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Apostila completa - Contabilidade Básica - TCE

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE ESPÍRITO SANTO
Licitações e Contratos 
Administrativos
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
CONTABILIDADE BÁSICA
Sumário
MÓDULO 1 ................................................................................................................................6
Aula 1 - A contabilidade e sua função de controle da empresa ............................................6
1.1 Introdução ............................................................................................................6
1.2 Conceitos de Contabilidade ..............................................................................10
1.3 Funções da contabilidade .................................................................................10
1.4 Finalidades da contabilidade ............................................................................10
1.5 A Contabilidade Aplicada ..................................................................................11
1.6 Contabilidade Pública ........................................................................................13
1.7 Contabilidade Privada .......................................................................................13
1.8 Contabilidade Civil .............................................................................................13
1.9 Contabilidade Comercial ...................................................................................14
1.10 Áreas de atuação em geral ..............................................................................14
1.11 Áreas de atuação específica ...........................................................................15
1.12 Usuários da contabilidade ..............................................................................15
1.13 Princípios Contábeis ........................................................................................17
1.13.1 Princípio do Custo como Base de Valor ................................................17
1.13.2 Princípio do denominador comum monetário ......................................18
1.13.3 Princípio da Competência ......................................................................18
Aula 2 - Estrutura do balanço e do balancete ......................................................................20
2.1 O Patrimônio - Noções de coisas/bens/riqueza .............................................20
2.2 Bens, direitos e obrigações ...............................................................................20
2.3 Ativo ....................................................................................................................20
2.4 Passivo ...............................................................................................................22
2.5 Patrimônio Líquido ............................................................................................23
2.6 O balancete ........................................................................................................23
2.7 Abordagem Conceitual do Patrimônio .............................................................24
Aula 3 - Representação gráfica do patrimônio ....................................................................25
3.1 A Representação Algébrica Do Patrimônio Equação Fundamental ................25
3.2 Método de Escrituração ....................................................................................25
3.3 Processos de Escrituração ................................................................................26
3.4 Livros de Escrituração .......................................................................................26
MÓDULO 2 ..............................................................................................................................28
Aula 4 - Noções de ativo e passivo com suas contas .........................................................28
4.1 Estruturação e classificação de grupos do ativo .............................................28
4.1.1 Ativo circulante .........................................................................................29
4.1.2 Ativo não circulante ..................................................................................29
4.2 Estruturação e classificação de grupos do passivo ........................................30
4.2.1 Passivo circulante ....................................................................................30
4.2.2 Passivo não circulante .............................................................................30
Aula 5 Particularidades do patrimônio líquido .....................................................................32
5.1 O patrimônio líquido ..........................................................................................32
5.2 Variações do Patrimônio Líquido ......................................................................32
Aula 6 - Regime de Caixa e Regime de Competência ..........................................................34
6.1 Regime de Caixa ................................................................................................35
6.2 Regime de Competência ....................................................................................35
MÓDULO 3 ..............................................................................................................................36
Aula 7 - Receitas e Despesas – DRE ....................................................................................36
7.1 As contas ............................................................................................................36
Aula 8 - Livros Contábeis – Livro Diário e Livro Razão .......................................................41
8.1 Livros fiscais ......................................................................................................41
8.2 Livros contábeis .................................................................................................41
8.2.1 Livro Diário ................................................................................................43
8.2.2 Livro Razão ...............................................................................................43
8.2.3 Origem Da Despesa ..................................................................................46
Aula 9 - Noções de lançamentos: débito, crédito e razonete .............................................49
9.1 Lançamentos a débito e a crédito ....................................................................49
9.2 Classificação das contas ..................................................................................50
9.3 O Plano de Contas .............................................................................................50
9.4 Atos e Fatos Administrativos ............................................................................52
9.5 Escrituração – conceitos ..................................................................................57
9.6 Técnicas de correção dos erros de escrituração .............................................59
MÓDULO 4 ..............................................................................................................................62
Aula 10 - análise horizontal do balanço ...............................................................................62
10.1 Índices de Estrutura de Capital .......................................................................62
10.2 Grau de Endividamento ...................................................................................64
10.2.1 Composição do Endividamento – Fórmula .....................................65
10.3 Análise vertical do balanço .............................................................................66
10.4 Índices de Rentabilidade .................................................................................67
10.5 Índices de liquidez ...........................................................................................69TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Módulo 01
CONTABILIDADE BÁSICA
6
Licitações e Contratos Administrativos
MÓDULO 1
Aula 1 - A contabilidade e sua função de controle da empresa
1.1 Introdução
As doutrinas contábeis foram introduzidas por diversas escolas de época, as quais criaram 
os seguintes conceitos de Contabilidade:
7
Licitações e Contratos Administrativos
• Contista: define a contabilidade como a ciência das contas;
• Aziendalista: vê a ciência como auxiliar da administração da entidade;
• Controlista: limita a contabilidade em função do controle das entidades;
• Personalista: enfatiza a relação jurídica entre as pessoas, sendo estas o objetivo da 
contabilidade;
• Patrimonialista: a contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio empresarial;
• Neopatrimonialista: consiste em uma nova corrente científica que se voltou na direção 
de classificar e reconhecer especialmente as relações lógicas que determinam a 
essência do fenômeno patrimonial. Focou as dimensões ocorridas e, com ênfase 
“no por que ocorrem os fatos?”, ou seja, “qual a verdadeira influência dos fatores que 
produzem a transformação da riqueza?”, ou “quais os fatores nos ambientes interno 
e externo que envolvem os meios patrimoniais?”.
A Contabilidade está a serviço da Administração Pública ou Empresarial. 
Assim, é de capital importância esclarecer que a Administração possui 
seis funções básicas: Planejamento, Orçamento, Direção, Comando, 
Coordenação e Controle, vulgarmente memorizado como POC3. Nesse 
mundo administrativo, a Contabilidade se insere na função Controle.
Assim: CONTABILIDADE é uma ciência que registra os fatos contábeis, 
classifica-os, organiza-os, demonstra-os ao administrador e aos 
demais clientes, e FATO CONTÁBIL é o ato administrativo dentro da 
entidade que pode ser descrito e expresso em valor monetário, isto 
é, registrado na unidade de moeda nacional.
8
Licitações e Contratos Administrativos
A Contabilidade no Brasil
• Até 1940 a contabilidade enfrentava um mercado incipiente com economia agrária 
predominante. A profissão do contador ainda era muito desorganizada com o 
predomínio do “guarda-livros”;
• Decreto Lei nº 2.627 de 1940 - elaborado sob influência da escola italiana;
• Nos anos 40, havia predominância das sociedades formadas por familiares;
• Havia uma visão escritural: registro, controle e atendimento ao fisco.
Necessidades de Mudanças
• Evolução da economia: abertura do capital das empresas e influências de firmas de 
auditoria;
• Ampliação da quantidade e maior confiabilidade nas informações e imersão na 
globalização.
Mudanças Significativas
• Contabilidade vista como sistema de informações;
• Aprimoramento das Demonstrações Contábeis;
• Introdução da “Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados”, mostrando de 
forma clara o lucro ou prejuízo do exercício;
• Introdução da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), 
mostrando a eficiência da administração;
• Obrigatoriedade das Notas Explicativas para fornecer i n f o r m a ç õ e s 
complementares;
• Escrituração e registros desvinculados da legislação fiscal, trazendo certa 
independência à contabilidade e sendo mais útil à Administração;
• Contabilidade elaborada para a entidade;
• Valorização do profissional;
• Novas funções e áreas de atuação: gerencial, custos, auditoria, analista financeiro, 
9
Licitações e Contratos Administrativos
perito contábil, consultoria, tributarista, controller;
• Classificação das contas no Balanço;
• Horizonte temporal: distinção do curto e longo prazo;
• Definição do Exercício Social.
Abordagens utilizadas para o estudo da Teoria Contábil
O estudo da contabilidade a partir de qualquer das abordagens é igualmente válido, desde 
que propicie o desenvolvimento da ciência contábil.
• Abordagem Ética: coloca em evidência a questão da ética, na qual a informação 
deveria ter alto grau de fidedignidade e o profissional deve ser imparcial a qualquer 
interesse.
• Abordagem da Teoria do Comportamento: está ligada à sociologia e à psicologia do 
comportamento e enfatiza que a informação deve ser divulgada de acordo com sua 
utilidade a cada usuário.
• Abordagem Macroeconômica: mostra a afinidade da contabilidade com a economia, 
de acordo com estas informações deve considerar as políticas econômicas adotadas.
• Abordagem Sociológica: enfoca que a contabilidade deve divulgar as relações entre 
a entidade e a sociedade, fornecendo informações qualitativas que demonstrem o 
favorecimento do bem-estar social.
• Abordagem da Teoria da Comunicação: mostra a importância da contabilidade 
externar seus resultados, de forma clara e objetiva.
• Abordagem Pragmática: enfoca a praticidade, a utilidade e a relação custo x benefício 
da informação.
10
Licitações e Contratos Administrativos
1.2 Conceitos de Contabilidade
A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando representá-
lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua interpretação, 
análise e auditagem e servir como instrumento básico para a tomada de decisões de todos 
os setores direta ou indiretamente envolvidos com a empresa.
É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, 
mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de 
oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado 
econômico decorrente da gestão da riqueza econômica. (Hilário Franco)
1.3 Funções da contabilidade
As principais funções da contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e 
acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social 
que a empresa exerce no contexto econômico.
Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; 
Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;
Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente, por meio de 
demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa;
Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração dos 
resultados obtidos pela empresa;
Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a 
serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuais 
problemas.
1.4 Finalidades da contabilidade
Desde seus primórdios, a finalidade básica da contabilidade tem sido o acompanhamento 
das atividades realizadas pelas pessoas, no sentido indispensável de controlar o 
comportamento de seus patrimônios, na função precípua de produção e comparação dos 
resultados obtidos entre períodos estabelecidos.
A contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados, bem como 
a verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela deve identificar, classificar e anotar 
as operações da entidade e de todos os fatos que de alguma forma afetam sua situação 
11
Licitações e Contratos Administrativos
econômica, financeira e patrimonial. Com esta acumulação de dados, convenientemente 
classificados, a contabilidade procura apresentar de forma ordenada o histórico das 
atividades da empresa, a interpretação dos resultados e, através de relatórios, produzir as 
informações que se fizerem necessárias para o atendimento das diferentes necessidades.
Controle: a administração, através das informações contábeis via relatórios, pode certificar-
se, na medida do possível, de que a organização está agindo em conformidade com os 
planos e políticas determinados;
Planejamento: no que refere-se ao estabelecimento de padrões, a informação contábil é de 
grande utilidade no planejamento empresarial, ou seja, no processo de decisão sobre que 
curso de ação deverá ser tomado para o futuro. É neste passo que aparece o relacionamento 
da contabilidade com os planos orçamentários.
1.5 A Contabilidade Aplicada
A contabilidade, enquanto ciência que estuda o patrimônio das entidades, encontra 
aplicaçõesem todas estas, independente do tipo, ramo de atividade, segmento econômico 
ou localização geográfica. Assim, a identificação do campo de aplicação da contabilidade 
também pode ser analisada através da definição do patrimônio, como o conjunto de bens, 
direitos e obrigações relacionadas a uma pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, com ou sem fins lucrativos.
As finalidades fundamentais da contabilidade referem-se 
à orientação da administração das empresas no exercício 
de suas funções. Portanto, a contabilidade é o controle e o 
planejamento de toda e qualquer entidade socioeconômica.
12
Licitações e Contratos Administrativos
A ideia de que a contabilidade do setor público é diferente do setor privado, ou ainda que a 
contabilidade de uma entidade filantrópica é diferente da entidade privada, não é correta, 
pois cada entidade, dentro do seu ramo de atividade e das suas peculiaridades apresenta 
especificidades próprias, só encontradas naquele segmento, ou seja, em uma entidade 
filantrópica a contabilidade será exercida observando toda a legislação que envolve este 
tipo de entidade.
Muitos outros exemplos poderiam ser expostos para demonstrar que a contabilidade é 
igual em qualquer entidade, tendo como diferença entre elas as especificidades de cada 
entidade. Assim, concluímos que independentemente do tipo de atividade, do setor, da 
entidade, a contabilidade tem a mesma finalidade, o mesmo objetivo e utiliza-se das 
mesmas técnicas e métodos para registrar e controlar os patrimônios das entidades.
A entidade econômico-administrativa é o patrimônio de propriedade pública ou privada, 
que tem como elementos indispensáveis: o trabalho, a administração e o patrimônio, e tem 
finalidades: sociais, econômicas e socioeconômicas:
Sociais: que possuem a riqueza como meio para atingir seus fins. Ex: associações 
beneficentes, educacionais, esportivas, culturais e religiosas;
Econômicas: são as que têm a riqueza como meio e fim e têm como objetivo aumentar seu 
patrimônio, obtendo lucro. Ex: empresas mercantis;
Socioeconômicas: que possuem a riqueza como meio e fim, porém o aumento do patrimônio 
que possuem serve para beneficiar toda a comunidade. Ex: instituto de aposentadorias e 
pensões e fundações.
A contabilidade pode ser estudada em duas grandes ramificações: a pública e a privada.
Se compararmos a contabilidade pública com a contabilidade 
privada, observaremos que enquanto a pública não tem objetivo de 
apurar resultados (lucros), a privada tem. O conjunto de bens da área 
pública recebe um tratamento contábil específico, enquanto na área 
privada esses mesmos bens recebem outro tratamento. Note que 
enquanto no setor público os bens não são depreciados e corrigidos 
monetariamente, no setor privado estes bens têm objetivos de gerar 
resultados, ou seja, são realizados através da depreciação e são 
corrigidos monetariamente para manter o seu valor atualizado.
13
Licitações e Contratos Administrativos
1.6 Contabilidade Pública
Ocupa-se com o estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de direito 
público e da representação gráfica de seus patrimônios, visando três sistemas distintos: 
orçamentário, financeiro e patrimonial, para alcançar os seus objetivos, ramificando-se 
conforme a sua área de abrangência em federal, estadual, municipal e autárquicas.
1.7 Contabilidade Privada
Ocupa-se do estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de direito privado, 
tanto as físicas quanto as jurídicas, além da representação gráfica de seus patrimônios, 
dividindo-se em civil e comercial.
1.8 Contabilidade Civil
É exercida pelas pessoas que não têm como objetivo final o lucro, mas, sim, o instituto da 
sobrevivência ou bem-estar social. Divide-se em:
• Contabilidade Doméstica: exercida pelas pessoas físicas em geral, individualmente 
ou em grupo;
• Contabilidade Social: usada pelas pessoas que têm como objetivo final o bem- 
estar social da comunidade, tais como: clubes, associações de caridade, sindicatos, 
igrejas, etc.
14
Licitações e Contratos Administrativos
1.9 Contabilidade Comercial
É exercida pelas pessoas que exploram atividades que objetivam o lucro.
Divide-se em:
Contabilidade Mercantil: usada por pessoas com objetivo social de compra e venda direta 
de mercadorias. Ex: supermercados, sapataria e açougues;
• Contabilidade Industrial: exercida por pessoas que têm como objetivo social a 
produção de bens de capitais ou de consumo, através do beneficiamento ou da 
transformação de matérias-primas, do plantio, da criação ou extração de riquezas. 
Ex: Indústria de móveis, pecuária, agricultura;
• Contabilidade de Serviços: é usada pelas pessoas que têm como objetivo social a 
prestação de serviços. Ex: Estabelecimento de ensino, telecomunicações e clínicas 
médicas.
1.10 Áreas de atuação em geral
Fiscal: auxilia na elaboração de informações para os órgãos fiscalizadores, do qual depende 
todo o planejamento tributário da entidade;
Pública: é o principal instrumento de controle e fiscalização que o governo possui sobre 
todos os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de orçamentos que são 
aprovados oficialmente, devendo a contabilidade pública registrar as transações em 
função deles, atuando como instrumento de acompanhamento dos mesmos.
A Lei nº 4.320/64, constituindo-se na carta magna da legislação financeira do País, 
estabelece normas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços 
públicos:
Gerencial: auxilia a administração na otimização dos recursos disponíveis na entidade, 
através de um controle adequado do patrimônio;
Financeira: elabora e consolida as demonstrações contábeis para disponibilizar 
informações aos usuários externos;
15
Licitações e Contratos Administrativos
Auditoria: compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de 
informações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando 
mensurar a exatidão destes registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes;
Perícia contábil: elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais sobre organizações 
com problemas financeiros causados por erros administrativos.
1.11 Áreas de atuação específica
Análise econômica e financeira de projetos: elabora análises, através dos relatórios 
contábeis, que devem demonstrar a exata situação patrimonial de uma entidade; Ambiental: 
informa o impacto do funcionamento da entidade no meio ambiente, avaliando os possíveis 
riscos que suas atividades podem causar na qualidade de vida local;
Atuarial: especializada na contabilidade de empresas de previdência privada e em fundos 
de pensão;
Social: informa sobre a influência do funcionamento da entidade na sociedade, sua 
contribuição na agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais;
Agrobusiness: atua em empresas com atividade agrícola de beneficiamento in-loco dos 
produtos naturais.
1.12 Usuários da contabilidade
Os usuários são as pessoas que se utilizam da contabilidade, que se interessam pela 
situação da empresa e buscam nos instrumentos contábeis as suas respostas. Podem ser 
divididos em: usuários internos e usuários externos.
Usuários internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a 
empresa e que têm facilidade de acesso às informações contábeis, tais como:
• Gerentes: para a tomada de decisões;
• Funcionários: com interesse em pleitear melhorias;
• Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais;
• Fornecedores: para administrar melhor suas vendas e prazos de recebimento de 
pagamentos;
• Investidores: para analisar o risco de investir no capital.
16
Licitações e Contratos Administrativos
Usuários externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso 
direto às informações, mas que as recebem de publicações das demonstrações pela 
entidade, tais como:
• Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a concessão 
de financiamentos e medir a capacidadede retorno do capital emprestado;
• Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder atuar 
no mercado;
• Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despesas para poder 
atuar sobre o resultado operacional no que concerne a sua parcela de tributação;
• Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder 
continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além de medir a garantia 
de recebimento futuro;
• Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de que seu 
pedido será atendido nas suas especificações e no tempo acordado.
1.13 Princípios Contábeis
Os princípios originaram-se da necessidade do estabelecimento de um conjunto de 
conceitos, princípios e procedimentos que não somente fossem utilizados como elementos 
disciplinadores do comportamento do profissional no exercício da contabilidade, seja para 
a escrituração dos fatos e transações, seja na elaboração de demonstrativos, mas que 
permitissem aos demais usuários fixar padrões de comparabilidade e credibilidade, em 
função do conhecimento dos critérios adotados na elaboração dessas demonstrações.
O usuário interno principal da informação contábil na entidade moderna é 
a alta administração, que pela proximidade da contabilidade, pode solicitar 
a elaboração de relatórios específicos para auxiliar na gestão do negócio. 
Os relatórios específicos podem, além de abranger quaisquer áreas de 
informação, podem ser elaborados diariamente ou em curtos períodos 
de tempo (semana, quinzena, mês etc.), de acordo com as necessidades 
administrativas.
17
Licitações e Contratos Administrativos
Os princípios básicos, essenciais ao exercício da contabilidade, são: o princípio do custo 
como base de valor, o princípio da realização da receita e confrontação da despesa, o 
princípio do denominador comum monetário e o princípio da competência.
1.13.1 Princípio do Custo como Base de Valor
A aplicação deste princípio é importante para a contabilidade na medida em que ele descarta 
a possibilidade do uso de valores subjetivos para o registro dos bens, estabelecendo que 
seja utilizado o valor que a entidade sacrificou no momento de sua aquisição. Ex: Uma 
entidade adquiriu um imóvel que devido ao seu estado de conservação, o mercado o avalia 
em R$ 500,00. Considerando que a entidade tenha feito uma excelente negociação, ela 
pagou por este imóvel R# 400,00. Analisando o fato, observa-se que a entidade estaria 
ganhando na aquisição do imóvel R$ 100,00, uma vez que ele vale R$500,00 e ela só utilizou 
R$400,00 na compra. O princípio do custo como base de valor, irá resolver a questão ao 
estabelecer que o imóvel seja registrado pelo valor de R$ 400,00 que representa quanto 
saiu do patrimônio para a aquisição do mesmo. A diferença de R$ 100,00 representa um 
valor subjetivo que não é realizado, é apenas uma expectativa para uma venda futura que, 
se caso ocorra, a contabilidade irá registrar o valor que entrar no patrimônio, apurando o 
resultado correto e os lucros ou ganhos realizados.
1.13.2 Princípio do denominador comum monetário
Ele estabelece que a contabilidade seja processada em uma única moeda, oferecendo 
maior consistência aos registros e maior confiabilidade às informações constantes nos 
relatórios contábeis.
Além de delimitar e qualificar o campo de atuação da contabilidade, os 
princípios servem de suporte aos postulados. E através da evolução 
da técnica contábil em função de novos fatos socioeconômicos, 
modificações na legislação, novos pontos de vista, ou outros 
fatores, um princípio que hoje é aceito, poderá ser modificado, para 
atender às inovações ocorridas na vida empresarial.
18
Licitações e Contratos Administrativos
Considerando que as entidades realizam transações com base em outras moedas, esse 
princípio torna-se muito importante por estabelecer que as transações sejam convertidas 
em moeda nacional no momento do registro contábil, evitando a impossibilidade de 
se comparar os diversos fenômenos patrimoniais e de reuni-los em um só balanço 
demonstrativo, pois não se podem somar ou comparar coisas heterogêneas. Ex: registro 
no valor da moeda nacional de equipamentos importados, pagos em dólar.
1.13.3 Princípio da Competência
Estabelece que as receitas e as despesas devem ser atribuídas aos períodos de sua 
ocorrência, independentemente de recebimento e pagamento. Ex.: folha de pagamento 
de funcionários no mês de dezembro, que será registrada como despesa de dezembro, 
mesmo que na prática o pagamento só seja efetuado no início do mês de janeiro.
]1.13.4 Convenções Contábeis
As convenções são mais objetivas e têm a função de indicar a conduta adequada que deve 
ser observada no exercício profissional da contabilidade. São: convenção da objetividade, 
da materialidade, da consistência e do conservadorismo.
19
Licitações e Contratos Administrativos
Convenção da Objetividade: o profissional deve procurar sempre exercer a contabilidade de 
forma objetiva, não se deixando levar por sentimentos ou expectativas de administradores 
ou qualquer pessoa que venha a influenciar no seu trabalho e os registros devem estar 
baseados, sempre que possível, em documentos que comprovem a ocorrência do fato 
administrativo;
Convenção da Materialidade: a informação contábil deve ser relevante, justa e adequada e 
o profissional deve considerar a relação custo x benefício da informação que será gerada, 
evitando perda de recursos e de tempo da entidade;
Convenção da Consistência: os relatórios devem ser elaborados com a forma e o conteúdo 
das informações consistentes, para facilitar sua interpretação e análise pelos diversos 
usuários. Obs: Quando houver necessidade de adoção de outro critério ou método de 
avaliação, o profissional deve informar a modificação e apresentar os reflexos que a 
mudança poderá causar se não for observada pelo usuário;
Convenção do Conservadorismo: estabelece que o profissional da contabilidade deve 
manter uma conduta mais conservadora em relação aos resultados que serão apresentados, 
evitando que projeções distorcidas sejam feitas pelos usuários. Assim, é preferível ter 
expectativa de prejuízo e, no futuro, a entidade apresentar resultados positivos. Se houver 
duas opções igualmente válidas, deve-se optar sempre por aquela que acusa um menor 
valor para os ativos, enquanto para as receitas aquela que acusa um maior valor para os 
passivos e para as despesas.
20
Licitações e Contratos Administrativos
Aula 2 - Estrutura do balanço e do balancete 
2.1 O Patrimônio - Noções de coisas/bens/riqueza
Dadas as afinidades entre os termos que compõem o patrimônio, é interessante conceituá-
los, para que se possa fazer perfeita distinção entre eles:
- Coisa: é o que simplesmente existe na natureza, independente da vontade e 
intervenção humana. Ex. as florestas, o mar, a terra.
- Bem: é toda coisa suscetível de avaliação em dinheiro e que satisfaz uma necessidade 
humana.
- Riqueza: é tudo o que é útil (tem valor econômico e de troca), limitado (existe em 
quantidade relativamente pequena), material (se fosse incorpóreo não poderia 
ser apropriável e nem permutável), sendo apropriável a qualidade do que pode ser 
propriedade de alguém.
2.2 Bens, direitos e obrigações
O patrimônio constitui-se de uma parte com valores positivos, denominada ativo, e de uma 
parte com valores negativos, denominada passivo. O ativo é formado pelos bens e direitos 
e o passivo pelas obrigações. O excesso do ativo sobre o passivo é o capital, conhecido 
como patrimônio líquido que aparece no passivo, para completar a igualdade entre o total 
do ativo e o do passivo, resultando na equação patrimonial.
2.3 Ativo
Representa a parte dos valores positivos do patrimônio, tudo aquilo que a entidade possui 
ou que ela tem a receber de terceiros. Abrange o conjunto de bens e direitos da entidade. 
Os elementos que compõem o ativo são revestidos de algumas características especiais, 
tais como: devem apresentar apotencialidade de gerar benefícios econômicos para a 
entidade, devem ser um recurso econômico, devem ser de propriedade ou estar na posse 
de alguma entidade contábil e devem ser mensuráveis monetariamente.
21
Licitações e Contratos Administrativos
Assim, todo o elemento ativo que não seja mais útil à entidade e, portanto, tenha perdido 
sua capacidade de gerar fluxo de caixa, não deve ser classificado como um elemento ativo. 
Existem entidades que apresentam de 10 a 15% do seu ativo totalmente obsoleto, não 
tendo nenhuma utilidade, devendo ser excluído do patrimônio.
Os bens são divididos em: tangíveis, que representam os bens materiais (têm forma física 
e são palpáveis), e intangíveis, que têm como principal característica a inexistência como 
coisa e seu valor vinculado a um bem tangível ou a uma determinada situação da empresa 
(são incorpóreos e não palpáveis).
- Bem: é qualquer coisa que satisfaz a necessidade humana e 
que pode ser avaliado economicamente.
Ex: bens tangíveis: destinados à instalação (prédios, terrenos, móveis 
e utensílios), destinados a produção (máquinas, equipamentos, 
instrumentos e acessórios), destinados a transformação (matéria-
prima, material secundário e material para embalagem), destinados 
ao consumo (material de escritório, material de limpeza e selos 
postais), destinados à circulação (dinheiro, dinheiro em bancos 
e aplicações financeiras) e destinados à venda (mercadorias e 
produtos comprados para revenda).
Ex: bens intangíveis: marcas de comércio e patentes de invenção.
22
Licitações e Contratos Administrativos
O Código Civil Brasileiro distingue os bens em: móveis - que são os que podem ser movidos 
por si próprios ou por outras pessoas, tais como: animais, máquinas, equipamentos, 
estoques de mercadoria, entre outros, e bens imóveis - que são os vinculados ao solo e 
que não podem ser retirados sem destruição ou danos, tais como: edifícios, árvores, entre 
outros.
Direito: ato da pessoa ou empresa ceder algum bem ou serviço em troca do pagamento não 
imediato, originando um direito correspondente. Portanto representa os bens da empresa 
que estão em mãos de terceiros, como os créditos a receber de terceiros.
2.4 Passivo
Representa todas as obrigações financeiras que uma empresa tem para com terceiros, 
provenientes de transações passadas, realizadas a prazo, com data de vencimento e 
beneficiário certo e conhecido. Todas as contas do passivo representam os valores 
negativos do patrimônio. Neste grupo, está incluído por força de lei o capital próprio, 
apesar de não ser uma obrigação do patrimônio. A classificação do capital próprio no 
grupo do passivo é uma mera questão para atender à necessidade da Contabilidade para 
garantir a igualdade entre os dois grupos (ativo e passivo).
O passivo abrange então o capital de terceiros (obrigações) e o capital próprio e suas 
variações.
Obrigações: constituem-se em ato da pessoa ou empresa dispor 
de algum bem ou serviço e que em troca destes originam um 
compromisso futuro de pagamento, representado por um documento, 
como as duplicatas a pagar.
23
Licitações e Contratos Administrativos
2.5 Patrimônio Líquido
Quando a entidade nasce, os sócios fundadores colocam dinheiro no empreendimento a 
fim de funcionar e assim produzir algo. Depois, vende-se o produto ou serviço e obtém-se 
Receita. Se as Receitas forem superiores às despesas, tem-se Lucro, que é o objetivo de 
montar uma entidade.
No balanço da entidade, há um lado com contas do Passivo. Ali se encontra um grupo de 
contas chamado: Patrimônio Líquido. Nesse grupo registram-se as contas: Capital Social, 
Reservas e Lucro.
2.6 O balancete
É uma peça essencial na Administração empresarial, mas é elaborado pelo setor de 
contabilidade. O balancete é um registro periódico, geralmente mensal, onde constam os 
saldos das contas da entidade, conforme seu Plano de Contas. Seria como um extrato 
bancário da pessoa física, pois mostra a situação momentânea da pessoa, mas não 
espelha a real grandeza de sua riqueza.
O balancete é opcional, mas, quando adotado, dá um suporte de informação importante, 
além de possibilitar que aadministração trabalhe com eficiência. Para se chegar à eficácia 
contábil, é necessário implantar também o controle via Fluxo de Caixa, que espelha a boa 
ou má administração do período e antevê futuras receitas e despesas.
O dinheiro entregue pelo sócio deve ser registrado na empresa/
órgão, pois é um fato contábil. O registro ocorre reconhecendo 
que a entidade está se comprometendo a devolver esse Capital 
+ lucros, no futuro. Eis o segredo: O Capital será registrado como 
Passivo para a entidade, pois ela fica na obrigação de pagar, no 
futuro, aos seus sócios.
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Licitações e Contratos Administrativos
2.7 Abordagem Conceitual do Patrimônio
É o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa física ou jurídica, com 
finalidade definida e mensurável economicamente. Tem-se do lado esquerdo o conjunto de 
bens e direitos pertencentes a uma pessoa ou empresa, e o lado direito inclui as obrigações 
a serem pagas por essa pessoa ou essa empresa.
Patrimônio de Pessoa Física ou Jurídica
Bens Obrigações (a serem pagas)
Direitos (a receber)
Abordagem quantitativa e qualitativa:
O patrimônio de uma entidade pode ser visto e analisado sob os seguintes aspectos:
Qualitativo ou Específico: estuda a terminologia típica de cada um dos elementos que 
compõem o patrimônio, tais como: bens numerários (caixa e bancos), bens de venda 
(mercadorias, produtos acabados e matéria-prima), bens de renda (veículos para alugar 
e imóveis para alugar) e bens de uso (máquinas e equipamentos, materiais úteis e 
ferramentas). Ex: caixa, capital social etc.
Quantitativo: os componentes patrimoniais devem ser expressos em valores monetários 
da moeda nacional.
Ex: caixa.................................R$ 1.000,00 
capital social ....................... .R$ 50.000,00
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Licitações e Contratos Administrativos
Aula 3 - Representação gráfica do patrimônio 
O gráfico do patrimônio é representado pelo Balanço Patrimonial, no qual do lado esquerdo 
encontram-se os valores ativos e do lado direito os valores passivos, como a ANÁLISE 
VERTICAL abaixo:
3.1 A Representação Algébrica Do Patrimônio Equação Fundamental
Sendo o patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações com terceiros e capital 
próprio, a equação fundamental do patrimônio é assim definida:
Substituindo os termos bens e direitos por ativo, obrigações com terceiros por passivo, e 
capital próprio por patrimônio líquido, podemos afirmar que:
P.L. = A - P
Supondo que a entidade venda todos os seus bens, receba todos os seus direitos e pague 
todas as suas obrigações com terceiros, a sobra ou situação líquida é o capital próprio, 
que é denominado pela contabilidade de patrimônio líquido.
3.2 Método de Escrituração
O método de escrituração é um conjunto de regras e informações a serem observadas na 
área de contabilidade. A escrituração foi moldada ao longo do tempo, a fim de registrar os 
fatos contábeis. Em 1494, em Veneza, através da publicação da obra “Tratatus Particularis 
de Computis et Scripturis” (Tratado Particular de Conta e Escrituração), o frei e matemático 
Luca Paccioli, divulgou o método das “Partidas Dobradas”. Esse método se mostrou o mais 
adequado, produzindo informações úteis e capazes de atender a todas as necessidades 
dos usuários para gerir o patrimônio, tornando-se um marco na evolução contábil. O 
método das “Partidas Dobradas” define que: “para todo débito em uma conta, existe um 
crédito...”. Desta forma, a soma dos débitos será igual a soma dos créditos e a soma dos 
saldos devedores será igual a soma dos saldos credores.
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Licitações e Contratos Administrativos
3.3 Processos de Escrituração
No processo eletrônico, os lançamentos são introduzidos por digitação e processados por 
programa de computador, que poderá a qualquer tempo fornecer informações contábeis, 
tais como: o saldo e a movimentação das contas,cálculo de impostos e de encargos 
sociais, folhas de pagamentos, balancetes de verificação, demonstrativos contábeis, entre 
outros.
3.4 Livros de Escrituração
Para registrar os fatos contábeis ocorridos no patrimônio e atender as obrigações das 
legislações: comercial, tributária, trabalhista e/ou previdenciária, as empresas, seja qual for 
sua natureza jurídica, utilizam diversos livros de escrituração que podem ser classificados 
em:
Obrigatórios: exigidos por lei. Ex: Diário, todos os livros fiscais exigidos pela legislação 
federal, estadual e municipal, os livros exigidos pela Lei nº 6.404/76 das Sociedades 
Anônimas.
Facultativos: criados para prestar maior clareza e controle dos registros contábeis. Ex: 
Razão, Caixa, Bancos, Fornecedores, Controle de Estoques.
Podemos classificar sob a ótica da utilização:
Principais: registram todos os fatos ocorridos, constituindo–se no centro de informação. 
Ex: Diário e Razão.
Atualmente, as empresas, principalmente as de médio e de grande 
portes, usam softwares próprios para a contabilidade. Para 
registrar centenas ou milhares de operações por dia, devemos 
contar com recursos humanos / quadro de pessoal especializado.
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Licitações e Contratos Administrativos
Auxiliares: servem para desdobrar os registros constantes nos livros principais. Ex: Caixa, 
Conta Corrente, Livro de Duplicatas.
Ainda é possível organizar pela natureza inerente aos fatos:
Cronológicos: registram as datas de ocorrências dos fatos em ordem rigorosa. E x : 
Diário, Caixa.
Sistemáticos: registram os fatos separadamente por espécie, ou seja, por conta. Ex: Razão, 
Conta Corrente.
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Licitações e Contratos Administrativos
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Módulo 02: 
CONTABILIDADE BÁSICA
29
Licitações e Contratos Administrativos
MÓDULO 2
Aula 4 - Noções de ativo e passivo com suas contas 
4.1 Estruturação e classificação de grupos do ativo
A Lei nº 6.404, de 15.12.76 regulamentava as sociedades por ações (S.A.), mas foi alterada 
pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, convertendo e adotando a redação dada pela 
Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008.
As contas do Ativo devem ser dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez 
(capacidade de pagamento), enquanto as contas do Passivo devem ser registradas de 
acordo com o prazo das exigibilidades. Para cumprir essa norma, apresentamos o Balanço 
Patrimonial que é um instrumento contábil que indica em um determinado momento a 
situação financeira, econômica e patrimonial de uma entidade e no qual as contas são 
classificadas nos seguintes grupos:
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Licitações e Contratos Administrativos
4.1.1 Ativo circulante
É composto pelos bens e direitos que irão ser convertidos em dinheiro, no próximo exercício 
social, geralmente pelo prazo de até 12 (doze) meses, sendo realizáveis/convertidos a 
curto prazo. São subgrupos: disponível, estoques e despesas antecipadas.
Disponível: composto pelos recursos em espécie disponíveis imediatamente: saldo em 
contas: “caixa”, “bancos conta movimento”, “cheques em compensação” e “aplicações 
financeiras. Ex: impostos a recuperar, duplicatas a receber ou clientes, (-) duplicatas 
descontadas, (-) provisão para devedores duvidosos. Estas duas últimas contas representam 
contas retificadoras da conta duplicatas a receber ou clientes e são classificadas no ativo, 
tendo saldos credores, por isso são demonstradas com o sinal (-).
Estoques: representam os bens destinados à venda e que variam de acordo com a 
atividade da entidade. Ex: produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas 
e mercadorias.
Despesas Antecipadas: compreende as despesas pagas antecipadamente que serão 
consideradas como custos ou despesas no decorrer do exercício seguinte.
4.1.2 Ativo não circulante
Realizável a Longo Prazo: composto pelos direitos que serão recebidos após o término 
do exercício seguinte. Ex: duplicatas a receber, aluguéis a receber, contas a receber, 
provisões para perdas, adiantamentos a sócios, adiantamentos à acionistas, empréstimos 
à coligadas etc.
Investimentos: são todas as aplicações de recursos que não têm por finalidade o objetivo 
principal da entidade. Ex: imóveis para aluguel, terrenos para expansão, aquisição de ações 
de outras empresas, participação em empresas coligadas, participação em empresas 
controladas e obras de arte.
Imobilizado: representam as aplicações de recursos em bens imóveis e em bens 
instrumentais que servem de meios para que a entidade alcance seus objetivos. Os 
bens materiais sofrem depreciação, e os terrenos sofrem exaustão. Ex: imóveis, veículos, 
máquinas e equipamentos, embarcações,
Intangível: os bens imateriais sofrem amortização, Ex: marcas e patentes e direitos autorais.
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Licitações e Contratos Administrativos
4.2 Estruturação e classificação de grupos do passivo
4.2.1 Passivo circulante
É composto por todas as obrigações com prazo de vencimento em até 12 (doze) meses. 
Ex. fornecedores, duplicatas a pagar, salários a pagar, provisão para férias, provisão para 
imposto de renda e empréstimos bancários.
4.2.2 Passivo não circulante
Exigível de Longo Prazo: representa as obrigações com prazo de vencimento após o exercício 
social. São valores financeiros recebidos pela entidade. Ex: empréstimos bancários e 
financiamentos, adiantamentos de sócios, adiantamentos de acionistas, empréstimos de 
coligadas e empréstimos de controladas.
Patrimônio Líquido: representa o capital que pertence aos proprietários/sócios. Ex: capital 
social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros (legal, estatutária, 
contingência, investimentos e lucros a realizar), lucros acumulados ou prejuízos 
acumulados.
Capital Social: descreve o valor subscrito e o valor a integralizar, que ainda será realizado 
pelos sócios ou acionistas.
Reservas de Capital: contas que registram doações recebidas, eventualmente, pela 
entidade. No caso de sociedades anônimas: o ágio na emissão de ações, o produto da 
alienação de partes beneficiárias etc.
Reservas de Reavaliação: registram os aumentos de valor atribuídos a elementos do ativo 
em virtude de novas avaliações feitas pela entidade com base em laudo.
Reservas de Lucros: são as contas formadas pela apropriação de lucro da empresa.
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Licitações e Contratos Administrativos
Lucros ou Prejuízos Acumulados: anota os resultados acumulados pela entidade, quan-
do ainda não distribuídos aos sócios, ao titular ou ao acionista.
O Balanço Patrimonial – Representação: A forma gráfica de apresentação/publicação do 
Balanço Patrimonial é divulgada pela empresa no seu interior e na mídia. A lei prevê obri-
gatoriedade de publicação na imprensa/jornal de grande circulação, apenas para alguns 
tipos de grandes empresas.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Disponível Salários a pagar
Duplicatas a receber 
Fornecedores Estoques
Despesas Antecipadas
Não Circulante Não Circulante
Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo
Investimentos Patrimônio Líquido
Imobilizado Capital Social
Intangível Lucros Bruto ou
(Prejuízos Acumulados)
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Módulo 02
Licitações e Contratos Administrativos
Aula 5 Particularidades do patrimônio líquido
5.1 O patrimônio líquido
Quando finda o exercício social, a entidade deve apresentar o Balanço Patrimonial aos 
sócios e demais interessados. Cabe aos sócios e aos conselhos da empresa tomar 
conhecimento das contas e aprovar o balanço. Cabe também aos sócios destinar os lucros 
auferidos, isto é, podem retirar o dinheiro ou reinvestir na empresa, constituindo reservas.
5.2 Variações do Patrimônio Líquido
A partir da equação fundamental do patrimônio, pode-se deduzir que em dado momento, 
o patrimônio assume, invariavelmente, um dos cinco estados a saber:
1 Quando o ativo é maior que o passivo, teremos patrimônio líquido maior que zero, o 
que revela a existência de riqueza patrimonial;
A = P + PL
2 Quando o ativo é maior que o passivo e o passivo é igual a zero, teremos patrimôniolíquido maior que zero, revelando inexistência de dívidas;
A = PL
3 Quando o ativo é igual ao passivo, teremos patrimônio líquido igual a zero, revelando 
inexistência de riqueza própria;
A = P
4 Quando o passivo é maior do que o ativo, teremos patrimônio líquido menor que 
zero, revelando má situação financeira e existência de passivo a descoberto;
A + PL = P
5 Quando o passivo é maior do que o ativo, e o ativo é igual a zero, teremos patrimônio 
líquido menor que zero, revelando péssima situação financeira, inexistência de bens 
e direitos e somente obrigações.
PL = P
O Patrimônio Líquido (PL), nos exercícios posteriores, é calculado assim: diferença entre os 
valores positivos do ativo (bens e direitos) e os valores negativos do passivo (obrigações), 
em um determinado momento. É a parte do balanço que representa o capital investido 
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Módulo 02
Licitações e Contratos Administrativos
pelos sócios e está graficamente localizado no seu lado direito. Obs.: Sendo o patrimônio 
líquido a diferença algébrica entre o ativo e o passivo, não tem sentido falarmos em ativos 
ou passivos negativos. Assim, concluímos que a entidade terá sempre:
Ativo maior ou igual a zero; Passivo maior ou igual a zero;
E Patrimônio Líquido maior, igual ou menor que zero.
Se a entidade possuir ativos e/ou passivos, ela os terá positivamente, ou não os terá.
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Módulo 02
Licitações e Contratos Administrativos
Aula 6 - Regime de Caixa e Regime de Competência 
Este princípio contábil determina o momento em que a receita deve ser considerada como 
realizada para compor o resultado do exercício social. Da mesma forma, determina que a 
despesa que foi necessária à obtenção daquela receita seja igualmente confrontada na 
apuração do resultado.
Este princípio impede que as entidades registrem suas receitas em regime de caixa, 
devendo obedecer ao regime de competência dos exercícios, no qual as receitas e as 
despesas, realizadas e incorridas em cada exercício social, devem ser levadas à apuração 
do resultado daquele exercício social independente de terem sido recebidas, ou pagas. Ao 
final do exercício social, é comum os interessados em contabilidade realizarem muitas 
análises e até novos planos de ação. Neste momento, o resultado/lucro provém do 
confronto das DESPESAS com as RECEITAS do exercício findo. Este resultado pode ser 
afetado pela escolha do Regime Contábil adotado na entidade: Regime de Caixa ou Regime 
de Competência.
De acordo com a teoria contábil do lucro, as receitas são consideradas 
realizadas no momento da entrega do bem ou do serviço para o 
cliente e, neste momento, todas as despesas que foram necessárias 
à realização daquelas receitas devem ser computadas na apuração 
do resultado. Assim, ao relacionar as despesas com as receitas, o 
resultado estará sendo apurado e poderá refletir o mais próximo 
possível a realidade da entidade. Como exemplo, temos a incorporação 
de imóveis, pois quando a legislação estabelece que as receitas 
recebidas antecipadamente serão registradas como receitas futuras, 
e na medida em que a entidade vai incorrendo em despesas, dá-se 
a realização gradativa das receitas. Este procedimento evita que 
a entidade tenha em um exercício excesso de receitas e não tenha 
ainda incorrido em despesas correspondentes à realização daquelas 
receitas.
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Módulo 02
Licitações e Contratos Administrativos
6.1 Regime de Caixa
Na apuração do resultado do exercício, devem ser consideradas todas as despesas pagas 
e todas as receitas recebidas no período, independente da data da ocorrência de seus fatos 
geradores. Desta forma, por esse regime, somente entrarão na apuração do resultado as 
despesas e as receitas que passaram pela conta caixa. O Regime de Caixa somente é 
admissível em entidades sem fins lucrativos, em que os conceitos de receita e de despesa 
se identificam, quase sempre, com os conceitos de recebimento e de pagamento.
6.2 Regime de Competência
Desse regime, provém o princípio contábil: Competência de Exercícios. Por esse regime, 
na apuração do resultado do Exercício, são consideradas apenas as despesas incorridas 
e as receitas realizadas no respectivo exercício, tenham ou não sido pagas ou recebidas. 
Despesas incorridas são as que realmente aconteceram no exercício, embora tenham 
sido pagas noutro exercício. De acordo com esse regime, não importa se as despesas ou 
receitas passaram pela conta Caixa (pagas ou recebidas). O que é registrado é a data da 
ocorrência dos respectivos fatos geradores.
Para apuração do resultado do exercício nas entidades com fins lucrativos, são fundamentais 
os conceitos de custo e de receita, que envolvem o regime de competência, pois a elas não 
importa o que foi pago ou recebido, mas o que foi consumido e recuperado.
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Módulo 02
Licitações e Contratos Administrativos
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Módulo 03
CONTABILIDADE BÁSICA
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Módulo 03
Licitações e Contratos Administrativos
MÓDULO 3
Aula 7 - Receitas e Despesas – DRE 
7.1 As contas
Uma conta é um instrumento contábil para reunir, sob um único item, todos os eventos 
e valores patrimoniais de mesma natureza. Ex: a conta do Banco XYZ contém todos os 
movimentos, depósitos e retiradas de dinheiro realizadas nesse Banco; a conta Veículos 
informa os movimentos, compras e vendas, de veículos, realizadas por esta empresa. 
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Módulo 03
Licitações e Contratos Administrativos
Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, identificados por um título 
que qualifica um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial.
Contas do Demonstrativo de Resultados do Exercício - DRE
RECEITAS
1.1 Receitas Operacionais
1.1.1 Vendas
1.1.1.1 Receita de Vendas de Produtos
1.1.1.2 Receita de Vendas de Mercadorias
1.1.1.3 Receita de Prestação de Serviços
1.1.2 Financeiras
1.1.2.1 Juros Ativos
1.1.2.2 Juros de Aplicações Financeiras
1.1.2.3 Descontos Obtidos
1.1.2.4 Variação Monetária Ativa
1.1.3 Outras Receitas Operacionais
1.1.3.1 Alugueis e Arrendamentos
1.1.3.2 Vendas Acessórias
1.1.3.3 Dividendos e Lucros Recebidos
1.2 Receitas Não-Operacionais
1.2.1 Diversas
1.2.1.1 Lucro na Venda de Bens
1.2.1.2 Lucro na Alienação de Imóveis
1.2.1.3 Lucro na Alienação de Veículos
3.2.1.03 Lucro na Alienação de Móveis e Utensílios
3.2.1.03 Indenizações Recebidas
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Módulo 03
Licitações e Contratos Administrativos
DESPESAS
1.1 Despesas Operacionais
1.1.1 Despesas Administrativas
1.1.1.1 Honorários da Diretoria
1.1.1.2 Salários e Ordenados
1.1.1.3 Encargos Sociais
1.1.1.4 Energia Elétrica
1.1.1.5 Material de Expediente
1.1.1.6 Indenizações e Aviso Prévio
1.1.1.7 Manutenção e Reparos
1.1.1.8 Serviços Prestados por Terceiros
1.1.1.9 Seguros
1.1.1.10 Telefone
1.1.1.11 Propaganda e Publicidade
1.1.2 Despesas com Vendas
1.1.2.1 Honorários da Diretoria
1.1.2.2 Salários e Ordenados
1.1.2.3 Encargos Sociais
1.1.2.4 Energia Elétrica
1.1.2.5 Material de Expediente
1.1.2.6 Indenizações e Aviso Prévio
1.1.2.7 Manutenção e Reparos
1.1.2.8 Serviços Prestados por Terceiros
1.1.2.9 Seguros
1.1.2.10 Telefone
4.1.1.11 Propaganda e Publicidade
41
Módulo 03
Licitações e Contratos Administrativos
1.2 Despesas Não-Operacionais
1.2.1 Perdas na Alienação de Imóveis
1.2.2 Perdas na Alienação de Móveis e Utensílios
1.2.3 Perdas na Alienação de Veículos
O Demonstrativo dos Resultados do Exercício é uma peça obrigatória para qualquer 
empresa. Este demonstrativo deve ser adicionado após a representação gráfica do 
Patrimônio onde há as contas do Ativo, do Passivo, destacando-se o Patrimônio Líquido.
A fórmula simplificada do Demonstrativo dos Resultados do Exercício - DRE é
RECEITAS - DESPESAS = LUCRO
Desta forma, pode-se verificar que o objetivo desta peça é mostrar aos interessados na 
empresa, de onde veio o LUCRO. Este quantitativo é apresentado, explicado e discutido 
minuciosamente pela Diretoria com os sócios ou associados, pois é de suma importância 
para quem tem lucro ou dividendos a receber,no final do exercício.
Muitas vezes a empresa aumentou suas receitas de forma direta, através do aumento de 
vendas, mas às vezes foi por causa de empréstimos. Tudo isto é discutido para explicar 
realmente as origens do lucro.
Outras vezes as despesas são consequências naturais da aquisição de mais estoques 
para atender a demanda dos clientes pelo produto da empresa. Isto demonstra que o 
produto é bem aceito, a empresa está vencendo a concorrência e os funcionários estão 
trabalhando com eficiência. Mas há casos em que as despesas aumentaram porque a 
empresa comprou maquinário e utensílios, necessários ao aumento da produção.
42
Módulo 03
Licitações e Contratos Administrativos
Como exemplo, vejamos um exercício abaixo, com números hipotéticos apenas para 
termos uma ideia da contas previstas para integrar a estrutura de um DRE:
DEMONSTRATIVO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
em milhares de Reais ANO X+1 ANO X
31.12.99 31.12.98
RECEITA BRUTA 495.795 476.965
Impostos e Devoluções (118.913) (121.950)
RECEITA LÍQUIDA 376.882 355.015
Custo das Vendas (193.129) (186.026)
LUCRO BRUTO 183.753 168.989
Despesas com Vendas (89.611) (99.869)
Rec./ Desp.Financeiras (3.434) (13.852)
Desp. Gerais e Adm. (36.839) (49.080)
Amortização-Ágio s/Investimento (7.735) (25.643)
Outras Receitas Operac. (37.800) (11.677)
Resultado de Equiv. Patrimonial 227.493 11.445
Total Despesas Operacionais 52.074 (188.676)
LUCRO OPERACIONAL 235.827 -19.687
Receitas/Desp. Não Operacionais (64.585) 43.837
Participação nos Resultados (875) (638)
LUCRO ANTES DO I.R/C.S. 170.367 23.512
Provisão p/ IR e CS 22.382 (2.540)
LUCRO LÍQUIDO 192.749 20.972
43
Módulo 03
Licitações e Contratos Administrativos
Aula 8 - Livros Contábeis – Livro Diário e Livro Razão
Todos os acontecimentos que ocorrem diariamente na empresa devem ser registrados, 
pois a entidade é responsável pela sua gestão, pelos registrados em livros próprios, nos 
quais fica configurada sua própria vida.
Os livros de escrituração têm várias finalidades. Uns servem para registrar as compras, 
outros para registrar as vendas, controlar os estoques, os lucros ou prejuízos fiscais.
Há livros onde são registrados os empregados e outros em que se registram Atas de 
reunião ou Assembléias.
8.1 Livros fiscais
Livros fiscais são os exigidos pelo fisco Federal, Estadual ou Municipal. Os mais comuns 
são:
4.2.3.1. Registro de Entradas
4.2.3.2. Registro de Saídas
4.2.3.3. Registro de Impressão de Documentos Fiscais
4.2.3.4. Registro de Inventário
4.2.3.5. Registro de Apuração de IPI
4.2.3.6. Registro de Apuração de ICMS
4.2.3.7. Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR
4.2.3.8. Livro de Movimentação de Combustíveis
8.2 Livros contábeis
Livros contábeis são aqueles utilizados pelo setor de Contabilidade, com o objetivo de 
escrituração contábil dos atos e dos fatos administrativos que ocorrem na empresa.
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Segundo o Código Comercial Brasileiro, todos os comerciantes estão obrigados a seguir 
uma ordem uniforme de contabilidade e escrituração e a manter os livros necessários para 
esse fim. Deverão, ainda, conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondências 
e demais papéis pertencentes ao giro de seu comércio, enquanto não prescreverem as 
atividades relativas.
Os principais livros utilizados pela Contabilidade são:
• Livro Diário
• Livro Razão
• Registro de Duplicatas
• Livro Caixa
• Livro Contas-correntes
Diário: É obrigatório o uso deste livro, que constitui o registro básico de toda a escrituração 
contábil, no qual devem ser lançados, dia a dia, todos os atos ou operações da atividade, 
ou que modifiquem ou possam a vir a modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica, 
observado o seguinte:
42.3.8.I. Esse livro deve se encadernado com folhas numeradas seguidamente. Também 
devem conter termos de abertura e de encerramento e ser autenticado pelo órgão 
competente.
4.2.3.8.II. Os lançamentos nesse livro poderão ser efetuados diretamente ou por reprodução, 
ou por meio de processamento eletrônico de dados.
4.2.3.8.III. É admitida a escrituração resumida do diário, por totais que não excedam 
o período de um mês, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas 
ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que sejam utilizados livros 
auxiliares, devidamente autenticados na forma prevista para o Diário.
Para registro individualizado serão conservados os documentos que permitam sua perfeita 
verificação. Nos lançamentos resumidos do Diário, devem ter referências às páginas dos 
livros auxiliares em que as operações estiverem registradas de forma individualizada.
8.2.1 Livro Diário
O Diário é um livro obrigatório pela legislação comercial. Por ser obrigatório, o Diário está 
sujeito às formalidades legais extrínsecas e intrínsecas. Eis os elementos essenciais do 
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Lançamento no Livro Diário.
1º local e data;
2º conta ou contas debitadas;
3º conta ou contas creditadas, precedida(s) da partícula “a”; 4º - Histórico da operação;
5º valor da operação.
O livro Diário tradicional pode ser substituído por fichas contínuas (ou soltas), em forma 
de sanfona, soltas ou avulsas. Mas, a adoção desse sistema não exclui a empresa de 
obediência aos requisitos intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial para o livro Diário. 
As empresas que utilizam fichas são obrigadas a adotar o livro próprio para a inscrição 
das demonstrações financeiras.
8.2.2 Livro Razão
A pessoa jurídica deverá manter, em boa ordem e segundo as normas contábeis 
recomendadas, livro Razão ou fichas utilizados para resumir ou totalizar, por conta ou sub-
conta, os lançamentos efetuados no Diário, devendo a sua escrituração ser individualizada 
e obedecer à ordem cronológica das operações.
Há vários livros a serem usados pelas empresas. Os mais utilizados pela contabilização 
dos atos e fatos administrativos, conforme a Contabilidade são:
Livro Diário Livro Razão Livro Caixa
Livro Contas-Correntes
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O Livro Razão é obrigatório pela legislação comercial e tem a finalidade de demonstrar a 
movimentação analítica das contas escrituradas no Livro Diário e constantes do balanço.
Exemplo de Livro Razão:
Razão Analítico Carcará Comércio
Conta: Bancos Cta. Movimento – Banco de Brasília S.A.
Data Histórico da Operação Débito Crédito
10.01.2010 Saldo Inicial
12.01.2010 Depósito 500,00
26.01.2010 Cheque nº 051680 3.000,00
Totais 500,00 3.000,00
As formalidades da escrituração contábil estão expressas no Decreto Lei 486/1969. Não há 
necessidade de registro do Livro Razão, mas é um livro que deve conter termo de abertura 
e encerramento, com a assinatura do contabilista e do responsável pela empresa.
As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real são obrigadas a escriturar e a 
manter o livro Razão ou fichas. As fichas são utilizadas para resumir e totalizar, por conta 
ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário.
A escrituração deverá ser individualizada, obedecendo-se a ordem cronológica das 
operações, conforme RIR/1999, art. 259, que incorporou as Leis nº 8.218, de 1991, art. 14, 
e nº 8.383, de 1991, art. 62.
O livro Razão ou as respectivas fichas estão dispensados de registro ou autenticação em 
qualquer órgão, no entanto, na escrituração, deverão ser obedecidas as regras da legislação 
comercial e fiscal aplicáveis aos lançamentos em geral.
O Livro Caixa registra todos os recebimentos e pagamentos efetuados, de forma cronológica.
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Exemplo:
Data Histórico Entradas Saí-
das
Saldo
01.05.2010 Saldo Anterior 10.000,00
02.05.2010 Recebimento Fatura 
15/2008
20.500,00 30.500,00
05.05.2010 Pagamento de Salários 10.500,00 20.000,00
Cabe ao contribuinte comprovar a veracidade das receitas e das despesas, mediante 
documentação idônea (notas fiscais, recibos etc.) escrituradasem Livro Caixa.
Os documentos contábeis serão mantidos em seu poder, à disposição da fiscalização, 
enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência. O Livro Caixa contém o registro de todos 
os recebimentos e pagamentos efetuados pelo Autônomo ou Profissional Liberal.
São despesas as quantias despendidas na aquisição de bens próprios para o consumo, 
tais como material de escritório, de conservação, de limpeza e de produtos de qualquer 
natureza usados e consumidos nos tratamentos, reparos, conservação, e integralmente 
dedutíveis no livro Caixa, quando realizadas no ano- calendário.
Para fins de apuração do Imposto de Renda, o contribuinte que perceber rendimentos do 
trabalho não- assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, a que 
se refere o art. 236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente 
do exercício da respectiva atividade:
1 a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos 
trabalhistas e previdenciários;
1 os emolumentos pagos a terceiros, assim considerados os valores referentes à 
retribuição pela execução, pelos serventuários públicos, de atos cartorários, judiciais 
e extrajudiciais;
2 as despesas de custeio que foram pagas e são necessárias à percepção da receita 
e à manutenção da fonte produtora.
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8.2.3 Origem Da Despesa
As despesas escrituradas no livro caixa podem ser oriundas de serviços prestados tanto 
a pessoas físicas como a pessoas jurídicas. Podem ser deduzidas despesas com aluguel, 
energia, água, gás, taxas, impostos, telefone, telefone celular, condomínio, quando o imóvel 
utilizado para a atividade profissional é também residência. Admite-se como dedução 
a quinta parte destas despesas, quando não se possa comprovar quais as oriundas da 
atividade profissional exercida. Não são dedutíveis os dispêndios com reparos, conservação 
e recuperação do imóvel quando este for de propriedade do contribuinte.
Livros, publicações técnicas e roupas especiais:
As despesas efetuadas para comparecimento a encontros científicos, como congressos, 
seminários etc., se necessárias ao desempenho da função desenvolvida pelo contribuinte, 
observada, ainda, a sua especialização profissional, podem ser deduzidas, tais como os 
valores relativos a taxas de inscrição e comparecimento, aquisição de impressos e livros, 
materiais de estudo e trabalho, hospedagem, transporte, desde que esses dispêndios 
sejam escriturados em livro Caixa, comprovados por documentação hábil e idônea e não 
sejam reembolsados ou ressarcidos.
O contribuinte deve guardar o certificado de comparecimento dado pelos organizadores 
desses encontros.
Excesso se despesas: as deduções não poderão exceder à receita mensal da respectiva 
atividade, sendo permitido o cômputo do excesso de deduções nos meses seguintes até 
dezembro. O excesso de deduções, porventura existente no final do ano-calendário, não 
será transposto para o ano seguinte.
Atenção especial deve ser dada ao Registro de Duplicatas: O livro Registro de Duplicatas 
é de escrituração obrigatória, caso a empresa realize vendas a prazo com emissão de 
No caso de o profissional autônomo exercer funções e atribuições que 
o obriguem a comprar roupas especiais e publicações necessárias 
ao desempenho de suas funções e desde que os gastos estejam 
comprovados com documentação hábil e idônea e escriturados em 
livro Caixa, poderá ele deduzir as despesas com aquisição de livros, 
jornais, revistas, roupas especiais etc.
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duplicatas, podendo, desde que devidamente autenticado no Registro do Comércio, ser 
utilizado como livro auxiliar da escrituração mercantil.
Os livros auxiliares, tais como Caixa e Contas-Correntes, que também podem ser 
escriturados em fichas, são dispensados de autenticação quando as operações a que 
se reportarem tiverem sido lançadas, pormenorizadamente, em livros devidamente 
registrados.
Na escrituração contábil, é permitido o uso de códigos de números ou de abreviaturas, desde 
que estes constem de livro próprio, revestido das formalidades de registro e autenticação 
(parágrafo 1o. do art. 269 do RIR/99).
Esse livro pode ser o próprio livro Diário, que deverá conter, necessariamente, no 
encerramento do período-base, a transcrição das demonstrações contábeis. Ou o livro 
utilizado para registro do plano de contas e/ou históricos codificados, desde que revestidos 
das formalidades legais (registro e autenticação).
Livros sociais são os livros exigidos pela Lei das Sociedades por Ações (Lei nº6.404/76). 
A companhia deve ter os seguintes livros, além daqueles obrigatórios para qualquer 
comerciante, com as mesmas formalidades legais:
1. Livro de Registro de Ações Nominativas
1. Livro de Registro de Ações Endossáveis
2. Livro de Transferências de Ações Nominativas
3. Livro de Registro de Partes Beneficiárias
4. Livro de Registro de Partes Beneficiárias Endossáveis
5. Livro de Atas das Assembléias Gerais
6. Livro de Presença de Acionistas
7. Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração
8. Livro de Atas das Reuniões da Diretoria
9. Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal
De acordo com a legislação consolidada no art. 265 do RIR/99, as pessoas jurídicas podem 
utilizar sistema de processamento eletrônico de dados para registrar negócios e atividades 
econômicas, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal
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As S.A são obrigadas a manter, em meio magnético ou assemelhado, à disposição da 
Secretaria da Receita Federal, os respectivos arquivos magnéticos pelo prazo de cinco 
anos.
A apresentação dos arquivos magnéticos, quando solicitada pela fiscalização, deverá 
ser feita no prazo de vinte dias contados do recebimento do Termo de Intimação Fiscal, 
podendo ser prorrogado por período igual pela autoridade solicitante, ficando a pessoa 
jurídica sujeita à multa, caso, não apresentem os arquivos na forma prevista pela lei (art. 
980 do RIR/99).
A pessoa jurídica que se utilizar de sistema de processamento de dados deverá manter 
documentação técnica completa e atualizada do sistema, suficiente para possibilitar a 
sua auditoria, facultada a manutenção em meio magnético, sem prejuízo da sua emissão 
gráfica, quando solicitada.
A falsificação, material ou ideológica, da escrituração e dos seus comprovantes, ou de 
demonstração contábil, que tenha por objeto eliminar ou reduzir o montante de imposto 
devido ou diferir seu pagamento, submeterá o contribuinte a multa, independentemente da 
ação penal que couber (art. 256 do RIR/99).
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Aula 9 - Noções de lançamentos: débito, crédito e razonete 
9.1 Lançamentos a débito e a crédito
As operações registradas, conforme sua natureza, através de lançamentos, ocasionam 
aumentos e diminuições do ativo, do passivo e do patrimônio líquido. As contas do ativo 
são debitadas quando bens ou direitos entram no patrimônio e creditadas quando saem. 
liquida.
As contas passivas são creditadas quando o patrimônio assume obrigações e debitada 
quando as 
O patrimônio líquido, como complemento do passivo para igualar ao ativo, obedece ao 
mesmo
mecanismo das demais contas passivas, ou seja, suas contas são creditadas quando há 
aumento de patrimônio, e debitadas quando há redução.
As contas de despesas são debitadas, pois representam redução do patrimônio líquido, 
enquanto as contas de receitas são creditadas, pois representam aumento do patrimônio 
líquido.
Natureza e saldo das contas
As contas devedoras são as representativas dos bens, direitos, despesas e custos. 
Possuem permanentemente saldo devedor, devendo ser debitadas e depois creditadas. 
Ex: caixa, bancos, mercadorias, salários, custos dos produtos vendidos etc.
As contas credoras são as representativas das obrigações, do patrimônio líquido, das 
receitas e dos ganhos.Possuem permanentemente saldo credor, devendo ser creditadas 
e depois debitadas. Ex: salários a pagar, imposto a pagar, fornecedores e juros recebidos.
A diferença entre o débito e o crédito é denominada de saldo. Se o valor dos débitos for 
superior ao valor dos créditos, a conta terá um saldo devedor. Se ocorrer o contrário, a 
conta terá um saldo credor.
9.2 Classificação das contas
As contas são classificadas em dois grupos: patrimoniais e de resultado.
Patrimoniais: representam os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obrigações e 
situação líquida). Ex: Caixa, Duplicatas a Receber, Fornecedores, Empréstimos, Capital 
Social.
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Resultado: registram as variações patrimoniais e demonstram o resultado do exercício 
(receitas e despesas). Ex: Salários, Juros Passivos, Receitas Financeiras.
9.3 O Plano de Contas
O Plano de Contas é um elenco de todas as contas previstas como necessárias aos registros 
contábeis de uma entidade. É o instrumento necessário ao profissional que o consulta 
quando vai realizar um lançamento contábil, indicando qual conta deve ser debitada e qual 
conta deve ser creditada.
O Plano de Contas oferece a vantagem de uniformização das contas utilizadas em cada 
registro, além de servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis.
A finalidade principal do plano é estabelecer normas de conduta para o registro das 
operações da organização e, na sua elaboração, devem ser considerados três objetivos 
fundamentais:
1) Atender às necessidades de informações da administração da entidade;
1) Observar formato compatível com os princípios contábeis e com a norma legal que 
regula a elaboração do balanço patrimonial e das demais demonstrações contábeis;
2) Adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos à entidade 
(fornecedores, bancos, órgãos fiscais, auditoria externa) e, particularmente, às 
regras da legislação do Imposto de Renda.
O plano completo deve apresentar o título das contas, a classificação, a função, explicar 
o funcionamento, apontar a relação entre os grupos ou mesmo entre as contas, regular o 
registro das contas, estabelecer a análise e os códigos das contas e prever as derivações 
das contas.
O título de cada conta deve expressar o significado adequado das operações nela 
registradas, pois as demonstrações contábeis podem não ser apenas utilizadas pelos 
usuários internos, mas também dos usuários externos. Além disso, no caso de sociedade 
anônima de capital aberto, com suas ações negociadas em bolsas de valores, é fundamental 
que suas demonstrações tenham uma linguagem precisa e clara para facilidade de seus 
acionistas em particular e do mercado em geral.
A classificação das contas é dada em grupos que permitam a comparação entre si, 
evidenciando a proporcionalidade entre bens, direitos e obrigações.
O responsável pela elaboração do plano de contas precisa ter absoluta consciência das 
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Licitações e Contratos Administrativos
necessidades da empresa e das normas técnicas, fazendo com que o elenco apresente 
contas de função bem definida, ou seja, esclareça para que serve cada conta e qual o papel 
que desempenha na escrituração.
O funcionamento estabelece a relação da conta com as demais e evidencia como se 
comporta perante seu objeto. Demonstra como se debita a conta, como se credita, qual a 
natureza de seu saldo e quais as outras contas com que normalmente mantém contato.
Ex: caixa – Débito: pelo recebimento em dinheiro Crédito: pelo pagamento em dinheiro
Saldo: representa o numerário em poder da empresa
Cada conta deve ser identificada por um código que a distingue das demais. E esta 
codificação poderá ser numérica ou alfabética, ou alfanumérica.
Ex: 1 - Ativo
1.1 - Ativo Circulante
O plano varia de acordo com o tipo de cada entidade e não pode ser rígido nem inflexível, 
devendo permitir as alterações que se mostrarem necessárias por ocasião de sua utilização.
A rápida evolução da economia atual gera constantes modificações e aperfeiçoamentos 
na legislação comercial e fiscal, bem como nas normas e métodos que regulam a atividade 
empresarial, o que exige a criação de novas contas, o cancelamento de algumas e o 
desdobramento de outras, de modo que os registros acompanhem a evolução dos fatos e 
permitam a constante atualização dos acontecimentos.
9.4 Atos e Fatos Administrativos
O conjunto de acontecimentos que constituem a dinâmica patrimonial é proveniente dos 
atos e fatos administrativos:
Atos Administrativos: são as ocorrências que não alteram diretamente o patrimônio. Ex. 
Admissão e demissão de funcionários e solicitação de mercadoria.
Fatos Administrativos: são todas as ocorrências que alteram o patrimônio permutando os 
seus valores ou modificando o patrimônio líquido. A contabilidade tem como conteúdo o 
estudo e o registro contábil dos fatos administrativos.
Através dos demonstrativos contábeis, podemos conhecer seus efeitos sobre o patrimônio. 
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Licitações e Contratos Administrativos
Os fatos administrativos podem ser: permutativos e modificativos.
Permutativos: são os fatos que provocam variações específicas, permutando os elementos 
do ativo e do passivo, sem alterar a situação líquida. Este fato altera a qualidade do 
patrimônio. Ex: compra de um veículo à vista, pagamento de uma dívida.
Modificativos: são os fatos que produzem alteração na situação líquida do patrimônio, ora 
diminuindo-o, ora aumentando-o. Assim, os fatos modificativos podem ser aumentativos 
e diminutivos.
Exemplo de plano de contas
Exemplo de plano de contas que, com as devidas adaptações, pode ser utilizado por 
empresas industriais, comerciais ou prestadoras de serviços.
Ativo Circulante
- Disponível
- Caixa
- Banco c/Movimento
- Banco X
- Banco Y
- Aplicação de Liquidez Imediata
ATIVO
- Cheques em Cobrança (não se usa a denominação “Pré-datado”)
- Numerários em Trânsito
- Duplicatas a Receber
(-) Duplicatas Descontadas
(-) Provisão p/Devedores Duvidosos
- Impostos a Recuperar
- ICMS a Recuperar
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Módulo 03
Licitações e Contratos Administrativos
- Cheques a Receber
- Adiantamento a Fornecedores
- Adiantamento a Empregados
- Estoque (venda futura, noutro exercício)
- Matérias - Primas
- Material Secundário
- Produtos em Elaboração
- Produtos Acabados
- Mercadorias
- Material de Expediente
- Despesas Antecipadas
- Seguros a Vencer
- Encargos Financeiros a Apropriar
Obs: São contas realizáveis a Curto Prazo (Recursos para uso neste exercício que se 
iniciará)
Ativo não Circulante
- Realizável a Longo Prazo
- Duplicatas a Receber
(-) Duplicatas Descontadas
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(-) Provisão p/Devedores Duvidosos
- Adiantamentos a Sócios
- Adiantamentos a Acionistas
- Empréstimos a Coligadas
- Empréstimos a Controladas
- Investimentos
- Ações de Controladas
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Módulo 03
Licitações e Contratos Administrativos
- Ações de Outras Empresas
- Ações de Coligadas
- Debêntures em tesouraria
- mobilizado
- Imóveis p/Alugar
- Objetos de Arte
- Imóveis de uso
- Terreno
(-) Exaustão
- Móveis e Utensílios
- Veículos
- Embarcações
- Máquinas e Equipamentos (-)Depreciação Acumulada
Intangível
Direitos Autorais
(-) Amortização Acumulada
PASSIVO
Passivo Circulante
- Fornecedores
- Duplicatas a Pagar
- Salários a Pagar
- INSS a Recolher
- FGTS a Recolher
- Provisão p/ 13º Salário
- Dividendos a Pagar
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Módulo 03
Licitações e Contratos Administrativos
- Imposto de Renda a Recolher
- Contribuição Social a Recolher
- Provisão para Férias
- ICMS a Recolher
- PIS a Recolher
- Cofins a Recolher
- Empréstimos Bancários
Obs: São contas a serem pagas no Curto Prazo (Necessidade de recursos para uso neste 
exercício que se iniciará)
Passivo não Circulante
Exigível a Longo Prazo
- Adiantamento de Sócios
- Adiantamento de Acionistas
- Empréstimos de Coligadas
- Empréstimos de Controladas
- Resultado de Exercício Futuro
- Receitas Antecipadas
Patrimônio Líquido

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