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_FAKE NEWS NAS ELEIÇÕES 2018


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DISCIPLINA: Pós-verdade
PROFESSOR: Luiz Theodoro
ALUNAS: Brenda Moreira, Deysiane Marques, Theresa Ciolete, Sheila Pimenta e Yasmine Evaristo
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FAKE NEWS NAS ELEIÇÕES 2018
 
“Fake news” é um termo relativamente novo, mas o seu conceito, o de notícia falsa, não. Principalmente no Jornalismo, sempre foi preciso lidar com uma checagem séria de fatos para que uma “barrigada” (termo jornalístico para notícia falsa) não fosse publicada. Ainda assim, vez ou outra é possível encontrar as tais barrigadas, inclusive em veículos jornalísticos tradicionais e de credibilidade atribuída pela sociedade.
Com o “nascimento” da Internet e a sua popularização, surgiu também a possibilidade de questionar a lógica de produção de notícias dos veículos clássicos, ou seja, em sua concepção, a grande rede é uma abertura para discussão, diferentemente do bombardeio de imagens e mensagens pelos monopólios midiáticos tradicionais.
Contudo, olhando criticamente para o jornalismo digital pode-se notar que o leitor de Internet é diferente do leitor dos impressos, que é fiel a determinado veículo, por se habituar com determinada linha editorial. Na vasta rede, não existe essa fidelidade: o navegador vai ao link que, por hora, lhe chama mais atenção.
Esse “chamar a atenção” tornou-se “prato cheio” para o desenvolvimento das fake news e das “bolhas ideológicas”. Ao compartilhar uma opinião por meio de textos escritos, fotos ou vídeos, a manifestação daquele indivíduo passa a alimentar os avançados algoritmos que balizam a web (principalmente, as mídias sociais).
Assim, é possível que mais daquele assunto seja relevado ao usuário, incentivando-o a o usuário ignore outras fontes, não busque por mais informações sobre o assunto e sinta-se incentivado a continuar se envolvendo e contribuindo com o que ele considera verdade. Após se inserir em uma dessas “bolhas” você se sente seguro a impor uma linha de pensamento e passa a crer que quem não concorda, está completamente equivocado. Assim, ao estar tão engajado, toda notícia correlata que chega é bem recebida e dificilmente checada.
Nesse ambiente, as fake news se estabelecem com força de verdade e podem, inclusive, mudar o rumo das coisas – inclusive, decidindo eleições, na base da “mentira”.
Reação dos meios de comunicação às fake news 
Comprovando a força desse tipo de movimento, O G1 lançou recentemente a seção “Fato ou Fake” em seu portal. Segundo o veículo, “o objetivo é alertar os brasileiros sobre conteúdos duvidosos disseminados na internet ou pelo celular, esclarecendo o que é notícia (fato) e o que é falso (fake)”, declara a mídia. 
Um verdadeiro conglomerado de jornalistas (do G1, O Globo, Extra, Época, Valor, CBN, GloboNews e da TV Globo) realiza um monitoramento diário para identificar mensagens suspeitas de serem falsas, seja por serem muito “sensacionalistas” ou por serem muito compartilhadas nas redes sociais (incluindo o WhatsApp). Após uma apuração em conjunto, o G1 divulga se a notícia é verdadeira ou falsa.
Outro site que iniciou um mesmo movimento foi o Nova Escola. Na seção, recentemente criada, intitulada “Mentira na Educação, Não”, a revista aponta quais as notícias que circulam “por aí” que estão informando de maneira equivocada dados sobre a educação no país. 
Análise de (algumas) fake news 
Neste tópico analisaremos exemplos de notícias “fake” que circularam recentemente na internet e podem afetar o resultado das eleições 2018:
1. “Maioria dos votos nulos anula eleição e impõe novo pleito com outros candidatos”
Fontes:
<http://www.tse.jus.br/o-tse/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da-eje/artigos/revista-eletronica-eje-n.-4-ano-3/voto-nulo-e-novas-eleicoes> 
<https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/09/26/e-fake-que-maioria-dos-votos-nulos-anula-eleicao-e-impoe-novo-pleito-com-outros-candidatos.ghtml> 
Sobre a notícia:
Circula na internet uma mensagem em estilo corrente que tenta convencer as pessoas a votarem nulo, pois com 51% de votos nulos a eleição seria anulada. Essa pode ser considerada uma das mais antigas fake news, já que é um argumento conhecido da população antes da popularização das mídias de comunicação virtual. Ainda de acordo com o boato, os candidatos atuais seriam impossibilitados de concorrer novamente e novos pleiteadores aos cargos públicos deveriam se apresentar.
Fonte da imagem: <http://pazebem.org.br/eleicoes-2018-votos-nulos-anula-eleicao-e-impoe-novo-pleito-e-noticia-falsa/> 
 	
Objetivo:
Estimular o voto nulo para favorecer candidatos que já estivessem à frente nas pesquisas. Com muitas pessoas indecisas votando nulo, haveria o fortalecimento daquele já com certo pleito conquistado, aumentando as chances de ganhar a eleição.
2. “Sandy declara apoio a Bolsonaro em show em Curitiba” 
Fonte: 
<https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/09/25/e-fake-que-sandy-declarou-apoio-a-bolsonaro-em-show-em-curitiba.ghtml> 
Sobre a notícia:
Circula nas redes sociais um post que diz que a cantora Sandy assume apoio ao candidato Jair Bolsonaro em show que ocorreu em Curitiba. Nesse post há uma declaração da cantora dizendo que ela apoia os valores defendidos pelo candidato. Porém, a assessoria da cantora negou as informações e disse que, até o momento da viralização da fake news, a cantora ainda não havia realizado nenhum show em Curitiba neste ano, nem fez nenhuma declaração com teor político em shows.
 
Fonte imagem: <https://www.boatos.org/entretenimento/sandy-apoia-bolsonaro-boato.html> 
Objetivo:
Estimular o crescimento do apoio ao candidato do PSL, visto que figuras públicas tem grande visibilidade e influência perante a sociedade. A cantora, de alguma forma, representa uma parcela da população, que se identifica e acompanha sua vida e carreira. Ao declarar apoio a qualquer candidato que seja, gera no público e na população em geral um certo tipo de “comoção”, influenciando essas pessoas que a enxergam como referência a compartilhar de suas ideias, induzindo o voto do seu público “fiel”.
3. “Multidão em frente a hospital onde está Bolsonaro”
Fonte: <https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/09/28/e-fake-que-video-mostra-multidao-em-frente-a-hospital-onde-esta-bolsonaro.ghtml> 
Sobre a notícia:
Um vídeo, divulgado nas redes sociais, mostra uma multidão em comemoração vestida de verde e amarelo. O vídeo foi compartilhado duas vezes acompanhado de legendas com informações falsas. Na primeira vez, e de maior proporção, dizia que as imagens foram gravadas na frente do hospital em que o candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, esteve internado em São Paulo. Esse post chegou a quase 500 mil visualizações e 19 mil compartilhamentos. Na segunda dizia que as imagens foram gravadas em Natal, Rio Grande do Norte, em um ato em apoio ao mesmo candidato. 
Link do vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=Mm5YBLembTE> 
No entanto, o vídeo foi gravado em 27/06/2018, em Campinas, dia em que a seleção brasileira vence a Sérvia por 2 a 0 durante a Copa do Mundo. A multidão se reunia no Largo do Rosário, pois no local havia sido instalado um telão para que as pessoas acompanhassem o jogo. 
Objetivo:
Fazer com que as pessoas pensem que o candidato tem um grande apoio popular, capaz de mobilizar uma multidão à seu favor. E assim, estimular, através do “efeito manada”, o crescimento de intenções de voto, manifestações e posicionamentos pró Bolsonaro, por meio de uma falsa ideia de representatividade social política.
4. “Documento atribuído ao Exército que exige perícia nas urnas eletrônicas antes e depois das eleições” 
Fonte: 
<http://www.abroncapopular.com.br/2018/09/25/exclusivo-alto-comando-do-exercito-brasileiro-encurrala-tse-e-exige-pericia-nas-urnas-antes-e-depois-das-eleicoes/> 
<https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/09/29/e-fake-documento-atribuido-ao-exercito-que-exige-pericia-nas-urnas-eletronicas-antes-e-depois-das-eleicoes.ghtml> 
Sobre a notícia:
Um texto, veiculado no blog “A Bronca Popular”, afirma que o Comando dasForças Armadas enviou a Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um documento oficial que exigindo perícia nas urnas eletrônicas antes e depois das eleições de 2018.
O texto titulado “Exclusivo: Alto Comando do Exército Brasileiro encurrala TSE e exige perícia nas urnas antes e depois das eleições”, diz que militares de última patente do Exército, Aeronáutica e Marinha das forças armadas suspeitam que o crescimento das intenções de votos em Fernando Haddad (PT) nas pesquisas eleitorais, após o atentado ao candidato de oposição Jair Messias Bolsonaro, seja a elaboração e organização de uma grande fraude eleitoral.
Segundo o texto: “No documento, assinado por graduados de ultima patente das três armas – Exército, Marinha e Aeronáutica – os militares exigem que as urnas eletrônicas sejam submetidas a perícia por especialistas das Forças Armadas, antes e depois do pleito. Weber teria engolido a seco a exigência, por ela considerada intromissão indevida no judiciário.” 
O exército soltou uma nota afirmando que não solicitou ao TSE, nem recebeu nenhuma determinação, para participar de perícia, avaliação ou auditoria técnica de funcionamento e segurança dos equipamentos eletrônicos de apuração. De acordo com o Tribunal o documento nunca existiu.
Objetivo:
Desmoralizar as urnas e, consequentemente, deslegitimar o processo eleitoral brasileiro. Dando a entender que o sucesso em crescimento do candidato do PT nas pesquisas eleitorais, vem sendo construído através de fraudes para que a corrupção nas urnas eletrônicas e na apuração de votos propicie um golpe para que o Partido dos Trabalhadores continue no “poder”. 
Com isso, cria-se criando no imaginário da população uma ideia de fragilidade democrática nacional, e assim, a necessidade de uma vigilância dos poderes militares. Seu maior efeito é dar Dando autoridade ao exército, colocando-o com íntegro, apto e adequado para a reinstauração da ordem e da democracia, protegendo a ética e a moral nacional. Esse tipo de fake já se entende há muito tempo e é possível encontrar réplicas desde o tempo das eleições de Lula e Dilma.
A matéria na qual a notícia foi veiculada é assinada por Edesio Adorno (https://twitter.com/edeedesio), advogado do Mato Grosso, que também assina uma coluna nos blogs www.paginadoenock.com.br e www.rdnews.com.br. 
5. “Atenção! Após vencer licitação do TSE, empresa venezuelana Smartmatic será responsável pela apuração das eleições 2018 no Brasil” 
Fontes: 
<http://redebrasil.net/smartmatic-da-venezuela-comandara-apuracao-das-eleicoes-2018-no-brasil/> 
<https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/e-parece-que-urnas-eletronicas-nao-sao-inviolaveis-e-suspeitar-de-manipulacao-nao-e-paranoia/> 
<http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2017/Agosto/nota-de-esclarecimento-empresa-smartmatic-e-urnas-eletronicas-brasileiras> 
Sobre a notícia: 
O blog redebrasil.net afirmou em 29 de janeiro de 2018 que “A Smartmatic venceu a licitação com o menor preço o pregão eletrônico do TSE e agora ficará responsável pelas eleições 2018 no Brasil.Você está pensando que é brincadeira? Não não é… Conforme o Antagonista publicou dia 26/01[...]”. 
Além de replicarem uma suposta nota de esclarecimento de um representante da Smartmatic o blog também apresentou um print com a conversa que afirma que a empresa adquiriu o direito de distribuição das urnas eletrônicas.
O colunista Rodrigo Constantino, em nota publicada no dia 2 de agosto de 2017, já tinha falado sobre a insegurança da urnas eletrônicas. Ele afirmou que acreditar em fraude não é paranoia, a partir do momento que se comprovou que essas urnas poderiam ser violadas. 
Objetivo: 
A empresa Smartmatic já foi diversas vezes acusada de fraude nas urnas, desde que apontou a possibilidade de manipulação de votos em eleição na Venezuela (https://www.bbc.com/portuguese/internacional-40807344). Citando a matéria publicada no site da BBC “Segundo a Smartmatic, a diferença entre o número anunciado pelo governo e real participação foi de ao menos um milhão de eleitores. A companhia já forneceu tecnologia para votação eletrônica em eleições em vários países, como no Brasil e nos Estados Unidos.”
A ideia é criar um pânico de que as eleições não terão um resultado verdadeiro, o que permite que um golpe de estado ou anulação do resultado seja dado, caso ele difira da opinião dos que detém o poder. 
Como combater a influência das fake news nas eleições?
(Parte da Sheila e Brenda) 
Observações finais