse coletivo. 
 
Secundário – é o pertinente à PessoaJurídica 
de Direito Público. 
 
Ex.: a União tem interesse secundário em 
pagar menos aos seus servidores. 
 
9. HIERARQUIA 
 
A Administração Pública é instituída de forma 
organizacional. Composta por órgãos, 
autoridades superiores e autoridades inferiores. 
 
Atuação do poder hierárquico: DELEGAÇÃO - 
AVOCAÇÃO - REVISÃO, do ato 
administrativo pelos superiores. 
 
Delegação: delega as funções e atribuições 
aos subordinados. 
 
Avocação: vai chamar para si a função que de 
início seria do subordinado. 
 
Revisão: vai revisar os atos praticados pelos 
subordinados. Deferimento ou indeferimento. 
 
PODER DISCIPLINAR X PODER 
HIERÁRQUICO 
 
Poder Disciplinar – capacidade que tem a 
administração de verificar os ilícitos 
administrativos. Mais amplo. 
 
Poder Hierárquico _ específico para punição 
de irregularidades administrativa, pelo superior 
ao subordinado. Está contido no poder 
disciplinar. 
 
 
10. SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
SOBRE O PRIVADO: 
 
É a essência do regime jurídico administrativo. 
Toda ação do agente público há de se voltar 
para assegurar a ordem pública. 
 
A Administração Pública nas suas relações 
sempre se posiciona de forma privilegiada, 
voltada justamente para o interesse público. O 
Sistema Jurídico concede prerrogativas ao 
estado para defender o interesse público. Nas 
suas relações de Direito Administrativo há uma 
superioridade do poder público e não uma 
relação de igualdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 
Noções de Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
4 
11. ESPECIALIDADE 
 
Pelo Princípio da especialidade, a entidade ou 
o órgão quando criado tem que cumprir o fim 
para qual foi criado. Assim, quando o Governo 
cria um novo Ministério, por exemplo, ele tem 
que cumprir a missão para a qual foi instituído. 
Um vez criado o Ministério da Saúde, este terá 
que tratar sobre saúde, não sobre educação, 
pois para isso, temos o Ministério da 
Educação, o do Transporte para o transporte e 
assim por diante. 
 
Cabe a entidade instituidora fiscalizar, 
verificando se o órgão ou Entidade instituída 
está cumprindo a sua missão. 
 
12. TUTELA 
 
Refere-se a controle, fiscalização. A 
possibilidade que tem uma pessoa jurídica 
governamental de controlar outra pessoa 
jurídica ou, ainda, um poder controlando um 
outro poder. 
 
O art. 2°, da CF/88, dita que os Poderes são 
autônomos, porém, harmônicos entre si, esta 
“harmonia”, revela a possibilidade de um Poder 
controlar o outro, desde que expressamente 
previsto na Constituição. 
 
Muito utilizado, também, este princípio, quando 
da atuação da Administração Direta 
controlando a Administração Indireta, o 
Ministério (Adm. Direta) controlando, 
fiscalizando uma de suas entidades vinculadas 
(Adm. Indireta). 
 
13. AUTOTUTELA: 
 
Um poder controlando a si próprio – 
Autocontrole. 
 
A Administração tem o dever de zelar pela 
legalidade e eficiência dos seus próprios atos. 
É por isso que se reconhece à Administração o 
poder-dever de declarar a nulidade dos seus 
próprios atos praticados com infração à Lei. 
 
Em conseqüência desse Princípio da 
Autotutela, a Administração: 
 
Não precisa ser provocada para reconhecer a 
nulidade dos seus próprios atos; 
 
Não precisa recorrer ao Judiciário para 
reconhecer a nulidade dos seus próprios atos. 
 
SUM.STF – 473 : “A Administração tem o 
poder de reconhecer a nulidade dos seus 
próprios atos”. 
 
É a Administração zelando pelos seus próprios 
atos. 
 
É, ainda, em conseqüência da Autotutela, que 
existe a possibilidade de a Administração 
revogar os atos administrativos que não mais 
atendam às finalidades públicas – sejam 
inoportunos, sejam inconvenientes – embora 
sejam legais. 
 
Em suma, a autotutela se justifica para garantir 
à Administração: 
 
A defesa da legalidade dos seus atos; 
 
a defesa da eficiência dos seus atos. 
 
 
 
14. CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO: 
 
Exercita a necessidade coletiva, exige a 
continuidade do serviço público, que não pode 
parar. 
 
Efeitos principais: 
 
Impenhorabilidade, não se encontra sujeito à 
penhora. 
 
Imprescritibilidade, não se encontra sujeito ao 
usucapião. 
 
O serviço público destina-se a atender 
necessidades sociais. É com fundamento 
nesse princípio que nos contratos 
administrativos não se permite seja invocada 
pelo particular a exceção do contrato não 
cumprido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 
Noções de Direito Administrativo 
Romoaldo Goulart 
5 
15. PRESUNÇÂO DE LEGITIMIDADE OU 
VERACIDADE 
 
Presume-se que o ato administrativo foi criado 
em obediência a todos os requisitos legais; 
criado de acordo com a lei. 
 
Presunção: 
 
Relativa: admite-se que prove o contrário. É 
verdadeiro até que se prove o contrário. “ Juris 
tantum “ 
 
Absoluta: não se admite que prove o contrário. 
“ juris et de júris” 
 
Todo ato administrativo é de presunção 
relativa. 
 
16. SEGURANÇA JURÍDICA 
 
A administração Pública deve-se portar em 
suas relações de forma a preservar a intenção 
inicial do ato. 
 
Exemplo de institutos que proporcionam 
Segurança Jurídica: 
 
Ato Jurídico perfeito 
Coisa Julgada 
Direito Adquirido 
 
Ato Jurídico perfeito: Constituído em 
conformidade com a lei anterior ( na época da 
realização do ato). A nova lei não pode 
modificar. 
 
Coisa Julgada: O que é dito em definitivo. Não 
cabe mais recurso. 
 
Direito Adquirido: Está incorporado ao 
patrimônio do cidadão. Quando se cumprem 
todos os requisitos exigidos pela lei. Usa 
quando quiser.

Outros materiais