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Cidade Ano São José dos Pinhais 2016 BEATRIZ RAMALHO ALVES FERNANDES SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA - LICENCIATURA DEFICIÊNCIA VISUAL: As Dificuldades e Superação do Deficiente Visual nos Espaços Escolares São José dos Pinhais 2016 BEATRIZ RAMALHO ALVES FERNANDES DEFICIÊNCIA VISUAL: As Dificuldades e Superação do Deficiente Visual nos Espaços Escolares Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. Orientador: Prof.ª Lilian Gavioli de Jesus, Natalia Gomes dos Santos, Okçana Battini e Vilze Vidotte Costa. Tutor eletrônico: Kelli Cristina Wosiack da Cruz Tutor de sala: Elaine de Paula Oliveira São José dos Pinhais 2016 FERNANDES, Beatriz Ramalho Alves. Deficiência Visual: As dificuldades e superação do deficiente visual nos espaços escolares. 2016. 29 páginas. Projeto de Ensino (Licenciatura em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, São José dos Pinhais, 2016. RESUMO Falar em inclusão é algo muito comum na atualidade. A legislação é clara, quanto à obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independentemente de suas necessidades ou características físicas. Mas, a inclusão nem sempre ocorre como deveria, em muitas ocasiões a instituição e os profissionais da educação não estão preparados para receber estes alunos, falta conhecimento sobre o caso, falta estrutura física e preparação para atendê-lo. O projeto deficiência visual- As Dificuldades e Superação do Deficiente Visual nos Espaços Escolares serão abordadas na linha de gestão escolar a fim de orientar o professor em relação ao atendimento este aluno. Neste projeto objetiva-se a análise do processo de inclusão de alunos com deficiência visual em escolas de ensino regular será ainda proposto algumas sugestões de “possíveis ações na prática do dia-a-dia”, aos professores que atuam em escolas de ensino regular do ensino fundamental que ao longo do ano letivo se deparam com alunos especiais. Palavras-chave: Inclusão. Deficiente Visual. Ensino Regular. Atividades Adaptadas. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5 2 Revisão Bibliográfica ............................................................................................ 6 2.1 INCLUSÃO ........................................................................................................ 6 3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino ............................................. 19 4 Considerações finais .............................................................................................. 23 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24 ANEXOS ................................................................................................................... 27 ANEXO A – Exemplo de Atividades em Braille, ou Em Alto Relevo, algumas com resposta oral. ............................................................................................................ 27 5 1 INTRODUÇÃO Por vários momentos durante o período de estudo na Universidade e também durante os estágios obrigatórios foi levantada a questão de inclusão no ensino regular. Em um dos estágios realizado foi possível conhecer de uma única vez sete casos de inclusão. Há em uma determinada instituição um aluno com dislexia, duas alunas com laudo de retardo mental leve sendo uma também surda parcialmente, um aluno cego, um com retardo mental de moderado a grave que aguarda encaminhamento para APAE e quatro alunos com sérias dificuldades de aprendizagem. Por essa razão a escolha do tema. Ao observar a realidade do dia-a-dia de uma instituição de ensino acabamos por nos sentir de certa forma, responsáveis, interessados e com o desejo de mudar de fazer algo a fim de melhorar ou facilitar a inclusão destes alunos especiais na instituição de ensino regular. Visto que a pedagogia abre um leque muito amplo de oportunidades de aprendizado, e que a partir de experiências vividas nos leva a ver a educação, e o ensino com outros olhos, será abordado neste projeto à inclusão do Deficiente Visual, buscando revelar como ele é visto por profissionais da educação, colegas, gestores e demais funcionários escolares e como este aluno é atendido no ensino regular. Este projeto tem como objetivo principal auxiliar os professores de alunos com deficiência visual, apresentando diferentes práticas para o dia a dia e recursos para favorecer sua autonomia, aprendizagem e interação com os demais alunos no ambiente escolar. Utilizando aspectos pedagógicos e relacionais, de incentivo a extinção de preconceitos para que assim possa ocorrer a inclusão efetiva no sentido literal da palavra. 6 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 INCLUSÃO Inclusão significa ato ou efeito de incluir, incorporar, promover e reconhecer o potencial inerente a todo ser humano em sua maior expressão: a diferença. Segundo a LDB, Lei de Diretrizes e Bases de 1990/96, os alunos com necessidades especiais devem frequentar a classe de ensino regular, desta forma ocorre o que conhecemos por diversidade. Também na Convenção sobre os Direitos da Criança, em seu artigo 23 menciona que a criança deficiente tem direito a cuidados especiais, educação e formação que sejam adequados, que lhe permitam ter uma vida plena e decente, em condições de dignidade, e atingir o maior grau de autonomia e integração social possível. A educação inclusiva é uma questão de direitos humanos e implica a definição de políticas públicas, traduzidas nas ações institucionalmente planejadas, executadas e avaliadas. Está assegurada na Conferência Mundial de Educação para Todos (JOMTIEN de 1990), ocorrida na Tailândia, com a proposta da CEPAL/UNESCO: educação e conhecimento; e na Declaração de Salamanca que é resultado da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, realizada entre 7 e 10 de junho de 1994, em Salamanca na Espanha. Estes fornecem diretrizes básicas para a formulação e reforma do sistema educacional de acordo com o movimento de inclusão social de crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino. O principio fundamental da escola inclusiva de acordo com a Declaração de Salamanca é de que todas as crianças devem aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder as necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos, como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos e parcerias com a comunidade. Assim a questão de “Necessidades Educacionais Especiais” passou a incluir todas as crianças portadoras de deficiências temporárias ou permanentes, aparentes ou não na escola regular. 7 A inclusão passou por diferentes fases em várias épocas e culturas. Segundo Correia (1999), a Idade Antiga, na Grécia é considerada um período de grande exclusão, pois crianças nascidas com alguma deficiência eram abandonadas ou mesmo eliminadas, sem chance ou direito ao convívio social. Na Idade Média, pessoas com deficiência eram marginalizadas, até por questões sobrenaturais, rotuladas como inválidas, perseguidas e mortas. Assim, muitas vezes as famílias preferiam escondê-las e assim, privá-las da vida comunitária e social. A ideia de promoveraos filhos, qualquer tipo de intervenção em ambientes diferenciados não era uma prática comum. De acordo com Jannuzzi (2004), no Brasil por volta do século XVIII, o atendimento aos deficientes limitava-se aos sistemas de abrigos e à distribuição de alimentos nas Santas Casas, havia poucas exceções de crianças que até participavam de algumas instruções com outras crianças ditas normais. Já século XX, com a concepção médico - pedagógica, os estudos eram concentrados nas causas biológicas da deficiência. Com o avanço da psicologia, novas teorias de aprendizagem começam a influenciar a educação na linha psicopedagógica, esta salienta a importância da escola e destaca os métodos e as técnicas de ensino. Foi no início do século XXI que se deu o avanço dos estudos sobre Educação Especial no Brasil. Segundo Mazzotta (2005), três atitudes sociais marcaram o desenvolvimento da Educação Especial em relação ao tratamento dado às pessoas com necessidades especiais, em especial às pessoas com deficiência; Primeiro a Marginalização – onde as pessoas com deficiência, eram vistas como incapazes nesse período não havia serviço social a favor desse grupo. Segundo o Assistencialismo – grupos filantrópicos, paternalistas e humanitários, buscavam apenas proteger às pessoas com deficiência, porém mantinham a descrença na capacidade destes indivíduos. A Terceira atitude é a Educação/reabilitação – a população passava acreditar na mudança e desenvolvimento das pessoas com deficiência, em consequência houve a preocupação com a organização de serviços educacionais. Desacreditar na capacidade de aprender da criança especial é desacreditar na própria capacidade de ensinar. (Budel & Meier, 2012) 8 Sassaki (2006) explica que no processo de inclusão/integração educacional ocorreu além dos marcos, já citados ocorreu também a Fase da Integração: onde algumas pessoas com necessidades especiais eram encaminhadas às escolas regulares, classes especiais e salas de recursos, após passarem por testes de inteligência. Os alunos eram preparados para adaptar-se à sociedade. Acontece ainda a Fase de Inclusão: nesta todas as pessoas com necessidades especiais devem ser inseridas em classes comuns, sendo que os ambientes físicos e os procedimentos educativos é que devem ser adaptados aos alunos, conforme suas necessidades e especificidades. Em outras palavras a integração depende apenas do aluno, ele precisa adaptar-se buscar alternativas para se integrar, já a inclusão parte da sociedade visto que é necessário uma mudança uma preparação específica para receber o aluno com deficiência. [...] inclusão escolar é uma forma de inserção em que a escola comum tradicional é modificada para ser capaz de acolher qualquer aluno incondicionalmente e de propiciar lhe uma educação de qualidade. Na inclusão, as pessoas com deficiência estudam na escola que frequentariam se não fossem deficientes (SASSAKI, 1998, p. 8). As crianças com deficiência tem melhor desempenho social e acadêmico quando interagem com outras crianças. A Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiências, adotado pela (ONU, 2006) Organização das Nações Unidas assegura o direito destes educandos a interação, é preciso entender que interação vai além de incluí-las na escola. Crianças com deficiência precisam de uma escola que potencialize seus pontos positivos, desenvolva suas habilidades, corrija quando possível suas funções cognitivas deficientes e amplie suas competências, dessa forma estes viverão melhor e mais feliz. 2.1.2 Ensino regular x Formação do professor e Inclusão Entendemos por educação especial a educação que oferece aquilo que o educando precisa, que atende as necessidades específicas de cada um, que contribui para o desenvolvimento adequado, que faz com que o ser humano sinta-se 9 respeitado e valorizado nas suas capacidades. Acreditar na transformação humana e buscá-la é o primeiro passo para se conquistar uma escola onde os alunos especiais ou deficientes, possam andar por todos os ambientes sem ser vitima do preconceito, frequentar todos os lugares, poder aproveitar as mesmas oportunidades, adaptadas ás suas necessidades. Essa é a escola que queremos e precisamos. Para isso precisamos trabalhar; esforço, dedicação, estudo, boa vontade, pesquisa, compromisso e principalmente colocar-se no lugar do outro. A Constituição Federal do Brasil assume o princípio da igualdade como pilar fundamental de uma sociedade democrática e justa, quando reza no caput do seu Art. 5° que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros, residentes no país, que o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade não serão transgredidos”. (CF - Brasil, 1988). Para se incluir é necessário listar os fatores que determinam o grau de dependência da pessoa com deficiência com relação ao professor, na instituição escolar. Precisamos listar se o aluno apresenta autonomia para locomover-se, para alimentar-se e satisfazer suas necessidades, ou se ele precisa de alguém que esteja ao seu lado em tempo integral. Pois incluir vai muito além, envolve Incluir que significa colocar dentro, Integrar que é incluir em um conjunto é fazer-se parte integrante e por fim envolve Aceitar que significa estar receptivo, concordar admitir. Afinal de contas ou se aceita, ou não se aceita. Aceitar é receber de bom grato àquilo que é oferecido, é receber de bom grato com alegria e satisfação aquele aluno que vem par te auxiliar em seu crescimento profissional. Sabe-se que o ensino regular ou ensino comum, da forma como se apresenta no Brasil na atualidade, não dispõe de condições de atender ás necessidades pedagógicas de todos os alunos. Há professores que se julgam incapazes de dar conta dessa demanda, sentindo-se despreparados e impotentes frente a essa realidade que é agravada pela falta de material adequado, de apoio administrativo e recursos financeiros. Os alunos com deficiência intelectual, neurológico, sensorial ou social grave, tem muita dificuldade de se adaptar ás condições de aprendizagem escolar, já a equipe escolar se apresenta despreparada para lidar com estes educandos. E o despreparo vai além do técnico/pedagógico, há despreparo 10 emocional afetivo e acima de tudo de aceitação. Faltam conhecimento e apoio do governo em todos os campos das instituições de ensino tanto de ensino regular quando superior. É fundamental investir em formação de professores, materiais pedagógicos especiais, metodologias adequadas e tudo que puder para tornar a vida do aluno da escola regular a melhor possível. É necessário investimento financeiro, investimento por parte da família e também do Poder Público, mas, principalmente investimento ideológico. Investir e acreditar são a definição mais correta para inclusão. A formação profissional é uma estratégia fundamental para contribuir com estas mudanças. Os professores necessitam de conhecimentos básicos teórico- práticos em questões como: atenção à diversidade, adequações curriculares, avaliação diferenciada e às necessidades educacionais específicas e mais relevantes, associadas aos diferentes tipos de deficiência. O professor deve acolher seu aluno, ou seja, demonstrar sinceramente que não o rejeita nem ignora. Não pode ser passivo diante de seu estado atual. Deve promover seu desenvolvimento continuamente. Para incluir precisamos repensar o planejamento, seja ele semanal, mensal, bimestral e outros. O planejamento pode ser o mesmo para todos da turma, mas as especificidades precisam ser consideradas. É necessário que o professor saiba mediar à aprendizagem dos conteúdos, potencializando o uso desses materiais. É necessário criar, descobrir e reinventar estratégias e atividades pedagógicas condizentes com as necessidadesgerais e específicas de todos e de cada um dos alunos. Os conteúdos escolares privilegiam a visualização em todas as áreas de conhecimento, de um universo permeado de símbolos gráficos, imagens, letras e números. Assim, necessidades decorrentes de limitações visuais não devem ser ignoradas, esquecidas ou confundidas com concessões ou necessidades fictícias. É preciso ir além também com os alunos inclusos, ou seja, não parar no que eles já sabem, mas partir daí para avançar sempre, devemos estimulá-lo ao máximo. “Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças”. (Maria Tereza Eglér Mantoan) 11 Precisamos repensar a metodologia e as estratégias, utilizar estratégias diferentes, metodologias diferentes, trabalhar mais com material concreto para aqueles que ainda não conseguem abstrair e avaliar com base no objetivo fixado especificamente para cada aluno. Isso é flexibilidade de planejamento, é adequação metodológica, é adaptação curricular, é avaliação diferenciada e trabalho contextualizado. Um fator muito importante que precisa ser observado pelo professor é a questão do trabalho em grupo. De acordo com Selau (2007, p. 10) quando os alunos se envolvem, trocam informações, participam juntos em atividades, coloca-se um momento importante para o desenvolvimento das crianças, principalmente para aquela criança que possui alguma necessidade especial. Sobre a avaliação, deve se avaliar o aluno pelo que ele já dominou, e não por aquilo que ainda não consegue fazer ou que é esperado para toda a turma. Em alguns casos o aluno sabe o conteúdo, mas ainda não consegue registrá- lo, nestes casos o professor precisar ser o escriba para o aluno. Pois ele pode demonstrar seus conhecimentos oralmente. “A avaliação tradicional evidencia o que o aluno ainda não sabe. A avaliação realizada pelo mediador busca o que o aluno já conquistou e o que o professor deverá fazer para que o aluno possa aprender ainda mais (Falik; Feuerstein, 2010, p. 87)". Todos os procedimentos passam pelo professor, ele é a peça chave no âmbito pedagógico, ele é responsável pelo processo de adequação do planejamento, da metodologia, das estratégias, dos recursos, dos encaminhamentos e da avaliação. O professor mediador pensa e age de forma coerente para o avanço de seu aluno. Seu objetivo maior é sempre a aprendizagem do educando, e não o ensino do currículo. 2.1.3 Deficiente visual - A importância da família e do professor para o seu desenvolvimento Deficiência visual caracteriza-se por uma incapacidade ou limitação no ato de enxergar. Ou seja, entende-se por deficiência visual, uma impossibilidade total ou parcial da capacidade visual, decorrente de alterações no globo ocular ou no 12 sistema visual. Ao voltar o olhar para a história, percebe-se que a cegueira sempre preocupou a humanidade. Segundo Hugonnier e Clayette (1989), são diferentes os sentimentos que movem os homens no tratamento da pessoa cega. Compaixão, temor ou admiração misturam-se através dos tempos. Atualmente acontece a avaliação funcional da visão, esta é realizada pelo professor e pedagogo da instituição, com a finalidade de complementar a avaliação clínica. É realizada por meio de observação criteriosa da capacidade visual da criança, revelando os possíveis recursos utilizados pela mesma no aproveitamento de seu resíduo visual. É uma forma de avaliar privilegiando os aspectos qualitativos. A Síria, Jerusalém e a França, nos séculos V, VII, X, XI e XII, foram precursores em providenciar assistência e alojamento aos cegos, com a fundação de asilos e lares. A ideia de ensinar-lhes um ofício e reintegrá-los à sociedade foi desenvolvida por Valentin Hauy, em 1784, com a fundação do Instituto Nacional dos Jovens Cegos, em Paris. Hauy entendeu que na educação dos cegos o problema essencial consistia em fazer que o visível se tornasse tangível. Ele defendeu o princípio de que a educação dos cegos não deveria ser diferente daquela que era dada aos considerados “normovisuais” aqueles que possuem visão normal. Para conseguir alcançar o seu objetivo, Valentin Hauy adaptou o alfabeto vulgar, o qual era traçado em relevo na expectativa de que as letras fossem perceptíveis pelos dedos dos cegos. Porém, o problema da educação dos cegos só foi melhorado com a invenção e adoção do Braille – processo hoje utilizado nas diferentes línguas. Luis Braille foi aluno neste instituto e depois por volta de 1825, se tornou professor, ele elaborou um sistema de escrita baseado nos pontos em relevo, perceptíveis ao tato. Este sistema consiste em uma pequena cela composta de seis pontos, cuja combinação dos mesmos permite a codificação das letras do alfabeto, os numerais, a pontuação e os sinais matemáticos. Dessa maneira, a escolarização dos cegos foi facilitada e aos poucos foi expandindo-se. Porém, somente em 1911, na Alemanha, foi fundada a primeira classe para atender aos amblíopes (). Mais tarde, na França, também foi criada uma classe com o objetivo de dar escolarização e formação profissional aos deficientes visuais, diferentemente do atendimento ofertado para os cegos. Os sentidos têm as mesmas características e potencialidades para 13 todas as pessoas. Segundo Camargo (2001), apesar da audição, tato e olfato serem de grande importância para a observação e compreensão do mundo físico, é a visão que tende a dominar toda e qualquer atividade que se realize no ambiente escolar, mostrando sua importância no ensino e na aprendizagem. Por meio da visão a criança estabelece suas primeiras relações com o meio e percebe formas, tamanho, distância, posição e localização de objetos. A falta da visão poderá acarretar à criança grandes prejuízos se ela não for mediada em seu contato e interação com o mundo. Segundo GREGORY (1979), a visão é o único sentido capaz de unificar, estruturar e organizar todas as outras percepções em um todo significativo. É através da visão que o aluno perceba fatos próximos e distantes e assim possibilita que a partir desse sentido, organize as informações advindas dos outros sentidos, permitindo sua comunicação com o meio em que vive (Gil, 2000). De acordo com Benite e Pereira (2011), uma metodologia alternativa seria utilizar figuras e desenhos em alto relevo para privilegiar a representação visual nas explicações e também em exercícios, através de cartazes, histórias em quadrinhos e quebra-cabeças. É importante confeccionar um material pedagógico de fácil manuseio e aquisição para facilitar a aquisição de conhecimentos por parte dos alunos cegos no ensino das disciplinas e auxiliar os professores a ministrar os conteúdos de uma forma dinâmica, que favoreça o ensino-aprendizagem. Um aluno que nasceu cego ou perdeu sua visão prematuramente, até os 5 primeiros anos de vida, não conserva imagens visuais úteis para a aprendizagem - o que exige reorganização perceptiva que é tudo aquilo que percebemos pela visão e deve ser adquirido pelo tato, audição, olfato, sentido sinestésico e outros. A criança cega se relaciona com o ambiente por outros canais sensoriais, tendo uma imagem diferente das pessoas que enxergam ou daquelas que perderam a visão após a formação de conceitos visuais. O professor deve mediar essa leitura do ambiente em que ela está inserida para que possa compreendê-lo e não deve esquecer que é impossível imaginar o que seja uma imagem apenas auditiva, tátil ou olfativa de um objeto ou situação, por mais que se esforce. “A mediação da aprendizagem é uma das melhores propostas para o desenvolvimento de crianças com deficiência”. (Budel; Meier, 2012, p. 95). 14 O glaucoma é uma doença causada por aumento da pressão intraocular que leva a lesões das fibras do nervo óptico e à perda de (acuidade) percepção do campo visual. Os sintomas mais frequentes são a dor intensa, a fotofobia,o olho buftálmico e azulado. Inicialmente há perda de campo visual periférico com a visão central preservada. Mais tarde, com a evolução da doença ocorre redução da sensibilidade de contraste, dificuldade de leitura e de locomoção, o campo visual torna-se tubular e pode ocorrer a cegueira total com a perda da visão central. Quem enxerga possui a imagem visual daquele objeto ou situação que tenta imaginar. (OCHAITÁ, 1992). Não é só na escola que se dá a aprendizagem. A língua oral é um exemplo disso, pois é adquirida e aprendida no meio social, sem nenhuma intenção para aprendizagem. (...) o aprendizado das crianças começa muito antes de elas frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia. (VYGOTSKY, 1994: 110). A escola é um local importante para a aprendizagem intencional, uma vez que exige situações sociais específicas e instrumentos de mediação, mas é importante que os pais recebam orientações já na maternidade de como devem mediar à aprendizagem, a exploração e a compreensão do meio social que seu filho deficiente visual fará parte, amenizando, assim, possíveis limitações em seu desenvolvimento. Segundo Vygotsky as crianças com deficiências necessitam, apenas de peculiaridades metodológicas para chegarem ao pensamento abstrato. Para ele não há diferença no enfoque educativo da criança com deficiência e da criança considerada normal, ele considera ser função da educação, unir a criança deficiente ao seu meio social e criar a compensação de sua deficiência. A criança com deficiência visual, a falta de visão não é impedimento para que ela desenvolva domínios conceituais. Afirma que não serão os exercícios táteis que possibilitarão a construção das representações mentais: mais do que isto, é importante o estabelecimento de círculos estáveis de interação social, através dos quais os conceitos serão desenvolvidos. (VYGOTSKI, 1997, p. 230). 15 Segundo a lei da compensação, as crianças com deficiências poderão alcançar o desenvolvimento que necessitam por outros meios, por outras vias, ou seja, de um modo diferente. Assim, as crianças cegas e surdas aprendem tanto quanto as crianças normais, desde que seus professores conheçam suas particularidades no modo de aprender. Neste sentido, (VYGOTSKY, 1989, p.7) afirma que, “É a lei da transformação do menos da deficiência em mais da compensação que proporciona a chave para chegar a esta peculiaridade”. Vygotsky ressalta que o sentimento de inferioridade, causado pela deficiência, pode converter-se na principal força motriz do desenvolvimento psíquico. Pode ocorrer a supercompensação, transformando a deficiência em talento, capacidade e inteligência. O autor destaca como exemplo da contemporaneidade, a americana Helen Keller, a qual desafia suas deficiências e torna-se famosa escritora doutora em filosofia. Em seu livro Helen conta o desafio de sua professora Anne Sullivan ao tentar lhe ensinar a ver o mundo diante da escuridão de seus olhos. Cega, surda e muda desde os 18 meses de vida, este sim seria um grande desafio a professora. Anne se fazia vários questionamentos: Como explicar que terra é a terra? Que fome é vontade de comer? Como mostrar a árvore para alguém que não vê? Como ensinar a comer com garfos e facas? Como ensinar o que é o amor? Estas mesmas questões nos fazemos diante de um desafio semelhante, mas a exemplo de Anne Sullivan podemos demonstrar força de vontade, determinação e fé para que como Hellen que se formou com louvor, e foi à primeira aluna cega e surda a terminar um curso universitário, possamos também auxiliar nossos alunos. “O caráter não pode ser desenvolvido na calma e tranquilidade. Somente através da experiência de tentativas e sofrimentos a alma consegue ser fortalecida, a visão clareada, a ambição inspirada e o sucesso alcançado”. Helen Keller É importante que a criança cega possa sentir-se segura para passar de um nível cognitivo para outro mais elevado (OCHAITÁ, 1992). A passividade e a falta de curiosidade que demonstra podem estar relacionadas ao medo de se machucar e à falta de motivação para explorar o meio ambiente. A interação limitada 16 com o mundo pode ser causada por dificuldade na exploração do espaço que leva a um conhecimento pobre do ambiente (HILL at al., 1994). Quando ela se movimenta livremente tem mais oportunidade para compreender e internalizar os conceitos espaciais, motivo pelo qual pais e professores deverão estimular o aluno a estar sempre buscando e se envolvendo em novas situações que contribuam para o conhecimento de novos ambientes favorecendo assim, cada vez mais, a sua independência. Os alunos deficientes visuais devem desenvolver a formação de hábitos e de postura, destreza tátil, o sentido de orientação, o reconhecimento de desenhos, gráficos e maquetes em relevo dentre outras habilidades. As estratégias e as situações de aprendizagem devem valorizar o comportamento exploratório, a estimulação dos sentidos restantes, a iniciativa e a participação ativa. Para garantir a aprendizagem e a participação de todos os alunos, é necessário um trabalho colaborativo entre os professores, entre professores e pais, professores e especialista e entre os próprios alunos. “A inclusão não é somente para os alunos com deficiência, mas para todos os alunos, educadores, pais e membros da comunidade escolar” (Falvey e al. 1995, p.9). Uma sociedade justa e que dê oportunidade para todos, sem qualquer tipo de discriminação, começa na escola (MANTOAN, 1989). Na escola todos ganham, a partir da vivencia com a diferença. A inclusão permite aos que são discriminados seja por uma deficiência, classe social ou cor de pele que ocupem seu espaço na sociedade, direito este, garantido por lei. Quando o individuo passa pela experiência de conviver com alunos de inclusão ainda na infância, ao passo que vão crescendo não terão dificuldade em vencer os preconceitos! Já a pessoa inclusa se torna independente e terá uma vida em cidadania completa em todos os sentidos. Não é possível estar no mundo, e não considerar o lugar do outro, ele precisa ser valorizado no que é e no que pode vir a ser. Ao professor o maior ganho está em garantir a todos o direito à educação! “A tarefa do professor é preparar motivações para atividades culturais, num ambiente previamente organizado, e depois se abster de interferir.” (MONTESSORI, 1952). 17 Wallon fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Segundo ele as emoções têm papel indispensável no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, porém estes são pouco estimulados pelos modelos tradicionais de ensino. Ensinar é uma tarefa que envolve o conhecimento sobre como se dá o processo de ensino/aprendizagem; compreende o domínio do conhecimento a ser ensinado; inclui competência técnico-pedagógica; o planejamento; a intencionalidade pedagógica e principalmente implica na competência para perceber e atender às especificidades educacionais dos alunos. Cabe ao professor adequar os métodos de ensino às capacidades dos alunos, ao conteúdo de cada disciplina e garantir a atividade dos estudantes. É importante que haja alteração entre o trabalho individual e o realizado em grupo, no trabalho individual, cada aluno deve enfrentar os desafios propostos utilizando-se de seus recursos, limites e possibilidades, já no trabalho em grupo os mesmos revelam suas capacidades intelectuais e sociais, ao longo do desenvolvimento da responsabilidade perante o coletivo e no auxílio aos demais colegas. Existem algumas estratégias pedagógicasque pode auxiliar neste processo de inclusão: Primeiro é preciso entender que o nível de visão do aluno com glaucoma flutua muito. Conhecer as alterações de campo visual que podem ser diferentes em cada olho e ajudar o aluno a compreender e buscar a melhor posição para o trabalho visual; Segundo estar atento quando ocorre perda de campo visual, mas a acuidade visual é preservada, utilizar auxílios não ópticos como materiais de alto contraste; Terceiro observar se além da perda de campo visual há baixa da acuidade visual, utiliza-se uma combinação de auxílios ópticos e não ópticos: materiais com alto contraste, lupas, óculos, sistemas telemicroscópicos para perto, e telelupas de baixa potência para longe; Quarta estratégia é compreender que em virtude das alterações de campo visual, nem sempre o material ampliado facilita a discriminação e a leitura. E por fim o quinto passo é utilizar porta-texto para maior conforto para a leitura. É importante resaltar que deve haver a preocupação por parte do professor com os conhecimentos os quais a criança deficiente visual vai lidar 18 preocupação com a interação com os colegas e professores, com o deslocamento da criança pela sala de aula, pela escola, no relacionamento com as famílias, com a proposta pedagógica, com a formação dos professores. A escola deve ter materiais diversos que estimulem a percepção do aluno cego e também dos outros alunos, por meio de exercícios ou trabalhos comuns. “Quanto mais ricas são as experiências humanas, tanto maior será o material de que dispõe essa imaginação.” (VIGOTSKI, L. S.). Na escola inclusão é trabalhar em conjunto, dividir os desafios e compartilhar práticas e atividades bem sucedidas; É planejar e fazer adaptações necessárias das atividades considerando o grau de dificuldade dos alunos em relação à tarefa proposta; É compreender que todos os alunos são diferentes, e que suas experiências prévias proporcionam a construção de saberes e resultados pedagógicos singulares, que não poderão ser desconsiderados no acompanhamento e registro do desempenho escolar de cada aluno em relação às metas propostas para o grupo; é comemorar cada vitória, cada avanço de seu aluno; É usar de criatividade, buscar alternativas que despertem o interesse e a curiosidade de todos os alunos, trabalhar com materiais variados como: jogos, brinquedos, atividades; Reconhecer que, em sala de aula, o aluno não é um simples espectador, mas um participante ativo na construção do conhecimento. O objetivo principal da educação do cego não consiste em desenvolver, ou reforçar ao máximo os outros sentidos, não está na compensação direta da visão ausente, mas consiste em promover a criança cega através da linguagem, às experiências sociais dos videntes. Quem acredita que pode fazer a diferença na vida de uma criança com deficiência cria, inventa, dedica tempo, investe energia, planeja, replaneja, estuda e.. Faz a diferença! 19 3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO 3.1Tema e linha de pesquisa O presente projeto leva o tema de Deficiência Visual- As Dificuldades e Superação do Deficiente Visual Nos Espaços Escolares. Um tema atual e pouco conhecido pela população, porém muito vivo e presente em instituições de ensino fundamental devido ao número expressivo de casos em escolas de anos iniciais. Tem a ver com o desejo de fazer a diferença na vida do educando, e aplicar os conteúdos e experiências vividos ao longo do curso de Licenciatura em Pedagogia. Será abordada a linha de Gestão Escolar a fim de orientar o professor em relação ao atendimento este aluno. 3.2 Justificativa Diante da realidade de inclusão do deficiente visual, equipe pedagógica e professores tem a sua frente o desafio de ensinar, socializar, alfabetizar, desenvolver de maneira integral o aluno cego. A escola precisa de adaptações físicas, psicológicas, precisa ser reorganizada em diversos itens, munir- se de materiais adequados a fim de favorecer o processo de inclusão e desenvolvimento deste educando. A escolha do tema partiu de experiências vividas nos últimos meses, em uma escola de ensino fundamental. O desafio de atender um aluno cego pode ser superado à medida que buscamos informações, e formação específica. Com amor ao trabalho, dedicação e esforço, podemos alcançar a superação tanto nossa quanto de nossos alunos. 3.3 Problematização Pensar em inclusão do deficiente visual, nos remete a um turbilhão de pensamentos, sentimentos e ações. Acabamos por nos fazer vários questionamentos, como por exemplo: Que tipo de treinamento específico é preciso ter, para lidar com aquele aluno? Como ensiná-lo sem esquecer os demais alunos? Que metodologias são mais eficientes e adequadas? Como alfabetizar o deficiente visual? Que tipo de avaliação se pode utilizar? E o psicológico deste aluno e dos 20 demais, como trabalhar? Existem materiais específicos a serem utilizados nestes casos? Em fim diante de destas e de tantas outras questões nos vem o desejo de buscar meios para respondê-las. 3.4 Objetivos _ Empregar meios humanos e materiais a fim de orientar o Educador, e oferecer ao educando portador de Deficiência Visual uma proposta educativa de qualidade, que auxilie no seu desenvolvimento integral; _ Proporcionar materiais diversos para auxiliar o professor no ensino/aprendizagem das disciplinas escolares; _ Orientar os alunos nas disciplinas em que as limitações visuais acarretem dificuldades específicas, especificamente no momento em que a visão se faz necessária durante o desenvolvimento das disciplinas de Educação Física, Ciências, Português, Matemática, Geografia. 3.5 Conteúdos _ Português; Prática de leitura, escrita e oralidade – Formação de Pequenas Palavras. _ Matemática; Números naturais, Formas Geométricas, Medida de Tempo. _ Geografia; Elementos da Paisagem Natural, A Escola. _ História; Família; Minha Casa. _ Educação física; Movimento e Lateralidade. 3.6 Processos de desenvolvimento A partir da orientação da pedagoga será confeccionado uma série de materiais didáticos com um relevo perceptível e de diferentes texturas, (liso e áspero, fino e espesso etc.), afim de destacar as partes componentes. Materiais como letras, números, formas geométricas, elementos que compõem a natureza, planta baixa da escola e de uma casa. Estes materiais adaptados serão necessários para o desenvolvimento tátil do aluno durante as aulas. Para tanto utilizaremos 21 sulfite 180, EVA, cola quente, areia, talco, pedra, botões e grãos diversos. Em seguida será designado um professor de apoio para acompanhar este aluno durante as aulas. Durante o horário de permanência os professores regentes e coregentes terão orientações específicas de um profissional especializado a cerca do assunto. Em sala de aula o educando sentará em local estratégico onde o mesmo terá acesso a porta e possa ouvir com clareza as orientações do professor, e ainda ser ouvido e observado pelo mesmo. Para inseri-lo no mundo da alfabetização apresentaremos de início o alfabeto e números móveis de EVA, e relacionaremos com nome de objetos e pessoas importantes para o mesmo, faremos ainda a associação da escrita ao sistema Braille, a escrita e a oralidade devem fazer parte permanente do desenvolvimento em todas as disciplinas. Na apresentação de formas geométricas, elementos da paisagem natural, escola, casa e família os textos referentes serão previamente transcritos para o Braille, as atividades escritas no quadro negro devem ser lidas e explicadas de maneira clara, facilitando assim a cópia realizada pelo aluno no sistema Braille. Todos os elementos que compõem as aulas serão exemplificados através de figuras em EVA, desenhos em alto relevo feito com cola quente ou cola colorida, e colagem de texturas variadas. Para a contação dehistórias é importante levar animais, bonecos e objetos próximos do mencionado na história, facilitando assim a compreensão do aluno por meio do áudio e percepção tátil. Nas brincadeiras e aulas práticas como Educação Física o aluno deve ser conduzido pelo espaço que se dará a atividade para assim fazer um reconhecimento da área seja ela sala de aula, pátio ou quadra. Durante as atividades o educando deverá ser orientado, verbalmente, pelo professor, que usará expressões como "direita" e "esquerda", além de avisar sobre possíveis obstáculos no trajeto, é importante que os materiais como bola, bambolê e corda tenham um objeto sonoro como, por exemplo sino ou chocalho, quando a atividade for de pegar ou colar, os demais alunos deverão bater palma orientando assim o aluno deficiente visual. 3.7 Tempo para a realização do projeto CRONOGRAMA Tempo de atividades iniciais: 24 horas aula – 3 dias _ Confecção de matérias: 16 horas 22 _ Treinamento de Professores: 8 horas _ Avaliação das atividades realizadas em sala de aula e desenvolvimento do aluno será: Bimestral _ O restante do projeto será na linha de orientação durante as aulas, portanto será continuo até o fim do ano letivo. 3.8 Recursos humanos e materiais Professor de apoio; prancheta; reglete; punção; soroban; máquina de escrever em Braille; textos transcritos no Sistema Braille; materiais de diferentes texturas e tamanhos; cola quente; papel sulfite 180; cola colorida; EVA; tesoura; cola; bola sonora, corda, bambolê computador com programas NVDA e DOSVOX. 3.9 Avaliação A avaliação ocorrerá de forma contínua, mediante observação primeiramente, da participação e integração dos alunos, por meio do envolvimento nas atividades propostas pelos professores, compreensão e aplicação das atividades e através de textos e atividades transcritas para o Braille, e desempenho dos mesmos. 23 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao término da pesquisa foi possível observar que a questão de inclusão abrange inúmeros pontos positivos entre os quais estão; a convivência social, o respeito às diferenças, o desenvolvimento integral dos alunos com deficiências entre outros. Amenizando assim a visão de incapacidade que muitas vezes lhes é atribuída. As atividades de interação, oral e escrita quando adaptadas auxiliam de maneira satisfatória no desenvolvimento do educando promovem o trabalho cooperativo entre alunos com deficiências visuais e normovisuais. O papel de gestor escolar é fundamental na instituição, o pedagogo precisa buscar e orientar todos da comunidade escolar em especial sobre a questão de inclusão. É sua função buscar meios para auxiliar tanto professor quanto alunos durante este processo, para que assim possam desenvolver efetivas práticas pedagógicas e uteis a inclusão, e assessorar o professor na resolução de problemas do cotidiano em sala de aula, criando alternativas que possam beneficiar a todos. Ao professor cabe à função de utilizar currículos e metodologias flexíveis, levando em conta a singularidade de cada aluno, respeitando seus interesses, suas ideias, capacidades e limitações, levando-os a desenvolver qualquer ação pedagógica que lhes sejam apresentadas. O ensino escolar direcionado ao deficiente visual deve ser repleto de experiências positivas, de trocas e interações que lhe permitam desenvolver seu potencial e superar a deficiência, conquistando sua autonomia, independência e por consequência alcançar sua emancipação humana. 24 REFERÊNCIAS BENITE, Cláudio R.; PEREIRA, L. L. S: Sobre interações pedagógicas mediadas pela visão. Química nova na escola, vol. 33, n 1, fev. 2011, páginas 47 a 56. BUDEL, Gislaine Coimbra; MEIER, Marcos. Mediação da aprendizagem na educação especial. Curitiba, Paraná: Ibpex, 2012. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado federal, 1988. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB Lei Nº 9394/ 96. CORREIA, L. de M. Alunos com necessidades educativas especiais nas classes regulares. Porto, Portugal: Porto, 1999. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Espanha, 1994. DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS. Plano de Ação para Satisfazer as Necessidades Básicas de Aprendizagem. Tailândia, 1990. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Adotada e Proclamada pela Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. FALVEY, M.A.; GIVNER, C.C.; KIMM, C. (1995). What Is an Inclusive School? In R.A. Villa and J.S.Thoudand (Ed.): Creating an Inclusive School (pp. 1-12). Alexandria: ASCD. GIL, M. (org). Deficiência visual. Brasília: MEC. Secretaria de Educação e Distância, 2000. CAMARGO, E. P. Ensino de Física e Deficiência Visual - Dez Anos de Investigações no Brasil. São Paulo: Plêiade, 2008. 205 p. GREGORY, R.L. Olho e Cérebro: psicologia da visão. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. 25 HILL, E. W.; PONDER, P.T. Orientation and Mobility: a guide for the practitioner. New York: American Foundation for the Blind, 1986. HUERTAS, J. A.; OCHAITA, E. Diferentes procedimientos de externalización de la representación espacial: un estudio evolutivo con niños ciegos. Estúdios de Psicologia, 1992. HUGONNIER-CLAYETTE, S. P. et al. As deficiências visuais: deficiências e readaptações. Tradução de Maria José P. Isaac. São Paulo: Monole, 1989. JANNUZZI, Gilberta. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas, SP: Autores Associados, 2004. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997. MAZZOTTA, Marcos J.S. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas. 5ª ed.,São Paulo: Cortez Editora, 2005. PARANÁ, Conselho Estadual de Educação. Deliberação n.º 02/2003. 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Disponível em: http://sentidos.uol.com.br/canais/materia.asp?codpag=8322&codtipo=8&subcat=31& canal=visão . Acesso em 13 de out de 2016. 27 ANEXOS ANEXO A – Exemplo de Atividades em Braille, ou Em Alto Relevo, algumas com resposta oral. Matemática= Quantidade Formas Geométricas 28 Português= Família Silábica x Escrita de Pequenas Palavras Ciências 29 Geografia
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