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Fonte: https://www.freepik.com/ Fonte: https://www.freepik.com/ Módulo 5 Proteção e defesa dos direitos da pessoa idosa 1. Justificativa e objetivos Olá, bem-vindo a mais um módulo! Neste bloco de conteúdos você aprenderá sobre a proteção e defesa dos direitos das pessoas idosas e para isto terá acesso a conteúdos sobre violência e maus tratos contra as pessoas idosas, sobre a rede de defesa e proteção dos direitos desta população e sobre as instituições de longa permanência como espaços de proteção socioassistencial. Ao final desse módulo você deverá ter alcançado os seguintes objetivos: Estudar as estratégias de prevenção da violência contra pessoa idosa; Conhecer os componentes da rede de suporte e defesa dos direitos das pessoas idosas; Conhecer dados sobre a institucionalização de pessoas idosas no Brasil. Bons estudos! 2. Violência e maus tratos contra a pessoa idosa O Estatuto do Idoso entrou em vigor em 2003 e, desde então, criminalizou algumas práticas violentas contra as pessoas idosas. A partir disso, muito tem-se discutido sobre o assunto. Conceitualmente: “... o maltrato à pessoa idosa é um ato (único ou repetido) ou omissão que lhe cause dano ou aflição e que se produz em qualquer relação na qual exista expectativa de confiança”. Tal ato se refere aos abusos físicos, psicológicos, sexuais, abandono, negligências, abusos financeiros, e autonegligência. Frequentemente podem acontecer ao mesmo tempo vários tipos de maus tratos”. (MINAYO apud GROSSI, CLOS, 2017). A violência contra pessoa idosa tem um componente de difícil resolução: o mito da Família Protetora. A família, conforme o que preconiza o Estatuto do Idoso é quem primeiro deve cuidar de seus membros, mas, de acordo com dados do Disque 100, é o local em que acontecem as principais violações. http://www.freepik.com/ http://www.freepik.com/ http://www.freepik.com/ http://www.freepik.com/ Você sabia que mais de 90% (noventa por cento) das pessoas idosas moram com filhos, filhas, netos ou outros parentes e, em média, 27% (vinte e sete por cento) dos lares brasileiros têm pelo menos uma pessoa idosa. Porém, é na família que ocorre a maior parte das violações contra as pessoas idosas. São violações que muitas vezes ficam invisíveis e de difícil diagnóstico. As violências intrafamiliares podem ser analisadas de diferentes formas: reflexos dos processos de exploração e violação de direitos básicos a que são submetidos seus membros, relações de poder que se desequilibram e buscam na violência alternativas de resolução de conflitos ou apenas imposição de desejos. Os sentimentos de culpa e de vergonha da pessoa idosa que é maltratada costumam se juntar ao medo de retaliação ou de represália por parte dos agressores ou dos que os negligenciam. A maioria dos casos de violência contra esse grupo social — de forma particular, contra as pessoas mais velhas, dependentes e doentes — ocorre por negligência de cuidados e é perpetrada com mais frequência diretamente por familiares. Independentemente da perspectiva que se escolha para analisar a questão da violência contra pessoa idosa, o certo é que os dados relativos a esta problemática devem ser amplamente discutidos para que estratégias de prevenção e enfrentamento possam ser traçadas. Além da violência intrafamiliar, outras formas também afetam a vida das pessoas idosas e destacamos, sobretudo, a violência estrutural: “...que dificulta o acesso às políticas públicas, aos bens e serviços necessários para garantir o bem-estar na velhice. Não raro, pessoas idosas ainda são vistas como um “estorvo social”, quando não estão mais inseridas no sistema produtivo.” (GROSSI, CLOS, 2017). Você sabe quais são os três principais preconceitos sobre a velhice? O Manual de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa nos ajuda a conhecer: Fonte: Manual de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa (Brasil, 2013). Os tipos mais comuns de violências contra à pessoa idosa são: financeira, física, sexual, psicológica e negligência, conforme indicado no infográfico, bem como as condutas que as caracterizam. Confira abaixo: Conheça o plano de ação de enfrentamento à violência contra pessoa idosa. Acesse: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acao_enfrentamento_violencia_id oso.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acao_enfrentamento_violencia_idoso.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acao_enfrentamento_violencia_idoso.pdf Fonte: Adaptado de Gil (2015) Essas condutas podem ser, frequentemente, identificadas nas relações familiares e sociais, mas não serem interpretadas como violências, pois, foram incorporadas como parte dos conflitos aceitáveis no âmbito doméstico, como por exemplo: a não co-participação nas despesas familiares, depois de acordado. As condições de vida devem ser consideradas violentas quando elas se constituem em fator de risco, causa de conflito ou de isolamento para a pessoa idosa (BRASIL, 2013). Fonte: https://www.freepik.com/ Outras formas de violência, mais explícitas como ofensas, humilhações ou desprezo, também são incorporadas nas relações como dificuldade de diálogo, histórico de desavenças ou mesmo como resposta ao abandono da pessoa idosa no passado. A violência sexual, ainda que menos frequente, pode se manifestar em abusos conjugais ou quando a pessoa idosa se encontra com quadro demencial e vulnerável aos violadores. As violências físicas ou de negligência são as mais evidentes, pois deixam marcas no corpo e sinais de alerta no ambiente no qual se vive. Machucados ou comportamento reticente da pessoa idosa são os primeiros sinais de que algo está errado. Violência difusa A violência é um fenômeno tão amplo e com tantas facetas que não se limita aos cinco tipos explicados até agora. Há um tipo de violência, considerada difusa, que se espalha de diferentes maneiras e afeta a vida das pessoas idosas de muitos modos diferentes. Como exemplo para violência difusa estão as violências estrutural e institucional. Vamos entendê-las? Violência estrutural: Resultante da desigualdade social, da penúria provocada pela pobreza, miséria e das discriminações que os desprovidos de bens materiais mais sentem. Isso se manifesta por meio da má distribuição de renda, uma vez que apenas 75% (setenta e cinco por cento) da população idosa recebe renda igual ou inferior a três salários mínimos. As pessoas idosas que vivem no limite têm menos possibilidade de escapar dessa situação do que qualquer outra das demais faixas etárias. Violência institucional: é toda aquela ação de abuso ou violação de direitos praticada diretamente em instituições de prestação de serviços. E sse tipo de violência se materializa no péssimo atendimento, no aumento do sofrimento daqueles que não tem condições de optar por outros serviços, nas longas filas, falta de informação adequada, comunicação confusa e ausência de uma relação pessoal compreensiva sobre sua situação. Violências e abusos praticados por empresas como bancos, lojas e planos http://www.freepik.com/ http://www.freepik.com/ de saúde estão no campo da violência institucional, pois se aproveitam das vulnerabilidades da população idosa para oferta de créditos, produtos e aumentos abusivos, tornando ainda mais vulnerável a condição de vida dessa população. E nas Instituições de Longa Permanência (ILPIs) a problemática da violência institucional se perpetua com a reprodução de abusos, maus tratos e negligências que podem resultar em mortes, incapacitações e aceleração de dependências e de doenças mentais como depressão (BRASIL, 2013). Os crimes maispraticados contra as pessoas idosas são: Maus tratos (artigo 99 da Lei nº. 10.741/03); Abandono (artigo 98 da Lei nº. 10.741/03); Apropriação de bem de idoso (Artigo 102 da Lei nº. 10.741/03); Negligência/Omissão na assistência ao idoso (Artigo 97 da Lei nº. 10.741/03); Discriminação de pessoa idosa (Artigo 96 da Lei nº. 10.741/03); Ameaça (Artigo 147 do CP); Injúria (Artigo 140 do CP); Lesão corporal (artigo 129 do CP); Perturbação da Tranquilidade (artigo 65 da LCP); Estelionato (artigo 171 do CP). Fonte: Polícia Civil do Rio Grande do Sul, http://daai.pc.rs.gov.br/conteudo/22153/idoso Conheça as 7 (sete) estratégias de ação para o enfrentamento à violência contra a pessoa idosa Em 2013, a então Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, hoje Ministério dos Direitos Humanos, lançou o Manual de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa e definiu 7 (sete) estratégias de ação para o enfrentamento à violência contra as pessoas idosas. Vamos conhecê-las? Campanha de Conscientização contra a Violência à Pessoa Idosa: Saiba como e denuncie! Fonte: Manual de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa (BRASIL, 2013). Fonte: Adaptado de Rodrigues e Silva (2013). Fonte: https://www.freepik.com/ 3. Conceitos de rede de suporte social à pessoa idosa Quando falamos em rede pensamos em fios que se conectam. Há uma definição de rede que nos ajuda a compreender de forma fácil todo o conceito. Nela, a rede corresponde a conexões que garantem proteção e segurança em momentos difíceis. Uma rede de suporte social traduz- se em um grupo de pessoas importantes umas para as outras que realizam trocas e potencializam as relações de cuidado e per tencimento social. Uma rede de suporte social não é o mesmo que família, muito embora a família seja um dos componentes primeiros dessa formação. Amigos, vizinhos, prestadores de serviços domésticos como diaristas, empregadas domésticas, cuidadores ou mesmo porteiros, são exemplos de pessoas que podem compor as redes de suporte social (SLUSKI, 1997). Cada pessoa que compõe uma rede pode desenvolver papéis diferentes, pois as necessidades das pessoas, à medida que envelhecem, também são diferentes. Existem pessoas que terão a função afetiva, outras a função de apoio financeiro; há aquelas que exercerão a função de acompanhante em passeios e consultas médicas. Nenhuma função é mais importante que outra, mas as famílias e os profissionais que atendem as pessoas idosas precisam garantir que as diferentes funções sejam exercidas por diferentes pessoas, para que não haja sobrecarga de tarefas. http://www.freepik.com/ http://www.freepik.com/ 4. Rede de defesa e proteção dos direitos da pessoa idosa: delegacias especializadas, defensoria pública, ministério público, conselhos de direitos da pessoa idosa (estaduais e municipais) e secretarias especiais A rede de proteção à pessoa idosa é composta por um conjunto de órgãos e instituições públicas que tem funções diferentes. Na Política de Assistência Social, por exemplo, existem os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). Na Política de Saúde, todos os serviços têm o compromisso ético de notificar suspeita de violência quando identificada em atendimento. As Delegacias Especializadas são órgãos de execução regionalizada da Polícia Civil que têm a tarefa de atender pessoas idosas vítimas de crimes e violações de direitos. Nem todas as cidades possuem uma delegacia especializada e muitos municípios possuem cartórios especializados, preparados para o atendimento de pessoas idosas. Entenda como funciona a rede de atendimento às Pessoas Idosas: Programa Você em Foco: Rede de Apoio Social e Envelhecimento. O programa exibido em 05 de julho de 2013 contou com a participação da assistente social Marilia Viana Berzins, para falar sobre rede de apoio social e envelhecimento. Confira em: Fonte: dados do Disque 100 (2018). A Defensoria Pública é porta de entrada para orientações e ingressos de ações nas áreas de saúde, previdência, como mecanismo para agilizar ou garantir o acesso a medicamentos, internações, cirurgias, benefícios, aposentadorias, pensões, ou em questões relativas à família no que se refere à solicitação de alimentos, interdições, etc. O Ministério Público Estadual acolhe denúncias de violência contra as pessoas idosas, em especial, situações de abandono, maus tratos ou negligência perpetrados pela família ou por Instituições de Longa Permanência. Os Conselhos de Direito - O Conselho Municipal da Pessoa Idosa é o espaço em que as políticas públicas são propostas, mas também é o meio de fiscalização da execução das políticas municipais. Eventualmente, acolhe denúncias de violência, o que o mobiliza a encaminhá-las para órgão de polícia, Ministério Público, Delegacias Especializadas ou Cartórios Especializados. Secretarias ou Coordenações Municipais de Políticas para as pessoas idosas são espaços de planejamento, execução e implementação de políticas públicas demandadas pela população idosa. Disque 100 O Disque 100 é uma central de recebimento de denúncias sobre violência de diferentes públicos. É um canal de comunicação vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e que, desde 2011 vem se consolidando como um importante meio de acolhimento e proteção de pessoas idosas no Brasil. O fluxo de trabalho desse canal compreende recebimento da denúncia, identificação da demanda e encaminhamento para órgãos e setores responsáveis nos municípios de origem. O Disque 100 aciona uma rede de defesa e proteção dos direitos das pessoas idosas composta por Delegacias, Ministério Público, CRAS e CREAS. Os dados do primeiro semestre de 2018 do Disque 100 sinalizam que 52% (cinquenta e dois por cento) das denúncias são contra filhos e cerca de 76% (setenta e seis por cento) das violências acontecem na casa da vítima. São números altos e preocupantes, considerando que as denúncias contra familiares tendem a não ser formalizadas pelo medo e insegurança vivida pelas pessoas idosas. Fonte: UNASUS (2015). Os dados do primeiro semestre de 2018 do Disque 100 apontam 16.660 (dezesseis mil e seiscentos e sessenta) denúncias, o equivalente a 50,2% dos registros em relação ao ano de 2017. Rede de Atenção Agora que você já sabe um pouco mais sobre as políticas e os equipamentos que atendem as pessoas idosas, apresentamos a rede de atenção com as conexões entre o Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Justiça e Ações Intersetoriais. Saiba mais sobre os dados registrados pelo Disque 100 pelo link: http://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/ouvidoria/balanco-disque-100 http://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/ouvidoria/balanco-disque-100 O termo asilo é concebido como instituição que abriga pessoas idosas em tempo integral e em caráter permanente. Contudo, esse termo está associado, no imaginário social, à ideia de abandono, atendimento precarizado e à representação de “depósito de velhos”. Portanto é um termo a ser superado! 5. Proteção socioassistencial: instituições de longa permanência para pessoas idosas As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) são estruturas de acolhimento presentes na sociedade desde os tempos antigos. Inicialmente as instituições ou casas que acolhiam pessoas idosas eram lugares chamados de asilos e nem sempre tinham boas estruturas de cuidado e convivência social. “Na década de 1960, quando se inicia aOrganização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), começam a surgir as primeiras clínicas geriátricas e casas de repouso não filantrópicas. A institucionalização da velhice deixa de ser apenas uma prática filantrópica e se transforma também em uma fonte de renda, considerando o aumento dessa população necessitada de cuidados especiais e a impossibilidade de a família arcar com os cuidados.” (ALCÂNTARA, 2004, p.31). A visão de pessoa idosa pobre, usuária da caridade e digna de lamento começa a ser revista, no Brasil, na década de 1980, em paralelo às reivindicações pela aprovação do Estatuto do Idoso. A sociedade passa a olhar para as instituições que abrigam pessoas idosas com um novo questionamento: quem cuida e como cuidam de nossas pessoas idosas? O cuidado que se caracteriza desde sua origem pelo assistencialismo, caridade e religiosidade já não consegue dar conta da garantia do direito à vida e à velhice com dignidade. Portanto um novo olhar é lançado para as instituições que abrigam as pessoas idosas: “Essas instituições caracterizam-se, de um lado, como uma comunidade que reside sobre o mesmo teto e utiliza os mesmos espaços físicos e, por outro lado, como uma organização formal, estruturada funcionalmente, com hierarquias definidas pela divisão de trabalho interno. Mesmo apresentando diferentes denominações, possuem, em comum, a função de propiciar o atendimento por meio de hospedagem permanente, assistência à saúde de forma direta ou indireta e algumas atividades de ocupação em lazer.” (CORTELETTI, CASARA e HERÉDIA, 2004, p.18). Com a mudança gradual sobre a percepção do envelhecimento e dos modos de morar, com o avançar dos anos, hoje encontramos definições mais amplas sobre o que é uma ILPI, como por exemplo a que a SBGG define em seu Manual de funcionamento quando diz que as ILPIs são: Pátio interno da Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados, uma instituição que acolhe cerca de 140 (cento e quarenta) pessoas acima de 60 (sessenta) anos na cidade de Porto Alegre/RS. Fonte: Banco de imagens SPAAN. Fonte: Imagens de divulgação da Sociedade Porto Alegrense de Auxílio aos Necessitados (SPAAN). “... estabelecimentos para atendimento integral institucional, cujo público alvo são pessoas de 60 (sessenta) anos ou mais, dependentes ou independentes, que não dispõem de condições para permanecer com a família ou em seu domicílio” (ALCÂNTARA, 2004). A partir do momento em que se entende que os critérios para permanência em uma instituição superam a perspectiva econômica e passam a considerar as multiplicidades dos problemas sociais, problematiza-se sobre quem é o sujeito, público dessas ILPIs. Nos últimos anos estamos observando a mudança do perfil das pessoas idosas que buscam instituições, sobretudo pelas alterações sofridas na estrutura familiar brasileira e no aumento de anos vividos. Passamos a ter uma população cada vez mais envelhecida e que exige atenção e cuidados cada vez mais especializados. Panorama das ILPIs no Brasil De acordo com dados oficiais sistematizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cerca de 1% (um por cento) da população idosa reside em domicílios coletivos, o que representa em torno se 84 mil moradores. Cerca de 65% (sessenta e cinco por cento) das ILPIs do país são de natureza filantrópica e cerca de 6,6% (seis porcento) são públicas, com predominância das municipais. Conheça a RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC nº. 283, DE 26 DE SETEMBRO DE 2005, que tem por objetivo estabelecer o padrão mínimo de funcionamento das Instituições de Longa Permanência para Idosos. O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) por meio da NOB-RH/SUAS (2006) insere as ILPIs no campo da Proteção Social Especial, no âmbito da Alta Complexidade. Significa dizer que essas são instituições de caráter social e que devem abrigar pessoas acima de 60 (sessenta) anos que se encontrem em situação de risco e vulnerabilidade social. Contudo, existe um grande número de instituições que, para além da função de acolhida, também desenvolvem ações de cuidados frente às doenças e incapacidades que surgem ao longo do processo de envelhecimento. Portanto, há uma caminhada em direção ao reconhecimento das ILPIs enquanto serviço de retaguarda híbrido e necessário, tanto em situações do campo da assistência social quanto da área da saúde. No Brasil existem um conjunto de portarias de regulamentação das ILPIs das quais, três foram estabelecidas pelo órgão da assistência social e uma delas pela saúde: Lembrando que não é recomendado pela legislação específica e pelo Estatuto do Idoso a transferência da pessoa idosa para outro local, visto que é primordial a relação da pessoa idosa com o território e com a comunidade, contribuindo para seu bem estar. Lembrando que não é recomendado pela legislação específica e pelo Estatuto do Idoso a transferência da pessoa idosa para outro local, visto que é primordial a relação da pessoa idosa com o território e com a comunidade, contribuindo para seu bem estar. A competência para fiscalização das instituições é definida pelo Estatuto do Idoso como sendo responsabilidade dos Conselhos da Pessoa Idosa, do Ministério Público e dos órgãos de vigilância sanitária. No que se refere à vigilância sanitária, esta tem sido orientada pela RDC da Anvisa nº. 283 de 2005, que define as regras de funcionamento e de organização física, sanitária e de recursos humanos, levando em conta o grau de dependência dos residentes dessas instituições. Conheça mais sobre o envelhecimento e aparência no contexto das ILPIs por meio da palestra com Dra. Andrea Lopes: Encerramos este quinto módulo. A seguir, você deverá realizar uma avaliação de aprendizagem! Dica de leitura “Mudando de Endereço: Como escolher um residencial geriátrico”. A obra é direcionada para familiares e pessoas idosas que buscam orientações sobre o processo de ingresso em ILPIs. O livro apresenta um passo a passo sobre questões como localização, infraestrutura, rotinas e valores como itens fundamentais durante a pesquisa por opções de residência. Além disso, compartilha histórias de pessoas idosas, profissionais e familiares e tem por objetivo auxiliar na compreensão de que ir para uma ILPI pode ser apenas uma troca de endereço. O texto é assinado por Michelle Bertóglio Clos. 6. Guarde na memória! Ao iniciar esse módulo você aprendeu como conceituar, reconhecer e prevenir a violência contra a pessoa idosa. Em seguida, você conheceu o conceito de rede de suporte social e como ele se aplica ao cotidiano da pessoa idosa. Ainda nesse módulo, você foi apresentado à lista dos órgãos que compõem a Rede de defesa e proteção dos direitos da pessoa idosa. Por fim, você descobriu o que são as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e qual o panorama atual dessas instituições no Brasil. Conheça o Projeto Cuidar, desenvolvido pela promotoria de Justiça de Cachoeira do Sul e o vídeo que mostra resultados do trabalho desenvolvido desde 2015. Do descaso à atenção integral, é preciso compromisso social para que as pessoas idosas tenham seus direitos garantidos. 7. Referências Bibliográficas ALCÂNTARA, Adriana de Oliveira. Velhos institucionalizados e família: entre abafos e desabafos. Campinas: Alínea, 2004. ANVISA. RDC nº. 283, de 26 de setembro de 2005. Disponível em: http://e- legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=18850. Acesso em: 10 dez. 2009. BORN, T. Cuidado ao idoso em instituição. In: PAPALÉO NETO, M. [org.] Gerontologia. São Paulo: Atheneu, 2002. BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Brasil: manualde enfrentamento à violência contra a pessoa idosa. É possível prevenir. É necessário superar. Brasília, DF: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 2013. Disponível em: http://www.mdh.gov.br/biblioteca/pessoa-idosa/manual-de-enfrentamento-a-violencia- contra-a-pessoa-idosa/view. Acesso em: 27 nov. 2018. CORTELLETTI, Ivonne A.; CASARA, Miriam Bonho; HERÉDIA, Vânia Beatriz Merlotti (Org.). Idoso asilado: um estudo gerontológico. Caxias do Sul: EDUCS, 2004. GIL, Ana paula. Estudo sobre pessoas idosas vítimas de violência em Portugal: sociografia da ocorrência, Cad. Saúde Pública vol.31 nº. 6, Rio de Janeiro/june 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2015000601234&lang=pt. Acesso em: 24 nov. 2018. GROSSI, Patrícia; CLOS, Michelle. Violência contra pessoa idosa institucionalizada. In TERRA, N. (Org.) O desafio da Gerontologia Biomédica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2016. IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Comunicados do Ipea nº. 93: Infraestrutura Social e Urbana do Brasil, Subsídio para uma agenda de pesquisa e formulação de Políticas Públicas. Condições de funcionamento e infraestrutura de instituições de longa permanência para idosos no Brasil. S/l: 2011. MDS; Secretaria Nacional de Assistência Social. NOB-RH Anotada e Comentada. Brasília, DF, 2011. Disponível em: http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de- assistencia-social-snas/livros/norma-operacional-basica-de-recursos-humanos-do-suas-nob- rh-suas-anotada-e-comentada/arquivos/LIVRO%20NOB- RH%20SUAS%20Anotada%20e%20Comentada.pdf. Acesso em: 24 nov. 2018. RODRIGUES, Adriana Guimarães; SILVA, Ailton Amélio da. A rede social e os tipos de apoio recebidos por idosos institucionalizados, Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2013; 16 (1):159-170. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v16n1/a16v16n1.pdf. Acesso 24 nov. 2018. SLUZKI, Carlos E. A rede social na prática sistêmica. 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