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Trichuris trichiura

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Laís Kemelly – UNIME 2019.2 
Características Gerais 
O Trichuris trichiuria é um nematódeo, ou seja, possui o 
corpo cilíndrico e dividido em porção posterior e anterior. 
São mais prevalentes em regiões com clima quente e 
úmido (regiões tropicais e subtropicais) e com condições 
sanitárias precárias. 
Os vermes adultos têm forma semelhante a um chicote. 
A tricuríase que eles causam é uma doença 
geohelmíntica, ou seja, assim como a ascaridíase e a 
esquistossomose, o agente etiológico precisa de uma fase 
no meio externo para completar seu ciclo. 
É uma doença cosmopolita, ou seja, disseminada em todo 
o globo, apesar de ter como preferência os locais 
tropicais e subtropicais. 
Os vermes apresentam dimorfismo sexual: há um verme 
macho e uma fêmea. Possuem de 3 a 5cm, sendo que o 
macho geralmente é menor. 
Morfologia 
VERME ADULTO: forma intestinal 
→ Porção anterior, voltada para a mucosa intestinal 
↳Abertura bucal desprovida de lábios. 
↳ Esôfago, no formato de um tubo delgado que 
constitui 2/3 do comprimento total do verme. 
Também apresenta as células glandulares 
(esticócitos). 
 
 
→ Porção posterior, voltada para o lúmen 
↳ Sistema reprodutor simples: a localização da 
região favorece a cópula e ovoposição. 
↳ Intestino 
↳ Ânus, próximo à cauda 
Falinhas 
Ou seja, a parte anterior, responsável pela alimentação, 
está aderida à mucosa intestinal, possibilitando que o 
bandido utilize o bolo fecal do hospedeiro para 
alimentação. Além disso, os esticócitos (células 
granulares presentes no esôfago) liberam uma enzima 
que cliva proteoliticamente os eritrócitos, que também 
fazem parte da alimentação do verme. 
A parte posterior está estrategicamente voltada para 
o lúmen, permitindo que a fêmea realize a ovoposição e 
que esses ovos possam ser liberados nas fezes do 
indivíduo, mantendo a transmissibilidade. 
OVOS: forma ambiental 
Possuem formato elíptico 
São operculados: cada 
extremidade possui poros 
salientes e transparentes, 
preenchidos por material 
lipídico, que não permite o 
contato do ovo com o meio 
externo e favorece sua sobrevivência. 
Sua casca possui 3 camadas distintas: lipídica externa, 
quitinosa intermediária e vitelínica interna. 
Eles podem sobreviver até 5 anos em ambiente externo. 
A evolução para o estágio embrionário (contendo a larva) 
depende de condições ideais de temperatura (20° - 30°) 
 
 
 
Laís Kemelly – UNIME 2019.2 
Ciclo Biológico 
 
O ciclo é caracterizado como monóxeno, porque ocorre 
em um único hospedeiro: o homem. 
1. Liberação dos ovos não-embrionados nas fezes 
para o ambiente. 
Eles são caracterizados como não-embrionados porque 
ainda não contém a larva. Esse é o estágio diagnostico da 
doença e é possível identificar a carga parasitária por 
meio de testes específicos. 
2. e 3: Desenvolvimento do embrião 
Esse processo ocorre em um período variável, sendo que 
quanto maior a temperatura, mais rápida é a evolução 
para o estágio embrionário. Por conta das características 
que conferem resistência ao ovo, ele pode permanecer 
no ambiente por até 5 anos nesse estágio. 
Entretanto, quando a umidade relativa é inferior a 77%, 
os ovos não conseguem sobreviver, pois são sensíveis à 
dessecação. 
4. O ovo embrionado é ingerido 
Essa é a fase infectante da doença, na qual o hospedeiro 
adquire a doença por meio dos mecanismos de 
transmissão (fecal x oral, mecânica). 
Os sucos gástrico e pancreático digerem a casca do ovo 
e liberam a larva no intestino delgado. 
5. Larvas liberadas no TGI 
As larvas penetram no epitélio da mucosa intestinal pela 
base das criptas, permanecendo nelas de 5 a 10 dias. 
Depois seguem pelo lúmen até a região cecal, onde 
completam seu desenvolvimento. (a penetração inicial 
pode acontecer em qualquer região do intestino, mas é 
mais prevalente no intestino grosso) 
Na região do ceco, as larvas migram por dentro das 
células, em direção ao lúmen intestinal. Nessa migração, 
elas acabam formando lesões na superfície epitelial da 
mucosa, o que se relaciona com os sintomas que serão 
citados posteriormente. 
Elas passam pelas fases de maturação larval, ocorre a 
diferenciação dos esticócitos e do órgão genital. 
6. Vermes adultos parasitando o intestino 
Lembrando que: porção anterior = epitélio da mucosa, 
porção posterior = lúmen intestinal. 
Ocorre a ovoposição e eliminação dos ovos pelas fezes. 
A fêmea elimina de 3000 a 20000 ovos por dia e pode 
permanecer do TGI por até 8 anos. 
A quantidade de ovos eliminada associada ao grande 
período de permanência, bem como a resistência dos 
ovos no ambiente são importantes para a disseminação 
da doença. 
Transmissão 
Via fecal x oral 
É a principal via de transmissão, ocorre pela ingestão de 
água e alimentos contaminados com os ovos (indireta) ou 
pela ausência de higiene após o contato com fonte de 
infecção (direta). 
O uso de adubo com fezes humanas contaminadas é um 
exemplo da transmissão indireta. 
Exemplo da direta: quando a pessoa vai ao banheiro e não 
lava as mãos, pode acabar levando essas mãos 
contaminadas à boca. 
 
Laís Kemelly – UNIME 2019.2 
 
Mecânica 
Quando moscas ou formigas entram em contato com as 
fezes contaminadas e depois passam pela comida. 
Patogenia 
A tricuríase geralmente é assintomática e a gravidade da 
doença depende da carga parasitária, além da idade e 
estado nutricional do hospedeiro. 
O período de incubação da doença compreende o tempo 
entre a eclosão dos ovos e o fim do desenvolvimento do 
verme adulto, com duração variável. 
Todos os indivíduos são suscetíveis a contrair a doença, 
mas os quadros tendem a ser mais graves em crianças. 
A migração da larva causa lesões na mucosa intestinal e 
o organismo desenvolve uma resposta imune inflamatória 
na tentativa de combate-las. 
↳ Inflamação da mucosa intestinal 
↳ Aumento da motilidade intestinal: as citocinas 
liberadas induzem esse processo. 
↳ Eosinofilia: os anticorpos que agem contra 
parasitas 
Infecção leve 
↳ Geralmente assintomática 
↳ Sintomatologia intestinal discreta 
Infecção moderadada 
↳ Dores de cabeça 
↳ Dor epigástrica 
↳ Diarreia 
↳ Náusea 
↳ Vômitos 
Infecção grave 
Anemia microcítica: os vermes se alimentam dos 
eritrócitos do hospedeiro 
Perda de peso 
Desidratação 
Tenesmo associado à constipação (sensação de que não 
evacuou completamente) 
Prolapso retal: o estímulo para a defecação ocorre 
mesmo com a ausência de fezes devido à inflamação do 
reto causada pelas larvas. Isso faz com que a tonicidade 
do músculo seja perdida. Muito comum em crianças. 
Esforço continuado da defecação causado por alterações 
locais. É reversível de forma manual ou cirúrgica. 
 
Diagnóstico 
Clínico 
Como a doença tem sintomas inespecíficos, é muito difícil 
confirmar o diagnóstico apenas de forma clínica. 
Geralmente vem associado com exames laboratoriais ou 
parasitológicos. 
Parasitológico 
Lutz ou Hoffman -> exame qualitativo, visualização de 
fezes em microscópio 
Laís Kemelly – UNIME 2019.2 
Exame de Faust -> qualitativo, dilui fezes em água 
destilada e leva para observação em microscópio 
Método de Kato-Katz -> quantitativo, mais realizado 
porque além de indicar presença ou não da doença, 
permite análise da carga viral. 
Laboratorial 
Hemograma -> eosinofilia, anemia microcítica. 
Tratamento 
O tratamento é farmacológico com o objetivo de 
eliminar o parasita. 
Mebendazol 
Pode ser utilizado em qualquer idade/peso, tem poucos 
efeitos adversos e é a primeira opção de tratamento 
Impede que a glicose seja absorvida pelo nematelminto. 
Albendazol 
Contra-indicado para gestantes, impede a absorção da 
glicose pelo Trichuris. 
Pomoato de Pirantel 
A dose é de acordo com o peso e idade do paciente, atua 
inibindo a AcetilCoA. 
O prolapso retal é tratado com o uso de fármacos e a 
reinserção do reto, que pode ser realizada por meio 
manual ou cirúrgico.

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