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GASES Centro Universitário SENAI CIMATEC GRD-QUI-0501 Química Geral Prof. Elisson Andrade elisson.andrade@fieb.org.br SISTEMA, VIZINHANÇA E ESTADO Sistema e vizinhança • O material de interesse é o sistema, todo o restante é definido como vizinhança; • Considerando um gás puro, podemos descrever este sistema em termos de p, V, T, n e etc. Se pudermos medí-los ou dar valores, sabemos tudo sobre o sistema. Podemos dizer que conhecemos o estado do sistema; • Precisamos conhecer a energia (papel da termodinâmica). Sistema, vizinhança e estado Como definimos o estado do sistema? • Somos capazes de descrever as propriedades macroscópicas do sistema gasoso usando apenas algumas observáveis: P, T, V e n. São medidas facilmente identificáveis e têm unidades definidas. • Temperatura nem sempre foi uma propriedade mensurável óbvia. A lei zero da termodinâmica Temperatura • Temperatura é uma medida da quantidade de energia cinética contida nas partículas de um sistema; • Ou seja, se P, V e etc estiverem constantes, quanto mais alta a temperatura, maior a energia cinética do sistema; • A temperatura não é uma forma de energia; é um parâmetro para comparar quantidades de energia de diferentes sistemas; A lei zero da termodinâmica Equilíbrio térmico • O que acontece com a temperatura quando dois sistemas independentes são colocados em contato? A lei zero da termodinâmica • Se dois sistemas (de qualquer tamanho) estão em equilíbrio térmico entre si e um terceiro sistema está em equilíbrio com um dos dois, então ele está em equilíbrio térmico com o outro também. A lei zero da termodinâmica Exercício 0 • Considere três sistemas a 37,0 ºC: uma amostra de 1,0 L de H2O, 100 L de gás neônio a uma pressão de 1,00 bar, e um pequeno cristal de cloreto de sódio, NaCl. Comente a respeito do estado do equilíbrio em termos dos diferentes tamanhos dos sistemas. Haverá uma transferência líquida de energia entre quaisquer dos três sistemas se eles forem colocados em contato? A lei zero da termodinâmica Estados de um sistema • Independente do caminho percorrido, o sistema não se “recorda” do seu estado anterior; • Não importa que o primeiro sistema estava em uma temperatura mais alta; O estado do sistema é determinado pelo que são as variáveis do estado, não pelo que eram ou como mudaram. • Os gases são altamente compressíveis e ocupam o volume total de seus recipientes. • Quando um gás é submetido à pressão, seu volume diminui. • Os gases sempre formam misturas homogêneas com outros gases. • Os gases ocupam somente cerca de 0,1 % do volume de seus recipientes. CARACTERÍSTICAS DOS GASES 8 Características dos gases 9 • A pressão é a força atuando em um objeto por unidade de área: • A gravidade exerce uma força sobre a atmosfera terrestre • Uma coluna de ar de 1 m2 de seção transversal exerce uma força de 105 N. • A pressão de uma coluna de ar de 1 m2 é de 100 kPa. A F P Pressão 10 A pressão atmosférica e o barômetro • Unidades SI: 1 Pa = 1 N/m2 (1 N = 1 kg m/s2); • Unidades: 1 atm = 760 mmHg = 760 torr = 1,01325 105 Pa = 101,325 kPa. • A pressão atmosférica é medida com um barômetro. • Se um tubo é inserido em um recipiente de mercúrio aberto à atmosfera, o mercúrio subirá 760 mm no tubo. • A pressão atmosférica padrão é a pressão necessária para suportar 760 mm de Hg em uma coluna. Pressão 11 Pressão A pressão atmosférica e o barômetro Criado por Evangelista Torricelli (1608-1647), discípulo de Galileu. 12 Relação pressão-volume: lei de Boyle • Os balões de previsão de tempo são usados como uma consequência prática para a relação entre a pressão e o volume de um gás. • Quando o balão de previsão de tempo sobe, o volume aumenta. • Quando o balão de previsão de tempo se distancia da superfície terrestre, a pressão atmosférica diminui. • A Lei de Boyle: o volume de uma quantidade fixa de gás é inversamente proporcional à sua pressão. • Boyle usou um manômetro para executar o experimento. As leis dos gases 13 14 Relação pressão-volume: lei de Boyle • Matematicamente: • Um gráfico de V versus P é um hiperbolóide. • Da mesma forma, um gráfico de V versus 1/P deve ser uma linha reta passando pela origem. As leis dos gases 15 Relação temperatura-volume: lei de Charles • Sabemos que balões de ar quente expandem quando são aquecidos. • A lei de Charles: o volume de uma quantidade fixa de gás à pressão constante aumenta com o aumento da temperatura. • Matematicamente: As leis dos gases 16 Relação quantidade-volume: lei de Avogadro • A lei de Gay-Lussac de volumes combinados: a uma determinada temperatura e pressão, os volumes dos gases que reagem são proporções de números inteiros pequenos. As leis dos gases 17 Relação quantidade-volume: lei de Avogadro • A hipótese de Avogadro: volumes iguais de gases à mesma temperatura e pressão conterão o mesmo número de moléculas. • A lei de Avogadro: o volume de gás a uma dada temperatura e pressão é diretamente proporcional à quantidade de matéria do gás. • Matematicamente: • Podemos mostrar que 22,4 L de qualquer gás a 0C contém 6,02 1023 moléculas de gás. As leis dos gases 18 Relação quantidade-volume: lei de Avogadro As leis dos gases 19 20 Exercício 1 Suponha que tenhamos um gás confinado em um pistão como mostrado na figura. Considere as seguintes variações: A) Aquecer o gás de 298 K para 360 K, mantendo a posição atual do pistão. B) Mover o pistão para reduzir o volume do gás de 1 L para 0,5 L. C) Injetar mais gás pela válvula de entrada de gás, mantendo a posição do pistão. Indique se em cada uma dessas variações haverá: 1. Diminuição da distância média entre as moléculas 2. Aumento da pressão do gás 3. Aumento da massa total do gás no cilindro • Considere as três leis dos gases. • Podemos combiná-las em uma lei geral dos gases: • Lei de Boyle: • Lei de Charles: • Lei de Avogadro: A equação do gás ideal 21 • Se R é a constante de proporcionalidade (chamada de constante dos gases), então • A equação do gás ideal é: • R = 0,08206 L atm mol-1 K-1 = 8,314 J mol-1 K-1 A equação do gás ideal 22 23 • Definimos TPP (temperatura e pressão padrão) = 273,15 K (0C), 1 atm. • O volume de 1 mol de gás na TPP é: A equação do gás ideal 24 25 Exercício 2 O carbonato de cálcio, CaCO3(s), decompõe-se com aquecimento para produzir CaO(s) e CO2(g). Uma amostra de CaCO3(s) é decomposta e o CO2(g) é coletado num frasco de 250 mL. Depois da decomposição se completar, o gás tem pressão de 1,3 atm à temperatura de 31 ºC. Qual a quantidade de matéria de CO2(g) produzida? CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g) R = 0,08206 L atm mol-1 K-1 Relacionando a equação do gás ideal e as leis dos gases • Se PV = nRT e n e T são constantes, então PV = constante e temos a lei de Boyle. • Outras leis podem ser criadas de modo similar • Em geral, se temos um gás sob dois grupos de condições, então: 22 22 11 11 Tn VP Tn VP A equação do gás ideal 26 27 Exercício 3 A pressão do gás numa lata de aerossol é 1,5 atm a 25 ºC. Supondo que o gás dentro da lata obedece à equação do gás ideal, qual seria a pressão se a lata fosse aquecida a 450 ºC? * Note que o volume e a quantidade de matéria (n) não variam de um grupo de condição para o outro. Densidades de gases e massa molar • A densidade tem unidades de massa por unidades de volume. • Reajustando a equação ideal dos gases com M como massa molar, teremos: RT P d V n RT P V nnRTPV MM Aplicações adicionais da equação do gás ideal 28 Densidades de gases e massa molar • A massa molar de um gás pode ser determinada como se segue: Volumes de gases em reações químicas • A equação ideal dos gases relaciona P, V e T ao número de mols do gás. • O n pode então ser usado em cálculos estequiométricos. P dRT M A equação do gás ideal 29 30 Exercício 4 4.1 Determine a densidade do CO2 nas condições do Exercício 2. 4.2 Determine a densidade do CO2 nas CNTP (TPP = 0 ºC e 1 atm). P dRT M 31 Exercício 5 Os air bags de segurança em automóveis contêm N2(g) gerado pela decomposição rápida de azida de sódio, NaN3(s): 2NaN3(s) 2Na(s) + 3N2(g) Se um air bag tem um volume de 36 L e contém N2(g) a uma pressão de 1,15 atm à temperatura de 26,0 ºC, quantos gramas de NaN3(s) devem ser decompostos? (Dados: Na = 23 g; N = 14 g; R = 0,08206 L atm mol-1 K-1) Resposta: 72 g NaN3 • Uma vez que as moléculas de gás estão tão separadas, podemos supor que elas comportam-se independentemente. • A Lei de Dalton: em uma mistura gasosa, a pressão total é dada pela soma das pressões parciais de cada componente: • Cada gás obedece à equação ideal dos gases: • Combinando as equações: 321total PPPP V RT nP ii Mistura de gases e pressões parciais 32 V RT nnnP 321total 33 Exercício 6 Uma mistura gasosa feita de 6,00 g de O2 e 9,00 g de CH4 é colocada em recipiente de 15,0 L a 0 ºC. Qual é a pressão parcial de cada gás e a pressão total no recipiente? R = 0,08206 L atm / mol K O = 16 g C = 12 g H = 1 g * É preciso encontrar as pressões parciais do O2 e CH4 a partir da quantidade de matéria de cada um deles. V RT nP ii Pressões parciais e frações em quantidade de matéria • Considere ni a quantidade de matéria de gás i exercendo uma pressão parcial Pi, então onde i é a fração em quantidade de matéria (ni/nt). totalPP ii Mistura de gases e pressões parciais 34 35 Exercício 7 Um estudo dos efeitos de certos gases no crescimento de plantas requer uma atmosfera sintética composta de 1,5% mol de CO2, 18,0% mol de O2 e 80,5% mol de Ar. a) Calcule a pressão parcial de O2 na mistura se a pressão atmosférica for de 745 torr. PO2 = XO2 . Pt * Note que fração em quantidade de matéria é adimensional, e por isso dada nesta questão em %. Ou seja, 18% mol de O2 XO2 = 0,18. • Da equação do gás ideal, temos • Para 1 mol de gás, PV/RT = 1 para todas as pressões. • Em um gás real, PV/RT varia significativamente de 1. • Quanto maior for a pressão, maior será o desvio do comportamento ideal. n RT PV Gases reais: desvios do Comportamento ideal 36 37 • Da equação do gás ideal, temos • Para 1 mol de gás, PV/RT = 1 a todas as temperaturas. • À medida que a temperatura aumenta, os gases se comportam de maneira mais ideal. • As suposições na teoria cinética molecular mostram onde o comportamento do gás ideal falha : – as moléculas de um gás têm volume finito; – as moléculas de um gás se atraem. n RT PV Gases reais: desvios do Comportamento ideal 38 39 • À medida que a pressão em um gás aumenta, as moléculas são forçadas a se aproximarem. • À medida que as moléculas ficam mais próximas, o volume do recipiente torna-se menor. • Quanto menor for o recipiente, mais espaço as moléculas de gás começam a ocupar. • Como conseqüência, quanto maior for a pressão, o gás se torna menos semelhante ao gás ideal. Gases reais: desvios do Comportamento ideal 40 Gases reais: desvios do Comportamento ideal • À medida que as moléculas de gás ficam mais unidas, diminui a distância intermolecular. 41 • Quanto menor for a distância entre as moléculas de gás, maior a chance das forças de atração se desenvolverem entre as moléculas. • Conseqüentemente, menos o gás se assemelha com um gás ideal. • À medida que a temperatura aumenta, as moléculas de gás se movem mais rapidamente e se distanciam mais entre si. • Altas temperaturas significam também mais energia disponível para a quebra das forças intermoleculares. Gases reais: desvios do Comportamento ideal 42 Gases reais: desvios do Comportamento ideal • Conseqüentemente, quanto maior for a temperatura, mais ideal é o gás. 43 A equação de van der Waals • Adicionamos dois termos à equação do gás ideal: um para corrigir o volume das moléculas e o outro para corrigir as atrações intermoleculares. • Os termos de correção geram a equação de van der Waals: onde a e b são constantes empíricas. 2 2 V an nbV nRT P Gases reais: desvios do Comportamento ideal 44 A equação de van der Waals • Forma geral da equação de van der Waals: 2 2 V an nbV nRT P nRTnbV V an P 2 2 Correção para o volume das moléculas Correção para a atração molecular Gases reais: desvios do Comportamento ideal 45 46 47 Exercício 8 Se 1,000 mol de um gás ideal estivesse confinado num volume de 22,41 L a 0,0 ºC, exerceria uma pressão de 1,000 atm. Use a equação de van der Waals e as constantes para estimar a pressão exercida por 1,000 mol de Cl2(g) em 22,41 L a 0,0 ºC. Quais interpretações podemos obter? R = 0,08206 L atm / mol K a = 6,490 L² atm / mol² b = 0,05620 L / mol 2 2 V an nbV nRT P GASES Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47
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