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seção 2- Contestação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 10ª VARA DO TRABALHO DE BELO HORIZONTE/MG.
RECLAMANTE: JORGE DOS ANJOS
RECLAMADA: LANCHONETE DOIS IRMÃOS LTDA. EPP
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA Nº 0000000000
LANCHONETE DOIS IRMÃOS LTDA. EPP, inscrita no CNPJ sob o n° XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com endereço na Avenida do Contorno, n° 1000, Bairro de Lourdes, Belo Horizonte - MG, CEP: XXXXXX, por sua advogada que esta subscreve, com endereço profissional na rua, n°, bairro, cidade, estado, CEP, onde deverá receber intimações (procuração anexa), vem respeitosamente apresentar:
CONTESTAÇÃO À RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
Com base nos artigos 847 da CLT e art. 336 do NCPC, nos autos da Reclamação Trabalhista proposta por Jorge Dos Anjos, brasileiro, casado, atendente de lanchonete, inscrito no CPF: n° XXX.XXX.XXX-XX, portador do RG: XXXXXXX-X, residente e domiciliado no Beco das Cores, n°50, Bairro Serra, em Belo Horizonte - MG, consubstanciado nos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
BREVE RESUMO DA RECLAMATÓRIA
O reclamante alega que estendia sua jornada, em média, 1 (uma) hora por dia, terminando o expediente sempre às 14h15min, não tendo recebido qualquer valor pelo labor extraordinário. Afirma, ainda, que tinha que chegar na reclamada com 15 (quinze) minutos de antecedência para se uniformizar, período este que também não era remunerado. Diante do elastecimento da jornada pelas horas extras prestadas, ou seja, por ser superior a 6 (seis) horas diárias, assevera que tinha direito a intervalo intrajornada de 1 (uma) hora, mas que lhe eram concedidos somente 15 (quinze) minutos. Por fim, o trabalhador destaca que recebia mensalmente uma parcela denominada “prêmio”, no valor de R$ 100,00 (cem reais). Esse pagamento era feito todos os meses, independentemente do desempenho profissional do trabalhador. Dessa forma, requer que integre a remuneração repercutindo em FGTS, contribuição previdenciária, férias e décimo terceiro salário, assim como componha a base de cálculo das horas extras pleiteadas no presente feito. Requer, ainda, o deferimento da justiça gratuita e a condenação da reclamada em honorários advocatícios (art. 791-A, CLT).
1. DAS HORAS EXTRAS
Ao que prevê o § 2º do Art. 74 da CLT, nos termos:
Art. 74 - O horário do trabalho será anotado em registro de empregados. 
§ 2º - Para os estabelecimentos de mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de repouso. (Redação dada pela Lei 13.874, de 2019).
O que no caso em tela era a prática adotada pela reclamada, como comprovam os cartões de ponto (em anexo) registrados conforme a lei supramencionada, sendo o suficiente para se verificar a não veracidade das afirmações do reclamante.
 
2. DO TEMPO À DISPOSIÇÃO
Em relação a alegação de que passava à disposição da reclamada, temos o art. 4 º da CLT:
Art. 4º - “Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada”.
Tendo em vista que o reclamante possuía 4 (quatro) unidades de uniformes extra, e a possibilidade de realizar a troca de roupas em sua residência, a escolha de se uniformizar no estabelecimento da reclamada era exclusivamente dele, não podendo configurar assim, tempo à disposição.
3. DO INTERVALO INTRAJORNADA
Como já exposto, pela análise dos cartões de ponto registrados durante todo o período contratual, pode-se perceber que não houve extrapolamento significativo do horário estabelecido no contrato de trabalho, conforme os registros o reclamante chegava aproximadamente 5 (cinco) minutos antes, saindo de 10 (dez) a 5 (cinco) minutos depois do horário proposto, o que torna ilegítimo o pedido de pagamento por 45 (quarenta e cinco) minutos menos, quando a verdade o correto seriam 15 (quinze) minutos de reembolso, caso Vossa Excelência entenda a ser o caso, senão vejamos, o que diz o art. 71 da CLT:
Art. 71 - “ Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda, de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, mão poderá exceder de 2 (duas) horas”. 
Assim como sua jornada real de trabalho não excedia 6 (seis) horas, seu pleito não pode ser considerado.
4. DO PRÊMIO
No caso em análise, o contrato de trabalho foi firmado já sob a Lei nº 13.467/17, a princípio, suas disposições se aplicam á situação do Sr. Jorge dos Anjos, sendo assim, seu pedido não merece prosperar haja vista que segundo a lei em seu art. 457.
Art. 457 – Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
 (...) 
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título, de ajuda para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário”. 
Como visto, não há amparo legal que justifique incorporação dos valores recebidos a título de “prêmio” ao salário do reclamante.
5. DOS HONORARIOS ADVOCATÍCIOS E DA JUSTIÇA GRATUITA
Ao pleitear a justiça gratuita com fundamento no art. 791-A da CLT, o reclamante presume a procedência do todos os pedidos, o que já se mostra dada a vasta argumentação embasada na realidade fática apresentada pela defesa.
Há também que se considerar a lei 5. 584/70, pois, uma vez considerada inconstitucional a previsão do art. 791-A, da CLT, as regras nela dispostas devem ser aplicadas ao Direito Processual do Trabalho, dessa forma os honorários somente serão devidos em caso de o advogado do trabalhador, ser do sindicato da categoria ou ter sido por ele habilitado, o que não ocorre no caso apresentado.
6. DOS PEDIDOS:
Pelo exposto, requer a reclamada que Vossa Excelência se digne a:
a) no mérito, julgar improcedentes os TODOS OS PEDIDOS NA INICIAL, pelas razões expostas, deferindo a produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente documental, pericial e testemunhal.
b) alternativamente, caso seja deferido algum pedido do reclamante, postula que seja deferida a compensação dos valores pagos.
c) por fim, requer a improcedência do pedido de integração do pagamento feito sob a rubrica “prêmio”, invocando o art. 457, § 2º, da CLT. Impugna o pagamento de honorários advocatícios. 
Termos em que,
Pede Deferimento.
Belo Horizonte – MG, XX de XXXX de 2020.
Advogada
OAB/MG

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