Buscar

curso_recursos_hidricos

Prévia do material em texto

Seja bem Vindo! 
 
 Curso 
 Recursos ídricosH 
 
CursosOnlineSP.com.br 
Carga horári 60 a: hs
 
 
 
 
3 
Conteúdo: 
 
 
Gestão Ambiental ................................................................................................. Pág. 8 
O que é gestão ambiental? .................................................................................. Pág. 8 
Visão Geral .......................................................................................................... Pág. 11 
Políticas ambientais ............................................................................................. Pág. 13 
Setores e estratégias ........................................................................................... Pág. 17 
Recursos Hídricos ................................................................................................ Pág. 26 
O que são recursos hídricos? .............................................................................. Pág. 27 
Situação Atual ...................................................................................................... Pág. 33 
Monitoramento das águas brasileiras .................................................................. Pág. 34 
A água .................................................................................................................. Pág. 50 
Educação Ambiental ............................................................................................ Pág. 69 
Educação e o meio ambiente ............................................................................... Pág. 70 
Políticas de Meio Ambiente .................................................................................. Pág. 71 
O que são aqüíferos? ........................................................................................... Pág. 79 
 Bibliografia........................................................................................................... Pág. 88 
8 
 
Unidade 1 – Gestão Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 - O que é gestão ambiental? 
 
A Comissão Mundial do Ambiente e Desenvolvimento iniciou uma 
"campanha" de importância da proteção do meio ambiente, em 1987. A 
sustentabilidade começou a ter atenção a partir desse momento. 
 
Para ter essa responsabilidade como algo a ser seguido, foi criada a 
Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável. É composta de 16 
princípios relativos à gestão do ambiente, ressaltando os aspectos de 
importância vital para a sustentabilidade e gestão do meio-ambiente. 
 
A divulgação dessa Carta foi em 1991 por ocasião da Segunda 
Conferência Mundial da Indústria sobre a Gestão do Ambiente. De acordo 
com a Carta Empresarial, as organizações precisam distinguir claramente o 
que é a necessidade de um objetivo comum. Como resultado imediato fica o 
entendimento de que proteção ambiental não é obstáculo e nem representa 
antagonismo com o desenvolvimento econômico. 
 
No livro Gestão Ambiental: enfoque estratégico aplicado ao 
desenvolvimento sustentável está explícito como funciona o esquema de 
gestão ambiental. 
 
Fazer atuar as forças de mercado para proteger e melhorar a 
qualidade do ambiente, com a ajuda de padrões com base no desempenho 
e no uso judicial de instrumentos econômicos, em um contexto harmonioso 
de regulamentação é um dos maiores desafios que o mundo enfrentará na 
próxima década. 
 
O relatório publicado em 1987, expressa o mesmo desafio e apela 
para a cooperação das organizações para enfrentá-lo. 
 
 
 
 
 
 
9 
Prioridade na organização 
 
A prioridade na organização é reconhecer a gestão do ambiente como 
uma das principais prioridades na organização e como fator determinante do 
desenvolvimento sustentável; estabelecer políticas, programas e 
procedimentos para conduzir as atividades de modo ambientalmente seguro. 
 
 
Gestão integrada 
 
A gestão ambiental visa integrar plenamente, em cada empresa, 
essas políticas, programas e procedimentos como elemento essencial de 
gestão, em todos os seus domínios. 
 
 
Processo de aperfeiçoamento 
 
Este processo objetiva aperfeiçoar continuamente as políticas, os 
programas e o desempenho ambiental das empresas, levando em conta o 
desenvolvimento técnico, o conhecimento científico, os requisitos dos 
consumidores e as expectativas da comunidade, tendo como ponto de 
partida a regulamentação em vigor; e aplicar os mesmos critérios ambientais 
no plano internacional. 
 
 
Formação de pessoal 
 
A formação de pessoal tem por finalidade formar, treinar e motivar os 
recursos humanos para desempenhar suas atividades de maneira 
responsável diante do ambiente. 
 
 
Avaliação prévia 
 
Esta avaliação analisa os impactos ambientais antes de iniciar nova 
atividade ou projeto e antes de desativar uma instalação ou abandonar um 
local. 
 
 
Produtos e serviços 
 
Este tópico estabelece procedimentos para desenvolver e fornecer 
produtos ou serviços que não produzam impacto sobre o ambiente e que 
sejam seguros em sua utilização prevista, que apresentem o melhor 
rendimento em termos de consumo de energia e recursos naturais, que 
possam ser reciclados, reutilizados ou cuja disposição (deposição) final não 
seja perigosa. 
 
 
 
 
 
10 
Conselho de consumidores 
 
Tais instituições visam aconselhar e, em casos relevantes, propiciar a 
necessária formação aos consumidores, aos distribuidores e ao público 
quanto aos aspectos de segurança a considerar na utilização, no transporte, 
na armazenagem e na disposição (eliminação) dos produtos fornecidos; e 
aplicar considerações análogas à prestação de serviços. 
 
 
Instalações e atividades 
 
Este tópico determina procedimentos para desenvolver, projetar e 
operar instalações tendo em vista a eficiência no consumo de energia e 
materiais, a utilização sustentável dos recursos renováveis, a minimização 
dos impactos ambientais adversos e da produção de rejeitos (resíduos), 
assim como o tratamento ou disposição (deposição) final desses resíduos de 
forma segura e responsável. 
 
 
Investigações (pesquisas) 
 
Este processo visa realizar ou patrocinar investigações (pesquisas) 
sobre os impactos ambientais das matérias-primas, dos produtos, dos 
processos, das emissões e dos resíduos associados às atividades da 
empresa e sobre os meios de minimizar tais impactos adversos. 
 
 
Medidas preventivas 
 
As medidas preventivas procuram adequar a fabricação, a 
comercialização, a utilização de produtos ou serviços ou a condução de 
atividades em harmonia com os conhecimentos científicos e técnicos, a fim 
de evitar a degradação grave ou irreversível do ambiente. 
 
 
Empreiteiros e fornecedores 
 
Este tópico determina a forma para promover a adoção desses 
princípios pelos empreiteiros contratados pela empresa, encorajando e, em 
casos apropriados, exigindo a melhoria de seus procedimentos de modo 
compatível com aqueles em vigor na empresa; e encorajar a mais ampla 
adição desses princípios pelos fornecedores. 
 
 
Planos de emergência 
 
Planos de emergência procuram estabelecer procedimentos para 
desenvolver e manter, nos casos em que haja risco significativo, planos de 
ação para situações de emergência, em coordenação com os serviços 
 
11 
especializados, as principais autoridades e a comunidade local, tendo em 
conta os possíveis impactos significativos. 
 
 
Transferência de tecnologia 
 
Este tópico estabelece formas para contribuir para a transparência de 
tecnologia e métodos de gestão que respeitem o ambiente, tanto nos setores 
industriais como nos de administração pública. 
 
 
Contribuição para o esforço comum 
 
A contribuição para o esforço comum procura estabelecer 
procedimentos para o desenvolvimento de políticas, de programas 
empresariais, governamentais e intergovernamentais, assim como de 
iniciativas educacionais que valorizem a consciência e a proteção ambiental. 
 
 
Abertura ao diálogo 
 
Este tópico procura definir a forma de promover a abertura ao diálogo 
com o pessoal daempresa e com o público, em antecipação e respostas às 
respectivas preocupações quanto ao risco e aos impactos potenciais das 
atividades, de produtos de rejeitos (resíduos) e serviços, incluindo aqueles 
de significado relevante ou global. 
 
 
Cumprimento de regulamentos e informações 
 
Neste item procura-se definir procedimentos para aferir o 
desempenho das ações sobre o ambiente, proceder regularmente a 
auditorias ambientais e avaliar o cumprimento das exigências internas da 
empresa, dos requisitos legais e desses princípios; e periodicamente 
fornecer as informações pertinentes ao conselho de administração, aos 
acionistas, ao pessoal, às autoridades e ao público. 
 
 
 
1.2 – Visão geral 
 
A visão geral que se tem da gestão ambiental é de que uma 
organização comercial é um organismo vivo. Ou seja, um agrupamento 
humano em interação, que tem o poder de fazer uma construção social da 
realidade. 
 
Isso propicia a sobrevivência como unidade. O ambiente em que o 
indivíduo se desenvolve, podendo se extinguir, caso não se adeque, ou 
 
12 
mantiver sua sobrevivência, se conseguir compreender o ambiente, é um 
dos fatores primordiais para o desenvolvimento do indivíduo. 
 
Para Rui Otávio Bernardes de Andrade, especialista em gestão 
ambiental, quando um grupo social e, por analogia uma organização 
empresarial, atinge esse nível de criação de uma interpretação própria de 
sua relação com o meio ambiente externo, que é introjetada com uma 
estruturação interna correspondente, passa a usufruir de uma identidade 
empresarial. 
 
Essa identidade própria como empresa tem como principal elemento 
de influência, portanto, o ambiente externo, inclusive o conhecido mercado, 
que atua de forma contingente às atividades de uma organização. 
 
Segundo Hall, um dos mais conceituados especialistas em gestão 
ambiental, uma organização é uma coletividade com fronteira relativamente 
identificável, uma ordem normativa, escalas de autoridade, sistemas de 
comunicações e sistemas de coordenação de afiliação: essa coletividade 
existe em uma base relativamente contínua em um ambiente e se engaja em 
atividades que estão relacionadas, usualmente, com um conjunto de 
objetivos. 
 
Ainda consoante, as organizações reivindicaram um domínio ou 
mercado, que se constitui em uma dimensão relativa ao grau em que essas 
reivindicações são reconhecidas ou questionadas por terceiros, como órgãos 
governamentais. 
 
Quando todas as partes interessadas concordam em que determinada 
organização tenha o direito e a obrigação de operar de uma dada maneira 
em uma área específica, há um consenso de domínio. 
 
Essa é a dimensão que indica as fronteiras ou o território 
organizacional. 
 
É evidente que a própria natureza da empresa privada envolve a 
divergência de opiniões ou de interesses quanto ao domínio. É patente, 
ainda, que muitas empresas buscam chegar ao consenso fazendo com que 
uma legislação ou regulamentação protetora seja aprovada em seu 
benefício. As cotas e as tarifas de importação são exemplos disso. 
 
Nas organizações do setor público há atritos por domínios à medida 
que novas entidades são criadas, tanto governamentais como privadas, 
resultado da desestatização, ameaçando a existência dos participantes mais 
antigos em determinado setor estatal. 
 
Explicitando de outra maneira, pode-se dizer que nenhuma 
organização existe no vácuo ou que seja uma ilha em si mesma. O ambiente 
externo é composto por forças e agentes controláveis e não controláveis que 
têm impacto nos mercados e na estratégia empresarial da organização. 
 
13 
Esse contexto externo pode ser distinguido em termos de 
microambiente e macroambiente da empresa. O microambiente consiste nos 
agentes do ambiente imediato da empresa que afetam sua capacidade de 
atender seus mercados. 
 
Ou seja, é o conjunto de agentes, entidades e relações que estão 
próximos, mas fora do âmbito interno da organização, cuja atuação 
influencia o meio ambiente, assim como é fortemente influenciada por ele, 
quais sejam: os fornecedores de recursos (humanos, financeiros, materiais e 
tecnológicos); os intermediários de mercado; os clientes; os concorrentes; e 
o público em geral. 
 
Conceitualmente, pode-se dizer que a empresa na busca do alcance 
de sua missão procura juntar-se a um conjunto de fornecedores e de 
intermediários a fim de alcançar seus mercados-alvo. 
 
Por mercado entende-se o conjunto de agentes com demanda por um 
grupo de produtos que são substitutos próximos entre si. 
 
A cadeia fornecedores/empresa/intermediários de mercado/clientes 
finais compõe a essência do ciclo de processos de agregação de valores na 
formação do(s) produto(s) da organização. 
 
A sobrevivência da empresa será afetada, ainda, por dois grupos 
adicionais, de concorrentes e de públicos. O microambiente constitui em 
essência o setor econômico ou indústria, que serve de base para a 
estruturação dos conceitos e conclusões. 
 
 
 
1.3 – Políticas ambientais 
 
Assim que uma empresa se empenha para iniciar políticas 
ambientais, é preciso que as intenções e o planejamento com relação a isso 
sejam bastante claros. 
 
Takeshy Tachizawa, atualmente contribui para a Escola Superior de 
Sustentabilidade, afirma que se não houver uma clara definição do negócio 
em que a empresa se insere, com certeza não se poderá gerenciar 
efetivamente a organização, sob a observância dos princípios de gestão 
ambiental em seus diferentes níveis decisórios. 
 
Sem a orientação de uma estratégia empresarial clara e por 
decorrência de uma estratégia ambiental específica, não se pode ter certeza 
da adequada alocação de recursos, de gerenciamento dos processos 
críticos de negócios e de recompensa do desempenho esperado. 
 
 
14 
Dados recentes evidenciam que a tendência de preservação 
ambiental e ecológica por parte das organizações deve continuar de forma 
permanente e definitiva e os resultados econômicos passam a depender 
cada vez mais de decisões empresariais que levem em conta que: 
 
- Não há conflitos entre a lucratividade e a questão ambiental; 
- O movimento ambientalista cresce em escala mundial; 
- Clientes e comunidade em geral passam a valorizar cada vez mais a 
proteção do meio ambiente; 
- A demanda e, portanto, o faturamento das empresas passam a 
sofrer cada vez mais pressões e a depender diretamente do comportamento 
de consumidores que enfatizarão suas preferências por produtos e 
organizações ecologicamente corretas. 
 
No núcleo do desenvolvimento da estratégia empresarial, encontram-
se quatro elementos: 
 
1. Produtos a seres ofertados - "o quê"; 
2. Clientes e mercados - "para quem"; 
3. Vantagens sobre a concorrência - "por que" 
4. Prioridades de produtos e mercados - "onde" 
 
Como elemento de implementação da estratégia corporativa, tem-se o 
conjunto integrado de estrutura, sistemas e recursos humanos. 
 
Quando se trata de empresa, sempre se pensa em uma organização 
social com objetivos próprios e motivação econômica deliberada. Isso 
significa que na maioria das empresas pode ser identificado um conjunto de 
objetivos ou propósitos, seja de forma explícita, como parte do plano de 
negócios da empresa, seja de forma implícita, por meio da análise de sua 
história e das motivações individuais das principais pessoas que nela 
trabalham. 
 
Tradicionalmente, a medida de sucesso em uma empresa tem sido o 
lucro; entretanto, qualquer que seja o modo de mensuração e por mais 
variável que ele seja, pode-se atribuir um conjunto de objetivos a cada 
empresa e esse é o principal marco de referência para o processo decisório. 
 
A segunda característica importante e essencial para a compreensão 
da tomada de decisões é a de que a empresa procura atingir seus objetivos 
por meio do lucro e, mais especificamente, por meio de conversão de seus 
recursos em produtos, daí obtendo um retorno sobre esses recursos com a 
sua venda aos clientes. 
 
Há três tipos básicos de recursos: físicos, monetários e humanos. 
Taisrecursos são consumidos no processo de conversão, no qual a 
sobrevivência da empresa depende do lucro, que, obtido e reaplicado para a 
geração de lucros futuros, assegura a reposição desses insumos produtivos. 
 
 
15 
É justamente no sentido de assegurar a sobrevivência da empresa 
que se define a estratégia interna de planejamento organizacional, alinhado 
às estratégias empresariais e ambientais, que é "quem" e "como" as 
decisões serão implementadas para a consecução da finalidade maior da 
empresa. 
 
Para esse efeito, a estratégia de planejamento organizacional deve 
contemplar a questão de gestão dos assuntos ambientais com a criação de 
órgãos próprios ou de programas que envolvam todas as áreas funcionais 
da organização e estar voltada para: 
 
- Estabelecer a configuração organizacional no sentido de identificar 
as tarefas que precisam ser desempenhadas, de agrupar as tarefas em 
funções que possam ser adequadamente desempenhadas e atribuir sua 
responsabilidade a pessoas/grupos; 
 
- Proporcionar informações para efeito de tomada de decisões, bem 
como medidas de desempenho que sejam compatíveis com objetivos e 
metas de qualidade; 
 
- Proporcionar os recursos humanos necessários ao desempenho e 
alcance dos objetivos corporativos e das metas de qualidade; 
 
- Implementar as tecnologias de gestão administrativa; 
 
- Definir os processos na dimensão horizontal da estrutura. 
 
A estratégia competitiva, na visão dos autores, se compõe de: 
elementos estratégicos genéricos e elementos estratégicos específicos a 
cada organização. 
 
Nesse sentido, o modelo de formação de estratégia competitiva 
separa os elementos estratégicos genéricos, possíveis de serem aplicados a 
todas as empresas de determinado setor econômico, daqueles elementos 
estratégicos específicos e singulares a cada organização. 
 
Elementos estratégicos genéricos (empresariais + ambientais) + 
Elementos estratégicos específicos = Estratégia singular a cada organização 
 
De fato, existem estratégias que são comuns a todas as empresas de 
determinado bloco ou conjunto de organizações pertencentes a um mesmo 
setor econômico. 
 
Por exemplo, o setor da economia composto pelo conjunto de 
empresas dos tipos: química e petroquímica; papel e celulose; 
telecomunicações; e cimento. 
 
É esse um setor que abrange poucas organizações e em que o 
comportamento e o desempenho de uma tem reflexo direto sobre as demais. 
 
16 
Dessa forma, há elementos estratégicos genéricos, normalmente 
identificáveis em todas as organizações desse mesmo setor, os quais são: 
 
- Produtos normalmente homogêneos cuja diferenciação se dá no 
nível da qualidade e das especificações técnicas; 
- Elevado grau de concentração, com poucas empresas responsáveis 
por grande parcela do mercado; 
- Altíssima exigência de capital e recursos financeiros para entrada no 
setor; 
- Empresas já instaladas detêm certo controle sobre a tecnologia 
empregada no setor e têm acesso direto às fontes de matérias-primas; 
- Competição via preços não é comum, pois certas empresas líderes 
do setor induzem as demais à fixação de preços. 
 
No entanto, há elementos estratégicos específicos, particulares / 
singulares, que variam em função de crenças, valores e estilo de gestão que 
são singulares a cada organização. 
 
A presente obra, portanto, procurou abordar apenas os elementos 
estratégicos genéricos e aquilo que diz às estratégias ambientais genéricas 
passíveis de serem adotadas pelas organizações em função do setor 
econômico que pertençam. 
 
As estratégias ambientais/ecológicas a serem adotadas pelas 
organizações devem estar voltadas ao desempenho empresarial em relação 
ao meio ambiente. 
 
A variável ambiental, gerada pelas transformações culturais ocorridas 
no passado, adquiriu extrema importância em direção à proteção e 
preservação ambiental como valor fundamental do novo ser humano e da 
organização dos novos tempos. 
 
As questões de desenvolvimento sustentável deixaram de ser um 
mero controle da poluição, passando a ser controle ambiental integrado às 
práticas e aos processos produtivos das organizações. 
 
No futuro, as questões relativas à preservação do meio ambiente 
deixarão de ser uma preocupação meramente legal, para evoluir para uma 
situação empresarial em que as decorrências ambientais e ecológicas 
passem a significar posições competitivas que ditarão a própria 
sobrevivência da organização em seu mercado de atuação. 
 
Quanto à análise das características do negócio da empresa, segundo 
Tachizawa e Scaico, que resultam nos elementos estratégicos genéricos, 
entre eles os ambientais e ecológicos e que se inserem na própria estratégia 
empresarial da organização. 
 
 
 
 
17 
1.4 – Setores e estratégias 
 
A essência da formulação de uma estratégia empresarial é relacionar 
uma empresa a seu meio ambiente, identificando assim, seus elementos 
estratégicos genéricos. 
 
Embora o meio ambiente relevante seja muito amplo, abrangendo 
tanto forças sociais como econômicas e ambientais, o aspecto principal do 
meio ambiente da empresa é a indústria ou as indústrias com que ela 
compete. 
 
A estrutura industrial tem uma forte influência potencialmente 
disponível para a empresa. 
 
Forças externas à indústria são significativas principalmente em 
sentido relativo, uma vez que tais forças, em geral, afetam todas as 
empresas na indústria, cujo ponto básico se encontra nas diferentes 
habilidades das empresas em lidar com elas. 
 
Por exemplo, o rápido desenvolvimento tecnológico, que tornou 
inviável modernizar a organização em todos os elos da cadeia produtiva, o 
requisito qualidade e a necessidade cada vez maior de certificação por meio 
das normas favoreceram enormemente a terceirização. 
 
A estratégia competitiva sinaliza o desenvolvimento da configuração 
organizacional, dos sistemas de informação e dos recursos humanos 
necessários para atingir os objetivos empresariais. 
 
Sinaliza, ainda, o tipo de estratégia ambiental a ser adotada pela 
organização. A estratégia competitiva de cada empresa se compõe de: 
 
- Elementos estratégicos genéricos; 
- Elementos estratégicos contingenciais, que são função direta da 
conjuntura particular de cada empresa. 
 
Os elementos estratégicos genéricos, na forma proposta nesta obra, 
constituem o fator fundamental para a identificação dos processos-chave de 
uma organização. 
 
Tais elementos estratégicos genéricos, entre eles os relativos a 
impactos ambientais (classificados em extremo, forte, regular e fraco 
impacto), poder ser delineados de acordo com o agrupamento das empresas 
por setor econômico ou ramo de negócios. 
 
 
 
Estratégias empresariais; ambientais relativas às organizações 
pertencentes ao setor econômico concentrado 
 
 
18 
No setor econômico relativo à indústria altamente concentrada são 
encontradas empresas (cimento, química/petroquímica, ferroviário, 
construção pesada, papel e celulose, fertilizantes, hidrelétricas entre outras) 
que, em face de características inerentes a seu processo produtivo, estão 
sujeitas a produzir impactos ambientais de extrema intensidade. 
 
Essas organizações, de acordo com a estrutura de mercado no qual 
se inserem, podem se posicionar em função dos seguintes elementos 
estratégicos intrínsecos (e não contingenciais): 
 
- Integração vertical com os fornecedores, em busca de posse de 
fontes de matérias-primas ou integração com o cliente, via canais de 
comercialização próprios, com significativa otimização de seus custos, viável 
de se obter em ambos os processos; 
 
- Ampliação da capacidade produtiva, aumentando sua base instalada 
e antecipando potenciais crescimentos de mercado (capacidade ociosa pré-
planejada que oferece obstáculos à entrada de potenciais concorrentes); 
 
- Melhoria da qualidade do produto, pesquisas e desenvolvimento de 
produtos, assim como aperfeiçoamento dos processos produtivos e de sua 
base tecnológica instalada; 
 
- Aperfeiçoamentode seu processo produtivo de modo a torná-lo 
ambientalmente favorável; 
 
- Concessão de prazos e condições propícias de vendas, 
financiamentos diretos ou por meio de instituições específicas; 
 
- Acordos sobre encomendas com outras empresas congêneres da 
indústria podem significar volumes financeiros expressivos, evitando a 
degradação dos preços, coordenados e induzidos pela empresa-líder e 
consensualmente fixados no setor; 
 
- Ênfase na redução dos custos de produção, cujos elementos fixos 
representam parcela significativa na estrutura dos custos totais da 
organização; 
 
- Automação industrial compatível com a exigência ambiental interna 
de eliminação de atividades insalubres e de alta periculosidade a ser 
empregados. 
 
As organizações pertencentes a esse setor econômico devem 
estabelecer suas estratégias ambientais visando à: 
 
- Minimização de impactos danosos ao meio ambiente, tanto presente 
como futuros; 
 
 
19 
- Eliminação de questões legais com o governo em suas diferentes 
esferas, adotando estratégia ambiental, portanto, de estrita observância à 
legislação vigente; 
 
- Redução de dispêndios com insumos produtivos (matérias-primas, 
consumo de energia, serviços contratados) por meio da racionalização de 
seus métodos operacionais aplicados às fontes de suprimento; 
 
- Eliminação de efeitos ambientais indesejáveis provocados pela 
geração de resíduos e sucatas, por meio de adoção de instalações e 
equipamentos de tratamento e eliminação desses elementos no ambiente; 
 
- Maior interação com a comunidade, visando preservar a imagem da 
organização em bom conceito, em face das crescentes preocupações 
preservacionistas por parte dos membros da sociedade. 
 
 
 
Estratégias Empresariais / Ambientais relativas às organizações 
pertencentes ao setor econômico semiconcentrado 
 
O setor de baixo grau de concentração ou de indústria 
semiconcentrada de empresas com produtos relativamente homogêneos, na 
forma de bens de consumo não duráveis (alimentos, têxtil, confecções, 
metalurgia, plásticos e borracha, madeira e móveis), se caracteriza pela 
existência de impactos ao meio ambiente em caráter elevado. 
 
Pode induzir um posicionamento estratégico genérico, efetivado por 
meio de estratégias empresariais como um todo e estratégias ambientais em 
particular como: 
 
- Modernização dos canais de distribuição, incluindo rede de 
revendedores próprios ou exclusivos; 
 
- Implementação de sistemas de franquias, estabelecendo parcerias 
com clientes intermediários; 
 
- Integração vertical com clientes intermediários e clientes finais; 
 
- Ênfase na competição via preços, que nestes ramos de negócios 
assumem maior importância comparativamente a outras estruturas de 
mercado; 
 
- Automação industrial compatível com a exigência ambiental interna 
de eliminação de atividades insalubres e de alta periculosidade a seus 
empregados. 
 
As organizações pertencentes a esse setor econômico devem 
estabelecer suas estratégias ambientais visando à: 
 
20 
 
- Eliminação de questões legais com o governo em suas diferentes 
esferas, adotando estratégia ambiental, portanto, de estrita observância à 
legislação vigente; 
 
- Redução de dispêndios com insumos produtivos (matérias-primas, 
consumo de energia, serviços contratados) mediante racionalização por 
meio de seus métodos operacionais aplicados às fontes de suprimentos; 
 
- Criação e aprimoramento de seus processos produtivos, com a 
eliminação/redução de perdas e geração de resíduos ao longo da cadeia de 
agregação de valores; 
 
- Eliminação, criação e/ou aperfeiçoamento de produtos a serem 
ofertados ao mercado, dentro do contexto das questões ambientais e 
ecológicas, que criam uma demanda cada vez mais exigente; 
 
- Redução ou eliminação de riscos ambientais, no plano 
intraorganizacional, para preservação de um ambiente de higiene e 
segurança no trabalho e consequente redução de despesas operacionais 
com acidentes e doenças profissionais das mais diferentes situações. 
 
 
 
Estratégias empresariais / ambientais relativas às organizações 
pertencentes ao setor econômico misto 
 
Já no setor de bens de consumo duráveis ou da indústria de 
empresas mistas (do tipo automobilístico, eletroeletrônico), podem ser 
delineados determinados elementos estratégicos a serem adotados no 
posicionamento das organizações do setor, conforme discriminados a seguir: 
 
- Diferenciação de produtos por meio de grande número de modelos, 
bem como adoção de constantes modificações nos desenhos e 
características físicas dos modelos; 
 
- Alteração no mix de produtos a ser ofertado a seus clientes, visando 
apresentá-los à comunidade como produtos / serviços 
ambientalmente/ecologicamente favoráveis; 
 
- Segmentação de mercado, com adoção de modelos diferenciados 
por classes econômicas; 
 
- Financiamento aos clientes por meio de estrutura própria ou de 
entidades financeiras especiais; 
 
- Ênfase na prestação de serviços aos clientes, que implica controle 
direto ou indireto sobre a rede de distribuição, revenda e assistência técnica; 
 
 
21 
- Inovação tecnológica constante com expressivos investimentos em 
pesquisa e desenvolvimento, amortizando-os em amplos mercados. 
 
As organizações pertencentes a esse setor econômico devem 
estabelecer suas estratégias ambientais visando à: 
 
- Eliminação de questões legais com o governo em suas diferentes 
esferas adotando estratégia ambiental, portanto, de estrita observância à 
legislação vigente; 
 
- Redução de dispêndios com insumos produtivos (matérias-primas, 
consumo de energia, serviços contratados) por meio da racionalização de 
seus métodos operacionais aplicados às fontes de suprimentos; 
 
- Criação e aprimoramento de seus processos produtivos, com a 
eliminação/redução de perdas e gerações de resíduos ao longo da cadeia de 
agregação de valores; 
 
- Eliminação, criação e/ou aperfeiçoamento de produtos a serem 
ofertados ao mercado, dentro do contexto das questões ambientais e 
ecológicas, que criam uma demanda cada vez mais exigente; 
 
- Redução ou eliminação de riscos ambientais, no plano 
intraorganizacional, para preservação de um ambiente de higiene e 
segurança no trabalho e consequente redução de despesas operacionais 
com tais eventos. 
 
 
 
Estratégias empresariais / ambientais relativas às organizações 
pertencentes ao setor econômico de empresas diferenciadas 
 
O setor econômico de empresas diferenciadas tem para suas 
organizações (do gênero farmacêutico, de bebidas e fumo, de higiene e 
limpeza), as quais se caracterizam por gerar impactos ambientais 
moderados, certos elementos estratégicos que podem ser adotados em sua 
postura diante do mercado, os quais são: 
 
- Investimentos em publicidade e propaganda, em face da 
necessidade de prolongar o ciclo de vida relativamente curto de seus 
produtos; de preservar a lealdade que é devida à diferenciação não 
sustentada por base objetiva e apoiada em maciça publicidade, promoção e 
propaganda; 
 
- Lançamento de novos produtos, obtidos por meio de investimentos 
em pesquisa e desenvolvimento, tendo em vista fazer frente à concorrência, 
inclusive para a preparação de novos produtos a serem lançados quando a 
conjuntura assim o permitir ou em função de mudanças ocorridas no 
mercado; 
 
22 
 
- Introdução de várias marcas, que competem dentro do próprio 
composto de produtos da empresa; 
 
- Aceleração do lançamento de novos produtos quando a capacidade 
de produção instalada ou potencial for maior que a demanda, assim como 
redução dos gastos com pesquisa e desenvolvimento, e de lançamento de 
produtos quando a demanda for maior que a capacidade de produção; 
 
- Alteração no composto de produtos a serem ofertados a seus 
clientes, que visa apresentá-los à comunidade como produtos/serviços 
ambientalmente/ecologicamente favoráveis; 
 
- Segmentação do mercado com faixas diferenciadas, bem como 
ajustes entre oferta e demanda, pormeio da administração dos estoques e 
dos prazos dos pedidos em carteira; 
 
- Permanente monitoramento do mercado em face da possibilidade de 
novos ingressantes em potencial, assim como tentativa de evitar eventuais 
motivações de novos concorrentes por meio de políticas de preços. 
 
As organizações pertencentes a esse setor econômico devem 
estabelecer suas estratégias ambientais visando à: 
 
- Eliminação, criação e/ou aperfeiçoamento de produtos a serem 
ofertados ao mercado, dentro do contexto das questões ambientais e 
ecológicas, que criam uma demanda cada vez mais exigente; 
 
- Redução ou eliminação de riscos ambientais, no plano 
intraorganizacional, para preservação de um ambiente de higiene e 
segurança no trabalho e consequente redução de despesas operacionais 
com tais eventos; 
 
- Criação e aprimoramento de seus produtos, com a 
eliminação/redução de perdas e geração de resíduos ao longo da cadeia de 
agregação de valores; 
 
- Preservação de sua planta fabril, para minimização de dispêndios 
com prêmios de seguros patrimoniais de suas instalações e equipamentos, 
que variam em função direta da maior ou menor exposição a riscos 
ambientais; 
 
- Redução no uso de insumos e materiais aplicados em suas 
atividades produtivas (redução no consumo de embalagens, por exemplo). 
 
 
 
Estratégias empresariais/ambientais relativas às organizações 
pertencentes ao setor econômico de empresas competitivas 
 
23 
 
O setor econômico de empresas competitivas é composto por 
organizações que produzem baixos impactos ambientais. Por isso, a 
questão de definir estratégias ambientais/ecológicas é de moderada 
importância nessa área. 
 
Esse setor possibilita que as empresas com maior produtividade 
ganhem participação em detrimento daquelas menos eficazes. As empresas 
pertencentes à categoria de indústria competitiva e que se caracterizam por 
alguns segmentos de alta densidade de conhecimento e de capital, como a 
indústria de autopeças têm a possibilidade de adoção de medidas 
estratégicas, como: 
 
- Competição básica, via preços, com certeza de ampliação de sua 
participação no market share; 
 
- Associação com capitais de entidades nacional e do exterior e 
abertura de capital em direção à efetivação de saltos tecnológicos; 
 
- Aquisição de tecnologias como meio de obtenção de posicionamento 
competitivo. 
 
As organizações pertencentes a esse setor econômico devem 
estabelecer suas estratégias ambientais visando à: 
 
- Eliminação, criação e/ou aperfeiçoamento de produtos a serem 
ofertados ao mercado, dentro do contexto das questões ambientais e 
ecológicas que criam uma demanda cada vez mais exigente; 
 
- Redução ou eliminação de riscos ambientais, no plano 
intraorganizacional, para preservação de um ambiente de higiene e 
segurança no trabalho e consequente redução de despesas operacionais 
com tais eventos; 
 
- Criação e aprimoramento de sues processos produtivos, com a 
eliminação/redução de perdas e gerações de resíduos ao longo da cadeia de 
agregação de valores; 
 
- Preservação de sua planta fabril, para a minimização de dispêndios 
com prêmios de seguros patrimoniais de suas instalações e equipamentos, 
os quais variam em função direta da maior ou menor exposição a riscos 
ambientais; 
 
- Redução no uso de insumos e materiais aplicados em suas 
atividades produtivas (redução no consumo de embalagens, por exemplo); 
 
- Identificação e exploração de novos nichos de mercado, composto 
de clientes verdes, ecologicamente preocupados em adquirir 
produtos/serviços ambientalmente corretos, atendendo-os de forma 
 
24 
diferenciada dos concorrentes (por exemplo, mediante gerenciamento e 
descarte de resíduos, implementação de reciclagem de produtos e 
programas ambientais afins). 
 
 
 
Estratégias empresariais/ambientais relativas às organizações 
pertencentes ao setor de serviços financeiros 
 
O setor econômico de empresas de serviços financeiros é formado 
por organizações que produzem baixos impactos ambientais. Por isso, 
definir estratégias ambientais/ecológicas representa moderada importância. 
 
No setor de instituições financeiras, que congrega empresas como 
bancos e seguradoras têm-se a possibilidade de adoção de estratégias 
voltadas: 
 
- Ao deslocamento da prestação de serviços do ambiente 
intraorganizacional para o ambiente externo, em direção ao aceleramento da 
massificação dos serviços eletrônicos para esvaziar as agências bancárias; 
 
- À diversificação se serviços financeiros prestados aos clientes atuais 
e em potencial como diferencial competitivo; 
 
- À maior eficiência no armazenamento e recuperação de grande 
volume de documentos operacionais, como elemento de racionalização e 
agilização na prestação de serviços aos clientes. 
 
 
As organizações pertencentes a esse setor econômico devem 
estabelecer suas estratégias ambientais visando à: 
 
- Redução ou eliminação de riscos ambientais, no plano 
intraorganizacional, para preservação de um ambiente de higiene e 
segurança no trabalho e consequente redução de despesas operacionais 
com tais eventos; 
 
- Redução no uso de insumos e materiais aplicados em suas 
atividades produtivas (redução no consumo de papéis, relatórios e materiais 
de expediente burocrático, por meio de sua substituição pela mídia digital); 
 
- Dotar seus escritórios de equipamentos de segurança em larga 
escala; 
 
- Preservação de sua área de escritórios, para minimização de 
dispêndios com prêmios de seguros patrimoniais de suas instalações e 
equipamentos, que variam em função direta da maior ou menor exposição a 
riscos ambientais (incêndios e sinistros correlatos). 
 
 
25 
 
 
Estratégias empresariais/ambientais relativas às organizações 
pertencentes ao setor de serviços especializados 
 
Sendo composto por organizações que produzem baixos impactos 
ambientais, o setor econômico de empresas de serviços especializados 
encara a questão de definir estratégias ambientais/ecológicas como de 
moderada importância. 
 
O setor de serviços especializados, constituído por empresas como 
agências de publicidade e propaganda, firmas de consultoria e auditoria 
independentes, e escritórios de engenharia consultiva e de projetos, induz à 
intensa ênfase estratégica na formação e especialização de sua mão de 
obra. 
 
Seu produto, de altíssimo conteúdo tecnológico e de elevado grau de 
agregação de conhecimentos especializados, sinaliza a adoção de 
verdadeiro banco de talentos. 
 
Organizacionalmente, acompanha sua estratégia corporativa, que 
exige uma postura pró-ativa e de gerenciamento interno por projetos ou de 
configuração matricial. 
 
- Como estratégia ambiental tem-se a redução no uso de insumos e 
materiais aplicados em suas atividades produtivas (redução no consumo de 
papéis, relatórios e materiais de expediente burocrático por meio de sua 
substituição pela mídia digital). 
 
Além disso, as organizações pertencentes a esse setor econômico 
devem estabelecer outras estratégias ambientais visando à: 
 
- Redução ou eliminação de riscos ambientais, no plano 
intraorganizacional, para preservação de um ambiente de higiene e 
segurança no trabalho e consequente redução de despesas operacionais 
com tais eventos; 
 
- Preservação de sua área de escritórios, para minimização de 
dispêndios com prêmios de seguros patrimoniais de suas instalações. 
 
 
 
Estratégias empresariais/ambientais relativas às organizações 
pertencentes ao setor de serviços públicos 
 
Já o setor econômico de empresas de serviço público é composto por 
organizações que produzem baixos impactos ambientais. Por isso, a 
questão de definir estratégias ambientais/ecológicas é de moderada 
importância nessa área. 
 
26 
 
O setor de serviços públicos, dado seu extraordinário crescimento, 
influenciou a estagnação da capacidade do Estado em fazer frente a suas 
tradicionais atividades-fim, como saúde, segurança, saneamento básico, 
educação, transporte entre outras.O crescimento das estatais ocorreu de forma pouco articulada e 
planejada, o que limitou as possibilidades de realizações de estratégias 
conjuntas, não só entre as diferentes esferas federal, estadual e municipal 
como entre órgãos da administração direta e indireta, reduzindo, com isso, a 
eficácia das políticas macroeconômicas. 
 
Tal constatação sinaliza que qualquer intervenção voltada à 
modernização do Estado, como, por exemplo, a informatização, deve ser 
precedida da implementação de uma reconfiguração institucional na forma 
de reestruturação direta e indireta. 
 
Como estratégia ambiental tem-se a redução no uso de insumos e 
materiais aplicados em suas atividades produtivas (redução no consumo de 
papéis, relatórios e materiais de expediente burocrático por meio de sua 
substituição pela mídia digital). 
 
As organizações pertencentes a esse setor econômico devem 
estabelecer outras estratégias ambientais visando à: 
 
- Redução ou eliminação de riscos ambientais, no plano 
intraorganizacional, para preservação de um ambiente de higiene e 
segurança no trabalho e consequente redução de despesas operacionais 
com tais eventos; 
 
- Preservação de sua área de escritórios, para minimização de 
dispêndios com prêmios de seguros patrimoniais de suas instalações e 
equipamentos. 
 
A caracterização da empresa por tipo de atividade ou setor econômico 
pode propiciar elementos para a formulação das estratégias, dos sistemas 
de informações e do planejamento dos recursos humanos no contexto da 
organização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
Unidade 2 – Recursos Hídricos 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 – O que são recursos hídricos? 
 
Recursos hídricos são as águas que se encontram na superfície 
terrestre ou no subterrâneo e que podem ser usadas para diversas ações. O 
objetivo principal desses recursos é usar a água com responsabilidade, de 
maneira que essa riqueza não desapareça e que todos possam usufruir de 
seus benefícios. 
 
Confira agora como os recursos hídricos são compreendidos pela 
Associação Brasileira de Engenharia de Produção. 
 
 
Recursos Hídricos: a importância de sua preservação 
 
A água é um recurso fundamental para a sobrevivência do homem e 
demais seres que habitam o planeta. “A água doce é elemento essencial ao 
abastecimento do consumo humano, ao desenvolvimento de suas atividades 
industriais e agrícolas, e de importância vital aos ecossistemas – tanto 
vegetal como animal – das terras emersas.” (Rebouças, 1999, p. 01) 
 
Observa-se, então, que por ser um recurso de grande importância 
para a sobrevivência de todos os seres vivos, o homem sempre demonstrou 
interesse em manter o domínio sobre a água. 
 
Para isso, basta observar as origens de poder sobre seu uso. Desde 
os primórdios das civilizações antigas, a posse da água representava um 
instrumento político de poder, por exemplo, o controle dos rios, como forma 
de dominação dos povos foi praticado pelas civilizações da Mesopotâmia, 
aproximadamente quatro mil anos antes de Cristo. (op. cit., p. 17). 
 
No entanto, o homem vem utilizando as reservas hídricas de forma 
desordenada poluindo com práticas agrícolas perniciosas com o uso de 
 
 
28 
insumos químicos que alteram a composição da água, como os 
“neurotóxicos, carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos,” os projetos de 
irrigação, atividades extrativistas agressivas, desmatamentos, queimadas, 
lançamentos de esgotos e outros resíduos industriais e domésticos que, se 
não forem tomadas medidas para atuações de uso da água de forma 
harmônica com a natureza, a qualidade deste recurso poderá ficar cada vez 
mais escassa, podendo afetar a saúde do próprio ser humano. (op. cit., p. 
26) 
 
Entre as ações que podem melhorar a qualidade e a quantidade dos 
recursos hídricos e também observá-lo como um fator limitante, segundo 
Salati et al. (1999, p. 40-41), destacam-se: 
 
- Estudos científicos e tecnológicos; 
 
- Amplo programa de educação ambiental; aprimoramento contínuo e 
constante da legislação (gestão da demanda e da oferta); 
 
- Aprimorar a estrutura institucional no manejo, utilização e 
fiscalização dos recursos hídricos; 
 
- Projetos que envolvam o manejo de recursos hídricos, como: 
construção de represas, saneamento básico, fornecimento de água e 
navegação fluvial, devem levar em conta as influências e interações com o 
meio ambiente e sociedade; 
 
- Evitar a contaminação das águas; 
 
- Formar recursos humanos; 
 
- Aumentar a cooperação internacional. 
 
Ainda, segundo Tundisi et al. (1999, p. 208) para haver a 
exploração dos recursos hídricos deve “haver articulação entre a base de 
pesquisa e conhecimento científico acumulado”, bem como, também, as 
ações de gerenciamento, levando em conta além dos recursos hídricos a 
“unidade-bacia-hidrigráfica-rio-lago ou reservatório.” Pois segundo o autor 
somente assim poderá haver um gerenciamento efetivo sobre a questão 
dos recursos hídricos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
A educação ambiental para os recursos hídricos 
 
A consciência ambiental é fundamentalmente importante para todo e 
qualquer tipo de desenvolvimento que se queira alcançar, pois ela poderá 
significar um mundo melhor por ser uma das formas mais amplas da relação 
harmônica do homem com o seu meio. 
 
Neste sentido, a educação ambiental pode ser vista como um 
compromisso com todas as esferas da sociedade de forma geral. Poderá 
significar a construção de um futuro mais humano, mais igualitário pelas 
decisões tomadas no presente, dada a sua importância na transformação 
das questões mundiais. 
 
Por meio da educação ambiental, pode acontecer a legitimação dos 
valores éticos, bem como a mudança dos padrões de comportamento na 
sociedade, pois acredita-se que, somente com a mudança de mentalidade 
surgirá a transformação da consciência, (Dias, 1994). 
 
Dessa forma, a relação ética do homem com o ambiente é realizada 
por meio da interação e harmonia, proporcionando, assim, o seu próprio 
bem-estar. 
 
Nesse sentido, diante da necessidade de ensinar, na busca por um 
futuro melhor, lembra-se a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) onde foram destacadas várias 
 
30 
recomendações para a Educação Ambiental, eis algumas questões que 
necessitam ser mais exploradas, (op. cit., p. XV): 
 
- Reorientar a educação para o desenvolvimento sustentável; 
 
- Aumentar/incrementar a conscientização popular; 
 
- Considerar o analfabetismo ambiental; 
 
- Promover treinamento. 
 
Dias (1994) chama a atenção para a importância do treinamento 
sobre a questão ambiental e argumenta que em todos os encontros 
promovidos em prol da Educação ambiental, este assunto deve ser sempre 
enfocado nas discussões em busca de melhorias. 
 
Ainda, sobre as formulações feitas no Fórum Global, o tratado de 
“Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade 
Global.”. Segundo o autor (op. cit.), destaque-se que a Educação Ambiental 
deve: 
 
- Ser direito de todos; 
 
- Ter como base o pensamento crítico, fomentando a 
transformação e a construção da sociedade; 
 
 
31 
- Ter o propósito de formar cidadãos com consciência local e 
planetária; 
 
- Ser considerada como um ato político, baseado em valores para 
a transformação social; 
 
- Envolver uma perspectiva holística; 
 
- Desenvolver a solidariedade com estratégias democráticas; 
 
- Abordar as questões globais críticas, como: população, saúde, 
paz, direitos humanos, democracia, fome, e degradação da 
flora e fauna, numa perspectiva sistêmica; 
 
- Facilitar a cooperação mútua e equitativa nos processos de 
decisão; 
 
- Capacitar as pessoas a trabalharem conflitos de maneira justa e 
humana; 
 
- Promover a cooperação e o diálogo entre indivíduos e 
instituições; 
 
- Ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre todas as 
formas de vida. 
 
32 
Por outro lado, Morim (2000) chama a atençãona questão do 
desenvolvimento, pois este entra em conflito com as complexidades 
existentes no mundo de hoje, já que os atores que compõem a sociedade 
são “biológicos, psíquicos, sociais, afetivos e racionais.” 
 
Expõe ainda que, “(...) a educação deve promover a “inteligência 
geral” apta a referir-se ao complexo, ao contexto, de modo multidimensional 
e dentro da concepção global.” 
 
O conhecimento não deve permear somente uma esfera do 
conhecimento isolado, mas deve atingir as diversas partes que compõem a 
sociedade dentro da estrutura global. A educação do futuro deve propor o 
conhecimento de cada estrutura, suas partes, mas deve sempre procurar 
observar o todo. 
 
Deve reconhecer de forma consciente a importância da condição 
humana situada no universo, (op. cit.). Deve proporcionar o desenvolvimento 
da compreensão para que realmente seja manifestada a mudança de 
consciência em todas as sociedades. 
 
Dessa forma, é necessário concordar que, através da educação 
ambiental pode-se desenvolver, por meio da compreensão, mudança de 
atividades, valores e mentalidades em prol de soluções sustentáveis em 
todas os níveis, locais e globais. 
 
 
33 
Acredita-se que, através da disseminação da educação ambiental, 
o enfoque de planejamento participativo e ações que sejam adaptadas à 
contextos socioculturais e ambientais específicos, podem levar uma 
gestão ambiental adequada que tenha como meta atingir os problemas 
ambientais numa busca de soluções sustentáveis. 
 
Ainda, para Vieira (1995, p. 72) um dos desafios mais importantes que 
devem ser abordados pelas comunidades científicas é a “criação de 
sistemas de planejamento melhor articulados ao mundo acadêmico”, bem 
como promover a criação de meios adequados às mudanças 
comportamentais. 
 
São questões de “regulação política que possam introduzir mudanças de 
percepção, atitudes e comportamento” de acordo com a compreensão dos 
fatores que levam o ser humano a degradação ambiental e através de 
atitudes que os levem a uma vida harmônica com o meio ambiente. 
 
Com isso, surge o aprendizado de uma nova relação com o meio 
ambiente. Neste aprendizado, por meio de atitudes concretas, os atores 
podem, com hábitos, políticas e comportamentos, proporcionarem uma 
melhor qualidade de vida para todos. 
 
 
 
2.2 - Situação Atual 
 
O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, uma das maiores unidades 
de conservação do sul do Brasil, e de grande importância para a 
manutenção da biodiversidade. 
 
Foi criado em novembro de 1975, com 87.405 hectares de área, 
representando quase 1% da área total do Estado de Santa Catarina. E 
abrange nove municípios: Águas Mornas, Florianópolis, Garopaba, Imaruí, 
Palhoça, Paulo Lopes, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio e São 
Martinho. 
 
Fazendo parte desta Unidade de Conservação, a bacia hidrográfica do 
rio Vargem do Braço (a qual é objeto de estudo) encontra-se localizada na 
comunidade de mesmo nome no município de Santo Amaro da Imperatriz, 
na região da Grande Florianópolis. 
 
34 
 
A região é um ponto estratégico pela riqueza de fontes de água 
potável que formam a bacia. 
 
Conforme estudo de caso realizado em 2000, na região de Vargem do 
Braço onde está localizada a bacia hidrográfica, constatou-se que existe a 
prática agrícola e, assim, vários tipos de proprietários, como pode ser 
observados na tabela abaixo. 
 
Ainda, segundo dados fornecidos pelo IBGE todo o vale, do qual a 
comunidade faz parte consta de 220 domicílios com uma população de 
839 pessoas. 
 
 
Tabela 1 – Caracterização dos proprietários de terras na região de 
Vargem do Braço 
 
 
Tipificação dos proprietários 
 
Agricultores 
que trabalham 
com o modelo 
orgânico de 
produção 
Agricultores 
que trabalham 
com o uso de 
agrotóxicos e 
residem na 
comunidade 
Agricultores 
que trabalham 
com o uso de 
agrotóxicos e 
não residem 
na 
comunidade 
Sitiantes de 
finais de 
semana 
 
 
 
2.3 – Monitoramento das águas brasileiras 
 
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos 
Naturais e Renováveis, o IBAMA, um dos responsáveis pelos recursos 
hídricos do país, o monitoramento das águas brasileiras precisa ser 
cauteloso, principalmente quando falamos das bacias e dos rios. 
 
O Brasil é um dos poucos países que tem em abundância água, 
apesar da contradição sobre o nordeste ser extremamente seco, e, por isso, 
precisa de uma regulamentação de como essas águas são cuidadas e 
utilizadas. 
 
Observe com atenção as seguintes páginas, pois contêm como é feito 
esse monitoramento. 
 
35 
 
 
Ações no monitoramento da qualidade da água no país 
 
Em 1998, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis - IBAMA e a Secretaria de Recursos Hídricos - 
SRH/MMA celebraram o Convênio 477/98 com o objetivo inicial de 
instrumentalizar técnica e operacionalidade ao Instituto para exercer as 
ações de controle, de fiscalização e de monitoramento da qualidade 
ambiental das águas de domínio da União, bem como apoiar a SRH/MMA na 
implantação da Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH. 
 
Dentre as ações propostas, no Plano de Trabalho do Convênio, 
figurava o apoio à implantação do Sistema Nacional de Informações de 
Recursos Hídricos - SNIRH. 
 
Para cumprir esta tarefa o IBAMA vem realizando um levantamento, 
junto a todas as instituições do país, que possuem rede de monitoramento 
de qualidade de água e junto aos laboratórios de análise ambiental. 
 
Esse levantamento está sendo feito por meio do Formulário - FC02- 
Cadastramento da Rede de Monitoramento da Qualidade da Água, 
desenvolvido por técnicos da Coordenação de Recursos Hídricos do IBAMA 
e aplicado pelos técnicos das representações estaduais do IBAMA, 
previamente orientados para este fim. 
 
Como as análises laboratoriais são um dos suportes à eficiência das 
redes de monitoramento, foram levantados os laboratórios que realizam 
análises ambientais, com ênfase em qualidade de água. Essa ação, também 
foi executada pelos técnicos das representações do IBAMA treinados, 
aplicando o Formulário FC01 - Cadastro dos Laboratórios de Análises 
Ambientais. 
 
As instituições que tiverem interesse de estar nos cadastros do 
IBAMA poderão enviar os formulários, acima preenchidos, para os 
endereços: SAIN L4 norte Edifício Sede do IBAMA Bloco C CEP. 70.800-
200 Brasília - DF 
 
 
Resultados: 
 
Sistema de Monitoramento da Qualidade da Água - SISAGUA: 
sistema desenvolvido em Delphi, que acessa banco de dados Oracle, 
elaborado com a finalidade de armazenar as informações obtidas no 
levantamento. 
 
Esse sistema constitui-se de três cadastros: 
 
http://www.ibama.gov.br/recursoshidricos/Divs/Form%20FC%2002.doc
http://www.ibama.gov.br/recursoshidricos/Divs/Form%20FC%2002.doc
http://www.ibama.gov.br/recursoshidricos/Divs/Form%20FC%2001.doc
http://www.ibama.gov.br/recursoshidricos/Divs/Form%20FC%2001.doc
 
36 
- Cadastro de Corpo d'água: abrange informações sobre os corpos 
d´água federais e estaduais, incluindo o código e nome do curso d´água, 
outros códigos e nomes que se referem ao mesmo curso d'água, bacia e 
sub-bacia a que ele pertence, enquadramento, descrição dos trechos 
enquadrados, dominialidade e listagem das estações de monitoramento 
localizadas no corpo d'água. 
 
- Cadastro de Estações de Monitoramento: contém informações 
sobre cada estação de amostragem, sua localização, o órgão e a unidade 
responsável pela estação, o órgão responsável pela coleta e pela análise 
das amostras de água, o órgão responsável pela disponibilização das 
informações e quem são os usuários da informação, bem como a data de 
início e fim da operação da estação. 
 
 As estações são classificadas de acordo com os parâmetros 
coletados, a saber, estações que medem descarga líquida, estações 
telemétricas, estações para observação do nível d'água, estações com 
linígrafo, estações que medem descarga sólida e as de qualidade de água.- Cadastro de Laboratórios: este cadastro contém as mais diversas 
informações acerca de laboratórios públicos e privados existentes no país, 
destacando entre elas, a identificação com nome, endereço e material que o 
laboratório analisa, a formação do corpo técnico, bem como informações 
sobre o controle de qualidade analítica, as metodologias de coleta, os 
equipamentos e os parâmetros analisados. 
 
 
Recursos do Sistema: 
 
O sistema permite realizar consultas, cruzando todas as informações, 
como por exemplo: o usuário poderá selecionar um curso d'água e 
determinar uma consulta sobre quais e quantas são as estações localizadas 
neste curso d´água, quais analisam parâmetros de qualidade, assim como 
consultar a frequência em que são realizadas as coletas etc. 
 
De um modo geral o usuário poderá fazer consultas diversas, em 
relação a todas as informações contidas no cadastro, de acordo com a 
necessidade de informação que pretende obter. 
 
 
Situação Atual: 
 
No momento, o banco possui 3100 rios e 7539 estações cadastradas, 
das quais, 1985 são estações que realizam monitoramento de qualidade de 
água. Consultando a data de início e fim de operação das estações, 
constatou-se que das 1985 estações de qualidade de água, 1241 estações 
continuam operando, isto é, são estações ativas, neste caso, levando em 
conta a rede básica da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. 
 
 
37 
As estações de qualidade de água ativas, cadastradas no banco de 
dados, estão distribuídas entre as bacias hidrográficas da seguinte maneira: 
 
 
Bacia Estações 
Rio Amazonas 69 
Rio Tocantins 17 
Atlântico Sul - trecho Norte/ Nordeste 95 
Rio São Francisco 179 
Atlântico Sul - trecho Leste 277 
Rio Paraná 432 
Rio Uruguai 42 
Atlântico Sul - trecho Sudeste 130 
 
 
O cadastro de laboratórios de análises ambientais, até o presente 
momento, contém 147 laboratórios, distribuídos em 23 estados (Acre, 
Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, 
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, 
Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do 
Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe), conforme 
tabela. 
 
 
Cadastro de laboratórios de análises ambientais 
 
Unidade da 
Federação - UF 
Laboratórios 
por UF 
Realiza 
Controle de 
qualidade 
Realiza 
Coleta de 
amostra 
Laboratórios 
com ensaios 
credenciados 
pelo INMETRO 
Acre 1 
Alagoas 6 3 6 
Amazonas 8 3 6 
Bahia 5 2 4 2 
Ceará 4 1 4 
Distrito Federal 7 5 5 
Espírito Santo 10 7 9 
Goiás 3 3 3 
Mato Grosso 5 3 5 
Mato Grosso do Sul 3 1 2 
Minas Gerais 5 4 5 
Pará 8 7 8 
Paraná 3 3 3 
Pernambuco 6 2 5 
Piauí 4 4 4 
Rio de Janeiro 6 6 5 
Rio Grande do 
Norte 
4 3 4 
 
38 
Rio Grande do Sul 6 6 4 
Rondônia 1 1 1 
Roraima 3 2 
Santa Catarina 27 17 17 1 
São Paulo 20 12 12 2 
Sergipe 3 2 3 
Total de 
laboratórios 
cadastrados 
147 94 117 
 
 
Diagnóstico: 
 
As informações contidas no banco de dados, até o presente 
momento, permitem fazer um diagnóstico preliminar do monitoramento de 
qualidade e quantidade de água, realizado em 22 (vinte e dois) estados do 
país: 
 
- Acre 
- Alagoas 
- Amazonas 
- Bahia 
- Ceará 
- Distrito Federal 
- Espírito Santo 
- Goiás 
- Mato Grosso 
- Mato Grosso do Sul 
- Minas Gerais 
- Pará 
- Paraná 
- Pernambuco 
- Piauí 
- Rio de Janeiro 
- Rio Grande do Norte 
- Rio Grande do Sul 
- Roraima 
- Santa Catarina 
- São Paulo 
- Sergipe 
 
O levantamento, até o momento, mostrou que o monitoramento, em 
sua grande parte está sob a gerência da Agência Nacional de Energia 
Elétrica - ANEEL auxiliada por instituições estaduais que também executam 
esse monitoramento 
 
 
 
 
 
 
39 
Bacia do Rio Amazonas 
 
Gráfico 3 - Estações de Monitoramento de Qualidade de Água (ativas). 
 
 
 
 
 
Bacia do Rio Tocantins 
 
Gráfico 4 - Estações de Monitoramento de Qualidade de Água (ativas). 
 
 
 
 
 
 
 
40 
Bacia do Atlântico Sul - trecho Norte/ Nordeste 
 
Gráfico 5 - Estações de Monitoramento de Qualidade de Água (ativas). 
 
 
 
 
Bacia do Rio São Francisco. 
 
Gráfico 6 - Estações de Monitoramento de Qualidade de Água (ativas). 
 
 
 
 
 
41 
 
Bacia do Atlântico Sul - trecho Leste. 
 
Gráfico 7 - Estações de Monitoramento de Qualidade de Água (ativas). 
 
 
 
 
 
 
42 
Bacia do Rio Paraná. 
 
Gráfico 8 - Estações de Monitoramento de Qualidade de Água (ativas). 
 
 
 
 
 
 
43 
Bacia do Rio Uruguai. 
 
Gráfico 9 - Estações de Monitoramento de Qualidade de Água (ativas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
Bacia do Atlântico Sul - trecho Sudeste. 
 
Gráfico 10 - Estações de Monitoramento de Qualidade de Água (ativas). 
 
 
 
Hoje, no Brasil existem esforços por parte de alguns Estados para 
manterem uma rede de monitoramento, contudo esses esforços são 
independentes, não havendo integração entre as várias redes de qualidade 
e nem com a rede que mede a quantidade. 
 
Este fato faz com que haja problemas na distribuição espacial das 
estações de coleta, proporcionando o adensamento e superposição de 
estações em algumas regiões e em outros espaços vazios 
 
 
 
 
 
45 
Mapa 1 Estações de Monitoramento de Qualidade de Água. 
 
 
 
 
 
 
46 
Mapa 2 - Estações de Monitoramento da Quantidade de Água. 
 
 
 
 
A aplicação, por várias instituições, de diferentes metodologias de 
análise e de coleta dificulta a comparação dos resultados. 
 
Dados gerados sem comprometimento com a frequência de coleta, 
com a qualidade analítica, bem como a falta de hábito dos órgãos 
responsáveis pelo controle, dos órgãos gestores e da sociedade em geral, 
de utilizarem os dados levantados pelo monitoramento em suas ações, 
 
 
 
47 
levam à necessidade da elaboração de programas de integração, 
padronização, capacitação e divulgação dessas informações. 
 
Uma vez que este é um subsídio importante para a detecção da 
poluição e de seus efeitos, para proposição de ações de controle e para a 
definição dos métodos de contenção, como, por exemplo, o enquadramento 
do corpo hídrico, a outorga e a cobrança do direito de uso dos recursos 
hídricos, instrumentos fundamentais para o planejamento e gestão dos 
recursos hídricos, bem como para a gestão ambiental. 
 
Com as informações, obtidas dos laboratórios de análises ambientais 
cadastrados, podemos diagnosticar que os que realizam análise de água, na 
sua maioria, não utilizam os mesmos métodos analíticos, dificultando como 
já foi dito, a comparação dos dados, bem como poucos têm seus ensaios 
credenciados no INMETRO e ainda não existe um controle interlaboratorial 
que permita estabelecer a confiabilidade dos resultados analíticos. 
 
Com essa exposição, procuramos demonstrar a importância e a 
necessidade de se estruturar e implantar uma rede integrada de 
monitoramento da qualidade da água, para a efetiva gestão dos recursos 
hídricos e consequentemente dos recursos ambientais do país. 
 
 
NOME DA BACIA NOME DA SUB-BACIA 
BACIA DO AMAZONAS 
 
 
Rio Solimões, Javari e outros 
 
Rio Solimões, Jandiatuba e Içá 
 
Rio Solimões, Jurua,Japura, Baia 
 
Rio Solimões, Coari, Purus 
 
Rio Amazonas, Negro, Branco 
 
Rio Amazonas, Madeira, Jamari 
 
Rio Amazonas, Trombetas, e outros 
 
Rio Amazonas, Tapajós, Jurema 
 
Rio Amazonas, Xingu, Iriri, Paru 
 
Rio Amazonas, Jari, Para, outros 
BACIA DO RIO TOCANTINS 
 
 
Rio Tocantins, Maranhão, Almas 
 
Rio Tocantins, Paraná, Palmas 
 
Rio Tocantins, M. Alves, Sono 
 
Rio Tocantins, Manuel Alves Grande 
 
Rio Araguaia, Caiapó, Claro 
 
Rio Araguaia, Crixas - Açú, Peixe 
 
Rio Araguaia, Mortes, Javaés 
 
48 
 
Rio Araguaia, Coco, Pau d'arco 
 
Rio Araguaia, Muricizal, Lontra 
 
Rio Araguaia, Tocantins, Itacarunas 
BACIA DO ATLÂNTICO 
SUL,TRECHOS NORTE E 
NORDESTE 
 
 
Rio Oiapoque 
 
Rio Surubim 
 
Rio Gurupi, ItingáRios Mearim, Itapecuru e outros 
 
Rio Paranaiba 
 
Rio Acarau, Pirangi e outros 
 
Rio Jaguaribe 
 
Rios Apoti, Piranhas e outros 
 
Rio Paraiba, Potengi e outros 
 
Rio Capibaribe, Mundau e outros 
BACIA DO RIO SÃO 
FRANCISCO 
 
Rio São Francisco e Paraopeba 
 
Rio São Francisco, das Velhas 
 
Rio São Francisco, Paracatu 
 
Rio São Francisco, Urucuia 
 
Rio São Francisco, Verde Grande 
 
Rio São Francisco, Carinhanha 
 
Rio São Francisco, Grande 
 
Rio São Francisco, Jacaré 
 
Rio São Francisco, Pajeú 
 
Rio São Francisco, Moxotó 
BACIA DO ATLÂNTICO SUL, 
TRECHO LESTE 
 
Rio Vaza-Barris, Itapicuru e outros 
 
Rio Paraguaçu, Jequirica e outros 
 
Rio das Contas 
 
Rio Pardo, Cachoeira e outros 
 
Rio Jequitinhonha, Jequitinhonha 
 
Rio Mucuri, São Mateus 
 
Rio Doce 
 
Rio Itapemirim, Itabapoana 
 
49 
 
Rio Paraíba do Sul 
 
Rio Macaé, São João e outros 
 
BACIA DO RIO PARANÁ 
 
Rio Paranaíba 
 
Rio Grande 
 
Rio Paraná, Tiete e outros 
 
Rio Paraná e Pardo 
 
Rio Paraná e Parapanema 
 
Rio Paraná, Iguaçu e outros 
 
Rio Paraguai, São Lourenço e outros 
 
Rio Paraguai, Apa e outros 
 
Rio Paraná e Corrientes 
 
Rio Paraná, Tercero e outros 
BACIA DO RIO URUGUAI 
 
 
Rio Pelotas 
 
Rio Canoas 
 
Rio Uruguai, do Peixe e outros 
 
Rio Uruguai, Chapecó e outros 
 
Rio Uruguai, da Várzea e outros 
 
Rio Uruguai, Ijuí e outros 
 
Rio Uruguai, Ibicuí e outros 
 
Rio Uruguai, Quaraí e outros 
 
Rio Uruguai e outros 
 
Rio Uruguai, Negro e outros 
BACIA DO ATLÂNTICO SUL, 
TRECHO SUDESTE 
 
Rio Itapanhau, Itanhaem e outros 
 
Rio Ribeira do Iguape 
 
Rio Nhundiacoara, Itapocu e outros 
 
Rio Itajaí-Açú 
 
Rio Tubarão, Araranguá e outros 
 
Rio Jacuí 
 
Rio Taquari 
 
Lagoa dos Patos 
 
Lagoa Mirim 
 
 
 
50 
 2.4 – A água 
 
O Portal Ambiente Brasil discorre sobre a água e como é seu 
comportamento em território brasileiro. A água pura (H2O) é um líquido 
formado por moléculas de hidrogênio e oxigênio. 
 
Na natureza, ela é composta por gases como oxigênio, dióxido de 
carbono e nitrogênio, dissolvidos entre as moléculas de água. 
 
Também fazem parte desta solução líquida sais, como nitratos, 
cloretos e carbonatos; elementos sólidos, poeira e areia podem ser 
carregados em suspensão. 
 
Outras substâncias químicas dão cor e gosto a água. Íons podem 
causar uma reação quimicamente alcalina ou ácida. As temperaturas 
apresentam variação de acordo com a profundidade e com o local onde a 
água é encontrada, constituindo-se em fatores que influenciam no 
comportamento químico. 
 
Subentende-se água como sendo um elemento da natureza, recurso 
renovável, encontrado em três estados físicos: sólido (gelo), gasoso (vapor) 
e líquido. 
 
As águas utilizadas para consumo humano e para as atividades sócio-
econômicas são retiradas de rios, lagos, represas e aquíferos, também 
conhecidos como águas interiores. 
 
Classificação Mundial das Águas 
 Água 
doce 
 Apresenta o teor de sólidos totais dissolvidos (STD) inferior a 
1.000 mg/L 
 Salobras 
 Apresenta o teor de sólidos totais dissolvidos (STD) entre 1.000 
e 10.000 mg/L 
 Salgadas 
 Apresenta o teor de sólidos totais dissolvidos (STD) superior a 
10.000 mg/L 
 
 
Origem geológica e biológica 
 
A vida surgiu no planeta há mais ou menos 3,5 bilhões de anos. 
Desde então, a biosfera modifica o ambiente para uma melhor adaptação. 
Em função das condições de temperatura e pressão que passaram a ocorrer 
na Terra, houve um acúmulo de água em sua superfície, nos estados líquido 
e sólido, formando-se assim o ciclo hidrológico. 
 
Os continentes representam a litosfera; a água existente na Terra 
forma a hidrosfera; cada um dos pólos (Ártico e Antártico) e os cumes das 
montanhas mais altas apresentam uma cobertura de gelo e neve 
51 
denominada criosfera; a massa de ar que cobre a Terra é chamada de 
atmosfera, e a vida existente no planeta forma a biosfera. 
 
O oxigênio tem por propriedade ser reativo, ou seja, unir-se a quase 
todos os outros tipos de átomos: o hidrogênio, o carbono e um grande 
número de metais e metalóides. 
 
Em consequência a este fato, quando a Terra se formou, não havia 
oxigênio livre na atmosfera primitiva, mas somente óxidos voláteis, como gás 
carbônico, água e outros compostos de hidrogênio, como metano e 
amoníaco. 
 
 
Volume de água 
 
A quantidade total de água na Terra é distribuída da seguinte maneira: 
 
 97,5% de oceanos e mares; 
 2,5 de água doce; 
 68,9% (da quantidade geral de água doce) formam as calotas polares, 
geleiras e neves eternas que cobrem os cumes das montanhas altas 
da Terra; 
 29,9% restantes de água doce constituem as águas subterrâneas 
 0,9% respondem pela umidade do solo e pela água dos pântanos 
 
 
Características da água 
 
A caracterização da água começa a se compor ainda em seu trajeto 
atmosférico. As partículas sólidas e os gases atmosféricos de várias origens 
são dissolvidos pelas águas que caem sobre a superfície da Terra em forma 
de chuva, neblina ou neve. 
 
Contudo, muitas destas características são alteradas mesmo que 
inconscientemente pelo homem. 
 
O uso intensivo de insumos químicos na agricultura, a poluição 
gerada pelas indústrias e pelos grandes centros urbanos concentram alguns 
gases na água das chuvas, resultando na chamada chuva ácida, causadora 
de danos ao ambiente natural e antrópico. Isso ocasiona também a 
escassez de água para consumo, fazendo com que os aspectos qualitativos 
da água sejam cada vez mais preocupantes nas regiões muito povoadas. 
 
As fontes hídricas são abundantes, porém mal distribuídas na 
superfície do planeta. Em algumas áreas, as retiradas são bem maiores que 
a oferta, causando um desequilíbrio nos recursos hídricos disponíveis. 
 
52 
Essa situação tem acarretado uma limitação em termos de 
desenvolvimento para algumas regiões, restringindo o atendimento às 
necessidades humanas e degradando ecossistemas aquáticos. 
 
Os recursos hídricos são de fundamental importância no 
desenvolvimento de diversas atividades econômicas. A água pode 
representar até 90% da composição física das plantas; a falta de água pode 
destruir lavouras; na indústria as quantidades de água necessárias são 
superiores ao volume produzido. 
 
Na indústria, as quantidades de água necessárias são superiores ao 
volume produzido. A utilização de métodos para o tratamento da água é 
viável; porém, podem produzir problemas cujas soluções são difíceis, pois 
que afetam a qualidade do meio ambiente, a saúde pública e outros 
serviços. 
 
Por sua vez, as águas das bacias hidrográficas não são confiáveis e 
recomendáveis para o consumo da população por não possuírem as 
características padrões de qualidade ambiental. 
 
Já a revista Multiciência, especializada nos centros e nos núcleos de 
estudo da Universidade de Campinas, diz que a água é essencial à vida e 
todos os organismos vivos no planeta Terra dependem dela para sua 
sobrevivência. 
 
 O planeta Terra é o único planeta do sistema solar que tem água nos 
três estados (sólido, líquido e gasoso), e as mudanças de estado físico da 
água no ciclo hidrológico são fundamentais e influenciam os processos 
biogeoquímicos nos ecossistemas terrestres e aquáticos. 
 
Somente 3% da água do planeta está disponível como água doce. 
Destes 3%, cerca de 75% estão congelados nas calotas polares, em estado 
sólido, 10% estão confinados nos aquíferos e, portanto, a disponibilidade 
dos recursos hídricos no estado líquido é de aproximadamente 15% destes 
3%. 
 
A água, portanto, é um recurso extremamente reduzido. O suprimento 
de água doce de boa qualidade é essencial para o desenvolvimento 
econômico, para a qualidade de vida das populações humanas e para a 
sustentabilidade dos ciclos no planeta. 
 
A água nutre as florestas, mantêm a produção agrícola, mantêm a 
biodiversidade nos sistemas terrestres e aquáticos. Portanto, os recursos 
hídricossuperficiais e os recursos hídricos subterrâneos são recursos 
estratégicos para o homem e todas as plantas e animais. 
 
O ciclo hidrológico é o princípio unificador fundamental referente à 
água no planeta, sua disponibilidade e distribuição. O ciclo hidrológico 
opera em função da energia solar que produz evaporação dos oceanos 
 
53 
e dos efeitos dos ventos, que transportam vapor d’água acumulado para os 
continentes. 
 
A velocidade do ciclo hidrológico variou de uma era geológica a outra, 
bem como a proporção de águas doces e águas marinhas. 
As características do ciclo hidrológico não são homogêneas, daí a 
distribuição desigual da água no planeta. 
 
Há 26 países com escassez de água e pelo menos quatro países 
(Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Ilhas Bahamas, Faixa de Gaza – território 
palestino) com extrema escassez de água (entre 10 e 66 m3/habitante). 
 
A Tabela I mostra os balanços hídricos por continente e a Tabela II o 
balanço hídrico das principais bacias hidrográficas do Brasil. 
 
 
Tabela I – Balanço Hídrico de águas superficiais por continente [1] 
Continente Precipitação 
(Km3/ano) 
Evaporação 
(Km3/ano) 
Drenagem 
(Km3/ano) 
Europa 8,290 5,320 2,970 
Ásia 32,200 18,100 14,100 
África 22,300 17,700 4,600 
América do Norte 18,300 10,100 8,180 
América do Sul 28,400 16,200 12,200 
Austrália/Oceania 7,080 4,570 2,510 
Antártica 2,310 0 2,310 
Total 118,880 71,990 46,870 
 
 
 
Tabela II - Balanço hídrico das principais bacias hidrográficas do 
Brasil [2] 
Bacia 
Hidrográfica 
Área (Km2) Média da 
Precipitação 
(m3/s) 
Média de 
descarga 
(m3/s) 
Evapotransp 
(m3/s) 
Descarga/ 
Precipitação 
(%) 
Amazônica 6.112.000 493.191 202.000 291.491 41 
Tocantins 57.000 42.387 11.300 31.087 27 
Atlântico 
Norte 
242.000 16.388 6.000 10.388 37 
Atlântico 
Nordeste 
787.000 27.981 3.130 24.851 11 
São 
Francisco 
634.000 19.829 3.040 16.789 15 
54 
Atlântico 
Leste Norte 
242.000 7.78 670 7.114 9 
Atlântico 
Leste Sul 
303.000 11.79 3.710 8.081 31 
Paraná 877.000 39.935 11.200 28.735 28 
Paraguai 368.000 16.326 1.340 14.986 8 
Uruguai 178.000 9.589 4.040 5.549 42 
Atlântico 
Sul 
224.000 10.515 4.570 5.949 43 
Brasil 
incluindo 
Bacia 
Amazônica 
10.724.000 696.020 251.000 445.020 36 
 
 
 
O Brasil tem aproximadamente 16% das águas doces do planeta, 
distribuídas desigualmente. A Figura 1 mostra a distribuição dos recursos 
hídricos superficiais do Brasil em relação à distribuição da população. 
 
 
 
55 
Figura 1 – Regiões hidrográficas do Brasil 
 
 
 Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br 
 
 
 
Água – desenvolvimento econômico e estimativas do uso dos 
recursos hídricos 
 
Sempre houve grande dependência dos recursos hídricos para o 
desenvolvimento econômico. A água funciona como fator de desenvolvimento, 
pois ela é utilizada para inúmeros usos diretamente relacionados com a 
economia (regional, nacional e internacional). 
 
Os usos mais comuns e frequentes dos recursos hídricos são: 
água para uso doméstico, irrigação, uso industrial e hidroeletricidade. 
De 1900 a 2000, o uso total da água no planeta aumentou dez vezes 
(de 500 km3/ano para aproximadamente 5.000 Km3/ano) (Figura 2). 
 
Os usos múltiplos da água aceleram-se em todas as regiões, 
continentes e países. Estes usos múltiplos aumentam à medida que 
as atividades econômicas se diversificam e as necessidades de água 
56 
aumentam para atingir níveis de sustentação compatíveis com as 
pressões da sociedade de consumo, a produção industrial e agrícola. 
 
 
Figura 2 – Tendências no consumo global de água, 1900-2000 [4] 
 
 
 
A Tabela III mostra a retirada de água “per capita” para 
diferentes continentes por atividade (para o ano 2000). 
 
Região Doméstico 
m3/ano 
Industrial 
m3/ano 
Agricultura 
m3/ano 
Perdas em 
reservatórios 
m3/ano 
Europa 150 400 185 10 
União Soviética 120 500 1.310 70 
Ásia 75 150 5.585 25 
África 50 100 400 85 
América do Norte 260 2.000 1.050 110 
América do Sul 20 200 190 35 
Oceania 110 700 750 150 
 
 
57 
 A Tabela IV mostra as projeções para os usos múltiplos da água 
retirada para usos diversos até 2015. 
 
Setor 2015 
(sem reuso industrial) 
km3/ano 
2015 
(com reuso industrial) 
km3/ano 
Doméstico 890 890 
Industrial 4,100 1,145 
Agricultura 5,850 5,850 
Total 10,884 7,885 
 
 
A urbanização acelerada em todo o planeta produz inúmeras 
alterações no ciclo hidrológico e aumenta enormemente as demandas 
para grandes volumes de água, aumentando também os custos do 
tratamento, a necessidade de mais energia para distribuição de água 
e a pressão sobre os mananciais. 
 
À medida que aumenta o desenvolvimento econômico e a renda 
per capita, aumenta a pressão sobre os recursos hídricos superficiais 
e subterrâneos. As estimativas e projeções sobre os usos futuros dos 
recursos hídricos variam bastante, em função de análises de 
tendências diversificadas, algumas baseadas em projeções dos usos 
atuais, outras em função de re-avaliações dos usos atuais e 
introdução de medidas de economia da água, tais como, re-uso e 
medidas legais para diminuir os usos e o consumo e evitar 
desperdício, ou a cobrança pelo uso da água e o princípio do poluidor-
pagador. 
 
 
A Tabela V mostra algumas das estimativas dos usos da água 
para o futuro até o ano de 2025. 
 
Autor / ano Ano para o qual o 
cenário foi 
avaliado 
Uso global da 
água (Km3/ano) 
L’Vovich (uso convencional, 1974) 
[7] 
2.000 12.270 
De Mare (1976) [5] 2.000 5.605 
Shiklomanov (1998) [8] 2.025 4.089 
Shiklomanov (1998) [8] 2.025 4.867 
Gleick (visão sustentável, 1997) 
[9] 
2.025 4.270 
 
58 
Raskin et al. (com reformas 
legislativas e políticas no uso) 
(1997) [10] 
2.050 3.899 
 
 
 
Os impactos nos recursos hídricos 
 
 Os impactos quantitativos nos recursos hídricos são crescentes 
e produzem grandes alterações nos estoques de águas superficiais e 
subterrâneas. 
 
Há casos muito evidentes de uso excessivo de recursos hídricos 
superficiais que resultaram na redução quantitativa acentuada e em 
desastres de grandes proporções. 
 
Além dos impactos quantitativos, há muitos outros impactos na 
qualidade da águas superficiais e subterrâneas que comprometem os 
usos múltiplos e aumentam as pressões econômicas regionais e locais 
sobre os recursos hídricos. 
 
Estes impactos estão descritos na Tabela VI. 
 
 
Tabela VI – Impactos das atividades humanas nos ecossistemas 
aquáticos e valores/serviços dos recursos hídricos em risco. 
 
 
Atividade Humana 
Impacto nos 
ecossistemas aquáticos 
Valores/serviços em 
risco 
Construção de represas 
Altera o fluxo dos rios e o 
transporte de nutrientes e 
sedimento e interfere na 
migração e reprodução de 
peixes 
 
- Altera habitats e a pesca 
comercial e esportiva 
- Altera os deltas e suas 
economias 
 
Construção de diques e 
canais 
- Destrói a conexão do rio 
com as áreas inundáveis 
- Danifica ecologicamente 
os rios 
- Modifica os fluxos dos 
rios 
 
- Afeta a fertilidade natural 
das várzeas e os controles 
das enchentes 
- Alteração do canal natural 
dos rios 
- Afeta os habitats e a pesca 
comercial e esportiva 
- Afeta a produção de 
hidroeletricidade e 
transporte 
 
Drenagem de áreas 
alagadas 
Elimina um componente-
chave dos ecossistemas 
aquáticos 
 
- Perda de biodiversidade - 
Perda de funções naturais 
de filtragem e reciclagem de 
nutrientes 
 - Perda de habitats para 
peixes e aves aquáticas 
 
59 
 
Desmatamento do solo 
Altera padrões de 
drenagem, inibe a recarga 
natural dos aquíferos, 
aumenta a sedimentação 
 
- Altera a qualidade e a 
quantidade da água, pesca 
comercial, biodiversidade e 
controle de enchentes 
 
Poluição não controlada 
Diminui a qualidade da 
água 
 
- Altera o suprimento de 
água 
- Aumenta os custos de 
tratamento 
- Altera a pesca comercial 
- Diminui a biodiversidade 
- Afeta a saúde humana 
 
Remoção excessiva de 
biomassa 
 
Diminui os recursos vivos

Continue navegando