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Psicologia-Analitica

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ÍNDICE 
 
CONSCIÊNCIA, EGO (EU), pág. 3 
PERSONA, pág. 6 
SOMBRA, pág. 9 
PSIQUE, pág. 13 
INCONSCIENTE PESSOAL, pág. 14 
INCONSCIENTE COLETIVO, pág.14 
ARQUÉTIPO, pág. 15 
IMAGENS ARQUETÍPICAS, pág. 17 
NUMINOSO, pág.17 
SÍMBOLO, pág. 18 
SIGNO, pág. 19 
FUNÇÃO TRANSCENDENTE, pág. 20 
COMPLEXOS, pág. 23 
ANIMA – ANIMUS, pág. 27 
ENERGIA PSÍQUICA, pág. 32 
SELF (SI-MESMO), pág. 36 
INDIVIDUAÇÃO, pág. 39 
SINCRONICIDADE, pág.40 
TIPOS PSICOLÓGICOS, pág.42 
SONHOS E AMPLIFICAÇÃO, pág. 50 
 
 
 
 
 
CONSCIÊNCIA – EGO (EU) 
 
“Nessa época tive um sonho inesquecível que me apavorou e 
encorajou ao mesmo tempo. De noite, num lugar desconhecido, eu 
avançava com dificuldade contra uma forte tempestade. Havia uma 
bruma espessa. Ia segurando e protegendo com as duas mãos uma 
pequena luz que ameaçava extinguir-se a qualquer momento. Sentia 
que era precisa mantê-la a qualquer custo, pois tudo dependia disso. 
Subitamente tive a sensação de que estava sendo seguido; olhei para 
trás e percebi uma forma negra e gigantesca acompanhando meus 
passos. No mesmo instante decidi, apesar do meu temor e sem 
preocupar-me com os perigos, salvar a pequena luz, através da noite e 
da tempestade. Ao acordar compreendi imediatamente que sonhara 
com o fantasma de Brocken”, com minha própria sombra projetada na 
bruma pela pequena luz que eu buscava proteger. Sabia que essa 
pequena chama era a minha consciência, a única luz que eu possuía. 
O conhecimento de mim mesmo era o único e maior tesouro que 
possuía. Apesar de infinitamente pequeno e frágil comparado aos 
poderes da sombra, era uma luz, minha única luz. Este sonho trouxe-me 
um grande esclarecimento sabia agora que meu nº 1 era quem levava 
a luz, enquanto que o nº 2 o seguia como uma sombra mgvft6inha 
tarefa consistia em conservar a chama sem olhar para trás em direção 
à via peracta, um domínio luminoso proibido de uma espécie diferente. 
Era necessário continuar contra a obscuridade imensa do mundo, onde 
não se vê, nem se percebe mais do que a superfície dos segredos 
insondáveis”. (JUNG, 2002, pág.86) 
 
 
 
 
 
 
Ao olharmos para a análise que Jung realiza sobre o seu 
sonho da luz e das imensas trevas, percebemos a tamanha e 
devida importância que a consciência tem na teoria 
junguiana. A compreensão faz com que tenhamos cautela e 
responsabilidade no cultivo da preservação e ampliação de 
nossa psique consciente. A autonomia e liberdade do eu só é 
possível, caso ocorra a diferenciação e distanciamento das 
amarras do inconsciente. 
 
A formação da consciência começa do indiferenciado 
inconsciente.Simbolicamente podemos pensar na vida que 
nasce e surge em nosso planeta, nasce da água, os 
continentes que vão emergindo da água, nós também 
ficamos dentro do líquido amniótico 9 meses, mesma 
correlação para a psique. 
 
A vontade é um aspecto que faz parte da consciência. 
A atenção consciente e a qualidade da vida cotidiana 
também estão na superfície. A aquisição da 
consciência é algo recente na história da humanidade. O 
Estabelecimento da cultura, estabelecimento de papéis, ritos, 
organização para sobrevivência. Começam as distinções 
sociais e grupos distintos. Por vontade, Jung entende como 
sendoa vontade a soma de energia à disposição da 
consciência. A volição é, portanto, um processo energético, 
liberado por motivação consciente. Não chamaria de 
volição um processo psíquico condicionado por motivação 
inconsciente. A vontade é um fenômeno psicológico que 
deve sua existência à cultura e à educação moral (JUNG, 
1991, par.921) 
 
O estabelecimento da lei com mosaica, o respeito, o 
limite, as responsabilidades promovemnormas e estabelecem 
compromissos entre os indivíduos promovendo a 
sociabilização. Para desenvolver a consciência, estruturar o 
ego, precisamos do outro. O processo de psicoterapia ocorre 
na relação do eu com o outro. Transformações ocorrem 
através do vínculo terapêutico. 
 
 
 
 
Na Grécia, no Templo de Epidauro: doentes eram 
convidados antes de entrar no templo a passar uma noite em 
um dormitório para que sonhassem e tivessem sua cura 
através do auto-conhecimento. O sacerdote, grego antigo 
θεραπευτής ( therapeutḗs , " atendente " , analisa o sonho do 
doente e traz o conhecimento que irá possibilitar a 
oportunidade para que ocorra uma mudança na 
consciência sofredora do doente.Não existe cura e sim auto-
cura, tomar consciência é "conhecer com", um processo que 
envolve o dinamismo da vinculação e o princípio da relação. 
(Edinger, 1989). 
 
Ego – sede da consciência, complexo do Eu, parte está 
mergulhado no inconsciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No diagrama acima podemos perceber pela direção 
das duas flechas que o ego pode deslocar-se para as duas 
direções, sentido consciência e sentido inconsciente. 
Podemos compreender também que a consciência em 
termos de autonomia e espaço, ocupa apenas uma 
pequena parte no todo da psique. Neste diagrama também 
podemoster a concepção acerca dos estados de maior ou 
menor consciência. Ou seja, com a flutuação do complexo 
do ego, pode-se compreender também que temos 
momentos de maior ou menor atividade consciente. Quando 
CONSCIÊNCIA 
 - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 
 
 - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
INCONSCIENTE 
EGO 
 
 
 
estamos irritados, com fome, com sono, doentes, com dor, 
podemos notar esta oscilação e uma movimentação em 
sentido inconsciente,uma tendência a um estado de menor 
consciência, ficamos afetados e dependendo do grau de 
atuação dos aspectos inconscientes, teremos nossa 
independência prejudicada naquele instante. 
 
Ao contrário de Freud, para Jung, a consciência nasce 
do inconsciente. A consciência nos humaniza. Ter 
consciência está relacionado ao aspecto de reconhecermos 
nossas limitações e nossos conteúdos inconscientes positivos e 
negativos que nos afetam, perturbam e por vezes chegam a 
possuir a consciência. Quando oeu se afasta do arquétipo da 
totalidade, Self ou Si- Mesmo, falta de sentido e orientação 
na vida, sentimentos de desesperança irão se manifestar 
trazendo angústia e sofrimento. Tais sentimentos e 
manifestações se fazem cada vez mais presentes em nossa 
sociedade.As taxas de estresse, ansiedade e depressão e se 
elevaram com o decorrer dos últimos anos. 
 
Somos o país mais ansioso do mundo: 
 
O Brasil sofre uma epidemia de ansiedade. Segundo 
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o País tem 
o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões 
de brasileiros (9,3% da população) convivem com o 
transtorno. Fonte: https://exame.abril.com.br/ciencia/brasil-e-
o-pais-mais-ansioso-do-mundo-segundo-a-oms/ 
 
“O Brasil é considerado o país mais ansioso e estressado da América Latina. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos dez anos o 
número de pessoas com depressão aumentou 18,4%, isso corresponde a 322 
milhões de indivíduos, ou 4,4% da população da Terra. No Brasil, 5,8% dos 
habitantes – a maior taxa do continente latino-americano – sofrem com o 
problema. Em relação à ansiedade, o Brasil também lidera, com 9,3% da 
população. Esse problema engloba efeitos como fobia, transtorno obsessivo-
compulsivo, estresse pós-traumático e ataque de pânico. As mulheres sofrem 
mais com a ansiedade: cerca de 7,7% das mulheres são ansiosas e 5,1%, 
deprimidas. Já entre os homens, o número cai para 3,6% nos dois casos.” 
 
Fonte:https://jornal.usp.br/atualidades/brasil-vive-surto-de-depressao-e-ansiedade/ 
https://exame.abril.com.br/noticias-sobre/ansiedade/
https://jornal.usp.br/atualidades/brasil-vive-surto-de-depressao-e-ansiedade/
 
 
 
 
A dificuldade no acesso aos tratamentos de saúde 
adequados, um estilo de vida com pouca qualidade de vida 
em aspectos psíquicos, físicos, certamente acarretará em um 
país que tem pouca consciência, pouca autonomia frente 
aospoderes da sombra. Tempos sombrios! Que possamos 
ampliar e propagar a consciência aonde estivermos, 
promovendo oportunidade para que outros também possam 
se desenvolver e ir em direção a uma qualidade de vida mais 
digna. 
 
 
 
PERSONA 
 
 
 
A máscara no teatro grego, demonstrava qual o 
personagem estava em cena naquele momento. Um mesmo 
ator desempenhava mais de um papel durante a peça. O 
ator troca de máscara e neste momento, outro personagem 
está em cena. 
 
 
 
 
Mediador entre o mundo externo e o eu, a persona 
funciona como uma espécie de proteção ao Si-mesmo. 
Figura arquetípica da função de adaptação social. 
 
O bom filho, a boa esposa, o jovem desafiador ou 
polêmico, o executivo empreendedor, a pessoa irritante, são 
alguns exemplos de persona. 
 
Cada estado ou cada profissão, por exemplo, possui sua 
persona característica. O perigo está, no entanto, na 
identificação com a persona; O professor com seu manual, o 
tenor com sua voz. A identificação com a profissão ou com 
alguma posição social é sedutora pelo fato de poder se 
configurar como uma compensação para as frustrações 
pessoais e a incapacidade do ego em lidar com estas de 
maneira consciente.Durante a identificação com a persona 
a pessoa corre o perigo de ser tragada pelo inconsciente 
coletivo, se identificar com uma imagem interna e cair em 
um estado de inflação. Neste momento as pessoas passam a 
se achar os portadores da verdade universal, heróis, mártires, 
todo o interior da personalidade reprimido, indiferenciado e 
carregado desta dinâmica catastrófica. Quantomaior a 
rigidez da persona, maior a tendência do egocair na 
identificação arquetípica. 
 
Nos sonhos aparecem os temas das roupas, uniformes, 
chapéus e maquiagens fazendo a referência a esta figura 
arquetípica. 
 
Nos sonhos podemos ter dificuldades ao tirar a roupa, ou 
estarmos nus em público, expostos vulneráveis. Pessoas se 
identificam com suas profissões ou posições sociais, doutores 
e doutoras, militares, classe política, líderes religiosos, artistas. 
A esposa do fulano, o filho do beltrano. A frase “Você sabe 
com quem você está falando”? Quando ocorre a 
identificação com estas posições sociais e ocorre uma 
restriçãoao desenvolvimento. A identificação com a persona 
pode levar ao desenvolvimento de crises ou enfermidades 
psíquicas e físicas. 
 
 
 
 
Uma relação bem ajustada com a persona, será 
apropriada, de bom gosto, refletindo nosso interior e nosso 
senso exterior que possuímos de nós mesmos. 
 
O arquétipo da persona tem aspectos positivos e 
negativos, por vezes construtivos ou destrutivos. 
Uma persona que funciona corretamente, dará conta de três 
aspectos: 
 
1) A imagem idealizada que o ego de todo ser humano 
tenha de si e tenha a intenção de transmitir. 
2) A imagem que o mundo ao redor do ser humano faz ao 
seu respeito, de acordo com o gosto e o ideal de tal 
mundo. 
3) Dar conta das condições psíquicas e físicas que impõem 
as limitações na realização da imagem idealizada de 
ego ou do mundo idealizado ao seu redor. 
 
Se estes três ou dois aspectos forem negligenciados, a 
persona poderá se tornar um empecilho para o 
desenvolvimento da personalidade. 
 
Pode-se dizer, sem exagero, que a persona é aquilo que 
não é verdadeiramente, mas o que nós mesmos e os outros 
pensam que somos. 
 
A Persona representa aquilo que queremos mostrar para 
o mundo, escondendo o que também somos. 
 
 
 
SOMBRA 
 
A parte inferior da personalidade. Os elementos 
psíquicos pessoais e coletivos que, incompatíveis com a 
forma de vida conscientemente escolhida, não foram vividos 
e se unem ao inconsciente, formando uma personalidade 
parcial, relativamente autônoma, com tendências opostas às 
 
 
 
do consciente. A sombra se comporta de maneira 
compensatória em relação à consciência. Sua ação pode 
ser tanto positiva como negativa. 
 
No sonho, a sombra tem frequentemente o mesmo sexo 
que o sonhador. Enquanto elemento do inconsciente 
pessoal, a sombra procede do eu: enquanto arquétipo do 
‘eterno antagonista’, procede do inconsciente coletivo. 
 
Primeiramente, o inconsciente é dividido em 
inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. O inconsciente 
pessoal possui caráter individual e é a soma das lembranças 
perdidas, dos conteúdos reprimidos pela consciência, das 
ideias e pensamentos tidos como incômodos. 
 
Os conteúdos que a consciência acaba por negar e 
reprimir, são os componentes da sombra. 
 
 
 
Darth Vader, personagem da série de filmes Star Wars. Anteriormente 
Anakin Skywalker foi um guerreiro jedi do Lado de Luz. Ignorando os 
ensinamentos Jedi, deixa-se dominar pelo medo de perder sua esposa e é 
seduzido pelo Lado Sombrio da Força, pondo tudo a perder. Anakin passa a 
ser conhecido como Darth Vader, o icônico vilão. 
 
 
 
 
A Sombra personifica o que o indivíduo recusa conhecer 
ou admitir e que, no entanto, sempre se impõe a ele, direta 
ou indiretamente, tais como os traços inferiores do caráter ou 
outras tendências incompatíveis. 
 
A sombra não conscientizada irá acabar por gerar o 
fenômeno da projeção de sombra, tudo que é “mal” cai 
para o outro, outro toma sobre si as nossas culpas, nossas 
falhas, o bode expiatório ou o Cordeiro de Deus que se faz 
maldito em nosso lugar. Por falta de reconhecimento da 
sombra temos tantas divisões entre as pessoas, hipocrisia, 
tanto preconceito, tanta dor e sofrimento 
 
 
O filme Coringa, apresenta a origem trágica do arqui-inimigo do 
Batman. Arthur Fleck, um homem que vivenciou desde a infância situações de 
violência, maus tratos e humilhações, acaba por não suportar as invasões do 
inconsciente. Os impulsos sombrios tomam a consciência, a tristeza e a 
agressividade reprimidas levam a destruição de Arthur Fleck. 
 
 
 
 
 
 
 
 
POTENCIALIDADES DA SOMBRA 
 
 
 
O potencial para o crescimento e desenvolvimento de Peter Pan estão 
em sua sombra. 
 
A sombra não representa somente a fonte de todo o 
mal, é possível, olhando mais acuradamente, descobrir que o 
homem inconsciente, precisamente a sombra, não é 
composto apenas de tendências moralmente repreensíveis, 
mas também de um certo número de boas qualidades, 
instintos normais, reações apropriadas, percepções realistas, 
impulsos criadores etc. (JUNG, 2002) 
 
Aspectos criativos habitam na sombra, possibilidades de 
desenvolvimento tidas como sendo aspectos inferiores, ao 
serem conscientizados e integrados na consciência poderão 
produzir acréscimos e ampliação na psique. 
 
 
 
PROJEÇÃO 
 
“Não se deve esquecer a seguinte regra: o inconsciente de uma pessoa se 
projeta sobre outra pessoa, isto é, aquilo que alguém não vê em si mesmo, 
 
 
 
passa a censurar no outro. Este princípio tem uma validade geral tão 
impressionante que seria bom se todos, antes de criticar os outros, se 
sentassem e ponderassem cuidadosamente se a carapuça que querem enfiar 
na cabeça do outro não é aquela que se ajusta perfeitamente a eles”.JUNG – 
1993 - Civilização em transição. 
 
“As pessoas, quando educadas para enxergarem claramente o lado sombrio 
de sua própria natureza, aprendem ao mesmo tempo a compreender e amar 
seus semelhantes; Pelo menos assim se espera. Uma diminuição da hipocrisia e 
um aumento do autoconhecimento só podem resultar numa maior 
consideração para com o próximo, pois somos facilmente levados a transferir 
para nossos semelhantes a falta de respeito e a violência que praticamos 
contra nossa própria natureza”. (JUNG, 2004) 
 
“Que eu faça um mendigo sentar-se à minha mesa, que eu perdoe aquele 
que me ofende e me esforce por amar - inclusive o meu inimigo - em nome de 
Cristo, tudo isto, naturalmente, não deixa de ser uma grande virtude. O que 
faço ao menor dos meus irmãos é ao próprio Cristo que faço. 
 
“Mas, o que acontecerá, se descubro, porventura, que o menor, o mais 
miserávelde todos, o mais pobre dos mendigos, o mais insolente dos meus 
caluniadores, o meu inimigo, reside dentro de mim, sou eu mesmo, e precisa 
da esmola da minha bondade, e que eu mesmo sou o inimigo que é 
necessário amar?"(JUNG, 2004) 
 
O grande obstáculo para o desenvolvimento humano 
não é a existência da sombra. Toda a humanidade possui 
sombra, isto é algo natural e faz parte da totalidade. Se 
temos um lado claro, teremos um lado escuro. Os problemas 
surgem devido a falta de atitude consciente e 
responsabilidade diante dos poderes sombrios inconscientes. 
 
 
 
PSIQUE 
 
- Do Grego “ψυχή”, psykhé, usada para descrever a alma ou 
espírito. 
- São os aspectos conscientes e inconscientes, totalidade de 
todos os processos psíquicos. 
Não confundir com anima. 
 
 
 
 
 
 
INCONSCIENTE PESSOAL 
 
- Está relacionado com os aspectos individuais, históricos, 
contém lembranças perdidas, reprimidas (propositalmente 
esquecidas), evocações dolorosas, percepções que, por 
assim dizer, não ultrapassaram o limiar da consciência, isto é, 
percepções dos sentidos que por falta de intensidade não 
atingiram a consciência. 
 
 
 
INCONSCIENTE COLETIVO 
 
- É a camada mais profunda da psique constituído de 
padrões não individuais, mas universais. 
- Formado de conteúdos coletivos das formas básicas de 
pensamento, sentimento e instinto, de tudo aquilo que 
consideramos universal. 
- Aspecto curador. 
- Aspecto transformador. 
 
A base da psique é constituída pelos arquétipos 
Da pesquisa dos produtos do inconsciente resultam ainda alusões claras 
e estruturas arquetípicas que coincidem com os temas míticos, e entre 
elas determinados tipos que merecem o nome de dominantes: trata-se 
de arquétipos como anima, animus, ancião, bruxa, sombra, mãe-terra, 
etc. e as dominantes de ordem do Si-mesmo, do círculo e da 
quaternidade, respectivamente das quatro ‘funções’ ou dos aspectos 
do Si-mesmo ou do consciente. Percebe-se sem dificuldades que o 
conhecimento destes tipos facilita muito a interpretação dos mitos e ao 
mesmo tempo a coloca no chão a que pertence, isto é, na base da 
psique. (JUNG, 1995 par.611) 
A base de todo funcionamento da psique, que tem 
como matriz o inconsciente, é imagética ou mitológica, e a 
relação compensatória que o inconsciente estabelece com 
a consciência frequentemente se manifesta através das 
imagens simbólicas que nos aparecem em sonhos 
oufantasias. Quando observamos e compreendemos tais 
imagens, facilitamos o entendimento sobre quem se é e sua 
totalidade. Ao conhecer a dinâmica arquetípica, podemos 
 
 
 
entender quais as compensações e projeções feitas pelo 
inconsciente. (JUNG,1998) 
 
 
 
ARQUÉTIPO 
 
 
 
O arquétipo é uma espécie de aptidão para reproduzir 
constantemente as mesmas ideias míticas; se não as mesmas, 
pelo menos parecidas. 
 
-Padrões universais, coletivo, traz em si o aspecto claro e 
escuro, positivo e negativo. Podem aparecer em forma de 
imagem personificada assim como a anima e o animus ou 
simbólica, como aspectos ligados a morte, renascimento, 
amor. 
- A quantidade de arquétipos é relativamente limitada, 
corresponde às possibilidades das vivências fundamentais 
típicas que a humanidade já experimentou desde os seus 
primórdios. 
 
O arquétipo não é apenas um protótipo, mas também 
uma manifestação processual-dinâmico. Todas as 
manifestações da vida repousam na base arquetípica, em 
 
 
 
níveis biológico, psicofísico ou espiritual. Representam 
reproduções de reações instintivas 
 
 
 
A descida do Espírito Santo com o batismo de fogo em Pentecostes 
 
- A este conceito corresponde a ideia de alma, espírito, Deus, 
saúde, força corporal, fertilidade, poder mágico, influência, 
poder, respeito, remédio, bem como certos estados de 
afetos. JUNG (2004). 
- A forma do arquétipo é o aspecto herdado. O conteúdo do 
seu preenchimento não é herdado. Como por exemplo 
arquétipo materno e arquétipo paterno, inúmeras imagens 
arquetípicas surgirão no preenchimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMAGENS ARQUETÍPICAS 
 
- O arquétipo funciona como um nódulo de concentração 
de energia psíquica. Quando esta energia, em estado 
potencial, atualiza-se, toma forma, então teremos a imagem 
arquetípica. Não poderemos denominar esta imagem de 
arquétipo, pois o arquétipo é unicamente uma virtualidade. 
(SILVEIRA, 1974). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deméter Kuan Yin Virgem Maria 
 
 
Acima, Deméter deusa grega da agricultura, Kuan Yin 
deusa chinesa da compaixão e a Virgem Maria a Mãe Santa 
no catolicismo. 
 
As três divindades acima, são imagens arquetípicas do 
arquétipo da Grande Mãe, expressão do sagrado feminino. O 
arquétipo é a forma, o conteúdo é a imagem arquetípica. O 
conteúdo arquetípico terá relação direta com o contexto 
cultural o qual está inserida a manifestação específica da 
imagem. 
 
 
 
NUMINOSO 
 
Jung cria o conceito de numinoso, partindo do teólogo 
alemão Rudolf Otto -25/09/1869 - 06/03/1937 - Alemanha 
- Tremendum (que causa tremor); Majestas (avassalador); 
Mysterium (o totalmente oculto). 
 
 
 
- Experiência Religiosa = Numinoso; Efeito que arrebata e 
controla. 
- Elemento da inconsciência coletiva; Fascinante; 
Assombroso. 
 
Numinoso é o efeito fascinante e terrível que o arquétipo 
produz sobre a consciência. Grandes manifestações coletivas 
como passeatas, eleições, jogos de futebol, shows de rock, 
cultos religiosos, são experiências que exemplificam o caráter 
arrebatador numinoso. A experiência em contato direto com 
o Sagrado traz o perigo da perda e dissolução da 
consciência. 
 
 
 
SÍMBOLO 
 
 
 
 
O símbolo é uma linguagem universal infinitamente rica, 
capaz de exprimir por meio de imagens muitas coisas que 
transcendem das problemáticas especificas dos indivíduos. 
- “Um símbolo não traz explicações, impulsiona para além de 
si mesmo na direção de um sentido ainda distante, 
inapreensível, obscuramente pressentido e que nenhuma 
 
 
 
palavra de língua falada poderia exprimir de maneira 
satisfatória" (Jung). 
 
A serpente enquanto símbolo expressa múltiplas 
possibilidades e significados. Dois pacientes podem sonhar 
com serpente e o significado ser distinto. Devemos levar em 
conta que a riqueza do símbolo consiste justamente de 
carregar em si diversidades de significados. 
 
Ao analisar os símbolos de um sonho é necessário termos 
cuidados específicos. Em capítulo mais adiante será 
detalhado como acolher e trabalhar os materiais de maneira 
eficaz e coerente 
 
 
 
SIGNO 
 
 
 
Os Símbolos alcançam dimensões que o conhecimento 
racional não pode atingir. Transmitem intuições altamente 
estimulantes prenunciadoras de fenômenos ainda 
desconhecidos. Mas desde que seu conteúdo misterioso 
 
 
 
venha a ser apreendido pelo pensamento lógico, esvaziam-
se e morrem, viram apenas signos. 
 
O signo encerra e esgota as possibilidades de 
associações. Me recordo de conversar com um senhor 
quando eu ainda era criança. Estava fazendo minha primeira 
comunhão e o tema da cruz do Cristo para mim, tinha um 
significado positivo. Tal homem era evangélico ao lhe dizer 
sobre a primeira comunhão e falarmos sobre a cruz, descobri 
pela primeira vez em minha vida que a cruz poderia ter um 
significado distinto daquele o qual haviam me ensinado 
como sendo o correto e único. 
 
O senhor me contou que para ele a cruz tinha um 
significado negativo, pois era um instrumento de destruição 
para alguém querido por ele. Tive uma sensação estranha. 
Como poderia ser que algo até então somente positivo, 
também poderia ter um significado negativo? Assim, 
compreende-se a complexidade que existe em meio as 
associações e produções de signos 
 
 
 
FUNÇÃO TRANSCENDENTE 
 
 
 
 
 
 
A função transcendente se refere ao processo de 
transpor, superar a unilateralidadeou conectar os opostos 
consciente e inconsciente. 
 
- É o processo psíquico da possibilidade de uma nova síntese. 
 
É a superação dos opostos que leva à integração, com 
a assimilação de conteúdos inconscientes. A superação dos 
conflitos de estar polarizado e o fim da unilateralidade do 
ego. A função transcendente é o processo, e a expressão 
resultante é o símbolo. 
 
Me recordo de um caso de um rapaz jovem, com 
ataques de pânico, bastante envergonhado, com 
dificuldades na área da sexualidade. Tinha tido apenas um 
único relacionamento. Sua namorada, o havia traído e ele 
decidiu terminar a relação. Seus ataques de pânico o 
motivaram a procurar a psicoterapia. Começamos a 
trabalhar com algumas técnicas corporais e de respiração, 
sua ansiedade e o pânico foram baixando gradativamente, 
também começamos a análise de seus sonhos. Sua timidez o 
impedia de se aproximar das mulheres, impedindo o assim de 
desfrutar os prazeres que um relacionamento e a sexualidade 
podem ofertar ao ser humano. 
 
Ele trouxe um sonho em que uma amiga gritava para 
ele: “OUSADIA”! No sonho seguinte aparecia a figura típica 
de um malandro, após este sonho, o próximo trazia a figura 
de um homem negro sorridente com o pênis a mostra 
apontando para o paciente e dizendo: “CHUPA”! 
 
Analisamos os sonhos e as mensagens de incentivo ao 
rapaz para se aventurar no caminho do prazer e da 
descontração foram ficando evidentes. Nesta trinca de 
sonhos tivemos a anima pedindo ousadia, a desenvoltura das 
investidas de sedução na imagem de sombra do malandro. 
Por fim, o homem negro que pedia ao paciente que ele 
 
 
 
praticasse sexo oral nele,que o deixou encabulado. Perguntei 
ao rapaz se ele tinha desejos sexuais por homens. 
 
Ele disse que não.Trouxe a ele a imagem arquetípica de 
Exu, o mensageiro dos Orixás, Senhor dos Caminhos, que abre 
e fecha, brincalhão, comunicativo e expansivo. O sonho, não 
se tratava da realização de um desejo reprimido. O sonhador 
precisava chupar Exu simbolicamente, chupar, absorver suas 
características inspiradoras. 
 
 
 
 
Exu com seu porrete Ogó, em formato de pênis. 
 
O paciente ficou impressionado, evangélico até então, 
tinha começado a se interessar pelas religiões afros. Este 
sonho despertou seu lado galanteador, começou a se 
relacionar com as mulheres, seus caminhos para o prazer 
estavam abertos. A expressão simbólica trouxe a 
possibilidade de transformação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPLEXOS 
 
 
 
- A palavra complexo é baseada no latim, complexus, que 
significa, conexão, liga, amarrado junto. 
- O complexo é resultado de muitas partes que ficaram 
entrelaçadas, formando um grupo ou núcleo, se tornando 
uma unidade. O núcleo do complexo é o arquétipo. 
Os complexos são aspectos normais da psique, mas 
podem se tornar patológicos, autônomos, quando em termos 
de energia, possuam um valor que supere a vontade 
consciente, uma forte carga emocional que pode chegara 
perturbar e a interferir `nas intenções da consciência, 
prejudicando e influenciando nos aspectos da memória, da 
tomada de decisões e na concepções de ideias e 
pensamentos (JUNG,1998). 
Segundo Jacobi, (JACOBI, 1995) ocomplexo em si é um 
elemento estrutural da psique, e por isso mesmo, só pode ser 
considerado saudável. 
 
 
 
 
 
 
 
POSSESSÃO DO COMPLEXO 
 
 
 
- Todo mundo sabe que as pessoas “têm complexos”. Mas o 
que não é bem conhecido e, embora teoricamente seja de 
maior importância, é que os complexos podem nos ter. 
 
- Enquanto possuída pelo complexo, a consciência tem sua 
autonomia e seu julgamento prejudicados. 
 
-Durante a possessão surgem afetos avassaladores, 
comportamentos agressivos, excessos, comportamentos de 
risco a autopreservação, discursos em que a censura se 
rompe e o que seria impensável em ser dito ou feito acaba 
por encontrar sua expressão. 
 
 Como vimos anteriormente o arquétipo é o núcleo de 
todo o complexo. O arquétipo materno evidentemente 
constitui o núcleo do complexo materno. Na lista de atributos 
abaixo, temos algumas características contraditórias, como 
não poderia deixar de ser. 
 
Esta enumeração não pretende ser completa. Ela 
apenas indica os traços essenciais do arquétipo materno. 
Seus atributos são o ‘maternal’ simplesmente a mágica 
autoridade do feminino; a sabedoria e a elevação 
espiritual além da razão; o bondoso, o que cuida, o que 
sustenta, o que proporciona condições de crescimento, 
fertilidade e alimento; o lugar da transformação mágica, 
do renascimento; o instinto e o impulso favoráveis; o 
 
 
 
secreto, o oculto, o obscuro, o abissal, o mundo dos 
mortos, o devorador, sedutor e venenoso, o apavorante 
e fatal.(JUNG,2003, pár.158) 
 
Uma vez que o mundo só existe devido ao equilíbrio dos 
opostos, o racional é contrabalançado pelo irracional e o 
que é planejado pelo que é dado (JUNG, 2003). Temos 
elementos estruturantes, positivos e construtivos para o 
desenvolvimento da psique, presentes no complexo materno, 
mas temos elementos regressivos, dissolvidores e negativos 
também. Quando a consciência lida com o complexo 
materno, não pode escolher somente a parte que lhe 
interessa, ela recebe tanto a parte boa como a ruim. 
 
 
 
COMPLEXO MATERNO POSITIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capacidade de cuidar, ser cuidado, propiciar prazer, bem-
estar e nutrição. 
- Estimula a capacidade lúdica, fantasiosa e criativa. 
- Propicia a união e o vínculo afetivo de qualquer natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPLEXO MATERNO NEGATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- A atuação do complexo materno negativo acarreta em 
baixa autoestima, passividade, falsa submissão, 
dependência, hipersensibilidade à rejeição, depressão, 
alcoolismo e outros vícios. 
- Incapacidade de discriminação e tomadas de decisão 
entre o que é apropriado ou não para si ou para a situação 
são comuns. 
 
 
 
COMPLEXO PATERNO POSITIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No núcleo do complexo paterno, temos o arquétipo paterno 
que traz princípios de limites, autonomia, disciplina e 
capacidade discriminatória. 
 
 
 
- A técnica e a prescrição em detrimento da criatividade e 
improviso. 
- Espírito independente, senso do dever e capacidade lógica. 
 
 
 
COMPLEXO PATERNO NEGATIVO 
 
 
Cronos devorando seu filho 
- Ausência, incongruência, desdém, ameaças de abandono, 
indução de culpa (bode expiatório) e agressão física. 
- Pai alcoólatra: filho que tem de se tornar “pai” da família 
precocemente, “adultecer”. 
 
 
ANIMA- ANIMUS 
 
PROJEÇÃO 
 
 
 
 
 
Projeção é a transferência imperceptível e involuntária, 
de conteúdos inconscientes positivos ou negativos no outro. 
 
- Onde nos falta conhecimento da realidade será 
completado pela projeção. 
- Quanto maior a falta de autoconhecimento, consciência e 
discernimento, maior será a projeção. 
 
Nas relações amorosas ocorrem as projeções de anima 
e animus. 
 
O príncipe encantado, a esposa dedicada, o amante 
sedutor, a femme fatale, são alguns exemplos de imagens de 
animus e anima projetados nos parceiros e parceiras que são 
humanos, limitados e falíveis. Porém, em estado de paixão a 
consciência rebaixa e as projeções dos arquétipos 
contrassexuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARQUÉTIPO DA ANIMA 
 
 
 
- Personificação do inconsciente masculino. Comum 
aparecer nos sonhos dos homens na imagem de uma mulher. 
- A primeira imagem de anima será a mãe ou cuidadora. 
Mediadora entre o inconsciente e a consciência do homem. 
-Feminilidade inferior do homem, inferior por estar por trás da 
personalidade consciente e por carecer de desenvolvimento. 
- Sempre relacionada aos aspectos emocionais e afetivos, 
realçando e alterando o humor da consciência masculina. 
-Arquétipo da vida 
 
ESTÁGIOS DA ANIMA: 
 
Os estágios da anima, estão relacionados ao 
amadurecimento e estruturação daconsciência. A expressão 
estágio, representa a ideia de que estes estágios podem 
ocorrer por diversas vezes ao longo da vida do homem. Todo 
início de relacionamento amoroso, muito provavelmente será 
marcado pelo estágio 1 da Eva. 
 
01 – Eva: representa para o homem o relacionamento 
instintivo e biológico, sexualidade, do apaixonamento, do 
desejo sexual mais forte no homem, por isso o homem se 
masturba mais, projeta mais o instintivo (cérebro reptiliano), 
ter prazer etc. 
 
 
 
02 – Helena de Tróia: romântico e estético, da parceira, até 
que a morte os separe, viver para sempre juntos. 
 
03 – Virgem Maria:Estágio que eleva ao amor e à grandeza 
espiritual. Ego maduro. 
 
04 – Sophia simbolizado pela sabedoria. Sofia, amor pelo 
saber. 
 
POSSESSÃO PELA ANIMA 
 
Incertezas, paralisações, impulsividade, agressividade. 
- O homem necessita de desenvolvimento egóico, quanto 
menor a consciência de si mesmo, mais o homem vivenciará 
os aspectos instintivos e primitivos da Anima e se tornará 
prisioneiro dela. 
 
A FUNÇÃO POSITIVA DA ANIMA 
 
Porém, quando o homem leva à sério e concretiza as 
emoções, as fantasias, os sentimentos através das artes, 
música ou dança, o homem poderá experimentar a Anima 
como sendo sua guia inspiradora em seu processo de 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARQUÉTIPO DO ANIMUS 
 
 
 
Personificação do inconsciente feminino. Comum 
aparecer nos sonhos das mulheres na imagem de um 
homem. 
 
-A primeira imagem de animus será o pai ou cuidador. 
Personificação do inconsciente feminino. Comum aparecer 
nos sonhos das mulheres na imagem de um homem. 
-Realça as convicções e a razão. 
 
ESTÁGIOS DE ANIMUS 
 
Os estágios expressam a maturidade egóica da mulher. 
Quanto mais evoluído for o ego feminino, tanto mais 
avançado será o estágio do animus. 
 
01 – Personificação da força física tal como o primeiro estágio 
da anima, aspectos estéticos, físicos e maior atração sexual 
são características presentes durante esta etapa. 
02 – Homem romântico e de ação: poesia, letras românticas, 
inteligentes e politizadas, maneira como o artista retrata as 
mulheres; homem de negócios, ação. 
 
 
 
03 – Condutor do Verbo, professor, conhecimento, grande 
orador intelecto, mestre 
04 – Sábio, o que guia e inspira no caminho de 
espiritualidade, individuação. 
 
 
POSSESSÃO PELO ANIMUS 
 
- A mulher que não se conhece fica cada vez mais vítima dos 
julgamentos e convicções do Animus, anulando cada vez 
mais sua própria essência, subjugada por pensamentos 
autodepreciativos, agressiva e intransigente. 
 
 
A FUNÇÃO POSITIVA DO ANIMUS 
 
- O lado positivo do Animus inspira um espírito de iniciativa, 
coragem e na sua forma mais elevada, de grande 
profundidade espiritual. 
 
 
 
ENERGIA PSÍQUICA 
 
Jung cria o conceito de energia psíquica no sentido de 
ampliar o conceito de energia libidinal para além do sentido 
único da sexualidade, sentido este delineado por Freud. 
 
 
 
 
 
 
 
Concepção Causal X Finalista 
 
A visão freudiana, corresponde a visão causal. Neste 
tipo de visão busca-se a causa no passado da infância a 
respeito dos problemas no presente. Freud está em busca do 
“por que”. 
 
A visão junguiana, corresponde a visão finalista, neste 
tipo de visão busca-se o entendimento da dinâmica da 
psique, no presente. Jung busca compreender o “para que”. 
Qual a consequência do estilo de vida que eu tenho? 
Qual a consequência do meu tipo de comportamento? 
 
 
Opostos 
 
A energia é uma abstração que expressa uma relação 
com um determinado de tema, envolve uma predileção e 
automaticamente exclusão. A energia é quantitativa, 
transformável. 
 
Processo psicofísico: psique e corpo são interligados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema de Valores Psicológicos 
 
 
 
 
 
 
• Valores são avaliações quantitativas de energia 
• Medidas, valores morais, estéticos, coletivos 
• Quanto mais falamos a respeito de algo, maior o valor, 
maior a carga de energia psíquica constelada, ativada 
por aquele assunto, tema. 
• Sistema coletivo – Sistema subjetivo 
• Avaliação subjetiva individual, relativismo, cada um 
definirá aquilo que lhe é importante, segundo seus 
próprios valores. 
 
 
Avaliação Quantitativa Objetiva 
 
• Complexos: conteúdo emocional, associações 
consteladas. Irão condicionar a experiência 
determinada, fato vivido, causal vinculado ao 
ambiente. 
• Força constelada, constelação específica, relacionada 
a um tema 
• A força consteladora do elemento nuclear do complexo 
corresponde à intensidade de valor do mesmo, ou seja, 
à sua energia. 
 
 
Avaliação do valor energético 
 
1- Quanto mais frequentemente encontrar constelações, 
maior valor psicológico. 
 
 
 
2- Frequência e intensidade relativas dos sinais de 
perturbação do complexo. Lapsos de linguagem, 
esquecimentos, mal-entendidos. 
ex: tempo que o paciente gasta falando sobre certos 
assuntos- Intensidade de fenômenos afetivos: pulso, 
condução de energia na pele, batimento cardíaco, 
respiração. 
 
 
Sistema subjetivo 
 
Energia, como movimento, situação, força, condição, 
potencial 
• Fenômenos dinâmicos, instintos, desejos, vontade, afeto. 
• Atenção, rendimento de trabalho 
• Processo psíquico, processo de vida, energia da vida. 
• Libido, esfera crítica da interação de corpo e alma. 
Tradução de libido segundo Jung, não está relacionado 
somente a sexualidade: avidez, desejo, impulso, também 
são traduções pertinentes. 
 
 
PROGRESSÃO X REGRESSÃO 
 
• Energia em Progressão é o dia a dia do caminhar 
evolutivo do processo psicológico de adaptação ao 
contexto da realidade do mundo externo, nunca cessa. 
Completar a adaptação por meio de nova a atitude, 
dar satisfações à exigência das condições do ambiente. 
Corresponde a extroversão. 
• Energia em Regressão, é o investimento da energia no 
mundo interno, este é movimento necessário para os 
novos nascimentos e transformações. Corresponde a 
introversão 
• Não confundir progressão com evolução, não confundir 
regressão com involução. 
 
 
 
 
 
 
SELF (SI-MESMO) 
 
Self representa o ser em sua totalidade. 
 
- É o centro organizador, auto regulador e integrador da 
psique; 
- Eixo Ego-Self; 
- Totalidade da psique; 
 
Para Jung, o Si-mesmo é a vivência da manifestação 
psicológica do sagrado. 
 
Para a psicologia analítica, o Self, existe e a atua na 
psique semelhante ao modo de Deus, não importa se a 
pessoa tem uma crença consciente ou não. 
 
A mandala exprime-se, simbolicamente, por um círculo, 
um quadrado ou um quatérnio, num dispositivo simétrico do 
número 4 e de seus múltiplos. 
 
- Tornar-se único e integro é o próprio processo de 
amadurecimento que envolve o fortalecimento do ego, o 
reconhecimento do Self e sua realização. 
 
 
 
 
 
 
 
Self – totalidade 
 
VELHO SÁBIO – VELHA SÁBIA 
 
O Self nos sonhos masculinos toma, muitas vezes, a 
forma de “Velhos Homens Sábios”. 
 
- O Self aparece nos sonhos usualmente em momentos 
críticos da vida do sonhador – instantes decisivos em que suas 
atitudes básicas e todo seu modo de vida estão em processo 
de mutação. 
 
O Self nos sonhos femininos toma, muitas vezes, a forma de 
“Velhas Mulheres Sábias”. 
 
 
 
 
 
 
Philemom, Velho Sábio que apareceu para Jung, pintura realizada por ele 
próprio 
 
 
CRIANÇA DIVINA 
 
 
Pequeno Buda Menino Jesus 
 
 
 
 
A criança, o jovem, representa o Self e o seu poder de 
renovação. Uma nova orientação por meio da qual tudo se 
torna cheio de vida e de iniciativa. Potencial do vir a ser. 
 
 
 
INDIVIDUAÇÃO 
 
 
Carvalho e Cerejeira ambas são árvores, cada qual ao seu modo, já contém 
em suas sementes o potencial do seu vir a ser. 
 
- O sentido e a meta do processo são a realização da 
personalidade originária, presente no germe 
embrionário,em todos os seus aspectos. 
- É o estabelecimento e o desabrochar da totalidade 
originária, potencial. [...] Chamei a esse processo de 
processo de individuação. 
- Tornar-se um consigo e um com o coletivo. 
- (JUNG, 1987b, § 186, p. 186-187). 
- Uso a palavra ‘individuação’ para designar um processo 
pelo qual um ser torna-se um ‘individuum’ psicológico, 
isto é, uma unidade autônoma e indivisível, uma 
totalidade. 
 
A individuação significa tender a tornar-se um ser 
realmente individual; na medida em que entendemos por 
individualidade a forma de nossa unicidade, a mais íntima, 
nossa unicidade última e irrevogável; trata-se da realização 
de seu Si-mesmo, no que tem de mais pessoal, e de mais 
rebelde a toda comparação. Poder-se-ia, pois, traduzir a 
 
 
 
palavra ‘individuação’ por ‘realização de si mesmo’, 
‘realização do Si–mesmo’. (JUNG,2002,par.355) 
 
Para que ocorra o processo de individuação é 
necessário que se tenha um ego estruturado, a fim de que a 
vida consciente se adapte as exigências do coletivo, bem 
como a oportunidade para que o inconsciente se expresse 
de maneira tal que ocorra a integração destes opostos. 
 
Quando ocorre a unilateralidade da consciência, a 
repressão dos conteúdos considerados hostis ou a 
fragmentação do ego, não há realização do Self(Si-
mesmo).Para que a realização da personalidade ocorra é 
necessário que o ego suporte a tensão entre os opostos, 
somente na tensão ocorre a expressão da vida em sua 
totalidade. 
 
 
 
SINCRONICIDADE 
 
Simultaneidade de um estado psíquico com um ou 
vários acontecimentos que aparecem como paralelos 
significativos. 
 
Princípio de conexões acausais, mas que se relacionam 
entre si, concedendo-lhes significado. 
 
Coincidência de um estado psíquico com um 
acontecimento futuro, portanto, distante no tempo e ainda 
não presente, e que só pode ser verificado também 
posteriormente. 
 
A Sincronicidade é o estado que trará a possibilidade da 
conscientização de aspectos inconscientes. Jung nos conta o 
exemplo de uma paciente que o processo de análise se 
encontrava bastante restrito. A paciente conta sobre o sonho 
com um besouro dourado. No mesmo instante, Jung ouve um 
 
 
 
barulho em sua janela, ele a abre, apanha um besouro 
dourado, tal como descrito pela paciente em seu sonho. 
Após este evento, a análise seguiu um rumo mais amplo. 
Todos nós passamos pelos eventos sincronísticos, estes 
ocorrem. 
 
Cito aqui como exemplo, dois momentos distintos que 
ocorreram em minha vida. Nas duas situações entrei em 
conato com o volume V da Obra Completa de Jung, se trata 
de Símbolos da Transformação. 
 
 
 
 
Símbolos da Transformação marca o fechamento do 
ciclo de colaborações e vínculo entre Jung e Freud. Nesta 
obra, o criador da Psicologia Analítica expressa ideias 
distintas e discordantes das defendidas por Freud. É a 
jornada de individuação, o chamado que ocorre na 
metanoia. Nos dois momentos em que entrei em contato 
com o referido livro, encerrei vínculos importantes em minha 
vida e iniciei processos de transformações bastante intensos e 
profundos. 
 
 
 
 
 
 
 
TIPOS PSICOLÓGICOS 
 
A teoria dos tipos psicológicos nos ajuda a esclarecer as 
afinidades, interesses, mal-entendidos e as dificuldades que 
surgem nos relacionamentos entre os indivíduos. Na tipologia 
junguiana as pessoas serão classificadas ematitudes e 
funções psíquicas. 
 
As atitudes são introversão e extroversão. Todos nós 
temos as duas atitudes. Uma será mais desenvolvida do que a 
outra. 
 
- Existem duas atitudes: Introversão e Extroversão. 
- No introvertido o foco de atenção está no mundo interno, já 
o extrovertido seu foco de atenção é o mundo externo. 
 
Atitude: Introversão 
 
- Hesitantes; não podem viver antes de compreender a 
vida; Atitude reservada e questionadora; Atenção 
voltada para o interior. 
- Seu mundo real é o interno, suas ideias; vão das 
considerações para a ação e voltam para as 
considerações; Tendência à não praticidade. 
 
Atitude: Extroversão 
 
- Impulsivos; não podem compreender a vida antes de vivê-
la; Atitude relaxada e confiante; Atenção voltada para 
oexterior. Acessíveis e sociáveis, preferem o mundo das coisas 
e pessoas ao mundo das ideias. Dedicam-se 
exageradamente a exigências externas. 
 
Funções da consciência 
 
 
 
 
Todos nós temos quatro funções psíquicas. São elas: 
sentimento, pensamento, sensação e intuição. Uma delas, 
será a mais bem desenvolvida, denominada função principal, 
em seguida teremos a função auxiliar, uma terceira também 
auxiliar e por último, menos desenvolvida a função inferior. 
 Sobre a função inferior, Jung nos conta que:”Não é a 
gente que a tem na mão, mas alguém a tem”. Quando 
totalmente indiferenciada, misturada ao inconsciente, 
caráter infantil e arcaico, instintiva. 
Por isso somos surpreendidos por comportamentos 
marcados por estados de humor, infantis, arcaicos e 
instintivos. 
 
 
 
A função sensação é a função ligada ao aqui e agora, 
momento presente, detalhista, focal, grande capacidade de 
execução, vinculada aos órgãos dos sentidos. Esta é função 
do real, segundo Jung. A função intuição nos traz dados e 
informações de forma perceptiva via inconsciente, visão da 
totalidade, criativa, podendo até mesmo antecipar aspectos 
futuros. A função pensamento está ligada ao intelecto, a 
lógica, prós e contras, os fatos objetivos, tendência a priorizar 
o que precisa ser feito ao invés de priorizar as pessoas e suas 
Funções Psíquicas
Sensação Intuição
Pensamento Sentimento
Desenvolvimento Humano
e Capacitação Profissional
Desenvolvimento Humano
e Capacitação Profissional
 
 
 
subjetividades. A função sentimento é a função dos valores, 
para Jung, sentimento não é sinônimo de emoção ou afeto. 
O sentimento está relacionado com aquilo que é importante 
para alguém sua subjetividade, tendência em valorizar o 
outro e a sua subjetividade. As funções psíquicas também 
serão classificadas em funções irracionais e racionais. 
 
As funções sensação e intuição são funções irracionais. 
 
Por irracional, entende-se a possibilidade de receber 
informação, poder processá-la e agir. Alguns autores 
posteriormente chamaram as funções irracionais de funções 
de percepção. Existem duas maneiras de se obter 
informações: pela sensação, via órgão dos sentidos, criando 
uma ideia concreta; ou pela intuição recebendo a 
informação e não se fixando na característica concreta, mas 
em suas possibilidades do futuro. Sensação e intuição são 
opostas entre si. 
 
As funções pensamento e sentimento são funções 
racionais. Por racional, entende-se a possibilidade de avaliar 
as informações recebidas e como prefere tomar decisões. 
Existem duas maneiras de tomada de posição: avaliação 
pelo pensamento de maneira lógica e racional; pelo 
sentimento a avaliação é feita através dos valores pessoais. 
Pensamento e sentimento são opostos entre si (ZACHARIAS, 
2006). 
 
Vamos verificar alguns exemplos de diagramas: 
 
 
 
 
 
 
No diagrama, podemos ver a atitude predominante e a 
função principal na superfície consciente. Na parte inferior 
inconsciente temos a disposição da atitude oposta e da 
função inferior. Nas laterais, as funções auxiliares. 
 
 
 
 
Neste diagrama temos o tipo pensamento extrovertido, 
função principal pensamento, atitude consciente 
extroversão, com função auxiliar intuição. A função sensação 
FUNÇÃO PRINCIPAL
FUNÇÃO INFERIOR
ATITUDE 
ATITUDE 
FUNÇÃO AUXILIARFUNÇÃO AUXILIAR
FUNÇÃO PRINCIPAL 
PENSAMENTO
FUNÇÃO INFERIOR 
SENTIMENTO
ATITUDE EXTROVERTIDO
ATITUDE INTROVERTIDO
FUNÇÃO AUXILIAR 
SENSAÇÃO
FUNÇÃO AUXILIAR 
INTUIÇÃO
 
 
 
também é uma função auxiliar, porém menos diferenciada 
que a intuição.Na parte de baixo temos a função inferior que 
é o sentimento introvertido. 
 
 
Neste diagrama temos o tipo intuiçãointrovertido, 
função principal intuição, atitude consciente introversão, 
com função auxiliar sentimento. 
 
A função pensamento também é uma função auxiliar, 
porém menos diferenciada que a função sentimento. Na 
parte de baixo temos a função inferior que é a sensação. 
 
Vamos agora para a descrição dos oito tipos descritos 
por Jung. São quatro tipos introvertidos e quatro tipos 
extrovertidos. Não existe um tipo melhor ou pior do que os 
outros todos terão suas habilidades e suas dificuldades. 
 
A teoria dos tipos psicológicos não visa rotular ou 
enquadrar as pessoas. A teoria visa esclarecer as diferenças e 
promover a compreensão. Mediante o esclarecimento 
podemos ter uma visão de acolhimento e entendimento do 
indivíduo consigo e para com o outro. 
 
FUNÇÃO PRINCIPAL 
INTUIÇÃO
FUNÇÃO INFERIOR 
SENSAÇÃO
ATITUDE INTROVERTIDO
ATITUDE EXTROVERTIDO
FUNÇÃO AUXILIAR 
PENSAMENTO
FUNÇÃO AUXILIAR 
SENTIMENTO
 
 
 
PENSAMENTO INTROVERTIDO 
 
Função Inferior: Sentimento Extrovertido 
 
- Capacidade de organização dos fatos e ideias utilizando-se 
de princípios lógicos. 
- Interesse em questões relacionadas à ciência e tecnologia. 
- Impessoais, sentem mais interesse por coisas do que 
relacionamentos humanos. 
- Imaturidade emocional com sentimento avassalador, 
intenso e desmedido. 
 
 
 
PENSAMENTO EXTROVERTIDO 
 
Função Inferior: Sentimento Introvertido 
 
- Estabelece passos, organiza e prioriza a ação em direção a 
um objetivo único e imutável. 
- Estabelece limites, regras, regulamentos e leis a serem 
cumpridas sem questionamentos, sem perda de tempo. 
- Tendência a não considerar o ponto de vista do outro. 
- Dificuldades em expressar os sentimentos. 
 
 
 
SENTIMENTO INTROVERTIDO 
 
Função Inferior: Pensamento Extrovertido 
 
- Possui uma escala diferenciada de valores, ética silenciosa, 
valorizando a moral. 
- Mais preocupados com as pessoas ao seu redor do que 
consigo mesmo. 
- Vagueia sobre uma imensa série de fatos e se perde tal 
como num pantanal de detalhes. 
- Dificuldade de ampliar fatos e ideias, caindo na monomania 
intelectual. 
 
 
 
 
SENTIMENTO EXTROVERTIDO 
 
Função Inferior: Pensamento Introvertido 
 
- Mais interessados nas pessoas do que nas coisas. 
- Capacidade em promover no ambiente uma atmosfera de 
aceitação muito agradável. 
- Pensamentos autodepreciativos, negativos, cínicos e 
destrutivos. 
- Julgamentos críticos à respeito das pessoas. 
 
 
 
SENSAÇÃO INTROVERTIDA 
 
Função Inferior: Intuição Extrovertida 
 
- Perfeccionismo, paciência e detalhista. 
- Responsabilidade, precisão e organização. 
- Dificuldade em lidar com as próprias fantasias; vendo com 
desconfiança suas próprias intuições; 
- Há uma grande dificuldade em lidar com o mundo do 
futuro. 
 
 
 
SENSAÇÃO EXTROVERTIDA 
 
Função Inferior: Intuição Introvertida 
 
- Imensa e exata consciência da realidade externa em todas 
as suas diferenciações. 
- Percebe a textura das coisas (se é seda ou lã) e geralmente 
o bom gosto está presente. 
- Tem dificuldade em lidar com múltiplas possibilidades, se 
atendo apenas aos fatos. 
 
 
 
- Tendência a intuições persecutórias, premonições suspeitas 
e sombrias. 
 
 
 
INTUIÇÃO INTROVERTIDA 
 
Função Inferior: Sensação Extrovertida 
 
- Alto senso poético, literário e cultural. 
- Possuem sempre novas maneiras de resolver problemas, 
valorizando sempre a inspiração e a imaginação. 
- Dificuldade em lidar com o corpo concreto, desde cuidados 
estéticos e saúde. 
- Tendência à perplexidade das fantasias, ficando absorto em 
si mesmo. 
 
 
 
INTUIÇÃO EXTROVERTIDA 
 
Função Inferior: Sensação Introvertida 
 
- Capacidade de imaginar possibilidades e potencialidades 
futuras ainda não realizadas. 
- Visão do todo, personalidade criativa. 
- Dificuldade em ser objetivo, semeia, mas não colhe. 
- Dificuldade em lidar com o corpo concreto, desde cuidados 
estéticos e saúde. 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA FUNÇÃO INFERIOR 
 
- Entender a Função Inferior 
- Confrontar a função inferior. 
- Admitir a importância e o seu sentido. 
- Tornar consciente aquilo que permanecia inconsciente. 
 
 
 
- Utilizar a função auxiliar para se aproximar da função 
inferior. 
Ter a humildade de se descer com as outras funções para o 
nível inferior. 
- Sacrifício da função principal. Algo novo, diferente e inédito 
em relação à vida, na qual se usam todas e nenhuma das 
funções durante todo o tempo. 
 
 
 
SONHOS e AMPLIFICAÇÃO 
 
Quando lidamos com o conteúdo pessoal em análise o 
trabalho de atribuição de significado deve sempre recair 
sobre o paciente. O analista não tem muita licença para 
interferir. Porém, quando lidamos com o conteúdo coletivo, 
estamos lidando com um assunto onde toda a humanidade 
foi, é e será participante das dores, paixões, tristezas e 
alegrias presentes ali nos símbolos expressados pelo 
inconsciente. Surge a amplificação, como ferramenta útil e 
prática na tentativa de se interpretar o que há nestas 
mensagens e bem como tais interpretações podem ser de 
grande auxílio na vida do paciente. Na prática da 
psicoterapia de orientação analítica, é comum a utilização 
de trabalhos com sonhos, imaginação ativa, sandplay, 
danças e outras técnicas que visam à expressão do 
inconsciente. Busca-se a compreensão dos conteúdos, que 
serão interpretados pelo analista e devolvidos ao paciente. 
 
Mas, qual a utilidade deste trabalho para o paciente? 
Não estaria o analista apenas expressando de forma soberba 
talvez seu conhecimento intelectual e cultural, utilizando-se 
de referências mitológicas, poéticas e artísticas para dar 
forma ao seu pensamento? Não seria mais pertinente 
pedirmos a associação livre do paciente frente tal material? 
 
Frente a estas questões, devemos primeiro entender a 
diferenciação entre a associação livre de Freud e a 
amplificação de Jung. 
 
 
 
-Diferenciação entre associação livre e amplificação. 
 
Logicamente devo mencionar aqui o mérito de Freud, que 
nos despertou para toda a problemática dos sonhos, 
habilitando-nos a penetrar nesse mundo de imagens. 
Sabemos que sua ideia era que os sonhos representavam 
a distorção de um desejo oculto, não satisfeito, por 
discordar do consciente. Devido a essa censura, ele surge 
distorcido para que a consciência não o reconheça, 
podendo assim, ao mesmo tempo, mostrar-se e viver. 
Freud nos diz: ´Vamos corrigir por completo essa distorção; 
seja natural, abandone suas tendências deformadoras, 
deixe as associações correrem livremente, e aí 
chegaremos aos fatos naturais`. Meu ponto de vista é 
totalmente diverso. Freud está procurando os complexos, 
eu não. Aí está a diferença central. Procuro saber o que o 
inconsciente está fazendo com os complexos, porque isso 
me interessa muito mais do que o fato de as pessoas terem 
complexos. Todos nós os temos; trata-se de um fato muito 
corriqueiro e desprovido de interesse. É apenas de 
interesse saber o que as pessoas fazem dos complexos; aí 
está o que realmente interessa, a questão prática central. 
Freud aplica um princípio totalmente diferente e oposto, 
que em lógica é chamado reductio ad primam figuram 
(redução à primeira figura). Isto é um tipo de silogismo, 
uma sequência complicada de conclusões lógicas, cuja 
característica é começar de um juízo perfeitamente 
sensato, racional, e, através de observações e insinuações 
sub-reptícias, ir mudando a natureza da primeira assertiva 
sensata, até atingir a distorção completa, o aspecto 
insensato. (JUNG, 2004, par. 175) 
Recordo-me de uma propaganda que mostrava de 
forma irônica a maneira de como o pensamento freudiano se 
desenvolvia em análise. 
 
Na propaganda o psicanalista abre a porta olha para o 
paciente e lhe diz: 
 
“A culpa é da sua mãe!.”Em seguida, bate a porta na cara 
do coitado do paciente. Se formos pensar a maneira do 
raciocínio freudiano,vamos sempre buscar a existência dos 
complexos na associação livre, e somente isso. 
 
 
 
 A culpa é da minha mãe. E agora? O que eu faço com 
esta informação? 
 
Esta propaganda evidentemente trata de forma lúdica 
a maneira que o pensamento de Freud tem da psique. Na 
psicanálise freudiana temos uma linha fixa, um silogismo, do 
qual segue um exemplo: 
 
O amor é cego. 
Deus é amor. 
Logo, Stevie Wonder é Deus. 
Este é um exemplo do que vem a ser um silogismo, uma 
linha lógica e desastrosa. Para Freud importa menos o 
conteúdo presente no sonho, ou na fala do paciente, uma 
vez que ele sempre vai nos remeter, no final de tudo, à 
nomeação dos complexos – particularmente o de Édipo, e o 
desejo reprimido. Com isto em mente, citarei o caso e um 
sonho de uma paciente que atendo, para deixar mais claro a 
diferença entre associação livre e amplificação. 
Retomarei este sonho e a sua amplificação mais 
adiante. Paciente A., 35 anos viúva, não trabalha desde que 
seu marido morreu há sete anos, vivendo da pensão do 
falecido marido, depressiva, sem filhos. No sonho, ela dança 
com o falecido marido, os dois entram em coreografias bem 
eróticas, ambos ficam com suas partes íntimas à mostra e 
atritando, sem ter penetração. No fim, o marido 
ejacula diretamente no chão. Imediatamente, uma 
menininha entra no salão e aponta para a poça de esperma 
no solo. 
Vamos falar sobre o conceito de amplificação. Jung 
comenta o seguinte: 
Há uma máxima do Talmude que diz que o sonho é sua 
própria interpretação. Ele é a totalidade de si próprio. E 
se julgarmos que há alguma coisa por trás ou que algo foi 
escondido, não há dúvida de que não o entendemos. 
Portanto, antes de mais nada, quando os senhores 
abordarem um sonho, pensem: ´Não entendo uma 
 
 
 
palavra do que está aqui`. Recebo muito bem essa 
sensação de incompetência, pois então sei que será 
preciso um bom trabalho em minha tentativa de 
entender o sonho. O que faço é o seguinte: Adoto o 
método do filólogo que está bem longe de ser livre-
associação, aplicando um princípio lógico - a 
amplificação, que consiste simplesmente em estabelecer 
paralelos. Por exemplo, no caso de uma palavra muito 
rara, com a qual nunca antes nos defrontamos, tenta-se 
encontrar passagens de textos paralelos, se possível, 
aplicações paralelas, onde a palavra ocorra. Aí tentamos 
colocar a fórmula que adquirimos através dos 
conhecimentos de outros textos frente à passagem que 
nos trouxe dúvida. Se ela se tiver, então, tornado legível, 
poderemos dizer: ´ Agora é fácil compreendê-la. ` Foi 
assim que aprendemos a ler hieróglifos e inscrições 
cuneiformes, e dessa mesma forma poderemos ler os 
sonhos. (JUNG, 2004, par.172, 173) 
 Como se pode ver, a amplificação é uma técnica em 
busca de se decifrar uma linguagem oculta e ou obscura. A 
associação livre freudiana acaba por ser uma técnica que 
visa atestar uma verdade teórica. 
 Na livre-associação psicanalítica, já sabemos 
previamente o que iremos encontrar quanto aos conteúdos 
da psique. Na amplificação, buscamos uma mensagem e ou 
conteúdo expresso na linguagem simbólica dos sonhos, no 
discurso do paciente e na sua dinâmica de funcionamento, 
conteúdo este que não conhecemos previamente.A 
amplificação tem uma utilidade prática e não apenas 
nominal do conteúdo que foi amplificado, pois buscamos a 
dinâmica do complexo, o modo como atua na psique do 
paciente e em sua vida cotidiana, e não apenas nomeá-lo 
ao sujeito. 
 Vamos agora procurar entender a ajuda que a 
amplificação traz para o paciente 
Na perspectiva junguiana, compreendemos que a 
psique se expressa através de uma linguagem oculta, a 
linguagem simbólica. A incerteza inicial do significado e a 
certeza da natureza arquetípica são referências a que o 
 
 
 
analista deve sempre se ater no trabalho com a 
amplificação. 
Jung comenta o seguinte sobre o fundamento da 
psique e a necessidade de conhecimento do analista a 
respeito de mitologias: 
Devemos admitir, porém que os conteúdos arquetípicos 
do inconsciente coletivo assumem muitas vezes uma 
forma grotesca e horripilante em sonhos e fantasias. Até 
mesmo a consciência mais racional não é imune aos 
sonhos e fantasias. Até mesmo a consciência mais 
racional não é imune aos sonhos de angústia que podem 
perturbá-la profundamente, ou às representações 
obsessivas e angustiantes. A elucidação psicológica 
dessas imagens que não podem ser ignoradas ou 
caladas conduz logicamente às profundezas da 
fenomenologia histórico-religiosa. A história das religiões 
em seu sentido mais amplo (incluindo mitologia, folclore e 
psicologia primitiva) representa o depósito do tesouro das 
formas arquetípica; o médico colhe nesse domínio 
paralelos auxiliares e material comparativo eloqüente 
destinado a tranquilizar e esclarecer a consciência 
gravemente perturbada em sua orientação. É 
indispensável, no entanto dar às fantasias emergentes, 
estranhas à consciência e aparentemente ameaçadoras 
em relação a ela, um contexto que as aproxime da 
compreensão. Como a experiência mostra, isto ocorre 
favoravelmente através do material mitológico 
comparativo. (JUNG, 1994, par.38) 
Quando estamos lidando com um símbolo estamos 
lidando com um conteúdo imagético que, por ser de 
natureza arcaica, carrega consigo uma série de significados, 
daí a importância da amplificação. 
Duas pessoas podem ter o mesmo sonho, porém, o 
significado será sempre diferente, uma vez que são sujeitos 
distintos, e estamos falando do relacionamento dinâmico dos 
complexos com o resto da psique. Muitas vezes o sujeito pode 
sonhar com o mesmo símbolo em sonhos diferentes e ainda 
assim o significado ser outro naquele momento da vida 
daquele indivíduo. 
 
 
 
O símbolo é um elemento obscuro precisa ser 
esclarecido e conscientizado para que mediante a 
compreensão de sua mensagem, a consciência possa 
integrar o conteúdo necessário e continuar a ter 
perseverança e discernimento de suas ações, em sua 
jornada. Compreendemos então que, os mitos se tornam 
ferramenta de trabalho do terapeuta, o que justifica seu 
estudo. Neste outro texto, Jung fala sobre o fundamento da 
psique: 
A psicologia moderna tem a vantagem de ter conhecido 
uma área de fenômenos psíquicos que sem dúvida 
representa a matriz de toda mitologia: sonhos visões, 
fantasias e ilusões. Aqui ela não só encontra frequentes 
analogias com temas míticos, mas também tem a 
oportunidade ímpar de observar ao vivo e analisar a 
origem e o funcionamento de tais conteúdos. No sonho 
de fato podemos demonstrar a mesma ambiguidade e 
multiplicidade aparentemente ilimitada das figuras. Por 
outro lado, estamos em condições de verificar certas leis 
ou pelo menos regras, que tornam a interpretação um 
pouco mais segura. Sabemos, por exemplo, que os 
sonhos compensam o estado consciente, isto é, 
completam o que nele falta. Este conhecimento, 
importante para a interpretação dos sonhos, também 
vale para o mito. Da pesquisa dos produtos do 
inconsciente resultam ainda alusões claras e estruturas 
arquetípicas que coincidem com os temas míticos, e 
entre elas determinados tipos que merecem o nome de 
dominantes: trata-se de arquétipos como anima, animus, 
ancião, bruxa, sombra, mãe-terra, etc. e as dominantes 
de ordem do si - mesmo, do círculo e da quaternidade, 
respectivamente das quatro ´funções` ou dos aspectos 
do si - mesmo ou do consciente. Percebe-se sem 
dificuldades que o conhecimento destes tipos facilita 
muito a interpretação dos mitos e ao mesmo tempo a 
coloca no chão a que pertence, isto é, na base da 
psique. (JUNG, 1995 par.611) 
A base de todo funcionamento da psique, que tem 
como matriz o inconsciente, é imagética ou mitológica, e a 
relação compensatória que o inconsciente estabelece com 
a consciência frequentemente se manifesta através das 
imagens simbólicas que nosaparecem em sonhos ou 
fantasias. Quando observamos e compreendemos tais 
 
 
 
imagens, facilitamos o entendimento do paciente sobre 
quem ele é em sua totalidade. 
Tanto na interpretação da dinâmica arquetípica como 
na interpretação dos sonhos, o terapeuta também conta 
com regras definidas, que o auxiliam bastante em seu 
trabalho. Ao conhecer a dinâmica arquetípica, podemos 
entender quais as compensações e projeções feitas pelo 
inconsciente do paciente, que muitas vezes relata que se 
sente perdido. 
Desta forma, o perceber, sentir, pensar e interpretar do 
terapeuta podem atuar como uma grande ajuda para o 
paciente. Neste texto, Jung fala sobre a importância do 
pensar do analista: 
Quando um analista tem que lidar com um arquétipo, é 
bom que comece a pensar. Ao tratar do inconsciente 
pessoal não se tem o direito de pensar, nem de somar 
nada às experiências do paciente. É possível adicionar 
qualquer coisa à personalidade de alguém. Você é uma 
personalidade definida. E o outro também tem vida e 
estrutura mentais próprias, e por isso mesmo ele é uma 
pessoa. Mas quando não se trata mais de sua pessoa, 
quando eu também sou ele, a estrutura básica de 
sua mente é fundamentalmente a mesma, aí eu posso 
começar a pensar e fazer associações em seu lugar. É 
possível até fornecer-lhe o contexto apropriado, pois o 
paciente está completamente solto e sem orientação, 
não sabe de onde vem o lagarto caranguejo, nem qual 
o seu significado; mas conheço essas coisas e posso dar-
lhe o material. (JUNG, 2004, par.190) 
Retomemos o sonho de minha paciente exposto acima. 
Temos uma conotação sexual e erótica num primeiro 
momento, o que um psicanalista freudiano provavelmente 
entenderia como informação suficiente, a partir de sua base 
teórica a respeito da função dos sonhos. Uma viúva, 
deprimida, realiza seus desejos através dos sonhos. O que 
mudará para a paciente saber desta informação? 
Provavelmente ela já saiba. Falar para ela que era o animus 
dançando com a consciência e a menininha era o 
arquétipo da criança divina, também daria na mesma. Então 
 
 
 
o mito se fez muito importante para a compreensão da 
mensagem deste sonho. Conhecendo a dinâmica de minha 
paciente, muito associada com a de uma puella, logo 
poderia inferir hipoteticamente que o inconsciente irá propor, 
em algum momento, nos sonhos, algo relacionado a ela 
amadurecer e se tornar adulta de fato. 
O termo puella deriva do latim e é o gênero feminino de 
puer aeternus, em português significa a eterna criança. A 
dança e o parceiro de dança dela estão ligados ao mito de 
Dioniso, deus do vinho. Dioniso é uma imagem arquetípica de 
puer, logo ele só pode estar lá representando a imaturidade 
e a inconsequência da sonhadora. Mas eu sabia que não era 
isso, pois o inconsciente já havia mostrado tal mensagem em 
sonhos anteriores. O sêmen, as sementes caíram no solo. 
 
 
Dioniso também é o deus da agricultura. Ser agricultor 
exige responsabilidade e trabalho, um investimento de libido 
com duração temporal definida em respeito aos ciclos da 
natureza, justamente o que faltava para esta moça. Ela já 
sabia de sua tendência dionisíaca de ser, mas não sabia que 
 
 
 
Dioniso era também o deus da agricultura, tampouco eu 
imaginava que a psique iria utilizar o mito de Dioniso para 
comunicar algo relacionado a ser adulto ou responsável. Eu 
lhe contei estas coisas, e a interpretação do mito. 
No mesmo dia ela se encontrou com seu amigo, para 
tratar de outro assunto. Ele disse a ela que estaria abrindo um 
novo negócio e precisaria de alguém que tivesse uma 
experiência específica – exatamente o tipo de experiência 
que ela tem - de trabalho. Ela ficou muito feliz e pensando 
que horas antes estivera falando sobre isso na sessão, 
lembrou-se naquele momento da interpretação do mito de 
Dioniso como sendo o deus da agricultura e não somente do 
êxtase e do entusiasmo. 
A paciente aceitou a proposta de trabalho. Este é um 
exemplo de como a amplificação mítica pode ajudar 
paciente e analista não somente no processo da 
psicoterapia, como também em sua jornada de 
individuação. 
 
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viver num mundo novo. São Paulo: Cultrix, 2005. 
 
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_______________. Psicologia e Alquimia. Petrópolis. 2. ed. Vozes, 
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_______________. Símbolos da Transformação. 4. ed Petrópolis. 
Vozes, 1995. 
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_______________. O Homem e seus Símbolos. 2. ed. Rio de 
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NEUMANN, Erich. História da Origem da Consciência. São 
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VON FRANZ, Marie-Louise, HILLMAN, James. A Tipologia de 
Jung. 7. ed. São Paulo: 2013 
ZACHARIAS, José Jorge Morais. Entendendo os Tipos 
Humanos. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E-book escrito por Rangel Fabrete psicólogo especialista em 
psicologia analítica, mestre em psicossomática e 
coordenador do curso de Extensão em psicologia analítica 
do Instituto Freedom.

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