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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Pós-Graduação em Engenharia Ambiental e Saneamento Básico 
 
 
 
 
Resenha do Artigo: Fundos Hídricos: Financiando a habilidade da natureza de proteger 
recursos hídricos 
 
 
 
LAÍZA LETÍCIA DA SILVEIRA LOPES 
 
 
 
 
 
TRABALHO DA DISCIPLINA: BIOLOGIA E 
MICROBIOLOGIA AMBIENTAL 
TUTOR (A): ISOLDA CECILIA BRAVIN 
 
 
 
BELO HORIZONTE - MG 
2019 
ARTIGO: FUNDOS HÍDRICOS: FINANCIANDO A HABILIDADE DA NATUREZA 
DE PROTEGER RECURSOS HÍDRICOS 
FUNDOS hídricos: financiando a habilidade da natureza de proteger recursos hídricos. 
Stanford: Graduate school of business, Caso OIT-104. Janeiro, 2011. 
As atividades humanas geram impactos ao meio ambiente, poluindo ecossistemas, causando a 
extinção de espécies animais e vegetais e alterando substancialmente a qualidade/quantidade 
de recursos hídricos disponíveis. Cabe lembrar que a água é um recurso escasso e primordial, 
facilmente afetado pelas ações humanas. Por isso é necessário o desenvolvimento de 
alternativas que busquem um equilíbrio sustentável entre natureza e desenvolvimento 
econômico. Seguindo esse raciocínio, os autores apresentam como uma possível solução a 
instituição de fundos hídricos: "mecanismos financeiros a longo prazo que restauram e 
preservam ecossistemas naturais que proporcionam água doce". Esses fundos financiam 
projetos de preservação e restauração da habilidade natural dos ecossistemas de filtrar e 
armazenar água, evitando tratamentos mais dispendiosos e a construção de represas. 
A origem dos recursos financeiros é a mais diversa, podendo abranger governos que pagam 
por serviços ambientais, grupos de interessados públicos ou privados e etc. Esses grupos de 
interesse veem os fundos como uma forma de patrocinar a proteção dos recursos necessários à 
sua produção, seja ela comercial ou para fins de atendimento público. A instituição de fundos 
é baseada na seguinte percepção: ações tomadas a montante são mais eficientes na garantia de 
disponibilidade/qualidade da água a jusante. 
Os autores apontam os principais desafios enfrentados pelos fundos hídricos, a meu ver, o 
maior deles é a compatibilização entre os interesses dos diversos patrocinadores do fundo. 
Traçar um plano que englobe de maneira economicamente viável todas as divergentes 
pretensões não é tarefa das mais fáceis. Além disso, há ainda a dificuldade de correlacionar de 
maneira factual as ações tomadas pelo fundo às melhoras verificadas a jusante. 
Aparentemente essas melhoras não são quantificáveis. Uma forma apontada pelos autores de 
se contornar esse inconveniente é a mensuração a partir dos custos evitados. 
Os autores apresentam uma gama de atividades que podem ser realizadas pelo fundo, por 
exemplo, utilização de cercas vivas, reflorestamento e restauração, gestão cuidadosa de áreas 
de pastagem destinadas a rebanhos e etc. É importante ressaltar que a definição das atividades 
a serem tomadas dependerá da natureza do fundo, seus objetivos, localização, níveis de 
degradação e diversos outros fatores. Isso demonstra que cada fundo é único, exigindo 
estudos e análises para implantação de soluções individualizadas. O artigo demonstra de 
forma clara esta característica evitando, assim, que o leitor chegue a conclusões errôneas. 
O artigo traz, ainda, dois anexos muito esclarecedores: Anexo 1 e Anexo 2. O primeiro trata 
das consequências que diferentes ações humanas acarretam aos ecossistemas aquáticos. Já o 
segundo trata das conclusões obtidas pela equipe da The Nature Conservancy no 
desenvolvimento de fundos hídricos na América do Sul. O referido anexo é uma lista com 
oito condições de sucesso para fundos hídricos. Destaque-se aqui a necessidade de engajar 
consumidores, sejam eles grandes ou pequenos, e de se criar uma imagem clara e palpável de 
onde a água vem. Todos aqueles que utilizam certa água devem conhecer sua origem e serem 
capazes de identificar as ameaças e oportunidades, assim como as atividades que podem 
melhorar sua qualidade e quantidade. Sendo assim, este artigo leva o leitor a se questionar 
sobre como tem se portado frente aos recursos hídricos que tem acesso. 
Os autores apresentam em seu artigo diversas informações que ajudam a compreender o 
conceito básico de funcionamento de um fundo: as possíveis origens de recursos, as 
dificuldades para sua implantação e o que é necessário ser verificado para definição das ações 
a serem efetivadas por ele etc. Dessa forma, este artigo se apresenta como uma excelente 
fonte para conhecimento desse mecanismo de proteção de recursos hídricos, ao tratar de uma 
problemática que tem se tornado cada vez mais relevante.

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