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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste- CE
 NOME DO ADVOGADO, brasileira, portadora da OAB/SUBSEÇÃO, com endereço profissional sito a xxxxx, nºxx, xxxx, cep:xxxxx-xxx , ora impetrante, vem em favor de JOSÉ PERCIVAL DA SILVA, ora paciente, brasileiro, atualmente ocupa o cargo de presidente da câmara dos vereadores do município, casado, portador do registro de identidade RG sob nº xxxxxxxxx, e inscrito no CPF sob o nºxxxxxxxxxxx, residente domiciliado em xxxxx, nºxx, xxxx, cep: xxxxx-xxx, com fundamento nos artigos 647 e 648, I e IV do código de Processo Penal e artigo 5º, LXVIII da Constituição da República, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência IMPETRAR o presente:
HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR
 Em face de ato praticado pelo Dr. João Rajão delegado de polícia, haja vista não haver embasamento legal para a manutenção da sua prisão preventiva, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos
DOS FATOS
 José Percival, paciente, conhecido popularmente como “Zé da Farmacia”, atualmente politico, ocupando o cargo de Presidente da câmara de Vereadores do município de Conceição do Agreste/CE. De acordo com a investigação, em uma das reuniões da Comissão de Finanças e Contratos da Camara, estavam participando os vereadores, Fernando Caetano e Maria do Rosário, bem como o presidente da comissão João Santos. Que durante o encontro exigiram ilicitamente o pagamento no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), ao Sr. Paulo Matos para que sua empresa participasse do procedimento licitatório, que estava agendado para o dia seguinte. Nesta ocasião o paciente não estava, contudo no dia 03 de fevereiro deste ano, o Sr. Paulo Matos procurou a policia e relatou o ocorrido para o delegado, o mesmo orientou a combinar com os vereadores a entrega do dinheiro durante a próxima sessão sobre a licitação. Tendo em vista que o paciente não estava presente nesta sessão, como já foi mencionado, o mesmo resolveu acompanhar de perto o trabalho da comissão nas sessões seguintes. Ocorre que, no dia seguinte 04 de fevereiro, ás 10:00, horário marcado, os vereadores retro mencionados, foram presos em flagrante contando a quantia recebida. Vale salientar que, o paciente tinha decido assistir a sessão naquele dia, por consequência da operação, sem conhecimento algum dos fatos que os outros vereadores tinham cometidos, o paciente foi preso em flagrante, acusado de participar do esquema criminoso.
 Apresentados a autoridade policial, Dr. João Rajão, foi lavrado o auto de prisão em flagrante delito, pela pratica de corrupção passiva, previsto no artigo 317 do CP. No dia seguinte na audiência de custodia, os ambos foram representados pelo procurador da câmara dos vereadores, com pedido de liberdade deles com medidas cautelares diversa da prisão. Entretanto o Juiz responsável pelo caso acatando o pedido o pedido do Ministerio Publico, decretou a prisão preventiva de todos.
DO DIREITO
 Se prova da existência do crime é a demonstração inequívoca da ocorrência de um fato punível, não se poderá alegar isso uma vez que os fatos foram presumíveis e não inequívocos. É inevitável reconhecer-se a arbitrariedade da prisão que pesa contra o Requente. O que paira contra o mesmo, até o presente momento, é uma mera suspeita da prática de um delito, porém sem nenhuma evidência concreta da realidade da autoria. Patente, portanto, a ilegalidade da prisão em flagrante. Tendo em vista que o paciente, ocupava um cargo na câmara, e que a mera coincidência de estar indo a sessão não o faz integrante da pratica criminosa. Vale ressaltar, que o paciente fora detido apenas chegando na câmara, e não em flagrante como fora acusado. Contudo, compreende-se que de acordo com os fatos alegados aqui, fora feito um flagrante preparado. O que poderíamos chamar de “estar no lugar errado em um momento errado”.
 Fugindo das hipóteses do artigo 302 do Codigo de Processo Penal:
“Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.”.
DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS
 O Habeas Corpus caracteriza-se por ser uma ação de impugnação autônoma, de natureza mandamental e de cognição sumária, também não submetida a prazos, destinada a garantir a proteção da liberdade de locomoção dos cidadãos, em casos de atos abusivos do Estado, encontrando amparo legal nos artigos 647 e 648 do CPP.
 O Código de Processo Penal, nos arts. 647e 648 apresentam as hipóteses do seu cabimento quando for verificada a coação ilegal:
Art. 647 - Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
Art. 648 - A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a prisão.”
 Ainda, nossa Carta Magna é clara em seu artigo 5º LIV, ao dispor que “ninguém será privado da sua liberdade ou dos seus bens sem o devido processo legal;”. Também dispõe no inciso LVII, “ninguém será considerado culpado antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
Já nos termos do seu art. 5º, Inciso LXVIII, a Constituição Federal assim prevê:
Art. 5º: (...)
LXVIII - Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
DO PEDIDO LIMINAR EM SEDE DE HABEAS CORPUS
 A liminar é o meio usado para assegurar celeridade aos remédios constitucionais, evitando coação ilegal ou impedindo a ocorrência desta. O “fumus boni iuris” está presente na medida em que a existência de opções diversas da prisão preventiva pode ser aplicada a esse caso em concreto. Presente também está o “periculum in mora”, onde certamente a manutenção da prisão preventiva além de perpetuar a coação ilegal trará enormes prejuízos ao paciente, sejam eles de ordem moral ou psicológica.
 Os artigos 649 e 660, § 2º, do Código de Processo Penal preconizam que o juiz ou Tribunal “fará passar imediatamente a ordem impetrada” ou “ordenará que cesse imediatamente o constrangimento”.
 Outrossim, estando o Paciente preso, o presente mandamus assume caráter cautelar exigindo uma rápida atuação do Poder Judiciário para que a liberdade ambulatória do indivíduo não seja afetada
DOS PEDIDOS
 Por todas estas razões elencadas, o Paciente confia em que este Juizo irá:
 a) conceder a medida LIMINAR, ante a existência de fumus boni iuris e periculum in mora, determinando a imediata LIBERDADE PROVISÓRIA do paciente, mediante imposição de MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO, com a imediata expedição de ALVARÁ DE SOLTURA em favor do paciente, aguardando em liberdade para que possa responder ulteriores termos do processo-crime.
 b) oficializar a autoridade coatora para prestar as informações de praxe, com posterior remessa dos autos ao Juizo competente, para regular prosseguimento do feito;
 c) conhecer o pedido de HABEAS CORPUS, para conceder o pedido de julgado do feito, tornando definitivos os efeitos da liminar concedida
 Neste termos, pede deferimento.
 Conceição do Agreste, xx de xxxxx de 2018
 Assinatura do advogado
 OAB/SUBSEÇÃO

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