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AULA-02-SOCIOLOGIA-E-FILOSOFIA-DA-EDUCAÇÃO-FÍSICA

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SOCIOLOGIA E FILOSOFIA 
DA EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá! 
 
Nos tempos modernos, a escola não cumpre mais o papel de 
reproduzir o conhecimento estabelecido. Hoje, elas assumem o papel de 
ferramentas civilizatórias. De outro modo, como produto de uma 
administração frequentemente centralizada, as escolas podem se tornar 
instrumentos de interesses políticos. Nesse caso, tendem a favorecer uma 
educação que limita as possibilidades de produção de conhecimento e 
impossibilita expressões culturais que não são criadas pelas elites. Assim, as 
políticas de proteção do patrimônio cultural proveniente da sociedade 
reconhecem grupos e comunidades, suas expressões e identidades. 
Neste capítulo, você explorará a relação entre cultura material, 
imaterial e educacional. Você também descobrirá que a educação e a cultura 
trazem significado definidos sócio-historicamente. Portanto, a escola e suas 
conexões com conhecimentos sociais que pode mudar ao longo do tempo. 
Finalizando, você perceberá que a escola é um espaço formativo, cultural e 
receptor de múltiplas influências. 
 
 
Bons estudos! 
AULA 2 – 
SOCIOLOGIA DA 
CULTURA E SUA 
APLICAÇÃO NA 
EDUCAÇÃO 
 
 
2 CULTURA MATERIAL, CULTURA IMATERIAL E EDUCAÇÃO 
O patrimônio cultural é a expressão de conhecimentos, práticas, técnicas, 
símbolos, crenças, sentimentos e relacionamentos de grupos sociais. Podem estar 
confinados a uma comunidade dentro do território nacional, ou fazer parte de uma 
cultura de um país inteiro. São também expressões da identidade do grupo, ou seja, 
como se constitui socialmente, como se relaciona ou como quer ser demonstrado com 
outros grupos sociais. 
O que distingue um patrimônio cultural de um patrimônio comum é o fato de a 
primeira ter uma influência dominante no processo civilizatório da comunidade que a 
constrói ou expressa. Por exemplo, se os arqueólogos explorarem as fundações de 
uma cidade completamente desconhecida, irá identificar traços de sua cultura através 
de expressões materiais. É possível analisar, por exemplo, a formação da cidade, que 
pode ser fortificada, indicando uma sociedade militarizada ou um tempo de guerra. 
Também é possível verificar se há quadras e praças nos principais acessos, que 
mostrará o tráfego intenso de pessoas. Nesse caso, a cidade pode ter importância 
comercial ou religiosa, pois sua formação indicaria receber muitas pessoas 
(AUGUSTINHO, 2019). 
Dentre as expressões culturais consideradas patrimônios, estão os materiais e 
imateriais. Abaixo você pode ver ambas as definições. 
 
➢ Patrimônio material: formado por objetos tangíveis e físicos, como 
edifícios, estruturas, esculturas, pinturas em estruturas fixas (em paredes, 
cavernas, rochas) ou transportáveis (quadro, telas, madeira, cerâmica), 
objetos de guerra, objetos do cotidiano, roupas, livros, artigos em papel, 
tecido, madeira ou pedra, joias, acessórios e ferramentas. 
➢ Patrimônio imaterial: composto de elementos intangíveis, não físicos, 
muitas vezes transmitida oralmente de geração em geração, como canções, 
rezas, orações, celebrações, cerimônias religiosas, pintura corporal, técnicas 
de vestir (como as amarrações de turbantes para as religiões afro-brasileiras 
ou a composição ordenada das vestes de uma gueixa), dança, jogos, 
esportes, brincadeiras. Também inclui formas especiais de comunicação, 
como dialetos e tipos de linguagem. 
 
 
 
O ser humano se expressa através de elementos tangíveis e intangíveis, já que 
eles não eram mais nômades e se estabeleceram em lugares físicos. Por exemplo, 
pinturas em cavernas, mostravam a vida cotidiana de grupos, os animais que 
caçavam, as batalhas que travavam, bem como os elementos do mundo que 
conheciam, como plantas, estrelas, animais e fogo (AUGUSTINHO, 2019). 
Manifestações intangíveis ou imateriais também podem ser um meio para 
regular as atividades na comunidade, ou para dar sentido à vida. Portanto, as 
expressões culturais são elementos que representam e, ao mesmo tempo, delineiam 
identidades. Por isso, são muito importantes e devem estar presentes em práticas de 
ensino. 
O patrimônio cultural presente em contextos educativos promove conhecimento 
de padrões e estruturas socioculturais que são importantes para culturas próprias ou 
para outras sociedades. Além disso, instigam o aprendizado das formas de relações 
entre sociedades, contextos e movimentos históricos das civilizações. 
Esses patrimônios incentivam também o respeito por diferentes culturas e 
diferentes grupos sociais, pois mostram a importância e o espaço de todas as 
manifestações no processo de civilização. Além disso, reforçam o conceito de 
cidadania e participação. Afinal, há um processo contínuo de identificação dos ativos 
a serem protegidos. Em troca, os alunos podem ajudar grupos que buscam proteção 
institucional para bens culturais, ou mesmo desenvolver movimentos que promovam 
e cuidem de suas culturas originais (UNESCO, 2003). 
Os patrimônios culturais podem ser definidos também como (UNESCO, 2003): 
➢ patrimônios culturais nacionais (materiais e imateriais) — de particular 
importância para a formação da identidade, dos conhecimentos e das práticas 
nacionais, determinadas por entidades nacionais; 
➢ patrimônios culturais da humanidade (materiais e imateriais) — importante 
para o progresso da civilização humana, eleitos pela Organização das Nações 
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. 
Entre o final do século XIX e o início do século XX, durante a constituição dos 
Estados nacionais, houve uma corrida entre as nações contemporâneas para 
preservar as expressões populares. A ideia era estabelecer elementos que pudessem 
fortalecer o conceito de identidade nacional. De lá para cá, os dispositivos foram 
 
 
criados e modificado em resposta a mudanças em contextos históricos e sociais. 
Essas ferramentas incluem leis, projetos e instituições para identificar e proteger os 
patrimônios (AUGUSTINHO, 2019). 
Cada país tem seu conjunto próprio de dispositivos de patrimônios culturais, 
mas a definição de patrimônios culturais da humanidade é feita pela UNESCO. Suas 
ações são baseadas no texto da Convenção para Proteção Patrimônio Mundial 
Cultural e Natural, desenvolvido durante a Conferência Geral da UNESCO realizada 
em Paris de 17 de outubro a 21 de novembro de 1972. No documento, a secretaria 
especial define patrimônio cultural com base do artigo 102 da Carta das Nações 
Unidas (UNESCO, 2018, documento on-line). Veja: 
 
Para fins da presente Convenção serão considerados como patrimônio 
cultural: os monumentos — Obras arquitetônicas, de escultura ou de pintura 
monumental, elementos de estruturas de caráter arqueológico, inscrições, 
grutas e grupos de elementos com valor universal excepcional do ponto de 
vista da história, da arte ou da ciência; os conjuntos — Grupos de construções 
isoladas ou reunidas que, em virtude da sua arquitetura, unidade ou 
integração na paisagem, têm valor universal excepcional do ponto de vista da 
história, da arte ou da ciência; os locais de interesse — Obras do homem, ou 
obras conjugadas do homem e da natureza, e as zonas, incluindo os locais 
de interesse arqueológico, com um valor universal excepcional do ponto de 
vista histórico, estético, etnológico ou antropológico. 
 
Práticas protetivas são dispositivos que combinam proteção e divulgação de 
patrimônio. Se a propriedade estiver em perigo de ser destruída ou de 
desaparecimento, a UNESCO toma medidas urgentes para sua proteção. Estas 
medidas serão seguidas pelo Estado partícipe. O texto assinado no ano de 1972 serve 
como base para as práticas contemporâneas. No entanto, havia muitos 
desenvolvimentos de suas disposições básicas, como a Convenção para a proteção 
do patrimônio imaterial, assinada por mais de cem países (CASTRO; FONSECA, 
2008). Este documentovisa desenvolver políticas públicas, organizar o panorama de 
conservação e valorização da UNESCO com panoramas nacionais. Além disso, visa 
promover diálogo internacional e aceitação da diversidade cultural, também baseada 
na criatividade humana, criando uma infinidade de símbolos. 
2.1 Patrimônios culturais brasileiros: dispositivos de salvaguarda 
O patrimônio cultural material e imaterial do Brasil é identificado e protegido 
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), criado por Getúlio 
 
 
Vargas em 1937. A criação do Instituto foi fortemente influenciada pelo escritor Mário 
de Andrade, que defendia a ideia de que a cultura brasileira era complexa e múltipla, 
por isso deveria ser entendida do seu ponto de vista antropológica (CASTRO; 
FONSECA, 2008). 
A identificação do patrimônio cultural como componentes dos processos 
civilizatórios nacionais e como elementos de identidade são algo tão importante que 
foi incluída no texto da Constituição Federal de 1988, citado por Castro e Fonseca 
(2008, p. 14): 
 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de 
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores 
da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
I – as formas de expressão; 
II – os modos de criar, fazer e viver; 
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados 
às manifestações artístico-culturais; 
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
Parágrafo 1º. O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá 
e protegerá o patrimônio cultural brasileiro por meio de registros, vigilâncias, 
tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e 
preservação. 
 
O texto também afirma que o Estado protegerá as expressões culturais 
brasileiras que fazem parte do processo civilizatório, incluindo expressões e culturas 
populares, indígenas e afro-brasileiras. 
Do ponto de vista educacional, a socialização também pode ser uma forma de 
estudar, e aprender uma forma de socialização. Portanto, trajetórias biográficas e 
contextos socioculturais devem ser levados em consideração nos processos 
educativos. A ideia é que não tenha homogenização de grupo de alunos, tendo em 
vista que todos são diferentes e suas potencialidades e as individualidades devem ser 
analisadas uma a uma (AUGUSTINHO, 2019). 
Com isso, a formação cultural dos alunos é parte importante do processo de 
socialização. Parte dos signos que os alunos levam quando vão para a escola começa 
a construir relações sociais nesse ambiente. Tal bagagem sociocultural também tem 
um impacto importante sobre como os alunos percebem conteúdos e dialoga com 
eles, encorajando como eles transitam e interpretam as esferas sociais, culturais e 
políticas. 
 
 
2.2 Cultura, educação e formação sócio-histórica do sujeito 
 Você pode pensar na cultura como um espelho que reflete as ações das 
pessoas ao longo do tempo. Difere da natureza porque carrega símbolos e 
significados criado por humanos. A criação de símbolos e a definição de significados 
são as maneiras pelas quais a humanidade dá sentido à vida. A humanidade tende a 
procurar conexões que se estendem além das relações homem/homem e 
homem/natureza. Ela projeta os deuses através dos quais pode dar sentido à vida. 
Essa construção tende a ocorrer em grupos sociais e pode durar à medida que a 
equipe cresce, recebe novos membros ou adquire novos território. No entanto, eles 
podem desligar quando os componentes sociais desaparecem ou são sobrepostas 
por outras culturas (AUGUSTINHO, 2019). 
 No entanto, o trânsito cultural é uma constante na história da humanidade. 
Aconteceu muito antes de antropólogos, sociólogos e historiadores especificar as 
ferramentas para estudá-lo. Alguns pensadores entendem que é um processo 
humano natural. Assim, ao estabelecer relações sociais, comerciais, culturais ou 
políticas com outros grupos, alguns traços culturais originais tendem a desaparecer 
ou ser remodelados. Mas, para outros pensadores, tal natureza não existe e as 
ligações entre grupos sociais podem ser formadas preservando a cultura original da 
mudança e desaparecimento. 
 Nos tempos modernos, essa dualidade pode ser entendida como uma posição 
política ou como projeto civilizatório. Afinal, existem dispositivos que podem proteger 
as culturas da extinção e outras coisas promovem absorção por culturas externas para 
facilitar o trânsito ou relacionamentos, ou pela existência de um relacionamento 
dominante. Nesse sentido, as escolas e a educação, como instrumentos dos 
processos civilizatórios, podem atuar de duas formas: 
 
➢ na preservação e promoção da interação, 
➢ ou assimilação de culturas. 
 
Assim, o desempenho das escolas e da educação do ponto de vista cultural 
também depende do projeto político do momento. Você deve considerar que existe 
outro tipo de produção e exercício de socialização para as escolas, o que se pode 
chamar de cultura escolar. Qualquer direção política voltada para elementos da cultura 
 
 
e da humanidade nacionais, atinge os sujeitos, na maioria devido aos resultados da 
aprendizagem. Portanto, qualquer prática de desenvolvimento nesse sentido, devem 
observar as peculiaridades dessa instituição (AUGUSTINHO, 2019). 
2.3 A escola como um espaço sociocultural 
As análises sobre a importância do contexto educacional na formação cultural 
dos educadores passam pela construção da cultura educacional. Além disso, eles 
investigam como essa cultura está ligada à cultura produzida pelas plataformas de 
mídia social nas quais a escola está inserida. Existem três perspectivas essenciais 
na compreensão da cultura escolar, conforme demonstrado a seguir (BARROSO, 
2012). 
➢ Funcionalista: afirmam que a escola é um meio de transmissão cultural do 
entorno social, determinado pelo contexto social, político e econômico, mas 
não tem cultura própria, apenas costumes específicos para disseminar a 
cultura preexistente. Nessa perspectiva, a escola atua como canal de 
comunicação, imprimindo em seu contexto o que existia no contexto 
externo. 
➢ Estruturalista: entende que a cultura escolar é criada por formas e 
técnicas utilizadas pela escola para transmitir a cultura do meio social 
enviado aos alunos. De acordo com essa visão, todas as formas de 
organização escolar, como currículos, professores e instituições 
administrativas, dão sentido à cultura presente em ambientes sociais, 
moldando a cultura existente em uma forma cultural escolar. Nesse caso, 
a cultura escolar não é uma reprodução de toda a cultura do ambiente 
social, como na visão funcionalista, mas não cria uma cultura inteiramente 
nova. Os canais e mídias de comunicação e a estrutura da prática educativa 
é o que forma uma opinião diferente da cultura escolar. 
➢ Interacionista: vê a escola como um lugar para criar características 
culturais específicas que, em alguns aspectos, pode diferir da cultura do 
meio social em que se desenvolve. Esta visão indica que a organização 
escolar de cada unidade imprime um modo o sujeito se relacionar e 
compreender os conteúdos, práticas, espaços e papéis sociais. Portanto, a 
 
 
cultura escolar não será global, presente em todas as escolas como 
produto de práticas homogêneas, mas cada escola criará um ambiente 
único e, portanto, uma cultura escolar única. Essa visão indica que a 
interação entre o conhecimento e a trajetória de cada sujeito e universo 
externo criará um impacto interno. Com isso, os contextos políticos, sociais, 
geográficos e as experiências e conhecimentos de cada sujeito e aqueles 
com quem ele tem conexões na comunidade envolvidos na produção de 
uma cultura escolar única. 
Trêsperspectivas apontam as tendências políticas das organizações quanto ao 
papel da escola como agente do processo civilizatório. A perspectiva funcionalistas 
considera a ideia de recriar valores, ideias e comportamentos. Por exemplo, uma 
instituição educacional religiosa tende a imprimir seus valores na cultura educacional, 
garantindo que comportamentos fora do princípio da religião sejam bloqueados na 
construção da cultura religiosa. O foco é sustentado na reprodução da cultura 
religiosa. No entanto, se a reprodução cultural está enraizada em tendências políticas, 
pode indicar que o Estado quer apenas reproduzir comportamentos que são 
interpretados como aceitáveis, usando a escola para uma socialização desimpedida 
(AUGUSTINHO, 2019). 
As organizações escolares estruturais fornecem mais autonomia em 
socialização e formação sociopolítica em vez do funcionalismo. A seleção dos 
métodos e formas organizacionais podem abrir novas perspectivas, inovação e 
integração. Embora o programa seja elaborado de forma centralizada, a aplicação da 
prática pedagógica formará um contexto de cultura singular. 
As formas mais integradas, e possibilitam maior transformação sociocultural, 
são as interacionistas. Elas permitem que a comunidade e seus contextos tenham 
uma presença importante na prática educativa. No entanto, embora permita a troca 
de conhecimentos e a formação de uma cultura baseada na diversidade, o modelo de 
interação pode criar disparidades entre unidades escolares. Isso pode acontecer, por 
exemplo, em uma sociedade com grave desequilíbrios sociais em que não há forte 
concentração do currículo e materiais utilizados (AUGUSTINHO, 2019). 
A escola sempre foi um espaço de formação cultural. Este espaço é capaz de 
recriar o contexto maior e permite a remodelação com base das técnicas. Por outro 
lado, pode formar culturas completamente novas a partir da integração com outras 
 
 
perspectivas culturais. De qualquer forma, sempre será parte importante do processo 
de socialização e de construção identitária. 
Portanto, é um fator essencial da formação e do equilíbrio sóciopolítico de uma 
nação, e pode ser usado como uma ferramenta para desenvolvimentos sociais, 
culturais, políticos, econômicos e científicos. Ou, por outro lado, como forma de 
controle social. Sociedades democráticas favorecem modelos estruturalista e 
interacionista, e também há economia. A centralização em uma abordagem 
estruturada permite menos investimento e ter mais controle sobre o que acontece na 
casa interativa. 
Do ponto de vista da criação de uma comunidade enraizada na ancestralidade 
e na diversidade e baseada na equidade, o modelo de interação é o mais favorável. 
Por outro lado, é necessário ter cuidado com as abordagens funcionalistas. A escola 
religiosa é produto do direito inalienável de cada um de participar de comunidades 
religiosas em sociedades democráticas. No entanto, as escolas reproduzem 
integralmente um modelo cultural baseado nas estruturas políticas que podem limitar 
as oportunidades de ampliar as visões e complementaridade cultural. Além disso, eles 
podem criar a destruição de diversidade, que caracteriza governos ditatoriais, 
totalitários ou autoritários (AUGUSTINHO, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AUGUSTINHO, A. M. N. Sociologia da Cultura e sua aplicação na Educação. 
Brasil, 2019. 
BARROSO, J. Cultura, cultura escolar, cultura de escola: princípios gerais da 
administração escolar. 2012. 
CASTRO, M. L. V.; FONSECA, M. C. L. Patrimônio imaterial no Brasil. Brasília, 
2008. 
UNESCO. A carta das Nações Unidas. 2018. Disponível em: 
<https://nacoesunidas.org/carta/>. Acesso em: 24 abr. 2023. 
UNESCO. Convenção para a proteção do património mundial, cultural e natural. 
1972. Disponível em: <https://whc.unesco.org/archive/convention-pt.pdf>. Acesso em: 
24 abr. 2023. 
UNESCO. Convenção para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. 2003. 
Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001325/132540por.pdf>. 
Acesso em: 24 abr. 2023.

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