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Projeto de Ensino Indisciplina

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
PEDAGOGIA
KARINA MARIA LEITE DE LUCENA
INDISCIPLINA EM SALA DE AULA: PROFESSOR COMO AGENTE TRANSFORMADOR DA EDUCAÇÃO.
ARAPIRACA 2019
KARINA MARIA LEITE DE LUCENA
INDISCIPLINA EM SALA DE AULA: PROFESSOR COMO AGENTE TRANSFORMADOR DA EDUCAÇÃO.
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagogo.
ARAPIRACA
2019
LUCENA. Karina Maria leite. Indisciplina em sala de aula: professor agente transformador da educação. 2019. 28 folhas. Projeto de Ensino (Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Arapiraca, 2019.
RESUMO
A indisciplina em sala de aula apresenta-se como um grande problema no contexto escolar, o presente trabalho com o tema indisciplina em sala de aula, propõe o professor como um dos agentes que podem mudar essa realidade ou pelo menos melhora-la, e para isso acontecer os alunos, pais e direção precisam está em unidade com os professores, a escola precisa caminhar junta. Para isto buscou-se primeiramente compreender o sistema de ensino antigo e atual, todo o caminho pra se chegar até hoje e a relação do autoritarismo com a indisciplina no ambiente escolar, utilizando para esta compreensão conceitos de vários autores, entre eles Novais (2004a), Aquino (2003), Galland (2010), Morais (2001) e Edgar Morin (2001) , que apresentam e discutem a autoridade do professor e a indisciplina em sala de aula. Foi apontado também que a autoridade do professor é conquistada pelo domínio do conteúdo, boa entonação de voz e principalmente por atitudes que controlem a indisciplina em sala de aula, foi realizada uma pesquisa com vários professores do ensino fundamental I de uma escola pública com o intuito de ver como alguns professores lidam com a indisciplina. Concluiu-se com os fatores determinantes da indisciplina em sala de aula estão centrados no professor, mostrando que os professores podem reduzir a indisciplina em sala de aula a medida que utilizem aulas dinâmicas, se posicionem, juntamente com mudanças que esses profissionais podem fazer no dia a dia em suas salas de aulas eles podem transformar seus alunos.
Palavras chave: Indisciplina, equilíbrio, postura, fatores, transformação.
SUMÁRIO
1.Intrudução....................................................................................5
2.Revisão bibliográfica.....................................................................6
3. Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino.................14
3.1Tema e linha de pesquisa..........................................................14
3.2 Justificativa................................................................................14
3.3 Problematização e objetivos......................................................14
3.4 Observação e entrevistas com os professores..........................16
3.5 Conteúdos..................................................................................23
3.6 Processo de desenvolvimento....................................................24
3.7 Tempo para a realização do projeto............................................25
3.8 Recursos humanos e materiais...................................................25
3.9 Avaliação.....................................................................................26
4.0 Considerações finais...................................................................26
5.0 Referências.................................................................................27
6.0 Anexos........................................................................................28
 1 INTRODUÇÃO
 A indisciplina é um assunto muito discutido no meio dos professores e diretores, um tema muito complexo pelo fato de vários fatores o o casionarem, é de extrema importância tratar desse assunto diante das realidades escolares. A relevância desses estudos está relacionada com o contexto socioe ducacional, visto que hoje em dia, uma parcela dos alunos encontram-se desmotivadas em virtude dos processos de ensino aprendizagem adotados pelos professores em sala de aula e estes, na maioria das vezes, ignoram a presença do professor e consequentemente existe uma falta de interesse pelo assunto proposto, interferindo nos trabalhos desenvolvidos em sala de aula. Podemos levantar aqui a questão da indisciplina que é consequência desses processos. Neste contexto, na maioria das vezes, apresentam-se uma relação de conflito entre os envolvidos no processo de ensino, o aluno que não consegue perceber a importância do conhecimento transmitido pelo professor, tendo muitas vezes assim aversão ao professor e a disciplina e de outro lado o professor que não consegue desenvolver metodologias motivadoras para os alunos ou seja cria-se somente conflitos nas aulas onde o professor perde uma boa parte do tempo corrigindo seus alunos, gritando, pedindo para pararem de conversar, são coisas que só atrapalham o ensino-aprendizagem e também o profissionalismo do professor. Através das leituras realizadas, constatei que há algumas décadas atrás o problema da indisciplina escolar já preocupava alguns educadores pesquisas apontam isso, entretanto essa situação só vem piorando. A cada dia que se passa existe avanços, mas algo muito interessante é que o ser humano também evolui e com isso tudo que está ao seu redor precisa acompanhar essa evolução, a escola e seus profissionais não estão fora disso e precisa está preparada para esses novos avanços e desenvolver bem esse trabalho, claro que é desafiador ensinar conteúdos matérias, a leitura e escrita diante de tanta tecnologia e tudo que a internet e os meio de comunicação podem oferecer, porém esses avanços podem e devem ser usados a favor da escola. O professor tem um grande desafio que é transmitir conhecimento em meio a uma sociedade totalmente informada mas que ao mesmo tempo não sabe de nada, crianças e pré-adolescentes que por causa de vários fatores não tem gosto por estudar, são mal educados, brigam por tudo, não respeitam professor, professores que não sabem como reagir diante desses problemas, o que se pode fazer diante de uma sala que não faz um minuto só de silêncio e diante de alunos que ousam agredir até os professores, como ajudar essas crianças? Como acreditar que eles podem mudar ?
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 2.1 (In)disciplina X Professor
 A relação entre professor e aluno sempre teve suas barreiras no contexto da escola. Esses personagens sempre foram bem definidos, de forma que o professor era o personagem central da sala de aula, usando dos seus conhecimentos e autoridade, sobrando pouco espaço para os alunos. O ensino esta centrado no professor onde o aluno aprende através de disciplinas externas. Saviane (2001, p.41) recomenda que o papel de garantir a aprendizagem do aluno, independente do interesse do aluno é do professor.  A questão do poder e autoridade permeiam todas as esferas da sociedade e tomam cada vez mais proporção no contexto educacional, tendo em vista a relação social entre aluno e professor e a importância do processo educativo na sociedade do conhecimento. Batista (2011) relata que nas relações de poder o papel de oprimido e opressor mudam constantemente. Na escola se evidencia que o poder transita entre alunos e professores. Os alunos confrontam, reagem, resistem ao poder e a autoridade do professor. Segundo Novais (2004a) a questão da autoridade emerge no discurso daqueles que estão envolvidos no contexto educacional e está intimamente vinculada à (in)disciplina. Nesse contexto, surge a imagem de uma autoridade punitiva, capaz de corrigir ou evitar a indisciplina. “Tomar a indisciplina e outros comportamentos inadequados como fenômenos complexos ditados pelos novos tempos pedagógicos significa conceber a relação professor aluno como necessariamente conflitiva”. (AQUINO, 2003). Novais (2004a apud LA TAILLE,1999, p.11), afirma que autoridade é tudo que faz com que as pessoas obedeçam, portanto existiria uma questão de autoridade no espaço da sala de aula. Nesse sentido é importância frisar que, apesar de ser uma forma de poder, a autoridade não se deve ser confundida com autoritarismo, ou seja, seu uso abusivo, pois ao se fazer obedecer por intermédio de castigos, punições, advertências, notas baixas e ameaças de reprovação, o professor consegue uma obediência que não será legitimada por seus subordinados, os alunos. No entanto segundo Gomes (2009, p.239) a definição de um conjunto de regras e a exigência de seu cumprimento é imprescindível na educação escolar. Através de regulamentos pré-estabelecidos os alunos adquirem valores, crenças, hábitos e atitudes que nortearam seu convívio social. Assim, pressupõe-se que o professor ao exigir que se cumpra o contrato social, conjunto de regras, exerça sua autoridade. Nesse sentido, Furlani (2000) aponta que a autoridade pode exercer diferentes papéis, sendo caracterizada de três formas: a autoridade sustentada pela posição hierárquica, aqui a autoridade está consolidada pelas leis normativas que regem a instituição e organização escolar; a autoridade sustentada como produto da relação professor-aluno, que é construída pelos dois lados, aluno e professor; e a autoridade não sustentada, onde há o abandono do exercício do poder. Neste caso recusa-se qualquer tipo de autoridade. É importante destacar que segundo Garcia (1999, p.105) “existem vários fatores que contribuem para a indisciplina, cada um com seu grau de importância”. Os casos de indisciplina, ainda que envolve um único aluno, na maioria das ocorrências têm origem em várias causas distintas e complexas, como exemplo falta de interesse no conteúdo ministrado, metodologias inadequadas, influência de outros alunos que estão desinteressados e acabam induzindo a outros a indisciplina, entre outros. A combinação dessas causas é característica da indisciplina e deve ser considerada, para que possamos compreendê-la e estabelecer soluções efetivas. Com base nesta perspectiva, a disciplina passa a ter um papel essencial para o processo de ensino aprendizagem, pois funciona como um dispositivo a ser utilizado pelo professor com o objetivo de assegurar os limites individuais e o controle dos impulsos de seus alunos, garantindo assim a ordem, a continuidade e o respeito à vida social. (NOVAIS, 2004b). Aquino destaca em seu livro Indisciplina Na Escola: Alternativas Teóricas e Práticas um documento de 1922 chamado “Recommendações Disciplinares” onde tratava de algumas regras impostas para as escolas daquela época bastantes rigorosas como castigos físicos, quando não se fazia lição ou conversava ou brigava entre eles, o uso da palmatória onde as mãos das crianças ficavam com calos de sangue e até mesmo ficar de joelho no milho, não se tratava de correção mas de humilhação, diante de tanta violência claro que a criança iria ficar em silêncio, andar na fila, passar a aula inteira somente escutando o professor falar e ter que aceitar tudo sem poder expor sua opinião. Hoje há uma outra realidade. O país se democratizou e “em tese”, as relações sociais se desmilitarizaram. Uma nova geração se formou. No entanto, a escola atual pode estar recebendo esse novo aluno, esse novo sujeito histórico com uma expectativa anterior, ou seja, com a imagem daquele aluno submisso e temeroso. Quais significados, então, poderíamos subtrair dos fenômenos que rondam esta nova escola, incluída a indisciplina? Ela pode estar indicando o impacto do ingresso de um novo sujeito histórico, com outras demandas e valores, numa ordem arcaica e despreparada para absorvê-lo plenamente. Nesse sentido, a gêneses da indisciplina não residiria na figura do aluno, mas na rejeição operada por essa escola e por esse professor incapaz de administrar as novas formas de existência social concreta, personificadas nas transformações do perfil de sua clientela. (AQUINO, 2003). Percebe-se que as crianças que chegam à escola têm, cada vez mais, menos limites trabalhados pela família, o que, para uns, se configura em “ausência de valores e regras ou como presença de valores e regras contraditórios no seio de uma mesma sociedade”, conforme cita De La Taille (1998, p.07); em função, também, da abertura das portas das escolas públicas a um número muito maior de alunos. Os profissionais da educação, em particular os professores, não recebem por parte da escola, muitas vezes, até por um certo comodismo da instituição e deles mesmos e também no decurso de sua formação, a base que lhes sirva de apoio para lidar com uma série de diversidades que irão encontrar em uma sala de aula. Por exemplo, alunos com diferentes culturas, histórias, famílias, expectativas, experiências, pensamentos etc. Com isso, surge o seguinte questionamento: de que maneira o professor poderá desempenhar um trabalho de qualidade em meio a um universo tão diversificado, repleto de interesses tão diferentes? Aqui criasse dois extremos primeiro com professores do século XX a figura hierárquica superior, e outro extremo é o professor da atualidade despreparado que não sabe lidar com sua sala de aula. Mas qual seria o equilíbrio? Segundo (AQUINO, 2003) 
O trabalho do conhecimento implica a inquietação, o desconcerto, a desobediência. “A questão fundamental está na transformação desta turbulência em ciência, desta desordem em uma nova ordem”. O trabalho do conhecimento pressupõe sempre um recomeço, a cada aula, a cada semestre, a cada turma. É preciso reinventar continuamente os conteúdos, as metodologias, a relação. Fomentar a experiência do sujeito.
Abaixo o esquema representa esses extremos:
EXTREMO 2
PROFESSOR DA ATUALIDADE SEM POSTURA, SEM INDENTIDADE.
EXTREMO 1
PROFESSOR DO SÉCULO XX AUTORITÁRIO, VIOLENTO, SUPERIOR.
 
EQUILÍBRIO
PROFESSOR COM ATITUDE COM NOVAS PROPOSTAS DE ENSINO.
 É preciso distinguir a indisciplina escolar de outras formas de violência que afetam a vida nas escolas. Estrela (1994) propõe uma interpretação funcional da indisciplina que permite distinguir a indisciplina na escola (e especialmente na turma) de outras formas de indisciplina social. Conforme Estrela (1994, p.12), “se a indisciplina escolar pode tocar as fronteiras da delinquência, ela raras vezes é delinquência, pois não viola a ordem legal da sociedade, mas apenas a ordem estabelecida na escola em função das necessidades de uma aprendizagem organizada coletivamente”. Por isso, a indisciplina escolar não deve ser confundida com delinquência e nem com patologia individual de ordem biopsicológica. A indisciplina pode implicar violência, mas não é necessário que esta ocorra. É neste sentido, que alguns autores distinguem vários níveis de indisciplina tais como perturbação, conflitos e vandalismo. A perturbação pode afetar o funcionamento das aulas ou mesmo da escola. Os conflitos podem afetar as relações formais e informais entre os alunos, podendo atingir alguma agressividade e violência, envolvendo por vezes atos de extorsão, violência física ou verbal, roubo, vandalismo etc. Além disso, os conflitos podem afetar, também, a relação professor aluno, colocando em causa a autoridade e o estatuto do professor. Já o vandalismo contra a instituição escolar procura, muitas vezes, atingir tudo aquilo que ela significa (SPOSITO, 1998). Nas orientações de Parrat-Dayan: 
 A indisciplina é provocada por problemas psicológicos, ou familiares, ou da estruturação escolar, ou das circunstâncias sócio-históricas, ou, então, que a indisciplina é causada pelo professor, pela sua personalidade, pelo seu método pedagógico etc. Na realidade, a indisciplina não apenas tem causas múltiplas [...], como também se transforma, uma vez que depende de todo um contexto cultural que lhe dá sentido (PARRAT-DAYAN, 2000, p.19).
 Assim a disciplina em sala de aula se apresenta como condição para o processo de ensino aprendizagem de qualidade, tantopara o professor como aluno. O professor ao utilizar de autoridade em sala de aula esta preparando o aluno para a vida em sociedade. A sociedade é constituída por um conjunto de regras e regulamentos ao quais os indivíduos devem seguir. (MORAIS, 2001). Compete aos professores mostrar o contexto social em que o aluno esta inserido trazendo-os mais próximo da realidade. E esta competência se efetiva através da gestão efetiva da sala de aula.
 A atuação do professor em sala de aula tem sido alvo de constantes estudos por parte dos pesquisadores da área educacional, tendo em vista a necessidade de buscar respostas para os constantes desafios encontrados dentro das instituições de ensino, de qualquer natureza. Neste sentido, Galland (2010, p.81) relata que na contemporaneidade a democracia esta presente na sociedade, contestando-se que se aplique o sistema controlador na escola, sendo este repudiado por muitas pessoas. Neste contexto é difícil a manutenção da imagem autoritária do professor, uma vez que, historicamente o conhecimento estava centrado quase que exclusivamente dos ensinamentos do professor. Com a disseminação das tecnologias e propagação da informação, muitas vezes, existe uma tentativa de “igualar” professores e alunos, sendo que a informação está disponível para todos, ao mesmo tempo. Aqui o professor passa a ser visto como um ser mais “mortal” reconhecendo fraquezas, incertezas e medos. Pereira (2009, p.22) reafirma a redução nas diferenças entre os sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem a medida que professores e alunos são colocados na mesma condição, citando como exemplo as nomenclaturas utilizadas para o professor, cita-se como exemplo, “orientadores”, “facilitadores”, “instrutores”, “tutores”, “mediadores”, e que estes termos tem como premissa docilizar uma diferença entre mestre e não mestre. Segundo Vasconcellos (2015), os educadores têm enfrentado grandes desafios em relação à indisciplina em sala de aula, seja ela no ensino público ou particular, na educação básica ou no ensino superior. Segundo o autor este problema não existe apenas no Brasil, mas ocorre também em vários outros pontos do mundo, como França e Japão. Garcia (1999) defende que exista uma diretriz disciplinar que combine encaminhamentos preventivos e interventivos, na forma de práticas de sala de aula, tendo por complemento disposições disciplinares de base mais ampla, relativas às instituições de ensino como um todo, e que sejam conhecidas e reiteradas pelos diversos profissionais envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, torna-se necessário, que os professores desenvolvam e conquistem maior autonomia para lidar com a indisciplina de sala de aula, possibilitando um processo de interação entre professor, alunos e conteúdo. Ao encontro dessa discussão Coll e Solé, (1996) apontam dois fatores importantes para interação em sala de aula. Primeiro que o aluno e professores construam o conjunto de regras a serem seguidos na disciplina, onde sejam definidos os direitos e obrigações de cada 25484 sujeito envolvido no processo de ensino aprendizagem. Segundo a estrutura de conteúdos a serem trabalhados em sala de aula. Isso não é uma tarefa fácil, já que requer do professor o conhecimento da turma, e depende de adequações em seus métodos e estratégias de ensino. É, portanto, uma competência que se desenvolve diariamente e requer uma observação e um aprimoramento dessas estratégias, construídas durante seu caminhar profissional. A profissionalidade do professor não se concentra apenas em passar conteúdos, ou mesmo no domínio que apresenta em relação a eles. Tampouco se resume no conhecimento das capacidades e limitações cognitivas dos alunos. Logo, o trabalho do docente não se constitui como uma atividade mecânica, a atividade de ensinar é essencialmente interativa. Como mediador do conhecimento o professor cria espaços, ambientes, métodos para que possam ocorrer transformações ao meio social de seu aluno. A práxis pedagógica exige do professor uma gama maior de conhecimentos e competências que comprovem seu domínio do conhecimento ministrado, bem como da prática docente. Para que isso se confirme se faz necessário que o professor reflita e investigue e possa assim integrar a prática pedagógica aos conhecimentos disciplinares, no intuito de propiciar um trabalho colaborativo entre os sujeitos envolvidos e assim potencializar o processo de ensino-aprendizagem. (VENTURA, CONCEIÇÃO E NEVES, LOUREIRO, 2011) Desta forma, neste novo contexto educacional o educador passou a ter novos desafios, que vão além do conhecimento pedagógico e científico, tornando-se gestor da sala de aula. Para Frank e Fellicetti (2012) o papel do professor, de mero transmissor de conhecimentos, precisou se adaptar ao novo contexto social. O professor passou a se um gestor de sala de aula, organizador do processo de ensino aprendizagem e para isso se efetive se faz necessário um conjunto de competências e habilidades além dos conhecimentos inerentes a matéria que leciona. Assim, se faz necessário que ele saiba conduzir a sala de aula, motivando os alunos a comportamentos positivo no espaço de aprendizagem.
 Baseado nesse perfil de gestor de sala e aula, segundo Candau (1983) o professor necessita dominar três dimensões existentes no processo de ensino aprendizagem: a dimensões: humana, a dimensão técnica e a dimensão ideológica. Na dimensão humana a abordagem esta pautada numa perspectiva subjetiva, com foco no indivíduo e tem como base o afeto, onde o relacionamento interpessoal, professor e aluno, esta no centro do processo de ensino-aprendizagem. A dimensão técnica, esta dissociada das questões político-sociais e ideológicas se configura como instrumental, sendo objetiva e racional, o processo de ensino aprendizagem é objetivo e racional, apresenta-se como uma ação intencional e sistemática com objetivo de aprendizagem. Já na dimensão política ocorre no processo de aprendizagem como um todo. Ela está presente nas práticas pedagógicas, independem da vontade dos sujeitos envolvidos. É nessa discussão que o professor entra em cena, Kullor (1998) enfatiza que o professor que se busca formar é construtor do saber, está inserido na cultura, atua como mediador da ação educativa de forma crítica, criativa, participativa, reflexiva e cidadã. 
Aprender a ser professor, neste contexto, não é, portanto, tarefa que se conclua após estudos de um aparato de conteúdo e técnica de transmissão deles. É uma aprendizagem que deve se dar por meio de situações práticas que sejam efetivamente problemáticas, o que exige o desenvolvimento de uma prática reflexiva competente. Exige ainda que, além de conhecimentos, sejam trabalhadas atitudes, as quais são consideradas tão importantes quanto conhecimento. MIZUKAMI, 2002, p.12. 
 Percebe-se que o professor precisa ter experiências e não é qualquer experiência mas experiências que venham desestruturar e ao mesmo tempo equilibrar esse profissional, então vemos que o professor para se tornar um agente transformador precisa passar por situações desconcertantes e apreender a lidar com seus alunos, a cada experiência o professor precisa mudar seu jeito de pensar sobre o jeito de conduzir suas aulas. O professor não pode ver sua sala em um caos e não refletir e avaliar a forma de conduzir suas aulas. Como intelectual, o professor transformador necessita “criticar a própria concepção do mundo, portanto, significa torná-la unitária e coerente e elevá-la até o ponto atingido pelo pensamento mundial mais desenvolvido” (GRAMSCI, 1995, p.12). Além de sair da sua zona de conforto o professor precisa tirar seus alunos da zona de conforto, Segundo ALVES (2011), “Uma das tarefas mais alegres de um educador é provocar, nos seus alunos, a experiência do espanto. Um aluno espantado é um aluno pensante…” logo, um ser liberto. Percebe-se que diante de salas de aulas lotadas, com criançasnomeadas indisciplinadas, onde não há condição do professor dar sua aula, o mesmo precisa tomar atitude e conseguir mudar o rumo da história. Para Nunes (2006), a escola e os professores, na medida em que cumprem os seus papéis, têm uma tarefa importante na transformação e mudança dos alunos de modo que, nem escola e nem professores, permaneçam indiferentes perante a situação de indisciplina dos alunos. Algo deve ser feito pela escola e pelos professores para contornarem a situação: a escola deve, sobretudo, criar condições materiais, humanas e ambientais no sentido de proporcionar um clima de convivência agradável entre os alunos.
3. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO 	
3.1 LINHA DE PESQUISA TEMA:
 A linha escolhida para se trabalhar foi docência nos anos inicias do ensino fundamental, com tema Indisciplina em sala de aula: Professor como agente transformador da educação. Embasado em renomados autores que trouxeram um conteúdo rico e vasto para compreender esse assunto. Com esse texto podemos compreende a origem de tantas dificuldades em nossas escolas públicas.
3.2 JUSTIFICATIVA
 Diante da realidade de nossas escolas, de tudo que a autora desse trabalho pode observar nos estágios, viu a necessidade de tratar sobre o assunto e entender o porque que acontece tantos casos de indisciplina e também entender que o professor tem em suas mãos o poder de afetar positivamente sua sala de aula.
3.3 PROBLEMATIZAÇÃO E OBJETIVOS: 
 A partir, então, do que foi exposto anteriormente no quadro teórico, cuja abordagem mais significativa se prende à idéia da indisciplina X o professor não se tem dúvida da enorme importância diante da realidade escolar vivida nos dias atuais, a linha que quero seguir ou seja o objetivo central é tratar da indisciplina nos anos iniciais mostrando a figura do professor como o agente que pode mudar essa situação em nossas escolas, não digo que tudo está nas mãos deles porém pesquisas apontam que o professor ao mudar suas metodologia sua forma de transmitir o conteúdo, sua forma de entender o aluno tende a melhorar sua sala de aula. O conceito de indisciplina, geralmente, é estabelecido com relação ao conceito de disciplina. De origem latina, a palavra disciplina apresenta a mesma raiz da palavra discípulo (discipulus), que significa “aquele que aprende”. Liga-se, ainda, ao verbo latino discere, “aprender” contudo essa realidade que assombra as escolas tem um principio ou seja a raiz do problema e existe meios para se controlar. Existem crianças que o lar contém de tudo e oferece todos os meios para que esta se eduque, mas lamentavelmente o excesso acaba por contribuir para a indisciplina desta criança, e então teremos ai, a falta de limites e regras, pessoas mimadas sem entendimentos, que acham seu espaço pequeno e começam adentrar  nos dos outros. E este tipo de criança chega a escola e não querem respeitar ninguém, tornando-se inconseqüentes nos seus atos, logo em seus lares desfrutam de tudo que almejam. Os pais não impõem regras nem tão pouco limites, os deixa a vontades, fazerem o que quiser. Outro lado a se avaliar é que a criança se adequa a qualquer realidade, ela aprende aquilo que ver dentro da sua casa ou seja ela reflete aquilo que vive. Sabe que existe realidades terríveis nas famílias, violência familiar entre os pais, pais violentos com seus filhos, um relacionamento de pais com filhos sem limites, pais separados, exposição a todo tipo de violência, a criança que no seu dia a dia passa por todo essa situação tende a imitar a reproduzir onde ela estiver, depois de sua casa a escola é o segundo lugar que a criança mais permanece, com um certo período de ela vai ficando cada vez mais a vontade e assim se comportando e reproduzindo tudo que aprendeu e aprende na sua na sua realidade familiar seja bom ou ruim. Isso acontece porque ela está no seu processo de aprendizagem, na construção do seu caráter, mas a família deveria ser o núcleo fundamental na formação do seres sociais porém a maior parte não é, diante de uma sociedade tão desestruturada enquanto familia, o lugar que existe para tentar mudar essa realidade é a escola é o docente, e por esse olhar pode-se perceber tal importância do professor não somente chegar transmitir conteúdo e ir embora. Porém surge a problemática que irá direcionar essa investigação para o objetivo de averiguar se os conteúdos das aulas dos professores, a metodologia utilizada para trabalhar tais conteúdos e o tipo de relação interpessoal influenciam os comportamentos indisciplinados em uma sala de aula. Sendo assim realizou-se uma semana de observação em uma escola pública e também entrevista com alguns professores dessa mesma escola, das salas do 1º, 2º e 5º do ensino fundamental, não irei expor o nome da escola nem o nome dos professores, irei chama-los de azul do 1º, branca do 2º e amarelo do 5º. A escolha das turmas foi feito pelo fato de que o projeto de ensino e embasado nos anos inicias e também pelo fato dessas três turmas terem histórico de indisciplina
. As questões abaixo constituem as categorias usadas para a análise das observações em sala de aula:
1. Os conteúdos escolares se aproximam da realidade dos alunos? São contextualizados? Os alunos demonstram interesse pelos conteúdos apresentados?
2. A metodologia das aulas está presa à transmissão e ao autoritarismo? Como ela acontece?
3. Como se dão as relações interpessoais na sala de aula?
4. Toda rotina feita pelo professores.
E para a entrevista com os professores foi montada as seguintes perguntas:
1. Pra você o que significa indisciplina?
2. Já teve alguma experiência turmas indisciplinadas? Como foi?
3. Quais meios você usou para contornar essa situação?
 Expostas tais questões, apresentamos a metodologia que foi empregada a fim de fazer frente ao problema da investigação. Como se tratava de uma pesquisa descritiva, era importante acompanhar de perto, o máximo possível, dentro das salas de aulas, os comportamentos e as atitudes dos sujeitos envolvidos, permaneci na escola em período integral de 7:30hs às 11:30hs.
Primeiro dia de observação sala do 1º ano, professora azul
 Ao chegar na sala algumas crianças já estavam, logo a professora chegou e me apresentou para a turma, falou que eu estava ali para realizar uma pesquisa. Logo deu início a sua aula, era de português formação de frases sem muita demora começou a escreve as frases no quando para os alunos completarem, a faixa etária era crianças era de 7 anos, ao todo na sala tinha 29 crianças. Logo no ínicio da aula percebir que muitos não estavam prestando atenção na aula, conversas, brincadeiras, gritaria, e a professora apenas escrevia no quadro, e pedia para que eles copiassem, enquanto a professora estava no quadro, um aluno colocou biscoito na boca e cuspiu em cima do colega. Então, este colega saiu de perto e foi sentar-se em outro lugar, pois ficou aborrecido com a brincadeira. Depois, o mesmo aluno do biscoito pegou salgadinho, foi andando perto dos colegas e empurrando salgadinho em suas bocas e dando risada. Um dos colegas não gostou da brincadeira, levantou-se e deu um tapa no rosto do aluno que estava com o salgado. O aluno do salgado continuou atirando salgado nos colegas. Então, a professora pediu para que parassem, foi perto de um deles e falou algo baixinho. O outro aluno foi perto para ouvir o que a professora dizia. A professora gritou para ele se sentar. Daí o aluno respondeu que ia se sentar se quisesse. A professora ficou brava, bateu a mão na mesa e disse firme que ele ia, por bem ou por mal, e levou-o pelo braço até a carteira. O aluno continuou retrucando, respondeu a professora por meio de gracinhas e continuou a gritar e tirar a concentração de todos na sala, e foi assim das 7:45hs até as 11:30hs, notei a postura da professora, cansada, sem pasciêcia, sem ideia de como resolver tudo aquilo.A) Análise inicial das observações nas aulas do 1º ano:
A1) Os conteúdos escolares:
 Como primeiro item de análise, os conteúdos escolares, como vimos nas aulas da professora Azul, não despertavam o interesse dos alunos e apresentavam-se dissociados de sua realidade e de seu cotidiano. Como citei anteriormente, o assunto era formação de frases, iriam escrever no caderno depois iriam responder, não teve nenhuma explicação antes de iniciar a atividade, a maioria ainda tinha dificuldade até em escrever imagina em responder, também percebi que das 29 crianças somente 6 responderam, definitivamente não era um conteúdo propicio para aquela sala.
A2) A metodologia das aulas:
 Analisando a metodologia das aulas da professora Azul, buscando compreender se tal modo de ministrar os conteúdos contribuíam para os comportamentos observados em suas aulas. A metodologia não apresentava diferencial algum que a tornasse mais interessante para os alunos, não era lúdica, não tinha estratégias, enfim não teve planejamento
A3) As relações interpessoais:
 No que diz respeito às relações interpessoais, podemos perceber, a partir da descrição do cotidiano da aula do professor de Inglês, que não existia diálogo entre o professor e seus alunos, ou vice-versa. Vimos que, ao surgir uma questão problemática, como por exemplo no caso em que algo viesse a atrapalhar o andamento tranquilo da aula ou um comportamento indisciplinado, o professor utilizava-se de argumentos do tipo “vá sentar agora!” em voz alta; fazendo prevalecer relações interpessoais autoritárias. Este, aliás, é o tema central que gostaríamos de abordar nesta análise inicial: o autoritarismo nas relações entre o professor Lírio e seus alunos. Tivemos diversas passagens em nossas observações que demonstraram claramente que essa era a característica que permeava o tipo de relação presente naquela sala. Tais situações mostram, de diferentes maneiras, como a professora só conseguia se impor diante de determinadas situações por meio de posturas autoritárias, envolvendo tanto a força física quanto elementos mais subjetivos, como a ameaça. Um outro detalhe que não podemos deixar passar despercebido são as relações estabelecidas entre os próprios alunos. As atitudes descritas mostram o quanto não existe o sentimento de respeito entre eles mesmos e esse é um fator que influencia os comportamentos indisciplinados nessas aulas. 
Segundo dia de observação sala do 2º ano, professora branca
 Ao chegar na sala a professora já estava, cumprimentei ela e a turma e entrei na sala, não fui a apresentada, a professor parecia não querer minha presença, era uma sala com 25 crianças. Sua aula iniciou bem, porém ela aparentava ser muito autoritária, a aula era de matemática, assunto era problemas envolvendo a adição, após explicar, usando o livro de matemática ela pediu para lerem e responderem, até então não vi nada que viesse atrapalhar a aula, porém com alguns minutos que iniciaram o exercício, um dos alunos disse que o menino que estava sentado perto dele estava colando, o aluno em sua defesa disse que era mentira, e ali iniciou uma briga com muitos palavrões que acabou em agressão, a professora gritava para pararem, mas não escutavam e ela teve que separa-los, por causa disso ninguém foi para o intervalo, e ela solicitou a presença dos pais dos dois alunos. 
A) Análise inicial das observações na aula de Matemática:
A1) Os conteúdos escolares:
 
 Os conteúdos eram propícios para aquela turma que já sabiam ler e escrever, porém ainda não se tinha interpretação isso dificultou bastante a resolução dos problemas tive a impressão de que a professora estava ali com a única preocupação de cumprir seu horário e passar o conteúdo programado, pelo fato dela trabalhar com crianças de 8 anos e a todo momento não dava um sorriso, não dava um parabéns para as crianças e no momento da briga achei ela um pouco fria pelo fato da demora de intervir na briga, poderia ter acontecido algo mais grave, e também todos pagaram por causa da briga, isso não a fará respeitada, pelo contrário.
 A2) A metodologia das aulas:
 Durante o período em que estive observando, nenhum outro tipo de metodologia que motivasse ou incentivasse o grupo a participar das aulas e das atividades de ensino e aprendizagem foi empregado pela professora, mais uma vez não teve ludicidade nem criatividade.
A3) As relações interpessoais:
 Os relatos comprovam, das mais diversas formas, que a professora Rosa tinha realmente uma postura bastante dura, até autoritária, diante de determinadas situações. Como pude ver a decisão sobre o intervalo, e desde o início da aula, e mesmo já sendo o meio do ano letivo, ainda não tinha uma relação afetiva com seus alunos. 
Terceiro dia de observação sala do 5º ano, professor amarelo 
 A sala tinha 27 alunos, a maior turma da escola, todos pré-adolescente, uma turma bastante violenta e de realidades bem dificeis, confesso que fiquei com receio de ir para essa sala diante de tantas coisas que ouvi falar, ao chegar me deparei com o professor amarelo ele tinha acabado de chegar, a antiga professora saiu por motivos de saúde. Percebi o quanto é uma pessoa bastante carismática e demonstra uma certa tranquilidade ao conversar com as pessoas, dificilmente altera seu tom de voz que, na maioria das vezes, é bastante moderado. Era necessário silêncio para ouvi-lo. Os alunos o tratavam, também, de forma diferente dos outros professores, conversavam sobre diferentes assuntos e ele os escutava, havia afetividade na relação entre professor e alunos, e vice-versa. Ele demonstrava também domínio e segurança ao transmitir os conteúdos, não era uma pessoa que ficava preso ao livro didático ou ao quadro, explorava muito mais as trocas dialógicas com o grupo, questionando os alunos sempre para ter certeza de que não restavam dúvidas sobre o que fora trabalhado. Ele ministrava a aula de língua portuguesa produção de texto. O que me chamou mais atenção foi que não vi nada do que a diretora tinha me passado sobre a turma, vi somente alunos interagindo com seu professor, vendo isso afirmo com mais convicção o professor é um agente transformador sim.
A) Análise inicial das observações nas aulas de Matemática:
A1) Os conteúdos escolares:
 O professor amarelo sabia muito bem o que abordar e com quem abordar. Essas eram duas questões que estavam muito bem resolvidas em sua prática pedagógica. Apresentava um conteúdo importante e articulado, sendo assim, bastante significativo para os alunos, e a questão do respeito, tratado em maiores detalhes posteriormente, estava bastante presente. Esses eram dois pontos marcantes para esse professoro, que concorria para que os comportamentos julgados como indisciplinados por parte dos alunos aparecessem com menor frequência em suas aulas.
A2) A metodologia das aulas:
 Aulas dinâmicas, com bastante conteúdo, os alunos argumentavam e discutiam, faziam os exercícios, enfim uma aula muito boa de se participar. 
A3) As relações interpessoais:
 Pelos relatos que ouvi da sala diretamente da diretora e coordenadora, essa turma não teria mais jeito, mas pelo que acompanhei com o novo professor ele soube conquistar esses alunos, de forma que em tão pouco tempo criaram uma relação afetiva de respeito, e amizade, e a cima de tudo o desejo do professor que aqueles alunos fossem longe, como cidadãos que podem mudar o mundo.
Entrevista com os três professores, 1º azul, 2º branca e 5º amarelo.
Professora Azul:
1. Pra você o que significa indisciplina?
R: É tudo aquilo que foge das normas. Uma conduta que não condiz com as regras impostas. Configura-se ainda comoalgo que visa desestabilizar o percurso natural de uma determinada coisa. Enfim é uma atitude imprópria tomada diante de uma situação que exige ordem, disciplina, respeito.
2. Já teve alguma experiência com turma indisciplinada? 
R: Sim. A turma praticamente toda, atualmente estou com uma sala de 1º ano que 95% dos alunos são indisciplinados, trabalhar qualquer tipo de conteúdo se torna impossível. 
3. Quais meios você usou para contornar essa situação?
R: É uma situação difícil, pelo fato que o aluno tem várias realidades, o professor pode tentar mas a vida lá fora do aluno não permite essa mudança.
Professora Branca:
1.Pra você o que significa indisciplina?
R: Falta de limites e educação.
2.Já teve alguma experiência turmas indisciplinadas? 
R: Sim. Crianças mal educadas, que brigavam e não queriam estudar.
3.Quais meios você usou para contornar essa situação?
R: Deixar sem recreio, notas baixas.
 
Professor Amarelo:
1. Pra você o que significa indisciplina?
R: A indisciplina é tal como o próprio nome diz um desrespeito pelas normas associadas ao bom comportamento.
2. Já teve alguma experiência turmas indisciplinadas? 
R: Sim. Momentos difíceis da minha carreira com professor, onde até mesmos me perguntei se era isso que eu queria.
3. Quais meios você usou para contornar essa situação?
R: Antes de tudo deve-se procurar entender o que leva a sala ser indisciplinada, pois a indisciplina pode está ligada a vários fatores. Depois disso tentar mostrar ao aluno que ele é melhor que isso, mostrar a importância de estudar, tirar notas boas, conquistar esse aluno, e assim fazer da sala um ambiente harmonioso.
3.5 CONTEÚDOS
 O conteúdo do projeto se fundamenta em teóricos que se baseiam na reflexão na indisciplina. Serão tratados temas como a origem da indisciplina, professor agente que transforma a influência da aula bem ministrada, bem como assuntos e metodologias.
3.6 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
 
 O projeto será desenvolvido através de uma abordagem teórica fundamentada nos autores (LA TAILLE, CUNHA, AQUINO, VASCONCELLOS, GOMES, NOVAIS, GALLANDI, MORAIS) entre outros. Primeiramente, foi feita a leitura do roteiro do projeto de ensino, para que fosse possível entender qual é a proposta de trabalho. Em seguida foi realizado a leitura e uma pesquisa minuciosa nas obras dos autores mencionados acima, buscando um embasamento teórico sobre a indisciplina. Após ser realizada a leitura e a pesquisa sobre o assunto, começou a elaborar o projeto de ensino, seguindo o roteiro proposto para esta atividade.
Começamos a introdução do projeto, abordando o tema indisciplina como eixo norteador do projeto, visando esclarecer as causas e situações vivenciadas na sala de aula. Na elaboração do desenvolvimento do trabalho, utilizamos várias
referências como suporte na tese defendida no trabalho. Procurou-se argumentar de maneira concisa e clara, os objetivos propostos na elaboração do projeto. Utilizou-se como recurso, uma pesquisa investigativa com professores dos anos iniciais para identificar algumas causas da indisciplina, e quais atitudes dos mesmos contribuÍa para isso.
3.7Tempo para a realização do projeto
1ª Etapa: (duração de 45 dias).
- Escolha do tema.
- Pesquisa bibliográfica sobre o tema “Indisciplina”.
- Escolha e Leitura da fundamentação teórica escolhida: Relação pedagogica disciplina e indisciplina na aula- Maria Tereza estrela; Celso dos Santos vasconcellos- disciplina: construção da disciplina interativa em sala de aula e na escola; Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas- Julio Groppa Aquino. e algumas abordagens teóricas de Piaget e Vygotsky estudadas ao longo do curso de Pedagogia, que se encontram enraizadas na memória acadêmica.
2ª Etapa: (duração 25 dias)
- Elaboração dos objetivos do projeto.
- Início da elaboração da introdução do projeto.
- Elaboração da redação do relatório do projeto no Word, conforme orientação
 proposta na área acadêmica do aluno.
-Início da elaboração do desenvolvimento do projeto de ensino, baseando na
fundamentação teórica escolhida.
- Elaboração da observação e entrevistas com os professores.
3ª Etapa: (duração 10 dias)
- Reflexão sobre o tema indisciplina em sala de aula professor como agente transformador da educação.
- Término da Elaboração do desenvolvimento do projeto de ensino.
- Avaliação diagnóstica do projeto de ensino e elaboração das considerações finais do projeto.
3.8 RECURSOS E MATERIAIS
 Utilizamos vários recursos para este projeto. Podemos citar como recursos materiais: os livros das obras literárias utilizados na fundamentação teórica, notebook, roteiro de pesquisa impresso em 40 folhas A4, lápis, borracha. Também Utilizamos alguns recursos humanos, como: os professores que responderam a entrevista e também a observação na sla de aula.
3.9 AVALIAÇÃO
 A avaliação deste projeto se dará por meio da promoção da reflexão a respeito do tema proposto. Pretende-se alcançar uma conscientização do professor em sala de aula, de que o rumo que sua sala de aula tomar depende muito dele, e que ele pode e deve afetar seus alunos positivamente independente de suas realidades, o professor nunca pode desistir de sua sala de aula.
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A realidade de nossas crianças hoje não é facil, lidar com uma sala de aula super lotada, sem estrutura e indisciplinada não é tarefa fácil, parece que os limites e bons costumes foi por água abaixo, porém o professor não deve ver tais situações e deixar para lá, mesmos em meio a tudo isso o professor é chamado a apostar nessas crianças e pré-adolescentes. na fundamentação teórica foi possível ver o quanto a indisciplina está presente nas salas de aulas, mas também o quanto professor tem parcela tanto positivamente como negativamente, com seus métodos e formas de passar as aulas e também na relação professor aluno. Diante de estudo é possível afirmar que a indisciplina nas nossas escolas está longe de acabar, mas o professor precisa nadar contar essa correnteza se mostrar como agente transformador da educação.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, U. F. Respeito e autoridade na escola. In: AQUINO, J.G. (org.). Autoridade e autonomia na escola: alternativas teóricas práticas. 7.ed. São Paulo: Summus, 1999.
AQUINO, J.G.. Indisciplina: o contraponto das escolas democráticas. São Paulo: Moderna, 2003.
BATISTA, C.C.R. As relações de poder em sala de aula: uma análise discursiva sobre a perda da autoridade do sujeito-professor nesse espaço.
CANDAU, V. M. A didática e a formação de educadores: a busca da relevância. n.6, São Paulo: Textos, 1983, p.37-41.
GALLAND, F.B. A autoridade do professor e o prestígio da sua profissão. 2010, Monografia. Licenciatura em Ciências Biológicas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.
GRAMSCI, Antônio. Os intelectuais e a organização da cultura. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
GOMES, C. A. Poder, autoridade e liderança institucional na escola e na sala de aula: perspectivas sociológicas clássicas. Rio de Janeiro, v. 17, n. 63, p. 235-262, abr./jun. 2009.
LA TAILLE, Yves de. Autoridade na escola. Autoridade e autonomia na escola. São Paulo: Summus, 1999
UNIVERSO Escolar. A Indisciplina nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental e o Papel da Escola na Sociedade. 2011. Disponível em: <http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=2114>. Acesso em 07 out. 2016.
VASCONCELLOS, C. S. Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola.
VASCONCELLOS, C. S. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em Sala de Aula e na Escola. Cadernos Pedagógicos do Libertade. 12a ed. São Paulo: Libertad, 2000.
Anexo:
	
 
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