Buscar

resenha conferencia de nara e recomendacao europa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

UNIARP – Universidade Alto Vale do Rio do Peixe
Arquitetura e Urbanismo – 7º Período
Matéria: Conservação e Restauro
Professora: Patrícia Costa Pellizzaro
Aluna: Majurie Zavascki
Resenha Interpretativa e Crítica sobre a Conferência de Nara, de 06 de Novembro de 1994 e Recomendação Europa, de 11 de setembro de 1995.
Conferência de Nara - 1994
Com objetivo de respeitar a conservação e ao mesmo tempo promover uma maior conscientização do patrimônio cultural a fim de conservá-lo de maneira correta e dar a este a devida importância, a Conferencia de Nara foi concebida no espírito da Carta de Veneza – 1964, ampliando a visão sobre os conceitos referente ao que é patrimônio cultural e seus interesses no mundo contemporâneo. Em meio à globalização e a homogeneização ao qual o mundo se vê cada dia mais submetido, os temas debatidos na Conferencia entram para ajudar a população a não perder a identidade cultural.
A manutenção do patrimônio cultural, em suas diversas formas e períodos históricos é responsabilidade de todos, de acordo com a UNESCO, mas, primeiramente da sociedade onde está inserida, aquela que o gerou e daquele que a cuida. Conhecer e saber respeitar os aspectos originais dos bens, assim como as transformações feitas a partir dos anos, constitui um requisito básico para a autenticidade do bem, se já ele material ou imaterial.
A autenticidade é o fator fundamental para os estudos científicos do patrimônio, nos planos de conservação e restauração do bem material e cultural. O levantamento de dados deve ser realizado valorizando uma grande variedade de pesquisas e fontes de informação. Vários aspectos podem ser considerados nos levantamentos, tais como, forma, materiais, técnicas e tradições, localização, espírito e sentimento, entre outros fatores. O emprego desses aspectos permite delinear as especificações artísticas, históricas, sociais e científicas do bem cultural.
A Conferência de Nara nos deixa um legado - a preservação dos bens é um dever de todos nós, população e autoridades, para que o patrimônio continue representando a cultura de uma determinada sociedade e de seus moradores. É possível incentivar a população a cuidar do seu patrimônio através de informações, aulas, oficinas e divulgações. Dessa maneira estaremos preservando a cultura e também a história do local, para que as gerações futuras possam ter uma ideia de como eram tanto as construções, como os costumes em outras épocas. Uma sociedade mal informada não dá valor aos bens materiais e imateriais que caracterizam suas origens, deixando que apenas o novo e o moderno sejam relevantes, correndo grande risco de perder sua identidade patrimonial e cultural.
Recomendação Europa – 1995
Elaborada pelo Comitê de Ministros da Europa em 11 de setembro 1995, a Recomendação Europa fala sobre a conservação integrada das áreas de paisagens culturais e indica que os governos adaptem suas políticas com a finalidade de conservar e evoluir com orientação as áreas consideradas de paisagem cultural. Antes disso, em 1992, a Paisagem Cultural surgia como categoria específica do patrimônio cultural pela UNESCO, no intuito de criar propostas institucionais visando a sua proteção.
Em território Europeu, a Recomendação de 1995, propõem 10 artigos que relacionam o campo de aplicação de tal recomendação: objetivos; o processo de identificação e a avaliação das áreas de paisagem natural; níveis de competência e estratégia de ação; estrutura legal ou reguladora; a implementação de políticas de paisagem; proteção legal e conservação das áreas de paisagem cultural, procedimentos específicos de proteção, aplicação de medidas específicas de proteção, medidas específicas para conservação e evolução controlada; informação e incremento da conscientização; treinamento e pesquisa; e cooperação internacional dos órgãos cabíveis. 
O conceito de paisagem cultural, sistematizado na Recomendação, abrange os vários aspectos e abordagens correntes no campo da preservação do patrimônio, considerando sua interdisciplinaridade e a necessidade de superação da fragmentação ainda praticada. Partindo-se de uma concepção mais integradora entre a ação do homem e a natureza e entre os patrimônios material e imaterial, adotar a paisagem como patrimônio pressupõe o constante movimento e as relações intrínsecas e inseparáveis entre conceitos e abordagens da história, da sociologia, da antropologia, da memória, da arte, da cultura, da ecologia e suas correspondências no meio físico, seja na edificação, nos objetos ou nos território - urbano, rural ou natural. Prevê a ação integrada do planejamento e da gestão territorial com as políticas ambientais e sociais, sobretudo em suas dimensões culturais e econômicas. Busca conjugar a política de preservação ao processo dinâmico de desenvolvimento das cidades, de maneira a não impedir as mudanças, mas direcioná-las, trabalhando na perspectiva do desenvolvimento sustentável. 
A Recomendação vê a paisagem como bem cultural, destacando aspectos como: a percepção do território; os testemunhos do passado e do relacionamento entre os indivíduos e seu meio; as especificidades das culturas locais, práticas, crenças e tradições. Por outro lado, diferencia “paisagem”, algo múltiplo e mais geral, de “áreas de paisagem cultural”, unidades de paisagens mais homogêneas, topograficamente delimitadas da paisagem, formadas por várias combinações de agenciamentos naturais e humanos, que ilustram a evolução da sociedade humana, onde se pode identificar e justificar as especificidades e os valores reconhecidos como patrimônio cultural.
A Recomendação de 1995 trabalha em uma dimensão mais abrangente e próxima do cotidiano das populações a partir do conceito de paisagem, o que permitiu superar a busca do valor de excepcionalidade para justificar a proteção. Nos artigos finais, o documento convida a todos - público em geral, usuários diretos dos recursos naturais do território, autoridades públicas que exerçam responsabilidade local, profissionais e técnicos envolvidos em atividades que digam respeito à aparência física do meio ambiente - que ajudem a conservar e proteger as áreas de paisagem cultural, sem deixar de se apropriar das mesmas de maneira consciente, na promoção do desenvolvimento local. Cita ainda que programas de pesquisas deveriam ser organizados e encorajados nas universidades e nas instituições públicas e privadas para fornecer o conhecimento necessário ao treinamento básico e adicional no campo do patrimônio cultural e natural.
Sem dúvida, a contribuição desse documento alerta para a importância da gestão, do planejamento e da proteção à paisagem a partir de seus diferentes significados culturais, ou seja, de como ela é vivida e percebida pelos grupos sociais e produzida no universo da cultura, da sensibilidade, das práticas e tradições locais.

Continue navegando