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Breve histórico da música como expressão cultural Podemos dizer que a “Música” é a arte de combinar os sons e o silêncio. Se pararmos para perceber os sons que estão a nossa volta, concluiremos que a música é parte integrante da nossa vida, ela é nossa criação quando cantamos, batucamos ou ligamos um rádio ou TV. Hoje a música se faz presente em todas as mídias, pois ela é uma linguagem de comunicação universal, é utilizada como forma de “sensibilizar” o outro para uma causa de terceiro, porém esta causa vai variar de acordo com a intenção de quem a pretende, seja ela para vender um produto, ajudar o próximo, para fins religiosos, para protestar, intensificar noticiário, etc. A música existe e sempre existiu como produção cultural, pois de acordo com estudos científicos, desde que o ser humano começou a se organizar em tribos primitivas pela África, a música era parte integrante do cotidiano dessas pessoas. Acredita-se que a música tenha surgido há 50.000 anos, onde as primeiras manifestações tenham sido feitas no continente africano, expandindo-se pelo mundo com o dispersar da raça humana pelo planeta. A música, ao ser produzida e/ou reproduzida, é influenciada diretamente pela organização sociocultural e econômica local, contando ainda com as características climáticas e o acesso tecnológico que envolve toda a relação com a linguagem musical. Escola Nova. Segundo Aranha (1996): “Escola Nova surge no final do século XIX justamente para propor novos caminhos à educação, que se encontra em descompasso com o mundo no qual se acha inserida. Representa o esforço de superação da pedagogia da essência pela pedagogia da existência. Não se trata mais de submeter o homem a valores e dogmas tradicionais e eternos nem de educá-lo para a realização de sua 'essência verdadeira'. A pedagogia da existência volta-se para a problemática do indivíduo único, diferenciado, que vive e interage em um mundo dinâmico”. (ARANHA, 1996, p. 167). Há uma inversão de valores; agora, a criança deve ser tratada como criança, e não como um pequeno adulto. Passa-se a valorizar o caráter psicológico, a respeitar o tempo da criança. O importante, para esta tendência, é atender às especificidades da natureza infantil. O objetivo é o homem integral, isto é, deve-se pensar no sujeito como um todo, valorizando não somente o aspecto racional, mas também os emocionais, sensoriais e físicos. ·. Para cumprir seus princípios, a pedagogia escola novista entende que, na relação professor-aluno, "não há lugar privilegiado para o professor; antes, seu papel é auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo da criança; intervém-se, é para dar forma ao raciocínio dela." (Libâneo, 1994, p. 58).··. Nesse sentido, o método de ensino está baseado no aprender a aprender, ou no aprender fazendo. Deve-se levar o aluno a resolver problemas, a pesquisar, a estudar o meio social e natural. Dedica-se ao trabalho individual, enquanto o trabalho em grupo serve apenas para garantir a socialização das experiências. O papel da música na educação de bebês e crianças pequenas A música possui um papel importante na educação das crianças. Ela contribui para o desenvolvimento psicomotor, sócio afetivo, cognitivo e linguístico, além de ser facilitadora do processo de aprendizagem. A musicalização na educação infantil está relacionada a uma motivação diferente do ensinar, em que é possível favorecer a autoestima, a socialização e o desenvolvimento do gosto e do senso musical das crianças dessa fase. A definição da música na educação infantil passa pelas atividades musicais que oferecem inúmeras oportunidades para que a criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e mova-se com desenvoltura. A partir do momento em que a criança entra em contato com a música, seus conhecimentos se tornam mais amplos e este contato vai envolver também o aumento de sua sensibilidade. Sua interação e relações sociais serão marcadas através deste contato e sua cidadania será trabalhada através dos conceitos que são passados através das músicas. A música na educação pode envolver outras áreas de conhecimento, através do desenvolvimento da autoestima a criança aprende a se aceitar com suas capacidades e limitações. A musicalização é uma ferramenta para ajudar os alunos a desenvolverem o universo que conjuga expressão de sentimentos, suas ideias, valores culturais e auxilia a comunicação do indivíduo com o mundo exterior e seu universo interior. Quando a criança ouve uma música, ela aprende uma canção, brinca de roda, participa de brincadeiras rítmicas ou de jogos de mãos recebe estímulos que a despertam para o gosto musical, o despertar que floresce o gosto pelo som, ritmo, movimento, introduzindo em seu processo de formação um elemento fundamental do próprio ser humano, favorecendo o desenvolvimento do seu gosto estético e aumentando e melhorando sua visão de mundo. Benefícios trazidos pela musicalização infantil Foco Pode parecer estranho falar em foco quando imaginamos os pequenos dançando e se divertindo aos montes com uma música ligada no mais alto som. Conforme se educam musicalmente, porém, eles tendem a parar o que estão fazendo para se dedicar a sentir o som. Aos poucos, isso se estenderá para outras atividades e é aí que a magia acontece, porque se tornarão mais centrados. Criatividade Ao melhorar o raciocínio e a concentração, fica evidente que a sonoridade pode deixar os pequeninos mais criativos, porque eles direcionarão o pensamento produtivo para criar novas coisas. Raciocinar melhor também deixa o terreno fértil para que se sintam mais livres: eles vão ousar e explorar campos até então ocultos de suas capacidades criativas. Bagagem cultural Como um produto artístico tem suas bases alinhadas a determinadas culturas, lidar com diferentes elementos também se mostra como um belo atrativo. Escutar a música erudita produzida na Itália dos anos 30 e depois ouvir um disco dos Beatles certamente causará um espanto positivo nos alunos. De uma forma íntima e natural, eles entenderão que ambas as coisas são trabalhos musicais associados a contextos muito distintos. E, apesar das distâncias entre uma coisa e outra, compreenderão que é possível cultivar o apreço por ambas as obras e que elas coexistem no mundo, assim como as outras diferenças. Desta maneira, surge o respeito do jovem por um gosto que não é igual ao seu. Leitura e memória Segundo a pesquisadora Nina Kraus, da Northwestern University, a audição faz com que os jovens leiam melhor. Em uma pesquisa de mais de duas décadas, ela chegou à conclusão de que escutar músicas e prestar atenção aos timbres e tons melhora o desempenho acadêmico e ainda ajuda na memorização. Desenvolvimento linguístico Quando cantamos algo, a tendência é criar um laço com as palavras que estão presentes na letra. O mesmo vale para os pequenos — se estiverem em fase de alfabetização, melhor ainda. Eles desenvolverão a habilidade de pronunciar fonemas e memorizar as divisões silábicas por conta dos ritmos. Em relação a este benefício, especificamente, vale mostrar para as classes o duo brasileiro Palavra Cantada. Expressão corporal Os estímulos recebidos por meio dos sons e do ritmo de cada canção leva a criançada a se soltar e dançar bastante. O gesto contribui imensamente para que o corpo forme um repertório de expressões e movimentos. Assim como se dá no teatro, as consequências da expressividade corpórea são transmitidas de fora para dentro, fazendo com que os tímidos interajam mais e busquem pela socialização com os colegas. Coordenação motora Quando induzimos a criança a segurar um instrumento ou estimulamos para que ela tente tocá-lo, as habilidades motoras finas são automaticamente trabalhadas. Bater palmas ou inventar alguns passos também auxilia muito no aprimoramento das diferentes coordenações.
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