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25
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER
PATRÍCIA KUNTZ QUEVEDO 
O ENSINO DAS ARTE VISUAIS PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA MENTAL
PANANBI
2018
PATRÍCIA KUNTZ QUEVEDO
O ENSINO DAS ARTE VISUAIS PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA MENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Internacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Artes Visuais
Orientador: Vanessa Lago Sari
PANANBI
2018
PATRÍCIA KUNTZ QUEVEDO
O ENSINO DAS ARTE VISUAIS PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA MENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Internacional, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Artes Visuais
BANCA EXAMINADORA
Prof.
Prof.
Prof.
Dedico este trabalho a todas as pessoas que estiveram presentes na minha vida durante essa graduação.
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a todos que me deram força e incentivo durante essa graduação.
RESUMO
A presente pesquisa aborda o ensino de artes visuais nas escolas de educação especial e as práticas pedagógicas na educação inclusiva, ressalta a importância que a arte tem na vida destes educandos e o direito de uma educação de qualidade. A arte tem a sua importância na formação do ser humano, contribuindo para que possam conhecer a si próprios, visto que neste contexto, a música, a dança e o teatro estão inseridos como forma de sensibilizar e integrar. No decorrer desta pesquisa conheceremos alguns conceitos de deficiência e educação inclusiva no ensino, seus desafios, além de explorarmos, embasado nos autores referenciados, alternativas para a problemática exposta. Foi possível concluir que deve-se sempre incentivar e acreditar na capacidade e absolvição de conhecimentos, dos alunos, mostrando que independente da sua deficiência seja ela física ou mental, de que é capaz de aprender a aprender e se revelar através de sua concepção cognitiva mesmo com sua deficiência estimulá-lo a acreditar em si mesmo, dentro dessa concepção ele vai poder compartilhar suas experiências e passar adiante para os demais.
Palavras-chave: Arte. Inclusão. Deficiente Mental.
ABSTRACT
The present research deals with the teaching of visual arts in special education schools and pedagogical practices in inclusive education, emphasizes the importance that art has in the lives of these students and the right to a quality education. The art has its importance in the formation of the human being, contributing so that they can know themselves, since in this context, music, dance and theater are inserted as a way of sensitizing and integrating. In the course of this research we will know some concepts of disability and inclusive education in teaching, its challenges, besides exploring, based on the referenced authors, alternatives to the exposed problem. It was possible to conclude that one should always encourage and believe in the ability and acquittal of knowledge of the students, showing that regardless of their physical or mental disability, they are able to learn to learn and reveal themselves through their cognitive conception with his disability encourage him to believe in himself, within that conception he will be able to share his experiences and pass on to others.
Keywords: Art. Inclusion. Mentally retarded
4
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	9
2.	metodologia	11
3.	a deficiência mental	12
3.1 	IMPORTÂNCIA DA ARTE PARA DEFICIENTES MENTAIS	16
4.	O PROFESSOR E A INCLUSÃO	20
5.	O ENSINO DA ARTE	27
5.1 	O PROCESSO ARTÍSTICO	29
6.	CONsiderações finais	31
REFERÊNCIAS	32
1. INTRODUÇÃO
O tema desse trabalho é o ensino de artes visuais para crianças com deficiência mental, no ensino fundamental e qual a sua contribuição da arte visual para a formação motora e intelectual do aluno. A teoria e a prática sobre inclusão trazem um desafio constante para todos os professores, pois envolvem não somente a opinião política e ética relacionada à inclusão, mas também pontos de vista pessoais e sociais. O direito de cada criança à educação é proclamado na Declaração Universal de Direitos Humanos e foi fortemente reconfirmado pela Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Qualquer pessoa portadora de deficiência têm o direito de expressar seus desejos com relação à sua educação, e do modo como esta possa ser realizada.
O movimento de inclusão garante a igualdade e o direito de todas as pessoas deficientes à educação. Toda escola deveria acomodar qualquer criança independente de suas condições ou limitações. Ou seja, toda pessoa portadora de deficiência têm o direito de frequentar as salas de aula regulares. Esse movimento modifica não somente a criança inserida, como todo o contexto que a recebe. Pois demonstra que em nossa sociedade há uma diferença social. Que não somos todos iguais, que cada um possui suas limitações e capacidades. Assim a problematização desse trabalho é como as artes visuais podem auxiliar o aluno com deficiência mental em seu processo de ensino-aprendizagem?
O objetivo geral desse trabalho é identificar como se é dada a inclusão dos aluno com deficiência mental nas aulas de artes visuais, sendo os objetivos específicos: compreender a deficiência mental e seus aspectos, analisar a inclusão escolar e por fim entender a contribuição das artes visuais no processo de ensino-aprendizagem de alunos portadores de deficiência mental.
Este tema justifica-se, pois, percebeu-se que o aluno inserido precisa, muitas vezes, cuidados, atenção e até mesmo metodologia de ensino adequada às suas necessidades. Dependendo da deficiência, o aluno encontra dificuldades ou não consegue realizar as atividades propostas pelo professor, e geralmente não consegue acompanhar o ritmo dos demais alunos. É necessário não somente o rompimento de modelos já existentes, mas promover o respeito às diferenças. É necessário que todos contribuam de modo significativo para este processo, mesmo diante dos questionamentos que afligem a maioria da comunidade escolar que receberam ou estão prestes a receber um portador de necessidades especiais.
A LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional 9394/96) destaca também um novo conceito de deficiência, além de esclarecer a diferença e a caracterização entre deficiência física e mental, descrever a arte-educação especial no contexto escolar inclusivo e o atendimento educacional especializado. Entretanto, se o professor de artes não dispuser do embasamento específico acerca da natureza das deficiências de seus alunos, sobre os modos de promover a sua participação plena e o aprendizado dos conteúdos específicos da sua área, irá trazer para a sua prática o senso comum e, provavelmente, também os estereótipos que a sociedade precisa justamente combater.
2. metodologia
A metodologia adotada para este estudo foi a revisão integrativa da literatura, sendo este, um método que tem a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um delimitado tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento do tema investigado, permitindo também, a síntese de múltiplos estudos publicados e possibilita conclusões gerais a respeito de uma particular área de estudo. A fonte para a coleta de dados foi a Biblioteca Virtual, acessada via internet, com os descritores: arte, inclusão e deficiente mental.
As informações foram organizadas e sumarizadas de maneira concisa, formando um banco de dados de fácil acesso e manejo. As informações abrangeram a amostra do estudo (sujeito), os objetivos, a metodologia empregada, resultados e as principais conclusões de cada estudo.
Para garantir a validade da revisão, os estudos selecionados foram analisados detalhadamente. A análise foi realizada de forma crítica, procurando explicações para os resultados diferentes ou conflitantes nos diferentes estudos. Dentre as abordagens, optou-se para a aplicação de análises estatísticas; a listagem de fatores que mostram um efeito na variável em questão ao longo dosestudos; a escolha ou exclusão de estudos frente ao delineamento da pesquisa.
3. a deficiência mental
Para uma inclusão educacional de qualidade, é preciso que todos tenham acesso e condições para permanência. Para que a educação inclusiva se efetive faz se necessário um repensar do sistema educacional em suas estruturas físicas e pedagógicas, ou seja, o currículo, as metodologias, os recursos didáticos, enfim, repensar as políticas educacionais, para que estas venham a atender as demandas dos educandos, da escola e famílias.
De acordo com Pessotti (1984), na era pré-cristã não existia atendimento, as pessoas portadoras de deficiências, estas eram abandonadas, perseguidas ou eliminadas, representavam fardos, principalmente para a situação da sociedade da época, ao fugir de predadores, por exemplo, os mais “fracos” ou em condições físicas mais debilitadas ficavam pra traz. Mais adiante na era cristã, o tratamento a essas pessoas começou a mudar a visão, tal visão ficava entre caridade ou castigo.
Segundo Mazzotta (2001) no século XVII, não havia, ainda, base científica e o olhar para as deficiências ficou entre misticismo e ocultismo. Sem conhecimento muitas pessoas portadoras de deficiências eram marginalizadas e excluídas da sociedade. 
Um marco importante a ser considerado foi a Declaração de Salamanca de 1994, nela ficam claros alguns princípios como: independente das diferenças, a educação é direito de todo sem distinção; toda a criança que possui dificuldade de aprendizagem pode ser considerada com necessidades educativas especiais; a escola deve se adaptar ao aluno e não o aluno à escola; o ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças (UNESCO, 1994). 
Toda pessoa que possui deficiência tem os mesmos direitos que qualquer ser humano tem, mesmo com sua limitação corporal ou mental, merece todo respeito carinho e atenção, muitas não sentam, não sabem como se comunicar, usam uma linguagem gestual e através do olhar para não viverem no mundo do anonimato. Mas com muita luta e perseverança o contexto da história comprova que hoje já vivem inseridos em sociedade.
A Constituição Federal (1988) apresenta referência sobre inclusão, em capítulo II, seção I e artigo 205, que cita a educação como sendo um direito de todos, “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade...” e no artigo 208, ela também prevê o atendimento educacional especializado e a inclusão escolar, fundamentada na atenção à diversidade, exigindo mudanças estruturais nas escolas comuns e especiais, “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. 
A política educacional para o atendimento de pessoas com deficiência foi evoluindo no decorrer dos anos, mas a passos lentos, após a promulgação da Constituição Federal (1988), as discussões foram ganhando forças vindas a se culminar na formulação de uma nova Lei de Diretrizes e Bases, surgindo então a nova LDB, nº 9394/96 que dá atenção ao ensino especial. A lei tem como premissa básica a educação em caráter primordial e necessário ao desenvolvimento humano, e considera a educação especial como parte integrante da educação geral, sendo diferenciada apenas pelo contexto do aluno por apresentar métodos e medidas especiais para atendimento. 
A deficiência mental pode ser dividida em níveis psicométricos, conforme o CID _10 (993, p.90), os indivíduos levemente deficientes ( QI 55 a 70), este podem adquirir e usar linguagem, conseguindo assim a independência em atividades do cotidiano como, comer, lavar-se, vestir-se. 
Conforme discorre Antunes (2001), os deficientes mentais do nível moderado (QI 40 a 55), os quais têm mais dificuldades de se apropriar da linguagem oral, escrita e de cálculos. Estas pessoas têm dificuldades nas atividades mais simples do cotidiano, precisando assim de maior atenção, pois necessitam de mais tempo e dedicação para aprender. 
Para os deficientes do nível mental séria, (QI 25 a 40), para estes indivíduos a comunicação nos primeiros anos é pouca ou nada, quando adultos normalmente necessitam de supervisão de outras pessoas. E por último os que possuem deficiência mental profunda (QI abaixo de 25), os portadores deste nível apresentam graves problemas de locomoção e de comunicação, são dependentes dos outros para quase todas as atividades de rotina. (FONSECA, 2002)
Toda pessoa tem direito a uma educação de qualidade, tendo esta ou seus familiares o direito de escolher a modalidade de ensino escolher, seja ela em classe especial ou inclusiva na rede regular de ensino. As crianças que apresentam algum tipo de deficiência necessitam de atendimento e metodologias diferenciadas, estas mudanças vão de estruturas físicas á pedagógicas, estas devem oferecer subsídios para que os profissionais ofereçam um atendimento com qualidade. 
Fonseca (2002) reafirma esta preocupação dizendo que são necessárias mudanças que vão além das estruturas físicas; enfatiza a importância de profissionais bem formados e em constantes estudos, metodologias adequadas, reestruturação e reorganização de seu currículo, enfim, é necessária uma reforma nas políticas educacionais de maneira geral. Mittler (2003) reafirma tal preocupação dizendo: 
No campo da educação, a inclusão envolve um processo de reforma	e de reestruturação das escolas como um todo, com objetivo de assegurar que todos os alunos tenham acesso a todas as gamas de oportunidades educacionais e sociais oferecidas pela escola 	(MITTLER, 2003 p.25). 
A afirmação de Mittler (2003) enfatiza que se não houver um repensar da escola e das políticas educacionais, muitos alunos ficarão à margem da educação e da sociedade. Os professores devem adotar outras atitudes e metodologias que possibilitem o aprendizado a todos. Portanto, não basta oportunizar o ingresso, mas sim oferecer condições para que permaneçam e tenham acesso a um ensino de qualidade. 
Ao falar sobre deficiência o que se tem é que o sujeito é condicionado a isso, a deficiência passa a ser uma condição aos olhos da sociedade e as outras características que esse indivíduo possui acabam sendo desconsideradas, ou seja, desconsidera-se o sujeito e o aprisiona nessa condição de deficiente. É preciso observar que existe mais do que a deficiência, esse sujeito possui desejos, medos, vontades, entre outras coisas, que não devem ser desconsideradas até porque fazem parte da sua formação humana (NUNES; SAIA; TAVARES, 2015).
O processo de formação docente não pode focar apenas em cursos eventuais, é preciso que os cursos sejam contínuos, que capacitem, supervisionem e avaliem de forma integral. É necessário que o professor em seus cursos consiga avaliar sua prática como um todo, buscando aprimorar suas técnicas e ações dentro da sala de aula (SANT'ANA, 2005).
Para fazer frente a essa realidade, as universidades precisam ser capazes de formar dois tipos de educadores: professores do ensino regular que sejam capacitados com um mínimo de conhecimento e prática sobre o aluna do diversificado, contemplados nas licenciaturas em geral; e professores “especializados” nas diferentes necessidades educacionais especiais, a nível de especialização ou complementação, por meio de habilitações nas faculdades ou departamentos de Educação (GLAT e PLETSCH, p. 03, 2004).
Entretanto, ao dividir os alunos entre normais e deficientes, o ensino em regular e especial, e tornando professores especialistas em diversas necessidades especiais, reafirma-se mais a visão mecanicista, determinada, que ignora a subjetividade de cada indivíduo, impossibilitando a mudança no modelo escolar que busca a inclusão (SILVA; CARVALHO, 2017). 
Ao pensar em uma proposta de escola inclusiva, é preciso lembrar que a escola precisar ser pensada para cada aluno, ou seja, atender as demandas de cada aluno, de acordo com suas necessidades, dificuldades e capacidades, utilizando-se de recursos e métodos que auxiliem em seu aprendizado e desenvolvimento (SILVA; CARVALHO,2017). 
Segundo Carvalho (2004, p.38):
Deficiência- é qualquer perda de função psicológica, fisiológica ou anatômica. Tem como características: anormalidades temporárias ou permanentes em membros, órgãos, ou outra estrutura do corpo, inclusive os sistemas próprios da função mental. Servem como exemplos, sob a ótica orgânica, a perda da capacidade de ver, ouvir, andar, decorrentes de deficiências visuais, auditivas e motoras, respectivamente. 
Os deficientes são muito dependentes, mesmo até para se comunicarem, mas não é por isso que vão ficar no desleixo sem direito a educação. Com a Declaração de Salamanca e linha de Ação “necessidades especiais” declara a todas as pessoas decorrentes de capacidades ou de dificuldade de aprendizagem.
Existem algumas discussões e dúvidas sobre a definição do termo deficiência intelectual/mental, muitos autores ainda estão fundamentados no termo mental, que para vários estudiosos, definem doença de diagnóstico psiquiátrico. Mas há os que definem deficiência intelectual um déficit cognitivo inferior à média , uma falha no do SNC(Sistema Nervoso Central).
A pessoa com deficiência mental é muito dependente de outra que possa ajudá-la a seguir com a sua rotina, tanto em sociedade como na vida privada, tudo está centrado na sua limitação que unem suas habilidades sensório motoras, dependendo do grau da deficiência pode ser caracterizada como sem incapacidade total de autonomia.
Conforme Nunes (2015, p.42) a definição mais atual e adotada no Brasil, é a construída pela AAMR ( Associação Americana de Deficiência Mental),que nos diz que deficiência mental é quando a pessoa possui:
Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhada de limitações significativas do funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades; comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recurso comunitários, autossuficiência habilidades acadêmicas, trabalho, laser, saúde e segurança.
De acordo com tais características sejam agudas, moderada ou severa. Os recurso devem ser compartilhados com as limitações e a faixa etária de cada um, algumas atitudes devem ser tomadas, como adaptações de alguns materiais próprios para facilitar o convívio em sociedade.
 Segundo Mantoan (2006) o aluno com deficiência intelectual tem dificuldades de construir conhecimento como os demais e de demonstrar a sua capacidade cognitiva. O professor tem que estar preparado para atender esse aluno com um contexto que ele possa participar, diversificando suas metodologias de ensino. A inclusão não pode ser confundida com integração,. A escola tem que se organizar, para que não haja exclusão do próprio aluno, sentindo-se incapaz, a tendência é a do próprio isolamento. 
3.1 IMPORTÂNCIA DA ARTE PARA DEFICIENTES MENTAIS
Segundo Barbosa (2004) não é possível o desenvolvimento de uma cultura sem o desenvolvimento de suas formas artísticas. Não é possível uma educação intelectual, formal ou informal, de elite ou popular, sem arte, porque é impossível o desenvolvimento integral da inteligência sem o desenvolvimento do pensamento divergente, do pensamento visual e do conhecimento presentacional que caracteriza a arte, atividade artística consiste propriamente no “formar”, isto é, exatamente num executar, produzir e realizar, que é, ao mesmo tempo, inventar, figurar, descobrir”. A arte sempre exerceu um papel importantíssimo na educação e na socialização do indivíduo, sendo assim, as discussões e reflexões a respeito da Arte podem ser identificadas nos documentos nacionais.
Desde o início da história da humanidade a Arte sempre esteve presente em praticamente todas as formações culturais. O homem que desenhou um bisão numa caverna pré-histórica teve que aprender, de algum modo, seu ofício. E, da mesma maneira, ensinou para alguém o que aprendeu. Assim, o ensino e a aprendizagem da Arte fazem parte, de acordo com normas e valores estabelecidos em cada ambiente cultural, do conhecimento que envolve a produção artística em todos os tempos. (ANTUNES,2001)
Costa (2000) ressalta a importância de trabalhar a Arte junto a crianças com deficiência, no sentido de promover a motivação e a criatividade, contribuindo para a construção de sujeitos mais sensíveis, prontos para descobrir suas habilidades e talentos. Para tanto, o autor apontou a necessidade de oferecer um trabalho em Arte que possibilite à criança expressar-se livremente, sem oferecer atividades prontas, viabilizando a expressão do seu mundo interior e de sua personalidade.
Nesse sentido a sala de aula passa a ser um espaço de criação para alunos, professores e sociedade, e é através da arte, que estes criam soluções para diversos problemas enfrentados pelas dificuldades impostas por sua deficiência, rompendo limites. Através dessa criação, o educador colhe informações pessoais de cada aluno, facilitando assim, o diálogo recíproco. (MASINI,1994)
As práticas escolares inclusivas devem acontecer de forma que os alunos aprendam de acordo com a sua capacidade cognitiva, física e mental, ou seja, um ensino para todos e não um ensino adaptado para alguns. O ensino escolar é coletivo, a partir de um único currículo, que quando contextualizado a partir de experiências dos alunos, valorizam e reconhecem os alunos em suas peculiaridades de etnia, gênero e cultura.
Lowenfeld (1977) cita que a Arte para a criança representa a forma de expressão mais natural, pressupondo que através da livre expressão proporcionada pelas Artes Visuais é possível conhecer pensamentos, desejos, fantasias, medos e ansiedades das crianças. Segundo o autor, a criança tem seu próprio mundo, suas necessidades internas e, muitas vezes, não sabe como lidar com ela. Nesse sentido, a Arte é o canal pelo qual a criança exterioriza esses sentimentos.
Como educador há que se ter cuidado na identificação dos alunos com dificuldades, de forma a evitar preconceito e discriminação. Muitos deles são rotulados como crianças problemáticas devido às expectativas irrealistas dos educadores. 
O papel desse educador deve ser de mediador na construção de relações de identidade sociocultural com relação ao aluno, não excedendo os limites do aluno. Esta interação costuma ser de muito conflito, negação, exclusão e aceitação do outro, devido a um processo cultural na formação do eu. 
Em relação ao ensino das artes visuais que são manifestações artísticas expressadas através do desenho, da pintura, da gravura e artes gráficas, vídeo, cinema, televisão, grafite e animação podendo ser aplicadas dentro de sala de aula através das diferentes linguagens e sendo submetida ao conjunto de valores sociais do cotidiano, cria sentidos e maneiras para superar as dificuldades do convívio social através de imaginação criadora do indivíduo.
Dessa forma este ensino abre lacunas para o processo de ensino-aprendizagem através de medidas em que representa uma dimensão relevante da equidade de oferta de oportunidades de educação com qualidade. Através deste processo, o ensino das artes proporciona uma ampla visão e compreensão do mundo tendo como resultado a melhoria do rendimento escolar para o deficiente visual.
Para Martins (2000) , a experimentação e o fazer artístico proporciona ao aluno com deficiência, uma inserção no meio social, pois a arte se relaciona com o processo educacional de forma dinâmica e a sua história está impregnada por concepções teóricas que revelam modos de compreender o homem e o mundo. Na linguagem da arte, há criação, construção, invenção e por meio dela, forma, transforma a matéria oferecida pelo mundo da natureza e da cultura em algo significativo. Vários caminhos são percorridos, várias soluções são experimentadas, num processo de ir e vir, um fazer/construir lúdico-estético. 
Nas aulas de arte objetiva-se a interação da criança com deficiência com o campo da arte, o seu contato direto com ela, que segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais envolve a experiência de fazer e fruir formas artísticas e a experiência de refletir sobrea arte como objetivo de conhecimento. 
Durante o processo do ato criador, são postos em cena os elementos conhecidos pelo sujeito e ao criar, ele os transforma em algo novo que adquire significado na obra produzida e reconstrói a forma, dando-lhe um novo significado. Ao imaginar, o sujeito utiliza sua capacidade de construir imagens mentais; quando produz a imagem, utiliza uma linguagem como suporte para inventar determinada forma, e esse processo seja em papel, em tela, madeira ou argila, etc. requer o desenvolvimento de conhecimentos específicos sobre como fazer. No caso da pessoa com deficiência visual, esse ato criativo aciona outras áreas do cérebro e assim consequentemente do corpo gerando neuroplasticidade, ou seja, o ato de reproduzir, criar de formas diferentes. 
4. O PROFESSOR E A INCLUSÃO
É preciso refletir sobre a formação dos educadores, uma vez que ela não é para preparar alguém para a diversidade, mas para a inclusão e o acolhimento; porque a inclusão não traz respostas prontas, não é uma “multi” habilitação para atender a todas as dificuldades possíveis na sala de aula, mas uma formação na qual o educador olhará seu aluno de um outro modo, tendo assim acesso as peculiaridades dele, entendendo e buscando o apoio necessário.
Durante muito tempo a educação especial foi vista como uma educação para a adaptação em sociedade, substituindo ao ensino comum, para que essa adaptação fosse efetivada era necessária a criação de instituições especializadas em atendimento de pessoas portadoras de necessidades especiais.
	Essas instituições determinavam as formas de atendimento clínico terapêutico de acordo com os diagnósticos, para assim se estabelecer as práticas escolares adequadas para a deficiência de cada aluno.
	O atendimento as pessoas portadoras de necessidades especiais no Brasil, teve inicio no período Imperial com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant (IBC), e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, atual Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES), ambos no Rio de Janeiro, além disso, nesse período havia a roda dos expostos que era um local, normalmente em conventos, onde as crianças indesejáveis eram colocadas para adoção, para serem criados, os portadores de necessidades quase nunca eram adotados e acabavam sendo criados nesses locais.
Somente no século XX que se iniciam os movimentos de solicitações para atendimento dessas crianças, assim numa breve história no documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007.
O desenvolvimento educacional de acordo com o aspecto inclusivo é, atualmente, uma concepção global. Porém, esta concepção de Educação Inclusiva (EI), quando utilizada em nações com padrões distintos e em distintas fases de desenvolvimento de seus sistemas educacionais, admite conceitos bastante diversos. Diversos do contexto e na definição. 
	Em relação ao contexto, existem nações onde a expressão “Educação Inclusiva” se utiliza na inclusão dos estudantes deficientes na instituição escolar regular. Em outras nações, porém, a Educação Inclusiva possui um contexto bem mais abrangente, incluindo atividades que auxiliam todos os estudantes que, em qualquer período de sua trajetória escolar, apresentam dificuldades em sua aprendizagem. A definição de Ensino Inclusivo também varia. Há definições que destacam a relação com a comunidade, outros que evidenciam a aprendizagem em conjunto e outros que consideram a EI como uma reprovação do fracasso e da evasão escolar, motivando a escola mundial não discriminatório (WILSON, 2000).
Dessa forma, é necessário começar um trabalho que mencione a EI esclarecendo sua definição. Para Tessaro (2005, p. 35),
Um modelo educacional que promove a educação conjunta de todos os alunos, independentemente das suas capacidades ou estatuto socioeconómico. A EI tem por objetivo alterar as práticas tradicionais, removendo barreiras à aprendizagem e valorizando as singularidades dos alunos.
Pessoti (1984) enfatiza que a inclusão escolar teve início na década de 80. Essa temática começou a se projetar quando um maior número de alunos portadores de necessidades especiais passou a frequentar as classes regulares, intensificando a necessidade de educar alunos com deficiência no ensino regular. Crianças em idade escolar com algum tipo de deficiência e que não tinham acesso à educação deixou as escolas especiais e começaram a buscar vagas no ensino regular.
Nos anos 90, a ideia de integração escolar total para todos os alunos se torna popularmente conhecida. Neste momento surge o modelo de inclusão, que propõe que as escolas de ensino regular respondam às necessidades pedagógicas de cada aluno O termo inclusão define que todas as crianças necessitam estar incluídas no processo educacional e social. A inclusão não se reporta a colocar as crianças nas classes de ensino regular, mas transformar o contexto para tornar mais acessível de acordo com a necessidade de cada criança. (CARVALHO, 2004)
Segundo Mantoan (2006) a inclusão escolar esta interligada a movimentos sociais, que buscam igualdades e justiça no acesso a bens e serviços pelas crianças portadoras de necessidades especiais. Ou seja, implica na quebra dos atuais modelos educacionais com o propósito de realizar mudanças necessárias para alcançar um modelo educacional inclusivo.
Para instaurar uma condição de igualdade nas escolas não se concebe que todos os alunos sejam iguais em tudo, é necessário que sejam consideradas suas diferenças naturais e sociais.
A ideia de inclusão é diferente da ideia de integração e estabelece a inserção escolar de forma radical, completa e sistemática. O conceito se refere à vida social e educativa de todos os alunos, sem exceções, e que estes devem frequentar as salas de aula do ensino regular, a inclusão se concilia com uma educação para todos e com um ensino que contemple as limitações e especificidades do aluno.
Conforme Costa (2000) o modelo de inclusão se solidifica devido à insatisfação em relação à educação especial. Esse modelo tem como base o modelo sócio construtivista, e confere ao aluno deficiente o seu direito de participar, de ser considerado como um membro legítimo e ativo no interior da comunidade.
Os conceitos sócio construtivistas sugerem que no momento em que a criança é mantida isolada de seu meio social, ela é privada de desenvolver suas funções sociais. O princípio fundamental do sócio construtivista em relação aos alunos portadores de deficiência é o seu direito e a sua necessidade de participar, de ser considerado como um membro legítimo e ativo em sua sociedade.
As classes inclusivistas proporcionam ao aluno portador de necessidades especiais uma compreensão ampla do seu meio social além de participar de atividades globais e significativas. Estes devem ter acesso a atividades inteiras, funcionais e de alto nível, adquirindo sua independência de um apoio constante.
Segundo Ferreira (2006) ao discutir sobre a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais em escolas do ensino regular, acredita-se na possibilidade de que estes alunos não somente frequentem uma escola, como também aprendam e acompanhem um currículo regular normal. Ou seja, afirma que os alunos com tipos diferentes de deficiência aprendam utilizando a mesma metodologia de ensino que alunos ditos normais.
A inclusão do aluno portador de necessidades especiais na rede regular de ensino contribui para a aprendizagem e o desenvolvimento destes. Mazzota (2001) ressalta que o isolamento de alunos em escolas especiais não proporciona resultados positivos. Com esse tipo de educação, toda atenção do aluno é direcionada à sua deficiência ao invés de apontar a outras possibilidades.
Cabe ao educando individualizar a sua aprendizagem e isso ocorre quando o ambiente escolar, as atividades e intervenções do professor o liberam, o emancipam, dando-lhe espaço para pensar, decidir e realizar suasatividades, segundo seus interesses e possibilidades.
As classes inclusivistas de acordo com Costa (2000) permite aos educandos portadores de necessidades especiais localizarem-se em um contexto de aprendizagem significativas e motivante ocasionando mais empenho e cooperação que a segregação tradicional vivenciada por estes alunos.
Na visão inclusivista, não se segregam os atendimentos escolares, seja dentro ou fora das salas de aula e, portanto, nenhum aluno é encaminhado a salas de reforço ou aprende a partir de currículos adaptados. A inclusão não é somente benéfica aos alunos com deficiência. Ela representa uma transformação positiva da escola para todos os alunos.
A educação inclusiva proporciona um contexto privilegiado para a construção de novos conhecimentos e estratégias. Proporciona ao aluno portador de necessidades especiais entenderem e reconhecer o outro, além de conviverem com as diferenças. Possibilita ao aluno especial ocupar seu espaço na sociedade.
O paradigma da inclusão vem ao longo dos anos, de acordo com Silva (2017, p. 32), “buscando a não - exclusão escolar e propondo ações que garantam o acesso e a permanência do aluno com deficiência no ensino regular”. No entanto, o modelo da segregação ainda se encontra enraizado em algumas escolas, e com todas as dificuldades e desafios a enfrentar, acaba reforçando o desejo de manter esses alunos especiais em espaços especializados.
Geralmente, ao buscar a igualdade entre todos os alunos, as instituições de ensino, muitas vezes, acabam por excluí-lo. Mantoan (2006, p. 15), adverte que “a exclusão escolar se manifesta das mais diversas e perversas maneiras, e quase sempre o que está em jogo é a ignorância do aluno diante dos padrões de cientificidade do saber”.
Devem-se considerar as desigualdades naturais e sociais de cada indivíduo. As escolas atuais devem criar novos modelos que contemplem a todos, ao invés de anular e marginalizar as diferenças nos processos que formam e instrui os alunos. A inclusão causa uma mudança no ponto de vista educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral.
Mantoan (2006, p. 120), assegura que:
A inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino básico.
As escolas inclusivas propõem um modo de coordenação do sistema educacional que considera as necessidades e dificuldades de todos os alunos especiais e, a partir deste é estruturado, considerando as necessidades de cada aluno
As leis, portarias e resoluções que asseguram o direito a educação a todos os alunos, inclusive aos portadores de necessidades especiais, asseguram não somente a permanência em sala de aula comum, como também o prosseguimento dos estudos e os suportes necessários para o seu desenvolvimento necessário.
Legalmente, há muitas leis que asseguram a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais em escolas de ensino regular, mas, no entanto, ainda há muitas mudanças a ocorrer e desafios a superar. Mantoan (2006, p.24), destaca os desafios a serem superados para que ocorra uma educação inclusiva de qualidade;
Resistência das instituições especializadas a mudanças de qualquer tipo; a neutralização do desafio à inclusão, por meio de políticas públicas que impedem que as escolas se mobilizem para rever suas práticas homogeneizadoras, meritocráticas, condutistas, subordinadoras e, em consequência, excludentes; o preconceito, o paternalismo em relação aos grupos socialmente fragilizados, como o das pessoas com deficiência.
A constituição de 1988, segundo Mittler (2003), apoia a necessidade de reconstruir a escola brasileira sob novos enfoques educacionais e que nos conclamam a uma virada para melhor de nosso ensino. Ou seja, a constituição de 1988 prevê a necessidade de as escolas estarem se modificando para a adaptação e inserção de crianças deficientes. A lei de diretrizes e bases, ressalta que o ensino especial é uma modalidade e, como tal, deve perpassar o ensino comum em todos os seus níveis – da escola básica ao ensino superior.
No entanto ainda se percebem muitas dificuldades físicas e metodológicas quando se refere à permanência de alunos com necessidades especiais nas salas de aula comuns. Faz-se necessário que as escolas procurem uma metodologia de ensino adequada que vise contemplar a todas as crianças ali inseridas, considerando suas limitações e especificidades, onde uma criança não é igual à outra. As escolas de ensino regular precisam se reorganizar e melhorar o atendimento oferecido aos seus alunos. É preciso que ocorra uma ruptura dos paradigmas existentes, buscando metodologias de ensino, aperfeiçoamentos profissionais e adaptações físicas com o objetivo de assegurar a permanência de alunos deficientes, independentemente de sua condição física, nas escolas comuns de ensino.
Devem-se considerar as desigualdades naturais e sociais de cada indivíduo. As escolas atuais devem criar novos modelos que contemplem a todos, ao invés de anular e marginalizar as diferenças nos processos que formam e instrui os alunos. Fonseca (2002) argumenta que:
A Escola Inclusiva será construída pela ação, principalmente do professor. Sem condições para exercer sua função, não haverá professor, mesmo com boa vontade, que consiga atender, dignamente, o aluno com qualquer necessidade educacional especial. 
Do outro lado desse processo de inclusão está a família do PNE. A união família e escola é de extrema importância para que esse processo aconteça de forma satisfatória. Nesse caso é preciso que os pais acreditem na potencialidade de seus filhos atuando como parceiros no processo de inclusão.
Pesquisas apontam a importância dessa parceria mostrando resultados positivos da interação família – escola - aluno especial. Quando pais se fazem presentes e compreensivos o desenvolvimento desse aluno embora ocorra de forma lenta e diferenciada acontece mais satisfatoriamente. Porém, nem todas as famílias participam dessa interação fazendo com que esse desenvolvimento apresente reações negativas quanto ao seu grau de realização. (TESSARO, 2005)
A família é a base de estruturação para o desenvolvimento intelectual, social e humano da criança, seja ela especial ou não. É no âmbito familiar que se aprende os primeiros valores básicos de socialização. Para incluir, a escola e a família precisam oferecer o acesso, a permanência e o sucesso dos alunos especiais de forma real. A função da escola e da família é formar cidadãos e respeitar as diferenças é uma ação de cidadania, a inclusão possibilita ao aluno comum conviver com o diferente e assim se tornar um cidadão consciente de que para ter seu lugar no mundo é necessário respeitar o outro, permitindo que este ocupe seu lugar na sociedade. (ANTUNES, 2001). 
A maioria das escolas ainda ver a inclusão apenas como um processo de adaptação física para receber o PNE. Porém, incluir é amar e amar significa libertar, valorizar e respeitar. Adaptar a escola para receber o PNE não significa incluir, é preciso valorizar a diversidade humana na sua importância para o enriquecimento individual e social de todos, só assim poderemos dizer que a inclusão acontece.
5. O ENSINO DA ARTE 
A arte faz parte da nossa vida deste o tempo das cavernas, onde o homem sapiens deixava gravadas cenas do cotidiano na idade média, contribuindo para o avanço da humanidade deixou através de nossos ancestrais, registros que perdurarão para sempre nas rochas e no contexto da história. A arte é de suma importância para o desenvolvimento crítico e a percepção do aluno seja ele deficiente ou não. A tecnologia tem sido uma grande aliada para a expansão do conhecimento do mundo de artes.
Arte não é apenas básico, mas fundamental na educação de um país que se desenvolve.Arte não é enfeite. Arte é cognição, é profissão, é uma forma diferente da palavra para interpretar o mundo, a realidade, o imaginário, e é conteúdo. Como conteúdo, arte representa o melhor trabalho do ser humano (BARBOSA, 2004)
Os contextos do ensino de Artes nas escolas estimulam o aluno a ser um apreciador, a natureza também contribui para a fruição e apreciação, proporcionando estímulos de preservação da mesma. Os conteúdos oportunizam o conhecimento de outras culturas, resgatando o passado para uma comparação com o futuro. 
De acordo com Mantoan (2016) aonde quer que se vá, não importa o que se faça para escapar, a arte está presente em toda parte, em todos os lugares e em todos os ramos de atividade , observa-se em todos os lugares resquícios de civilizações antigas deixadas como sinal de existência, enfim o aluno ao entender a arte começa a usufruir da sua criatividade que trazem oportunidades para a inserção no mercado de trabalho, fazendo deste oficio sua profissão .Se a arte não fosse tão fascinante não resistiria as tentativas de desprezo. 
Segundo Saldanha et al. (1999) o ensino da arte nas escolas possibilitará aos alunos portadores de necessidades especiais o despertar da criatividade, facilitará o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética do homem. O professor Arte educador, devem aproximar-se o máximo desses alunos deficientes, mesmo que ele tenha um segundo professor para orientá-lo. Só assim irá contribuir com as mudanças na educação. Todas as atividades devem ser bem elaboradas para a fluência e originalidade e compreensão dos indivíduos sempre em grupos.
A arte é um conhecimento que permite a aproximação entre indivíduos, mesmo os de culturas distintas, pois favorece a percepção de semelhanças e diferenças entre as culturas, expressas nos produtos artísticos e concepções estéticas, em um plano diferenciado da informação discursiva. 
[...] A arte na escola tem uma função importante a cumprir. Ela situa o fazer artístico dos alunos como fato humanizador, cultural e histórico, no qual as características da arte podem ser percebidas nos pontos de interação entre o fazer artístico dos alunos e o fazer artístico dos artistas de todos os tempos, que sempre inauguram formas de tornar presente o inexistente (BRASIL, 1998, p. 35).
Essa aproximação os indivíduos nas aulas de artes, elimina os preconceitos unindo as diferentes culturas, socializa e a interage através do lúdico, permitindo experimentações do fazer artístico, desempenhando tarefas onde ambos sejam reconhecidos sem que haja distinção de raça e cor e o deficiente não encontre barreiras para expressar sua criatividade.
Acreditar na capacidade da pessoa portadora de deficiência, sem enfatizar sua deficiência, fazendo com que estas capacidades se destaquem em detrimento as dificuldades reais, é fundamental para que consigamos da sociedade uma postura aberta e sem preconceitos (SALDANHA, et al.,1999).
Nas escolas de educação especial, os alunos aprendem e participam de teatro, com ilustração de fantoches e peças teatrais, ficam fascinados com o uso de fantasias, inclusive as de palhaço, gostam muito da aula de música e dança, dentro de suas limitações, ficam felizes em participarem de qualquer evento. Reconhecem através de gestos a sincronia das notas musicais, que é muito importante para o desenvolvimento cognitivo e perceptivo. A música acalma e nos torna sujeitos mais sensíveis.
De acordo com (BRASIL, 1998, p.64) dizem que:
Ao perceber e criar formas visuais, está-se trabalhando com elementos específicos da linguagem e suas relações no espaço (bi e tridimensional). Elementos como ponto, linha, plano, cor, luz, volume, textura, movimento e ritmo relacionam-se dando origem a códigos, representações e sistemas de significações. Os códigos e as formas se apresentam de maneiras diversas ao longo da história da arte, pois têm correlação com o imaginário do tempo histórico nas diversas culturas. O aluno, quando cria suas poéticas visuais, também gera códigos que estão correlacionados com o seu tempo. 
Esta percepção de signos e elementos visuais são importante para o desenvolvimento criativo, muitos alunos deficientes intelectuais que ainda não conseguem desenhar, estão alienados ao movimento da garatuja, mas o arte educador tem que buscar meios e recursos para facilitar o aprendizado, através dos símbolos e elementos visuais no tridimensionais, onde capacita o aluno a aprender que também é capaz de aprender , surgindo assim a fruição e criação, trazendo uma corrente de entendimento para o saber propiciando um aprendizado mais estimulador, o aluno percebendo que até o momento não conseguia criar, já tem mais confiança em si próprio, saindo dos riscos e rabiscos decifrando os códigos que até então não conhecia.
De fato, a pessoa com deficiência mental encontra muitas barreiras nas interações com o meio para assimilar as propriedades físicas do objeto de conhecimento, como por exemplo: cor, forma, textura, tamanho e outras características retiradas diretamente desse objeto. Isso ocorre porque são pessoas que apresentam prejuízos no funcionamento, na estruturação e na construção do conhecimento. (MANTOAN, 2006). 
O aluno sem deficiência, espontaneamente retira as informações dos objetos e constrói conceitos, progressivamente. Já ao aluno com deficiência mental precisa exercitar sua capacidade cognitiva, de maneira que também consiga obter um resultado positivo, ou uma aproximação do mesmo avanço. Esse exercício intelectual implica em trabalhar a abstração, através da importância das ações práticas em pensamento. Processos cognitivos esses que fazem parte da cognição natural das pessoas sem deficiência mental. Entretanto, essa passagem tem que ser estimulada e provocada para a interiorização e o fazer do uso do conhecimento nos alunos com déficit intelectual.
5.1 O PROCESSO ARTÍSTICO 
A criança com deficiência mental, de forma generalizada, desenvolve o domínio da coordenação motora de forma mais lenta,(Silva, et all,2008 p.6). Todo ser humano independente de ser ou não deficiente físico, tem seu desenvolvimento de acordo com o seu meio e ambiente em que vivem, uns são mais lentos enquanto que muitos aceleram devido ao seu metabolismo que já é inato da pessoa, isso não quer dizer que os mais lentos, diante das atividades de artes não consigam acompanhar o mesmo tempo que os outros, tudo depende do estímulo e construção da atividade, as críticas e opiniões são essenciais para a formação artística de cada um, desde que as possuidoras de deficiência não se sintam excluídas deste procedimento.
O ensino de arte, assim como a alfabetização, engloba inúmeras possibilidades de comunicação. Através de um desenho, uma pintura, um texto, a criança pode criar e transmitir suas criações às outras pessoas. Mais importante do que o resultado final, o processo de criação inclui a formulação de conceitos, gera questionamentos e traz experiências únicas. Cada indivíduo tem a sua maneira de perceber o mundo (SILVA, 2017 )
O professor arte educador deve estimular o aluno para que ele mesmo perceba que é capaz de aprender e terminar a sua atividade no seu tempo. O educador não deve apressá-lo, pois a realização dos trabalhos varia entre os indivíduos. É de suma importância para o aluno, um ambiente tranquilo sem a sensação de pressão psicológica. 
O professor deve ter cuidado para não desestimular a fruição e construção de saberes. Entre saberes; no nosso caso específico, buscamos essas noções para organizar mentalmente, ou melhor, compreender, e até para ensinar, as relações para as “linguagens” artísticas, ou mesmo entre as “linguagens” estéticas. Para tanto é preciso ter em consideração que, quando me refiro a relações, não levo em conta apenas as possíveis associações por similitude, mas igualmente as relações por oposição e mesmo relações entre fenômenos homônimos que se dão de modos distintos em “linguagens” diferentes entre si. (PIETRO, 2006) 
O aluno que aprende a interpretar uma obra de arte, tem prazer em conhecer artistas dediferentes culturas, qualificando e enriquecendo sua percepção do mundo da imaginação, alienando conceitos a sua realidade. Distingue os fenômenos e reconhece as diferentes linguagens, cabe ao arte educador ajudá-lo a decifra-las com contexto de abrangência oportunizando diálogos e debates, enriquecendo a interpretação e explanação de discernimento imagético respeitando a crença espiritual de cada um.
6. CONsiderações finais
O ensino de artes nas instituições de educação especial e inclusiva é de grande valia para que a pessoa com deficiência possa desenvolver a sua compreensão nas diferentes linguagens artísticas, com criatividade e imaginação e ser capazes de desenvolver atividades sozinhas, ou seja, que possam ter autonomia no campo da expressão
Observou-se que o ensino de artes nessas instituições não é diferenciado do ensino regular, visto que o professor arte educador tem que conhecer através de um breve diagnóstico, a turma com quem irá trabalhar, assim, como o temperamento e o condicionamento cognitivo de cada um que se revelará com uma avaliação através de dinâmicas de socialização, podendo desenvolver o seu planejamento e alcançar seus objetivos. Esta relação proporciona ao arte educador uma forma mais compreensiva e facilitadora para a sua jornada profissional.
O vínculo afetivo é muito importante para a convivência de ambos. Muitas vezes o aluno já chega na sala de aula de artes cansado a sua rotina é desgastante, as vezes, no mesmo dia ele tem sessão de fisioterapia, fonoaudióloga e educação física, o professor tem que ser conhecedor dessa situação e deixá-lo a vontade e num segundo momento ele será capaz de produzir com mais eficácia. É preciso acreditar na capacidade dos alunos, cada um tem sua forma de expressão, mesmo que seja significativa.
Os cursos de capacitação e formação continua auxiliam os professores, no acumulo de conhecimentos, facilita a preparação para a prática em sala de aula, trazendo sempre novidades que enriquecem e estimulam a criação, e fruição para a construção dos planos de aula e planejamento, documento este que é obrigatório para uma rotina de experiência do arte educador.
Devemos sempre incentivar e acreditar na capacidade e absolvição de conhecimentos, dos alunos, mostrando que independente da sua deficiência seja ela física ou mental, de que é capaz de aprender a aprender e se revelar através de sua concepção cognitiva mesmo com sua deficiência estimulá-lo a acreditar em si mesmo, dentro dessa concepção ele vai poder compartilhar suas experiências e passar adiante para os demais.
REFERÊNCIAS
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