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Módulo 5 - Das politicas às ações direitos da pessoa idosa no Brasil

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Fonte: https://www.freepik.com/ 
 
Fonte: https://www.freepik.com/ 
 
 
 
 
Módulo 5 
Proteção e defesa dos direitos da pessoa idosa 
 
 
1. Justificativa e objetivos 
 
Olá, bem-vindo a mais um módulo! Neste bloco de conteúdos 
você aprenderá sobre a proteção e defesa dos direitos das 
pessoas idosas e para isto terá acesso a conteúdos sobre 
violência e maus tratos contra as pessoas idosas, sobre a rede 
de defesa e proteção dos direitos desta população e sobre as 
instituições de longa permanência como espaços de proteção 
socioassistencial. 
 
Ao final desse módulo você deverá ter alcançado os seguintes 
objetivos: 
 Estudar as estratégias de prevenção da violência 
contra pessoa idosa; 
 Conhecer os componentes da rede de suporte e defesa dos direitos das pessoas 
idosas; 
 Conhecer dados sobre a institucionalização de pessoas idosas no Brasil. 
 
Bons estudos! 
 
 
2. Violência e maus tratos contra a pessoa idosa 
 
O Estatuto do Idoso entrou em vigor em 2003 e, desde então, criminalizou algumas 
práticas violentas contra as pessoas idosas. A partir disso, muito tem-se discutido sobre o 
assunto. Conceitualmente: 
 
 
 “... o maltrato à pessoa idosa é um ato (único ou repetido) ou omissão que 
lhe cause dano ou aflição e que se produz em qualquer relação na qual 
exista expectativa de confiança”. Tal ato se refere aos abusos físicos, 
psicológicos, sexuais, abandono, negligências, abusos financeiros, e 
autonegligência. Frequentemente podem acontecer ao mesmo tempo 
vários tipos de maus tratos”. (MINAYO apud GROSSI, CLOS, 2017). 
 
 
A violência contra pessoa idosa tem um 
componente de difícil resolução: o mito da 
Família Protetora. A família, conforme o que 
preconiza o Estatuto do Idoso é quem 
primeiro deve cuidar de seus membros, mas, 
de acordo com dados do Disque 100, é o 
local em que acontecem as principais 
violações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.freepik.com/
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Você sabia que mais de 90% (noventa por cento) das pessoas idosas moram com 
filhos, filhas, netos ou outros parentes e, em média, 27% (vinte e sete por cento) dos 
lares brasileiros têm pelo menos uma pessoa idosa. Porém, é na família que ocorre 
a maior parte das violações contra as pessoas idosas. São violações que muitas 
vezes ficam invisíveis e de difícil diagnóstico. 
 
 
 
 
As violências intrafamiliares podem ser analisadas de diferentes formas: reflexos dos 
processos de exploração e violação de direitos básicos a que são submetidos seus 
membros, relações de poder que se desequilibram e buscam na violência alternativas de 
resolução de conflitos ou apenas imposição de desejos. 
 
 
 
 
 
 
Os sentimentos de culpa e de vergonha da pessoa idosa que é maltratada costumam se 
juntar ao medo de retaliação ou de represália por parte dos agressores ou dos que os 
negligenciam. A maioria dos casos de violência contra esse grupo social — de forma 
particular, contra as pessoas mais velhas, dependentes e doentes — ocorre por 
negligência de cuidados e é perpetrada com mais frequência diretamente por familiares. 
 
 
 
 
Independentemente da perspectiva que se escolha para analisar a questão da violência 
contra pessoa idosa, o certo é que os dados relativos a esta problemática devem ser 
amplamente discutidos para que estratégias de prevenção e enfrentamento possam ser 
traçadas. Além da violência intrafamiliar, outras formas também afetam a vida das 
pessoas idosas e destacamos, sobretudo, a violência estrutural: 
 
 
 
 “...que dificulta o acesso às políticas públicas, aos bens e serviços 
necessários para garantir o bem-estar na velhice. Não raro, pessoas idosas 
ainda são vistas como um “estorvo social”, quando não estão mais 
inseridas no sistema produtivo.” (GROSSI, CLOS, 2017). 
 
 
 
 
Você sabe quais são os três principais preconceitos sobre a velhice? O Manual de 
Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa nos ajuda a conhecer: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Manual de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa (Brasil, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os tipos mais comuns de violências contra à pessoa idosa são: financeira, física, sexual, 
psicológica e negligência, conforme indicado no infográfico, bem como as condutas que 
as caracterizam. Confira abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conheça o plano de ação de enfrentamento à violência contra pessoa idosa. 
Acesse: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acao_enfrentamento_violencia_id
oso.pdf 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acao_enfrentamento_violencia_idoso.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acao_enfrentamento_violencia_idoso.pdf
 
Fonte: Adaptado de Gil (2015) 
 
 
 
 
 
Essas condutas podem ser, frequentemente, identificadas nas relações familiares e sociais, 
mas não serem interpretadas como violências, pois, foram incorporadas como parte dos 
conflitos aceitáveis no âmbito doméstico, como por exemplo: a não co-participação nas 
despesas familiares, depois de acordado. 
 
 
 
 
 
 
As condições de vida devem ser consideradas violentas quando elas se 
constituem em fator de risco, causa de conflito ou de isolamento para a 
pessoa idosa (BRASIL, 2013). 
Fonte: https://www.freepik.com/ 
 
 
 
Outras formas de violência, mais explícitas como ofensas, humilhações ou desprezo, também 
são incorporadas nas relações como dificuldade de diálogo, histórico de desavenças ou 
mesmo como resposta ao abandono da pessoa idosa no passado. 
 
A violência sexual, ainda que menos frequente, pode se manifestar em abusos conjugais ou 
quando a pessoa idosa se encontra com quadro demencial e vulnerável aos violadores. 
 
As violências físicas ou de negligência são as mais evidentes, pois deixam marcas no corpo 
e sinais de alerta no ambiente no qual se vive. Machucados ou comportamento reticente da 
pessoa idosa são os primeiros sinais de que algo está errado. 
 
 
Violência difusa 
 
A violência é um fenômeno tão amplo e com tantas facetas que não se limita aos cinco tipos 
explicados até agora. Há um tipo de violência, considerada difusa, que se espalha de 
diferentes maneiras e afeta a vida das pessoas idosas de muitos modos diferentes. 
 
Como exemplo para violência difusa estão as violências estrutural e institucional. Vamos 
entendê-las? 
 
Violência estrutural: Resultante da desigualdade social, da penúria provocada pela pobreza, 
miséria e das discriminações que os desprovidos de bens materiais mais sentem. Isso se 
manifesta por meio da má distribuição de renda, uma vez que apenas 75% (setenta e cinco 
por cento) da população idosa recebe renda igual ou inferior a três salários mínimos. As 
pessoas idosas que vivem no limite têm menos possibilidade de escapar dessa situação do 
que qualquer outra das demais faixas etárias. 
 
 
 
Violência institucional: é toda aquela 
ação de abuso ou violação de direitos 
praticada diretamente em instituições de 
prestação de serviços. E sse tipo de 
violência se materializa no péssimo 
atendimento, no aumento do sofrimento 
daqueles que não tem condições de 
optar por outros serviços, nas longas 
filas, falta de informação adequada, 
comunicação confusa e ausência de 
uma relação pessoal compreensiva 
sobre sua situação. 
 
Violências e abusos praticados por 
empresas como bancos, lojas e planos 
 
 
 
 
 
 
http://www.freepik.com/
http://www.freepik.com/
 
 
 
 
 
de saúde estão no campo da violência institucional, pois se aproveitam das vulnerabilidades 
da população idosa para oferta de créditos, produtos e aumentos abusivos, tornando ainda 
mais vulnerável a condição de vida dessa população. E nas Instituições de Longa 
Permanência (ILPIs) a problemática da violência institucional se perpetua com a reprodução 
de abusos, maus tratos e negligências que podem resultar em mortes, incapacitações e 
aceleração de dependências e de doenças mentais como depressão (BRASIL, 2013). 
 
 
 
Os crimes maispraticados contra as pessoas idosas são: 
 
Maus tratos (artigo 99 da Lei nº. 10.741/03); 
Abandono (artigo 98 da Lei nº. 10.741/03); 
Apropriação de bem de idoso (Artigo 102 da Lei nº. 10.741/03); 
Negligência/Omissão na assistência ao idoso (Artigo 97 da Lei nº. 10.741/03); 
Discriminação de pessoa idosa (Artigo 96 da Lei nº. 10.741/03); 
Ameaça (Artigo 147 do CP); 
Injúria (Artigo 140 do CP); 
Lesão corporal (artigo 129 do CP); 
Perturbação da Tranquilidade (artigo 65 da LCP); 
Estelionato (artigo 171 do CP). 
 
Fonte: Polícia Civil do Rio Grande do Sul, http://daai.pc.rs.gov.br/conteudo/22153/idoso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conheça as 7 (sete) estratégias de ação para o enfrentamento à violência contra a 
pessoa idosa 
 
Em 2013, a então Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, 
hoje Ministério dos Direitos Humanos, lançou o Manual de Enfrentamento à Violência contra 
a Pessoa Idosa e definiu 7 (sete) estratégias de ação para o enfrentamento à violência contra 
as pessoas idosas. Vamos conhecê-las? 
 
 
 
 
 
 
 
Campanha de Conscientização contra a Violência à Pessoa Idosa: Saiba como e 
denuncie! 
 
 
Fonte: Manual de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa (BRASIL, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de Rodrigues e Silva (2013). 
 
Fonte: https://www.freepik.com/ 
 
 
 
3. Conceitos de rede de suporte social à pessoa idosa 
 
Quando falamos em rede pensamos 
em fios que se conectam. Há uma 
definição de rede que nos ajuda a 
compreender de forma fácil todo o 
conceito. Nela, a rede corresponde a 
conexões que garantem proteção e 
segurança em momentos difíceis. 
Uma rede de suporte social traduz-
se em um grupo de pessoas 
importantes umas para as outras 
que realizam trocas e potencializam 
as relações de cuidado e per 
tencimento social. 
 
Uma rede de suporte social não é o 
mesmo que família, muito embora a 
família seja um dos componentes 
primeiros dessa formação. Amigos, 
vizinhos, prestadores de serviços domésticos como diaristas, empregadas domésticas, 
cuidadores ou mesmo porteiros, são exemplos de pessoas que podem compor as redes de 
suporte social (SLUSKI, 1997). 
 
Cada pessoa que compõe uma rede pode desenvolver papéis diferentes, pois as 
necessidades das pessoas, à medida que envelhecem, também são diferentes. Existem 
pessoas que terão a função afetiva, outras a função de apoio financeiro; há aquelas que 
exercerão a função de acompanhante em passeios e consultas médicas. Nenhuma função é 
mais importante que outra, mas as famílias e os profissionais que atendem as pessoas 
idosas precisam garantir que as diferentes funções sejam exercidas por diferentes pessoas, 
para que não haja sobrecarga de tarefas. 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Rede de defesa e proteção dos direitos da pessoa idosa: delegacias 
especializadas, defensoria pública, ministério público, conselhos de 
direitos da pessoa idosa (estaduais e municipais) e secretarias 
especiais 
 
A rede de proteção à pessoa idosa é composta por um conjunto de órgãos e instituições 
públicas que tem funções diferentes. Na Política de Assistência Social, por exemplo, existem 
os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência 
Especializado de Assistência Social (CREAS). Na Política de Saúde, todos os serviços têm o 
compromisso ético de notificar suspeita de violência quando identificada em atendimento. 
 
As Delegacias Especializadas são órgãos de execução regionalizada da Polícia Civil que têm 
a tarefa de atender pessoas idosas vítimas de crimes e violações de direitos. Nem todas as 
cidades possuem uma delegacia especializada e muitos municípios possuem cartórios 
especializados, preparados para o atendimento de pessoas idosas. 
 
 
 
 
Entenda como funciona a rede de atendimento às Pessoas Idosas: 
 
 
Programa Você em Foco: Rede de Apoio Social e Envelhecimento. O programa 
exibido em 05 de julho de 2013 contou com a participação da assistente social 
Marilia Viana Berzins, para falar sobre rede de apoio social e envelhecimento. 
Confira em: 
 
Fonte: dados do Disque 100 (2018). 
 
 
 
A Defensoria Pública é porta de entrada para orientações e ingressos de ações nas áreas de 
saúde, previdência, como mecanismo para agilizar ou garantir o acesso a medicamentos, 
internações, cirurgias, benefícios, aposentadorias, pensões, ou em questões relativas à 
família no que se refere à solicitação de alimentos, interdições, etc. 
 
O Ministério Público Estadual acolhe denúncias de violência contra as pessoas idosas, em 
especial, situações de abandono, maus tratos ou negligência perpetrados pela família ou por 
Instituições de Longa Permanência. 
 
Os Conselhos de Direito - O Conselho Municipal da Pessoa Idosa é o espaço em que as 
políticas públicas são propostas, mas também é o meio de fiscalização da execução das 
políticas municipais. Eventualmente, acolhe denúncias de violência, o que o mobiliza a 
encaminhá-las para órgão de polícia, Ministério Público, Delegacias Especializadas ou 
Cartórios Especializados. 
 
Secretarias ou Coordenações Municipais de Políticas para as pessoas idosas são espaços 
de planejamento, execução e implementação de políticas públicas demandadas pela 
população idosa. 
 
 
Disque 100 
 
O Disque 100 é uma central de recebimento de denúncias sobre violência de diferentes 
públicos. É um canal de comunicação vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e que, 
desde 2011 vem se consolidando como um importante meio de acolhimento e proteção de 
pessoas idosas no Brasil. 
 
O fluxo de trabalho desse canal compreende recebimento da denúncia, identificação da 
demanda e encaminhamento para órgãos e setores responsáveis nos municípios de origem. 
O Disque 100 aciona uma rede de defesa e proteção dos direitos das pessoas idosas 
composta por Delegacias, Ministério Público, CRAS e CREAS. 
 
Os dados do primeiro semestre de 2018 do Disque 100 sinalizam que 52% (cinquenta e dois 
por cento) das denúncias são contra filhos e cerca de 76% (setenta e seis por cento) das 
violências acontecem na casa da vítima. São números altos e preocupantes, considerando 
que as denúncias contra familiares tendem a não ser formalizadas pelo medo e insegurança 
vivida pelas pessoas idosas. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: UNASUS (2015). 
 
 
 
Os dados do primeiro semestre de 2018 do Disque 100 apontam 16.660 (dezesseis mil e 
seiscentos e sessenta) denúncias, o equivalente a 50,2% dos registros em relação ao ano de 
2017. 
 
 
 
Rede de Atenção 
 
Agora que você já sabe um pouco mais sobre as políticas e os equipamentos que atendem 
as pessoas idosas, apresentamos a rede de atenção com as conexões entre o Sistema Único 
de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Justiça e Ações Intersetoriais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais sobre os dados registrados pelo Disque 100 pelo link: 
http://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/ouvidoria/balanco-disque-100 
http://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/ouvidoria/balanco-disque-100
 
O termo asilo é concebido como instituição que abriga pessoas idosas em tempo 
integral e em caráter permanente. Contudo, esse termo está associado, no 
imaginário social, à ideia de abandono, atendimento precarizado e à representação 
de “depósito de velhos”. Portanto é um termo a ser superado! 
 
 
5. Proteção socioassistencial: instituições de longa permanência para 
pessoas idosas 
 
As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) são estruturas de acolhimento 
presentes na sociedade desde os tempos antigos. Inicialmente as instituições ou casas que 
acolhiam pessoas idosas eram lugares chamados de asilos e nem sempre tinham boas 
estruturas de cuidado e convivência social. 
 
 “Na década de 1960, quando se inicia aOrganização da Sociedade 
Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), começam a surgir as 
primeiras clínicas geriátricas e casas de repouso não filantrópicas. A 
institucionalização da velhice deixa de ser apenas uma prática filantrópica e 
se transforma também em uma fonte de renda, considerando o aumento 
dessa população necessitada de cuidados especiais e a impossibilidade 
de a família arcar com os cuidados.” (ALCÂNTARA, 2004, p.31). 
 
 
A visão de pessoa idosa pobre, usuária da caridade e digna de lamento começa a ser revista, 
no Brasil, na década de 1980, em paralelo às reivindicações pela aprovação do Estatuto do 
Idoso. A sociedade passa a olhar para as instituições que abrigam pessoas idosas com um 
novo questionamento: quem cuida e como cuidam de nossas pessoas idosas? O cuidado 
que se caracteriza desde sua origem pelo assistencialismo, caridade e religiosidade já não 
consegue dar conta da garantia do direito à vida e à velhice com dignidade. Portanto um 
novo olhar é lançado para as instituições que abrigam as pessoas idosas: 
 
 
 “Essas instituições caracterizam-se, de um lado, como uma comunidade que 
reside sobre o mesmo teto e utiliza os mesmos espaços físicos e, por outro 
lado, como uma organização formal, estruturada funcionalmente, com 
hierarquias definidas pela divisão de trabalho interno. Mesmo apresentando 
diferentes denominações, possuem, em comum, a função de propiciar o 
atendimento por meio de hospedagem permanente, assistência à saúde de 
forma direta ou indireta e algumas atividades de ocupação em lazer.” 
(CORTELETTI, CASARA e HERÉDIA, 2004, p.18). 
 
 
 
Com a mudança gradual sobre a percepção do envelhecimento e dos modos de morar, com 
o avançar dos anos, hoje encontramos definições mais amplas sobre o que é uma ILPI, como 
por exemplo a que a SBGG define em seu Manual de funcionamento quando diz que as ILPIs 
são: 
 
 
 
 
 
 
 
Pátio interno da Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados, uma instituição que acolhe cerca de 
140 (cento e quarenta) pessoas acima de 60 (sessenta) anos na cidade de Porto Alegre/RS. Fonte: Banco de 
imagens SPAAN. 
 
Fonte: Imagens de divulgação da Sociedade Porto Alegrense de 
Auxílio aos Necessitados (SPAAN). 
 
 
 
 “... estabelecimentos para atendimento integral institucional, cujo público alvo 
são pessoas de 60 (sessenta) anos ou mais, dependentes ou 
independentes, que não dispõem de condições para permanecer com a 
família ou em seu domicílio” (ALCÂNTARA, 2004). 
 
 
A partir do momento em que se entende que os critérios para permanência em uma 
instituição superam a perspectiva econômica e passam a considerar as multiplicidades dos 
problemas sociais, problematiza-se sobre quem é o sujeito, público dessas ILPIs. 
 
Nos últimos anos estamos observando a mudança do perfil das pessoas idosas que buscam 
instituições, sobretudo pelas alterações sofridas na estrutura familiar brasileira e no aumento 
de anos vividos. Passamos a ter uma população cada vez mais envelhecida e que exige 
atenção e cuidados cada vez mais especializados. 
 
 
Panorama das ILPIs no Brasil 
 
De acordo com dados oficiais 
sistematizados pelo Instituto de 
Pesquisa Econômica Aplicada 
(IPEA), cerca de 1% (um por cento) 
da população idosa reside em 
domicílios coletivos, o que 
representa em torno se 84 mil 
moradores. Cerca de 65% 
(sessenta e cinco por cento) das 
ILPIs do país são de natureza 
filantrópica e cerca de 6,6% (seis 
porcento) são públicas, com 
predominância das municipais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conheça a RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC nº. 283, DE 26 
DE SETEMBRO DE 2005, que tem por objetivo estabelecer o padrão mínimo de 
funcionamento das Instituições de Longa Permanência para Idosos. 
 
 
 
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) por meio da NOB-RH/SUAS (2006) insere as 
ILPIs no campo da Proteção Social Especial, no âmbito da Alta Complexidade. Significa dizer 
que essas são instituições de caráter social e que devem abrigar pessoas acima de 60 
(sessenta) anos que se encontrem em situação de risco e vulnerabilidade social. Contudo, 
existe um grande número de instituições que, para além da função de acolhida, também 
desenvolvem ações de cuidados frente às doenças e incapacidades que surgem ao longo do 
processo de envelhecimento. 
 
Portanto, há uma caminhada em direção ao reconhecimento das ILPIs enquanto serviço de 
retaguarda híbrido e necessário, tanto em situações do campo da assistência social quanto 
da área da saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Brasil existem um conjunto de portarias de regulamentação das ILPIs das quais, três 
foram estabelecidas pelo órgão da assistência social e uma delas pela saúde: 
Lembrando que não é recomendado pela legislação específica e pelo Estatuto do Idoso a 
transferência da pessoa idosa para outro local, visto que é primordial a relação da pessoa 
idosa com o território e com a comunidade, contribuindo para seu bem estar. 
 
Lembrando que não é recomendado pela legislação específica e pelo Estatuto do Idoso a 
transferência da pessoa idosa para outro local, visto que é primordial a relação da pessoa 
idosa com o território e com a comunidade, contribuindo para seu bem estar. 
 
 
A competência para fiscalização das instituições é definida pelo Estatuto do Idoso como 
sendo responsabilidade dos Conselhos da Pessoa Idosa, do Ministério Público e dos órgãos 
de vigilância sanitária. No que se refere à vigilância sanitária, esta tem sido orientada pela 
RDC da Anvisa nº. 283 de 2005, que define as regras de funcionamento e de organização 
física, sanitária e de recursos humanos, levando em conta o grau de dependência dos 
residentes dessas instituições. 
 
 
 
 
 
Conheça mais sobre o envelhecimento e aparência no contexto das ILPIs por meio 
da palestra com Dra. Andrea Lopes: 
 
Encerramos este quinto módulo. A seguir, você deverá realizar uma 
avaliação de aprendizagem! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dica de leitura 
 
“Mudando de Endereço: Como escolher um residencial geriátrico”. A obra é direcionada para 
familiares e pessoas idosas que buscam orientações sobre o processo de ingresso em ILPIs. 
O livro apresenta um passo a passo sobre questões como localização, infraestrutura, rotinas 
e valores como itens fundamentais durante a pesquisa por opções de residência. Além disso, 
compartilha histórias de pessoas idosas, profissionais e familiares e tem por objetivo auxiliar 
na compreensão de que ir para uma ILPI pode ser apenas uma troca de endereço. O texto é 
assinado por Michelle Bertóglio Clos. 
 
 
6. Guarde na memória! 
 
 Ao iniciar esse módulo você aprendeu como conceituar, reconhecer e prevenir a 
violência contra a pessoa idosa. 
 Em seguida, você conheceu o conceito de rede de suporte social e como ele se 
aplica ao cotidiano da pessoa idosa. 
 Ainda nesse módulo, você foi apresentado à lista dos órgãos que compõem a Rede 
de defesa e proteção dos direitos da pessoa idosa. 
 Por fim, você descobriu o que são as Instituições de Longa Permanência para Idosos 
(ILPIs) e qual o panorama atual dessas instituições no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conheça o Projeto Cuidar, desenvolvido pela promotoria de Justiça de Cachoeira 
do Sul e o vídeo que mostra resultados do trabalho desenvolvido desde 2015. Do 
descaso à atenção integral, é preciso compromisso social para que as pessoas 
idosas tenham seus direitos garantidos. 
 
 
 
7. Referências Bibliográficas 
 
ALCÂNTARA, Adriana de Oliveira. Velhos institucionalizados e família: entre abafos e 
desabafos. Campinas: Alínea, 2004. 
 
ANVISA. RDC nº. 283, de 26 de setembro de 2005. Disponível em: http://e-
legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=18850. Acesso em: 10 dez. 2009. 
 
BORN, T. Cuidado ao idoso em instituição. In: PAPALÉO NETO, M. [org.] Gerontologia. São 
Paulo: Atheneu, 2002. 
 
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Brasil: manualde 
enfrentamento à violência contra a pessoa idosa. É possível prevenir. É necessário superar. 
Brasília, DF: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 2013. Disponível 
em: http://www.mdh.gov.br/biblioteca/pessoa-idosa/manual-de-enfrentamento-a-violencia-
contra-a-pessoa-idosa/view. Acesso em: 27 nov. 2018. 
 
CORTELLETTI, Ivonne A.; CASARA, Miriam Bonho; HERÉDIA, Vânia Beatriz Merlotti (Org.). 
Idoso asilado: um estudo gerontológico. Caxias do Sul: EDUCS, 2004. 
 
GIL, Ana paula. Estudo sobre pessoas idosas vítimas de violência em Portugal: sociografia 
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