Buscar

direito_administrativo_atualizado_ate29_4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

eCOLOQUE A CAPA AQUI 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Caro(a) Aluno(a), 
 
 
A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e 
inteligência. Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma 
preparação direcionada, focada nos pontos com maior probabilidade de 
cobrança no seu certame, pode representar a diferença entre aprovação e 
reprovação. 
 
Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS 
ONLINE, concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Promotor de Justiça, que tem 
por premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com 
vistas a antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua 
prova. 
 
Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, 
levando-se em consideração fatores como banca examinadora e respectivos 
membros (sempre que possível), retrospecto do concurso, recorrência temática 
dentro de cada disciplina, importância de cada tema, momento da segurança 
pública do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de Professores de 
projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos mais 
diferentes certames. 
 
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método 
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE 
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais 
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame 
profissional, de modo a, partir do processamento dos dados coletados, oferecer 
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que 
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas. 
 
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. 
 
Estude inteligente, estude Ad Verum! 
 
 
 
 
 
 
 
Francisco Penante 
CEO Ad Verum Suporte Educacional 
 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 
SUMÁRIO 
 
 
1. PRINCÍPIOS E PODERES ADMINISTRATIVOS ........................................... 1 
1.1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS ........................................................... 1 
1.1.1. CONCEITO ........................................................................................ 1 
1.1.2. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO E DA 
INDISPONIBILIDADE .................................................................................. 1 
1.1.3. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ........................................................... 1 
1.1.4. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE .................................................. 2 
1.1.5. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE .......................................................... 3 
1.1.6. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA.............................................................. 3 
1.1.7. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA .......................................................... 3 
1.1.8. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE .......................................... 4 
1.1.9. PRINCÍPIO DA ISONOMIA ................................................................ 4 
1.2. PODERES ADMINISTRATIVOS .............................................................. 5 
1.2.1. CONCEITO ........................................................................................ 5 
1.2.2. USO E ABUSO DE PODER............................................................... 5 
1.2.3. PODER DE POLÍCIA ......................................................................... 5 
2. ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................... 9 
2.1. CONCEITO .............................................................................................. 9 
2.2. ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS ........................................... 9 
2.3. ATOS DE IMPÉRIO E DE GESTÃO ........................................................ 9 
2.4. MOTIVAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS .................................... 10 
2.5. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRAVOS ......................................... 10 
2.6. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS........................................ 11 
2.7. CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.............................. 13 
3. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE .................................... 15 
3.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 15 
3.2. MODALIDADES ..................................................................................... 16 
3.2.1. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA ....................................................... 16 
3.2.2. REQUISIÇÃO .................................................................................. 16 
3.2.3. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA ............................................................ 16 
3.2.4. LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS .................................................. 17 
3.2.5. TOMBAMENTO ............................................................................... 17 
3.2.6. DESAPROPRIAÇÃO ....................................................................... 18 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 
4. AGENTES PÚBLICOS ................................................................................. 23 
4.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 23 
4.2. ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL ............................................................... 24 
4.2.1. QUADRO FUNCIONAL, CARGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS.......... 24 
4.2.2. PROVIMENTO ................................................................................. 25 
4.3. REGIME CONSTITUCIONAL ................................................................ 25 
4.3.1. CONCURSO PÚBLICO ................................................................... 25 
4.3.2. REMUNERAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS ............................... 27 
4.3.3. SERVIDORES EM EXERCÍCIO DE MANDATOS ELETIVOS ......... 28 
5. SERVIÇOS PÚBLICOS ............................................................................... 31 
5.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 31 
5.2. PRINCÍPIOS .......................................................................................... 31 
5.3. REMUNERAÇÃO ................................................................................... 32 
5.4. CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO ....................... 33 
5.4.1. CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS...................................... 33 
5.4.2. PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS ....................................... 34 
5.5. PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS ...................................................... 35 
6. ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................... 38 
6.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 38 
6.1.1. CRIAÇÃO DE ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ....... 38 
6.2. ENTIDADES EM ESPÉCIE .................................................................... 38 
6.2.1. AUTARQUIAS.................................................................................. 38 
6.2.2. FUNDAÇÕES PÚBLICAS ................................................................ 40 
6.2.3. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 41 
7. LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS................................... 44 
7.1. LICITAÇÕES PÚBLICAS ....................................................................... 44 
7.1.1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 44 
7.1.2. FASES DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO ................................. 45 
7.1.3. MODALIDADES DE LICITAÇÃO ..................................................... 46 
7.1.4. TIPOS DE LICITAÇÃO ....................................................................49 
7.1.5. INEXIGIBILIDADE E DISPENSA DE LICITAÇÃO ........................... 49 
7.2. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ....................................................... 51 
7.2.1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 51 
7.2.2. CLÁUSULAS EXORBITANTES ....................................................... 52 
7.2.3. EQUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA ......................................... 56 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 
7.2.4. PRAZO DE DURAÇÃO E PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS .................................................................................. 57 
7.2.5. EXTINÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ..................... 58 
8. NORMAS SOBRE SEGURANÇA JURÍDICA E EFICIÊNCIA NA CRIAÇÃO E 
APLICAÇÃO DO DIREITO PÚBLICO ............................................................. 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 1 
1. PRINCÍPIOS E PODERES ADMINISTRATIVOS 
1.1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
 
1.1.1. CONCEITO 
 
 O que são os Princípios Administrativos? Os Princípios Administrativos 
são postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração 
Pública, de modo que só se poderá considerar válida a conduta administrativa 
se estiver compatível com eles. 
 
1.1.2. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO E DA 
INDISPONIBILIDADE 
 
 Podemos apontar dois princípios basilares de todo o Direito 
Administrativo, são eles: 
 
a) Supremacia do Interesse Público: Por este princípio, toda atuação 
administrativa do Estado deve voltar-se em benefício da coletividade, ou seja, 
para o interesse público. Então, caso inexistente esse objetivo de atuação, 
estará configurada o desvio de finalidade. Podemos verificar a aplicação deste 
princípio na desapropriação, por exemplo. 
 
 
 
F 
MPE-SC | 2014: O Direito Administrativo, disciplinando as atividades da 
Administração Pública e sua relação com o indivíduo, norteia-se pelo 
princípio da supremacia do interesse individual sobre o interesse público, 
buscando garantir a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da 
Constituição) e conter os excessos da atuação estatal frente ao cidadão. 
 
b) Indisponibilidade do Interesse Público: Preceitua que bens e 
interesses públicos não pertencem à Administração e nem a seus agentes, 
cabendo-lhes, apenas, geri-los, conservá-los em prol da coletividade. Ex: bens 
públicos só podem ser alienados na forma da lei. 
 
1.1.3. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
 Significa que toda e qualquer atuação administrativa deve ser autorizada 
por lei, sob pena de ser considerada ilícita. 
 
 
F 
MPE-BA | 2014: O princípio da reserva legal prescreve que a 
Administração Pública pode fazer tudo aquilo que não é legalmente 
proibido. 
 
 
Atenção candidato! A Constituição Federal prevê três institutos 
excepcionais que alteram o funcionamento do princípio da legalidade: a) Medida 
Provisória; b) Estado de Defesa; c) e Estado de Sítio. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 2 
 
1.1.4. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
 
 Objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve destinar aos 
Administrados, vedando-se, dessa forma, que sejam favorecidos alguns 
indivíduos em detrimento de outros. Como corolário desse princípio, o art. 37, 
§1º estabelece: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de 
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. O STF 
entende que slogan também caracteriza promoção pessoal (RE 631.448/2014). 
 
 
 
F 
MPE-PR | 2017: Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, 
o rigor do dispositivo constitucional que assegura o princípio da 
impessoalidade vincula a publicidade ao caráter educativo, informativo ou 
de orientação social, sendo incompatível com a menção de nomes, 
símbolos ou imagens, aí não incluídos slogans, que caracterizem 
promoção pessoal ou de servidores públicos. 
 
 
 Igualmente decorrente da impessoalidade, temos a vedação ao chamado 
nepotismo. Súmula Vinculante nº 13 do STF: “A nomeação de cônjuge, 
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma 
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para 
o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função 
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o 
ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”. 
 
 
 
F 
MPE-AM | 2015: A aplicação da súmula vinculante pertinente ao tema 
coíbe a prática de nepotismo para todas as esferas federativas e 
igualmente para o âmbito dos três poderes, considerando-se vedada, sob 
a perspectiva do beneficiário conectado à autoridade nomeante, a 
nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral 
ou por afinidade, até o segundo grau, inclusive. 
 
 
V 
MPE-AM | 2015: A proibição do nepotismo consubstanciada nos 
precedentes do Supremo Tribunal Federal, inclusive na súmula vinculante 
em apreço, deve levar em observância o assento constitucional dos 
cargos políticos, os quais não resultam em tese abrangidos pela 
envergadura daquela vedação, salvo modulações casuísticas 
demonstráveis para efeito de se verificar nepotismo cruzado ou fraude à 
legislação. 
F MPE-SP | 2015: A competência para a iniciativa de lei sobre o nepotismo 
é privativa do Chefe do Poder Executivo. 
 
F 
MPE-SP | 2015: A Súmula Vinculante n. 13, do Supremo Tribunal Federal, 
esgotou todas as possibilidades de configuração de nepotismo na 
Administração Pública. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 3 
 
A vedação ao nepotismo também decorre do princípio da moralidade 
administrativa. Ressalte-se, também, que não exige a edição de lei formal 
para a coibição de sua prática. 
 
Caro aluno, este princípio é frequentemente cobrado nos certames para 
Promotor de Justiça. Vale a pena ficar antenado! 
 
 
1.1.5. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
 Indica que os atos administrativos devem merecer a mais ampla 
divulgação possível entre os administrados, com a maior transparência 
possível. E qual a diferença entre a publicidade e a publicação? A diferença é 
que a publicação é uma das formas das quais a publicidade pode se consumar. 
A publicidade pode ser excepcionada em razão das garantias do art. 5º, X, da 
CF e em razão das situações do art. 23, da lei 12.527. 
 
 
V 
MPE-PR | 2017: A publicidade se distingue da publicação dos atos 
administrativos, sendo esta apenas um dos meios de concretização 
daquele princípio. 
 
 
1.1.6. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 
 Incluída expressamente na CF através da EC nº 19/199, visa a 
produtividade e a economicidade por parte da Administração Pública na 
realização de suas atividades. 
 
 
V 
MPE-BA | 2015: A Emenda Constitucional nº 19/1998, conhecida por 
implementar a “Reforma Administrativa”, acrescentou o princípio da 
eficiência ao texto constitucional. 
 
 
1.1.7. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA 
 
 Permite a Administração Pública rever os seus erros para restaurar a 
situação de regularidade. Pode fazê-lo de ofício e consiste em um dever. 
Consagra-se na Súmula 473 do STF: “A Administração pode anular seus 
próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não 
se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a 
apreciação judicial”. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude AdVerum 4 
É importante mencionar o teor do Enunciado 611 da Súmula do STJ, no 
sentido de que é possível a instauração de processo administrativo 
disciplinar com base em denúncia anônima, desde que devidamente 
motivada e com amparo em investigação ou sindicância, em face do poder-
dever de autotutela imposto à Administração (Súmula 611). 
 
 
Atenção futuro(a) Promotor(a) de Justiça! Sempre que a Administração 
Pública for revogar ou anular um ato que acarrete supressão de direitos ou 
prerrogativas que atinja diretamente os administrados ela deve abrir 
oportunidade de contraditório e ampla defesa, sob pena de ilegalidade do ato! 
 
 
1.1.8. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
 
 Prega uma atuação proporcional do agente público entre o motivo do ato 
e a respectiva consequência jurídica. A sua finalidade é evitar abusos na atuação 
desses agentes. Este princípio não está expresso na CF. Segundo o STF, 
para que o mencionado princípio seja corretamente observado, o ato deve ser 
adequado, necessário e proporcional em sentido estrito1 (RE 610.290, 
Informativo 712) 
 
 
 
F 
MPE-BA | 2015: O princípio da proporcionalidade, expressamente 
previsto na Constituição Federal de 1988, significa que as competências 
administrativas só podem ser validamente exercidas na extensão e 
intensidade correspondentes ao que seja realmente demandado para o 
cumprimento da finalidade de interesse público a que estão atreladas. 
 
F 
MPE-AC | 2014: Segundo o entendimento do STF, para que não ocorra 
violação do princípio da proporcionalidade, devem ser observados três 
subprincípios: adequação, finalidade e razoabilidade stricto sensu. 
 
1.1.9. PRINCÍPIO DA ISONOMIA 
 
 Trata-se daquele velho preceito de que a Administração Pública deve 
tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas 
desigualdades. Ex.: Cotas para universidades públicas. 
 
 Sobre o assunto, é relevante mencionar a Súmula nº 683 do STF, 
segundo a qual “o limite de idade para a inscrição em concurso público só se 
legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição Federal, quando justificado pela 
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”. 
 
 
1 Quando as vantagens a serem conquistadas superam as desvantagens. 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 5 
 
 
V 
MPE-PR | 2017: Entende o Supremo Tribunal Federal que o limite de idade 
para inscrição em concurso público apenas se legitima, à vista do art. 7°, 
XXX (proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de 
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil), da 
Constituição Federal, quando possa ser justificado pela natureza das 
atribuições do cargo a ser preenchido. 
 
1.2. PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
1.2.1. CONCEITO 
 
 Os poderes administrativos são o conjunto de prerrogativas que a ordem 
jurídica destina aos agentes administrativos para permitir que o Estado alcance 
seus fins. 
 
1.2.2. USO E ABUSO DE PODER 
 
 O abuso de poder se configura nas situações em que autoridade pública 
pratica o ato extrapolando a sua competência (excesso de poder) ou visando 
uma finalidade diversa (desvio de poder) da estabelecida pela legislação. 
 
 
V 
MPE-MG | 2017: O desvio de poder é vício objetivo que se refere ao 
descompasso entre a finalidade a que o ato serviu e a finalidade legal que 
por meio dele poderia ser servida. 
 
V 
MPE-SP | 2015: Configura desvio de poder, a remoção de servidor 
fundada em justificativa genérica e subjetiva da presença de interesse 
público. 
 
1.2.3. PODER DE POLÍCIA 
 
 Para efeito de concurso para Promotor de Justiça, vamos focar 
especificamente no Poder de Polícia, uma vez que é o poder mais cobrado. 
 
 O poder de polícia pode ser compreendido em dois sentidos, quais sejam, 
em sentido amplo e estrito. Em sentido amplo, tal poder significa qualquer ação 
restritiva do Estado em relação aos particulares. Já, em sentido estrito, o poder 
se configura como atividade administrativa que consiste no poder de restringir 
e condicionar a liberdade e a propriedade em favor do interesse da coletividade. 
 
 
V 
MPE-PR | 2016: O Poder Público quando interfere na órbita do interesse 
privado para salvaguardar o interesse público, restringindo direitos 
individuais, atua no exercício do denominado poder de polícia. 
 
 
 O Poder de Polícia, por ser atividade típica de Estado, em regra, só pode 
ser exercido pelas pessoas jurídicas de direito público, não podendo ser 
delegado a particulares. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 6 
F MPE-SP | 2015: O Poder de Polícia é passível de delegação a 
particulares. 
 
 
 
 
José dos Santos Carvalho Filho entende que o Poder Público pode delegar 
ao particular o Poder de Polícia em sua modalidade fiscalizatória. Nesse 
sentido, o STF já decidiu que guardas municipais podem atuar na 
fiscalização, no controle e na orientação do trânsito e do tráfego, podendo, 
inclusive, aplicar as sanções pertinentes (RE 6585070). 
 
 
 
V 
MPE-SC | 2016: A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções 
administrativas legalmente previstas, embora possa se dar 
ostensivamente, constitui mero exercício de poder de polícia, não 
havendo, portanto, óbice ao seu exercício por entidades não policiais. 
 
 
 Podemos considerar como Atributos do poder de Polícia a 
discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade. 
 
a) Discricionariedade: compreende-se como a liberdade estabelecida 
em lei ao administrador para decidir perante o caso concreto. É o caso, por 
exemplo, em que autoridades públicas enumeram algumas praias onde a prática 
de kitesurf é proibida. 
 
b) Autoexecutoriedade: A administração pode executar suas próprias 
decisões sem interferência do Poder Judiciário. Como exemplo, podemos 
verificar este atributo na apreensão de bens e interdição de estabelecimentos. 
 
c) Coercibilidade: Torna o ato obrigatório em face da vontade do 
administrado. Temos como exemplo, a aplicação de uma multa para coagir o 
particular a não estacionar em uma determinada via pública. 
 
F MPE-SP | 2015: Tem, como atributos exclusivos, a discricionariedade e a 
coercibilidade. 
 
 
 Tendo em vista a importância do exercício do poder de polícia, o STJ 
recentemente entendeu que “é obrigatória a prévia fiscalização do camarão in 
natura, ainda que na condição de matéria-prima, antes do beneficiamento em 
outros Estados da Federação, podendo tal atividade ser realizada no próprio 
estabelecimento rural onde se desenvolve a carcinicultura (STJ, 1ª Turma, REsp 
1.536.399-PI, Rel. Min. Sérgio Kukina, j. 08/02/2018). 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 7 
 A exigência de fiscalização prévia não ofende os princípios de livre 
iniciativa e da livre concorrência. Tal postura afirma o direito fundamental à saúde 
da população, que tem assegurada e certificada a qualidade dos alimentos. 
 
 
 
QUESTÃO INÉDITA 
Em tema de princípios da Administração Pública e dos Poderes 
administrativos, assinale a alternativa incorreta: 
 
a) a Administração Pública prescinde de autorização de provimento 
jurisdicional para demolir construção irregular de particular, em decorrência do 
seu poder de polícia. 
b) o recurso em sede de concursos públicos é uma garantia que também visa 
atender ao princípio da isonomia. 
c) para que o ato administrativo seja considerado proporcional, o administrador 
público também deve verificar se a decisão tomada é apta para atingir os 
efeitos pretendidos. 
d) a vedação contida na Súmula nº 13 do STF só abarca aquelas situações 
em que há a demonstração da intenção de violação à Constituição, existência 
de amizade ou de obtenção de benefício com a nomeação de parente em linha 
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau para o cargo em comissão 
ou de confiança na administração pública. 
e) o poder de polícia administrativopermite à Administração Pública modificar 
unilateralmente o pactuado em contrato administrativo. 
 
Comentários: A alternativa A está correta, tendo em vista os seus atributos 
de autoexecutoriedade e coercibilidade. Obs.: Tenha sempre em mente os 
atributos do poder de polícia!. 
A alternativa B também se encontra correta, uma vez que a possibilidade de 
interposição de recurso em sede de concurso público tem por finalidade 
assegurar uma pontuação justa no certame. 
A alternativa C, se refere a um dos requisitos para o atendimento ao princípio 
da proporcionalidade, qual seja a adequação. 
Por seu turno, a alternativa D é o gabarito da questão. Segundo o STF, a 
mencionada súmula propõe critérios objetivos à vedação (MS 28485). 
Por fim, a alternativa E encontra-se correta. Além do poder de polícia, 
podemos observar que a modificação unilateral também se consubstancia no 
princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. 
 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 8 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios 
Administrativos 
Conceito: são postulados fundamentais que guiam o 
modo de agir da Administração Pública. 
 
Princípio da Supremacia do Interesse Público: a 
atuação da Administração deve se voltar em 
atendimento ao interesse público. 
 
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: 
bens e interesses públicos não pertencem à 
Administração, cabendo-lhe, apenas, geri-los em prol 
da coletividade. 
 
Princípio da Legalidade: toda e qualquer atuação 
administrativa deve ser autorizada por lei. 
 
Princípio da Impessoalidade: objetiva a igualdade de 
tratamento que destinada aos Administrados. 
 
Princípio da Publicidade: os atos administrativos devem 
merecer a mais ampla divulgação possível. 
 
Princípio da Eficiência: visa à produtividade e à 
economicidade por na realização de suas atividades. 
 
Princípio da Autotutela: permite a Administração rever 
os seus erros, podendo anular seus atos quando ilegais 
ou revogá-los por conveniência ou oportunidade 
(Súmula 473 do STF). 
 
Princípio da Proporcionalidade: prega uma atuação 
proporcional do agente público entre o motivo do ato e 
a respectiva consequência jurídica. 
 
Princípio da Isonomia: A Administração deve tratar 
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. 
 
 
Poderes 
Administrativos 
Conceito: conjunto de prerrogativas que permitem que 
o Estado alcance seus fins. 
 
Excesso de poder: pratica do ato extrapolando a sua 
competência. Desvio de Poder: pratica do ato com uma 
finalidade diversa do interesse público. 
 
Poder de Polícia: atividade que consiste no poder de 
restringir e condicionar a liberdade e a propriedade em 
favor do interesse da coletividade. Atributos: 
discricionariedade, autoexecutoriedade e 
coercibilidade. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 9 
2. ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
2.1. CONCEITO 
 
 É a exteriorização da vontade da administração pública ou de particulares 
delegatários, sob regime de direito público, que tem a capacidade de produzir 
efeitos jurídicos, com a finalidade de atender ao interesse público. 
 
 Os atos administrativos não se confundem com atos políticos ou de 
governo, sendo esses considerados atos da administração em sentido amplo 
(qualquer ato oriundo da Administração Pública com prerrogativa pública ou 
não). Como exemplo de atos da administração em sentido amplo: iniciativa de 
leis, celebração de tratados internacionais, decretação de estado de sítio, etc. 
 
 
F 
MPE-MS | 2015 | FAPEC: O ato praticado por concessionário de serviço 
público, ainda que no exercício de prerrogativas públicas, não caracteriza 
ato administrativo. 
 
 
F 
MPE-GO | 2014 | MPE-GO: A entrega de extraditando, desde que 
autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, é ato de exclusiva 
competência do Presidente da República, constituindo desempenho de 
uma atividade encartada na Chefia de Governo, resultando daí sua 
qualidade de ato administrativo, sindicável, em toda a extensão de seus 
elementos, pelo Poder Judiciário. 
 
 
2.2. ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS 
 
 Os atos vinculados são aqueles que a administração pratica sem 
qualquer margem de liberdade, tendo em vista que a lei previamente estabeleceu 
o comportamento cabível à determinada situação. No caso, o administrador 
estará vinculado a todos os elementos dos atos administrativos (competência, 
finalidade, forma, objeto e motivo). Ex: concessão de licença paternidade ao 
servidor público quando preenchido os requisitos. 
 
 Já, os atos discricionários são aqueles que o administrador pode atuar 
com certa liberdade de escolha, nos termos e limites da lei. Neste caso, a 
valoração recairá sobre o motivo, objeto, bem como a oportunidade e 
conveniência. Ex.: licença de servidor para tratar de interesses particulares. 
 
 
V 
MPE-MT | 2014 | UFMT: É possível o controle judicial da 
discricionariedade administrativa, respeitados os limites que são 
assegurados pela lei à atuação da Administração Pública. 
 
 
2.3. ATOS DE IMPÉRIO E DE GESTÃO 
 
 Os atos de império são os que dotam de poder de coerção, sendo 
irrelevante a vontade dos administrados para a sua prática. Possuem como 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 10 
fundamento o princípio da supremacia do interesse público. Ex.: embargo de 
obra. 
 
 Já os atos de gestão, são praticados pela administração na qualidade de 
gestora de seus bens e serviços, sem a característica de coerção. Apesar de 
não terem fundamento no princípio da supremacia do interesse público, tais atos 
estão sujeitos ao princípio da indisponibilidade do interesse público. Ex.: 
autorização ou permissão de uso de bem público. 
 
F MPE-MS | 2015 | FAPEC: Ao praticar atos de gestão, a Administração 
Pública utiliza a sua supremacia sobre os destinatários. 
 
V 
MPE-MS | 2015 | FAPEC: Os atos administrativos de gestão são os que 
a Administração Pública pratica sem usar da sua supremacia sobre os 
destinatários. 
 
2.4. MOTIVAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 De início, é válido ressaltar que a motivação dos atos administrativos 
difere do motivo. O primeiro faz parte do elemento forma do ato. Portanto, 
ocorrendo vício ocorrerá vício quanto à forma. Nesse sentido, podemos 
considerar que a motivação consiste na declaração escrita do motivo 
ensejador do ato. Tem como base o princípio da transparência. Ex.: Na 
demissão de um servidor, a administração discorre por escrito o que levou a 
praticar tal ato. 
 
 A administração pública está sujeita ao controle administrativo e judicial 
(controle de legalidade ou legitimidade) em relação à existência e à pertinência 
ou adequação dos motivos que ela enquadrou como causa para a prática do ato. 
Estamos diante da chamada Teoria dos Motivos Determinantes, a qual se 
aplica a atos vinculados e a atos discricionários. Tem aplicação mesmo 
quando a administração faz a motivação em casos facultativos, como, por 
exemplo, motivação de exoneração de servidor de cargo em comissão. 
 
 
V 
MPE-MT | 2014 | UFMT: A Teoria dos Motivos Determinantes aplica-se à 
exoneração ad nutum, desde que a Administração Pública declare o 
motivo do ato administrativo. 
 
 
2.5. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRAVOS 
 
 Consistem nas características dos atos administrativos. São eles: 
presunção de legitimidade, imperatividade, autoexecutoriedade e 
tipicidade. Esses dois últimos atributos só se apresentam em determinados atos 
administrativos. 
 
a) Presunção de legitimidade: Presume-se que o ato emanado pela 
administração pública não possui vício, fazendo efeito desde logo, bem como 
autorizando a sua imediata execução. Trata-se de uma presunção relativa, ou 
seja, é cabível que o administrado prove que aquele ato possui vício. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 11 
 
 
V 
MPE-SC | 2014 | MPE-SC: É atributo do ato administrativoa presunção 
de legalidade. Não se exige da Administração, ao editá-lo, a comprovação 
de que está conforme a lei. A presunção, contudo, é relativa, podendo ser 
contestada, perante a própria Administração, o Tribunal de Contas, o 
Poder Judiciário ou o órgão de controle competente. 
 
b) Imperatividade: possibilita a administração pública criar, 
unilateralmente, obrigações ou restrições aos administrados. Só está presente 
nos atos em que implicam obrigação. 
 
F 
MPE-SP | 2013 | MPE-SP (adaptada): A imperatividade, como maior 
atributo do ato administrativo, é a ele essencial e inerente, sem exceção. 
 
c) Autoexecutoriedade: permite a execução, de imediato, do ato 
administrativo sem a intervenção do Poder Judiciário. Ex.: demolição de obra 
com risco de desabamento. 
 
d) Tipicidade: decorrente do princípio da legalidade, impõe que a 
administração pública pratique atos nos termos da lei, ou seja, para cada 
finalidade deve existir um ato típico definido em lei. 
 
 
F 
MPE-SC | 2016 | MPE-SC: A concessão de licença para o particular 
construir é ato administrativo e, por consequência, ela é dotada de 
presunção de legitimidade, de imperatividade, de exigibilidade e de 
autoexecutoriedade. 
 
2.6. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 A extinção dos atos administrativos, poderá ser ocasionada por vício na 
sua formação, desnecessidade e inoportunidade ou inconveniência e imposição 
de ato sancionatório em que o particular descumpriu as condições para a 
manutenção do ato. Nesse sentido temos a revogação, anulação e cassação. 
 
a) Anulação: decorre de vício relativo à legalidade ou legitimidade do ato. 
Consiste em um controle de legalidade do ato, não controle de mérito. É um 
pode-dever da administração. Produz efeito ex tunc, todavia, resguarda-se os 
efeito produzidos à terceiros de boa-fé. Pode ser feita pela própria administração 
pública ou pelo Poder Judiciário. O art. 54, da Lei 9.784/99 estabelece o prazo 
de 5 (cinco) anos para a realização da anulação, salvo comprovada a má-
fé. Caso a anulação afete interesse do administrado desfavoravelmente, deve 
ser instaurado procedimento administrativo com as garantias de contraditório e 
ampla defesa. Todavia, tal garantia não precisa ser observada no julgamento, 
por parte do TCU, de legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria 
(Súmula Vinculante nº 03). 
 
 
V 
MPE-BA | 2015 | CEFET-BA: Os atos administrativos ilegais dos quais 
decorram efeitos favoráveis ao administrado deverão ser invalidados no 
prazo de 5 (cinco) anos, contados da data em que forem praticados, salvo 
comprovada má-fé. 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 12 
 
V 
MPE-MT | 2014 | UFMT: No julgamento de legalidade de ato 
administrativo de concessão inicial de aposentadoria, fica afastada a 
necessidade de observância dos institutos do contraditório e da ampla 
defesa pelo Tribunal de Contas da União. 
 
 
b) Revogação: instrumento pelo qual a administração pública faz a 
retirada de um ato por motivos de conveniência e oportunidade. Só produz 
efeitos ex nunc. Destaque-se que os atos vinculados não são passíveis de 
revogação. Como esse instrumento é de caráter definitivo, não gera efeito 
repristinatório, ou seja, não ressuscita ato revogado pela renúncia do ato 
revogador. A retirada do ato só poderá ser realizada por quem a praticou. 
 
Atenção Futuro(a) Promotor(a) de Justiça! Segundo o STJ, quando o 
ato depende, para sua edição, da reunião de vontades de mais de um órgão da 
Administração (ato complexo), a revogação só será possível com a concordância 
de todos os órgãos envolvidos na prática do ato (MS 14.731/DF). 
 
Além dos atos vinculados, são insuscetíveis de revogação: atos 
consumados, atos que geraram direitos adquiridos e atos que integram 
procedimento administrativo. 
 
V MPE-BA | 2015 | CEFET-BA: Os atos vinculados não são passíveis de 
revogação. 
V MPE-PA | 2014 | FCC: os atos gerais e abstratos, como os regulamentos, 
são revogáveis a qualquer tempo, enquanto vigentes. 
F MPE-PA | 2014 | FCC: os atos que geram direitos adquiridos estão 
sujeitos à revogação, em razão da supremacia do interesse público. 
 
 
V 
MPE-SC | 2014 | MPE-SC: Segundo jurisprudência consolidada do 
Supremo Tribunal Federal, a Administração pode anular seus próprios 
atos, quando maculados por defeitos que os façam ilegais, com eficácia, 
em geral, ex tunc. Pode ainda revogá-los, atenta a pressupostos de 
conveniência ou oportunidade, sem prejuízo dos direitos adquiridos, com 
efeitos ex nunc. 
 
 
c) Cassação: ocorre quando o beneficiário do ato administrativo deixa de 
atender aos requisitos para a manutenção do ato. Ex.: cassação de licença para 
construir. 
 
F MPE-BA | 2015 | CEFET-BA: A cassação do ato administrativo pressupõe 
a prévia declaração da sua nulidade pela Administração Pública. 
 
 
 A caducidade também é um forma de extinção dos atos administrativos, 
todavia a sua diferença é que não resulta da manifestação do administrador ou 
do Poder Judiciário. Nesse sentido ela ocorre com a superveniência de norma 
incompatível com o ato praticado, tornando-o inviável. Ex.: permissão de uso de 
bem público, ao que posteriormente é editada uma norma que proíbe o uso. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 13 
 
 
F 
MPE-SC | 2016: A retirada é uma das formas de extinção dos atos 
administrativos e pode dar-se por anulação, revogação, cassação e 
caducidade. A caducidade ocorre quando o beneficiado do ato 
administrativo deixa de cumprir os requisitos de quando teve o ato 
deferido. 
 
 
2.7. CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
É o instituto que a administração utiliza para aproveitar os atos administrativos 
com vícios sanáveis. 
 
 
V 
MPE-SP | 2013: Se apresentar defeito sanável, pode ser convalidado pela 
própria Administração, evidenciada a ausência de lesão ao interesse 
público ou de prejuízo a terceiros. 
 
 
QUESTÃO INÉDITA 
No que se refere aos atos administrativos, é INCORRETO afirmar: 
 
a) O ato revogatório não retroage para atingir efeitos pretéritos do ato 
revogado, apenas impede que este continue a produzir efeitos. 
b) A administração pública é obrigada anular ato administrativo que contenha 
vício sanável e não acarrete lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros. 
c) A regra constante do art. 54, da Lei 9.784/99 não é aplicável em casos em 
que há flagrante afronta em face da Constituição Federal. 
d) No Direito Administrativo, o ato administrativo já revogado não se restaura, 
automaticamente, pela revogação do seu ato revogador. 
e) Ao administrado deve ser destinada a garantia prévia da ampla defesa e 
contraditório diante da anulação de um ato administrativo que venha repercutir 
de maneira desfavorável na sua esfera de interesse. 
 
Comentário: a) VERDADEIRO - a revogação do ato administrativo produz 
efeito ex nunc, diferentemente da anulação, que produz efeito ex tunc; b) 
FALSO - Apesar da anulação ser um poder-dever, a Administração Pública, 
no caso em comento, não estará obrigada a realizá-la, já que pode convalidá-
lo, pois se trata de vício sanável e não acarreta lesão ao interesse público nem 
a terceiros. Este é o gabarito da questão; c) VERDADEIRO - o STF entende 
que nessas situações o ato poderá ser anulado a qualquer tempo; d) 
VERDADEIRO - proibição da repristinação no âmbito da Administração 
Pública; e) VERDADEIRO - entendimento do STF constante no Informativo 
641. 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 14 
 
 
Conceito de 
ato 
administrativo 
Exteriorização da vontade da administração pública ou 
de particulares (delegatários da administração), sob 
regime de direito público, com a finalidade de atender ao 
interesse público. Difere dos atos políticos ou de 
governo. 
Atos 
vinculados e 
discricionários 
Ato vinculado: a administração pratica sem margem de 
liberdade,em virtude de lei. Ato discricionário: o 
administrador pode atuar com margem de escolha, nos 
termos e limites da lei. 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 15 
 
Atos de 
império e de 
gestão 
Atos de império: dotam de poder de coerção, sendo 
irrelevante a vontade dos administrados. Atos de 
gestão: praticados pela administração na qualidade de 
gestora de seus bens e serviços, assemelhando-se aos 
atos praticados por particulares. 
 
Motivação dos 
atos 
administrativos 
Consiste na declaração escrita do motivo ensejador do 
ato administrativo. Não se confunde com o motivo, 
elemento do ato administrativo. Teoria dos Motivos 
Determinantes: a Administração está sujeita ao controle 
administrativo e judicial em relação à existência e à 
pertinência ou adequação dos motivos para a prática do 
ato. 
 
 
Atributos 
Presunção de legitimidade: presume-se que o ato 
emanado pela administração pública não possui vício. 
Imperatividade: possibilita a administração pública criar, 
unilateralmente, obrigações ou restrições aos 
administrados. Autoexecutoriedade: permite a 
execução, do ato administrativo sem a intervenção do 
Poder Judiciário. Tipicidade: impõe que a administração 
pública pratique atos nos termos da lei. 
 
 
Extinção 
Anulação: decorre de vício de legalidade ou 
legitimidade, produzindo efeito ex tunc. Revogação: a 
Administração pode fazer a retirada de um ato por 
motivos de conveniência e oportunidade, produzindo 
efeitos ex nunc. Cassação: beneficiário do ato 
administrativo deixa de atender aos requisitos para a 
manutenção do ato. Caducidade: a superveniência de 
norma incompatível com o ato praticado. 
 
Convalidação 
Possibilita a administração aproveitar os atos 
administrativos com vícios sanáveis. 
 
3. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 
 
3.1. INTRODUÇÃO 
 
 Podemos considerar intervenção do Estado na propriedade toda a 
atuação estatal que, consoante lei, vise ajustar a propriedade aos moldes da sua 
função social. Nesse sentido, a CF/88 ao mesmo tempo que garante o direito de 
propriedade (art. 5º, XXII), condiciona a manutenção deste ao atendimento da 
função social, sob pena de intervenção do Estado (art. 5º, XXIII). Além disso, a 
CF prevê a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social (art. 5º, XXIV) e autoriza a intervenção em caso de iminente 
perigo público (art. 5º, XXV). 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 16 
3.2. MODALIDADES 
 
 Inicialmente, podemos apontar duas formas básicas de intervenção, quais 
sejam a intervenção restritiva e a supressiva. Na intervenção restritiva, o 
Estado impõe restrições na propriedade, mas sem retirá-la de seu dono. Na 
supressiva, o Estado retira coercitivamente a propriedade de terceiro e a 
transfere para si. 
 
 A partir dessa consideração, apontemos os seguintes meios e intervenção 
do Estado: a servidão administrativa, requisição, ocupação temporária, 
limitação administrativa, tombamento e desapropriação. 
 
3.2.1. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA 
 
 Autoriza o Estado usar a propriedade imóvel de particular para permitir a 
execução de obras e serviços de interesse coletivo. Constitui um direito real 
público, devendo ser inscrita no Registro de Imóveis para produzir eficácia erga 
omnes. Ex.: instalação de redes elétricas em terreno privado. Por inexistir perda 
da propriedade, a indenização somente será cabível em caso de danos ou 
prejuízos ao imóvel, cabendo o ônus da prova ao proprietário. 
 
 
V 
MPE-SP | 2015: A servidão administrativa constitui direito real de uso 
sobre coisa alheia, em favor de entidade pública ou delegada, com 
finalidade pública. 
F MPE-SP | 2015: A servidão administrativa retira a propriedade do 
particular. 
 
 
3.2.2. REQUISIÇÃO 
 
É a modalidade de intervenção estatal, através da qual o Poder Público 
utiliza bens móveis, imóveis e serviços particulares em situação de perigo 
público iminente, podendo servir para fins civis e militares (art. 5º, XXV, da CF). 
Ex.: epidemias, catástrofes, conflito armado, etc. 
 
3.2.3. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA 
 
 Consiste em forma de intervenção estatal, pela qual o Estado usa, 
temporariamente, imóveis privados, como meio de apoio à execução de obras e 
serviços públicos. Ex.: ocupação temporária de terrenos de particulares 
contíguos a estradas em construção para alocação de equipamentos para a 
execução da obra. 
 
 
F 
MPE-GO | 2016: Requisição é a modalidade de intervenção estatal na 
propriedade, através da qual o Estado utiliza, transitoriamente, imóveis 
privados, como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos. 
 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 17 
 
3.2.4. LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS 
 
 São determinações de caráter geral, por meio das quais o Estado impõe 
a proprietários indeterminados obrigações positivas (ex.: imposição de limpeza 
de terreno), negativas (ex.: limitação na construção de um determinado número 
de andares de um prédio) ou permissivas (ex.: para sujeitar as propriedades à 
função social. 
 
 É salutar mencionar que diversas limitações administrativas possuem 
origem em leis e atos de natureza urbanística, como, por exemplo, os arts. 182 
e 183 da CF e a Lei nº 10.257 (Estatuto da Cidade). Dentre essas limitações, é 
válido destacar o direito de preempção municipal, pelo qual é assegurada ao 
Município a preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação 
onerosa entre particulares (art. 25 do Estatuto da Cidade), direito, este, que será 
exercido diante das necessidades dispostas no art. 26 da mencionada lei. 
 
V 
MPE-MG | 2017 | FUNDEP (adaptada): É correto afirmar que o direito à 
preempção municipal é uma limitação administrativa. 
 
 
3.2.5. TOMBAMENTO 
 
 Através deste que o Poder Público visa proteger o patrimônio cultural 
brasileiro, podendo recair sobre bairros, cidades, bens imóveis ou bens móveis. 
Encontra-se expressamente previsto no art. 216, §1º, da CF. 
 
 O tombamento pode ser voluntário ou compulsório, provisório ou 
definitivo. O tombamento voluntário ocorre quando o proprietário consente 
com o tombamento, enquanto que o compulsório ocorre quando o Poder 
Público realiza o tombamento com a resistência do proprietário. Por sua vez, o 
tombamento provisório ocorre quando o procedimento administrativo de 
tombamento está em curso, já o definitivo ocorre após a conclusão do processo. 
 
 
F 
MPE-RO | 2017 | FMP Concursos: O tombamento só dá causa à 
obrigação de conservação da coisa pelo proprietário quando se dê em 
caráter definitivo, após sua inscrição em livro próprio. 
 
 
 O tombamento gera uma série de efeitos no que tange ao uso e à 
alienação do bem: a) vedação ao proprietário, ou o usuário, destruir, demolir ou 
mutilar o bem; b) o proprietário somente poderá reparar, pintar ou restaurar após 
a devida autorização do Poder Público; c) obrigação de conservar o bem e, não 
dispondo de recursos, deverá comunicar ao órgão competente para executar as 
medidas necessárias para conservação; d) o Poder Público pode, 
independentemente de autorização, tomar a iniciativa de fazer obras de 
execução em caso de urgência; e) em caso de alienação, o Poder Público possui 
o direito de preferência; f) não há obrigatoriedade do Poder Público indenizar o 
proprietário do imóvel, exceto quando o proprietário comprovar que o 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 18 
tombamento causou-lhe prejuízo; g) em relação aos bens móveis, estes só 
poderão sair do país com autorização do Poder Público, por curto prazo, sem 
transferência do domínio e com fins de intercâmbio cultural. 
 
Atenção Futuro(a) Promotor(a) de Justiça! As coisas tombadas, que 
pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios, inalienáveis por 
natureza, só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas entidades 
(art. 11 do Decreto-Leinº 25/37. 
 
 
F MPE-RO | 2017 | FMP Concursos: O reparo de bens tombados 
dependerá apenas de notificação à autoridade competente. 
 
F 
MPE-RO | 2017 | FMP Concursos: A proibição de destruição, demolição 
ou mutilação de bens tombados implica restrições ao direito de 
propriedade, que podem ser afastadas apenas com autorização 
administrativa específica. 
F MPE-RO | 2017 | FMP Concursos: O tombamento, quando compulsório, 
dá causa ao direito de indenização do proprietário da coisa tombada. 
 
F 
MPE-RR | 2017 | CESPE (adaptada): O bem de propriedade particular 
tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional poderá 
sair do país se houver transferência de domínio. 
 
F 
MPE-GO | 2016: As coisas tombadas, que pertençam à União, aos 
Estados ou aos Municípios, podem ser alienadas a particulares, desde 
que autorizado judicialmente. 
 
 
3.2.6. DESAPROPRIAÇÃO 
 
 Procedimento pelo qual o Poder Público transfere para si a propriedade 
de terceiro, em razão de utilidade pública (conveniência do Estado), 
necessidade pública (situações de emergência) ou de interesse social 
(relativo à função social da propriedade), mediante, via de regra, o pagamento 
de indenização¸ vide art. 5º, XXIV, da CF. 
 
 Além da previsão constitucional mencionada, a Carta Magna dispõe de 
previsões específicas de desapropriações, sendo elas a desapropriação 
urbanística (art. 182, § 4º, III), a desapropriação rural (art. 184) e a 
desapropriação confiscatória (art. 204). A desapropriação urbanística 
possui caráter sancionatório ao proprietário que não promove o aproveitamento 
adequado de sua propriedade e é indenizável mediante títulos da dívida pública. 
Já, a desapropriação rural incide sobre imóveis rurais destinados à reforma 
agrária, sendo o expropriante exclusivo a União, e é indenizável mediante 
títulos da dívida agrária. Por último, a desapropriação confiscatória decorre da 
constatação de culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou exploração de 
trabalho escravo, sendo incabível qualquer tipo de indenização. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 19 
 
 
F 
MPE-GO | 2016: Os Estados-membros e os Municípios, em situações 
excepcionais, devidamente justificadas, dispõem do poder de 
desapropriar imóveis rurais, por interesse social, para efeito de reforma 
agrária, especialmente quando para fins de implementação de projetos de 
assentamento rural ou de estabelecimento de colônias agrícolas. 
F MPE-MS | 2015 | FAPEC: A desapropriação em nenhuma hipótese pode 
se dar sem justa indenização. 
 
 Em sede infraconstitucional, devemos dar destaque, também, a 
desapropriação por zona (art. 4º do Decreto-Lei nº 3.365/41). Ela abrange 
áreas contíguas necessárias ao desenvolvimento da obra realizada pela 
Administração, bem como aquelas que se valorizaram extraordinariamente em 
virtude dessa obra. 
 
 
 
F 
MPE-SC | 2016: A desapropriação por zona em razão da valorização 
extraordinária dos terrenos vizinhos se configura como especulação 
imobiliária, contrária ao atual texto constitucional que, para esses casos, 
estabelece o dever de o Poder Público valer-se da contribuição de 
melhoria. 
 
 
 Em regra, a desapropriação pode ter como objeto bem móvel ou imóvel 
(art. 2º do Dec. lei nº 3365/41), dotado de valoração patrimonial, pelas entidades 
da federação. Inclusive, bens públicos podem ser desapropriados, desde que 
a intervenção ocorra pelo ente federativo de maior abrangência territorial para o 
menos abrangente e desde que exista lei, editada pelo ente que providenciará o 
ato (art. 2º, §2º). 
 
 
F 
MPE-MS | 2015 | FAPEC: Havendo interesse público predominante, os 
Estados poderão desapropriar bens públicos federais, e os Municípios 
poderão desapropriar os Estaduais 
 
 
 O procedimento administrativo de desapropriação é composto em 
duas grandes fases: a declaratória, na qual o Poder Público manifesta a sua 
vontade de desapropriar; e a fase executória, na qual são adotadas as 
providencias para a transferência do bem. A fase declaratória começa com a 
“declaração expropriatória”. A declaração ocorre por meio de decreto do 
Chefe do Executivo, também se admitindo a iniciativa pelo Poder Legislativo (art. 
8º do Decreto-Lei 3.365/1941). Com a publicação do decreto, as autoridades 
administrativas estão autorizadas a penetrar nos prédios; tem-se o início da 
contagem do prazo para a caducidade do ato; e indicação do estado do bem 
para fins de futura indenização. Em relação à caducidade, o prazo em caso de 
declaração de utilidade pública é de 5 (cinco) anos e por interesse social é 
de 2 (dois) anos. Por sua vez, na fase executória, a transferência pode ocorrer 
na via administrativa se houver acordo entre o Poder Público e o proprietário. 
Não ocorrendo acordo, a via judicial poderá ser utilizada, na qual só se poderá 
discutir se houve vício no processo ou impugnar o valor da indenização. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 20 
 
F 
MPE-MS | 2015 | FAPEC: A desapropriação por utilidade pública deverá 
efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de dois 
anos, contados da data da expedição do respectivo decreto, e findos os 
quais este caducará. 
 
 
 Caso não subsistam os motivos que provocaram a iniciativa do processo 
expropriatório, pode o Poder Público desistir da desapropriação, inclusive no 
curso da ação judicial. O expropriado não pode opor-se à desistência, mas terá 
direito à indenização por todos os prejuízos causados pelo expropriante. 
 
 Outro ponto que merece destaque é a chamada Desapropriação 
indireta. É o fato administrativo por meio do qual o Estado se apropria de bem 
particular, sem observância dos requisitos da declaração e da indenização 
prévia. Ex.: apropriação de áreas privadas pela administração pública para a 
abertura de estradas sem processo pertinente e sem o prévio pagamento de 
indenização. Nesse caso, mesmo sendo nulo o processo de desapropriação o 
proprietário não terá direito ao retorno do bem ao seu patrimônio, só podendo 
postular em juízo a reparação pelas perdas e danos (art. 35 do Dec.-Lei). 
 
 
F 
MPE-MS | 2015 | FAPEC: A denominada “desapropriação indireta”, muito 
comum em nosso país, é uma espécie de desapropriação de fato, 
permitida pela legislação brasileira, indenizável em até cinco anos. 
 
 
 Outra figura importante é a tredestinação. Ocorre quando o Poder 
Público expropriante dá ao bem desapropriado uma destinação diferente da 
prevista inicialmente. Pode ser lícita ou ilícita. A primeira ocorre quando há a 
manutenção do interesse público. Ex.: desapropriação para a construção de 
uma escola e no lugar é construído um hospital. Já, a segunda ocorre quando 
há o desvio de finalidade e a não observância ao interesse público, ao que a 
desapropriação será considerada nula com direito a reintegração do bem. 
 
Por fim, a retrocessão é a reversão do procedimento expropriatório 
devolvendo-se o bem ao antigo dono, pelo preço atual, se não lhe for atribuída 
uma destinação pública, vide art. 519 do Código Civil. 
 
 
 
V 
MPE-MG | 2017 | CESPE (adaptada): Concluído determinado processo 
de desapropriação, com o pagamento integral do valor e a incorporação 
do bem ao patrimônio do poder público, este decidiu devolver o bem 
expropriado ao antigo dono, por não lhe ter sido atribuída a destinação 
prevista no decreto expropriatório nem qualquer outra destinação pública. 
Essa reversão do procedimento expropriatório é denominada retrocessão. 
 
 
Quanto aos juros compensatórios na desapropriação, o STF julgou o 
mérito da ADI 2332/DF e fixou importantes orientações sobre o tema (STF. 
Plenário. ADI 2332/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/5/2018). 
Assim, o STF: 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 21 
 Julgou constitucional o percentual de juros compensatórios previsto no 
art. 15-A, caput, fixado em 6% aoano, para remuneração do 
proprietário pela imissão provisória do ente público na posse do bem; 
e julgou inconstitucional a expressão “até” (até 6%); 
 Conferiu interpretação conforme a Constituição art. 15-A, caput, para 
entender que os juros compensatórios devem incidir sobre a diferença 
entre 80% do preço ofertado em juízo pelo ente público e o valor do 
bem fixado na sentença; 
 Julgou constitucional o art. 15-A, §1.º, que estabelece que os juros 
compensatórios destinam-se apenas a compensar a perda de renda 
comprovadamente sofrida pelo proprietário, condicionando o 
pagamento dos juros compensatórios a comprovação dessa perda de 
renda; 
 Julgou constitucional o art. 15-A, §2.º, que dispõe não serem devidos 
juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da 
terra e de eficiência na exploração iguais a zero; 
 Julgou constitucional o art. 15-A, §3.º, estendendo as regras e 
restrições de pagamento dos juros compensatórios à desapropriação 
indireta; 
 Declarou inconstitucional o art. 15-A, §4º; 
 Declarou constitucional os parâmetros mínimos (0,5%) e máximo (5%) 
para a concessão de honorários advocatícios 
 Declarou a inconstitucionalidade da expressão “não podendo os 
honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil 
reais)”, contida no art. 27, §1.º. 
 
Em decisão de maio de 2018, o STJ firmou entendimento no sentido de 
que, nas ações de desapropriação por interesse social para fins de reforma 
agrária, descabe a restituição, pelo expropriado sucumbente, de honorários 
periciais aos assistentes técnicos do INCRA e do MPF (STJ. 1ª Turma. REsp 
1.306.051-MA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 08/05/2018). 
 
 
QUESTÃO INÉDITA 
 
No que se refere às modalidades de intervenção na propriedade privada, é 
correto afirmar: 
 
a) Nas servidões administrativas, o Poder Público deverá sempre indenizar o 
proprietário do imóvel. 
b) A servidão administrativa produzirá efeito erga omnes mesmo sem a 
inscrição no Registro e Imóveis. 
c) Através da limitação administrativa, o Poder Público impõe a proprietários 
determinados obrigação de fazer ou de não fazer, com o fim de que a 
propriedade atenda a sua função social. 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 22 
d) Antes de alienar o bem tombado, o proprietário deve notificar o Estado e o 
Município para exercerem, dentro de vinte dias, seu direito de preferência. 
e) Constatada a desapropriação indireta, o ex-proprietário não poderá reaver 
o seu patrimônio, apenas postular em juízo reparação pelas perdas e danos 
causados pelo expropriante. 
 
Comentários: 
 
a) FALSO – a indenização só será devida pelos danos ou prejuízos que o uso 
por parte do Poder Público efetivamente causar; 
b) FALSO – por constituírem direito real de uso em favor do Estado, devem 
ser inscritas no Registro de Imóveis para produção de efeitos erga omnes; 
c) FALSO – as limitações administrativas consistem em determinações de 
caráter geral destinadas a proprietários indeterminados; 
d) FALSO – o proprietário que pretende alienar o bem também deve notificar 
a União. Além disso, o prazo para exercício do direito de preferência é de trinta 
dias; 
e) VERDADEIRO 
 
 
 
Intervenção do 
Estado na 
Propriedade 
Privada 
Toda a atuação estatal que, consoante lei, vise ajustar 
a propriedade aos moldes da sua função social. 
Servidão 
Administrativa 
Autoriza o Estado usar a propriedade imóvel de 
particular para permitir a execução de obras e serviços 
de interesse coletivo. Constitui um direito real público. 
Requisição Autoriza o Poder Público utilizar bens móveis, imóveis 
e serviços particulares em situação de perigo público 
iminente. 
Ocupação 
Temporária 
O Estado usa, temporariamente, imóveis privados, 
como meio de apoio à execução de obras e serviços 
públicos. 
Limitações 
Administrativas 
Determinações de caráter geral, por meio das quais o 
Estado impõe a proprietários indeterminados 
obrigações. 
 
Tombamento 
Através deste que o Poder Público visa proteger o 
patrimônio cultural brasileiro, podendo recair sobre 
bairros, cidades, bens imóveis ou bens móveis. 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 23 
 
 
 
 
Desapropriação 
Procedimento pelo qual o Poder Público transfere para si 
a propriedade de terceiro, em razão de utilidade 
pública, necessidade pública ou de interesse social 
mediante, via de regra, o pagamento de indenização¸ 
vide art. 5º, XXIV, da CF. 
 
Desapropriação urbanística: possui caráter 
sancionatório ao proprietário que não promove o 
aproveitamento adequado de sua propriedade. 
 
Desapropriação rural: incide sobre imóveis rurais 
destinados à reforma agrária ou fim compatível com a 
política agrícola e fundiária. 
 
Desapropriação confiscatória: decorre da constatação 
de culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou exploração 
de trabalho escravo. 
 
4. AGENTES PÚBLICOS 
 
4.1. INTRODUÇÃO 
 
São todas as pessoas que exercem uma função como representantes do 
Estado, podendo ser remunerada ou gratuita. Abrange os agentes políticos, 
agentes particulares colaboradores e servidores públicos. Neste capítulo, 
focaremos nas regras atinentes aos servidores públicos. 
 
Servidores públicos são todos os agentes que, em razão de relação de 
trabalho, integram o quadro funcional das pessoas federativas, das autarquias 
e das fundações públicas de natureza autárquica. 
 
Eles estão sujeitos a determinados regimes jurídicos, sendo os 
principais o estatutário, o trabalhista e o especial. O primeiro estabelece 
regras básicas que devem estar contidas em lei ou atos administrativos, tendo 
natureza legal, devendo obedecer aos mandamentos constitucionais dos 
servidores. O regime trabalhista constitui-se das normas que regulam a relação 
jurídica trabalhista (CLT). A denominação regime de emprego público nada 
mais é do que a aplicação do regime trabalhista comum à relação entre a 
Administração e o servidor, destacando-se a Lei nº 9.962/00 que incide sobre o 
âmbito da Administração federal. O regime especial visa disciplinar a categoria 
dos servidores temporários, os quais serão admitidos em frente à necessidade 
temporária de excepcional interesse público, nos casos estabelecidos por lei (art. 
37, IX). 
 
 
V 
MPE-GO | 2016: A expressão emprego público é utilizada para identificar 
a relação funcional trabalhista, ressaltando-se que o empregado público 
tem função, mas não ocupa cargo. 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 24 
 
V 
MPE-MT | 2014: A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo 
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional 
interesse público. 
 
4.2. ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL 
 
4.2.1. QUADRO FUNCIONAL, CARGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS 
 
Quadro funcional é o conjunto de carreiras, cargos isolados e funções 
públicas remuneradas integrantes de uma mesma pessoa federativa ou de seus 
órgãos, espelhando o quantitativo de servidores públicas da Administração. 
 
Cargo público é o lugar dentro da organização funcional da 
Administração que é ocupado por servidor público, o qual possui funções 
específicas e remuneração fixada em lei. Por sua vez, a função pública é a 
atribuição pública, constituindo nas tarefas que são objeto dos serviços 
prestados pelos servidores. Nesse sentido, é válido afirmar que todo cargo tem 
função, mas nem toda função pressupõe a exigência do cargo. 
 
Nessa mesma esteira, é de se considerar que não pode ser instituído 
cargo com funções aleatórias ou indefinidas, sendo caracterizado desvio de 
função o servidor que cumpre funções relativas a outro cargo que não ocupa 
efetivamente. Apesar do desvio, em regra, não poder ser convalidado, é cabível 
indenização ao servidor (Súmula 378 do STJ). 
 
 
 
V 
MPE-GO | 2013: O desvio de função ocorrido em data posterior à 
promulgação da Constituição da República de 1988,embora não enseje 
reenquadramento, legitima a percepção, como indenização, da diferença 
das remunerações, sob pena de enriquecimento sem causa do Estado. 
 
Os cargos podem se agruparem em três categorias, quais sejam os 
vitalícios, efetivos e em comissão. Os vitalícios são aqueles que destinam 
maior garantia de permanência a seus ocupantes, ao que somente podem perdê-
los através de processo judicial (art. 95, I, CF), a exemplo dos magistrados. Os 
efetivos são aqueles que também possuem caráter de permanência, ao que a 
perda do cargo só poderá ocorrer, após a aquisição da estabilidade, se houver 
sentença judicial transitada em julgado ou processo administrativo que faculte a 
ampla defesa e avaliação negativa de desempenho (art. 41, §1º, da CF). Por sua 
vez, os cargos em comissão são de ocupação temporária, sendo seus titulares 
nomeados em função da relação de confiança entre estes e o nomeante. É 
dispensada a aprovação prévia em concurso e a exoneração é despida de 
qualquer formalidade especial (art. 37, II, CF). As funções de confiança apenas 
se destinam às atribuições de chefia, direção e assessoramento (art. 37, V, da 
CF), devendo ser exercidas, exclusivamente, por servidores ocupantes de cargo 
efetivo, e os cargos em comissão. 
 
 
F 
MPE-MG | 2014: A perda do cargo dar-se-á em virtude de sentença 
judicial, ainda que facultado o aviamento de recursos especial e/ou 
extraordinário. 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 25 
 
 
V 
MPE-SC | 2014: As funções de confiança, exercidas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargos efetivos, e os cargos em comissão, a 
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições 
de direção, chefia e assessoramento. 
 
F 
MPE-MA | 2014: É de eficácia plena a norma constitucional que estabelece 
percentual mínimo de cargos em comissão e funções de confiança a serem 
providos por servidores de carreira; 
 
4.2.2. PROVIMENTO 
 
Provimento é o fato administrativo em que determinado cargo público é 
preenchido. O art. 8º da Lei 8.112/90 enumera as seguintes formas: nomeação, 
promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e 
recondução. Nomeação é uma forma de provimento originário, ao que em se 
tratando de cargo vitalício ou efetivo deve ser precedida de concurso público, 
diferentemente dos cargos em comissão. A promoção ocorre quando o servidor 
assume cargos sucessivos e ascendentes, podendo ocorrer por antiguidade ou 
merecimento. A readaptação ocorre quando o servidor passa a ocupar cargo 
diferente do que ocupava em razão de limitação física ou psíquica. A 
recondução acontece quando o servidor retorna ao cargo estável que ocupava 
anteriormente em razão de inabilitação em estágio probatório ou pela 
reintegração de outro servidor ao cargo do qual teve que se afastar. Por sua vez, 
a reintegração ocorre quando o servidor estável, demitido, tem invalidada a 
demissão por decisão administrativa ou judicial, retornando ao cargo de origem. 
A reversão consiste no retorno à ativa do servidor aposentado, podendo ser de 
ofício (inexistência dos motivos da aposentadoria) ou a pedido (cumprimento dos 
requisitos e interesse da administração). Por último, o aproveitamento é o 
retorno do servidor posto em disponibilidade a um cargo com atribuições e 
vencimentos compatíveis com o anterior. 
 
 
 
V 
MPE-RS | 2014 | MPE-RS: Denomina-se reversão a situação em que 
servidor público aposentado pode voltar ao serviço público quando assim 
o solicitar, ou quando determinado o retorno pela entidade a que se ligava, 
dado que insubsistentes os motivos da aposentação ou por não mais 
subsistirem determinantes de sua aposentadoria 
 
4.3. REGIME CONSTITUCIONAL 
 
4.3.1. CONCURSO PÚBLICO 
 
É o procedimento administrativo que tem como fim aferir aptidões e 
selecionar os melhores candidatos ao provimento de cargos e funções. Nesse 
sentido, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação em 
concurso público de provas ou provas e títulos (art. 37, II, da CF). 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 26 
 
O STF baniu das formas de investidura admitidas pela Constituição a 
ascensão e a transferência que são formas de ingresso em carreira diversa 
daquela para o qual o servidor ingressou mediante concurso (Súmula nº 43). 
 
 
V 
MPE-PR | 2016: É inconstitucional toda modalidade de provimento que 
propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso 
público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira 
na qual anteriormente investido. 
 
Em regra, se o edital de determinado concurso público previu certo 
número de vagas, a Administração deve assegurar direito subjetivo à 
nomeação a todos aqueles que foram aprovados na quantidade prevista, 
consistindo a falta de nomeação uma situação excepcional em que o órgão 
público deverá comprovar, de forma fundamentada, a sua omissão. Segundo o 
STF, a nomeação dentro da referida quantidade integra o princípio da 
segurança jurídica. Atente-se Futuro(a) Promotor(a) de Justiça! O candidato 
aprovado fora do número de vagas poderá adquirir direito à nomeação, caso 
aquele que foi aprovado dentro daquelas houver desistido! 
 
 
F 
MPE-GO | 2016: A mera desistência de candidato classificado dentro do 
número de vagas previsto não rende ensejo à nomeação de candidato 
inicialmente aprovado em colocação além do número de vagas previstas 
no edital. 
 
Ademais, entende o STF que o exercício precário, por meio de 
provimento de cargo em comissão ou celebração de contrato de 
terceirização, de atribuições próprias do servidor de cargo efetivo para o 
qual há vagas e concurso público vigente configuraria preterição dos 
candidatos aprovados, ainda que em número excedente às vagas 
inicialmente previstas no edital. Caso comprovado que o número de 
contratações precárias alcança a posição ocupada por determinado candidato 
no momento da aprovação no respectivo certame, ficaria caracterizada a 
preterição e garantido o direito subjetivo à nomeação (STF, ARE-AgR 
971.251/PI, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 09/08/2016). 
 
Importante destacar que, de acordo com o entendimento do STJ, a 
nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público não gera 
direito à indenização, ainda que a demora tenha origem em erro reconhecido 
pela própria Administração Pública (STJ, 1ª Turma, REsp 1.238.344-MG, Rel. 
Min. Sérgio Kukina, j. 30/11/2017). 
 
De acordo com o STF, sendo a posse determinada por decisão judicial 
em momento posterior ao devido (posse tardia), o servidor, em regra, não fará 
jus à indenização por não ter sido investido anteriormente, salvo situação de 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 27 
arbitrariedade flagrante (STF, Plenário, RE 724.347/DF, rel. orig. Min. Marco 
Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, j. 26/2/2015). 
 
É válido destacar que, segundo o STJ, a Administração deve convocar o 
candidato aprovado por meio de intimação pessoal, quando há tempo razoável 
entre o resultado e a convocação, sendo ilícito exigir do candidato que 
acompanhe o órgão oficial de imprensa (RMS 24.716/BA). 
 
 
 
F 
MPE-AC | 2014 | CESPE: Caso se determine, no edital de concurso, que 
as comunicações com os candidatos devam ocorrer unicamente por meio 
da imprensa oficial, é possível exigir que o candidato acompanhe 
diariamente, no diário oficial, qualquer referência ao seu nome durante a 
vigência do concurso. 
 
Não é possível a convalidação de ato de nomeação para cargo ou 
contratação para emprego público sem a precedência de aprovação em 
concurso público. Nesse sentido, o STF não admite a aplicação da “teoria do 
fato consumado”, para que se mantenha no cargo a pessoa que não tenha sido 
aprovada em concurso público ou tenha tomado posse por força de decisão 
judicialprovisória, posteriormente desconstituída ou ineficaz (RE 608.482/RN). 
 
 
F 
MPDFT | 2015: A teoria do fato consumado é amplamente adotada no 
Direito Administrativo, sobretudo em matéria de concursos públicos, a par 
de proteger a confiança legítima e a segurança jurídica, ambas, garantias 
fundamentais dos candidatos. 
 
No âmbito dos concursos tem-se a reserva de vagas destinadas a 
pessoas com deficiência (art. 37, VIII, da CF). Essa reserva de cargos e 
empregos públicos encontra-se disciplinada no § 2º do art. 5º da Lei 8.112/90, 
ao que é garantido o percentual de 20% das vagas oferecidas. 
 
 
 
V 
MPE-MG | 2014: A legislação reservará percentual dos cargos e empregos 
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios 
de sua admissão; estabelecerá os casos de contratação por tempo 
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional 
interesse público. 
 
Acerca da tematica “concurso publico” ainda vale destacar a recente 
jurisprudencia (Info 924) do STF a qual aborda a excecao a regra de que ‘os 
candidatos em concurso publico não possuem direito a prova de segunda 
chamada nos testes de aptidao fisica em razao de circunstancias pessoais’, qual 
seja: as gestantes pois essas, com base no principio da isonomia, possuem o 
direito a remarcacao do teste de aptidao fisica em caso de gravidez a epoca de 
sua realizacao. (RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux) 
 
4.3.2. REMUNERAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS 
 
A remuneração dos servidores públicos e o subsídio dos detentores de 
mandato eletivo, Ministro de Estado e os Secretário Estaduais e Municipais, 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 28 
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a 
iniciativa privativa, assegurada a revisão geral anual (art. 37, X, da CF). 
 
Em linhas gerais, para os cargos do Poder Executivo Federal, a iniciativa 
das leis para fixação ou alteração da remuneração é privativa do Presidente 
da República (CF, art. 61, § 1º, II, “a”); para os cargos da Câmara dos Deputados 
e do Senado é da respectiva casa (CF, art. 51, IV); para o STF e Tribunais 
Superiores e aos Tribunais de Justiça compete ao Poder Legislativo respectivo 
(CF, art. 48, XV e art. 96, II, b). Atenção Futuro(a) Promotor(a) de Justiça! A 
competência para fixar o subsídio dos deputados federais, senadores, 
Presidente e Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, é do 
Congresso Nacional, sem sansão ou veto do Presidente (CF, art. 49, VII e VIII). 
 
 
 
V 
MPE-MA | 2014: Compete ao legislativo dispor sobre criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus 
serviços, bem como a iniciativa de lei para fixação da respectiva 
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de 
diretrizes orçamentárias; 
 
Os incisos XVI e XVII do art. 37 da CF veda a acumulação remunerada 
de cargos, funções e empregos públicos, exceto quando houver 
compatibilidade de horário e os seguintes casos: a) dois cargos de professor; b) 
um cargo de professor com outro, técnico ou científico; c) a de dois cargos ou 
empregos privativos de profissionais de saúde. Ademais, temos: d) servidor 
investido no mandato de vereador (art. 38, III, da CF); e) juízes e membros do 
Ministério Público que exercem magistério (art. 95, parágrafo único, I, e art. 128, 
§ 5º, II, “d”, ambos da CF); f) profissionais de saúde das Forças Armadas (art. 
142, § 3º, II, III e VIII). A proibição abrange autarquias, fundações, empresas 
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. 
 
 
 
 
F 
MPE-SC | 2014: Ao servidor público é vedado o exercício cumulativo e 
remunerado de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade 
de horários, o de dois cargos de professor; o de um cargo de professor 
com outro, técnico ou científico; e o de dois cargos privativos de 
profissionais da saúde. A proibição de acumular é extensiva a empregos 
e funções e se limita à Administração Direta, às autarquias e às 
fundações. 
 
4.3.3. SERVIDORES EM EXERCÍCIO DE MANDATOS ELETIVOS 
 
Você candidato deve ficar atento às disposições do art. 38 da CF que trata 
de situações relacionadas à acumulação de cargos e remunerações de 
servidores públicos das Administrações Diretas, autarquias e fundações públicas 
eleitos para mandatos eletivos nos Poderes Executivos ou Legislativo. Registre-
se que nas hipóteses de afastamento do servidor, seu tempo de exercício de 
mandato eletivo é contado como tempo de serviço para todos os efeitos legais, 
salvo promoção por merecimento. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 29 
No que diz respeito a acumulacao de cargos, e necessario ter em mente 
o que foi proferido pelo STJ em seu Ingo 632: “a acumulacao de cargos publicos 
de profissionais da area de saude, prevista no artigo 37, XVI, da CF/88, não se 
sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, 
pois inexiste tal requisito na Constituicao Federal. O único requisito estabelecido 
para a acumulacao e a compatibilidade de horarios no exercicio das funcoes, 
cujo cumprimento devera ser aferido pela Admnistracao Publica.” (Resp 
1.746.784-PE) 
 
 
V 
MPE-MG | 2014: Em qualquer caso que exija o afastamento para o 
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para 
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. 
 
 
QUESTÃO INÉDITA 
 
Sobre os regramentos pertinentes aos agentes públicos, assinale a alternativa 
correta. 
 
a) Os cargos de provimento em comissão são aqueles de livre escolha, 
nomeação e exoneração, de caráter provisório, destinando-se às atribuições 
de direção, fiscalização, chefia, assessoramento, podendo recair ou não em 
servidor efetivo do Estado. 
b) A lei não pode criar cargos em comissão para substituir outros de caráter 
permanente. 
c) A insuficiência de servidores na unidade administrativa justifica o desvio de 
função. 
d) Para os candidatos aprovados além do número certo de vagas, o fato de 
surgirem novos cargos vagos durante o prazo de validade do certame ou, até 
mesmo, de ser aberto um novo concurso para o mesmo cargo origina, por si 
só, direito subjetivo à nomeação. 
e) A fixação de vencimentos dos servidores públicos pode ser objeto de 
convenção coletiva. 
 
Comentários: 
 
a) FALSO – segundo o art. 37, V, da CF destina o cargo em comissão às 
funções de chefia, direção e assessoramento; 
b) VERDADEIRO – as funções administrativas dos cargos em comissão estão 
especificadas no art. 37, V, da CF; 
c) FALSO – o STJ tem rejeitado a alegação de insuficiência de servidores na 
unidade administrativa para a designação de servidor para exercício de função 
diversa para o cargo que foi nomeado (RMS nº 37.248/SP); 
d) FALSO – Segundo o STF esses fatos não geram automaticamente o direito 
à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 30 
ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da 
administração; 
e) FALSO – O STF entende que a negociação coletiva é incompatível com o 
regime estatutário (Súmula 679). 
 
 
Conceito e 
Abrangência 
São todas as pessoas que exercem uma função 
como representantes do Estado. Abrange os agentes 
políticos, agentes particulares colaboradores e 
servidores públicos. 
Regimes 
Jurídicos 
Estatutário, trabalhista e especial. 
Quadro 
Funcional 
Conjunto de carreiras, cargos isolados e funções 
públicas remuneradas integrantes de uma mesma 
pessoa federativa ou de seus órgãos. 
Cargo Público Lugar dentro da organização funcional da Administração 
que é ocupado por servidor público, o qual possui 
funções específicas e remuneração fixada em lei 
Função 
Pública 
Constitui nas atribuições destinadas aos agentes 
públicos. 
Provimento

Continue navegando