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TERAPIA DE HIGIENE BRÔNQUICA Alexandre Gomes Sancho Objetivos • Rever a Fisiologia do Sistema Respiratório; • Descrever as principais alterações nas vias aéreas e nos pulmões que levarão aos distúrbios ventilatórios obstrutivos; • Descrever as técnicas e fundamentar através da fisiologia e fisiopatologia respiratória. Fisiologia do Sistema Respiratório • O sistema respiratório tem como função primordial possibilitar o transporte de oxigênio para o interior do sangue e dele remover o produto do metabolismo celular, o CO2. • A área de superfície pulmonar encarregada pela hematose é de 70 a 100 m2 distribuída por 300 milhões de alvéolos pulmonares, cada um com cerca de 0,3 mm de diâmetro. • Conforme a lei de difusão de Fick, a quantidade de gás que se move através de uma lâmina de tecido é diretamente proporcional à área da lâmina e inversamente proporcional à sua espessura (0,5 μ de espessura). Para isso, as vias aéreas devem permanecer pérvias garantindo uma grande área de difusão, na qual mais de 10.000 litros de ar entram e saem diariamente. Vídeo sobre a motilidade normal dos cílios https://vimeo.com/207162205 * Observem a velocidade com que os cílios se movimentam https://vimeo.com/207162205 Fisiologia do Sistema Respiratório • Sabemos que ao longo do dia, a inalação de impurezas e agentes patógenos é frequente e inevitável. • Diante disso, faz-se necessário a existência de um mecanismo de defesa eficiente que garanta e mantenha a esterilidade de todo o trato respiratório. • Os pulmões contam com três linhas de defesa: mecânica, fagocítica e imunológica. • Os mecanismos físicos de limpeza mecânica, como o sistema de filtro das vias aéreas superiores, a depuração mucociliar e os reflexos da tosse e do espirro, são considerados, em conjunto, a principal defesa do aparelho respiratório, sendo normalmente eficazes em indivíduos saudáveis. 1,4-7 Fluxo de ar nas diferentes gerações das vias aéreas 1ª defesa 2ª defesa 3ª defesa Fisiopatologia do Sistema Respiratório • Pacientes com disfunções pulmonares crônicas como: fibrose cística, bronquiectasia, bronquite crônica, asma, DPOC, síndrome ciliar imóvel – e doenças neuromusculares apresentam aumento na produção de muco e alteração de sua composição; • Sua defesa mecânica pulmonar apresenta-se ineficaz, devido a patologia ocasionando retenção importante de secreções no trato respiratório e consequentemente desenvolvimento de processo infeccioso. • O estabelecimento de infecções causarão atelectasias e/ou anormalidades na troca gasosa e na mecânica pulmonar. 5,7,9-12 Fisiopatologia do Sistema Respiratório • Mediante tais condições, esses pacientes necessitarão de auxílio para que possam eliminar e prevenir o acúmulo das secreções retidas. • O Fisioterapeuta Respiratório tem como objetivo: avaliar, prevenir e tratar as complicações das patologias respiratórias agudas ou crônicas, por meio de técnicas, recursos terapêuticos e cinesioterapia. • A intervenção fisioterapêutica tem se mostrado benéfica na promoção e na manutenção da higiene brônquica, bem como na melhora da ventilação alveolar. 5,13,14 Vamos entender melhor os mecanismos físicos de limpeza mecânica!!! Fisiologia da Depuração das Vias Aéreas Depuração Normal: • Requer vias aéreas patentes, uma escada mucociliar funcional e uma tosse eficaz. • Mecanismo mucociliar de depuração: funciona desde a laringe até os bronquíolos respiratórios. • Células epiteliais ciliadas: movem o muco através de uma onda coordenada do movimento ciliar em direção à traquéia e a laringe, onde o excesso de secreção pode ser deglutido ou expectorado. • A tosse complementa a depuração mucociliar normal e ajuda a assegurar a patência das vias aéreas Fisiologia da Depuração das Vias Aéreas A velocidade de transporte do muco, em condições normais, é calculada em torno de 12 + 4 mm/min para um indivíduo jovem não fumante e reduz sensivelmente para 6 + 2,5 mm/min para o idoso não fumante. Ela é mais reduzida no fumante e no ex-fumante; Em casos de processos inflamatórios, tabagismo, acidose, hipertermia, anestésicos, fibrose cística...o muco se torna mais viscoso e em consequência reduz o transporte mucociliar, cerca de 0,8 a 1 mm/min; Essas velocidades de transporte mucociliar depende das propriedades reológicas do muco e de suas características viscoelásticas. (MACHADO MGR, 2008) Considerações sobre a Depuração das Vias Aéreas O grau de hidratação interfere nas propriedades do muco (viscosidade, elasticidade, tixotropia e plasticidade), e no batimento ciliar (já que o líquido periciliar possibilita o movimento livre dos cílios no sentido da carina). O oxigênio em baixa concentração, os íons Na, Ca, K, a histamina em dose baixas, teofilina, simpaticomiméticos e os digitálicos, podem incrementar a atividade ciliar e transporte. (MACHADO MGR, 2008) Tosse É um mecanismo reflexo protetor que livra as grandes vias aéreas do muco excessivo e de corpos estranhos. Apresenta 4 fases: irritação, inspiração, compressão e expulsão. Tosse Fase de Irritação: • Um estímulo normal provoca as fibras sensitivas nas vias aéreas a enviarem impulsos ao centro de tosse localizado na medula oblonga no cérebro. • O estímulo pode ser: inflamatório (infecção), mecânico (aspiração de corpos estranhos), químico (inalação de gases irritantes) ou térmico ( inalação de ar frio). • Quando estes impulsos aferentes são recebidos, o centro da tosse gera uma estimulação reflexa. Tosse Fase da Inspiração: • O centro da tosse, ao receber o estímulo aferente, gera uma estimulação reflexa dos músculos respiratórios para iniciar uma inspiração profunda. • Nos adultos normais essa inspiração é em média de 2 a 3 litros. Tosse Fase da Compressão: • Nesta fase, os impulsos nervosos reflexos provocam o fechamento da glote e uma contração forçada dos músculos expiratórios. • Ocorre uma rápida elevação das pressões pleural e alveolar. Tosse Fase da Expulsão: • A glote se abre estabelecendo um grande gradiente de pressão entre os alvéolos e a abertura das vias aéreas, juntamente com a contração contínua dos músculos expiratórios. • Esse gradiente de pressão provoca um fluxo expulsivo violento de ar dos pulmões (200 – 300m/s). • O fluxo gasoso de alta velocidade combinado com a compressão dinâmica das vias aéreas, cria forças de cisalhamento, deslocando o muco das paredes das vias aéreas para o interior da corrente de ar. Sabemos que durante a Tosse... As vias são comprimidas devido ao aumento da pressão transmural durante a expiração forçada com velocidade alta, o que provoca o aumento do atrito dentro dos brônquios e causa a redução da viscosidade do muco e favorece o transporte mucociliar. Fisiologia da Depuração das Vias Aéreas Depuração Anormal: • Qualquer anormalidade que altere a patência das vias aéreas, a função mucociliar ou a eficácia do reflexo de tosse pode comprometer a depuração das vias aéreas e causar retenção de secreções. • A retenção de secreções pode acarretar numa obstrução completa (atelectasias, comprometimento da oxigenação devido ao shunt) ou parcial das vias aéreas (restringe o fluxo aéreo, aumenta o trabalho respiratório, aprisionamento de ar, hiperdistensão e desequilíbrio V/Q). Depuração Anormal Na presença de microorganismos patogênicos, a retenção de secreções pode acarretar infecções. Os processos infecciosos provocam uma resposta inflamatória e a liberação de mediadores químicos que lesam o epitélio das vias aéreas aumentando a produção de muco, resultando num círculo vicioso de piora da limpeza das vias aéreas. Anestesia (depressão do SNC) – fase de irritação; Dor, disfunção neuro- muscular, restrição abdominal e pulmonar – fase da inspiração; Via aérea artificial, fraqueza abdominal, abdome – cirurgia de fase de compressão; Obstrução das vias aéreas, fraqueza da musculatura abdominal – fase da expulsão. Objetivos Gerais das Técnicas de Desobstrução Brônquica Auxiliar namobilização e remoção de secreções retidas; Melhorar o intercâmbio gasoso e reduzir o trabalho respiratório. Indicações da Terapia de Higiene Brônquica • Tratamento de condições agudas: ✓ Secreção copiosa; IRpA com retenção de secreção; atelectasia lobar aguda; anormalidades causadas por doença unilateral • Condições crônicas que podem causar secreção copiosa: ✓ Fibrose cística; bronquiectasia; sínd. de discinesia ciliar; bronquite crônica • Distúrbios associados a retenção de secreção: ✓ Pacientes imobilizados; pós-operatório; exarcerbações da DPOC; distúrbios neuromusculares AARC, 1991/1993 Doenças Associadas à Depuração Anormal Obstrução interna ou compressão esterna da luz das vias aéreas; Composição e produção de muco; Síndromes ciliares discinésicas; Tosse ineficaz. Respir Care Clin North Am 2:323-345, 1996. CASO CLÍNICO VAMOS ANALISAR??? O fisioterapeuta é solicitado no pós-operatório para avaliar um paciente do sexo masc., 45 anos, consciente, submetido a anestesia geral e a cirurgia de desobstrução intestinal há três horas. Sinais clínicos indicam retenção de secreção, mas não existe uma história de doença pulmonar. • Quais os fatores complicantes??? • O que isso pode acarretar ao paciente??? • O que fazer neste caso??? Classificação das Técnicas de Desobstrução Brônquica Emprego da ação da gravidade para drenar ou deslocar as secreções de segmentos predeterminados da árvore traqueobrônquica (Drenagem Postural ou Posicionamento); de ondas de choque ou choque parede torácica (Vibratoterapia e Ao emprego mecânico na Percussões); Ao emprego da compressão do gás ou variações do fluxo expiratório, favorecendo a interação gás-líquido (Pressão Expiratória, Tosse e suas variações, TEF, AFE ativo ou passivo); Expiração Lenta (EDIC, ELTGOL, ELPr, DA, OOAF). Classificação das Técnicas de Desobstrução Brônquica Podem também serem divididas em: Convencionais: • Drenagem Postural; • Vibrações; • Percussões; • Tosse. Modernas: • Drenagem Autógena (DA); • Drenagem Autógena Modificada (DAM); • Ciclo Ativo da Respiração (CAR); • Expiração Lenta Total com a Glote Aberta (ELTGOL) • Exercícios de Fluxo Inspiratório Controlado (EDIC) ; “Todas as técnicas são importantes, porém é necessário aplicá-las no paciente e no momento clínico adequados, com objetivo firmados” “Apesar da grande variedade de manobras, o que as diferencia é a maneira de executá-las, ou simplesmente pequenas variações da mesma” Considerações sobre as Técnicas de Desobstrução Brônquica Vários estudos têm procurado comprovar a eficácia de algumas manobras de higiene, enquanto outros questionam o grau de atuação das mesmas na árvore traqueobrônquica. Entre os que as preconizam, não existe uma uniformização quanto ao método de execução, a duração e o número necessário das sessões de tratamento. Talvez, tanto questionamentos estejam relacionados à falta de estudos controlados e à análise científica dos resultados dessas técnicas. (Machado MGR, 2008) Considerações sobre as Técnicas de Desobstrução Brônquica A escolha da técnica deve ser criteriosa, com o suporte da ausculta pulmonar e da oximetria de pulso. O paciente deve conhecer e eventualmente participar, juntamente do profissional, da escolha e execução da técnica mais apropriada a seu caso. Para tal, uma boa relação entre o fisioterapeuta e o paciente é de importância fundamental. Considerações sobre as Técnicas de Desobstrução Brônquica Não existem até o momento evidências suficientes para a utilização ou não das técnicas broncodesobstrutivas convencionais. Os revisores da Cochrane Database afirmam que as pesquisas que incluem as técnicas convencionais em pacientes com doenças obstrutivas crônicas e bronquiectasias, são inconclusivas. Estes estudos não cumpriram os critérios de seleção adequados, gerando um número reduzido de pacientes em apenas sete trabalhos. 59 Efeitos Fisiológicos das Técnicas de Desobstrução Brônquica A remoção das secreções mucopurulentas pode diminuir a ação das enzimas proteolíticas responsáveis pela destruição do tecido pulmonar em pacientes com doenças pulmonares crônicas. Fonte: www.chirurgiatoracica.org, 2006 Aerossolterapia http://bozelli.com.br/2019/04/02/higiene-bucal-apos-nebulizacao/ http://www.chirurgiatoracica.org/ http://bozelli.com.br/2019/04/02/higiene-bucal-apos-nebulizacao/ Nebulização https://vimeo.com/148583042 https://vimeo.com/148583042 “A aerossolterapia medicamentosa pode ser adicionada a uma sessão com PEP, pois essa combinação parece melhorar a eficácia da administrãção do broncodilatador, provavelmente por causa da melhor distribuição para as vias aéreas periféricas”. (Respiratory Care: a guide to clinical practice, ed 4, Philadelphia, 1997, JB Lippincott) Mobilização e Exercícios A imobilidade é o principal fator que contribui para a retenção de secreções. A mobilização precoce e a mudança freqüente de posição são intervenções preventivas contra a atelectasia e a pneumonia. Os exercícios melhoram a aeração global, a coordenação V/Q, a função pulmonar, o condicionamento geral, a auto-estima e a qualidade de vida do paciente. ( Surg Clin North Am 60:1391-1401, 1980) ( Am Rev Respir Dis 115:1509-1014, 1974) ( J Appl Physiol 43:46-50, 1977 ) ( Lancet 2(8257):1201-1203, 1981 ) ( Respir Med 88:49-53, 1994 ) (J Rehabil Med 24:61-64, 1992 ) Decúbito Lateral ( Consenso de Lyon – 1994 ) A posição em decúbito homolateral acentua a mobilidade do diafragma do lado apoiado, resultando numa otimização da ação da respiração abdomino- diafragmática, por localização do efeito máximo de fole do lado de apoio. O diafragma contralateral encontra-se em posição inspiratória e a relação V/Q é superior àquela do pulmão homolateral. Importante para diferenciar as patologias e a escolha do decúbito. Ventilação em Decúbito Lateral ( Consenso de Lyon – 1994 e Guy Postiaux) “A posição em decúbito homolateral acentua a mobilidade do diafragma do lado apoiado. Como resultado, há otimização da ação da respiração abdomino-diafragmática, por localização do efeito máximo de fole do lado de apoio. Isto é importante em um caso de atelectasia por favorecer a abertura brônquica, mas é pouco útil nos casos de remoção de secreções.” Drenagem Postural A terapia de Drenagem Postural envolve o uso da gravidade e da energia mecânica para auxiliar a mobilizar as secreções. Todas as posturas de drenagem têm por objetivo favorecer a ação da gravidade nos brônquios de um segmento ou lobo pulmonar, em particular, na tentativa de ajudar a deslocar as secreções brônquicas até a carina. Para eliminar o muco através da drenagem vai depender: da localização da obstrução, da característica das secreções, do grau de bron- coespasmo dos brônquios e da eficiência dos cílios. (Daniela Ikea, Fisioter. Mov, 2009) Drenagem Postural Na literatura, estão descritas diferentes posições, de acordo com o segmento ou lobo a ser drenado, variando de 11 a 12 posições. Cada posição deve ser mantida de 3 a 15 minutos, o que requer pelo menos 1 hora para uma drenagem completa. Drenagem Postural É mais eficaz nas condições caracterizadas pela produção excessiva de escarro ( > 25 à 30 ml/dia ). (Chest 88:436-444, 1985) (Crit Care Clin 11 (1):79-96, 1995) Deve ser realizada a cada 4 à 6 horas nos pacientes de Terapia Intensiva e à critério nos pacientes respirando espontaneamente. (American Association for Respiratory Care: Clinical practice guideline: postural drainage therapy, Respi Care 36:1418-1426, 1991) Drenagem Postural Técnica: • Avaliação preliminar com base na ausculta pulmonar identificando os lobos e segmentos adequados para a drenagem. • Explicar o procedimento ao paciente. • Mensurar os sinais vitais e ausculta antes durante e depois. • Entre as posições, pausa para o relaxamento e controle da respiração. • Deve-se manter a posição indicada durante um mínimo de 3 à 15 min. • O tempo total não deve ser superior à 30 minutos, devendoser reavaliada no mínimo a cada 48h para os pacientes de CTI e a cada 3 meses p os pacientes tratados em domicílio. Drenagem Postural FONTE: CLÍNICA ESCOLA UNIGRANRIO,2006 Drenagem Postural FONTE: CLÍNICA ESCOLA UNIGRANRIO,2006 Contraindicações American Association For Respiratory Care ( AARC ) Para todas as posições: Relativas: • PIC > 20mmHg; medular• Cirurgia recente; • Empiema • Fístula broncopleural • ICC. cabeça e que seja Absolutas: • Lesão de pescoço até estabilizada; • Hemorragia ativa com instabilidade hemodinâmica. Contraindicações American Association For Respiratory Care ( AARC ) Posição de Trendelemburg: • PIC > 20mmHg; • HAS não controlada; • Abdome distendido; • Pacientes nos quais deve evitar o aumento da PIC ( neurocirurgia, aneurisma, cirurgias oftálmicas ); • Cirurgia esofágica. Efeitos Adversos da Drenagem Postural • Queda da saturação, Hipoxemia; 46-50 • Broncoespasmo; • Hipotensão aguda; • ↑ pressão intracraniana; • Hemoptise; • Vômito; • Aspiração. 31,44 Evidências do Uso da Drenagem Postural Está comprovado que a postura de drenagem é eficaz no tratamento de pacientes agudos ou estáveis com fibrose cística, bronquiectasias e outras condições pulmonares com hipersecreções ou com dificuldade de eliminar as secreções. 6 Os que mais se beneficiam da técnicas são os pacientes que produzem mais de 30 ml de muco por dia (hipersecretivos). 29,32,40-42 Observações Importantes possibilidade de aspiração, deve programar os horários para antes ou após 1 ½ à 2h após as refeições ou alimentações enterais. ( Lancet 31;349 (9065):1567-1568, 1997) Nos casos de dor, considerar uma medicação analgésica prévia. As posições da cabeça em posição inferior devem exceder 25º (40 à 45cm) abaixo da horizontal e podem ser modificadas em condições cardiovasculares instáveis e nos distúrbios cerebrovasculares. Para evitar o RGE e a Nestas posições, o paciente deve evitar a tosse vigorosa para não aumentar a PIC. Como a depuração da secreção é afetada pela hidratação, pode ser necessário aguardar pelo menos 24h após ser obtida uma hidratação sistêmica ideal . (American Association for Respiratory Care: Clinical practice guideline: postural drainage therapy, Respi care 36:1418- 1426, 1991) Vibrações ( Consenso de Lyon – 1994 ) Vibrações não instrumentais, consistem de movimento oscilatório aplicado manualmente sobre o tórax com uma freqüência ideal entre 3 e 73 Hz a fim de modificar a reologia do muco. É realizada com a palma das mãos aplicada perpendicularmente sobre o tórax, no final da expiração. Efeitos teóricos: diminuir a viscosidade do muco e aproximar a uma freqüência de 13 Hz que é a freqüência dos cílios vibráveis a fim de aumentar a amplitude de movimentos ciliares. Existe uma dificuldade do terapeuta em realizar as vibrações na freqüência eficaz mínima (13Hz) e durante um tempo suficiente. Limites físicos da transmissão de vibrações através de um órgão oco, limites eventualmente modificados em função da patologia. Segundo Rubim, para que a vibração seja efetiva ela deve ser realizada por um período acima de 1 hora. Os resultados desta técnica são contraditórios, com uma literatura pouco convincente. Vibrações A vibração aumenta a velocidade do batimento ciliar por um fenômeno de ressonância provocado por ondas vibratórias no tórax, influenciadas pela rigidez deste e pela energia na execução da técnica. 11,22,61 Portanto, o efeito da vibração depende da aplicação da manobra (ou seja, de uma frequência de, no mínimo, 13 Hz) e do tempo de execução para que as propriedades físicas do muco sejam modificadas. 28 Vibrações ( Consenso de Lyon – 1994 ) FONTE: CLÍNICA ESCOLA UNIGRANRIO, 2006 FONTE: COSTA, 1999 O fisioterapeuta pode organizá-la com uma combinação de técnicas, incluindo períodos de repouso que não sejam prolongados demais para não dissipar o efeito da técnica. Percussões Torácicas Manuais ( Consenso de Lyon – 1994 ) Percussões Torácicas Manuais ( Consenso de Lyon – 1994 ) Aplicação sobre a parede torácica, em especial sobre a zona a ser tratada, de percussões, em que as de são as e punho ( mais modalidades administração tapotagens percussão comuns). A eficácia é proporcional a força aplicada e a rigidez torácica. Um fenômeno vibratório permite, por ressonância, o aumento da amplitude dos batimentos ciliares. forma validada A gama de frequências ideais para o transporte do muco seria de 25 a 35 Hz, muito além das capacidades manuais. O ritmo de 240 a 260 percussões por min parece ser o mais suficiente; A utilização desta técnicade isolada não foi em nenhum trabalho apesar de serem largamente utilizadas e difundidas nos países anglo- saxônicos, onde são associadas a outras técnicas. Percussões Torácicas Manuais Será que somos capazes de realizar percussões manuais com uma frequência entre 25 e 35 Hz? Percussões Torácicas Manuais Será que somos capazes de realizar percussões manuais com uma frequência entre 25 e 35 Hz? A frequência da percussão capaz de ser realizada pelo ser humano é normalmente de 1 a 8 Hz quando utilizadas ambas as mãos. Percussões Torácicas Manuais • A percussão na área a ser tratada gera fluxos no interior da via aérea melhorando a interação gás-líquido. • Entretanto, pode produzir diminuição do calibre de pequenas vias aéreas, colapsáveis, o que aumenta a compressão dos brônquios - contraindicada em casos de broncoespasmo. Cuidados e Contraindicações dda Técnica de Percussões Tumores, tuberculose pulmonar, lipomas, cistos sebáceos, cirurgias de tórax e cabeça, osteoporose, fraturas de arcos costais, osteomielites, cardiopatias graves, hemoptise e dor torácica. Pode aumentar o broncoespasmo e a dispneia, situações que contraindicam sua execução. 19 Evidência da Técnica de Percussão • Gallon (1991) observou que a drenagem postural, em associação à percussão, aumentava a eliminação do muco, e quanto maior a frequência da percussão, maior a quantidade de muco. Foi observada dessaturação nesses pacientes. 41 • Auxilia a mobilização das secreções; • Não há evidência de sua eficácia como manobra isolada, pelo fato de ela estar sempre associada à drenagem postural. Evidência da Técnica de Percussão • Diferentes regimes de tratamento que incluíram drenagem postural, percussão mecânica associada à drenagem postural e tosse mostraram eficácia na eliminação das secreções, quando comparados com os grupos controles. 27,53,57 • Nos pacientes com fibrose cística, foi observado o efeito deletério sobre a função pulmonar após um período de suspensão de drenagem postural e percussão por 3 semanas. 43 Tosse Assistida • É um conjunto de recursos que o fisioterapeuta utiliza para potencializar a tosse, caso o paciente apresente alguma dificuldade de realizá-la. • A tosse pode alcançar a velocidade de 25 metros por segundo. 50 • Os fluxos altos de ar criam ondas de muco que serão removidas, as paredes dos brônquios se aproximam ajudando a eliminar o muco. • As manobras devem ser feitas quando as secreções estão nas vias aéreas proximais, após outras técnicas de clearance brônquica. Efeitos Fisiológicos da Tosse Assistida • A habilidade do fisioterapeuta fará com que o paciente seja capaz de alcançar grandes quantidades de fluxo e velocidade do gás durante a expulsão. Indicações e Contraindicações • Indicadas para pacientes que: apresentam secreções e que tenham limitações de realizar uma tosse eficaz, tais como: Recém-nascidos; Déficit muscular toracoabdominal; DPOC; Bronquiectásicos; Neuropatas; Idosos. • Deve-se evitar tais técnicas nos casos de: hipotensão arterial, perda de consciência, síncope, cefaleia, refluxo gastroesofágico, hérnia inguinal, incontinência urinária, broncoespasmo, fraturas de costelas, osteoporose, enfisema intersticial e pneumotórax. Tosse Assistida Manualmente Manobra sobre o tórax superior. Paciente em decúbito dorsal: as mãos cruzadasdo fisioterapeuta são colocadas sobre o esterno com os dedos apontados para a traqueia. Execução: seguir vários movimentos respiratórios profundos. Subitamente, fazer uma compressão brusca em sentido cefálico ao final de uma inspiração. Secreções Brônquicas: Guia para Remover | Blog do Secad https://www.secad.com.br/blog/fisioterapia/guia-para-remover-secrecoes-bronquicas/ Tosse Assistida Manualmente Manobra sobre o tórax inferior. Paciente em decúbito dorsal: mãos do fisioterapeuta contornando as costelas inferiores. Execução: seguir vários movimentos respiratórios profundos. Subitamente, fazer uma compressão brusca em sentido do mediastino ao final de uma inspiração. Tosse Assistida Manualmente Manobra abdominal Posição em decúbito dorsal: ambas as mãos são colocadas em direção cefálica na parte alta do abdome. Outra possibilidade é a utilização da manobra de Heimlich, na qual o paciente permanece em posição sentada: o fisioterapeuta abraça o paciente por trás e cruza os antebraços na região epigástrica. Execução: seguir vários movimentos respiratórios profundos e subitamente, fazer uma compressão brusca em sentido cefálico no final de uma inspiração Instituto Oncofisio - Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória http://m.oncofisio.com.br/recursos-manuais-em-fisioterapia-respiratoria Tosse Assistida Manualmente Manobra combinada Paciente em decúbito dorsal: uma mão colocada sobre o esterno e a outra no abdome alto. Execução: seguir alguns movimentos respiratórios profundos. Subitamente, fazer uma compressão brusca e simultânea; a mão do esterno direciona a compressão em sentido podálico e a mão do abdome em sentido cefálico no final de uma inspiração. FONTE: COSTA, 1999 Considerações sobre a Tosse Assistida • Deve prevalecer o cuidado e o conforto do paciente. • Em alguns casos, os próprios pacientes aprendem as manobras para facilitar o clearance brônquico, o que mostra a eficácia da técnica e a aceitação do paciente. Tosse Induzida Manualmente Compressão da traqueia (tosse induzida) – Tic Traqueal A traqueia é comprimida fortemente com o polegar em sua parede anterior. Para maior eficácia, a mão deve estar apoiando a parte de trás do pescoço do paciente. 41 Outra modalidade da mesma manobra são os movimentos laterais bruscos da traqueia. Para minimizar os efeitos negativos da tosse, foram propostos exercícios de expiração forçada, inicialmente para pacientes asmáticos; Os asmáticos têm grande dificuldade de eliminar o muco, produzindo aumento do estresse durante a crise asmática. Uma proposta para amenizar este mecanismo é técnica é semelhante à tosse, mas sem compressão excessiva das vias áreas periféricas, visto que a glote permanece aberta. Esta técnica ajuda na eliminação das secreções brônquicas com menor esforço. 4,7,61 Os exercícios de expiração forçada também são denominados técnica de expiração forçada (TEF). Tosse Dirigida – Huffing ou TEF ; Huffing: o paciente é instruído a emitir o som “huff, huff,huff” rapidamente com a boca aberta, sendo que o som audível é originado na garganta. A eliminação das secreções dependerá do volume mobilizado. No caso de pequenos volumes, as secreções da periferia do pulmão serão mobilizadas, o que permitirá que os pontos de igual pressão se localizem nas vias aéreas pequenas, iniciando assim o desprendimento do muco da periferia. Para continuar a mobilizar o muco da periferia seria necessário utilizar a técnica de expiração forçada a médio volume. E para eliminar o muco das vias áreas centrais, faz-se necessário uma respiração profunda seguida de expirações forçadas. ; (MACHADO, 2008) Tosse Dirigida – Huffing ou TEF (Thompso & Thompson, 1968; Pryor & Weber, 1979) Tosse Dirigida A TEF tem sido utilizada para evitar o aumento da compressão das vias aéreas e o excesso de gasto energético produzido pela tosse. FONTE: CLÍNICA ESCOLA UNIGRANRIO,2006 Tosse Dirigida – Huffing ou TEF “A técnica de expiração forçada objetiva aumentar o transporte mucociliar, respeitando a localização do muco e o grau de compressão da via aérea graduado pelo volume pulmonar” https://vimeo.com/148582451 Tosse Dirigida – Huffing ou TEF https://vimeo.com/148582451 Tosse Dirigida “O efeito da TEF é semelhante ao da tosse, porém com menor esforço do paciente; a glote permanece aberta, o que permite uma pressão transmural menor que a da tosse, evitando, assim, o colapso dos bronquíolos” 4,15,33,35,62 Tosse Dirigida – Huffing ou TEF “Sua eficácia foi avaliada em várias pesquisas” 4,12,30,33,35,55,61,62 “A técnica é muito usada em regimes de tratamento de clearance pulmonar, sendo bem aceita pelos pacientes, provavelmente porque a eliminação das secreções é feita com menor gasto energético” Considerações sobre a Tosse Dirigida – Huffing ou TEF “A técnica pode ser utilizada para mobilizar secreções brônquicas em pacientes com tendência ao fechamento das vias aéreas periféricas, onde é necessário minimizar os efeitos negativos da tosse” Evidências da Tosse Dirigida ou Técnica de Expiração Forçada • A técnica, associada à drenagem postural potencializa a eliminação do muco. 7,19 • Foi demonstrado que o tratamento feito pelo próprio paciente sem ajuda de terceiros, pode ser tão eficiente quanto o executado por um profissional. 4 • Comparando estatisticamente as técnicas convencionais, a drenagem postural, a percussão, a vibração e a TEF, esta última eliminou mais muco, não havendo, entretanto, diferença significativa entre elas. 58 • A TEF aumenta o transporte do muco da periferia em pacientes com tração elástica preservada, porém, em pacientes com perda da retração elástica, este efeito não é observado, provavelmente devido ao surgimento de colapso bronquial durante a manobra. 11,35 (Aumento do Fluxo Expiratório (AFE) (Barthe, 1976) (Respir Care 38:495-499, 1993) É a aplicação externa de pressão sobre a caixa torácica ou sobre a região epigástrica, coordenada com a expiração forçada. O paciente deve inspirar o mais profundamente possível, se necessário, auxiliado por uma pressão positiva. No final da inspiração, você começa a exercer uma pressão sobre a margem costal lateral ou o epigástrico, aumentando a força de compressão durante a expiração. Isso simula o mecanismo normal da tosse ao gerar um aumento do volume de ar expirado, mobilizando à secreção em direção à traquéia, onde podem ser removidas através da aspiração. Tosse Assistida Manualmente e AFE FONTE: CLÍNICA ESCOLA UNIGRANRIO,2006 Drenagem Autogênica (DA) • Trata-se de um método de controle da respiração que mobiliza secreções de diferentes gerações brônquicas, por meio da maior variação possível do fluxo expiratório, sem provocar a compressão dinâmica das vias aéreas. 15-18 • Por ser uma técnica ativa, requer treinamento e cooperação do indivíduo para que possa ser realizada de modo independente. 10-12,15,17-21 (Chevaillier, 1968) Drenagem Autogênica (Chevaillier, 1968) Pode ser realizada independentemente pelos pacientes treinados. O paciente deve estar sentado e usar o bocal. Os pacientes são ensinados a controlar para impedir o colapso das vias aéreas. Deve ser evitada crianças (colaboração efetiva) e indivíduos dispneicos. Durante a Drenagem Autogênica, o paciente utiliza a respiração diafragmática para mobilizar as secreções variando os volumes pulmonares e o fluxo aéreo expiratório em três fases distintas. seus fluxos expiratórios a. Insp na CI seguida por respirações com VC baixos; b. Resp c VC baixos à médios; em c. Fase de evacuação, o muco é preparado p expulsão Drenagem Autogênica • De acordo com a literatura, cada fase da técnica deve ser repetida de 4 a 5 vezes, sucessivamente, sem intervalos. • Concluídas as séries de repetições das 3 fases, todo o procedimento pode ser repetido por 30 a 45 minutos, 2 vezes ao dia. • A duração e o número de sessões podem ser alterados, dependendo da quantidade e da viscosidade da secreção. 12,17,18,24 (Chevaillier, 1968) descolarcoletar evacuar ou eliminar HUFF Drenagem Autogênica Drenagem Autogênica https://vimeo.com/148583067 https://vimeo.com/148583067 Efeitos Fisiológicos da DA • Auxilia na mobilização de secreções das vias aéreas periféricas; • Melhora da ventilação, observada por meio dos testes de função pulmonar; • Ganho na relação ventilação/perfusão (V/Q), observado por meio da gasometria arterial; • Melhora da hematose; • Ganhos na capacidade funcional observados por meio dos testes de performance física e das escalas de dispneia. 11,12,15,19,21,22 Contraindicações da DA • Pacientes instáveis hemodinamicamente; • Pós-operatório recente de toracotomia e/ou laparotomia; • Doença respiratória aguda; • Pacientes pouco cooperativos e que controlam mal sua respiração. 11,22 Considerações Importantes sobre a DA 1. Durante a expiração, em todas as fases da DA, o paciente deverá utilizar um bocal para ativação do reflexo bucofaríngeo que favorece a manutenção da glote aberta. 2. A fase de eliminação requer inspiração lenta e profunda. 3. Em todas as fases, a velocidade do fluxo expiratório deve ser controlada para se evitar um pico de fluxo alto que resulte em fechamento precoce das vias aéreas. 4. A tosse deve ser reprimida durante a realização das três fases. 5. Após todo esse processo, se o paciente não tiver apresentado o reflexo de tosse, ele deverá realizar uma expiração forçada a alto volume (huffing). 1517,18,21, 22, 23, 24 Evidências sobre a DA A comparação entre drenagem postural e drenagem autógena mostrou que ambas as técnicas eliminavam o muco sem diferença significativa. 54 Drenagem Autógena Modificada • Iniciou na Alemanha, em 1984, onde a DA deixou de ser dividida em três fases, pois os indivíduos sentiam-se desconfortáveis ao respirarem a baixos volumes pulmonares. 7,17,23 • O indivíduo realiza uma inspiração nasal recrutando percentuais de VRI, seguida de uma pausa pós-inspiratória de 2 a 3 segundos e de uma expiração nasal ou oral em nível de VRE. • Ao perceber a presença de secreção em vias aéreas centrais, o indivíduo deve realizar uma tosse. Ciclo Ativo da Respiração (CAR) (Pryor & Weber, 1979 - TEF; 1992 - CAR) • Consiste em ciclos repetidos de controle respiratório, expansão torácica e técnica de expiração forçada. • O controle respiratório envolve a respiração diafragmática suave com VC normais com relaxamento da região torácica superior e dos ombros. Técnica – Ciclo Ativo da Respiração ( Respir Care 39:440-452, 1994 ) Seqüência do Ciclo Ativo da Respiração 1. Relaxamento e controle respiratório 2. Três a quatro exercícios de expansão torácica 3. Relaxamento e controle respiratório 4. Repetir três a quatro exercícios de expansão torácica 5. Repetir o controle de relaxamento da respiração 6. Realizar uma ou duas técnicas de expiração forçada (huffs) 7. Repetir o relaxamento e o controle da Respiração Técnica – Ciclo Ativo da Respiração ( Respir Care 39:440-452, 1994 ) ME ME CD CD CD CD HUFF TEF Técnica – Ciclo Ativo da Respiração ( Respir Care 39:440-452, 1994 ) https://vimeo.com/148582098 https://vimeo.com/148582098 Expiração Lenta Total com a Glote Aberta ( ELTGOL) ( Consenso de Lyon – 1994 ) Técnica proposta por Guy Postiaux Expiração lenta iniciada ao nível da CRF e finalizada até o VR, com a glote aberta, estando o paciente com a região a ser desobstruída em decúbito homolateral (DL); O objetivo é obter uma velocidade de deslocamento do ar mais elevada possível nas diferentes regiões brônquicas periféricas induzindo à depuração destas zonas. A escolha do decúbito lateral para sua execução é caracterizada por uma redução progressiva e completa do calibre e do comprimento de toda árvore brônquica infralateral, caracterizando um aumento da desinsuflação pulmonar durante o tempo expiratório e acentua a mobilidade do diafragma do lado apoiado; É particularmente útil nos pacientes com propensão ao colapso das vias aéreas durante a tosse normal. Expiração Lenta Total com a Glote Aberta ( ELTGOL) Sabe-se que: pacientes com DPOC podem apresentar, após tosse sequencial, uma tendência ao fechamento das vias aéreas periféricas, dificultando o deslocamento do muco da periferia para as regiões centrais e tornando o reflexo da tosse menos eficaz. Expiração Lenta Total com a Glote Aberta ( ELTGOL) A tosse pode levar a um excesso de gasto de energia, provocando exaustão nestes pacientes; Pode apresentar manifestações tenebrosas como: elevação da pressão arterial, micção involuntária, síncope, tonturas, dispneia, devido principalmente ao aumento da pressão intratorácica no momento da fase compressiva. 50,51 Expiração Lenta Prolongada (ELPr) • É uma técnica passiva, utilizada em recém-nascidos, realizando uma pressão manual externa lenta iniciada ao final da expiração espontânea e continuada até o volume residual; • É a modalidade pediátrica do ELTGOL; • Ainda é motivo de estudos, devendo ser executadas por fisioterapeutas experientes. Exercícios de Fluxo Inspiratório Controlado (EDIC) (Guy Postiaux, 1980) • Defende que a ausculta e a análise dos ruídos respiratórios permitem considerar a ação das inspirações lentas sobre as condensações pulmonares, já que quantidades importantes de secreção são mobilizadas. 22,25 • A seleção da modalidade depende da localização da patologia e define os efeitos ventilatórios regionais específicos de sua utilização. • A região pulmonar a ser ventilada deve-se encontrar em posição supralateral. 22,25 Posicionamento do Paciente no EDIC Posterolateral - deve-se posicionar o paciente em decúbito lateral com o tronco ligeiramente inclinado anteriormente e a pelve perpendicular ao plano de apoio. Anterolateral - deve-se posicionar o paciente em decúbito lateral stricto, com o membro superior fletido e a mão apoiada na região occipital para favorecer o alongamento da musculatura peitoral. 22, 25 Posicionamento do Paciente no EDIC Passo a passo da técnica 1. Inspiração nasal lenta e profunda recrutando o VRI. 2. Pausa pós-inspiratória de 3 a 5 segundos. 3. Expiração oral em nível de VC. 2. Não existe um tempo de duração definido para a realização da técnica. 3. O EDIC deve ser realizado até que ocorra melhora da ventilação pulmonar observada por meio de parâmetros clínicos, como a ausculta pulmonar e a percussão diagnóstica, realizada durante a pausa pós-inspiratória. 22,25 Princípio Fisiológico do EDIC • A inspiração lenta e a pausa pós-inspiratória realizadas durante a técnica têm como objetivo igualar as diferentes constantes de tempo nas unidades alveolares periféricas, permitindo maior distribuição da ventilação. • A ↓ da velocidade do fluxo inspiratório auxilia no “controle” do assincronismo ventilatório. 22,25 Efeitos Fisiológicos do EDIC • Recuperação da capacidade residual funcional (CRF); • Melhora da ventilação em regiões pulmonares com ausculta pulmonar alterada; • Auxílio na mobilização de secreções das vias aéreas periféricas. OOAF / Técnicas de Oscilação de Alta Frequência Desenvolvido na Suíça, a válvula de Flutter combina as técnicas de EPAP com as oscilações de alta freqüência na abertura das vias aéreas. A válvula é composta por um dispositivo em forma de cachimbo com uma bola de aço localizada em um cone, coberta com uma tampa perfurada. Quando o paciente expira ativamente no interior do cachimbo, a bola cria uma PEP de 10 à 25cmH2O. O Flutter gera oscilações que são transmitidas para o interior das vias aéreas em aproximadamente 15Hz. O paciente pode controlar a pressão alternando seu fluxo expiratório e a alteração do ângulo irá alterar as oscilações. O aparelho é portátil e não requer assistência de um profissional. Necessitam de maiores investigações. (Respir Care Clin North Am 2:323- 345, 1996) FLUTTER SHAKER Fonte: Clínica Escola Unigranrio, 2006 Acapella https://vimeo.com/148581721 https://vimeo.com/148581721 Pressão Positiva nas Vias Aéreas ( Respir Care Clin North Am 2:323-345,1996 ) ( Respir Care 36:1218-1229, 1991 ) Existem três abordagens diferentes que podem ser utilizadas: CPAP, EPAP e PEP. Aumentam a pressão intrabrônquica variando de 10 à 20cmH2O, aumentando o nível ventilatório pelo aumento da CRF; melhora a ventilação colateral pelo recrutamento alveolar e deslocamento do ar e das secreções dos brônquios, diminuem o volume de fechamento. ( Consenso de Lyon – 2000 ) A terapia com a PEP envolve a expiração contra um resistência ao fluxo variável. Mecanismos Pelo Qual a PEP Mobiliza Secreções na Vias Aéreas Pelo enchimento dos segmentos hipoventilados ou não ventilados através da ventilação colateral. Prevenção do colapso das vias aéreas durante a expiração Pressão Positiva Expiratória (EPAP) • É um aparelho composto por uma máscara, uma válvula de PEEP (spring loaded) e uma válvula unidirecional. A válvula unidirecional se fecha durante a expiração permitindo a saída do fluxo no sentido da válvula de PEEP que gera uma resistência expiratória; • A máscara mantém o sistema pressurizado mas pode ser realizado com um bocal e um clipe nasal; • Aplicação de 15 min 2 a 4X ao dia/PEEP de 3 a 8 ou 10 a 20 cmH2O. • Objetivos: favorecer a troca gasosa; treinamento da musculatura exp. (retardo do tempo expiratório); facilitar a desobstrução brônquica?; CRF. Pressão Positiva Expiratória (EPAP) Fonte: Clínica Escola Unigranrio, 2006 Pressão Positiva Expiratória (EPAP) https://vimeo.com/148583048 https://vimeo.com/148583048 Aspiração das Vias Aéreas nos Pacientes em Ventilação Mecânica alexandresancho.fisio@gmail.com
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