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TAREFA 1.1
FORUM
Analise a situação hipotética abaixo:
Carlos Maurício se dirigiu à Secretaria de Saúde de seu Município para recolher os remédios de diabetes usados por sua mãe, que são disponibilizados pelo Município todos os meses. Ocorre que ao chegar, observou que a Secretaria estava fechada e, dentro do prédio os funcionários estavam realizando uma festinha de aniversário. Ao conferir o horário em seu relógio, observou que a Secretaria deveria estar em funcionamento. Carlos Maurício bateu então na porta e foi recebido pela servidora Edinalda, que o mandou embora, pois estavam comemorando um momento muito especial. Carlos Maurício disse que gostaria apenas de pegar os remédios de sua mãe. Edinalda, que não queria perder nenhum momento da festa, chamou os seguranças e determinou que Carlos fosse retirado da secretaria à força. Vário transeuntes presenciaram Carlos Maurício ser pego por dois guardas municipais e ser arremessado para fora do prédio. Como consequência Carlos Eduardo sofreu graves lesões no braço e precisou passar por cirurgia corretora.
 Carlos Eduardo te procura como advogado, para intentar uma ação de reparação de danos.
1) Nesse caso: Qual é o prazo prescricional da pretensão de Carlos Eduardo? Assista o vídeo do Prof. Márcio e explique a divergência jurisprudencial acerca do assunto.
Existe uma divergência em relação ao prazo prescricional para ajuíza ação de indenização contra o Estado por dano causado por um agente público, tal divergência dar-se em virtude de uma parte entender tratar-se de um prazo de trienal (03 - três anos) e outra parte da doutrina entender que o prazo prescricional é de quinquenal (05 cinco anos).
Os que defendem a ideia da prescrição Trienal, baseiam-se no art. 206, § 3º do Código Civil de 2002, por tratar-se de norma recente que aborda o tema. Trazendo a Fazenda Pública um prazo de somente 03 (três) anos para que qualquer pessoa que sinta-se lesada entre com a devida ação de indenização contra o Estado, sendo esta norma mais benéfica a Fazenda Pública. Conforme o julgado STJ:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ANÁLISE DO CONJUNTOFÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 7/STJ.PRETENSÃO INDENIZATÓRIA. PRESCRIÇÃO. INCIDÊNCIA, NA ESPÉCIE, DO ART. 206, § 3º, INC. V, DO NOVO CÓDIGO CIVIL. PRAZO TRIENAL. PRECEDENTESDO STJ. 1. Na hipótese dos autos, o recorrente defende que a Comarca de Ibiá é o juízo competente para análise dessa ação com base no documento de fls. 90/92, que demonstra que o objeto dos autos está relacionado ao contrato administrativo firmado entre as partes. 2. Ocorre que não é possível, em sede de recurso especial, aferir qual é o juízo competente para essa ação com base no exame de provas, face ao óbice preconizado na Súmula 7/STJ. 3. O entendimento jurisprudencial da 1ª Seção do STJ é no sentido deque se aplica o art. 206, § 3º, inc. V, do CC/02, nos casos em que se requer a condenação de entes públicos ao pagamento de indenização por danos materiais/morais. Nesse sentido: EREsp. 1.066.063/RS, 1ªSeção, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 22.10.2009; REsp. 1.137.354/RJ,2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe 18.9.2009. 4. Considerando que o evento danoso ocorreu em 5.8.2002 e a demanda foi ajuizada em 29.9.2006, é possível verificar que já transcorreram mais de três anos, ocorrendo a prescrição no que se refere ao pedido de indenização por danos morais promovido pelo ora recorrido. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido.
(STJ - REsp: 1215385 MG 2010/0178435-8, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 16/12/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 08/02/2011)
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PRESCRIÇÃO.DECRETO 20.910/1932. ADVENTO DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. REDUÇÃO DOPRAZO PRESCRICIONAL PARA TRÊS ANOS.1. O legislador estatuiu a prescrição qüinqüenal em benefício do Fisco e, com manifesto objetivo de favorecer ainda mais os entes públicos, estipulou que, no caso de eventual existência de prazo prescricional menor a incidir em situações específicas, o de cinco anos seria afastado nesse particular. Inteligência do art. 10 do Decreto 20.910/1932.2. O prazo prescricional de três anos relativo à pretensão de reparação civil - art. 206, § 3º, V, do Código Civil de 2002 -prevalece sobre o qüinqüênio previsto no art. 1º do Decreto20.910/32. Precedentes do STJ.3. Recurso Especial provido.
(STJ, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 22/03/2011, T2 - SEGUNDA TURMA)
Os que defendem a prescrição quinquenal, baseiam-se no que dispõe o art. 1º do Decreto Lei nº 20.910/1932. 
    Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem. 
O STJ posteriormente em outras decisões mudaram o pensamento em relação ao prazo prescricional, pois passaram a decidir em favor do prazo quinquenal, findando assim sanada a controvérsia no Tribunal.
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. APREENSÃO DE VEÍCULO REVERTIDA JUDICIALMENTE. DANOS EMERGENTES. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. PRINCÍPIO DA ACTIO NATA. AÇÕES INDENIZATÓRIAS AJUIZADAS CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. PRAZO PRESCRICIONAL QÜINQÜENAL. 1. O curso do prazo prescricional do direito de reclamar inicia-se somente quando o titular do direito subjetivo violado passa a conhecer o fato e a extensão de suas conseqüências, conforme o princípio da actio nata. Precedentes. 2. No caso em questão, não há falar em ocorrência da prescrição, pois o recorrido somente tomou ciência dos danos ocorridos no veículo com sua devolução. 3. Esta Corte, no julgamento do REsp 1.251.993/PR, submetido ao rito dos recursos repetitivos, firmou entendimento no sentido de que mesmo nas ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública, se aplica o prazo prescricional qüinqüenal do art. 1º do Decreto 20.910/32. 4. Recurso especial não provido.
(STJ - REsp: 1257387 RS 2011/0126207-0, Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 05/09/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 17/09/2013)
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. PERÍMETRO IRRIGADO ICÓ-LIMA CAMPOS. ESCASSEZ DE ÁGUA. PERDA DA LAVOURA. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAL E MATERIAL. PROVA EMPRESTADA. INEXISTÊNCIA. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. FAZENDA PÚBLICA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. RESP 1.251.993/PR (RECURSO REPETITIVO). 1. Da leitura do acórdão recorrido, verifica-se que, no caso, não há prova emprestada, porquanto na lide em julgamento foram produzidas as provas que subsidiaram o julgamento desta e de outras demandas, ou seja, a prova produzida no presente feito é que teria sido usada em outros casos análogos. Destarte, para infirmar a afirmação do Tribunal de origem de que foram produzidas as provas necessárias ao julgamento, necessário seria o reexame do acervo fático-probatório, o que encontra óbice na Súmula 7/STJ. 2. No que tange à alegação de prescrição trienal, verifica-se que a posição firmada na origem não discrepa da sedimentada nesta Corte, consoante entendimento firmado pela Primeira Seção desta Corte no julgamento do REsp 1.251.993/PR, segundo a regra do art. 543-C do CPC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 19/12/2012, que assentou que: "é pacífica a orientação jurisprudencial desta Corte Superior no sentido da aplicação do prazo prescricional quinquenal nas ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública, previsto no art. 1º do Decreto 20.910/32". Agravo regimental improvido.
 (STJ - AgRg no REsp: 1377099 CE 2013/0054988-2, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 26/11/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 09/12/2013)
Sendo que o STF decidiu que o prazo prescricional para reivindicar o direito de indenização é de 5 anos, que entende e consolida o que dispõe no art. 1º do Decreto Lei nº 20.910/1932. 
Desta forma cabe ao Sr. CarlosMauricio o prazo de 5 anos, contados da ocorrência do fato danoso, para ajuizar a Ação de indenização em face do Municipio.
 
2) Quem figurará no polo passivo da ação de reparação? Explique e fundamente sua resposta.
A figura no polo passivo neste caso é o MUNICÍPIO. Pois o fato lesivo ocorreu pela conduta do servidor público, sendo o Estado, pessoa jurídica, sendo representado pelos seus agente públicos. 
Desta forma a responsabilidade é objetiva, não precisa ser comprovada a culpa do agente público, basta a comprovação do nexo de causalidade entre o ato do servidor e a lesão causada, para que a pessoa lesionada possa ingressar contra o ente estatal.
Sendo inclusive este o entendimento do STF, bem como a determinação doa rt. 37, § 6º da Constituição Federal.
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
 Posteriormente, caso fique comprovado a culpa do servidor que cometeu o ato lesivo, poderá o Estado ajuíza ação de regresso para ressarcir os cofres públicos.

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