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PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 1. CONCEITO · Princípio é a base do ordenamento jurídico. · Os princípios têm uma tríplice função: Função interpretativa: o interprete ao ler a legislação trabalhista deve interpretar tudo com base no princípio protetivo, principio máximo. Função inspiradora: inspirar o legislador na elaboração da norma jurídica. Função integrativa: completar o sistema jurídico. O legislador não legisla de tudo, o judiciário não pode alegar que não vai julgar caso X porque não tem uma lei, ele deve nesses casos ele pode integrar com base no princípio para preencher uma lacuna na lei. 2. PRINCÍPIO DOS PRINCÍPIOS 2.1. Princípio da Proteção O estado deve dar proteção ao empregado pois naturalmente existe uma relação de hierarquia entre empregado e empregador. O princípio da proteção visa trazer uma igualdade entre o empregado e o empregador. O princípio da proteção subdivide-se em 3: · Princípio In Dubio Pro Misero ou Pro Operário Se tivermos uma norma que permita 2 ou mais interpretações interpretamos sempre da forma mais benéfica ao empregado. · Princípio Norma Mais Favorável Se tivermos duas normas tratando do mesmo assunto aplicamos o que for melhor para o empregado independendo da hierarquia das normas. · Princípio Condição Mais Benéfica Súmula nº 51, I, TST. As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. Obs. importante: estamos tratando de direito individual, se estivéssemos tratando de direito coletivo o direito pode ser transacionado (negociado/flexibilizado) em norma coletiva (é um gênero que se divide nas espécies de acordo coletivo de trabalho e a convenção coletiva de trabalho). Ex.: A empresa me paga 14º salario, ela não é obrigada a isso, porém se ela resolveu me pagar dessa forma ela não pode voltar atrás, o máximo que ela pode fazer é não pagar para os novos empregadores. 2.2. Princípio da Imperatividade Imperatividade das normas trabalhistas. As normas trabalhistas não podem ter suas naturezas mudadas. Ex.: O art. 148 da CLT dispõe: “A remuneração das férias, ainda quando devida após a cessação do contrato de trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos do art. 449”. Eu não posso passar a tratar esse artigo como se fosse de natureza indenizatória. 2.3. Princípio da Irrenunciabilidade dos Direitos Os direitos trabalhistas são irrenunciáveis, o empregado não pode abrir mão de seus direitos. Ex.: Súmula nº 276, TST O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego Exceção ao princípio da Irrenunciabilidade: Súmula nº 51, II, TST. Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. Ex.: Atualmente eu sigo no meu contrato de trabalho o regulamento X, se amanhã o meu empregar fizer um outro regulamento e eu quiser aderi-lo, estaria renunciando as condições do primeiro regulamento. 2.4. Princípio da Primazia da Realidade A verdade real, a verdade dos fatos prevalece sobre a verdade formal a mera mente documental. Os fatos valem mais que os documentos. Ex.: Art. 9º CLT. Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. 2.5. Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva O Direito do Trabalho não permite que contrato de trabalho seja alterado para acarretar prejuízos ao empregado. Art. 468 CLT. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. 2.6. Princípio da Continuidade Celebrado um contrato hoje a ideia é que ele perdure até o final, salvo contratos que possuem prazo determinado. Súmula nº 276, TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
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