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Dificuldades e Superação do Deficiente Visual (1)

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Cidade 
Ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José dos Pinhais 
2016 
 
 BEATRIZ RAMALHO ALVES FERNANDES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
PEDAGOGIA - LICENCIATURA 
 
DEFICIÊNCIA VISUAL: 
As Dificuldades e Superação do Deficiente Visual nos Espaços 
Escolares 
 
 
São José dos Pinhais 
2016 
BEATRIZ RAMALHO ALVES FERNANDES 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEFICIÊNCIA VISUAL: 
As Dificuldades e Superação do Deficiente Visual nos Espaços 
Escolares 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto de Ensino apresentado à Universidade 
Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito 
parcial para a obtenção do título de 
Licenciatura em Pedagogia. 
 
Orientador: Prof.ª Lilian Gavioli de Jesus, 
Natalia Gomes dos Santos, Okçana Battini e 
Vilze Vidotte Costa. 
Tutor eletrônico: Kelli Cristina Wosiack da Cruz 
Tutor de sala: Elaine de Paula Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José dos Pinhais 
2016 
FERNANDES, Beatriz Ramalho Alves. Deficiência Visual: As dificuldades e 
superação do deficiente visual nos espaços escolares. 2016. 29 páginas. Projeto de 
Ensino (Licenciatura em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. 
Universidade Norte do Paraná, São José dos Pinhais, 2016. 
 
RESUMO 
Falar em inclusão é algo muito comum na atualidade. A legislação é clara, quanto à 
obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independentemente de 
suas necessidades ou características físicas. Mas, a inclusão nem sempre ocorre 
como deveria, em muitas ocasiões a instituição e os profissionais da educação não 
estão preparados para receber estes alunos, falta conhecimento sobre o caso, falta 
estrutura física e preparação para atendê-lo. O projeto deficiência visual- As 
Dificuldades e Superação do Deficiente Visual nos Espaços Escolares serão 
abordadas na linha de gestão escolar a fim de orientar o professor em relação ao 
atendimento este aluno. Neste projeto objetiva-se a análise do processo de inclusão 
de alunos com deficiência visual em escolas de ensino regular será ainda proposto 
algumas sugestões de “possíveis ações na prática do dia-a-dia”, aos professores 
que atuam em escolas de ensino regular do ensino fundamental que ao longo do 
ano letivo se deparam com alunos especiais. 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Inclusão. Deficiente Visual. Ensino Regular. Atividades Adaptadas. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5 
2 Revisão Bibliográfica ............................................................................................ 6 
2.1 INCLUSÃO ........................................................................................................ 6 
3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino ............................................. 19 
4 Considerações finais .............................................................................................. 23 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24 
ANEXOS ................................................................................................................... 27 
ANEXO A – Exemplo de Atividades em Braille, ou Em Alto Relevo, algumas com 
resposta oral. ............................................................................................................ 27 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
Por vários momentos durante o período de estudo na Universidade e 
também durante os estágios obrigatórios foi levantada a questão de inclusão no 
ensino regular. Em um dos estágios realizado foi possível conhecer de uma única 
vez sete casos de inclusão. Há em uma determinada instituição um aluno com 
dislexia, duas alunas com laudo de retardo mental leve sendo uma também surda 
parcialmente, um aluno cego, um com retardo mental de moderado a grave que 
aguarda encaminhamento para APAE e quatro alunos com sérias dificuldades de 
aprendizagem. Por essa razão a escolha do tema. 
Ao observar a realidade do dia-a-dia de uma instituição de ensino 
acabamos por nos sentir de certa forma, responsáveis, interessados e com o desejo 
de mudar de fazer algo a fim de melhorar ou facilitar a inclusão destes alunos 
especiais na instituição de ensino regular. Visto que a pedagogia abre um leque 
muito amplo de oportunidades de aprendizado, e que a partir de experiências vividas 
nos leva a ver a educação, e o ensino com outros olhos, será abordado neste 
projeto à inclusão do Deficiente Visual, buscando revelar como ele é visto por 
profissionais da educação, colegas, gestores e demais funcionários escolares e 
como este aluno é atendido no ensino regular. 
Este projeto tem como objetivo principal auxiliar os professores de 
alunos com deficiência visual, apresentando diferentes práticas para o dia a dia e 
recursos para favorecer sua autonomia, aprendizagem e interação com os demais 
alunos no ambiente escolar. Utilizando aspectos pedagógicos e relacionais, de 
incentivo a extinção de preconceitos para que assim possa ocorrer a inclusão efetiva 
no sentido literal da palavra. 
6 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 INCLUSÃO 
Inclusão significa ato ou efeito de incluir, incorporar, promover e 
reconhecer o potencial inerente a todo ser humano em sua maior expressão: a 
diferença. Segundo a LDB, Lei de Diretrizes e Bases de 1990/96, os alunos com 
necessidades especiais devem frequentar a classe de ensino regular, desta forma 
ocorre o que conhecemos por diversidade. Também na Convenção sobre os Direitos 
da Criança, em seu artigo 23 menciona que a criança deficiente tem direito a 
cuidados especiais, educação e formação que sejam adequados, que lhe permitam 
ter uma vida plena e decente, em condições de dignidade, e atingir o maior grau de 
autonomia e integração social possível. 
A educação inclusiva é uma questão de direitos humanos e implica a 
definição de políticas públicas, traduzidas nas ações institucionalmente planejadas, 
executadas e avaliadas. Está assegurada na Conferência Mundial de Educação para 
Todos (JOMTIEN de 1990), ocorrida na Tailândia, com a proposta da 
CEPAL/UNESCO: educação e conhecimento; e na Declaração de Salamanca que é 
resultado da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, 
realizada entre 7 e 10 de junho de 1994, em Salamanca na Espanha. Estes 
fornecem diretrizes básicas para a formulação e reforma do sistema educacional de 
acordo com o movimento de inclusão social de crianças, jovens e adultos com 
necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino. 
O principio fundamental da escola inclusiva de acordo com a 
Declaração de Salamanca é de que todas as crianças devem aprender juntas, 
independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter. As 
escolas inclusivas devem reconhecer e responder as necessidades de seus alunos, 
acomodando tanto estilos, como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando 
uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações 
organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos e parcerias com a 
comunidade. 
Assim a questão de “Necessidades Educacionais Especiais” passou 
a incluir todas as crianças portadoras de deficiências temporárias ou permanentes, 
aparentes ou não na escola regular. 
7 
 
A inclusão passou por diferentes fases em várias épocas e culturas. 
Segundo Correia (1999), a Idade Antiga, na Grécia é considerada um período de 
grande exclusão, pois crianças nascidas com alguma deficiência eram abandonadas 
ou mesmo eliminadas, sem chance ou direito ao convívio social. Na Idade Média, 
pessoas com deficiência eram marginalizadas, até por questões sobrenaturais, 
rotuladas como inválidas, perseguidas e mortas. Assim, muitas vezes as famílias 
preferiam escondê-las e assim, privá-las da vida comunitária e social. A ideia de 
promoveraos filhos, qualquer tipo de intervenção em ambientes diferenciados não 
era uma prática comum. 
De acordo com Jannuzzi (2004), no Brasil por volta do século XVIII, 
o atendimento aos deficientes limitava-se aos sistemas de abrigos e à distribuição de 
alimentos nas Santas Casas, havia poucas exceções de crianças que até 
participavam de algumas instruções com outras crianças ditas normais. 
Já século XX, com a concepção médico - pedagógica, os estudos 
eram concentrados nas causas biológicas da deficiência. Com o avanço da 
psicologia, novas teorias de aprendizagem começam a influenciar a educação na 
linha psicopedagógica, esta salienta a importância da escola e destaca os métodos 
e as técnicas de ensino. 
Foi no início do século XXI que se deu o avanço dos estudos sobre 
Educação Especial no Brasil. Segundo Mazzotta (2005), três atitudes sociais 
marcaram o desenvolvimento da Educação Especial em relação ao tratamento dado 
às pessoas com necessidades especiais, em especial às pessoas com deficiência; 
Primeiro a Marginalização – onde as pessoas com deficiência, eram vistas como 
incapazes nesse período não havia serviço social a favor desse grupo. 
Segundo o Assistencialismo – grupos filantrópicos, paternalistas e humanitários, 
buscavam apenas proteger às pessoas com deficiência, porém mantinham a 
descrença na capacidade destes indivíduos. A Terceira atitude é a 
Educação/reabilitação – a população passava acreditar na mudança e 
desenvolvimento das pessoas com deficiência, em consequência houve a 
preocupação com a organização de serviços educacionais. 
 
Desacreditar na capacidade de aprender da criança especial é 
desacreditar na própria capacidade de ensinar. (Budel & Meier, 2012) 
 
 
 
8 
 
Sassaki (2006) explica que no processo de inclusão/integração 
educacional ocorreu além dos marcos, já citados ocorreu também a Fase da 
Integração: onde algumas pessoas com necessidades especiais eram 
encaminhadas às escolas regulares, classes especiais e salas de recursos, após 
passarem por testes de inteligência. Os alunos eram preparados para adaptar-se à 
sociedade. Acontece ainda a Fase de Inclusão: nesta todas as pessoas com 
necessidades especiais devem ser inseridas em classes comuns, sendo que os 
ambientes físicos e os procedimentos educativos é que devem ser adaptados aos 
alunos, conforme suas necessidades e especificidades. 
Em outras palavras a integração depende apenas do aluno, ele 
precisa adaptar-se buscar alternativas para se integrar, já a inclusão parte da 
sociedade visto que é necessário uma mudança uma preparação específica para 
receber o aluno com deficiência. 
 
[...] inclusão escolar é uma forma de inserção em que a escola 
comum tradicional é modificada para ser capaz de acolher qualquer 
aluno incondicionalmente e de propiciar lhe uma educação de 
qualidade. Na inclusão, as pessoas com deficiência estudam na 
escola que frequentariam se não fossem deficientes (SASSAKI, 1998, 
p. 8). 
 
 
As crianças com deficiência tem melhor desempenho social e 
acadêmico quando interagem com outras crianças. A Convenção sobre Direitos das 
Pessoas com Deficiências, adotado pela (ONU, 2006) Organização das Nações 
Unidas assegura o direito destes educandos a interação, é preciso entender que 
interação vai além de incluí-las na escola. 
Crianças com deficiência precisam de uma escola que potencialize 
seus pontos positivos, desenvolva suas habilidades, corrija quando possível suas 
funções cognitivas deficientes e amplie suas competências, dessa forma estes 
viverão melhor e mais feliz. 
 
2.1.2 Ensino regular x Formação do professor e Inclusão 
 
Entendemos por educação especial a educação que oferece aquilo 
que o educando precisa, que atende as necessidades específicas de cada um, que 
contribui para o desenvolvimento adequado, que faz com que o ser humano sinta-se 
9 
 
respeitado e valorizado nas suas capacidades. 
Acreditar na transformação humana e buscá-la é o primeiro passo 
para se conquistar uma escola onde os alunos especiais ou deficientes, possam 
andar por todos os ambientes sem ser vitima do preconceito, frequentar todos os 
lugares, poder aproveitar as mesmas oportunidades, adaptadas ás suas 
necessidades. Essa é a escola que queremos e precisamos. Para isso precisamos 
trabalhar; esforço, dedicação, estudo, boa vontade, pesquisa, compromisso e 
principalmente colocar-se no lugar do outro. 
A Constituição Federal do Brasil assume o princípio da igualdade 
como pilar fundamental de uma sociedade democrática e justa, quando reza no 
caput do seu Art. 5° que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros, residentes no país, que o 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade não serão 
transgredidos”. (CF - Brasil, 1988). 
Para se incluir é necessário listar os fatores que determinam o grau 
de dependência da pessoa com deficiência com relação ao professor, na instituição 
escolar. Precisamos listar se o aluno apresenta autonomia para locomover-se, para 
alimentar-se e satisfazer suas necessidades, ou se ele precisa de alguém que esteja 
ao seu lado em tempo integral. Pois incluir vai muito além, envolve Incluir que 
significa colocar dentro, Integrar que é incluir em um conjunto é fazer-se parte 
integrante e por fim envolve Aceitar que significa estar receptivo, concordar admitir. 
Afinal de contas ou se aceita, ou não se aceita. Aceitar é receber de bom grato 
àquilo que é oferecido, é receber de bom grato com alegria e satisfação aquele 
aluno que vem par te auxiliar em seu crescimento profissional. 
Sabe-se que o ensino regular ou ensino comum, da forma como se 
apresenta no Brasil na atualidade, não dispõe de condições de atender ás 
necessidades pedagógicas de todos os alunos. Há professores que se julgam 
incapazes de dar conta dessa demanda, sentindo-se despreparados e impotentes 
frente a essa realidade que é agravada pela falta de material adequado, de apoio 
administrativo e recursos financeiros. 
Os alunos com deficiência intelectual, neurológico, sensorial ou 
social grave, tem muita dificuldade de se adaptar ás condições de aprendizagem 
escolar, já a equipe escolar se apresenta despreparada para lidar com estes 
educandos. E o despreparo vai além do técnico/pedagógico, há despreparo 
10 
 
emocional afetivo e acima de tudo de aceitação. Faltam conhecimento e apoio do 
governo em todos os campos das instituições de ensino tanto de ensino regular 
quando superior. 
É fundamental investir em formação de professores, materiais 
pedagógicos especiais, metodologias adequadas e tudo que puder para tornar a 
vida do aluno da escola regular a melhor possível. É necessário investimento 
financeiro, investimento por parte da família e também do Poder Público, mas, 
principalmente investimento ideológico. Investir e acreditar são a definição mais 
correta para inclusão. 
A formação profissional é uma estratégia fundamental para contribuir 
com estas mudanças. Os professores necessitam de conhecimentos básicos teórico-
práticos em questões como: atenção à diversidade, adequações curriculares, 
avaliação diferenciada e às necessidades educacionais específicas e mais 
relevantes, associadas aos diferentes tipos de deficiência. 
O professor deve acolher seu aluno, ou seja, demonstrar 
sinceramente que não o rejeita nem ignora. Não pode ser passivo diante de seu 
estado atual. Deve promover seu desenvolvimento continuamente. 
Para incluir precisamos repensar o planejamento, seja ele semanal, 
mensal, bimestral e outros. O planejamento pode ser o mesmo para todos da turma, 
mas as especificidades precisam ser consideradas. É necessário que o professor 
saiba mediar à aprendizagem dos conteúdos, potencializando o uso desses 
materiais. É necessário criar, descobrir e reinventar estratégias e atividades 
pedagógicas condizentes com as necessidadesgerais e específicas de todos e de 
cada um dos alunos. 
Os conteúdos escolares privilegiam a visualização em todas as 
áreas de conhecimento, de um universo permeado de símbolos gráficos, imagens, 
letras e números. Assim, necessidades decorrentes de limitações visuais não devem 
ser ignoradas, esquecidas ou confundidas com concessões ou necessidades 
fictícias. 
É preciso ir além também com os alunos inclusos, ou seja, não parar 
no que eles já sabem, mas partir daí para avançar sempre, devemos estimulá-lo ao 
máximo. 
“Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças”. 
(Maria Tereza Eglér Mantoan) 
 
11 
 
Precisamos repensar a metodologia e as estratégias, utilizar 
estratégias diferentes, metodologias diferentes, trabalhar mais com material concreto 
para aqueles que ainda não conseguem abstrair e avaliar com base no objetivo 
fixado especificamente para cada aluno. Isso é flexibilidade de planejamento, é 
adequação metodológica, é adaptação curricular, é avaliação diferenciada e trabalho 
contextualizado. 
Um fator muito importante que precisa ser observado pelo professor 
é a questão do trabalho em grupo. De acordo com Selau (2007, p. 10) quando os 
alunos se envolvem, trocam informações, participam juntos em atividades, coloca-se 
um momento importante para o desenvolvimento das crianças, principalmente para 
aquela criança que possui alguma necessidade especial. 
Sobre a avaliação, deve se avaliar o aluno pelo que ele já dominou, 
e não por aquilo que ainda não consegue fazer ou que é esperado para toda a 
turma. Em alguns casos o aluno sabe o conteúdo, mas ainda não consegue registrá-
lo, nestes casos o professor precisar ser o escriba para o aluno. Pois ele pode 
demonstrar seus conhecimentos oralmente. 
 
“A avaliação tradicional evidencia o que o aluno ainda não sabe. A 
avaliação realizada pelo mediador busca o que o aluno já conquistou 
e o que o professor deverá fazer para que o aluno possa aprender 
ainda mais (Falik; Feuerstein, 2010, p. 87)". 
 
 
Todos os procedimentos passam pelo professor, ele é a peça chave 
no âmbito pedagógico, ele é responsável pelo processo de adequação do 
planejamento, da metodologia, das estratégias, dos recursos, dos encaminhamentos 
e da avaliação. O professor mediador pensa e age de forma coerente para o avanço 
de seu aluno. Seu objetivo maior é sempre a aprendizagem do educando, e não o 
ensino do currículo. 
 
2.1.3 Deficiente visual - A importância da família e do professor para o seu 
desenvolvimento 
 
Deficiência visual caracteriza-se por uma incapacidade ou limitação 
no ato de enxergar. Ou seja, entende-se por deficiência visual, uma impossibilidade 
total ou parcial da capacidade visual, decorrente de alterações no globo ocular ou no 
12 
 
sistema visual. 
Ao voltar o olhar para a história, percebe-se que a cegueira sempre 
preocupou a humanidade. Segundo Hugonnier e Clayette (1989), são diferentes os 
sentimentos que movem os homens no tratamento da pessoa cega. Compaixão, 
temor ou admiração misturam-se através dos tempos. 
Atualmente acontece a avaliação funcional da visão, esta é realizada 
pelo professor e pedagogo da instituição, com a finalidade de complementar a 
avaliação clínica. É realizada por meio de observação criteriosa da capacidade 
visual da criança, revelando os possíveis recursos utilizados pela mesma no 
aproveitamento de seu resíduo visual. É uma forma de avaliar privilegiando os 
aspectos qualitativos. 
A Síria, Jerusalém e a França, nos séculos V, VII, X, XI e XII, foram 
precursores em providenciar assistência e alojamento aos cegos, com a fundação de 
asilos e lares. A ideia de ensinar-lhes um ofício e reintegrá-los à sociedade foi 
desenvolvida por Valentin Hauy, em 1784, com a fundação do Instituto Nacional dos 
Jovens Cegos, em Paris. Hauy entendeu que na educação dos cegos o problema 
essencial consistia em fazer que o visível se tornasse tangível. Ele defendeu o 
princípio de que a educação dos cegos não deveria ser diferente daquela que era 
dada aos considerados “normovisuais” aqueles que possuem visão normal. Para 
conseguir alcançar o seu objetivo, Valentin Hauy adaptou o alfabeto vulgar, o qual 
era traçado em relevo na expectativa de que as letras fossem perceptíveis pelos 
dedos dos cegos. Porém, o problema da educação dos cegos só foi melhorado com 
a invenção e adoção do Braille – processo hoje utilizado nas diferentes línguas. 
Luis Braille foi aluno neste instituto e depois por volta de 1825, se 
tornou professor, ele elaborou um sistema de escrita baseado nos pontos em relevo, 
perceptíveis ao tato. Este sistema consiste em uma pequena cela composta de seis 
pontos, cuja combinação dos mesmos permite a codificação das letras do alfabeto, 
os numerais, a pontuação e os sinais matemáticos. Dessa maneira, a escolarização 
dos cegos foi facilitada e aos poucos foi expandindo-se. Porém, somente em 1911, 
na Alemanha, foi fundada a primeira classe para atender aos amblíopes (). Mais 
tarde, na França, também foi criada uma classe com o objetivo de dar escolarização 
e formação profissional aos deficientes visuais, diferentemente do atendimento 
ofertado para os cegos. 
Os sentidos têm as mesmas características e potencialidades para 
13 
 
todas as pessoas. Segundo Camargo (2001), apesar da audição, tato e olfato serem 
de grande importância para a observação e compreensão do mundo físico, é a visão 
que tende a dominar toda e qualquer atividade que se realize no ambiente escolar, 
mostrando sua importância no ensino e na aprendizagem. 
Por meio da visão a criança estabelece suas primeiras relações com 
o meio e percebe formas, tamanho, distância, posição e localização de objetos. A 
falta da visão poderá acarretar à criança grandes prejuízos se ela não for mediada 
em seu contato e interação com o mundo. Segundo GREGORY (1979), a visão é o 
único sentido capaz de unificar, estruturar e organizar todas as outras percepções 
em um todo significativo. 
É através da visão que o aluno perceba fatos próximos e distantes e 
assim possibilita que a partir desse sentido, organize as informações advindas dos 
outros sentidos, permitindo sua comunicação com o meio em que vive (Gil, 2000). 
De acordo com Benite e Pereira (2011), uma metodologia alternativa 
seria utilizar figuras e desenhos em alto relevo para privilegiar a representação visual 
nas explicações e também em exercícios, através de cartazes, histórias em 
quadrinhos e quebra-cabeças. É importante confeccionar um material pedagógico de 
fácil manuseio e aquisição para facilitar a aquisição de conhecimentos por parte dos 
alunos cegos no ensino das disciplinas e auxiliar os professores a ministrar os 
conteúdos de uma forma dinâmica, que favoreça o ensino-aprendizagem. 
Um aluno que nasceu cego ou perdeu sua visão prematuramente, 
até os 5 primeiros anos de vida, não conserva imagens visuais úteis para a 
aprendizagem - o que exige reorganização perceptiva que é tudo aquilo que 
percebemos pela visão e deve ser adquirido pelo tato, audição, olfato, sentido 
sinestésico e outros. 
A criança cega se relaciona com o ambiente por outros canais 
sensoriais, tendo uma imagem diferente das pessoas que enxergam ou daquelas 
que perderam a visão após a formação de conceitos visuais. O professor deve 
mediar essa leitura do ambiente em que ela está inserida para que possa 
compreendê-lo e não deve esquecer que é impossível imaginar o que seja uma 
imagem apenas auditiva, tátil ou olfativa de um objeto ou situação, por mais que se 
esforce. 
“A mediação da aprendizagem é uma das melhores propostas para o 
desenvolvimento de crianças com deficiência”. (Budel; Meier, 2012, p. 
95). 
14 
 
 
 
O glaucoma é uma doença causada por aumento da pressão 
intraocular que leva a lesões das fibras do nervo óptico e à perda de (acuidade) 
percepção do campo visual. Os sintomas mais frequentes são a dor intensa, a 
fotofobia,o olho buftálmico e azulado. Inicialmente há perda de campo visual 
periférico com a visão central preservada. Mais tarde, com a evolução da doença 
ocorre redução da sensibilidade de contraste, dificuldade de leitura e de locomoção, 
o campo visual torna-se tubular e pode ocorrer a cegueira total com a perda da visão 
central. 
Quem enxerga possui a imagem visual daquele objeto ou situação 
que tenta imaginar. (OCHAITÁ, 1992). Não é só na escola que se dá a 
aprendizagem. A língua oral é um exemplo disso, pois é adquirida e aprendida no 
meio social, sem nenhuma intenção para aprendizagem. 
 
(...) o aprendizado das crianças começa muito antes de elas 
frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual 
a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia. 
(VYGOTSKY, 1994: 110). 
 
 
A escola é um local importante para a aprendizagem intencional, 
uma vez que exige situações sociais específicas e instrumentos de mediação, mas é 
importante que os pais recebam orientações já na maternidade de como devem 
mediar à aprendizagem, a exploração e a compreensão do meio social que seu filho 
deficiente visual fará parte, amenizando, assim, possíveis limitações em seu 
desenvolvimento. 
Segundo Vygotsky as crianças com deficiências necessitam, apenas 
de peculiaridades metodológicas para chegarem ao pensamento abstrato. Para ele 
não há diferença no enfoque educativo da criança com deficiência e da criança 
considerada normal, ele considera ser função da educação, unir a criança deficiente 
ao seu meio social e criar a compensação de sua deficiência. 
A criança com deficiência visual, a falta de visão não é impedimento 
para que ela desenvolva domínios conceituais. Afirma que não serão 
os exercícios táteis que possibilitarão a construção das 
representações mentais: mais do que isto, é importante o 
estabelecimento de círculos estáveis de interação social, através dos 
quais os conceitos serão desenvolvidos. (VYGOTSKI, 1997, p. 230). 
 
15 
 
Segundo a lei da compensação, as crianças com deficiências 
poderão alcançar o desenvolvimento que necessitam por outros meios, por outras 
vias, ou seja, de um modo diferente. Assim, as crianças cegas e surdas aprendem 
tanto quanto as crianças normais, desde que seus professores conheçam suas 
particularidades no modo de aprender. Neste sentido, (VYGOTSKY, 1989, p.7) 
afirma que, “É a lei da transformação do menos da deficiência em mais da 
compensação que proporciona a chave para chegar a esta peculiaridade”. 
Vygotsky ressalta que o sentimento de inferioridade, causado pela 
deficiência, pode converter-se na principal força motriz do desenvolvimento psíquico. 
Pode ocorrer a supercompensação, transformando a deficiência em talento, 
capacidade e inteligência. O autor destaca como exemplo da contemporaneidade, a 
americana Helen Keller, a qual desafia suas deficiências e torna-se famosa escritora 
doutora em filosofia. 
Em seu livro Helen conta o desafio de sua professora Anne Sullivan 
ao tentar lhe ensinar a ver o mundo diante da escuridão de seus olhos. Cega, surda 
e muda desde os 18 meses de vida, este sim seria um grande desafio a professora. 
Anne se fazia vários questionamentos: Como explicar que terra é a terra? Que fome 
é vontade de comer? Como mostrar a árvore para alguém que não vê? Como 
ensinar a comer com garfos e facas? Como ensinar o que é o amor? 
Estas mesmas questões nos fazemos diante de um desafio 
semelhante, mas a exemplo de Anne Sullivan podemos demonstrar força de 
vontade, determinação e fé para que como Hellen que se formou com louvor, e foi à 
primeira aluna cega e surda a terminar um curso universitário, possamos também 
auxiliar nossos alunos. 
 
“O caráter não pode ser desenvolvido na calma e tranquilidade. 
Somente através da experiência de tentativas e sofrimentos a alma 
consegue ser fortalecida, a visão clareada, a ambição inspirada e o 
sucesso alcançado”. Helen Keller 
 
É importante que a criança cega possa sentir-se segura para passar 
de um nível cognitivo para outro mais elevado (OCHAITÁ, 1992). A passividade e a 
falta de curiosidade que demonstra podem estar relacionadas ao medo de se 
machucar e à falta de motivação para explorar o meio ambiente. A interação limitada 
16 
 
com o mundo pode ser causada por dificuldade na exploração do espaço que leva a 
um conhecimento pobre do ambiente (HILL at al., 1994). 
Quando ela se movimenta livremente tem mais oportunidade para 
compreender e internalizar os conceitos espaciais, motivo pelo qual pais e 
professores deverão estimular o aluno a estar sempre buscando e se envolvendo em 
novas situações que contribuam para o conhecimento de novos ambientes 
favorecendo assim, cada vez mais, a sua independência. 
Os alunos deficientes visuais devem desenvolver a formação de 
hábitos e de postura, destreza tátil, o sentido de orientação, o reconhecimento de 
desenhos, gráficos e maquetes em relevo dentre outras habilidades. As estratégias e 
as situações de aprendizagem devem valorizar o comportamento exploratório, a 
estimulação dos sentidos restantes, a iniciativa e a participação ativa. 
Para garantir a aprendizagem e a participação de todos os alunos, é 
necessário um trabalho colaborativo entre os professores, entre professores e pais, 
professores e especialista e entre os próprios alunos. 
 
“A inclusão não é somente para os alunos com deficiência, mas para 
todos os alunos, educadores, pais e membros da comunidade 
escolar” (Falvey e al. 1995, p.9). 
Uma sociedade justa e que dê oportunidade para todos, sem 
qualquer tipo de discriminação, começa na escola (MANTOAN, 1989). Na escola 
todos ganham, a partir da vivencia com a diferença. A inclusão permite aos que são 
discriminados seja por uma deficiência, classe social ou cor de pele que ocupem seu 
espaço na sociedade, direito este, garantido por lei. Quando o individuo passa pela 
experiência de conviver com alunos de inclusão ainda na infância, ao passo que vão 
crescendo não terão dificuldade em vencer os preconceitos! Já a pessoa inclusa se 
torna independente e terá uma vida em cidadania completa em todos os sentidos. 
Não é possível estar no mundo, e não considerar o lugar do outro, 
ele precisa ser valorizado no que é e no que pode vir a ser. Ao professor o maior 
ganho está em garantir a todos o direito à educação! 
 
“A tarefa do professor é preparar motivações para atividades 
culturais, num ambiente previamente organizado, e depois se abster 
de interferir.” (MONTESSORI, 1952). 
 
17 
 
Wallon fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que 
se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação 
do eu como pessoa. Segundo ele as emoções têm papel indispensável no 
desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos 
e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo 
importante e perceptível, porém estes são pouco estimulados pelos modelos 
tradicionais de ensino. 
Ensinar é uma tarefa que envolve o conhecimento sobre como se dá 
o processo de ensino/aprendizagem; compreende o domínio do conhecimento a ser 
ensinado; inclui competência técnico-pedagógica; o planejamento; a 
intencionalidade pedagógica e principalmente implica na competência para perceber 
e atender às especificidades educacionais dos alunos. 
Cabe ao professor adequar os métodos de ensino às capacidades 
dos alunos, ao conteúdo de cada disciplina e garantir a atividade dos estudantes. É 
importante que haja alteração entre o trabalho individual e o realizado em grupo, no 
trabalho individual, cada aluno deve enfrentar os desafios propostos utilizando-se de 
seus recursos, limites e possibilidades, já no trabalho em grupo os mesmos revelam 
suas capacidades intelectuais e sociais, ao longo do desenvolvimento da 
responsabilidade perante o coletivo e no auxílio aos demais colegas. 
Existem algumas estratégias pedagógicasque pode auxiliar neste 
processo de inclusão: Primeiro é preciso entender que o nível de visão do aluno com 
glaucoma flutua muito. Conhecer as alterações de campo visual que podem ser 
diferentes em cada olho e ajudar o aluno a compreender e buscar a melhor posição 
para o trabalho visual; Segundo estar atento quando ocorre perda de campo visual, 
mas a acuidade visual é preservada, utilizar auxílios não ópticos como materiais de 
alto contraste; Terceiro observar se além da perda de campo visual há baixa da 
acuidade visual, utiliza-se uma combinação de auxílios ópticos e não ópticos: 
materiais com alto contraste, lupas, óculos, sistemas telemicroscópicos para perto, e 
telelupas de baixa potência para longe; Quarta estratégia é compreender que em 
virtude das alterações de campo visual, nem sempre o material ampliado facilita a 
discriminação e a leitura. E por fim o quinto passo é utilizar porta-texto para maior 
conforto para a leitura. 
É importante resaltar que deve haver a preocupação por parte do 
professor com os conhecimentos os quais a criança deficiente visual vai lidar 
18 
 
preocupação com a interação com os colegas e professores, com o deslocamento 
da criança pela sala de aula, pela escola, no relacionamento com as famílias, com a 
proposta pedagógica, com a formação dos professores. A escola deve ter materiais 
diversos que estimulem a percepção do aluno cego e também dos outros alunos, por 
meio de exercícios ou trabalhos comuns. 
 
“Quanto mais ricas são as experiências humanas, tanto maior será o 
material de que dispõe essa imaginação.” (VIGOTSKI, L. S.). 
 
 
 
Na escola inclusão é trabalhar em conjunto, dividir os desafios e 
compartilhar práticas e atividades bem sucedidas; É planejar e fazer adaptações 
necessárias das atividades considerando o grau de dificuldade dos alunos em 
relação à tarefa proposta; É compreender que todos os alunos são diferentes, e que 
suas experiências prévias proporcionam a construção de saberes e resultados 
pedagógicos singulares, que não poderão ser desconsiderados no 
acompanhamento e registro do desempenho escolar de cada aluno em relação às 
metas propostas para o grupo; é comemorar cada vitória, cada avanço de seu aluno; 
É usar de criatividade, buscar alternativas que despertem o interesse e a curiosidade 
de todos 
os alunos, trabalhar com materiais variados como: jogos, brinquedos, atividades; 
Reconhecer que, em sala de aula, o aluno não é um simples espectador, mas um 
participante ativo na construção do conhecimento. 
O objetivo principal da educação do cego não consiste em 
desenvolver, ou reforçar ao máximo os outros sentidos, não está na compensação 
direta da visão ausente, mas consiste em promover a criança cega através da 
linguagem, às experiências sociais dos videntes. 
 
Quem acredita que pode fazer a diferença na vida de uma criança 
com deficiência cria, inventa, dedica tempo, investe energia, planeja, 
replaneja, estuda e.. Faz a diferença! 
 
 
 
 
19 
 
3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO 
3.1Tema e linha de pesquisa 
O presente projeto leva o tema de Deficiência Visual- As 
Dificuldades e Superação do Deficiente Visual Nos Espaços Escolares. Um tema 
atual e pouco conhecido pela população, porém muito vivo e presente em 
instituições de ensino fundamental devido ao número expressivo de casos em 
escolas de anos iniciais. Tem a ver com o desejo de fazer a diferença na vida do 
educando, e aplicar os conteúdos e experiências vividos ao longo do curso de 
Licenciatura em Pedagogia. Será abordada a linha de Gestão Escolar a fim de 
orientar o professor em relação ao atendimento este aluno. 
 
3.2 Justificativa 
Diante da realidade de inclusão do deficiente visual, equipe 
pedagógica e professores tem a sua frente o desafio de ensinar, socializar, 
alfabetizar, desenvolver de maneira integral o aluno cego. A escola precisa de 
adaptações físicas, psicológicas, precisa ser reorganizada em diversos itens, munir-
se de materiais adequados a fim de favorecer o processo de inclusão e 
desenvolvimento deste educando. A escolha do tema partiu de experiências vividas 
nos últimos meses, em uma escola de ensino fundamental. O desafio de atender um 
aluno cego pode ser superado à medida que buscamos informações, e formação 
específica. Com amor ao trabalho, dedicação e esforço, podemos alcançar a 
superação tanto nossa quanto de nossos alunos. 
 
3.3 Problematização 
Pensar em inclusão do deficiente visual, nos remete a um turbilhão de 
pensamentos, sentimentos e ações. Acabamos por nos fazer vários 
questionamentos, como por exemplo: Que tipo de treinamento específico é preciso 
ter, para lidar com aquele aluno? Como ensiná-lo sem esquecer os demais alunos? 
Que metodologias são mais eficientes e adequadas? Como alfabetizar o deficiente 
visual? Que tipo de avaliação se pode utilizar? E o psicológico deste aluno e dos 
20 
 
demais, como trabalhar? Existem materiais específicos a serem utilizados nestes 
casos? Em fim diante de destas e de tantas outras questões nos vem o desejo de 
buscar meios para respondê-las. 
 
3.4 Objetivos 
_ Empregar meios humanos e materiais a fim de orientar o Educador, e oferecer ao 
educando portador de Deficiência Visual uma proposta educativa de qualidade, que 
auxilie no seu desenvolvimento integral; 
_ Proporcionar materiais diversos para auxiliar o professor no ensino/aprendizagem 
das disciplinas escolares; 
_ Orientar os alunos nas disciplinas em que as limitações visuais acarretem 
dificuldades específicas, especificamente no momento em que a visão se faz 
necessária durante o desenvolvimento das disciplinas de Educação Física, Ciências, 
Português, Matemática, Geografia. 
 
3.5 Conteúdos 
_ Português; Prática de leitura, escrita e oralidade – Formação de Pequenas 
Palavras. 
_ Matemática; Números naturais, Formas Geométricas, Medida de Tempo. 
_ Geografia; Elementos da Paisagem Natural, A Escola. 
_ História; Família; Minha Casa. 
_ Educação física; Movimento e Lateralidade. 
 
3.6 Processos de desenvolvimento 
A partir da orientação da pedagoga será confeccionado uma série de 
materiais didáticos com um relevo perceptível e de diferentes texturas, (liso e 
áspero, fino e espesso etc.), afim de destacar as partes componentes. Materiais 
como letras, números, formas geométricas, elementos que compõem a natureza, 
planta baixa da escola e de uma casa. Estes materiais adaptados serão necessários 
para o desenvolvimento tátil do aluno durante as aulas. Para tanto utilizaremos 
21 
 
sulfite 180, EVA, cola quente, areia, talco, pedra, botões e grãos diversos. Em 
seguida será designado um professor de apoio para acompanhar este aluno durante 
as aulas. Durante o horário de permanência os professores regentes e coregentes 
terão orientações específicas de um profissional especializado a cerca do assunto. 
Em sala de aula o educando sentará em local estratégico onde o mesmo terá acesso 
a porta e possa ouvir com clareza as orientações do professor, e ainda ser ouvido e 
observado pelo mesmo. Para inseri-lo no mundo da alfabetização apresentaremos 
de início o alfabeto e números móveis de EVA, e relacionaremos com nome de 
objetos e pessoas importantes para o mesmo, faremos ainda a associação da 
escrita ao sistema Braille, a escrita e a oralidade devem fazer parte permanente do 
desenvolvimento em todas as disciplinas. Na apresentação de formas geométricas, 
elementos da paisagem natural, escola, casa e família os textos referentes serão 
previamente transcritos para o Braille, as atividades escritas no quadro negro devem 
ser lidas e explicadas de maneira clara, facilitando assim a cópia realizada pelo 
aluno no sistema Braille. Todos os elementos que compõem as aulas serão 
exemplificados através de figuras em EVA, desenhos em alto relevo feito com cola 
quente ou cola colorida, e colagem de texturas variadas. Para a contação dehistórias é importante levar animais, bonecos e objetos próximos do mencionado na 
história, facilitando assim a compreensão do aluno por meio do áudio e percepção 
tátil. Nas brincadeiras e aulas práticas como Educação Física o aluno deve ser 
conduzido pelo espaço que se dará a atividade para assim fazer um reconhecimento 
da área seja ela sala de aula, pátio ou quadra. Durante as atividades o educando 
deverá ser orientado, verbalmente, pelo professor, que usará expressões como 
"direita" e "esquerda", além de avisar sobre possíveis obstáculos no trajeto, é 
importante que os materiais como bola, bambolê e corda tenham um objeto sonoro 
como, por exemplo sino ou chocalho, quando a atividade for de pegar ou colar, os 
demais alunos deverão bater palma orientando assim o aluno deficiente visual. 
 
3.7 Tempo para a realização do projeto 
CRONOGRAMA 
Tempo de atividades iniciais: 24 horas aula – 3 dias 
_ Confecção de matérias: 16 horas 
22 
 
_ Treinamento de Professores: 8 horas 
 _ Avaliação das atividades realizadas em sala de aula e desenvolvimento do aluno 
será: Bimestral 
_ O restante do projeto será na linha de orientação durante as aulas, portanto será 
continuo até o fim do ano letivo. 
 
3.8 Recursos humanos e materiais 
Professor de apoio; prancheta; reglete; punção; soroban; máquina de 
escrever em Braille; textos transcritos no Sistema Braille; materiais de diferentes 
texturas e tamanhos; cola quente; papel sulfite 180; cola colorida; EVA; tesoura; 
cola; bola sonora, corda, bambolê computador com programas NVDA e DOSVOX. 
 
3.9 Avaliação 
A avaliação ocorrerá de forma contínua, mediante observação primeiramente, 
da participação e integração dos alunos, por meio do envolvimento nas atividades 
propostas pelos professores, compreensão e aplicação das atividades e através de 
textos e atividades transcritas para o Braille, e desempenho dos mesmos. 
 
 
23 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Ao término da pesquisa foi possível observar que a questão de 
inclusão abrange inúmeros pontos positivos entre os quais estão; a convivência 
social, o respeito às diferenças, o desenvolvimento integral dos alunos com 
deficiências entre outros. Amenizando assim a visão de incapacidade que muitas 
vezes lhes é atribuída. As atividades de interação, oral e escrita quando adaptadas 
auxiliam de maneira satisfatória no desenvolvimento do educando promovem o 
trabalho cooperativo entre alunos com deficiências visuais e normovisuais. 
O papel de gestor escolar é fundamental na instituição, o pedagogo 
precisa buscar e orientar todos da comunidade escolar em especial sobre a questão 
de inclusão. É sua função buscar meios para auxiliar tanto professor quanto alunos 
durante este processo, para que assim possam desenvolver efetivas práticas 
pedagógicas e uteis a inclusão, e assessorar o professor na resolução de problemas 
do cotidiano em sala de aula, criando alternativas que possam beneficiar a todos. 
Ao professor cabe à função de utilizar currículos e metodologias 
flexíveis, levando em conta a singularidade de cada aluno, respeitando seus 
interesses, suas ideias, capacidades e limitações, levando-os a desenvolver 
qualquer ação pedagógica que lhes sejam apresentadas. 
O ensino escolar direcionado ao deficiente visual deve ser repleto de 
experiências positivas, de trocas e interações que lhe permitam desenvolver seu 
potencial e superar a deficiência, conquistando sua autonomia, independência e por 
consequência alcançar sua emancipação humana. 
 
 
 
24 
 
REFERÊNCIAS 
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pela visão. Química nova na escola, vol. 33, n 1, fev. 2011, páginas 47 a 56. 
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2000. CAMARGO, E. P. Ensino de Física e Deficiência Visual - Dez Anos de 
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GREGORY, R.L. Olho e Cérebro: psicologia da visão. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. 
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HUERTAS, J. A.; OCHAITA, E. Diferentes procedimientos de externalización de la 
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27 
 
ANEXOS 
ANEXO A – Exemplo de Atividades em Braille, ou Em Alto Relevo, algumas com 
resposta oral. 
Matemática= Quantidade 
 
Formas Geométricas 
 
28 
 
Português= Família Silábica x Escrita de Pequenas Palavras 
 
 
Ciências 
 
 
29 
 
 
Geografia

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