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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SAÚDE PÚBLICA

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FACULDADE INTEGRADA BRASIL AMAZÔNIA – FIBRA 
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GERENCIAMENTO E 
NA ASSISTÊNCIA I - NA SAÚDE PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM – PA 
2019 
 
JACIARA DE OLIVEIRA ASSUNÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GERENCIAMENTO E 
NA ASSISTÊNCIA I - NA SAÚDE PÚBLICA 
 
 
 
 
 
Relatório desenvolvido como requisito 
avaliativo para a disciplina de Estágio 
Supervisionado em Gerenciamento e na 
Assistência I - Na Saúde Pública, no 
Curso de Bacharelado em Enfermagem, 
da Faculdade Integrada Brasil Amazônia 
(FIBRA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM – PA 
2019 
 
JACIARA DE OLIVEIRA ASSUNÇÃO 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GERENCIAMENTO E NA 
ASSISTÊNCIA I - NA SAÚDE PÚBLICA 
 
 
 
 
Data de Aprovação: _____/_____/2019 
 
 
Avaliador (a): 
 
 
 
Professor (a) FIBRA:____________________________________________ 
 
 
Professor (a) FIBRA:____________________________________________ 
 
 
 
 
BELÉM – PA 
2019 
 
 
FICHA DE AVALIAÇÃO GERAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
Discente: Jaciara de Oliveira Assunção Turma: EN09MA 
Docente: Nota: 
Legenda : Sim ( S ) / Não ( N ). 
01- Formatação do Relatório 
( ) Encadernado ( ) Elementos textuais 
( ) Espaçamento ( ) Produção textual 
( ) Recuo de parágrafos ( ) Referência 
( ) Justificado 
( ) Numeração de páginas 
( ) Capa, folha, folha de aprovação, sumário. 
 
02- Atividades do estágio 
( ) Relatório de observação ( ) Ficha de avaliação de aula prática 
( ) Plano de aula ou de atividades ( ) Banner 
( ) Participação no Circuito de estágio ( ) Anexos 
( ) Ficha de comprovação de carga horária 
( ) Carga horária cumprida 
 
03- Comentários 
 
 
 
 
 
Assinatura Professor (a) FIBRA: _____________________________ 
Belém, ___/___/___ 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6 
2. APRESENTAÇÃO DO CAMPO CONCEDENTE DE ESTÁGIO ............................. 7 
2.1. UNIDADE MUNICIPAL DE SAÚDE DA CABANAGEM ........................................ 7 
2.2. UNIDADE MUNICIPAL DE SAÚDE DO TAPANÃ ................................................ 8 
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ......................................................................... 10 
3.1. CONSULTA DE PRÉ-NATAL ............................................................................. 10 
3.2. CONSULTA DE PUERPÉRIO ............................................................................ 11 
3.3. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL (PUERICULTURA) ......... 12 
3.4. CONSULTA DE SAÚDE DO IDOSO .................................................................. 13 
3.5. CONSULTA DE HIPERDIA ................................................................................ 14 
3.6. CONSULTA PARA O TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA 
TUBERCULOSE (TB)................... ............................................................................. 15 
3.7. CONSULTA PARA O TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE 
HANSENÍASE ........................................................................................................... 17 
3.8. CONSULTA PARA O TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE INFECÇÕES 
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST’S) ............................................................. 19 
3.9. EXAME DE PREVENTIVO DE CÂNCER DO COLO DO ÚTERO (PCCU) ........ 20 
3.10. VACINA......... ................................................................................................... 21 
3.11. CURATIVOS SIMPLES .................................................................................... 22 
3.12. TESTE RÁPIDO PARA IST’s ........................................................................... 23 
3.14. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) ...................................................... 27 
4. PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS E SUGESTÕES ....................................... 29 
5. COMENTÁRIOS E CONCLUSÃO ........................................................................ 30 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 31 
ANEXOS ................................................................................................................... 35 
 
 
6 
1. INTRODUÇÃO 
O Estágio Supervisionado é regulamentado pela Lei nº 11.788, de 25 de 
setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes. De acordo com a Lei 
o estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de 
trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam 
frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação 
profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino 
fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. 
A Lei traz que o Estágio Obrigatório é aquele definido como tal no projeto do 
curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma. Logo, o 
curso de enfermagem da Faculdade Integrada Brasil Amazônia (FIBRA) conta com a 
disciplina de Estagio Supervisionado em sua matriz curricular, com o intuito de 
consolidar o desempenho profissional desejado, visando proporcionar ao acadêmico 
uma formação prática com o desenvolvimento das competências e habilidades 
necessárias à atuação profissional. 
O Estágio Supervisionado permite ao futuro profissional conhecer, analisar e 
refletir sobre seu ambiente de trabalho. Para tanto, o acadêmico precisa enfrentar a 
realidade munido das teorias que aprende ao longo do curso, das reflexões que faz 
a partir da prática que observa, de experiências que viveu e que vive enquanto aluno 
(CORTE; LEMKE, 2015). 
Contudo, o presente relatório trata-se do Estágio Supervisionado do curso de 
Enfermagem, realizado durante o período de janeiro a junho de 2019, tendo como 
locais a Unidade Municipal de Saúde da Cabanagem (UMS Cabanagem) localizada 
do bairro da Cabanagem e a Unidade Municipal de Saúde do Tapanã (UMS Tapanã) 
localizada no bairro do Tapanã, ambas situadas na cidade de Belém – PA. 
Todas as etapas do Estágio Supervisionado foram desenvolvidas com 
acompanhamento de enfermeiros do curso de Enfermagem FIBRA, estes eram os 
profissionais responsáveis pela orientação e supervisão das práticas desenvolvidas 
nas unidades. 
 
 
 
 
 
 
7 
2. APRESENTAÇÃO DO CAMPO CONCEDENTE DE ESTÁGIO 
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada preferencial do 
Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo desses postos é atender até 80% dos 
problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de 
encaminhamento para hospitais. 
A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a 
reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na 
situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades (MINSTÉRIO DA SAÚDE, 2012a). Atualmente a atuação do enfermeiro na atenção primária a saúde no Brasil 
vem contribuindo como um instrumento de transformações nas práticas de atenção 
à saúde no SUS, respondendo a proposta do novo modelo assistencial que não está 
direcionado na clínica e na cura, mas, sobretudo, na integralidade do cuidado, na 
intervenção frente aos fatores de risco, na prevenção de doenças e na promoção da 
saúde e da qualidade de vida (FERREIRA; PÉRICO; DIAS, 2018). 
Vale ressaltar que as unidades de saúde em Belém são gerenciadas pela 
Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente (SESMA), ela atua como gestoralocal do SUS, sendo responsável pela elaboração e manutenção de políticas de 
saúde, além de planejar, promover e normatizar ações de proteção da saúde na 
capital (SESMA, 2019). 
As mesmas também são locais que recebem alunos para a prática de estágio 
curricular para diversos cursos da saúde. 
 
2.1. UNIDADE MUNICIPAL DE SAÚDE DA CABANAGEM 
A unidade é localizada na Rua São Paulo, no bairro Cabanagem, na cidade 
de Belém, no Estado de Pará, funciona de segunda à sexta, de 8h às 18h. 
Observou-se que a estrutura física da unidade conta com dois pavimentos, o 
primeiro encontram-se os setores do arquivo, consultórios de Enfermagem, 
Odontologia e Médico, sala de acolhimento do PROAME (Programa de Aleitamento 
Materno Exclusivo), sala de curativos, sala de exame de Preventivo Citopatológico 
do Colo do Útero (PCCU), sala de vacina, além da farmácia e do laboratório, este 
sendo um setor terceirizado. 
8 
O segundo pavimento dispõe de auditório, sala de informática, sala da 
gerência, secretaria, sala do Serviço Social e Psicóloga, almoxarifado, banheiros dos 
servidores, copa, expurgo, esterilização e despensa. 
Os serviços que a unidade oferece no momento são: 
a) Serviço Social; 
b) Psicologia; 
c) Pediatria; 
d) Clínica Médica; 
e) Nutrição; 
f) Farmácia; 
g) Odontologia com apoio do Técnico em Higiene Dental; 
h) Enfermagem (Enfermeiros e Técnicos de enfermagem); 
i) Setor administrativo. 
j) Disponibilização da realização de exames laboratoriais; 
k) Programas do Pré-Natal, HiperDia, planejamento familiar, crescimento 
de desenvolvimento infantil, puericultura; 
l) Programa para o tratamento e acompanhamento de Tuberculose, 
Hanseníase e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s); 
m) Possibilita a referência e contra-referência. 
 
2.2. UNIDADE MUNICIPAL DE SAÚDE DO TAPANÃ 
A unidade é localizada na Rua São Clemente, no bairro do tapanã, na cidade 
de Belém, no Estado de Pará, funciona de segunda à sexta, de 8h às 18h, além de 
oferecer atendimento de Urgência e Emergência 24h. 
O espaço físico é bem amplo, dispõe de área externa, subsolo, térreo e 
primeiro andar. 
A área externa integra os setores da Estratégia Saúde da Família (ESF), 
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), laboratório, Serviço de Atendimento 
Móvel de Urgência (SAMU), setor do programa para o tratamento e 
acompanhamento de Tuberculose, Hanseníase e IST’s, necrotério e 
estacionamento. 
No subsolo encontram-se o arquivo, acolhimento e almoxarifado. Ao térreo 
encontra-se a entrada principal, a recepção, sala de urgência e emergência, sala de 
injetáveis, sala de raio-x, consultórios de Enfermagem, Odontologia e Médico, sala 
de vacina, sala do teste do pezinho, farmácia, copa e banheiros para o público e de 
servidores. 
Por fim, no primeiro andar localizam-se a secretaria, sala de consulta 
especializada, auditório, sala da psicologia, sala do serviço social, sala da 
informática, sala do exame de PCCU, sala da microbiologia, sala do laboratório, sala 
9 
de exames de malária e doença de chagas, sala do teste rápido, expurgo, descanso 
e banheiros de servidores. 
Os serviços que a unidade oferece no momento são: 
a) Serviço de urgência e emergência 24h; 
b) Serviço do SAMU; 
c) Estratégia Saúde da Família; 
d) Serviço Social; 
e) Psicologia; 
f) Pediatria; 
g) Clínica Médica; 
h) Nutrição; 
i) Farmácia; 
j) Odontologia; 
k) Enfermagem; 
l) Setor administrativo. 
m) Disponibilização da realização de exames laboratoriais; 
n) Vacina; 
o) Programas do Pré-Natal, HiperDia, planejamento familiar, crescimento 
de desenvolvimento infantil, puericultura; 
p) Programa para o tratamento e acompanhamento de Tuberculose, 
Hanseníase, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), malária, doença de chagas e teste do pezinho; 
q) Possibilita a referência e contra-referência. 
 
O estágio de enfermagem possibilitou a prática e experiência em diversas 
áreas da saúde pública que o enfermeiro possui autonomia, entre eles estão: os 
programas de pré-natal, HiperDia, planejamento familiar, crescimento de 
desenvolvimento infantil (puericultura); o programa para o tratamento e 
acompanhamento de Tuberculose, Hanseníase, Infecções Sexualmente 
Transmissíveis (IST’s), teste do pezinho, vacina, curativos simples, exame de PCCU 
e a Estratégia Saúde da Família. 
 
 
 
 
 
 
 
10 
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
Observou-se durante o estágio supervisionado uma diferença no fluxo de 
trabalho nas duas unidades básicas. 
De modo geral, na UMS Cabanagem o público mais comum era por idosos e 
adultos que apresentavam doenças crônicas de hipertensão e diabetes. Enquanto 
na UMS Tapanã percebeu-se a frequência de gestantes e crianças. 
Dentre as atividades desenvolvidas nos dois campos de estágio as consultas 
de enfermagem seguiam o padrão sugerido pelo Ministério da Saúde de acordo com 
programa que o cliente necessitava. 
 
3.1. CONSULTA DE PRÉ-NATAL 
A manutenção e a melhoria da saúde materno-infantil são alguns dos 
objetivos definidos pelo Ministério da Saúde e, para isto, é essencial a atenção pré-
natal e puerperal, cuja responsabilidade é SUS. Diante disso a Rede Cegonha veio 
com a finalidade de promover atenção à mulher durante a gravidez e pós-parto 
preconizando ações de prevenção e promoção da saúde, além de diagnóstico e 
tratamento adequado dos problemas que ocorrem neste período (TOMASI et al, 
2017). 
Pelo Decreto 94.406/87, lei 7.498, de 25/7/1986 e por protocolos ministeriais, 
o enfermeiro é respaldado a prestar assistência, realizar consultas de enfermagem, 
prescrever assistência e interação com o paciente, portanto é capacitado para 
conduzir o pré-natal de baixo risco (REIS; LOPES, 2015) 
Uma atenção pré-natal de qualidade é capaz de diminuir a morbidade e a 
mortalidade materno-infantil, uma vez que a identificação do risco gestacional pelo 
profissional permite a orientação e os encaminhamentos adequados em cada 
momento da gravidez (BARBEIRO et al, 2015). 
Nas unidades que foram campo de estágio, a primeira consulta de pré-natal 
realizava-se a anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, antecedentes 
familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual. O 
exame físico era completo, constando avaliação de cabeça e pescoço, tórax, 
abdômen, membros e inspeção de pele e mucosas, seguido por exame ginecológico 
e obstétrico. 
Além disso, eram solicitados exames laboratoriais específicos da gestação, 
denominado GESTAR, este deve ser realizado pela gestante a cada trimestre de 
gestação, também eram prescritos medicamentos como sulfato ferroso e ácido 
11 
fólico, pois são recomendados como parte da assistência ao pré-natal para reduzir o 
risco de baixo peso no nascimento, anemia materna e deficiência de ferro e era 
prescrito repelente para a prevenção de doenças que são transmitidas por insetos. 
Nas consultas subsequentes, a anamnese era sucinta, abordando aspectos 
do bem-estar materno e fetal. Inicialmente, eram ouvidas as dúvidas e ansiedades 
da mulher, além de perguntas sobre alimentação, hábito intestinal e urinário, 
movimentação fetal e interrogatório sobre a presença de corrimentos ou outras 
perdas vaginais. 
Também era solicitado o GESTAR, prescrito sulfato ferroso e ácido fólico e 
repelente se necessário, assim como solicitar encaminhamentos pra nutricionista, 
ginecologista, dentista, etc. 
As evoluções de enfermagem eram realizadas tanto no prontuário da unidade 
quanto no cartão da gestante. Em cada consulta, avaliava-se o risco obstétrico e 
perinatal. Para tanto, observava-se os fatores de risco que a gestante apresentava. 
 
3.2. CONSULTA DE PUERPÉRIO 
 De acordo com o Ministério da Saúde, 2006, a atenção à mulher e ao recém-
nascido no pós-parto imediato e nas primeiras semanas após o parto é fundamental 
para a saúde materna e neonatal. Recomenda-se uma visita domiciliar na primeira 
semana após a alta do bebê e o retorno da mulher e do recém-nascido ao serviço de 
saúde é de 7 a 10 dias após o parto, deveser incentivado desde o pré-natal, na 
maternidade e pelos agentes comunitários de saúde na visita domiciliar. 
 Nos dois campos de estagio, as consultas de enfermagem eram feitas 
iniciando pela anamnese da puérpera, verificava-se o cartão da gestante ou 
perguntava-se à mulher sobre as condições da gestação; como tinha sido o 
atendimento ao parto e ao recém-nascido; coletava-se os dados do parto (data; tipo 
de parto; se cesárea, qual a indicação); se houve alguma intercorrência na gestação, 
no parto ou no pós-parto (febre, hemorragia, hipertensão, diabetes, convulsões, 
sensibilização Rh); uso de medicamentos (ferro, ácido fólico, vitamina A, outros). 
Após o histórico do parto, indaga-se sobre o aleitamento materno; alimentação, 
sono, atividades; dores, fluxo vaginal, sangramento, queixas urinárias e a realização 
do exame físico. 
Contudo, o planejamento familiar também era iniciado na consulta, visando 
atentar para questões como o desejo de ter mais filhos, desejo de usar método 
contraceptivo, métodos já utilizados ou método de preferência da mulher. 
12 
Faz-se importante que neste momento sejam avaliadas as condições 
psicoemocionais e sociais, observar o vínculo entre mãe e filho; avaliar a mamada 
para garantia do adequado posicionamento e pega da aréola (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2006). 
 
3.3. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL (PUERICULTURA) 
A puericultura é indispensável na construção do vínculo entre família, criança 
e equipe de saúde, uma vez que possibilita assistência integral que começa a partir 
dos seus primeiros dias de vida, pois permite detectar precocemente as mais 
diversas alterações nas áreas do crescimento, da nutrição e do desenvolvimento 
neuropsicomotor da criança resultando na vigilância e promoção da qualidade de 
vida (COSTA et al, 2014). 
A partir da anamnese, procura-se avaliar principalmente as condições do 
nascimento da criança (tipo de parto, local do parto, peso ao nascer, idade 
gestacional, índice de Apgar, intercorrências clínicas na gestação, no parto, no 
período neonatal e nos tratamentos realizados) e os antecedentes familiares, muitas 
vezes já conhecidos pelas equipes de atenção básica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2012b). 
Um exame físico completo céfalo-podálico deve ser realizado na primeira 
consulta da criança recém-nascida, também avaliando o peso, comprimento, 
perímetro cefálico, perímetro torácico, perímetro abdominal, desenvolvimento social, 
psicoafetivo e estado geral. Além de investigar a realização dos testes de triagem 
neonatal essenciais desse período (teste do pezinho, teste da orelhinha, teste do 
olhinho, teste do coraçãozinho e teste da linguinha) e o esquema de imunização 
deve ser avaliado em todas as consultas. 
Segundo o Ministério da Saúde, 2012b, recomenda-se sete consultas de 
rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º 
mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e, 
a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário. Essas 
faixas etárias são selecionadas porque representam momentos de oferta de 
imunizações e de orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças. 
Nas unidades, as consultas subsequentes eram realizadas de acordo com a 
necessidade da criança, de modo geral, avaliava-se o desenvolvimento 
neuropsicomotor, medidas antropométricas, o cartão de vacina, alimentação, sono e 
repouso e funções fisiológicas, todas as informações eram registradas no prontuário 
13 
da criança e em sua caderneta. A conduta oferecida era voltada para as queixas e 
prevenção de acometimento de doenças, assim como prescrição de alguns 
medicamentos que a enfermagem estava respaldada. 
 
3.4. CONSULTA DE SAÚDE DO IDOSO 
O envelhecimento é um processo irreversível que todos estão sujeitos a 
vivenciar. Atualmente existe um aumento significativo do envelhecimento 
populacional, isso influencia diretamente a transição epidemiológica, gerando 
mudança nos padrões de morbimortalidade, onde há uma diminuição da mortalidade 
geral e ao aumento das doenças crônico-degenerativas, principalmente nos idosos. 
Logo, há tendência no crescimento dos números de indivíduos idosos que, devido à 
longevidade, apresentam mais doenças crônicas que aumentam sua vulnerabilidade 
e ampliam suas possibilidades de maior incapacidade funcional (SILVA; VICENTE; 
SANTOS, 2014). 
Contudo, o enfermeiro tem, na atenção primária à saúde, um amplo espaço 
de desenvolvimento para sua atuação profissional, seja por meio da consulta de 
enfermagem, no consultório ou no domicílio, como por meio de atividades de 
educação em saúde, que podem ser realizadas em nível individual ou coletivo. 
Especificamente na atenção à saúde da pessoa idosa e a todas as 
especificidades do processo de envelhecimento, faz-se extremamente necessária a 
realização da consulta de enfermagem ao idoso nos serviços de saúde. 
Nas unidades de campo de estágio era realizada a consulta de enfermagem a 
pessoa idosa de acordo com suas necessidades neuropsicomotoras e/ou 
acometimento de alguma patologia. Além disso, todos os idosos possuíam a 
Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa. 
Esta, por sua vez, é um instrumento estratégico de qualificação da atenção à 
pessoa idosa que objetiva contribuir para a organização do processo de trabalho das 
equipes de saúde e para a otimização de ações que possibilitem uma avaliação 
integral da saúde da pessoa idosa, identificando suas principais vulnerabilidades e 
oferecendo orientações de autocuidado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019a). 
A Caderneta permite o registro e o acompanhamento, pelo período de cinco 
anos, de informações sobre dados pessoais, sociofamiliares, condições de saúde, 
hábitos de vida, identificando suas vulnerabilidades, além de ofertar orientações 
para o seu autocuidado. Sendo assim não é necessário que seja substituída todos 
os anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019a). 
14 
Durante as consultas investigava-se quanto às queixas atuais; alimentação; 
sono e repouso; higiene; funções fisiológicas; realizava-se o exame físico sempre 
que possível acompanhado das medidas antropométricas, verificação da pressão 
arterial e taxa glicêmica, realização de vacinas, prescrição de medicamentos e 
encaminhamentos para outras especialidades se necessário, além de solicitação de 
exames laboratoriais de rotina e atualização de imunização. 
Segundo o Ministério de Saúde, 2007, é essencial que se realize a avaliação 
cognitiva e de mobilidade do idoso. A avaliação cognitiva auxilia na identificação das 
principais alterações na saúde mental das pessoas idosas, pois o desempenho físico 
e social do idoso depende da integridade de suas funções cognitivas. 
Sugere-se para uma primeira avaliação a realização do teste rápido, que 
consiste em solicitar à pessoa idosa que repita o nome dos objetos: Mesa, Maçã e 
Dinheiro. Após 3 minutos, pedir que os fale novamente. Se for incapaz de repeti-los, 
há necessidade de uma investigação mais aprofundada. 
O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é uma das escalas mais comuns para avaliar o estado cognitivo, por sua rapidez e facilidade 
de aplicação. Como complementação dessa avaliação, pode-se utilizar o Desenho do Relógio, o Teste de Fluência Verbal por 
Categorias Semânticas e o Quesionário Pfeffer (QPAF – Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional). Caso, ao final dos testes, ainda haja dúvidas acerca do diagnóstico, a pessoa idosa 
deverá ser encaminhada para testes neuropsicológicos mais elaborados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). 
 
Para a avaliação da mobilidade e funcionalidade do idoso, o Ministério de Saúde, 
2007, orienta a avaliação das Atividades de Vida Diária (AVD) que são as relacionadas 
ao autocuidado e que, no caso de limitação de desempenho, normalmente requerem a 
presença de um cuidador para auxiliar a pessoa idosa a desempenhá-las e as Atividades 
Instrumentais da Vida Diária (AIVD) que são as relacionadas à participação do idoso em seu 
entorno social e indicam a capacidadede um indivíduo em levar uma vida independente 
dentro da comunidade. 
3.5. CONSULTA DE HIPERDIA 
As doenças crônicas não transmissíveis constituem um sério problema de 
Saúde Pública tanto em países desenvolvidos quanto nos que estão em 
desenvolvimento. Diante disso, incluem-se os problemas cardiovasculares, como a 
hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM), por serem 
importantes fatores de risco para a morbimortalidade cardiovascular e representarem 
um desafio para o sistema público de saúde (FILHA et al, 2014). 
15 
A HAS é, portanto, definida como uma pressão arterial sistólica maior ou igual 
a 140 mmHg e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em 
indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva. O DM é uma 
síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade 
de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia 
crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). 
Diante disso, o Hiperdia é um programa que destina-se ao cadastramento e 
acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus 
atendidos na rede ambulatorial SUS, permitindo gerar informação para aquisição, 
dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos 
os pacientes cadastrados (DATASUS, 2019). 
A consulta de enfermagem está ligada ao processo educativo e deve 
estimular o cliente em relação ao autocuidado. Nas unidades as consultas de 
enfermagem iniciavam-se pela anamnese fazendo a coleta de informações referente 
ao cliente, família e comunidade, com o propósito de identificar as necessidades e 
problemas do paciente, também havia o cuidado de atentar para os fatores de risco 
que influenciam o controle da hipertensão e diabetes, ou seja, as mudanças no estilo 
de vida com incentivo a atividade física, a redução do peso corporal e o abandono 
do tabagismo/alcoolismo. 
Além disso, era realizada a atualização das rotinas dos Programas 
(solicitação de exames e atualização de receituário), prevenção de complicações 
com a manutenção de níveis pressóricos e glicêmicos normais e controle de fatores 
de risco. Investigava-se quanto à alimentação; sono e repouso; higiene; funções 
fisiológicas; queixas atuais, principalmente as indicativas de lesão de órgão-alvo, tais 
como: tontura, cefaléia, alterações visuais, dor precordial, dispnéia, paresia, 
parestesias e edema e lesões de MMII. 
Percebeu-se que os pacientes tinham dificuldade quanto ao enfrentamento de 
sua patologia e se descuidavam frequentemente do tratamento e autocuidado. 
 
3.6. CONSULTA PARA O TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA 
TUBERCULOSE (TB) 
A tuberculose, é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, pode 
acometer diversos órgãos e/ou sistemas do corpo humano. A apresentação da TB 
na forma pulmonar é mais comum e a mais relevante para a saúde pública, visto que 
16 
ela é a forma que, especialmente, é a bacilífera, ou seja, responsável pela 
manutenção da cadeia de transmissão da doença. A busca ativa de sintomático 
respiratório é a principal estratégia para o controle da TB, uma vez que permite a 
detecção precoce das formas pulmonares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011a). 
As unidades de saúde da Cabanagem e Tapanã oferecem o serviço de 
diagnóstico e tratamento da TB, sendo estas locais de atendimento porta aberta 
para quem procura atendimento, o paciente se dirigia ao acolhimento da unidade e 
realizava sua consulta no mesmo dia. Vale ressaltar que nas duas unidades era o 
enfermeiro o profissional responsável pelo setor de tuberculose, hanseníase e 
infecções sexualmente transmissíveis. 
Durante a consulta de enfermagem, realizava-se a investigação de sinais e 
sintomas da doença, entre as manifestações clínicas mais clássicas da TB pulmonar 
estão a tosse seca ou produtiva com duração superior a quatro semanas; febre 
baixa e, geralmente, vespertina; sudorese noturna e perda de peso. 
No entanto, existem outras formas de TB, sendo estas as apresentações 
extrapulmonares que possuem seus sinais e sintomas dependentes dos órgãos e/ou 
sistemas acometidos, sua ocorrência aumenta entre pacientes com aids, 
especialmente entre aqueles com imunocomprometimento grave. As principais 
formas diagnosticadas em nosso meio são: TB pleural (mais comum), empiema 
pleural tuberculoso, TB ganglionar periférica, TB meningoencefálica, TB pericárdica 
e a TB óssea (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011a). 
Ainda na consulta, para alcançar o diagnóstico da doença era solicitado, 
primeiramente a prova tuberculínica, após o resultado positivo, era solicitado o 
segundo exame, a baciloscopia do escarro (pesquisa de BAAR), para a realização 
deste exame era orientado que quanto ao procedimento de coleta que ao despertar 
pela manhã, o paciente lavasse bem a boca, inspirasse profundamente, prendesse a 
respiração por um instante e escarrasse após forçar a tosse e que ele teria que fazer 
isso até obter três eliminações de escarro na manhã. 
Quando a pesquisa de BAAR atestasse o resultado positivo o paciente já 
recebia o diagnóstico de TB, porém em alguns casos a radiografia era solicitada 
juntamente com a pesquisa de BAAR. 
Após a solicitação dos exames fazia-se a procura para a identificação das 
pessoas que eram consideradas contatos (pessoas que poderiam estar com a TB). 
Os contatos eram listados no prontuário com o tipo de convívio e as formas de 
17 
localização como endereço e/ou telefone para que estes comparecessem na 
unidade a fim de fazer o tratamento de quem pudesse ter contraído a doença. 
Se na consulta fosse diagnosticado a TB, era preenchida a ficha de 
notificação do caso, fazendo a opção pelo esquema terapêutico mais adequado e 
então se iniciava o tratamento de forma gratuita. 
O tratamento da tuberculose é geralmente feito em regime ambulatorial, no 
serviço de saúde mais conveniente para o paciente e sempre que possível, as 
medicações devem ser administradas pela manhã, em jejum (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2011a). 
Existem vários esquemas pra o tratamento de TB, o mais comum para novos 
casos é o de seis meses, onde os dois primeiros meses, chamado de fase de 
ataque, utilizavam-se os medicamentos Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida e nos 
quatro meses restantes, chamado de fase de manutenção, utilizavam-se os 
medicamentos Rifampicina e Isoniazida. 
Nas consultas subsequentes, na UMS Cabanagem e na UMS Tapanã o 
paciente ia a cada 15 dias para fazer o acompanhamento da evolução do 
tratamento. Vale ressaltar, que antes as duas unidades acompanhavam os 
pacientes de TB com o tratamento diretamente observado que, basicamente, 
consiste em assistir a tomada dos medicamentos na unidade, mas por conta de 
dificuldade financeiras da própria unidade e do paciente isso não foi mais possível. 
Contudo, todos os pacientes diagnosticados com a TB recebiam uma palestra 
a fim de informa-los sobre a doença que estava tratando no momento, levando 
informações como: o que é a TB, sua transmissão, sinais e sintomas, diagnóstico, 
tratamento e a prevenção. 
 
3.7. CONSULTA PARA O TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE 
HANSENÍASE 
A hanseníase é uma doença crônica, transmitida pelas vias respiratórias, cujo 
agente etiológico é o Mycobacterium leprae, que infecta os nervos periféricos. Se 
não tratada na forma inicial, a doença quase sempre evolui, torna-se transmissível e 
pode atingir pessoas de qualquer sexo ou idade. Essa evolução ocorre, em geral, de 
forma lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades físicas (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2017). 
18 
As unidades de saúde da Cabanagem e Tapanã, assim como na tuberculose, 
oferecem o serviço de diagnóstico e tratamento da hanseníase, os pacientes se 
dirigiam ao acolhimento da unidade e realizavam suas consultas. 
Na consulta de enfermagem, realizava-se a investigação da manifestações 
clínicas da hanseníase que são áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas 
(hipocrômicas),acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao 
calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato; formigamentos, choques e câimbras nos braços e 
pernas, que evoluem para dormência, pápulas, tubérculos e nódulos, normalmente 
sem sintomas; diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente 
nas sobrancelhas e pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de 
suor no local. 
Para fins operacionais de tratamento, os doentes são classificados em 
paucibacilares (PB – presença de até cinco lesões de pele com baciloscopia de 
raspado intradérmico negativo, quando disponível) ou multibacilares (MB – presença 
de seis ou mais lesões de pele OU baciloscopia de raspado intradérmico positiva) 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). 
Ao decorrer da consulta, depois da anammese, era realizada a avaliação 
dermatológica identificando as lesões de pele com alteração de sensibilidade; a 
avaliação neurológica identificando acometimento de neurites, incapacidades e 
deformidades e se fazia a classificação do grau de incapacidade física. Além de 
fazer a investigação de possíveis contatos e o registro da doença na notificação 
compulsória. 
Em sequência, fazia a solicitação da baciloscopia, que é o exame 
microscópico onde se observa o Mycobacterium leprae diretamente nos esfregaços 
de raspados intradérmicos das lesões. Ele é um apoio para o diagnóstico e também 
serve como um dos critérios de confirmação de recidiva quando comparado ao 
resultado no momento do diagnóstico e da cura. 
Por nem sempre evidenciar o Mycobacterium leprae nas lesões hansênicas 
ou em outros locais de coleta, a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico da 
hanseníase. Mesmo a baciloscopia sendo um dos parâmetros integrantes da 
definição de caso, ratifica-se que o diagnóstico da hanseníase é clínico. Quando a 
baciloscopia estiver disponível e for realizada, não se deve esperar o resultado para 
iniciar o tratamento do paciente (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). 
19 
O tratamento é iniciado imediatamente após o diagnóstico de hanseníase e a 
classificação do paciente em pauci ou multibacilar baseado no número de lesões de 
pele. 
Para tratar o paciente, é feita uma associação de três antibióticos (rifampicina, 
dapsona e clofazimina) contra os bacilos, usados de forma padronizada. Existem 
dois tipos de tratamento: um com duração de seis meses, direcionado a pacientes 
paucibacilares, e outro com duração de doze meses, voltado a pacientes 
multibacilares. 
Os pacientes que faziam o tratamento nas unidades precisavam ir 
mensalmente. Lá eles recebiam uma dose da medicação, chamada dose 
supervisionada, e levam a cartela com as medicações padronizadas para fazer o 
tratamento em casa. 
Na tomada mensal de medicamentos era feita nas consultas uma avaliação 
do paciente para acompanhar a evolução de suas lesões de pele, do seu 
comprometimento neural, verificando se existia presença de neurites ou de estados 
reacionais, além do seu bem estar no geral. 
Assim como na tuberculose, os pacientes recebiam palestras para conhecer a 
hanseníase e poder se prevenir. 
 
3.8. CONSULTA PARA O TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE 
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST’S) 
As infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) são causadas por mais de 30 
agentes etiológicos, sendo a principal forma de transmissão por contato sexual e 
eventualmente por via sanguínea, transmissão vertical, parto e amamentação. 
Atualmente as IST’s podem ser consideradas o principal fator facilitador da 
transmissão do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV). No Brasil, as IST’s mais 
conhecidas, além da AIDS, são a sífilis, gonorreia, herpes genital e HPV (FERREIRA 
et al, 2018). 
As infecções, como a sífilis (em especial, a latente), a gonorreia e a clamídia 
em mulheres, as hepatites virais B e C e a infecção pelo HIV, são frequentemente 
assintomáticas. Quando não detectadas, levam a complicações mais graves, como 
sífilis congênita, DIP, infertilidade, cirrose hepática e aids (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2015). 
A consulta de enfermagem nas unidades são realizadas no acolhimento, para 
os casos de suspeita de IST’s a consulta se inicia pela anamnese, fazendo a coleta 
20 
de dados, exame físico e solicitando exames laboratoriais pertinentes as 
manifestações clínicas do paciente. 
No retorno com o resultado do exame, é realizado o inicio do tratamento, 
porém apenas o médico pode fazer as prescrições de medicamentos e em alguns 
casos, se encaminhava para nível de maior complexidade ou consulta especializada. 
Os pacientes diagnosticados com alguma IST recebia diversas orientações 
quanto a multiplicidade de parceiros, a importância do uso da camisinha como dupla 
proteção, importância do tratamento do parceiro para interromper a cadeia de 
transmissão das IST’s e sobre os fatores de risco para contaminação do HPV e suas 
principais consequências, como o câncer do colo do útero, embasando a 
importância da realização periódica do exame preventivo, no caso de mulheres. 
Tudo era registrado no prontuário do paciente e também era feita a 
notificação compulsória da doença. 
 
Outras atividades que eram em comum nos dois campos de estágio foram: 
 
3.9. EXAME DE PREVENTIVO DE CÂNCER DO COLO DO ÚTERO (PCCU) 
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado 
pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV 
(chamados de tipos oncogênicos) (INCA, 2018). 
As alterações que o HPV provoca nas células são descobertas facilmente no 
exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou ou Papanicolau), e são 
curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização 
periódica desse exame (INCA, 2018). 
De acordo com o Ministério da Saúde, 2013, as atribuições do enfermeiro da 
atenção básica voltadas no controle dos cânceres do colo do útero é de realizar a 
consulta de enfermagem e a coleta do exame citopatológico, de acordo com a faixa 
etária e quadro clínico da paciente, além de avaliar resultados dos exames 
solicitados e coletados, e, de acordo com os protocolos e diretrizes clínicas, realizar 
o encaminhamento para os serviços de referência em diagnóstico e/ou tratamento 
de câncer. 
Para a realização do exame nas unidades de saúde, eram feitas algumas 
recomendações prévias para a paciente sobre a não utilização de lubrificantes, 
espermicidas, medicamentos vaginais, exames intravaginais, abstinência sexual por 
21 
48 horas antes da coleta, não estar no período menstrual, caso esteja deve-se 
aguardar o quinto dia após o término da menstruação. 
O procedimento se dava com a identificação da paciente, história clínica, 
preenchimento dos dados nos formulários para requisição de exame citopatológico 
do colo do útero, em seguida fazia-se a preparação da lâmina com dados de acordo 
com o padrão da unidade e logo após era explicada a forma da realização do exame 
para a paciente. 
Os materiais utilizados para coleta do exame eram: espéculo de tamanhos 
variados descartáveis; lâminas de vidro com extremidade fosca; espátula de Ayre; 
escova endocervical; luvas de procedimento; álcool; recipiente para 
acondicionamento das lâminas (tubete), formulários de requisição do exame 
citopatológico; fita adesiva de papel para a identificação dos frascos e lápis. 
Na UMS Cabanagem a coleta do exame era realizada duas vezes na semana 
com a distribuição de dez senhas, atendia-se as pacientes em uma sala especifica 
para o exame, no dia do exame era apenas preenchido os formulários do exame e 
na sexta-feira que as informações eram registradas no sistema do SUS, o resultado 
ficava pronto no prazo de trinta dias. 
Já na UMS Tapanã a coleta era realizada quatro dias na semana com 
distribuição de sete senhas, era feito o preenchimento de vários documentos, como 
o preencher o formulário do PCCU, registrar as informações no site do SUS, fazer a 
produção do dia e fazer o registro no livro da sala, os resultados dos exames eram 
entregues na sexta-feira. 
 
3.10. VACINAA imunidade adquirida de modo artificial é obtida pela administração de 
vacinas, que estimulam a resposta imunológica, para que esta produza anticorpos 
específicos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). 
Alguns fatores relacionados à vacina se dão pelo tipo da via de administração, 
o uso de vias de administração diferentes da preconizada poderá interferir na 
resposta imune, outro fator é em questão da dose e esquema de vacinação, de 
modo geral, as vacinas inativadas necessitam de mais de uma dose para uma 
adequada proteção (por exemplo: a vacina hepatite B, tétano e difteria), enquanto as 
vacinas virais atenuadas, geralmente, necessitam apenas de uma dose para uma 
adequada proteção (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). 
22 
As atividades da sala de vacinação são desenvolvidas pela equipe de 
enfermagem treinada e capacitada para os procedimentos de manuseio, 
conservação, preparo e administração, registro e descarte dos resíduos resultantes 
das ações de vacinação, a equipe de vacinação é formada pelo enfermeiro e pelo 
técnico ou auxiliar de enfermagem. 
A vivência no setor da vacina nos dois campos de estágio foi bem reduzida, 
no entanto, pode-se compreender o funcionamento do fluxo de trabalho. Na UMS 
Cabanagem, a sala de vacina funcionava durante toda a semana pela parte da 
manhã com livre demanda, fazia o atendimento de crianças, jovens, adultos e 
idosos. 
Na UMS Tapanã, a sala de vacina funcionava a semana toda de manhã e 
tarde, distribuía 50 senhas por dia, também fazia o atendimento da população, 
independente de sua faixa etária. 
 
Apenas na UMS Cabanagem pode-se vivenciar a prática de: 
 
3.11. CURATIVOS SIMPLES 
Entende-se por traumatismo as lesões sofridas por qualquer tecido dentro de 
sua integridade anatômica e vivência celular. A maioria dos traumatismos é de 
origem extrínseca, violenta e de natureza acidental ou intencional. Quando o agente 
vulnerante atinge a pele, o tecido celular subcutâneo ou mesmo as aponeuroses e 
os músculos, o traumatismo é chamado superficial (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2011b). 
Durante a realização do ao exame físico no paciente na unidade da 
Cabanagem, perguntava-se a respeito de eventos que antecederam e se seguiram 
ao trauma; a presença de alergias em geral; uso de medicamentos, drogas e álcool. 
De acordo com o Ministério da Saúde, 2011b, os traumatismos superficiais 
podem ser abertos ou fechados, conforme haja, ou não, solução de continuidade do 
tegumento cutaneomucoso. Os traumatismos superficiais fechados constituem as 
contusões leves, causando os edemas traumáticos, as equimoses, os hematomas e 
os seromas e os traumatismos superficiais abertos constituem as feridas em geral. 
Na UMS Cabanagem, era apenas realizado a limpeza de feridas e troca de 
curativos, pois a unidade não dispunha de recursos para oferecer o alcance para o 
tratamento de feridas com mais complexidade. Os tipos de curativos simples 
23 
realizados eram, por exemplo, limpeza de suturas, retirada de pontos de sutura e 
feridas superficiais que não ultrapassavam a camada muscular. 
Quanto ao procedimento, era feita a limpeza do leito da ferida, iniciando com 
a retirada do curativo antigo e feita a irrigação da ferida com soro fisiológico em leve 
pressão, para essa irrigação, era utilizada agulha de calibre 12 e seringa inserida em 
uma bolsa de soro fisiológico. Caso fosse necessário, utilizava-se o hidrogel sobre a 
ferida. 
A finalização do procedimento se dava com a colocação de gazes e ataduras, 
respeitando todas as normas de assepsia. Registrava-se o procedimento no 
prontuário e agendava-se o retorno. 
 
3.12. TESTE RÁPIDO PARA IST’s 
Testes rápidos são aqueles cuja execução, leitura e interpretação dos 
resultados são feitas em, no máximo, 30 minutos. Além disso, são de fácil execução 
e não necessitam de estrutura laboratorial (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019b). Eles 
podem ser feitos com amostra de sangue total obtida por punção venosa ou da 
polpa digital, ou com amostras de fluido oral, dependendo do fabricante, podem 
também ser realizados com soro e/ou plasma. 
A UMS Cabanagem disponibilizava teste rápido de imunocromatografia de 
fluxo lateral para Hepatite B, Hepatite C, Sífilis e HIV. Os testes eram realizados em 
livre demanda, contudo existia um dia da semana específico também para os testes. 
Para isso, o paciente se encaminha para a sala da enfermagem e lá coletava-
se informações pertinentes ao paciente a fim de preencher os formulários 
necessários para a realização dos testes. 
O procedimento consistia em coletar uma gota de sangue do paciente, 
despejar na área de amostra e acrescentar o reagente. É possível perceber com o 
quadro abaixo como era esse processo: 
 
Quadro 1 - Teste rápido de imunocromatografia de fluxo lateral: 
 
Área de amostra (A), onde é aplicada a amostra e a solução tampão. 
Área intermediária (I), que contém o conjugado, geralmente composto de ouro 
24 
coloidal ligado a anticorpos (imunoglobulinas). 
Área de teste (T), que contém os antígenos fixados à membrana de nitrocelulose, 
onde se lê o resultado da amostra testada. 
Área de controle (C), local de controle da reação e que permite a validação do 
teste. 
Fonte: TELELAB, 2019. 
 
E como resultado, obtinham-se os seguintes achados: 
 
Fonte: TELELAB, 2019. 
Se atestasse não reagente, o paciente era liberado e orientado que em um 
mês fizesse os exames laboratoriais para maior confiabilidade. 
Se atestasse reagente, era solicitado exame laboratoriais no mesmo dia para 
a confirmação da infecção, no caso do HIV positivo, realizava-se um contra-teste de 
outro fabricante para a confirmação do resultado. Nos casos positivos para Hepatite 
B, Hepatite C e HIV, o paciente era encaminhado para o setor da assistência social 
ou psicologia se necessário, e posteriormente encaminhado para Casa Dia de 
Belém. Nos casos de Sífilis, encaminhava-se para o médico a fim de iniciar o 
tratamento com antibióticos. 
Todos os testes eram registrados no livro de testes rápidos e feita a produção 
do dia. 
 
Por fim, somente na UMS Tapanã vivenciaram-se atividades como: 
 
3.13. TESTE DO PEZINHO 
25 
O Teste do Pezinho é um programa de saúde pública que faz parte do 
Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), que determina a gratuidade e 
obrigatoriedade da realização dos testes para diagnóstico neonatal de várias 
doenças pelo Sistema Único de Saúde (MENDES et al, 2017). 
As doenças foco e detectáveis do Teste do Pezinho são o Hipotireoidismo 
Congênito, Fenilcetonúria, Doença Falciforme e a Fibrose Cística. Como a maior 
parte das doenças diagnosticadas pelo teste não apresenta sintomas logo após o 
nascimento, é fundamental que a família busque atendimento médico nos casos 
suspeitos, uma vez que o risco é gerar sequelas graves e irreversíveis no 
desenvolvimento da criança (MENDES et al, 2017). 
Recomenda-se que o período ideal de coleta da primeira amostra esteja 
compreendido entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê devido às especificidades das 
doenças diagnosticadas atualmente. Deve ser considerada como uma condição de 
exceção toda coleta realizada após o 28º dia de vida, mesmo que não recomendada, 
por se tratar de um exame fora do período neonatal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2016). 
Na unidade de saúde do Tapanã, existia uma sala própria para do Teste do 
Pezinho, onde uma técnica de enfermagem era responsável pela coleta e 
funcionava apenas pela parte da manhã. 
Iniciava-se o processo colhendo os dados de identificação da mãe e do bebê, 
tendo em vista que era necessária a apresentação de documentos como, certidão 
de nascimento, caderneta da criança, cartão SUS da mãe, comprovante de 
residência, identidade da mãe e número para contato. Preenchia-se o livro de 
controle do exame e o cartão de coleta para o laboratório. 
Para o início do procedimento a mãe, o pai ou o acompanhante da criança 
ficava de pé, segurando o bebê com a cabeça encostada no seu ombro e um dos 
braços entre as pernas do bebê. 
Era executada a coleta com o profissionalsentado de frente para o adulto que 
está segurando o bebê. Realizava-se a assepsia do calcanhar com algodão ou gaze 
esterilizada, levemente umedecida com álcool 70%. Massagear bem o local, 
ativando a circulação. Certificava-se se o calcanhar esteva avermelhado. Aguardar a 
secagem completa do álcool. 
A escolha do local adequado para a punção é importante, devendo ser numa 
das laterais da região plantar do calcanhar, local com pouca possibilidade de atingir 
o osso (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016). 
26 
Figura 1 – Imagem da área indicada para a punção para o Teste do Pezinho: 
 
Fonte: MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2016. 
 
Segurava-se o pé e o tornozelo da criança, envolvendo com o dedo indicador 
e o polegar todo o calcanhar, de forma a imobilizar, mas não prender a circulação. A 
punção só era realizada após a assepsia e secagem completa do álcool. 
Aguarda-se a formação de uma grande gota de sangue e desprezava-se 
fazendo a retirada com uma gaze. Após a segunda gota de sangue encostava-se o 
verso do papel-filtro na nova gota que se forma na região demarcada para a coleta 
(círculos) e fazer movimentos circulares com o cartão, até o preenchimento de todo 
o círculo, repetir o processo até terminar a quantidade de círculos. 
 
Figura 2 – Sequência do processo de coleta do Teste do Pezinho: 
 
Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016. 
 
Algumas recomendações são feitas para o sucesso da coleta como evitar a 
concentração de sangue e coagulação no papel-filtro; os limites estabelecidos no 
papel-filtro servem de guia para a quantidade de material necessária à realização 
dos testes e também para se evitar a supersaturação de sangue no papel-filtro 
(encharcado), o que inviabilizaria a amostra; não tocar com os dedos a superfície do 
27 
papel-filtro na região dos círculos; não se pode deixar encostar o outro círculo do 
papel-filtro novamente no local do sangramento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016). 
Por fim, ao final do exame, era orientado quanto à cicatrização da punção e 
quanto ao retorno à unidade para a entrega do resultado. 
 
3.14. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) 
A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a qualidade de vida da 
população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como falta 
de atividade física, má alimentação e o uso de tabaco. Com atenção integral, 
equitativo e contínua, a ESF se fortalece como uma porta de entrada do SUS 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019c). 
São itens necessários à Estratégia Saúde da Família: 
I - Existência de equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família) composta por, no mínimo, médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou médico de Família e 
Comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários 
de saúde, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-
dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ ou técnico em saúde bucal; II - O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da 
população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não ultrapassando o 
limite máximo recomendado de pessoas por equipe; III - Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000, 
respeitando critérios de equidade para essa definição. Recomenda-se que o número de pessoas por equipe considere o grau de 
vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe; 
IV - Cadastramento de cada profissional de saúde em apenas uma ESF, exceção feita somente ao profissional médico, que poderá atuar 
em, no máximo, duas ESF e com carga horária total de 40 horas semanais; e V - Carga horária de 40 horas semanais para todos os profissionais 
de saúde membros da equipe de Saúde da Família, à exceção dos profissionais médicos, cuja jornada é descrita no próximo inciso. A 
jornada de 40 horas deve observar a necessidade de dedicação mínima de 32 horas da carga horária para atividades na equipe de Saúde da Família, podendo, conforme decisão e prévia autorização 
do gestor, dedicar até oito horas do total da carga horária para prestação de serviços na rede de urgência do município ou para 
atividades de especialização em Saúde da Família, residência multiprofissional e/ou de Medicina de Família e de Comunidade, bem 
como atividades de educação permanente e apoio matricial (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012c). 
28 
A ESF da UMS Tapanã trabalha com diversos tipos de atendimentos, a 
atuação voltada à enfermagem está diretamente ligada à promoção da saúde e 
prevenção de doenças, além de acompanhar casos de doenças crônicas da 
comunidade adscrita da equipe. 
O enfermeiro da ESF desempenha atividades de natureza educativa, 
assistencial e administrativa, contribuindo de forma significativa para a resolutividade 
nos diferentes níveis de atenção à população. 
Algumas das atribuições do enfermeiro vivenciadas da unidade foram as de 
supervisão dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), planejamento de educação 
em saúde em escola da comunidade (material em anexo), capacitação de 
profissionais, visita domiciliar, além das consultas de enfermagem (para adultos, 
gestantes, crianças, idosos, planejamento familiar, TB, Hanseníase, IST’s), 
encaminhamentos para exames de alta complexidade e outras especialidades, 
prescrição de medicamentos e referência e conta- referência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
4. PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS E SUGESTÕES 
O estágio supervisionado proporcionou a experiência da atuação do 
enfermeiro frente à saúde pública e diante desse aspecto, puderam-se vivenciar 
grandes momentos que, acima de tudo, permitiu um amadurecimento pessoal e 
profissional. 
Tanto as experiências negativas quando as positivas trazem um aprendizado 
e uma evolução para a profissão, ainda mais quando se fala em cuidar de outra vida 
ou respeitar as diferenças que cada indivíduo traz consigo. 
Aos pontos negativos, pode-se citar o impacto da realidade do SUS 
relacionado à infraestrutura sucateada e a falta de recursos de dessa forma 
podendo-se gerar, na maioria das vezes, a prestação de uma assistência ao 
paciente/cliente improvisada. Vale ressaltar que outro ponto negativo a se relatar, 
está no tocante a alguns profissionais que optavam a manter distância afetiva dos 
estagiários, que por vezes transmitiam um sentimento de apatia. 
Apesar disso, situações como essas são de extrema importância para a 
edificação do conhecimento, possibilita ao profissional querer oferecer e doar o que 
se tem de melhor, pondo em prática todo o conhecimento adquirido durante a 
graduação e sobrepondo situações que não agregam para o desenvolvimento e 
crescimento da saúde e do ambiente de trabalho. 
Atitudes e pensamentos como estes, são consequência dos incontáveis 
pontos positivos que a saúde pública presenteia, como a gratidão e satisfação dos 
pacientes que são atendidos, o esforço de estar atualizando o conhecimento para 
um bom atendimento, se relacionar com várias pessoas, aprender a resolver 
problemas e compreender que caminhando junto com os colegas de trabalho, todos 
só terão a ganhar. 
Uma sugestão para o estágio seria a prática direta com a população 
ribeirinha, quilombola e indígena, a fim de reforçar as teorias estudas nas matérias 
que englobam essas populações, pois o atendimento de enfermagem e a relação 
interpessoal tornam-se uma questão diferenciada quando comparada a população 
urbana. 
 
 
 
 
 
30 
5. COMENTÁRIOS E CONCLUSÃO 
O estágio supervisionado é considerado o momento em que as teorias 
aprendidas pelos acadêmicos são aliadas à prática bem como o momento em que o 
futuro profissional experimenta e atua efetivamente em seu campo de formação 
(CORTE; LEMKE, 2015). 
Dentro da saúde pública observou-se oreal significado da palavra “exceção”, 
nem sempre seguir o padrão do trabalho é fazer o certo. Por exemplo, se em um 
atendimento de PCCU apenas são distribuídas sete fichas para o exame e percebe-
se que a oitava pessoa necessita de uma atenção, não custa nada ela ser incluída 
também. Ou quando um parente de um portador de hanseníase procura ajuda e “de 
cara” percebe-se que aquilo é seu ultimo recurso, não há porquê não se solidarizar 
com a situação, não há porquê não praticar a empatia. 
O estágio proporcionou o alicerce necessário para a segurança de tomar 
decisões como uma futura enfermeira, pois ter um diploma e não saber o que fazer 
com ele é andar um caminho contrário quando a finalidade é de salvar vidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
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35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXO A 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
Palestra conta a Dengue em Escola de Ensino Fundamental 
(Slide Utilizado) 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO B 
FICHAS DE ACOMPANHAMENTO DE ESTÁGIO

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