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estupro aula 1

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Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
CRIMES EM ESPÉCIE II 
Prof. Me. Ronald Pinheiro 
 
TITULO IV - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
CAPITULO I – DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
 
 ESTUPRO: 
 
 Previsto no art. 213 do CP 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter 
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato 
libidinoso. (Redação dada pela Lei 12015, de 2009) 
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.(Redação dada pela Lei 12015, de 2009) 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor 
de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei 12015, de 2009) 
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.(Incluído pela Lei 12015, de 2009) 
§ 2o Se da conduta resulta morte. (Incluído pela Lei 12015, de 2009) 
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
 
 Objetivo do tipo: a proteção da dignidade sexual da vítima. 
 
Com a Lei 12.015/2009 trouxe uma nova forma de interpretar o crime de 
estupro, caracterizando-a pela conjunção carnal violenta contra homem ou 
mulher (sentido estrito) ou também o comportamento de obrigar a vítima, 
homem ou mulher, a praticar ou permitir que com o agente se pratique 
qualquer outro ato libidinoso. 
Considerado crime hediondo, ou seja, insuscetível a graça/ anistia/ 
indulto / fiança. 
 
 
 Sujeitos do crime: 
 
Antes de entrar em vigor a Lei 12.015/2009, a doutrina ensinava-se que o 
crime de estupro era bipróprio, exigindo condição especial dos dois sujeitos, 
ativo (homem) e passivo (mulher). Após a reforma, passou a ser identificado 
como crime bicomum, ou seja, qualquer pessoa poderá praticar ou sofrer as 
consequências da infração penal. 
Caso a vítima seja menor de 14 anos, ou por enfermidade, doença mental 
ou por qualquer outra causa, não tiver o discernimento para a pratica do ato ou 
não possa oferecer resistência, a conduta será configurada nos termos do art. 
217-A (estupro de vulnerável). 
 
 
Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
CRIMES EM ESPÉCIE II 
Prof. Me. Ronald Pinheiro 
 
Na modalidade conjunção carnal necessário que se a vítima for mulher 
obrigatoriamente o sujeito ativo deve ser homem, o contrário também 
caracteriza = Crime Próprio. 
O marido poderá ser sujeito ativo do crime. 
IMPORTANTE: 
Quando o fato é realizado com a vítima no dia de seu aniversário de 14 
anos? 
a) Não gera a qualificadora, pois ainda não é maior de 14 anos. 
b) Não se enquadra em vulnerável, pois não é menor de 14 anos. 
c) Havendo consentimento da vítima: FATO ATÍPICO. 
Sendo assim, deverá nessa situação (com 14 anos) ser aplicado o art. 213 
caput -» lacuna da norma. 
 
 Conduta: 
 
A conduta é configurada pelo ato de libidinagem1 violento, coagido, 
obrigado, forçado, buscando constranger a vítima a conjunção carnal, praticar, 
ou permitir com que ele se pratique outro ato libidinoso. 
 
1. Constrangimento com violência / grave ameaça para a conjunção carnal. 
- Imprescindível relação heterossexual. 
- Introdução parcial ou total do órgão sexual masculino. 
2. Constrangimento com violência / grave ameaça de alguém para praticar 
outro ato libidinoso (≠ conjunção carnal). 
- Ocorrência nas relações heterossexuais ou homossexuais. 
- Papel da vítima é ativo. (ex.: automasturbação / felação) 
3. Constrangimento de alguém através da violência / grave ameaça para 
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. 
- Ocorrência nas relações heterossexuais ou homossexuais. 
- Papel da vítima é passivo. (Ex.: sexo oral e anal suportados pela vitima) 
Da leitura do Tipo Penal percebe-se que o delito não abrange apenas o fato 
do autor constranger sua vítima a prática do ato libidinoso, como também a 
situação em que faz com que aquela permita que com ela seja praticado tal ato 
(existe uma atitude passiva do ofendido). 
 
NÃO admite a conduta culposa. 
 
 
1 relativo ao prazer ou ao apetite sexual; que é por eles caracterizado ou que os sugere; voluptuoso, 
sensual. 
 
 
Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
CRIMES EM ESPÉCIE II 
Prof. Me. Ronald Pinheiro 
 
 Meios executórios: 
 
- Violência – deve haver o emprego da força física suficientemente 
capaz de impedir a vítima de reagir. 
- Grave ameaça – se dá através da violência moral, direta, justa ou 
injusta, situação em que a vítima não vê alternativa a não ser ceder ao ato 
sexual. 
*Posição Doutrinária: prevê que não há necessidade do contato físico 
entre o autor e a vítima, cometendo o crime o agente que, para satisfazer as 
lascívia2, ordena que a vítima explore seu próprio corpo, somente para 
contemplação. 
 
 Consumação e tentativa: 
 
O delito é consumado com a pratica do ato libidinoso buscado pelo 
agente, havendo a possibilidade de tentativa. 
Com a vigência da Lei 12.015/2009, entende-se que o crime de estupro 
passou a ser de conduta múltipla ou de conteúdo variado. 
Assim, nos casos em que há conjunção carnal e logo após a pratica de 
demais atos libidinosos, não irá configurar concurso de crimes, assim tratando-
se como crime de conduta múltipla porque são três as formas como a ação 
nuclear típica pode ser desenvolvida: 
a) Constranger alguém a conjunção carnal; 
b) Constranger alguém a praticar ato libidinoso diverso; 
c) Constranger alguém a permitir que com ele se pratique o ato libidinoso 
diverso. 
 
Trata-se de TIPO MISTO ALTERNATIVO (e não tipo misto cumulativo), 
ou seja, havendo no mesmo contexto fático a prática de conjunção carnal e 
outros atos libidinosos sobre a mesma vítima = CRIME ÚNICO. 
Deve ser observado nitidamente o dolo do agente, pois que havendo a 
intenção do sujeito ativo em praticar conjunção carnal, mas é surpreendido 
enquanto iniciava atos libidinosos esta conduta deve ser compreendida como 
TENTATIVA. 
 
2propensão para a luxúria, sensualidade exagerada; lubricidade. 
"a l. da corte francesa / caráter do que está marcado pela sensualidade ou do que produz a 
propensão para a sensualidade; impudicícia. 
 
 
 
Centro Universitário Tiradentes - UNIT 
CRIMES EM ESPÉCIE II 
Prof. Me. Ronald Pinheiro 
 
Devem ser atos libidinosos considerados como desdobramento normal 
da conduta não se caracterizando a tentativa quando houver coito anal anterior 
a conjunção carnal, nesse ponto estaríamos diante da CONSUMAÇÃO. 
Tentativa: admissível. (Quando do início da execução do ato e o mesmo 
não se consuma por motivo alheio a vontade do agente). 
O estupro é compatível com a co-autoria e a participação. 
 Qualificadoras (§1 e §2ª) 
 
§1ª Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor 
de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§2ª Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
 
Será qualificado o crime de estupro quando seu resultado acarretar lesão 
grave ou morte (figura preterdolosa3); quando a vítima for menor de 18 anos e 
maior que 14 anos. 
 
 Ação penal 
 
é pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 Dolo na conduta antecedente e culpa na consequência

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