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Processos de Conformação Mecânica dos Metais Processos de Conformação Mecânica dos Metais • Os processos de fabricação de peças metálicas por conformação mecânica são responsáveis pela produção de um grande número de produtos; • Diversos materiais metálicos podem ser conformados, destacando-se os aços, as ligas de alumínio, as ligas de cobre e as ligas de titânio, entre os materiais empregados industrialmente; • Os produtos conformados apresentam uma grande gama de geometrias, desde as mais simples até as mais complexas, representadas pelos produtos de grandes comprimentos como perfis, chapas, folhas, tubos, barras e peças diversas como eixos, engrenagens, bielas, entre outros; Processos de Conformação Mecânica dos Metais • A conformação mecânica, também denominada conformação plástica, representa um conjunto de processos em que a modificação da forma e das dimensões da peça metálica ocorre pela ação de tensões mecânicas que causam a deformação plástica dessa peça, sem que haja remoção de material como ocorre nos processos de usinagem. Assim, nos processos de conformação não há variação do volume das peças conformadas. • Classificação em função do tipo de esforço predominante: Processos de compressão direta; Processos de compressão indireta; Processos de tração; Processos de dobramento; Processos de cisalhamento Classificação : Esforço predominante 1) Compressão direta: predomina a solicitação externa por compressão sobre a peça de trabalho. Nesse grupo podem ser classificados os processos de forjamento (livre e em matriz) e laminação (plana e de perfis). 2) Compressão indireta: as forças externas aplicadas sobre a peça podem ser tanto de tração quanto de compressão, mas as que efetivamente provocam a conformação plástica do metal são de compressão indireta, desenvolvidas pela reação da matriz sobre a peça. Exemplos: trefílação e extrusão de tubos e fios, e a estampagem profunda (embutimento) de chapas. 3) Estiramento: onde a peça toma a forma da matriz através da aplicação de forças de tração em suas extremidades, e o principal exemplo é o estiramento de chapas finas. Classificação : Esforço predominante 4) Cisalhamento: onde ocorrem forças cisalhantes suficientes ou não para romper o metal no seu plano de cisalhamento. Os melhores exemplos deste tipo de processo são a torção de barras e o corte de chapas. 5) Flexão: as modificações de forma são obtidas mediante a aplicação de um momento fletor. Esse princípio é utilizado para dobrar chapas, barras e outros produtos. Por exemplo, processos de dobramento livre, dobramento de borda, dobramento de matriz e calandragem. Compressão Direta Compressão Indireta Processos de Conformação Mecânica dos Metais Compressão IndiretaFlexão Cisalhamento Processos de Conformação Mecânica dos Metais • As operações de conformação mecânica são processos de trabalho dentro da fase plástica do metal. • Quando o trabalho de conformação é realizado em lingotes, de modo a produzir formas simples como placas, tarugos, barras, chapas,etc., os processos são chamados de trabalho mecânico primário. •Quando, geralmente a partir das partes obtidas nesses processos primários, o trabalho mecânico leva a formas e objetos definitivos, os processos são chamados de trabalho mecânico secundário. Exemplos: fabricação de arames, fios, peças forjadas, peças estampadas etc,. • O objetivo precípuo do trabalho mecânico é conformar peças. Secundariamente, ele exerce outra função importante: rompe e refina a estrutura dentrítica presente nos metais e ligas fundidas, contribuindo para uma melhora apreciável das propriedades mecânicas do material. Processos de Conformação Mecânica dos Metais • Deformação a frio e deformação a quente: O esforço mecânico que leva à deformação e que se traduz pela realização de um trabalho, pode ser levado a efeito em condições diferentes de temperaturas, desde a temperatura ambiente até altas temperaturas, inferiores, entretanto, às de fusão dos metais. Costuma-se distinguir o “trabalho mecânico a frio” do “trabalho mecânico a quente”, por uma temperatura indicada como “ temperatura de recristalização”, característica de cada metal e definida como “ a menor temperatura na qual uma estrutura deformada de um metal trabalhado a frio é restaurada ou é substituída por uma estrutura nova, livre de tensões, após a permanência nessa temperatura por um tempo determinado”. Processos de Conformação Mecânica dos Metais Processos de Conformação Mecânica dos Metais A deformação plástica resultante do trabalho mecânico a frio, abaixo da temperatura de recristalização – ainda que superior à ambiente – provoca o chamado fenômeno de “encruamento”, cujos efeitos são traduzidos por uma deformação da estrutura cristalina e modificação das propriedades mecânicas do material, efeitos esses tanto mais intensos, quanto maior a intensidade do esforço mecânico a frio. O trabalho a frio produz, pois, uma deformação geral dos grãos, como mostrado abaixo: 723º 1147º Processos de Conformação Mecânica dos Metais Os grãos alongam-se na direção do esforço mecânico aplicado, menos intensamente (laminado a frio) ou mais intensamente (severamente estirado). Como resultado da deformação mecânica a frio intensa, ocorrem apreciáveis movimentos das imperfeições cristalinas, principalmente discordâncias, ao longo dos planos de deslizamento. Forma-se como que um rendilhado tridimensional de discordâncias que, juntamente com a distorção dos planos de escorregamento impedidos de avançar pelos contornos de grão adjacentes, provoca uma desordem no modelo cristalino normal, tornado mais difícil o escorregamento ulterior e afetando assim as propriedades mecânicas. É esse o fenômeno de “encruamento”. A tabela a seguir mostra o efeito do encruamento sobre algumas características mecânicas de diversos metais e ligas metálicas. Processos de Conformação Mecânica dos Metais Processos de Conformação Mecânica dos Metais Representação esquemática do efeito de encruamento nas propriedades resistência mecânica e ductilidade. Processos de Conformação Mecânica dos Metais Vantagens e desvantagens dos processos de trabalho mecânico: 1. O trabalho a quente permite o emprego de menor esforço mecânico e,para a mesma quantidade de deformação, as máquinas necessárias são de menor capacidade que no trabalho a frio; 2. A estrutura do metal é refinada pelo trabalho a quente, de modo que sua tenacidade melhora; o trabalho mecânico a frio deforma a estrutura, em maior ou menor profundidade, conforme a extensão do trabalho e, em conseqüência, pode alterar sensivelmente as propriedades mecânicas: resistência e dureza aumentam e a ductilidade diminui. Tais alterações podem ser úteis em certas aplicações ou devem ser eliminadas por recozimento. 3. O trabalho a quente melhora a tenacidade, porque, além de refinar a estrutura, elimina a porosidade e segrega as impurezas; escória e outras inclusões são comprimidas na forma de fibras, com orientação definida, o que torna o metal mais resistente em uma determinada direção; Processos de Conformação Mecânica dos Metais Vantagens e desvantagens dos processos de trabalho mecânico: 4. O trabalho a quente deforma mais profundamente que o trabalho a frio, devido à continuada recristalização que ocorre durante o processo; 5. O trabalho a quente, entretanto, exige ferramental (cilindros, matrizes, dispositivos de adaptação etc.) de material de boa resistência ao calor, o que pode afetar o custo da operação; 6. Outra desvantagem do trabalho a quente corresponde à oxidação e formação de casca de óxido, devido às elevadas temperaturas envolvidas no processo; 7. O trabalho a quente não permite, ainda, a obtenção de dimensões dentro de estreitas tolerâncias; 8. O trabalho a frio não apresenta tais desvantagens; além disso, produz melhor acabamento superficial. Processos de Conformação Mecânica dos Metais O trabalhomecânico, além do efeito do encruamento, quando realizado a frio, pode produzir certas anomalias, que se deve procurar evitar ou corrigir. Dois exemplos dessas anomalias são a chamada casca de laranja e as linhas de Luder ou de distensão. O defeito casca de laranja, resultante eventualmente da estampagem de chapas, é relacionado com o tamanho de grão do material. Esse efeito ocorre em chapas de metal cuja granulação é muito grande e é caracterizado por uma superfície extremamente rugosa, nas regiões que sofreram deformação apreciável. O defeito resulta do fato de que os grãos individuais tendem a deformar-se independentemente uns dos outros de modo que eles ficam em relevo na superfície da chapa. Essa rugosidade permanece visível mesmo após recobrimento superficial protetor ou pintura. Se a granulação do metal for fina, não ocorre a referida rugosidade, pois os grãos menores deformam-se como um todo e é difícil distinguir-se a olho nu grãos individuais. Processos de Conformação Mecânica dos Metais O defeito linhas de distensão pode ocorrer em chapas de aço de baixo carbono, quando o material é deformado na faixa de escoamento. O defeito corresponde a depressões que aparecem, em primeiro lugar, ao longo dos planos de máxima tensão de cisalhamento, que, como se sabe, são planos inclinados de 45º em relação à tensão principal; à medida que a deformação continua, as depressões se espalham e acabam se juntando, de modo a produzir uma superfície áspera. A solução usual para evitar este defeito é submeter a chapa de aço em ligeira laminação a frio, correspondente a uma redução na espessura de 05 a 2,0%. O encruamento resultante elimina o ponto de escoamento, não se verificando o aparecimento de linhas de distensão em deformação subseqüente. Processos de Conformação Mecânica dos Metais PUC Minas Engenharia de Produção Processos Discretos Laminação: Processo de conformação mecânica no qual o metal é forçado a passar entre dois cilindros, girando em sentido oposto, com a mesma velocidade superficial, distanciados entre si a uma distância menor que o valor da espessura da peça a ser deformada. Ao passar entre os cilindros, o metal sofre deformação plástica, a espessura é reduzida e o comprimento e a largura são aumentados. Processos de conformação LAMINAÇÃO Etapas da Laminação Desbaste inicial dos lingotes em blocos, tarugos ou placas – realizada normalmente por laminação a quente. Nova etapa de laminação a quente para transformar o produto em chapas grossas, tiras a quente, vergalhões, barras, tubos, trilhos ou perfis estruturais. Laminação a frio produz tiras a frio – excelente acabamento superficial – boas propriedades mecânicas – controle dimensional do produto final bastante rigoroso. Chapas – espessura > 6mm Aplicações estruturais – Casco de navio, caldeiras, pontes, maquinaria e vasos de pressão Tiras – espessura <6mm Tipicamente fornecida como bobinas ou tiras planas Grande variedade de aplicações Laminação: Uso e Vantagens Alta produtividade Controle dimensional do produto acabado que pode ser bastante preciso. Processo primário – Matéria prima para outros processos Muito utilizado Recristalização Laminação a Frio Empregada para produzir folhas e tiras com acabamento superficial e com tolerâncias dimensionais superiores quando comparadas com as tiras produzidas por laminação a quente. O encruamento resultante da redução a frio pode ser aproveitado para dar maior resistência ao produto final. Os materiais de partida para a produção de tiras de aço laminadas a frio são as bobinas a quente decapadas. A laminação a frio de metais não ferrosos pode ser realizada a partir de tiras a quente ou, como no caso de certas ligas de cobre, diretamente de peças fundidas. Laminação a Frio A redução total varia de 50 a 90% Deseja-se uma distribuição tão uniforme quanto possível nos diversos passes sem haver uma queda acentuada A porcentagem de redução menor é feita no último passe para permitir um melhor controle do aplainamento, bitola e acabamento superficial. Laminação a Frio características Barras de seção circular e hexagonal e perfis estruturais como: vigas em I, calhas e trilhos são produzidos em grande quantidade por laminação a quente com cilindros ranhurados. Laminação de barras e perfis • Ir para tipo de laminadores PUC Minas Engenharia de Produção Processos Discretos Laminação: Perfil definitivo trilhos, vigas etc.; Perfil produto intermediário tarugos para forjamento, chapas para estampagem, etc.; As diferenças entre a espessura, largura e comprimento iniciais e finais são chamadas respectivamente: redução total, alargamento total e alongamento total e são dadas por: h = h0 – h1 b = b1 – b0 l = l1 – l0 Nas condições normais, o resultado principal da redução de espessura do metal é o seu alongamento, visto que o seu alargamento é relativamente pequeno e pode ser desprezado. Forças na laminação: Zonas de deformação e ângulos de contato durante a laminação Arco AB = Arco de contato - Ângulo de contato ou ataque Zona correspondente ao volume de metal limitado pelo arco AB chama-se zona de deformação Forças na laminação: - Como se vê, o ângulo de contato se relaciona com a redução (h0 – h1) e o diâmetro 2R dos cilindros. - O metal, de espessura h0, entra em contato com os cilindros no plano AA à velocidade v0 e deixa os cilindros, no plano BB, com a espessura reduzida para h1 - Admitindo que não haja alargamento da placa, a diminuição de altura ou espessura é compensada por um alongamento, na direção da laminação. Como devem passar, na unidade de tempo, por um determinado ponto, iguais volumes de metal, pode-se escrever: b0h0v0 = bhv = bh1v1 onde b é a largura da placa e v a velocidade a uma espessura h intermediária entre b0 e h1. Forças na laminação: Forças na laminação: Para que um elemento vertical da placa permaneça indeformado, a equação anterior exige que a velocidade da na saída v1 seja maior que a velocidade de entrada v0. Portanto, a velocidade da placa cresce da entrada até a saída. Ao longo da superfície ou arco de contato, entre os cilindros e a placa, ou seja, na zona de deformação, há somente um ponto onde a velocidade periférica V dos cilindros é igual à velocidade da placa. Esse ponto é chamado ponto neutro ou ponto de não deslizamento e o ângulo central é chamado ângulo neutro. A figura anterior mostra que duas forças principais atual sobre o metal, quer na entrada, quer em qualquer ponto da superfície de contato. Essas forças são: uma força normal ou radial N e uma força tangencial T, também chamada força de atrito. Forças na laminação: Entre o plano de entrada AA e o ponto neutro D, o movimento da placa é mais lento que o da superfície dos cilindros e a força de atrito atua no sentido de arrastar o metal entre os cilindros. Ao ultrapassar o o ponto neutro D, o movimento da placa é mais rápido que o da superfície dos cilindros. Assim, a direção da força de atrito inverte-se, de modo que sua tendência é opor-se a saída da placa de entre os cilindros. A componente vertical da força radial N é chamada carga de laminação P, que é definida como a força que os cilindros exercem sobre o metal. Essa força é freqüentemente chamada força de separação, porque ela é quase igual à força que o metal exerce no sentido de separar os cilindros de laminação. A pressão específica de laminação é a carga de laminação P dividida pela área de contato e é dada pela expressão: Onde b.Lp é a área de contato (b corresponde à largura b da placa e Lp corresponde ao comprimento projetado do arco de contato). Laminadores: • Um laminador consiste: - cilindros (ou rolos), - mancais, - uma carcaça chamada de gaiola ou quadro para fixar estas partes - motor para fornecer potência aos cilindros e controlar a velocidade de rotação. • As forças envolvidasna laminação podem facilmente atingir milhares de toneladas, portanto é necessária uma construção bastante rígida, além de motores muito potentes para fornecer a potência necessária. Laminação: Etapas da Laminação: • Desbaste inicial dos lingotes em blocos, tarugos ou placas - realizada normalmente por laminação a quente. • Nova etapa de laminação a quente para transformar o produto em chapas grossas, tiras a quente, vergalhões, barras, tubos, trilhos ou perfis estruturais. • Laminação a frio produz tiras a frio - excelente acabamento superficial - boas propriedades mecânicas - controle dimensional do produto final bastante rigoroso. • Tipos de laminadores - laminador duo - laminador duo reversível - laminador trio - laminador quádruo - laminador Sendzimir - laminador universal. Laminador duo: Composto apenas de dois cilindros de mesmo diâmetro, girando em sentidos opostos, com a mesma velocidade periférica e colocados um sobre o outro. Duas variedades: • Duo com retorno por cima, em que a peça, depois de sofrer o primeiro passe ou primeira deformação, é devolvida para o passe seguinte, passando sobre o cilindro superior. Em outras palavras, os cilindros não podem ter seu movimento de rotação invertido e cada passe é realizado pela entrada da peça sempre do mesmo lado, com os cilindros se aproximando cada vez mais. • Duo reversível, em que o sentido de rotação dos cilindros é invertido e os cilindros aproximados, após cada passagem de peça através dos mesmos. Laminador duo com retorno por cima (I) e Duplo Duo (II): Duo Reversível e Trio Laminador contínuo: Conjunto de cadeiras duo colocadas uma após a outra, em linha reta, de modo que a peça sob laminação avance continuamente, sendo trabalhada simultaneamente em vários passes, até que, ao sair da última cadeira,o produto esteja acabado. Essa disposição de cadeiras origina a chamada laminação contínua. Laminador trio: Três cilindros são dispostos um sobre o outro; a peça é introduzida no laminador, passando entre o cilindro inferior e o médio e retorna entre o cilindro superior e o médio. Os modernos laminadores trio são dotados de mesas elevatórias ou basculantes para passar as peças de um conjunto de cilindros ao outro. . Laminador quadruo: Compreende quatro cilindros, montados uns sobre os outros; dois destes cilindros são denominados de trabalho (os de menor diâmetro) e dois denominados suporte ou apoio (os de maior diâmetro). Estes laminadores são empregados na laminação e relaminação de chapas que, pela ação dos cilindros de suporte, adquirem uma espessura uniforme em toda a seção transversal. Laminador universal: Aquele em que se tem uma combinação de cilindros horizontais e verticais, a figura abaixo representa o tipo chamado de ‘Grey”, empregado na laminação de perfilados pesados; os cilindros verticais estão colocados no mesmo plano vertical que os cilindros horizontais. Os cilindros verticais não são acionados e sua função é simplesmente garantir a uniformidade da seção do perfilado. . Dispõe de dois pares de cilindros de trabalho, com eixos verticais e horizontais Laminador universal Laminador Sendzimir: Aquele em que os cilindros de trabalho são suportados, cada um deles, por dois cilindros de apoio. Este sistema permite grandes reduções de espessura em cada passagem através dos cilindros de trabalho. . Operaçoes de laminação: Os laminadores pela função que executam compreendem dois tipos: • Laminadores primários, também chamados de desbaste, cuja função é transformar os lingotes de metal em produtos intermediários ou semi-acabados, como blocos, placas e tarugos, os quais são transformados posteriormente; • Laminadores acabadores, em produtos acabados, tais como perfilados em geral, trilhos, chapas, tiras etc. . A laminação de desbaste é sempre feita a quente; a laminação de acabamento é geralmente iniciada a quente e, em casos de perfis mais simples, como tiras e chapas, terminada a frio. Seqüência das operações de laminação para a redução de um lingote numa placa utilizando um laminador duo reversível Três cilindros de um laminador trio, representando a forma e as dimensões das aberturas dos passes para a laminação de blocos de aço: Laminação Classificação de produtos laminados Primeira classificação: planos e não-planos • Planos : cuja forma da seção transversal é retangular, sendo que a largura do produto é várias vezes maior do que a sua espessura • Produtos não-planos : formas em geral complexas e variadas. É o caso de perfis tais como H I, U, trilhos Segunda classificação: acabados e semi-acabados Laminação Classificação de produtos laminados - ABNT NBR 6215 Produtos semi-acabados ou intermediários • Blocos : área da seção transversal > 22.500 mm2 e relação altura / espessura < ou = 2 • Tarugo : área da seção transversal < ou = 22.500 mm2 e relação altura / espessura < ou = 2 • Placa : espessura > 80 mm e largura/espessura > 4 Laminação Classificação de produtos laminados - ABNT NBR 6215 Produtos acabados (Laminações a quente e a frio) • Bobinas : possuem largura mínima ~ 500 mm • Bobina fina a quente : espessuras entre 1,20 - 5,00 mm e largura > 500 mm • Bobina grossa : espessura > 5,0 e < ou = 12,7 mm e largura > 500 mm • Bobina fina a frio : espessuras entre 1,38 - 3,00 mm e largura > 500 mm Laminação Classificação de produtos laminados - ABNT NBR 6215 Produtos acabados (Laminações a quente e a frio) • Chapas : planos com espessura mínima ~ 0,38 mm e largura mínima ~ 500 mm • Chapas grossas : espessura > 5,0 e largura > 500 mm obtida por laminação a quente com espessuras máximas 152 mm (laminador reversível) e 12,7 mm (contínuo) • Chapas finas a quente : espessuras entre 1,20 - 5,00 mm e largura > 500 mm • Folhas : espessuras < 0,38 e largura mínima 500 mm Forjamento Forjamento: Histórico: O forjamento é o mais antigo processo de conformar metais, tendo suas origens no trabalho dos ferreiros de muitos séculos antes de Cristo. A substituição do braço do ferreiro ocorreu nas primeiras etapas da Revolução Industrial. Atualmente existe um variado maquinário de forjamento, capaz de produzir peças das mais variadas formas e tamanhos , desde alfinetes, pregos, parafusos e porcas até rotores de turbinas e asas de avião. Forjamento: - É o processo de conformação mecânica pelo martelamento ou pela prensagem . - Em princípio, há dois tipos gerais de equipamentos para forjamento: os martelos de forja ou martelos de queda e as prensas. Martelo de forja: golpes rápidos e sucessivos são aplicados no metal, a pressão atinge a máxima intensidade quando o martelo toca o metal, decrescendo rapidamente a seguir de intensidade, a medida que a energia do golpe é absorvida na deformação do metal. Prensa: o metal fica sujeito a ação de força de compressão a baixa velocidade, e atinge o máximo do valor da pressão pouco antes que ela seja retirada . Enquanto o martelamento produz deformação principalmente nas camadas superficiais, a prensagem atinge as camadas mais profundas e a deformação resultante é mais regular do que a que é produzida pela ação dinâmica do martelamento. Forjamento: - As operações de forjamento são realizadas a quente,ou seja, a temperaturas acima das de recristalização do metal, embora alguns metais possam ser forjados a frio. - a máxima temperatura de forjamento corresponde àquela em que pode ocorrer fusão incipiente ou aceleração da oxidação e a mínima corresponde àquela abaixo da qual poderá começar a ocorrer encruamento. - Para o caso dos aços carbono, a faixa usual de temperaturas é de 800ºC a 1000ºC, devido à complexidade da estrutura do material. Ferramentas: Na maioria das operações de forjamento emprega-se um ferramental constituído por um par de ferramentas de superfície plana ou côncava, denominadas matrizes ou estampos. Usos: A maioria das operações de forjamentoé executada a quente; contudo, uma grande variedade de peças pequenas, tais como parafusos, pinos, porcas, engrenagens, pinhões, etc., são produzidas por forjamento a frio. Forjamento: Processos de forjamento: - O forjamento é o processo de deformação a quente em que, pela aplicação de força dinâmica ou estática, se modifica a forma de um bloco metálico. Em linhas gerais, o termo forjamento abrange os seguintes processos de conformação: a) prensagem, em que o esforço de deformação é aplicado de forma gradual; b) forjamento simples ou livre, em que o esforço de deformação é aplicado mediante a golpes repetidos, com o emprego de matrizes abertas ou ferramentas simples; c) forjamento em matriz, que difere do forjamento livre porque é uma deformação vinculada, obtida mediante o emprego de matrizes fechadas; d) recalcagem, em que se submete uma barra cilíndrica à deformação de modo a transformá-la numa peça determinada; Classificação dos processos: O forjamento pode ser dividido em dois grandes grupos de operações: Forjamento em matriz aberta ou Forjamento livre e Forjamento em matriz fechada. • Forjamento em Matriz Aberta: O material é conformado entre matrizes planas ou de formato simples, que normalmente não se tocam. Classificação dos processos: • Forjamento em Matriz Aberta: É usado geralmente para fabricar peças grandes, com forma relativamente simples (p. ex., eixos de navios e de turbinas, ganchos, correntes, âncoras, alavancas, excêntricos, ferramentas agrícolas, etc.) e em pequeno número; e também para pré- conformar peças que serão submetidas posteriormente a operações de forjamento mais complexas. Classificação dos processos: • Forjamento em Matriz Fechada: O material é conformado entre duas metades de matriz que possuem, gravadas em baixo-relevo, impressões com o formato que se deseja fornecer à peça. A deformação ocorre sob alta pressão em uma cavidade fechada ou semifechada, permitindo assim obter-se peças com tolerâncias dimensionais menores do que no forjamento livre. Classificação dos processos: • Nos casos em que a deformação ocorre dentro de uma cavidade totalmente fechada, sem zona de escape, é fundamental a precisão na quantidade fornecida de material: uma quantidade insuficiente implica falta de enchimento da cavidade e falha no volume da peça; um excesso de material causa sobrecarga no ferramental, com probabilidade de danos ao mesmo e ao maquinário. Dada a dificuldade de dimensionar a quantidade exata fornecida de material, é mais comum empregar um pequeno excesso. As matrizes são providas de uma zona oca especial para recolher o material excedente ao término do preenchimento da cavidade principal. O material excedente forma uma faixa estreita (rebarba) em torno da peça forjada. A rebarba exige uma operação posterior de corte (rebarbação) para remoção. Peça forjada com rebarba: Peça forjada com rebarba: • Equipamentos e Métodos: Os equipamentos comumente empregados incluem duas classes principais: (a)Martelos de forja, que deformam o metal através de rápidos golpes de impacto na superfície do mesmo; e (b) Prensas, que deformam o metal submetendo-o a uma compressão contínua com velocidade relativamente baixa. Os processos convencionais de forjamento são executados tipicamente em diversas etapas, começando com o corte do material, aquecimento, pré- conformação mediante operações de forjamento livre, forjamento em matriz em uma ou mais etapas e rebarbação • Aplicações: De um modo geral, todos os materiais conformáveis podem ser forjados. Os mais utilizados para a produção de peças forjadas são os aços (comuns e ligados, aços estruturais, aços para cementação e para beneficiamento, aços inoxidáveis ferríticos e austeníticos, aços ferramenta), ligas de alumínio, de cobre (especialmente os latões), de magnésio, de níquel (inclusive as chamadas superligas, como Waspaloy, Astraloy, Inconel, Udimet 700, etc., empregadas principalmente na indústria aeroespacial) e de titânio. • Aplicações: O material de partida é geralmente fundido ou, mais comumente, laminado - condição esta que é preferível, por apresentar uma microestrutura mais homogênea. Peças forjadas em matriz, com peso não superior a 2 ou 3 kg, são normalmente produzidas a partir de barras laminadas; as de maior peso são forjadas a partir de tarugos ou palanquilhas, quase sempre também laminados, e cortados previamente no tamanho adequado. Peças delgadas, como chaves de boca, alicates, tesouras, tenazes, facas, instrumentos cirúrgicos, etc., podem ser forjadas a partir de recortes de chapas laminadas. • Operações Unitárias: São operações relativamente simples de conformação por forjamento, empregando matrizes abertas ou ferramentas especiais, podendo ter as finalidades de: produzir peças acabadas de feitio simples; redistribuir a massa de uma peça bruta para facilitar a obtenção de uma peça de geometria complexa por posterior forjamento em matriz. • Operações Unitárias: Recalque ou recalcamento: Compressão direta do material entre um par de ferramentas de face plana ou côncava, visando primariamente reduzir a altura da peça e aumentar a sua secção transversal. Estiramento: Visa aumentar o comprimento de uma peça às custas da sua espessura • Operações Unitárias: Encalcamento (fullering) Variedade de estiramento em que se reduz a secção de uma porção intermediária da peça, por meio de uma ferramenta ou impressão adequada. Rolamento Operação de distribuição de massa ao longo do comprimento da peça, mantendo-se a secção transversal redonda enquanto a peça é girada em torno do seu próprio eixo. • Operações Unitárias: Alargamento Aumenta a largura de uma peça reduzindo sua espessura. Furação Abertura de um furo em uma peça, geralmente por meio de um punção de formato apropriado.
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