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ABP (PBL) USF (Bragança Paulista)

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ABP – Aprendizagem Baseada em Problemas
(Problem Based Learning – PBL)
"Diga-me e esquecerei,
Ensina-me e aprenderei,
Envolva-me e entenderei."
Confúcio – séc. V a.C.
Histórico
Nas últimas duas décadas, o ensino da Medicina vem sendo muito discutido, em várias partes do mundo. Gradativamente, a comunidade de especialistas vem denunciando a necessidade de se modificar o modelo de Ensino Médico, implantado por Flexner há 90 anos. São históricas as conclusões de Alma Ata – 1978; Edimburgo – Escócia – em 1988 (1ª Conferência Mundial de Educação Médica) e em 1993 (2ª Conferência Mundial de Educação Médica). Nesta última foram firmadas algumas diretrizes para a reforma do ensino médico, como: 
· construir um currículo baseado nas necessidades nacionais de saúde; 
· dar maior importância para prevenção de enfermidades e para promoção da saúde; 
· tornar o aprendizado ativo e baseado em competências; 
· formar professores médicos capacitados como educadores; 
· promover a integração da ciência com a prática clínica; 
· procurar coordenar a Educação Médica com os serviços de atenção à saúde; 
· buscar a formação equilibrada tanto de médicos "generalistas"como de especialistas; 
· incentivar a interação multiprofissional; 
· capacitar para educação médica continuada. 
A necessidade de transformação foi reforçada no Encontro Continental de Educação Médica, em Punta del Este - Uruguai, em 1994.
No Brasil, foi criada a CINAEM (Comissão Interinstitucional de Avaliação do Ensino Médico), composta, inicialmente, pela ABEM (Associação Brasileira de Educação Médica), CFM (Conselho Federal de Medicina), com a adesão da DENEM (Direção Executiva dos Estudantes de Medicina) e FENAM (Federação Nacional dos Médicos). Posteriormente, aderiram, também, ANDES (Associação dos Docentes de Ensino Superior), ANM (Academia Nacional de Medicina), Conselhos Regionais de São Paulo e Rio de Janeiro (CREMESP e CREMERJ), ANMR (Associação nacional dos Médicos Residentes) e o CRUB (Conselho dos Reitores Brasileiros). A CINAEM passou, em 1991, a avaliar o ensino da medicina no país. Em 1997, ao concluir sua 2ª fase, percebeu a necessidade imediata de se transformar os modelos pedagógico e curricular vigentes nas Escolas Médicas do Brasil, o que atuou como mola propulsora para estudos visando modificações curriculares. 
Em nossa Universidade, estudos neste sentido já eram incipientes, e foram reforçados pelos sinais que apontavam para reestruturação em todo o mundo. Porém, para a reformulação adequada, há necessidade de apoio e incentivo interno de cada instituição, desde a cúpula administrativa até docentes e alunos.
Após 7 anos de estudos, a USF implantou, em 1999, o modelo curricular ABP.
Perfil do Profissional
O médico formado pelo modelo ABP deverá:
· Ter visão holística e postura humanística 
· Estar preparado para agir com eficiência nas situações de iminente risco de vida 
· Estar preparado para solucionar os problemas de saúde mais prevalentes 
· Estar preparado para prevenir doenças e promover saúde 
· Ter compromisso com a ética, com a sociedade e com a humanidade 
· Ter visão crítica, espírito investigativo e autonomia na busca do conhecimento. 
A metodologia ABP
Desenvolvida inicialmente na Universidade de McMaster, no Canadá, e hoje utilizada por diversas entidades no mundo, dentre elas: Maastrich – Holanda, Harvard e Cornell – EUA. No Brasil: FAMEMA (Marília), UEL (Londrina) e USF (Bragança Paulista).
O ensino é centrado no aluno e a aprendizagem se faz em forma de pesquisa – com elaboração de questões, hipóteses e objetivos de aprendizagem, sobre determinada situação-problema apresentada e devidamente discutida.
Tutorias:
As avitidades centrais desenvolvem-se em grupos de 10 alunos e um professor- tutor – cuja função é direcionar o aprendizado.
São seguidos "sete passos":
· ler atentamente o problema e esclarecer termos desconhecidos 
· identificar as questões 
· discutir as questões, tentando resolvê-las através de conhecimentos prévios do grupo 
· sintetizar as explicações 
· estabelecer os objetivos de aprendizagem que proporcionem o aprofundamento do conhecimento nos assuntos em questão 
· estudo individual dos objetivos estabelecidos 
· rediscussão do problema no grupo tutorial, apresentando as soluções encontradas. 
Os problemas abordam as diferentes disciplinas de forma integrada, e seu estudo baseia-se nos processos e fenômenos tais como eles se apresentam na realidade. Ao se enfocar concomitantemente vários aspectos, a aprendizagem torna-se interessante e mis duradoura.
Reunião Geral (REG) 
Compõe, juntamente com a tutoria, a chamada "Unidade de Integração". 
A REG acontece uma vez por semana e aborda diferentes assuntos, na forma de seminários, conferências, oficinas, simpósios, etc. 
Unidade de Saúde Coletiva/Prática Médica e Sociedade e Unidade de Propedêutica Médica
A SC e a PM utilizam a metodologia de problematização como estratégia de ensino-aprendizagem. Deste modo, o aluno tem contato com a realidade da população e com os aspectos psicossociais do enfermo, sem perder de vista os aspectos clínicos que norteiam a prática médica – o que permite a discussão da dimensão humana do trabalho médico e o desenvolvimento do raciocínio clínico necessário ao futuro profissional.
Na Propedêutica, a conversa à beira do leito com o enfermo e familiares ocorre desde o primeiro ano do curso, quando o aluno exercita a anamnese e a relação médico-paciente emergente. No segundo ano, os alunos iniciam o aprendizado do exame físico. Num primeiro momento, têm contato com o "normal", através de atividades entre duplas, que servem também para dismistificar as relações interpessoais. Posteriormente, partem para atividades com pacientes, na clínica médica, pediatria, ginecologia e obstetrícia e geriatria (por meio de visitas a internos de um asilo). 
Nas atividades da Saúde Coletiva, o aluno toma contato com a real situação de saúde local, avaliando desde as condições de vida da população até a organização e estruturação do sistema de saúde - SUS.
A estratégia de aprendizagem de ambas as unidades pode ser ilustrada pelo esquema: 
Observação da Realidade(Problemas) 
 INCLUDEPICTURE "http://www.geocities.com/carolandotenuto/CMedicina/flecha.gif" \* MERGEFORMATINET 
Pontos Chaves Teorização Hipóteses de Solução Aplicação à Realidade
REALIDADE
Disciplinas Eletivas
Têm como objetivo incrementar e complementar o aprendizado, direcionando-o para áreas mais específicas. 
São aulas ministradas em módulos de 32 horas-aula, com número de participantes pré-estabelecidos e 10 ou 20 alunos, de acordo com o proposto pelo docente responsável. Os módulos podem ser propostos por professores e por alunos, de acordo com seu interesse e pertinência do tema. 
Cada estudante deve escolher as disciplinas conforme seus interesses, de modo a preeencher a carga horária de 64 horas-aula por semestre. 
Atualmente, as disciplinas oferecidas no primeiro ano são: *******
E, no segundo, são:
· Células do Sistema Imune: Primeira linha de defesa 
· Anatomia Cirúrgica da coluna cervical 
· Hipertensão Arterial Sistêmica 
· ATLS (Atendimento ao Paciente Politraumatizado) 
· Anatomia de Extremidades Realacionada ao Trauma 
· Anatomia Topográfica do Abdome 
· Epidemiologia de Doenças Não-Infecciosas 
· Enzimas Hepáticas
Todas as unidades que compõe a metodologia ABP devem estar em constante avaliação – por alunos, docentes e comissão pedagógica, para que haja um processo de aperfeiçoamento dinâmico, corrigindo-se rumos sempre que necessário. Só assim os objetivos da formação profissional propostos poderam ser contemplados de maneira adequada.

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