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Resumo 1 bimestre penal aplicado

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Camila Regiani Ricardo de Oliveira – Direito – UNIARA
Resumo – Direito Penal Aplicado – 1° Bimestre – Prof. Silvio Maciel
* Fases do Processo Penal:
A) Fase Investigatória: fase que antecede o processo. É a parte da investigação. Ex: inquérito policial. O MP tem poder de investigar. Nessa fase há 12 peças cabíveis. 
OBS: Prisão em flagrante, prisão preventiva e prisão temporária são as três espécies de prisões provisórias admitidas no Brasil. 
1) Pedido de Relaxamento de Prisão em Flagrante: só cabe em uma situação: quando tiver prisão em flagrante ilegal. Tem finalidade de combater a prisão provisória (prisão em flagrante). A tese tem que ter coerência com a peça. A ilegalidade pode ser formal (defeito no auto de prisão. Ex: faltou ouvir o réu ou testemunha) ou material (Ex: não havia situação de flagrância). 
- A prisão em flagrante ocorre nas seguintes hipóteses: Art. 302, CPP: Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. O flagrante tem que ser comunicado ao juízo em 24 horas e o juiz tomará uma providencia acerca da prisão. Em tese, ninguém pode permanecer em prisão em flagrante por mais de 24 horas. 
- A prisão em flagrante terá ilegalidade formal (Art. 304, 305 e 306, CPP. Tem que ouvir o preso e todas as pessoas que fizeram parte do flagrante. Ademais, tem que fazer a nota de culpa que é um relatório dizendo que o preso foi detido por determinado artigo. Se não realizar esses procedimentos, o flagrante é ilegal) ou material (tem que se enquadrar em alguma hipótese do art. 302, CPP). 
2) Pedido de Liberdade Provisória: só cabe em uma situação: quando tiver prisão em flagrante legal. Tem finalidade de combater a prisão provisória (prisão em flagrante). Tem que alegar que mesmo flagrante sendo legal, não tem porque ficar preso. Hoje o juiz pode dar liberdade provisória com ou sem medidas cautelares (estão presentes no art. 319, CPP). OBS: A liberdade provisória pode ser decretada com ou sem medidas cautelares. 
- Fiança: o CPP diz quais são os crimes inafiançáveis, sendo que, fora esses casos, cabe fiança. Art. 323, CPP: Não será concedida fiança: I - nos crimes de racismo; II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. Art. 324, CPP: Não será, igualmente, concedida fiança: I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; II - em caso de prisão civil ou militar; IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva. Não haverá fiança se houver excludente de ilicitude, se o preso for pobre ou para crimes inafiançáveis. Se o delegado não der a fiança, o juiz pode dar se entender necessária. 
3) Pedido de Revogação da Prisão Preventiva ou de Prisão Temporária: NÃO pode usar o termo relaxamento, pois esse termo usa apenas para a prisão em flagrante. Só cabe em uma situação: quando a prisão temporária ou preventiva for ilegal. Quando há a prisão preventiva ou temporária for legal, será o único caso em que há exceção legítima ao princípio da presunção da inocência. Quando a prisão preventiva ou temporária for legal, não cabe nenhuma peça. 
	
	Legal
	Ilegal
	Flagrante
	Liberdade Provisória
	Relaxamento da Prisão
	Preventiva
	X
	Revogação da Prisão
	Temporária
	X
	Revogação da Prisão
Quando qualquer dessas peças for negada pelo juiz, cabe Habeas Corpus e o HC pode ser enviado até o STF e o STJ, se for o caso. 
- A prisão temporária é regida pela Lei 7960/89. Tem prazo de 05 dias prorrogado por mais 05 dias. Serve para dar tempo à acusação para buscar indícios do crime. Geralmente, a prisão temporária é convertida em preventiva. 
- A prisão preventiva não tem prazo determinado. Ocorre quando há vários indícios de autoria e materialidade do crime, ou seja, as provas estão latentes no processo. 
4) Razões de Defesa/Quesitos: o Art. 7°, do Estatuto da OAB foi alterado (janeiro de 2016), sendo acrescentado um inciso possibilitando a defesa escrita na fase do inquérito policial. Art. 7º São direitos do advogado: XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos. Tal defesa serve para evitar que seja feita ação contra o réu. Além disso, também abriu a possibilidade de que o advogado apresente quesitos na defesa que serão respondidos no laudo pericial na fase de inquérito policial. 
5) Requerimento/Representação para Instauração de Inquérito Policial: cabível sempre que estiver diante da prática de um crime, independentemente qual seja. Art. 5o, CPP: Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. Se for crime de ação penal pública incondicionada faz requerimento. Se for crime de ação penal pública condicionada à representação faz representação. Se for crime de ação penal privada faz requerimento. Se o delegado indeferir o pedido de instauração de inquérito policial, cabe recurso administrativo para o chefe de polícia (Art. 5o, CPP: § 2o  Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.). O chefe de polícia é o superior ao delegado que indeferiu o pedido. Teoricamente, também cabe mandado de segurança, porém é difícil provar o direito líquido e certo. 
6) Pedido de Sequestro de Bens: é uma medida cautelar patrimonial que garante à vítima o ressarcimento posterior. O STF já decidiu que na sentença criminal o juiz pode fixar dano moral e dano material. O CPP permite o sequestro de produto do crime. Já o CP autoriza o sequestro subsidiário, ou seja, se não achar o produto do crime, pode sequestrar bens lícitos do criminoso para ressarcir o prejudicado. A lei do bem de família fiz que não há bem de família para indenização criminal, ou seja, pode penhorar o imóvel em que reside. Essa ação serve para garantir o ressarcimento da vítima e a responsabilidade civil. 
7) Pedido de Explicação em Juízo: é uma medida preparatória cabível para ação penal de crime contra honra quando a ofensa não é clara, ou seja, a vítima não tem certeza se foi ou não ofendida. Nessa peça, a vítima pede para que o autor explique o que ele quis dizer com a ofensa. Não é uma medida obrigatória, pois se não quiser pode ingressar com ação sem o pedido de explicações. Embora seja uma peça da fase investigativa, deve ser endereçada e realizada em juízo. 
8) Pedido de Restituição de Coisas Apreendidas: durante o inquérito policial pode pedir para devolver qualquer coisa que tenha sido apreendida, desde que o objeto não interesse ao processo e à investigação. 
9) Pedido de Diligências: durante o inquérito policial, o investigado, a vítima, os advogados podem pedir qualquer diligências aos delegados, sendo que eles não são obrigados a realiza-las (Art. 14, CPP: O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.). Porém, a única diligência que o delegado não pode indeferir (não pode negar realizar) é o exame de corpo de delito (Art. 184, CPP: Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requeridapelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.), pois ele não é perito para dizer se a perícia é necessária ou não e porque o CPP diz que é necessário o exame de corpo de delito para provar a materialidade dos crimes que deixam vestígios. Contra o indeferimento da diligência, cabe recurso administrativo ao chefe de polícia. 
10) Pedido de Instauração de Incidente de Insanidade Mental: se há indícios de que o investigado tem doença mental, abre esse pedido. Ele é cabível a qualquer momento do processo e não apenas na fase investigativa. O pedido é encaminhado ao juiz que vai mandar fazer perícia. 
11) Habeas Corpus: cabível, por exemplo, contra prisão provisória (preventiva ou temporária); HC para trancar o inquérito o qual só pode ocorrer em casos de evidente ilegalidade. 
12) Mandado de Segurança: excepcionalmente é cabível. 
B) Fase da Ação Penal: 
B.1) Peças de 1° Instância: 
1) Denúncia e Queixa: é a “petição inicial” do processo penal. Requisitos: Art. 41, CPP: A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Se não cumprir os requisitos, a denúncia ou queixa será rejeitada, sendo que não há emenda à denúncia/queixa (no processo civil, se a petição inicial for rejeitada, o juiz pode mandar emendar), mas pode entrar de novo, observando o prazo de 06 meses da queixa. 
- Contra decisão que rejeita denúncia ou queixa cabe Recurso em Sentido Estrito (RESE): Art. 581, CPP: Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: I - que não receber a denúncia ou a queixa. É igual ao agravo no processo civil. 
- Contra decisão que recebe denúncia ou queixa cabe Habeas Corpus ou Mandado de Segurança para trancar a ação penal. 
2) Resposta à Acusação: só cabe em uma hipótese: é a peça de defesa que será apresentada sempre que o réu for citado para responder à acusação. Art. 396, CPP: Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Art. 396-A, CPP: Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. A resposta à acusação está presente em TODOS os processos de primeira instância, não importando o tipo de procedimento (ordinário, sumário ou sumaríssimo). A finalidade da resposta à acusação é conseguir a absolvição sumária (Art. 397, CPP: Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente.). Nesse caso, o juiz só pode absolver sumariamente, mas não pode condenar sumariamente, pois para condenar tem que ter o processo completo. 
3) Defesa Preliminar: em alguns procedimentos (ex: lei de drogas e lei 9099/95), não há resposta a acusação, mas sim defesa preliminar. A diferente entre eles consiste em que na resposta à acusação está em todos os procedimentos, enquanto a defesa preliminar está em apenas alguns. Ademais, a resposta à acusação é apresentada depois que a denúncia ou queixa for recebida e a defesa preliminar é apresentada antes da denúncia ou queixa ser recebida. 
4) Exceção de...: no processo penal pode arguir qualquer exceção do Art. 95, CPP: Poderão ser opostas as exceções de: I - suspeição; II - incompetência de juízo; III - litispendência; IV - ilegitimidade de parte; V - coisa julgada. Ela deve ser apresentada em peça separada e autônoma, pois é julgada em autos apartados e dá origem a um novo processo incidental. Deve ser apresentada no prazo de 10 dias. 
5) Memoriais: são alegações finais escritas. A regra é que as alegações finais sejam feita oralmente em audiência (por meio dos debates), sendo que os memoriais são exceção. Há dois casos em que pode substituir as alegações finais orais por memoriais: 1) se o processo for complexo; 2) se na audiência de instrução e julgamento for solicitada alguma diligência, pois, nesse caso, suspende para realiza-la. 
6) Embargos de Declaração: o CPP diz que só dois atos judiciais podem ser embargados: a sentença de primeira instancia (Art. 382, CPP: Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão.) e o acórdão do tribunal. Porém, a jurisprudência diz que toda e qualquer decisão proferida no processo está sujeita a embargos de declaração. O prazo para entrar com os embargos é de dois dias. OBS: No processo penal os documentos podem ser juntados a qualquer momento. 
- A finalidade dos embargos de declaração é apenas complementar/esclarecer a decisão para que se possa recorrer dela. Porém, hoje é pacífico o entendimento de que os embargos declaratórios podem ter efeitos infringentes (modificativos) quando a modificação é consequência lógica do provimento dos embargos. Art. 494, CPC: Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: II - por meio de embargos de declaração. Ademais, os embargos de declaração estão sendo utilizados para evitar a supressão de instância (tudo que não foi discutido em um grau de jurisdição não poderá ser discutido no outro grau de jurisdição). Ou seja, entra com os embargos para alegar determinada matéria e, mesmo se o juiz não acolher, poderá ser discutido no Tribunal, pois foi alegado em primeiro grau. 
7) Pedido de Desaforamento: só faz esse pedido no procedimento do júri. Consiste em pedir que o Tribunal do Júri seja transferido para outro foro. Isso pode ser pedido, por exemplo, quando há dúvida da parcialidade dos jurados. Tanto o MP quanto a defesa podem pedir o desaforamento. Também admite esse pedido quando o juízo estiver com excesso de serviço e estiver demorando muito para julgar. 
8) Medidas assecuratórias: são medidas cautelares. Durante a ação penal pode pedir medidas cautelares patrimoniais que, muitas vezes, vão garantir a indenização da vitima. Ex: arresto, sequestro de bens. 
9) Requerimento para Habilitação como Assistente de Acusação: na ação penal pública, a vítima, seu cônjuge ou familiares podem se habilitar como assistente de acusação. Esse pedido é cabível em qualquer etapa do processo, enquanto não transitar em julgado e o assistente recebe o processo do jeito que estiver. Não existe indeferimento, podendo pedir para juntar documentos. Art. 387, CPP: O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido. O juiz criminal fixa valor de indenização civil na sentença penal, podendo tal indenização ser inclusive moral. 
10) Pedido de Restituição de Coisas Apreendidas: cabe na fase investigatória e na fase de ação penal. 
11) Pedido de Instauração de Incidente de Falsidade Documental: se a acusação ou defesa suspeitarem que alguma prova é falsa, pode ingressar com esse pedido. O juiz julgará em autos apartados (em processo incidental). 
12) Habeas Corpus: cabível em qualquer fase do processo. 
13) Mandado de Segurança: cabível em qualquer fase do processo. 
B.2) Peças de 2° Instância: 
1) RESE: é como se fosse o agravo de instrumento no processo penal. Serve para combater decisões interlocutórias. É interposto na 1° instancia, mas julgado em 2° instância. 
2) Carta Testemunhável: cabível contra decisão que inadmite recurso.
3) Apelação: apela de sentença condenatória, absolutória (inclusive absolvição sumária), com força de definitiva (decisãointerlocutória) e de decisão definitivas (terminativas de mérito). 
4) Embargos de Declaração: Art. 382, CPC. Cabe contra sentença e acórdão. Qualquer decisão judicial é passível de embargos (entendimento jurisprudencial e do CPC). Sua finalidade é esclarecer a decisão. Pode ter efeitos modificativos/infringentes quando a modificação for inevitável, ou seja, for uma consequência óbvia do provimento dos embargos. Se puder ter efeito modificativo, tem que intimar a parte contrária para manifestação. 
5) Embargos Infringentes/Nulidade: cabe de decisão não unanime desfavorável ao réu. Recurso exclusivo da defesa no processo penal (o MP não pode usar). Só cabe de decisão de 2° instancia não unânime e desfavorável. 
6) Correição Parcial: prevista no regimento interno dos tribunais. Cabe quando o juiz praticar ato tumultuário no processo. 
7) Reclamação: cabe quando há descumprimento na decisão do tribunal. Também é previsto no regimento interno. 
8) Agravo contra Denegação do Recurso Especial: o recurso especial é interposto no STJ. Contra decisão do tribunal que nega segmento ao recurso especial cabe agravo, sendo que o agravo vai para o STJ. O recurso especial é julgado pelo tribunal. 
9) Habeas Corpus: cabível em qualquer fase do processo. 
10) Mandado de Segurança: cabível em qualquer fase do processo. 
B.3) Peças de 3° Instância:
1) ROC (Recurso Ordinário Constitucional): cabível quando o TJ/TRF nega HC e, nesse caso, o ROC vai para o STJ (Art. 105, CF) ou quando o STJ nega HC e, nesse caso, o ROC vai para o STF (Art. 102, CF). Portanto, cabe ROC quando o tribunal negar HC. Previsto na CF. 
2) Recurso Especial: vai para o STJ. Art. 105, CF. 
3) Recurso Extraordinário: vai para o STF. Art. 102, CF. 
4) Agravo Regimental.
5) Embargos de Declaração.
6) Habeas Corpus: cabível em qualquer fase do processo. 
7) Mandado de Segurança: cabível em qualquer fase do processo.
8) Agravo contra Denegação do Recurso Extraordinário.
B) Fase da Execução Penal: 
1) Pedidos ao Juiz da Execução Criminal: indulto, progressão de regime, saída temporária, etc. 
2) Agravo em Execução: toda decisão (deferimento ou indeferimento) do tribunal de execução cabe agravo de execução. Art. 197, LEP: Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo. 
3) Carta Testemunhável: se não admitir agravo. 
4) Habeas Corpus: parte da jurisprudência diz que HC não pode ser usado como substituto de agravo de execução. 
5) Mandado de Segurança.
6) Revisão Criminal. 
* Pedido de Relaxamento de Prisão em Flagrante:
- Não há prazo para formular. Quando o juiz recebe a prisão em flagrante, converte em preventiva ou decreta liberdade provisória. Há audiência de custódia onde faz o pedido de relaxamento que, normalmente, é feito oralmente. 
- Pressuposto: prisão em flagrante ilegal. Há dois tipos de ilegalidade: formal (relacionada ao auto de prisão em flagrante; irregularidades) ou material (diversos motivos).
1) Ilegalidade formal: a) ausência de oitiva do condutor: o condutor já é uma testemunha, porém não pode ouvir só ele, pois tem que ter mais. 
b) ausência de oitiva das testemunhas;
c) ausência de interrogatório do preso; 
d) inversão da ordem das oitivas: segue a ordem de condutor, testemunhas e preso. Se não seguir essa ordem, é ilegal. 
e) não entrega da nota de culpa: quando o delegado termina o flagrante tem que fazer a nota de culpa que contém o nome das pessoas que prenderam o réu, nome das testemunhas e o motivo da prisão. A nota de culpa é entregue ao preso no final. 
f) não comunicação da prisão: é direito fundamental do preso comunicar a sua família ou alguém por ele indicado sobre a sua prisão. Além de comunicar a família tem que comunicar o juiz. Art. 5°, CF:  LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. Após a mudança de 2011, o delegado também tem que comunicar o MP e a Defensoria Pública ou OAB se o preso não tiver advogado. O MP e DPE tem que comunicar em 24 horas e a família e juiz, imediatamente. 
g) ausência de autorização nos crimes de ação penal pública condicionada ou de ação penal privada: pode o delegado fazer auto de prisão em flagrante em crimes de ação privada ou condicionada a representação desde que a vítima esteja presente e autorize o flagrante. Se a vítima falar que não quer que lavre o auto de prisão, não pode lavrar. 
h) ausência de representante da OAB: se o advogado for preso em flagrante delito no exercício de sua profissão, só poderá ser lavrado o auto de prisão em flagrante se tiver a presença de representante da OAB.
2) Ilegalidade material: a) ausência de situação de flagrante: só será situação de flagrante se se enquadrar em uma das hipóteses do Art. 302, CPP: Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 
b) apresentação espontânea: aquele que se apresenta para autoridade depois de ter cometido o crime não pode ser preso em flagrante, pois não está em nenhuma das hipóteses do art. 302, CPP. Essa apresentação não impede que haja pedido de prisão preventiva, se for o caso. 
c) flagrante preparado/provocado: é ilegal. Súmula 145, STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. O flagrante esperado é legal. Provocado: a polícia induz o agente a cometer a conduta criminosa; é uma simulação. Esperado: o infrator comete o crime espontaneamente; ninguém o induz. 
d) flagrante forjado: Quem forja comete crime. É ilegal. 
e) imunidades: Presidente da República, deputados, senadores não podem ser preso. O advogado no exercício de sua profissão, MP e magistrados (autoridades) só podem ser presos em flagrante por crimes inafiançáveis. 
f) atipicidade: por exemplo, o princípio da insignificância gera atipicidade material do fato. 
g) motorista que socorre a vítima: tem imunidade.
h) infração de menor potencial ofensivo: não há auto de prisão em flagrante, mas sim termo circunstanciado. Exceção: quando a pessoa se recusar de assumir o compromisso de comparecer ao JECRIM pode ser presa em flagrante. Art. 69, Lei 9099/95, Parágrafo único: Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.
- Impugnação: contra a decisão que não relaxa o flagrante (indeferimento do pedido) cabe habeas corpus. Contra decisão que relaxa a prisão em flagrante (deferimento do pedido) cabe RESE pelo MP (Art. 581, CPP: Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante) e não tem efeito suspensivo, ou seja, se relaxar a prisão, o preso é colocado imediatamente em liberdade. 
* Pedido de Liberdade Provisória:
- Não tem prazo, ou seja, pode ser feito a qualquer momento enquanto não transitar em julgado. Atualmente, após a reforma de 2011 e com a previsão da audiência de custódia, o pedido de liberdade provisória acaba sendo feito na audiência de custódia, sendo este o último prazo. Art. 334, CPP: A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. Aplica-se esse artigo à liberdade provisória por analogia. 
- Pressuposto: prisão em flagrante legal. 
- Espécies: atualmente há três espécies. 
1) Liberdade provisória com fiança: ocorre nos casos em que o crime é afiançável e o réu tem dinheiro para pagar.A regra, no Brasil, é o cabimento da fiança, pois a maioria dos crimes é afiançável. Porém, há exceções: Art. 323, CPP: Não será concedida fiança: I - nos crimes de racismo; II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. Art. 324, CPP: Não será, igualmente, concedida fiança: I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; II - em caso de prisão civil ou militar; IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva. Se o crime não se enquadrar em uma das situações desses artigos, admite fiança. 
- Obrigações do afiançado: além de pagar a fiança, o afiançado fica sujeito a duas obrigações: 
a) Comparecer a todos os atos do processo, sob pena de quebra da fiança. Art. 327, CPP: A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.
b) Se for mudar de residência ou ficar ausente por mais de oito dias de sua residência tem que comunicar o juiz. Art. 328, CPP: O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. 
- Recurso e impugnação: o juiz pode deferir ou indeferir o pedido de liberdade provisória. Contra a decisão de indefere (mantém o réu preso) cabe RESE (Art. 581, V, CPP) ou HC. OBS: A vantagem de impetrar HC é que pode pedir liminar e no RESE não cabe liminar e nem tutela antecipada recursal. Contra a decisão que defere o pedido de liberdade provisória, cabe RESE (Art. 581, V, CPP) por parte do MP. O RESE não tem efeito suspensivo e, por isso, o réu será imediatamente colocado em liberdade. Alguns promotores interpõem RESE + MS, sendo que o objetivo do MS é unicamente pedir efeito suspensivo ao RESE o qual é dado pelo TJ. Se isso acontecer, a defesa pode impetrar HC para o STJ pedindo para revogar o efeito suspensivo do RESE, o qual é 100% dos casos admitido, pois não cabe ao TJ dizer que cabe efeito suspensivo em um recurso que a lei diz não caber. É função do legislador dizer a qual recurso cabe efeito suspensivo e não do TJ. 
2) Liberdade provisória sem fiança: pede essa liberdade provisória sem fiança em três situações:
a) Crime admite fiança, mas o réu é pobre. Art. 350, CPP: Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. 
b) Se houver excludente de ilicitude. Art. 310, CPP, Parágrafo único: Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23, do Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. 
c) Se o crime for inafiançável e não houver motivos para prisão preventiva. 
- Obrigações: são as mesmas do afiançado, ou seja, comparecer a todos os atos do processo e comunicar o juiz se for mudar de residência ou se ausentar por mais de oito dias. 
- Impugnação: contra decisão que indefere cabe RESE ou HC. Contra decisão que defere cabe RESE por parte do MP. 
3) Liberdade provisória com outra medida cautelar diversa da fiança: Art. 282, §6°, CPP e arts. 319 a 321, CPP. Ex: pede a liberdade provisória com o afastamento do lar e proibição de ver a esposa em caso de réu preso em flagrante por violência doméstica, pois nesse caso, não tem sentido aplicar a fiança. 
- Obrigações: são as mesmas do afiançado, ou seja, comparecer a todos os atos do processo e comunicar o juiz se for mudar de residência ou se ausentar por mais de oito dias + cumprimento da medida cautelar imposta. O descumprimento da medida cautelar é causa de prisão preventiva. 
- Impugnação: contra decisão que indefere cabe HC. Contra decisão que defere cabe RESE por parte do MP.
* Revogação de Prisão Preventiva:
- Não há prazo, sendo que pode pedir independentemente de quanto tempo o réu está preso. Pode ser feito o pedido durante todo o processo e, inclusive, pode reiterar o pedido. 
- Pressuposto: ilegalidade. Alegar que a prisão preventiva é ilegal por descabimento (não cabe prisão preventiva), ausência de fundamentação idônea (a decisão não esta devidamente fundamentada e o tribunal revoga a prisão) ou por excesso de prazo (como não há prazo certo tem que se basear no princípio da razoabilidade). 
1) Ilegalidade por descabimento:
A) Não cabe prisão preventiva de ofício na fase instrutória. Até 2011 podia, porém depois de 2011, com a reforma do CP, não pode mais. Art. 311, CPP: Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. Hoje só pode decretar a prisão preventiva de oficio na fase da ação penal. 
B) Ausência dos requisitos de admissibilidade da prisão preventiva. Os requisitos são: conter os dois pressupostos da prisão preventiva + pelo menos um dos quatro motivos da prisão preventiva. 
Pressuposto é algo que sem o qual nem se cogita. São eles: prova de materialidade (existência do crime) e indícios de autoria ou de participação. Bastam indícios de autoria, mas tem que ter prova da materialidade. 
Prisão preventiva é medida cautelar e deve ser aplicada quando houver necessidade. Essa necessidade existe quando houver pelo menos um dos motivos do Art. 312, CPP: A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. Parágrafo único: A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). a) garantia da ordem pública: para fazer cessar os crimes que continuam a acontecer. Isso só pode ocorrer se houver nos autos prova de que o esquema criminoso continua. b) garantia da ordem econômica: continua ocorrendo crimes contra a ordem econômica e financeira (crimes do colarinho branco). Tem que ter provas de que os réus continuam praticando o crime. c) garantia da instrução criminal: instrução criminal é a colheita de provas. Pode decretar a prisão preventiva quando o réu estiver comprometendo a produção de provas com atos que extrapolam seu direito de defesa. Ex: o réu corrompe testemunhas pode pedir a prisão preventiva; o réu nega fazer perícia ou depor não pode pedir prisão preventiva, pois é direito de defesa do réu. d) garantia da aplicação da lei penal: aplicação da pena. É aplicação da lei penal e não processual. Pode decretar a prisão preventiva quando houver noticias de que o réu pode fugir para não cumprir a pena. 
OBS: Perguntas que deve fazer para saber se é caso de prisão preventiva: continua acontecendo o crime? O réu está atrapalhando as provas? O réu está tentando fugir? Se a resposta das três perguntas for NÃO, não cabe prisão preventiva. 
Porém, nem todo crime admite prisão preventiva. Portanto, além dos pressupostos + pelo menos um dos motivos, também é necessário que o crime cometido pelo réu admita a prisão preventiva. Admissibilidade:
	CABE PRISÃO PREVENTIVA
	NÃO CABE PRISÃO PREVENTIVA
	- crime doloso com pena máxima superior a quatro anos.
	- contravençãopenal.
	- crime doloso com pena igual ou inferior a quatro anos, desde que o infrator seja reincidente.
	- crime culposo.
	- violência doméstica contra a mulher, independentemente do crime praticado. 
	- se houver excludente de ilicitude. Ex: legítima defesa.
	- infrator sem identificação civil. A pessoa vai presa, mas não tem nenhum documento e ninguém sabe quem é.
	- crime doloso com pena até quatro anos, desde que o infrator seja primário. Nesse caso, o regime é aberto e como nem no final do processo o infrator ficará preso, não tem cabimento prendê-lo antes. 
	- descumprimento de medida cautelar diversa da prisão. 
	
Portanto, como o cabimento da prisão preventiva precisa que haja os pressupostos + pelo menos um dos motivos + admissibilidade, a decisão de decreta a prisão preventiva deve ser devidamente motivada. 
2) Ilegalidade por ausência de fundamentação idônea: a decisão que decreta a prisão preventiva não possui fundamentação idônea/suficiente/adequada. Não será idônea a decisão quando o juiz decretar a prisão preventiva com base em meras suposições (Ex: “decreto a prisão preventiva porque o réu pode fugir ou cometer novos crimes”) ou quando o juiz decidir com base em mera transcrição literal do Art. 312, CPP, sendo que, nesse caso, ele não diz o risco que ocorre se deixar o réu solto. 
3) Ilegalidade por excesso de prazo: se não houver norma falando do prazo para fundamentar a prisão preventiva, tem que fundamentá-la com base nos princípios da razoabilidade (duração razoável do processo), proporcionalidade e da presunção da inocência. 
- Se o juiz indeferir o pedido de prisão preventiva, cabe HC para o TJ ou TRF e, se estes também negarem, cabe R.O.C (recurso ordinário constitucional) para o STJ. 
Se o juiz deferir o pedido de prisão preventiva, a acusação pode ingressar com RESE (não tem efeito suspensivo e o réu será posto em liberdade imediatamente) + MS (pedindo que aplique efeito suspensivo ao RESE) para o TJ ou TRF. Se o Tribunal conceder o efeito suspensivo ao RESE, cabe HC para o STJ, o qual acolhe 100% dos casos, pois o Tribunal não pode dar efeito suspensivo a um recurso que a lei diz que não possui.

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