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0 INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR BLAURO DE CARDOSO DE MATTOS - FASERRA JULIO CESAR RODRIGUES DE SOUZA NATALLIA ERLANDES SANTOS A ESTRATÉGIA DO E-COMMERCE: UM ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA NO SEGMENTO DE SUPERMERCADO DA SERRA. SERRA ES 2017 1 JULIO CESAR RODRIGUES DE SOUZA NATALLIA ERLANDES SANTOS A ESTRATÉGIA DO E-COMMERCE: UM ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA NO SEGMENTO DE SUPERMERCADO DA SERRA. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador Prof. Marcelo Hideki Togo SERRA ES 2017 2 JULIO CESAR RODRIGUES DE SOUZA NATALLIA ERLANDES SANTOS A ESTRATÉGIA DO E-COMMERCE: UM ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA NO SEGMENTO DE SUPERMERCADO DA SERRA. Aprovado em ___de ____de2017 BANCA EXAMINADORA _______________________ Profe. Marcelo Hideki Togo Faserra Orientador ________________________ Profe. Faserra Prof convidado ________________________ Profe. Faserra Prof convidado 3 "Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível." (Charles Chaplin) 4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me capacitado a ter chegado até aqui e ter me ajudado a superar os desafios que me foram propostos. A minha irmã Kelly que iniciou o curso comigo, me dando muita força, apoio e me acompanhando sempre em cada conquista, tornado essa conquista uma conquista dupla. Ao professor Togo que de nos atendeu de prontidão para a realização desse trabalho. E também aos meus parentes e amigos que de alguma forma me apoiaram durante o curso. Natallia Erlandes Santos Agradeço a Deus que me deu força para chegar até aqui, aos meus familiares e amigos que sempre me incentivaram nessa caminhada e ao Professor Marcelo Togo que se dispôs a nos ajudar a desenvolver esse trabalho. Júlio César Rodrigues de Souza 5 RESUMO Sendo o varejo uma das atividades empresariais que vêm atravessando maior ritmo de transformação, grandes redes de varejo físico voltados para o setor de alimentos (supermercados) estão se adequando a essa nova estratégia, para não perder o cliente, que na maioria das vezes está cada vez mais sem tempo para ir à loja física e a oportunidade de conquistar um público que na maioria das vezes não gosta de ir ao supermercado pela falta de tempo, filas nos caixas transito, etc. Isto juntamente com o desenvolvimento do ambiente digital esse tipo de comércio se tornou uma ferramenta essencial na redução dos custos produtivos e no cenário competitivo do mercado e sua integração com o chamado comércio tradicional de lojas físicas tem efeitos de concorrência e complemento de vendas das lojas físicas. O presente projeto de pesquisa busca mostrar o diferencial estratégico de uma empresa de segmento de supermercado varejista na Serra que percebeu a oportunidade de expandir seus negócios optando em investir no e-commerce, ou seja, possibilitar a compra de supermercados também pela internet. O custo-benefício, desafios e oportunidades desse tipo de mercado. Assim como a viabilidade do mesmo e os tipos de clientes que se interessariam por este tipo de serviço. A pesquisa vai ser baseada em dados de uma empresa de supermercado da Serra que oferece esse tipo de serviço, com entrevistas junto ao gestor de e-commerce, assim como pesquisas de autores, sites de informação, publicações e outros. Palavras-Chave: Estratégia; E-commerce; Supermercado; Logística. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1: As forças competitivas de Porter.................................................................23 Figura 2 : Rede Brasil de Supermercados.................................................................52 Figura3: Extraplus Delivery........................................................................................52 Figura 4: Centro de Distribuição.................................................................................53 7 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Conceitos de Estratégia............................................................................ 17 Quadro 2: Matriz Swot. Análise Interna e Externa..................................................... 24 Quadro 3: Varejo não-lojista ou varejo sem loja.........................................................41 8 SUMARIO 1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11 1.1 - PROBLEMA ............................................................................................... 12 1.2 - JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 12 1.3 - OBJETIVOS .................................................................................................. 14 1.3.1 - Objetivo Geral........................................................................................ 14 1.3.2 - Objetivos Específicos ........................................................................... 14 1.4 - METODOLOGIA ............................................................................................ 14 2 – REFERÊNCIAL TEORICO .............................................................................. 16 2.1– ESTRATÉGIA ................................................................................................ 16 2.1.1 - Estratégias Empresariais ...................................................................... 18 2.1.2 - Origem ................................................................................................... 18 2.1.2 - Tipos de Estratégias .............................................................................. 20 2.1.4 - Fases para Implantar a Estratégia ....................................................... 26 2.1.5 - Níveis da Estratégia .............................................................................. 28 2.1.6 - Marketing como Estratégia .................................................................. 30 2.1.7 - Importância da Estratégia .................................................................... 31 2.2 - E-COMMERCE. ............................................................................................. 33 2.2.1 - A História do E-commerce. .................................................................. 33 2.2.2 - Conceitos de E-commerce ................................................................... 35 9 2.2.3 - A Importância do E-commerce ............................................................ 36 2.2.4 -Tipos de E-commerce ............................................................................ 38 2.2.5 - Regulamentação do E-commerce ........................................................ 40 2.2.7 – Loja Virtual ............................................................................................ 41 2.2.8 – Loja Virtual e Física ..............................................................................43 2.3 - LOGÍSTICA DO E-COMMERCE. .................................................................. 46 2.3.1 - Origem da Logística .............................................................................. 46 2.3.2 - Conceitos de Logística ......................................................................... 47 2.3.3 - Tipos de Logísticas ............................................................................... 48 2.3.4 - A Importância da Logística no E-commerce ...................................... 50 3 – ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 52 3.1 - A EMPRESA .................................................................................................. 52 3.2 - ENTREVISTA ................................................................................................ 55 3.2.1 – Gerência de Contabilidade .................................................................. 55 3.2.2 – Departamento de E-commerce............................................................ 56 a. Perguntas: ............................................................................................... 56 b. Outros assuntos relacionados: ............................................................. 59 3.3 – ANÁLISE E RESULTADOS .............................................................................. 61 3.3.1 – Análise de Swot (Matriz) ..................................................................... 61 3.3.2 - Conceito ................................................................................................. 61 3.3.3 - Aplicação: .............................................................................................. 61 10 3.4 – ANÁLISE TEORIA X PRÁTICA: ESTRATÉGIA ............................................ 63 3.4.1 – Teoria X Prática .................................................................................... 63 3.4.2 - Prática X Ação Positiva ........................................................................ 64 3.4.3 - Teoria não praticada que pode trazer bons resultados ..................... 64 3.5 - ANÁLISE TEORIA X PRÁTICA: E-COMMERCE .......................................... 65 3.5.1 - Teoria X Prática ..................................................................................... 65 3.5.2 - Prática X Ação Positiva ........................................................................ 66 3.5.3 - Teoria não praticada que pode trazer bons resultados ..................... 66 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 67 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69 11 1 - INTRODUÇÃO Com o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação, a Internet está cada vez mais presente e vem ganhado mais espaço na vida das pessoas. Segundo Kotler (2005 apud MATOS 2015), o quadro econômico foi vastamente modificado, devido à tecnologia e a globalização. Isto se deve ao fato de que, empresas de qualquer lugar podem concorrer em qualquer lugar, possibilitadas pela internet e por um comércio mais livre. Com essa facilidade da internet, um novo modelo de negócio vem tomando conta do espaço nas vendas via Internet. Segundo resultados do E-bit, o e-commerce em 2015 teve um crescimento de 15% se comparado a 2014, isso significa que foi faturado no ano de 2015 R$ 41,3 bilhões de reais nesse novo negócio. Muitas empresas varejistas descobriram que podem utilizar a internet para melhorar os serviços ao cliente ao mesmo tempo em que diminuem seus custos; este processo se chama de comércio eletrônico. (ALDAY E PINOCHET, 2002) Segundo dados do Infográfico, o comercio eletrônico ou e-commerce (abreviação de electronic commerce), surgiu por volta do ano de 1970, onde Michael Aldrich inventou o primeiro sistema que permitia o processamento de transações online entre consumidores e empresas. Porém, só por volta de 1990 com a popularização do World Wide Web (www), e do primeiro protótipo do navegador, que o comércio eletrônico começou a funcionar com as características semelhantes às de hoje. No Brasil essa ideia começou a ser adotada e levada a sério por volta do ano de 2000, onde diversas lojas virtuais começaram a aparecer no horizonte da internet. O Brasil vem se caracterizando por possuir um número crescente de empresas varejistas na relação das maiores empresas do país. A partir do crescente avanço tecnológico, estas empresas começaram a adotar novas tecnologias de informação e de gestão, que, por sua vez, desempenham um papel cada vez mais importante 12 na modernização do sistema de distribuição e da economia brasileira. (ALDAY E PINOCHET, 2002) Segundo Parente (2000 apud ALDAY E PINOCHET, 2002), varejo consiste em todas as atividades que englobam o processo de venda de produtos e serviços para atender a uma necessidade pessoal do consumidor final, e o varejista é qualquer instituição cuja atividade principal consiste na venda de produtos e serviços para o consumidor final. O varejo é uma das atividades empresariais que vêm atravessando maior ritmo de transformação. Grandes redes de varejo físico voltados para o setor de alimentos (supermercados) estão se adequando a essa nova estratégia, para não perder o cliente, que na maioria das vezes está cada vez mais sem tempo para ir à loja física e a oportunidade de conquistar um público que na maioria das vezes não gosta de ir ao supermercado pela falta de tempo, filas nos caixas transito, etc. Está cada vez mais difícil encontrar aquele tempinho para ir às compras e, por isso, as aquisições pela internet já são uma realidade constante na vida das pessoas. Desde eletroeletrônicos a móveis, o chamado e-commerce tem facilitado a vida de muita gente. Mas e quando se tratam das compras de supermercado? Será que compensa largar a fila do caixa e correr para a tela do computador? (BONDE, 2015) 1.1 – PROBLEMA Quais são as estratégias de viabilizar a abertura de uma loja virtual “e-commerce” em uma rede de supermercados? 1.2 - JUSTIFICATIVA Este trabalho tem como objetivo analisar as estratégias voltadas para o e- commerce, aplicadas no ramo de supermercados. A fim de mostrar aos empresários e investidores desse setor, a viabilidade de investir nesse negócio. Assim como aos 13 demais interessados em compreender esse assunto, apontando também as possibilidades, problemas e resultados de se investir nesse novo negocio, que está crescendo ano após ano. Assim também, contribuindo para o nosso crescimento profissional e pessoal. Segundo Rosembloom apud NETO, LIMA E DE CARVALHO (2012), a incorporação de novas tecnologias na comercialização de produtos e serviços tende a afetar as estratégias adotadas com relação aos canais de marketing das empresas. Neste sentido, a crescente utilização, por parte das empresas, da rede mundial de comunicação, a Internet, tem provocado a ruptura dos atuais paradigmas referentes ao relacionamento entre produtos, clientes e concorrentes, principalmente no que se referem à distribuição e comercialização de produtos e serviços. Assim também, segundo Nascimento, (2011), o consumidor está cada vez mais consciente e utiliza muito da internet para fazer pesquisas de preços e comparar as lojas. Porém a efetivação do número de transações finalizadas com sucesso só vem crescendo nos últimos anos. Também pode se perceber que o fenômeno do crescimento da Classe C brasileira, fez com que itens caracterizados como itens de linha branca, figurassem entre os mais vendidos do varejo tradicional e eletrônico. Esses itens são de fundamental importância dentro critério Brasil, critério esse estabelecido pelo governo para definir as classessociais no nosso país. Diante desse cenário, abordaremos as vantagens e desvantagens de investir no e- commerce voltado para a rede de supermercados. Apontando também quais os desafios e oportunidades que esse tipo de investimento trás para uma organização que decidiu aderir essa nova estratégia. 14 1.2 – OBJETIVOS 1.3.1 - Objetivo Geral Investigar quais são as estratégias de abrir uma loja virtual “e-commerce” em uma rede de supermercados no Espirito santo. 1.3.2 - Objetivos Específicos Desenvolver e detalhar a estratégia empresarial e e-commerce. Analisar importância do e-commerce na rede de supermercados. Levantar as estratégias empresariais vinculadas ao e-commerce. 1.4 - METODOLOGIA Este trabalho tem com o objetivo, investigar se a estratégia da implementação do e- commerce em uma rede de supermercados pode ser aplicada de forma eficaz. Onde serão abordados os tipos de estratégias voltadas para o ramo empresarial, e também os tipos de e-commerce que se desenvolveram no decorrer dos anos. Para que alcancemos esses objetivos, o problema será investigado e explicado, onde chegaremos a algumas hipóteses. Sendo assim utilizaremos o método de pesquisa qualitativo, que é o mais adequado para essa situação. Para Vieira (1996 apud ZANELLA 2011), a pesquisa qualitativa pode ser definida como a que se fundamenta principalmente em análises qualitativas, caracterizando- se, em princípio, pela não utilização de instrumental estatístico na análise dos dados. Esse tipo de análise tem por base conhecimentos teórico-empíricos que permite atribuir-lhe cientificidade. 15 Por tanto será realizado um estudo de caso em uma empresa do ramo de supermercados que se encontra em diversas regiões do Estado do Espirito Santo, a fim de entender o funcionamento, as práticas de uso de dados como estratégias de negócios. Foi elaborada uma entrevista com o gestor responsável pelo setor de e- commerce dessa empresa, onde abordaremos mais à frente este assunto. Também serão levantados dados bibliográficos, onde utilizaremos artigos, revistas, sites, livros, e outras publicações, para entender, compreender e explicar a estratégia da implementação na rede de supermercados. “A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente” (GIL, 2010) 16 2 – REFERÊNCIAL TEORICO 2.1 – ESTRATÉGIA Para Chandler (1962), estratégia é “a determinação dos objetivos básicos de longo prazo de uma empresa e a adoção das ações adequadas e alocação de recursos para atingir esses objetivos”. Estratégia é o forjar de missões da empresa, estabelecimento de objetivos à luz das forças internas e externas, formulação de políticas específicas e estratégias para atingir objetivos e assegurar a adequada implantação de forma a que os fins e objetivos sejam atingidos. Steiner e Miner (1977 apud GIRALDI E CAMPOMAR, 2005) Conforme Porter (1980 apud NICOLAU, 2001, p.5), “estratégia competitiva são ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e assim obter um retorno maior sobre o investimento”. Estratégia é a ação ou caminho mais adequado a ser executado para alcançar, preferencialmente de maneira diferenciada, os objetivos, desafios e metas estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente. É importante estabelecer estratégias alternativas para facilitar as alterações dos caminhos ou ações de acordo com as necessidades. OLIVEIRA (2009) Sendo assim podemos dizer que Estratégia é um conjunto de ações para se alcançar um determinado objetivo ou resultado. Onde cada ação é proposta através de uma tomada de decisões na qual são inseridas as diretrizes e políticas para que o objetivo foco venha a ser alcançado A estratégia nada mais é que as respostas para as perguntas “Onde estamos?”, “Para onde queremos ir e por quê?”, “Qual o caminho para chegar onde queremos?” Formam a estratégia de uma empresa, o modo como ela vai competir em seu segmento de atuação. A empresa faz uso de suas competências para criar e desenvolver suas vantagens competitivas sustentáveis, únicas e valorizadas pelos 17 seus clientes, ou seja, estratégia se define como a forma que a empresa irá competir em um determinado mercado CHIAVENATO, (2009) Quadro 1: Conceitos de Estratégia Fonte adaptado de: (NICOLAU, 2001) De acordo com o quadro acima a estratégia pode ser entendida como um conjunto de regras na tomada de decisão para se atingir um objetivo futuro. 18 Os modelos de estratégia de liderança e de diferenciação podem ser aplicados a um determinado alvo, caracterizando assim um terceiro tipo de estratégia denominada de enfoque (CCHIAVENATO, 2009, p. 72). 2.1.1 – Estratégias Empresariais Drucker e Ansoff, autores conceituados no meio acadêmico e empresarial, ao levarem o conceito para área empresarial, alertam para um aspecto da estratégia: a ideia de mapear as futuras direções da organização a partir dos recursos que possui. FERNANDES E BERTON, (2012 p. 3) A estratégia é uma palavra muito usada no meio empresarial, e pode ser encontrada facilmente no mundo dos negócios, uma boa estratégia pode ser a determinante para se alcançar um objetivo proposto. Com isso, podemos dizer que: Segundo Ansoff (1965 apud NICOLAU 2001), estratégia é a determinação dos objetivos básicos de longo prazo de uma empresa e a adoção das ações adequadas e afetação de recursos para atingir esses objetivos. E ainda segundo o mesmo autor, “estratégia é um conjunto de regras de tomada de decisão em condições de desconhecimento parcial”. As decisões estratégicas dizem respeito à relação entre a empresa e o seu ecossistema. Estratégia é o forjar de missões da empresa, estabelecimento de objetivos à luz das forças internas e externas, formulação de políticas específicas e estratégias para atingir objetivos e assegurar a adequada implantação de forma a que os fins e objetivos sejam atingidos. (STEINER E MINER, 1977) 2.1.2 – Origem Um estudo aprofundado sobre estratégia mostra que esse termo surgiu vários séculos antes das teorias organizacionais e só depois é que veio a ser trabalhado 19 pelas empresas, tornando-se uma das ferramentas de gestão mais importantes na atualidade. Segundo Chiavenato, (2005), o termo estratégia foi criado pelos antigos gregos (strategos) e o seu emprego estava relacionado à arte militar. Do seu surgimento até os dias atuais o termo estratégia coleciona diferentes formas ao ser definido. Um dos primeiros usos do termo “estratégia” foi utilizado há aproximadamente 3.000 anos pelo estrategista chinês Sun Tzuo (SUN TZU, 1999) o qual afirmava que “todos os homens podem ver as táticas pelas quais eu conquisto, mas o que ninguém consegue ver é a estratégia a partir da qual grandes vitórias são obtidas”. Segundo Aeker (2001) o planejamento estratégico surgiu por volta dos anos 60 e 70, preocupando se em prever as variáveis e habilidades estratégicas. Ainda segundo o autor o planejamento estratégico está focado no ambiente de mercado em que a empresa atua, enfatizando, além das projeções, também o estudo de mercado dos concorrentes e clientes, objetivando o fortalecimento daquele momento vivenciado pela empresa, como também as condições para se prevenir contra eventuais mudanças que terão implicações estratégicas. É um sistema auxiliar da administração tanto na antecipação quanto na tomada de decisões, além ainda na criação de visões estratégicas. E conforme Mintzberg (1986 apud HUNGER E WHEELEN2002) o planejamento estratégico para a tomada de decisão abrange a coleta de informações apropriadas para diagnóstico de uma determinada situação, a geração de estratégias alternativas exequíveis e a seleção racional da estratégia mais apropriada. Já para Ansoff e Mc Donnell (2009) na época de sua criação, o ambiente parecia ser totalmente previsível para se colocar o planejamento estratégico a um único plano mais provável. Conforme se alterou essa realidade previsível, necessitou-se elaborar planos múltiplos: a elaboração de um plano básico, que preparava a empresa para um futuro mais provável e os planos contingenciais, para eventos e futuros instáveis e improváveis. Devido às mudanças em todo o mercado e seu ambiente, em meados de 1970, os planos de contingência deixaram de atender as necessidades das empresas, sendo necessário um planejamento de respostas de posicionamento, 20 visto que abrange a organização como um todo. Contudo, esse tipo de planejamento mostrou-se muito lento, e começaram então, a usar a administração de questões estratégicas. Existem várias formas para definir estratégia e entre elas destacamos a definição segundo Ansoff e McDonnell (1993. p. 70) como “o conjunto de regras de tomada de decisão para orientação do comportamento da organização”. Os vários conceitos e interpretações estão todos associados ao mesmo rumo, mesmo caminho e que após constatado e localizado, decide onde se quer chegar. Segundo Silva Filho (2005) o objetivo da estratégia não é somente a adaptação da empresa ao meio ambiente, mas, a partir da análise das forças competitivas, analisar o potencial da organização e a necessidade de adotar estratégias que consigam fazer com a empresa supere as ameaças ou aproveite as oportunidades ao negócio. 2.1.2 - Tipos de Estratégias Porter, (1996 apud AGUILERA 2009) destaca três tipos de estratégias chamadas de genéricas: (1) Liderança de Custo, que tem alvo amplo; (2) Diferenciação, também de alvo amplo; (3) enfoque, que possui alvo estreito. A estratégia de liderança em custos resulta em melhor eficiência operacional e pode acabar oferecendo menores custos médios de setor podendo assim oferecer os melhores preços. Uma estratégica de diferenciação em uma empresa contribui por meio de atributos do produto ou pela imagem da marca, podendo assim aumentar seus preços de produtos ou serviços em relação á média de mercado. Os modelos de estratégia de liderança e de diferenciação podem ser aplicados a um determinado alvo, caracterizando assim um terceiro tipo de estratégia denominada de enfoque. CHIAVENATO, (2009) 21 Dentro do contexto de que uma palavra pode ser usada de diversas maneiras, dependendo do contexto onde se encontra. Mintzberg (2001) não define estratégia com um conceito único e acabado. Adotou então cinco definições formais de estratégia, chamando de os cinco Ps da estratégia: como plano, como pretexto, como padrão, como posição e como perspectiva (QUINN E MINTZBERG, 2001, p. 26). Abordar-se-á cada uma das cinco definições a seguir: • Estratégia como Plano: a estratégia adotada como plano, significa que existe um caminho a ser conscientemente seguido, ou seja, há uma linha guia (ou várias delas) que conduz determinada situação. Estes planos podem ser estabelecidos de forma explicita em documentos formais ou não, ainda podem ser gerais ou específicos e as estratégias são deliberadas. • Estratégia como Pretexto: como o próprio nome já diz este tipo de estratégia significa uma manobra intencional para enganar um oponente ou competidor. É uma estratégia do tipo deliberada. • Estratégia como Padrão: este tipo de estratégia é a ocorrida, encontrada ou realizada independente dela ter sido pretendida ou não. Esta estratégia, portanto, possui um comportamento ocorrido emergente. • Estratégia como Posição: este tipo de estratégia é aquela que interage ou faz a mediação entre a empresa e o ambiente. Um conjunto entre organizações e meio, isto é, um conjunto entre o contexto interno e externo. Esta estratégia é importante pela relatividade das coisas ou fatos. Uma estratégia para pessoa é tática para outra. Aquilo que é estratégico depende do tempo de ocorrência ou de análise: o que parece tático hoje poderia ser estratégico amanhã, e vice-versa. A estratégia em termos ecológicos pode ser um nicho ambiental, em termos econômicos um lugar que gera renda e, em termos administrativos, um domínio do produto mercado. No que se refere à estratégia de posição qualquer uma das definições expostas são compatíveis com o seu significado. • Estratégia como Perspectiva: este tipo de estratégia é um modo muito arraigado de concepção do mundo. Esta concepção de mundo, ou seja, esta forma de enxergar 22 as coisas está presente no interior da organização. Estratégia é uma perspectiva conceitual, partilhada pelos membros (agrupados ou não) de uma organização através de suas intenções e/ou por suas ações. A palavra alemã weltanschauung (visão do mundo) é a que mais se aproxima desse tipo de estratégia: significa a intuição coletiva sobre como o mundo funciona, englobando aspectos como culturas, ideologias, paradigmas. PORTER, (1998) Contribuiu com o seu “Modelo de Análise Competitiva”, onde identifica cinco forças que atuam no ambiente de uma organização, a saber: 1. Ameaça de novos entrantes; 2. Poder de barganha dos fornecedores da empresa; 3. Poder de barganha dos clientes da empresa; 4. Ameaça de produtos substitutos; 5. Intensidade de rivalidade entre empresas concorrentes. 23 Figura 1: As forças competitivas de Porter Fonte adaptado de: (GOMES MIRANDA, 2009) O modelo do autor analisa ainda o “Escopo Competitivo” X “Vantagem Competitiva”, onde estabelece quatro posições: Liderança em custos; A empresa deve esforçar-se para conseguir os menores custos de produção e de distribuição, como forma de oferecer mais baixos preços que seus concorrentes e ainda obter uma participação maior no mercado. Diferenciação; A empresa deve esforçar-se para conseguir um desempenho superior em uma área específica de benfeitoria aos clientes, estimada pela grande maioria do mercado. Foco em custo ou diferenciação: Dentro do segmento-alvo a empresa deve se concentrar-se em um ou mais segmentos estreitos do mercado, conhecendo-o intimamente, buscando liderança em custos ou diferenciação. 24 Segundo afirma PORTER, (1999, p. 40) “após avaliar as forças que influenciam a competição no setor e as respectivas causas subjacentes, o estrategista empresarial tem condições de identificar os pontos fortes e fracos da empresa”. Uma selecionadas as estratégias, elas devem ser relacionadas juntamente com os objetivos estratégicos a que se referem e com as estimativas de investimentos necessárias. Podemos também citar a análise pela matriz swot que de acordo com Chiavenato e Sapiro (2003, p.188) a matriz swot se constitui em uma ferramenta estrutural utilizada para cruzar as oportunidades e ameaças externas à organização com seus pontos fortes e fracos. O cruzamento forma uma matriz com quatro células, e para cada célula haverá uma indicação de que rumo a empresa deve tomar. Este tipo de avaliação estratégica é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica competitiva. A matriz swot relaciona as oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo com as forças e fraquezas mapeadas no ambiente interno da organização. Com isso são estabelecidas quatro zonas na matriz swot como mostra a figura abaixo: Quadro 2: matriz SWOT. Análise Interna e Externa 25 Fonte: (CHIAVENATO E SAPIRO, Planejamento Estratégico: Fundamentos e Aplicações, 2003) A técnica SWOT é uma ferramenta utilizada parafazer análise de ambientes. É empregada em processos de planejamento estratégico, avaliação da situação da organização e de sua capacidade de competição no mercado. Essa técnica contribui para formação de estratégias competitivas através da identificação dos pontos fortes e pontos fracos, que são os fatores internos da organização, e as oportunidades e ameaças, que são os fatores externos da organização. (SILVEIRA, 2001) Para SILVEIRA, KIST E KUMER, (2015), embora todas as etapas do processo de planejamento sejam importantes e demandem igual atenção, participação e profundidade por parte da equipe técnica e das lideranças que estejam coordenando-o, entende-se que a realização da matriz SWOT (FOFA) Forças (Strengths) e Oportunidades (Opportunities) (FO) e Fraquezas (Weaknesses) e Ameaças (Threats) (FA), se coloca como um dos momentos cruciais desse processo. Na concepção de (Oliveira, 2007, p. 37) define a análise SWOT da seguinte forma: 1. Ponto forte é a diferenciação conseguida pela empresa – variável controlável – que lhe proporciona uma vantagem operacional no ambiente empresarial (onde estão os assuntos não controláveis pela empresa). 2. Ponto Fraco é a situação inadequada da empresa – variável controlável – que lhe proporciona uma desvantagem operacional no ambiente empresarial. 3. Oportunidade é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode favorecer sua ação estratégica, desde que conhecida e aproveitada, satisfatoriamente, enquanto perdura. 4. Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculos à sua ação estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que reconhecida em tempo hábil. Segundo João (2001), as estratégias iniciais são baseadas no tempo ou voltadas para inovação e conhecimento. O planejamento estratégico deve envolver toda a cultura organizacional. Durante décadas, as empresas utilizaram intensivamente o planejamento estratégico, sendo que com essa demanda, planejamento tornou-se sinônimo de estratégia. Mas deve-se ir mais longe, tentando compreender a 26 natureza das coisas, as raízes das mudanças e dos fenômenos. Para ser considerado efetivo, o planejamento estratégico deve ser compartilhado com muitos indivíduos, através dos quais um caminho de ação pode ser independentemente coordenado através da organização. (JOÃO, 2001) Podemos deduzir que a estratégia vai nortear as decisões da empresa afim de garantir um diferencial competitivo no mercado ou também pode ser um plano empresarial afim de reduzir custos e otimizar os processos. 2.1.4– Fases para Implantar a Estratégia De acordo com Oliveira (2009, p. 37, 38), “a empresa espera através da elaboração do planejamento, conhecer a melhor maneira de utilizá-lo para o alcance dos objetivos”. Em sua metodologia o autor relaciona algumas etapas fatores que servirão de base para a elaboração do planejamento e que tem sido utilizada com sucesso, por algumas empresas: a) Análise do ambiente: Iniciando com a análise dos pontos fortes internos: qual o diferencial, o que irá proporcionar-lhe vantagens no ambiente empresarial e, por outro lado, analisar também os pontos fracos internos que são os inadequados, as desvantagens que poderá afetar seu desenvolvimento; as oportunidades externas também merecem atenção, usufruí-las da melhor maneira para que as estratégias aplicadas sejam favorecidas; conhecer bem as ameaças é fundamental, pois são os obstáculos que a organização terá que superá-los para não atrapalhar seu desempenho. Este processo de investigação constante na organização é quem identifica tanto as forças positivas como as negativas. b) Estabelecer um plano de negócio: Este deverá conter os objetivos esperados pela organização, as expectativas almejadas, os caminhos a serem seguidos, onde buscar recursos (atuais e futuros) para a empresa, como alcançar os resultados, quem irá realizá-los, o que irá ser feito, qual o custo, a razão da realização destes planos e aonde a empresa quer chegar em um determinado período. A formulação das estratégias é escrita com base na análise do ambiente e precisa ser voltada 27 para o futuro da organização, devendo estar de acordo com a missão, visão, negócio e ambiente. São as estratégias que indicarão como cada área funcional participará do esforço total para atingir os objetivos e respeitando o que foi definido anteriormente. Para Oliveira (2009 p. 42), as fases para implementação de um planejamento estratégico são: “Fase I- Diagnóstica Estratégica; Fase II- Missão da Empresa; Fase III- Instrumentos Prescritivos e Quantitativos e Fase IV- Controle e Avaliação.” Fase I - Esta é a fase do diagnóstico estratégico, onde é determinado “como se está” e será realizado por pessoas representativas das várias informações, que avaliam todos os aspectos, seus pontos fortes e fracos (análise interna) e as oportunidades e ameaças (análise externa). Após a análise interna que se verificou os pontos fortes, os fracos e os neutros, a empresa é levada a sua máxima capacidade para que se possam ter as informações sobre alguns fatores como: novos produtos, promoção, tecnologia, suprimentos, RH, imagem institucional entre outros, etc. Através da análise externa, verificam-se as ameaças e oportunidades, onde a empresa deverá olhar para fora de si para analisar os fatores que irá fazer parte de sua caminhada como: mercado nacional e regional, fornecedor, políticas governamentais, concorrentes, evoluções tecnológicas, etc. Fase II - Nesta fase é estabelecida a razão de ser da empresa e sua missão, deixando bem claro e explícito o motivo de sua existência e as necessidades de quem a empresa quer atender com seus produtos ou serviços. Na missão também é estabelecido o propósito da empresa, expondo quais setores, produtos, serviços e seguimentos de mercado, essas informações e todos os dados, atuais ou futuros, deverão ser guardados pela organização. Outro aspecto importante é a estruturação dos cenários, a postura estratégica da empresa, ou seja, a maneira como ela irá se posicionar diante do ambiente. Fase III – Esta fase trata-se do estabelecimento de questões básicas de como chegar à situação a que se deseja e espera, para que isto aconteça é necessário o uso interligado de dois instrumentos: os prescritivos que proporcionam a explicitação do que deverá ser feito, as estratégias que deverão ser aplicadas e o 28 direcionamento ao alcance dos propósitos e metas estabelecidas. Os qualitativos se preocupam com a projeção econômica, financeira, do planejamento orçamentário necessário para o desenvolvimento dos projetos de ação e atividades previstas. Fase IV – O controle e avaliação têm por objetivo verificar se a empresa está indo bem. Sua função e ação asseguram a realização dos objetivos propostos, também envolve os processos indicadores de desempenho, tomada de ação corretiva, avaliação de eficiência e eficácia e adicionando mais informações para que o desenvolvimento do ciclo das atividades futuras não pare. 2.1.5 - Níveis da Estratégia A subdivisão das estratégias em níveis pode facilitar o reconhecimento das responsabilidades de cada nível quanto a contribuição que cada um deve fazer para garantir o alcance dos objetivos organizacionais, o que por sua vez pode ser obtido com a formulação de estratégias que garantam sempre a realização das estratégias traçadas no nível anterior. Neste sentido, as estratégias vão se desdobrando ao longo de toda a empresa e cada um destes são traçados tipos diferenciados de estratégia com o intuito de promover o alcance dos objetivos definidos pela organização. Em nível corporativo o mesmo autor aponta para a existência de três estratégias, sendo elas de crescimento, estabilidade e redução. A estratégia de crescimento é indicada quando a empresadisponibiliza de recursos e de oportunidades para expandir a participação de mercado, a estratégia de estabilidade ocorre quando a empresa pretende melhorar sua produtividade, já a estratégia de redução quando as unidades de negócio de uma empresa apresentam desempenho abaixo do esperado ou comprometem a sobrevivência da empresa (DAFT, 2006). Tomada a decisão de qual estratégia corporativa à empresa irá seguir devem ser formuladas as estratégias em nível de negócio. Neste nível, as empresas devem responder a seguinte questão: como competir no setor ou negócio escolhido? (WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2009). 29 Porter (1991) aponta a existência de três estratégias, que o mesmo chama de estratégias genéricas. Estas correspondem à liderança no custo total (visa a conquista da liderança no custo total em uma indústria), diferenciação (consiste em a empresa oferecer produtos ou serviços considerados únicos) e enfoque (busca a determinação de um alvo a ser atingido). Após serem elaboradas as estratégias corporativas e de negócios, é chegada a vez das estratégias funcionais. De maneira bem ampla as estratégias funcionais podem ser classificadas em estratégias de marketing, estratégias financeiras, estratégias de produção e estratégias de recursos humanos. (OLIVEIRA, 2007) E devem se preocupar em responder ao seguinte questionamento: como sustentamos a estratégia competitiva em nível de negócios? Logo, correspondem ao planejamento de como as áreas funcionais devem trabalhar para permitir que a estratégia de negócio escolhida possa se realizar e, consequentemente, levar ao alcance dos propósitos da estratégia corporativa (DAFT, 2006). Essa classificação, embora simplória, não exclui o fato de que para essas estratégias serem definidas é preciso que seja percorrido um longo caminho e determinadas muitas atividades e ações. Além dessas classificações apontadas outras podem ser encontradas, por exemplo, Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2011) classificam as estratégias como deliberadas ou emergentes. A estratégia deliberada acontece quando as intenções são plenamente realizadas, ou seja, refere-se a um padrão de ação seguido de acordo com um plano, e as estratégias emergentes correspondem a uma estratégia que não foi planejada, logo se refere a um padrão realizado que não era expressamente pretendido, assim estratégias emergentes podem ser entendidas como um padrão de ação adotado quando não existe um plano ou quando o padrão de ação adotado se contrapõe ao plano existente. Os tipos de estratégias apresentados não englobam todos existentes na literatura, no entanto, acredita-se que tenham servido de base para demonstrar o quanto é grande o número de estratégias que uma organização pode dispor. 30 2.1.6 - Marketing como Estratégia Para Trout Rivikin, (2000), a escolha que o consumidor faz entre diversas opções baseia-se no posicionamento conceitual que a marca irá criar na mente de seus potenciais compradores, e o principal papel da propaganda seria justamente a criação desse posicionamento. Para Tavares, (1998), o posicionamento engloba o desenvolvimento de uma proposição de valor e de como a empresa pretende entregá-lo ao cliente, de maneira diferenciada da concorrência: está relacionado, portanto, à capacidade de diferenciação de uma empresa ou produto na mente de seu público-alvo. O rádio e a TV transmitem emoção, estilo e qualidade provocando os melhores resultados possíveis. Através da padronização da técnica de vendas, o rádio e a televisão podem atingir o público de uma maneira mais profunda do que quaisquer vendedores. SCHWARTZ, (1985, p. 59) Schwartz, (1985, p. 66) Revela a importância da emoção nos comerciais na mídia eletrônica para a criação de uma relação de credibilidade com o público: A credibilidade na mídia eletrônica advém principalmente de como você se sente ao ver/ouvir um comercial. Um comercial de nível inferior pode, na verdade, desestimulá-lo sobre a compra de um produto fabricado por uma empresa na qual você depositava confiança. A empresa vencedora é aquela cujos comerciais nos fazem experimentar as mesmas sensações, porém mais profundas, do que o comercial de uma empresa rival. Nesse sentido, Parker e Kim, (1997), destacam que, em propostas equivalentes em qualidade, a propaganda possui a habilidade de aumentar o poder de mercado pela diferenciação baseando-se na persuasão; vista como persuasão, a propaganda, notadamente a televisiva, afeta o julgamento dos consumidores. Esse parece ser o caso do varejo de eletrodomésticos brasileiro, que se caracteriza por ser um setor no qual prevalece a compra comparada. 31 2.1.7 - Importância da estratégia Para se competir no atual ambiente dinâmico de negócios, as organizações precisam estabelecer estratégias que tenham impactos substanciais no desempenho a longo prazo, data e importância de se adotar estratégias capazes de forjar uma vantagem competitiva sustentável ao longo do tempo. (SEMENK E BAMOSSY, 1996) Maximiano (2000) afirma que a estratégia nasce da necessidade de superar seus concorrentes, ou então de estar sempre mais desenvolvido que o mesmo. Ainda segundo o autor, pode-se definir estratégia como o meio pelo qual são alcançados os objetivos e superados os desafios no ambiente em que a empresa se encontra. O autor completa revelando que a estratégia tem que ser clara e completa, apresentando os caminhos que deverão ser seguidos para acabar com as barreiras e alcançar as oportunidades; sendo que deve ser sempre uma opção que ofereça economia e viabilidade para a empresa, explorando seus recursos físicos, pessoais e financeiros. Conforme Chiavenato (2000), “estratégia é um conjunto de tomada deliberada e sistemática de decisões envolvendo empreendimentos que afetam ou deveriam afetar toda a empresa por longos anos”. De acordo com Oliveira (2002, p. 47): Planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada. Em síntese podemos dizer que a estratégia vai garantir um diferencial e vai viabilizar a estabilidade da empresa no mercado, que por sua vez é muito competitivo e exige um diferencial para superar os concorrentes. De acordo com Ansoff e Mc Donnell (1993, p. 74), a formulação da estratégia se faz necessário principalmente quando existem mudanças muito rápidas causadas, por 32 exemplo: como novas descobertas de tecnologias, tanto dentro como fora da empresa ou fluxo grande de novos concorrentes. 33 2.2 - E-COMMERCE O termo e-commerce pode ser traduzido para o português como comércio eletrônico. Sua modalidade comercial é realizada através de plataformas eletrônicas (Adami, 2016). Hoje podemos em mais ou menos meia dúzia de click´s comprar produtos do outro lado do mundo e por mais incrível que pareça, seu inicio não foi bem como o e-commerce que conhecemos hoje. 2.2.1 – A História do E-commerce. Tudo começou no ano de 1888, onde as duas palavras se juntaram pela primeira vez. E ao contrário do que muitos pensam, seu inicio foi quase um século antes da internet ganhar forma. Uma empresa norte-americana chamada Sears que vendia relógios, começou a desenvolver o conceito muito diferente do que conhecemos hoje. O princípio básico era as vendas desses produtos a distancia. As encomendas chegavam através de telégrafos após os clientes escolherem os produtos no catalogo da empresa. A Sears por sua vez procedia com o envio de seus produtos aos clientes. E assim sem saber a empresa dava os primeiros passos para a base desse novonegócio. ARANHA, (2015) Com a criação da internet, não tardou a surgir a ideia de replicar o conceito de comércio a este novo meio em crescimento. Assim, logo em 1979, Michael Aldrich começou a desenhar o conceito de venda eletrônica que tanto se podia aplicar a negócios B2B (business to business) como a negócios b2c (business to consumer). Todos os modelos assentavam na participação de consumidores que, a partir dos seus computadores, podiam adquirir bens e serviços de qualquer vendedor na internet. O engenheiro informático dedicou-se a esta área nos anos que se seguiram. ARANHA, (2015) Em 1981, acontece então a primeira transação comercial pela Internet. A agência de viagens Thomson Holidays selecionou 66 agentes de viagens por toda a Inglaterra para que levasse a cabo aquela que foi considerada a primeira transação b2b do e- http://www.aldricharchive.com/inventors_story.html http://www.aldricharchive.com/inventors_story.html 34 commerce. Os agentes extraíam dados online e respondiam instantaneamente aos seus clientes. ARANHA, (2015) O início da última década do século XX marcou o começo de um novo capítulo na história do e-commerce. Foi em 1990 que surgiu o primeiro navegador web, o World Wide Web – mais tarde renomeado como Nexus – que funcionava como interface para aceder à internet através de um formato gráfico. Aqui, são lançadas também todas as condições necessárias para a popularização da internet. Bastariam 10 anos para que a internet se tornasse um meio importante em todo o mundo, quer a nível pessoal, quer profissional. ARANHA, (2015) Em 1994 ocorreu a primeira venda uma pizza de cogumelos e pepperoni com queijo extra: tratou-se do primeiro produto vendido na internet, pela Pizza Hut. O então Pizza Net, o sistema de encomenda de pizzas da maior cadeia mundial de pizzas – registrou a sua primeira venda. ARANHA, (2015) O ano de 1995 foi marcado pelo nascimento de dois dos maiores gigantes do comércio eletrônico. A Amazon e o E-Bay são lançados pela primeira vez, revolucionando em poucos anos a forma como se vende na internet. Desde artigos de cozinha, a livros, filmes e até mesmo roupa, estes dois websites provaram que na internet é possível vender tudo e para qualquer canto do mundo. ARANHA, (2015) Em 2004, Mark Zuckerberg, um estudante da Universidade de Harvard, cria um website que não passava de uma mera brincadeira. A ideia, no entanto, levou-o mais longe e o Facebook reúne hoje milhares de milhões de utilizadores de todo o mundo, um número que continua a crescer em todos os sentidos. Como seria de esperar, o comércio eletrônico começou também a tirar partido da rede. Milhares de empresas criaram páginas empresariais para alcançar o público e o Facebook é atualmente uma das ferramentas mais poderosas em nível de marketing. ARANHA, (2015) No Brasil, foi o Magazine Luiza quem produziu em 1992 (dois anos após o lançamento do World Wide Web) um dos primeiros modelos de negócios de lojas eletrônicas, o qual funcionava em terminais. Com o passar do tempo, esse modelo http://amzn.to/1L8Kvzn http://ebay.to/1VOZpyb http://www.harvard.edu/ http://www.facebook.com/ http://www.agenciaeplus.com.br/otimize-modelo-negocio-ecommerce/ 35 foi otimizado até ser transformado na atual loja virtual do grupo. Apesar dessa experiência pioneira com terminais, as lojas eletrônicas do Magazine Luiza não possuíam conexão com a internet, que só foi liberada para fins comercias no Brasil em 1995 pelo Ministério das Comunicações. Logo, dentro do universo da internet, a primeira loja virtual oficial em território nacional foi a Brasoftware, a qual foi desenvolvida em 1996 pelo fundador e editor do blog Biz Revolution, Ricardo Jordão Magalhães. Nos anos seguintes, os pequenos, médios e grandes varejistas brasileiros começam a integrar o comércio físico com o virtual em um processo que temos chamado de Êxodo Digital. A partir de 2001, o E-Bit passa a contabilizar a evolução do faturamento e-commerce brasileiro. MORAES, (2016) Apesar da crise, e-commerce cresceu 11% em 2016, isso significa que foi faturado 53,4 bilhões de reais, segundo dados do E-bit. O que permite esse ininterrupto, crescente e espantoso faturamento é o aumento do número de usuários de internet no país e a evolução de tecnologias como as plataformas e-commerce, que proporcionam cada vez maior escalabilidade para os negócios digitais MORAES, (2016) 2.2.2 - Conceitos de e-commerce Segundo Turbam, Rainer Jr. e Porter, (2005) e-commerce ou comércio eletrônico é o processo de compras, vendas, transferência ou troca de produtos e serviços via redes de computadores, incluindo a internet. A definição de Albertin (2004) esclarece que e-commerce é a realização da cadeia de valor dos processos de negócio num ambiente eletrônico. Comércio eletrônico (ou e-commerce) refere-se ao uso da internet e da Web para conduzir negócios. Mais formalmente, diz respeito às transações comerciais realizadas digitalmente entre organizações e indivíduos ou entre duas ou mais organizações. O conceito de transações realizadas digitalmente abarca todas as transações mediadas pela tecnologia digital. Na maioria dos casos, isso significa http://www.agenciaeplus.com.br/xiaomi-expande-negocios-com-implantacao-de-e-commerce/ http://www.agenciaeplus.com.br/apesar-da-crise-e-commerce-crescera-18-em-2016/ http://www.agenciaeplus.com.br/como-fazer-uma-implantacao-de-e-commerce-escalavel/ 36 transações que ocorrem pela internet e pela Web. Transações comerciais envolvem a saída de valores (por exemplos, dinheiro) das fronteiras individuais ou organizacionais em troca de produtos e serviços. LAUDON, (2007, p.271 apud LEMES, PERECIN E ANDRADE, 2013) O comércio eletrônico é definido corno a compra e a venda de informações, produtos e serviços através da internet incluindo qualquer negócio transacionado eletronicamente, onde estas transações ocorrem entre dois parceiros de negócio ou entre uma empresa e seus clientes. (ALBERTIN, 1998) apud RODRIGUES, VEIRA E FELL, (2013) E segundo News, (2015), o e-commerce, que em português significa comércio eletrônico, é uma modalidade de comércio que realiza suas transações financeiras por meio de dispositivos e plataformas eletrônicas, como computadores e celulares. Um exemplo deste tipo de comércio é comprar ou vender produtos em lojas virtuais. De acordo Com as definições acima, podemos dizer que: O e-commerce ou comercio eletrônico, é o processo de compra e venda de produtos e serviços, entre empresas e clientes, aonde a plataforma que conduz essas operações é a internet. Ou podemos dizer que o e-commerce é a operação de compras e vendas feitas pela internet. 2.2.3 - A Importância do e-commerce De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (2011), referente ao ano de 2010, o setor de varejo de alimentos detém um faturamento de mais de R$ 201,6 bilhões, com suas mais de 81,1 mil lojas (pontos de venda). Além disso, o setor emprega mais de 900 mil funcionários de forma direta e quase três vezes esse número indiretamente, sendo um dos maiores empregadores do País. ALBARELLO, FALABRETTE E BERNARDI, (2012) As vantagens, oportunidades e desafios de implantar o e-commerce em uma empresa tradicional. 37 Segundo Sebrae, (2014), as vantagens de se implantar o e-commerce são: Maior comodidade na compra do produto ou serviço; Disponibilidade de a loja estar aberta 24 horas por dia; Acesso a qualquer momento por meio de smartphones ou outros aparelhos com conexão à internet, e facilidade nas pesquisas comparativas. E destaca as desvantagens como: Vulnerabilidade de hackers para dados de cartões e senhas bancários, compras incorretas em razão da falta de padrão do tamanho de roupas, de calçados e outros itens do vestuário, e possíveisatrasos ou danificação do produto durante a entrega. A Redação e-commerce Brasil, (2013), destaca que volume do e-commerce tem aumentado significativamente, e as principais dificuldades são relacionadas à infraestrutura do sistema. As empresas de logística têm feito constantemente investimentos pesados para garantir um bom serviço ao consumidor, o que acaba gerando uma variável de custo que não se sustenta com as políticas de frete grátis atualmente trabalhadas. Precisamos de uma reeducação do consumidor para mostrar o valor do serviço de qualidade prestado. E destaca também que o principal desafio mesmo é conciliar custo, pessoas capacitadas, infraestrutura, tecnologia e serviço ao cliente. São fatores que contribuem para propiciar ao consumidor uma boa experiência de compra e, no fim, é isso que nós queremos. Para os internautas, os cartazes na internet podem muito bem constituir-se no estímulo que irá despertar para uma necessidade latente. E é nisso que é preciso investir. A internet é um conjunto de centenas de pequenos submercados virtuais e online, entre os quais a empresa precisa identificar quais os que possam ter maior interesse em seu produto ou serviço e a melhor forma de atingi-los. BRETZKE (2000 apud RIBEIRO, 2007) A internet pode ser usada para conduzir o cliente por meio do processo decisório de compra, podendo ser integrada a um determinado negócio de forma a facilitar o processo de decisão de compra e recompra do cliente atual e potencial. A mesma também estimula o cliente a reconhecer uma necessidade. RIBEIRO, (2007) 38 2.2.4 – Tipos de E-commerces Assim como o varejo físico, o e-commerce se divide em vários ramos de atuação. São eles: Business - to - business (B2B): Business-to-Business (B2B) abrange todas as transações eletrônicas de bens ou serviços realizados entre empresas. Produtores e atacadistas de comércio tradicional operam tipicamente com este tipo de comércio eletrônico. SPARSBROD, (2016) Business - to -consumer (B2C): O tipo de negócio business-to-consumer para um comércio eletrônico se distingue pelo estabelecimento de relações comerciais eletrônicas entre empresas e consumidores finais. Corresponde ao setor varejista de comércio eletrônico, onde o varejo tradicional opera normalmente. SPARSBROD, (2016) Consumer - to - consumer (C2C): O comércio eletrônico de tipo consumidor-consumidor (C2C) abrange todas as transações eletrônicas de bens ou serviços realizados entre consumidores. Geralmente, essas transações são realizadas através de um terceiro, que fornece a plataforma online onde as transações são realmente realizadas. SPARSBROD, (2016) Consumer - to - business (C2B): Em C2B há uma reversão completa do sentido tradicional de troca de bens. Este tipo de e-commerce é muito comum em projetos baseados em crowdsourcing. Um grande número de indivíduos tornam seus serviços ou produtos disponíveis para compra de empresas que procuram precisamente esses tipos de serviços ou produtos. SPARSBROD, (2016) https://www.superempreendedores.com/tech/como-tornar-o-seu-e-commerce-mais-veloz/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Crowdsourcing 39 Exemplos de tais práticas são os sites onde designers apresentam várias propostas para um logotipo da empresa e onde apenas um deles é selecionado e efetivamente “comprado”. Outra plataforma que é muito comum neste tipo de comércio são os mercados que vendem fotografias, imagens, mídias e elementos de design isentos de royalties, como o Shutterstock. SPARSBROD, (2016) Business - to - administration (B2A): Esta parte do comércio eletrônico engloba todas as transações realizadas online entre empresas e administração pública. Esta é uma área que envolve uma grande quantidade e uma variedade de serviços, particularmente em áreas como a fiscal, segurança social, empregos, documentos legais, registros e etc. Estes tipos de serviços têm aumentado consideravelmente nos últimos anos com os investimentos feitos pelos governos. SPARSBROD, (2016) Consumer - to - administration (C2A): O modelo Consumer-to-Administration engloba todas as transações eletrônicas realizadas entre indivíduos e administração pública. SPARSBROD, (2016) Business - to - employee (B2E): É o processo de venda realizado quando a empresa vende diretamente para seus funcionários. Ao disponibilizar esta forma de comercialização eletrônica, considera- se que os colaboradores da empresa tenham uma oportunidade ou mesmo um canal de compra a mais para consumir os produtos da própria empresa. PÁDUA, (2016) Peer - to - peer (P2P): É um modelo em que as pessoas compartilham arquivos digitais, sem a necessidade do intermediador. Para isso, é necessário que as duas partes tenham instalado um software que permita a busca e a transferência dos arquivos. Temos como exemplo, o site 4shared. https://www.shutterstock.com/ https://www.4shared.com/?locale=pt-BR 40 É importante deixar claro que, neste formato, o retorno financeiro é baixo frequentemente é associado a crimes virtuais e pirataria. PÁDUA, (2016) M - commerce: É um o mobile-commerce. Esta é uma definição recente e consiste em estabelecer uma transação comercial com o uso de um dispositivo móvel, ou seja, através de celulares, smartphones, tablets, etc... PÁDUA, (2016) S - commerce: Este é o social-commerce, um modelo que utiliza as redes sociais como forma de atrair e fidelizar os clientes. Nesse caso, o e-commerce usa o principal benefício de uma rede social: o relacionamento entre pessoas. As vantagens são as opiniões positivas sobre produtos, divulgação de promoções etc. Um exemplo do s- Commerce é o site do Ponto Frio. PÁDUA, (2016) T- commerce: É o comércio televisivo. Esta modalidade de comércio eletrônico utiliza a TV Digital como meio para a venda de produtos os telespectadores que podem, a qualquer momento do programa na TV, comprar o produto que está sendo exibido. Essa venda pode ser feita através do cartão de crédito ou do estabelecimento de um contato direto com o vendedor. PÁDUA, (2016) 2.2.5 - Regulamentação do e-commerce: Em Março de 2013 passou a vigorar o decreto nº 7.962 que regulamenta a já conhecida Lei nº 8.078, referente ao tão comentado Código de Defesa do Consumidor, de 1990. (BRASIL, 2013) A ideia de uma sistemática proteção do consumidor, nas relações de mercado, é sem dúvida estranha à teoria econômica clássica. Esta partia, com efeito, da noção http://www.pontofrio.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm 41 de necessidade econômica individual, imaginando que ela se exprimisse livremente no mundo das trocas, como imposição da própria natureza, e como elemento formador da demanda global, à qual se adaptariaex post factum, a oferta global. Nessa concepção, não cabe, pois falar em proteção do consumidor, pois entende-se que é este, afinal de contas, quem dita as leis do mercado. Toda a discussão cinge- se ao aspecto da capacidade econômica de consumo, ou seja, a aptidão do consumidor a pagar o preço dos bens e serviços de que necessita. TEIXEIRA, (2000) Portanto esse decreto regulamenta a contratação de serviços de e-commerce no Brasil. 2.2.7 – Loja Virtual A utilização da internet tem criado um novo tipo de consumidor, que o setor de varejo tem procurado atender, o consumidor on-line. Para o varejo, coube a melhor parte dessa mudança, de simples facilitador do processo de levar o produto ao consumidor final, passou a ter o poder de decidir o que e como deve ser levado: preço, local de exposição, destaque nas suas ações de comunicação e assim por diante. Conforme quadro abaixo o supermercado já era considerado pelo autor varejo virtual/ on-line e continua sendo tendência para os próximos anos:42 Quadro 3: Varejo não lojista ou varejo sem loja. Fonte: adaptado de LAS CASAS, (2004) Conhecer o consumidor significa conhecer cada cliente individualmente. Essa relação personalizada com cada cliente é conhecida como CRM (Customer Relationship Management) que pode ser resumido como: “conjunto de estratégias que permitem o relacionamento com os clientes de forma individual, conhecendo suas preferências, costumes, hábitos de consumo e comportamento.” Sua função principal é prover informações que apoiem às gerências e equipes em suas metas. A tecnologia é fundamental na adoção das estratégias de CRM. 43 O comércio virtual é a grande tendência do setor de varejo. Primeiro porque os custos de uma loja virtual são muito menores do que os de um estabelecimento comercial comum. No varejo online não há gastos com aluguel e manutenção de pontos comerciais e há menor necessidade de funcionários. Ele fornece ao seu consumidor mais informações, agilidade na entrega e apresenta descontos atraentes. Outro fator importante segundo o artigo A Maior Vitrine do Planeta, de Henrique Fruet (1999), para o varejo virtual é que uma das principais vantagens da rede é que não há limite de tamanho para vitrines virtuais. “Na internet, a empresa pode explorar toda a sua linha de produção, o que nem sempre é possível em uma loja tradicional”. 2.2.8 – Loja Virtual e Física Com o objetivo de aumentar suas vendas e trazer mais comodidade ao cliente à rede de lojas Extrabom trouxe um diferencial no mercado que foi a compra de supermercados pelo internet, a seguir abordaremos as principais diferenciais de se fazer uma compra na loja física ou na loja virtual. De acordo com o site do e-commerce “As decisões estratégicas dos varejistas que operam com lojas físicas e loja virtual têm sido determinadas pelos canais de maior peso em suas receitas, no caso, a rede de lojas físicas. Além disso, em caso de crise estrutural, as decisões concentram-se predominantemente no curto prazo (sobrevivência) e no aumento da rentabilidade. Como, na maioria das grandes redes, a participação do comércio eletrônico na receita global ainda é minoritária, não é de se estranhar que ele venha a sofrer restrições de investimento ou mesmo paralisação das atividades como decorrência da perda global de competitividade”. O comportamento do consumidor em relação ao comércio eletrônico está modificando, seus medos e preconceitos diminuem com o incremento de ferramentas que agilizam e certificam a segurança dos sistemas. Com implemento do comércio eletrônico a empresa deixa de arcar com uma série de custos, como: aluguel de espaço físico, gastos com água, gastos com funcionários, manutenção de máquinas e equipamentos. 44 Segundo Kalakota e Robinson (2002:94), o comércio eletrônico é uma ferramenta que satisfaz a necessidade de empresas, consumidores e administradores quanto à redução de custos e à elevação nos níveis de qualidade e agilidade de atendimento. Segundo Dailton Felipini (2006), o consumidor online representa uma parcela relativamente pequena, mas poderosa, dos consumidores tradicionais. Ele compõe a elite dos consumidores e está no topo da pirâmide nos quesitos renda e escolaridade. “O que você precisa descobrir, por meio de pesquisas e comparações, é se o consumidor típico do seu produto faz parte desse seleto grupo”. Para Smith, Speaker e Thompson (2000:363) “agora, clientes e fornecedores podem se conectar diretamente pela internet sem ter que pagar comissões no meio do caminho”. Segundo Turbam e King (2004:13) “graças ao comércio eletrônico as empresas não precisam mais arcar com os custos de criação, processamento, distribuição, armazenamento e recuperação de informações registradas em papel”. Segundo Costa e Silva (2007), o atendimento ao cliente começa quando ele entra na loja. Nas lojas de varejo físico temos sempre um vendedor, um consultor de vendas à disposição para demonstrar e detalhar o produto, auxiliar na comparação e incentivar a compra. Na internet esse trabalho fica por conta da interface da loja, da descrição e das imagens do produto. Eles são os únicos e verdadeiros vendedores virtuais. Segundo Rangel (1999), o atendimento ao cliente e o entendimento de suas necessidades são fatores determinantes no sucesso de um empreendimento virtual ou real. Assim como no mundo real, várias lojas na internet não conseguem atender bem seus clientes. Do mesmo modo que a loja real deve treinar toda a equipe de vendas, o site e seu administrador devem estar preparados para fornecer o mais alto nível de satisfação dos visitantes da loja virtual. Por não estar acostumado com um atendimento satisfatório, tanto na loja real como na virtual é possível superar as expectativas e mesmo surpreender o visitante, o que acaba sendo um facilitador importante para a concretização da venda. 45 Segundo Simões (2005), os supermercados já perceberam que vender online é um bom negócio. E as donas de casa também. Nada de fila no caixa, estacionamento lotado, carrinho quebrado e marido reclamando. No conforto do seu lar, ela agora pode ver as ofertas e passear pelos corredores com apenas um clique no mouse. Apesar de todas as vantagens, as compras online ainda têm algumas limitações. Segundo Simões Jr. (2005), comprar roupas pela internet não é tarefa das mais fáceis. Por exemplo: é impossível saber se uma roupa veste bem ou não sem vesti– la. Cada tecido tem seu caimento e as fotografias de catálogo nunca reproduzem as cores fielmente. Só escapam as roupas de ginástica com tamanho único e os acessórios. De acordo com Simões Jr. (2007), estar na internet é abrir mais uma porta de entrada para o seu negócio. Se o seu produto não está na internet, para uma legião de compradores online ele simplesmente não existe. Alexandrini (2000, p. 41) diz que: As facilidades de acesso à internet com outros equipamentos como: celular, agendas eletrônicas, TV, e demais equipamentos eletrônicos em geral, também devem contribuir para o ingresso de novos “e- consumidores” tornando o comércio eletrônico mais atrativo aos comerciantes. As empresas estão entrando na vida dos clientes de diversas maneiras: através da TV, dos catálogos, da mala direta, da internet, do callcenter - tentando maior aproximação para facilitar ao máximo o processo de vendas. As pessoas já podem escolher a dedo, num clique, o que querem o que vão consumir e da maneira mais confortável possível. Segundo Las Casas (2004) a competitividade no varejo vem gerando mudanças constantes no setor, haja vista que nunca o varejo sofreu tanta modificação como agora, tanto em termos de relacionamento com os clientes quanto na forma de oferecer produtos ou serviços. Nesse aspecto é importante que o profissional esteja atento às tendências de futuro. Portanto, analisar novas tendências é uma atividade necessária para o empresário moderno principalmente no setor de varejo de supermercado. 46 A estratégia da empresa define a configuração específica de suas atividades e a maneira como se compatibilizam entre si. As diferentes posições estratégicas envolvem atividades sob medida para a produção de determinada variedade de produtos e serviços, para atender às necessidades de um determinado grupo de clientes. (PORTER M. , 1999) A falta de tempo e a comodidade têm levado muitas empresas a investirem cada vez mais em tecnologia para atender a necessidade de seus clientes. Por isso vejamos a importância de um supermercado oferecer o comercio de seus produtos também pela internet. Por isso o Extrabom, através do Supermercado Extra Plus começou em 2010. Hoje esse serviço se estendeu para todas as lojas, a fim de alcançar um publico maior no estado do Espirito Santo. 2.3 - LOGÍSTICA DO E-COMMERCE. Com o grande crescimentodo e-commerce no país, e a procura desse serviço por clientes de vários tipos faz-se necessário a melhoria para entrega dos mais variados produtos, por isso a logística hoje não é só mais uma parte de despacho e entrega de uma empresa. Nos últimos anos varias empresas vem buscando a melhoria nessa área, sendo elas em treinamentos, pontualidade, qualidade na entrega, cuidados com o manuseio dos produtos etc. 2.3.1 - Origem da logística A origem da logística, segundo Slack (1997) apud SILVA, ET al, (2014) está relacionada com a segunda guerra mundial. Esse conflito tinha a atividade logística voltada para a movimentação e coordenação das tropas e armamento de munições. Já Fleury, Wanke e Figueiredo (2000) apud SILVA ET al, (2014) destacam que, em uma abordagem empresarial, a logística se concentra na preocupação com o serviço ao cliente, na administração dos transportes, na armazenagem estratégica, gestão 47 de estoques, no uso da tecnologia de informação e no desenvolvimento de alianças com prestadores de serviço logístico. O ambiente atual de competitividade acirrada, decorrente da queda de barreiras alfandegárias e globalização da economia somado a um maior grau de exigência dos clientes, faz crescer em empresas industriais e de serviços a busca por melhores desempenhos, através da melhoria de seus sistemas produtivos e gerenciais. VIANA, (2002) Ainda segundo Viana, (2002), observa-se que, no cenário atual, para boa parte das empresas em todo o mundo, os recursos e os consumidores estão espalhados em uma ampla área geográfica. Esse é o problema enfrentado pela logística: diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem. Para Uehara, (2001) muitas controvérsias surgem quando se fala no futuro do e- commerce no Brasil. Raríssimas empresas do varejo virtual têm apresentado resultados positivos; a maioria ainda sonha em gerar lucros e atingir o break-even de investimento. No entanto, parece haver um ponto em comum sobre o qual todos concordam: o processo de atendimento de pedido e a logística de distribuição são os principais gargalos do comércio eletrônico. Segundo Bornia, Donadel e Lorandi, (2006), o que se observa nessa nova estrutura logística é que os processos internos das organizações tendem a ser enxutos, simplificados e padronizados, buscando a redução das incertezas na demanda e na entrega. 2.3.2 - Conceitos de logística Segundo Bertaglia, (2009, p 29 apud Coelho, Oliveira e Alméri, 2013) “A logística corresponde à movimentação de bens e serviços de seus pontos de origem aos pontos de uso ou consumo”. 48 Para Ching apud Oliveira, (2009 apud Coelho, Oliveira e Alméri, 2013) a função da Logística é ser responsável por toda a movimentação de materiais, tanto no ambiente interno como externo da empresa, desde a chegada da matéria-prima até seu consumidor final. De acordo com Ballou (1993) apud Viana, (2002), a logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação earmazenagem, que visam facilitar o fluxo de produtos. Ainda para Viana, (2002), resumidamente, pode–se dizer que a função da logística é colocar o produto certo, no local correto, no momento adequado e ao menor preço possível, desde as fontes de matéria-prima até o consumidor final. Sendo assim podemos dizer que logística é o processo de entrega de determinado produto ou serviço ao consumidor que optou em tê-lo. 2.3.3 - Tipos de logísticas Os tipos de transportes básicos são: ferroviário, rodoviário, aquaviário, dutoviário e aéreo. A importância de cada um deles pode ser medida pelo volume de cargas transportadas, pela distância coberta e pela receita gerada. Fontes (1996, p. 1) apud Fretta, (2006) ressalta a importância estratégica da logística, ao afirmar que: O sistema logístico, estabelecendo a integração dos fluxos físicos e de informações, responsáveis pela movimentação de materiais e produtos, segundo Peter Drucker a última fronteira gerencial que resta ser explorada para reduzir tempos e custos, melhorar o nível e a qualidade de serviços, agregar valores que diferenciem e fortaleçam a posição competitiva da empresa. No meio empresarial temos alguns tipos de logísticas, que serão abordados e explicados de forma clara. São eles: 49 A. Logística de suprimentos: Essa parte da logística está voltada mais para o ramo industrial, onde o seu conceito é de planejar, implementar e controlar a aquisição, a movimentação de suprimentos, estocagem de acordo com cada cliente e sua necessidade em uma indústria ou comercio. Segundo Silva e Fleury, (2000), a utilização do modelo analítico desenvolvido por Bowersox e Daugherty (1992), e adaptado por Lavalle (1995), permitiu comparar o segmento industrial e comercial desta cadeia de suprimento, no que diz respeito ao grau de sofisticação da organização logística. B. Logística de Produção: Podemos dizer que essa parte está voltada para a parte interna de uma indústria, onde é feito a conversão das matérias primas em produtos acabados. Esse processo está sempre evoluindo, e sua origem se deu desde a era pré-histórica, onde o homem confeccionava as pedras para fazer utensílios do seu cotidiano. Segundo Miranda (2002 apud Grunow, Gallon e Beuren, 2015),define a cadeia de produção como o conjunto de atividades executadas para produzir e entregar um produto ou serviço aos consumidores finais. C. Logística de Distribuição: Essa é a parte da logística que é responsável por distribuir os produtos oferecidos pelas empresas em suas praças de atuação. Podemos dizer que essa cadeia de distribuição de divide em transportes: rodoviário, ferroviário, hidroviário, aeroviário e temos também os dutoviários (Responsáveis pelo transporte de petróleo). Para Ballou (1993) apud (Alves & Cruz, 2015), o transporte representa um dos custos mais importante da logística das firmas. O frete representa dois terços do gasto logístico e entre nove e dez por cento do produto nacional bruto. As maneiras que os serviços de transportes são feitos com menor custo são disponibilizadas, a estrutura econômica começa a parecer-se à de uma economia desenvolvida. 50 D. Logística reversa: É responsável pela coleta e restituição de resíduos sólidos no setor empresarial. Essa parte da logística está mais voltada para o meio ambiente e ecologia. A necessidade de harmonizar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental fez surgir o que se convencionou denominar como desenvolvimento com sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável. CASTRO; ARAÚJO, (2004 apud SLOMSKI, FILHO, BONACIM, MEGLIORINI E SLOMSKI, 2013) 2.3.4 - A importância da logística no e-commerce Como a busca de informações de quem está oferecendo determinado produto ou serviço está bem fácil na internet. As empresas tem que se preocupar com essa parte, que no final do processo de compra, pode ser um diferencial. Em muitos sites hoje pode se encontrar o Reclame aqui, que é um espaço que os clientes têm para expor suas opiniões, tirar dúvidas e até mesmo fazer reclamações. Além disso, tem uma empresa que é responsável por fazer o monitoramento de empresas que oferecem esse tipo de serviço “e-commerce” a E-bit, Ela faz todo o monitoramento de cada empresa desse ramo, seja atendimento, qualidade, entrega entre outros e no final atribui uma nota média para cada empresa. Esse balanço é feito anualmente. A logística, que teve o seu início associado ao simples transporte de produtos, foi ganhando espaço nas organizações e passou a ser
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