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ABUSO DIREITO DE GREVE

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“ABUSO DO DIREITO DE GREVE E JULGAMENTO DE GREVE”
INTRODUÇÃO
 O movimento grevista teve inicio no período pós revolução industrial, quando os trabalhadores não tinham condições dignas de trabalho e eram submetidos a jornadas longas e ininterruptas, acarretando em prejuízo da saúde física e mental. Foi então que vários movimentos de reivindicação surgiram para exigir do empregador melhores condições de trabalho, surgindo os primeiros sindicatos. A princípio o movimento era visto como crime, depois com o decorrer do tempo foi sendo aceito e hoje é direito.
 O direito de greve encontra-se previsto na Constituição Federal em seu art. 9º e Lei 7.783/89, sendo então um direito constitucional e legal. O objetivo é alcançar os interesses coletivos através de pressão feita ao empregador pela paralização dos trabalhadores. Essa paralização pode ser dada de forma total ou parcial. A greve então é o último instrumento utilizado pelos trabalhadores, após findar as tentativas de negociação consensual. Somente é permitida a greve pacifica e durante o período em que estiver de greve o funcionário não pode ter seu contrato reincidido somente pelo fato de ter aderido ao movimento. Segue a base legal na Constituição Federal de 1988: 
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
 
DESENVOLVIMENTO
 A greve é permitida no âmbito na iniciativa pública e privada, facultativa ao trabalhador e se aderida serve exigir melhores condições de trabalho. Esse movimento pode ser através de uma greve geral que é a paralização que abrange uma maior esfera, de forma branca ou braços cruzados que é quando os funcionários ocupam o posto, porém não trabalham, pode ser também greve de braços caídos que é quando o operário retarda o andamento do trabalho, dentre outros tipos previstos na doutrina. Durante o período de greve o serviço é suspenso, não havendo trabalho e nem salário.
 Sendo assim, após esgotadas as tentativas de conversa e negociação, os trabalhadores unir-se-ão ao sindicato para declarar a paralização, devendo avisar ao empregador em um prazo mínimo de 48 horas para serviços comuns e 72 horas para serviços essenciais. Sendo caracterizado serviços essenciais: Assistência médica, telecomunicações, transporte coletivo, tratamento de água e compensação bancária. Há também um grupo em que esse movimento será proibido, nos casos de policiais e forças armadas.
 Portanto, é cristalino a identificação de que a legitimidade de exercer o direito de greve é do trabalhador, que por vezes é representado pelo sindicato, porém há casos em que o sindicato recusa essa representação, cabendo ao trabalhador constituir uma comissão para organizar o movimento
 O abuso ao direito de greve é então o descumprimento dos preceitos acima citados, é a inobservância à lei vigente, bem como o descumprimento de acordo pactuado, conforme a lei prevê: 
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso do exercício do direito de greve a paralisação que:
I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição;
II - seja motivada pela superveniência de fatos novo ou acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a relação de trabalho.
São alguns exemplos de abuso: descumprimento do aviso prévio da paralisação, a deflagração de greve sem assembleia geral, a realização de piquetes violentos, a ocupação ameaçadora de estabelecimentos, sabotagem nas instalações e nas máquinas da empresa, boicote aos serviços e produtos da empresa, agressão física a integrantes da classe patronal ou a dissidentes do movimento grevista, violência contra o patrimônio e faltas graves e delitos trabalhistas.
 Como exemplo de julgado o RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 05862200603712856 SC 05862-2006-037-12-85-6 (TRT-12):
Jurisprudência•29/05/2009•Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região
Ementa: ABUSO DO DIREITO DE GREVE. O direito de greve não é absoluto. Não decorre dele o direito de cercear o "jus ambulandi" de membros da categoria, empregadores ou terceiros. Impedir o acesso de trabalhadores já é, por si só, um abuso do direito de greve, embora o ente sindical possa, legitimamente, buscar persuadir a adesão dos membros da categoria ao movimento paredista. Impedir a saída de quem quer que seja das edificações do empregador ultrapassa o abuso do direito de greve para configurar, inclusive, cárcere privado. Ação por dano moral que se julga procedente em parte, para deferir ao membro da categoria cerceado em seu direito de ir e vir, indenização a ser suportada pelo Sindicato.
Os grevistas então não podem desobedecer aos moldes previstos em lei, não podem descumprir os requisitos, nem agir com excesso em seus movimentos, sendo proibido também coagir outros trabalhadores a aderir a greve e deve sempre buscar medidas consensuais antes de utilizar essa alternativa. E se acaso descumprir, será apurado e os responsáveis responderam em todas as esferas, conforme previsto na lei 7.783/89: 
Art. 15 A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes cometidos, no curso da greve, será apurada, conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou penal.
OBSERVAÇÃO
		Recentemente vivenciamos o caos que uma greve pode trazer, o ano de 2018 foi marcado pelo movimento grevista dos caminhoneiros, antes da paralisação, representantes e Caminhoneiros fizeram ao menos três tentativas para alertar ao Governo Federal sobre o problema enfrentado pela Classe com os reajustes diários do Diesel sem o devido reajuste do Frete.
		Sem qualquer acordo o dia 21 de maio de 2018 foi um momento crucial da vida nacional e originaram uma crise sem precedentes, que atingiu os atendimentos essenciais em hospitais e postos de saúde. Contudo, após assinatura do acordo, com as demandas dos caminhoneiros e do patronato supostamente atendidas nas negociações, a greve prosseguiu. O movimento não paralisou de todo o país, por cerca de 11 dias seguidos, causando transtornos os mais diversos à livre circulação de veículos e pessoas, revelando-se, portanto, abusiva a greve feita por profissionais que exerciam atividade considerada como essencial, tudo com violação ao artigo 10, I, II, III e V, da Lei Federal 7.783, de 28 de junho de 1989.
		A reivindicação dos caminhoneiros, conquanto de aparência justa, trouxe prejuízos e estragos inestimáveis, com manifesta violação à Lei de Greve;
Art. 6º São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos:
I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve;
§ 1º Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem.
§ 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais:
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
II - assistência médica e hospitalar;
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
V - transporte coletivo;
Art. 11. Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
Lei Federal 7.783, de 28 de junho de 1989.
CONCLUSÃO
 O direito existe e é disponibilizadoao trabalhador, porém o movimento grevista deverá ser realizado com cautela e responsabilidade, somente em casos essenciais e de maneira equilibrada, para não se caracterizar abuso. Devendo ressaltar que essa é uma prerrogativa do trabalhador e que deve ser utilizada de forma consciente e coletiva, visando benfeitorias àquele grupo.

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