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CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIA

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1
ANOTA AÍ PESSOAL:
Histórico
Requisitos essenciais da CCB
Inconstitucionalidade da Lei n. 10.931/04
Ausência de liquidez e certeza
Equiparação da CCB ao antigo contrato de abertura de crédito
Doutrina e Jurisprudência
2
HISTÓRICO
ORIGEM CCB
 
 Foi instituída em 11 de novembro de 1999 pela MP 1925, como uma medida para dar “segurança” às instituições financeiras, permitindo a estas que representassem seus créditos por meio de título que possibilitasse sua cobrança
CONCEITO 
“A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade.” (Art. 1º MP 1925/99)
MARCO HISTÓRICO
EDIÇÃO SÚMULA 233 STJ
STJ Súmula nº 233 - 13/12/1999 - DJ 08.02.2000
 Contrato de Abertura de Crédito - Título Executivo
 O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo. (grifou-se)
CONSEQUÊNCIA
Para Humberto Teodoro Junior, após edição da súmula 233, :
 “O Sistema Financeiro ficou órfão, desamparado, de instrumento jurídico que conferisse celeridade e segurança às volumosas transações que envolvem abertura de crédito, cheque especial ou crédito rotativo, sob pena de se restringirem e encarecerem ainda mais as linhas de financiamento”
A legislação atual trouxe uma nova roupagem para a figura do administraodr, que na legislação anterior era denominado “síndico” e tinha apenas a função de um gestor, 
Com a nova legislação
7
REAÇÃO DO PODER LEGISLATIVO:
Conversão da MP na Lei 10.931/04, conferindo força executiva à CCB
“Art. 28. A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente, elaborados conforme previsto no § 2o.”(Grifou-se)
REQUISITOS ESSENCIAIS
REQUISITOS ESSENCIAIS
(Art. 29, I a VI, da Lei 10.931/04)
 
I - a denominação "Cédula de Crédito Bancário";
 II - a promessa do emitente de pagar a dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível no seu vencimento ou, no caso de dívida oriunda de contrato de abertura de crédito bancário, a promessa do emitente de pagar a dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, correspondente ao crédito utilizado;
         .
10
REQUISITOS ESSENCIAIS
(Art. 29, I a VI, da Lei 10.931/04)
 
III - a data e o lugar do pagamento da dívida e, no caso de pagamento parcelado, as datas e os valores de cada prestação, ou os critérios para essa determinação;
 IV - o nome da instituição credora, podendo conter cláusula à ordem;
REQUISITOS ESSENCIAIS
(Art. 29, I a VI, da Lei 10.931/04)
 
V - a data e o lugar de sua emissão; e
 VI - a assinatura do emitente e, se for o caso, do terceiro garantidor da obrigação, ou de seus respectivos mandatários
INCONSTITUCIONALIDADE 
DA LEI 10.931/04
INCONSTITUCIONALIDADE
LEI 10.931/04
A Lei 10.931/04 apresenta:
Inconstitucionalidade formal: quando há vício no processo legislativo de sua elaboração.
Inconstitucionalidade material: quando há incompatibilidade da lei com os fins constitucionalmente previstos
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL
Dispõe o art. 59 da Constituição Federal de 1988:
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. (grifou-se)
Nesta sentido, editou-se a LC n. 95/98
 Art. 1o A elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis obedecerão ao disposto nesta Lei Complementar.
 Parágrafo único. As disposições desta Lei Complementar aplicam-se, ainda, às medidas provisórias e demais atos normativos referidos no art. 59 da Constituição Federal, bem como, no que couber, aos decretos e aos demais atos de regulamentação expedidos por órgãos do Poder Executivo. (grifou-se)
Art. 7º, I,II e III da LC 95/98:
Art. 7º O primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação, observados os seguintes princípios:
I – excetuadas as codificações, cada lei tratará de um único objeto;
II - a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão;
III - o âmbito de aplicação da lei será estabelecido de forma tão específica quanto o possibilite o conhecimento técnico ou científico da área respectiva
(...)
Lei 10.931/04 desrespeitou art. 7º, I,II,III da LC 95/98
 Tendo em vista que a Lei 10.931/2004 versa exclusivamente sobre  “regime especial de tributação aplicável às incorporações imobiliárias”, não fazendo qualquer menção à cédula de crédito bancário, matéria disciplinada erroneamente nos arts. 26 a 45, patente a violação ao princípio da hierarquia das leis, posto que não atende à determinação expressa contida no art. 7º “caput” e inciso II, da Lei Complementar 95/98, resultando na não admissão da cédula de crédito bancário como título executivo extrajudicial.
INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL
 O vício de inconstitucionalidade material ou substancial decorre da incompatibilidade da lei com os fins constitucionalmente previstos. No caso concreto, constata-se a inobservância do princípio constitucional da proporcionalidade, uma vez que a lei em comento ignora seus subprincípios: o da adequação e o da necessidade. 
INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL
 Assim, o legislador deve elaborar medidas que se revelem aptas a alcançar os objetivos almejados e, ao mesmo tempo, que sejam menos gravosas para o indivíduo.
 No caso da Lei 10.931/04, houve flagrante violação ao princípio da proporcionalidade, uma vez que a intenção do legislador de tornar a formalização das diversas operações de crédito menos onerosa e complicada não foi alcançada pela referida lei.
INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL
 
A lei 10.931/04 mostrou-se extremamente nociva ao tomador de empréstimo, tendo em vista que atribui poderes ilimitados às instituições financeiras, no que diz respeito à fixação de taxas, comissões e multas, e até mesmo apuração unilateral do saldo devedor, que integrará o título executivo.
AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA
AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA
 
 
 A Lei 10.931/04 conferiu, indevidamente, liquidez a título de crédito que, por sua própria natureza, não possui, haja vista a necessidade de elaboração de cálculo por parte do credor
AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA
 Dispõe o art. 28 da Lei 10.931/04:
 “Art. 28. A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente, elaborados conforme previsto no § 2o.
 (...);
AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA
 § 2o Sempre que necessário, a apuração do valor exato da obrigação, ou de seu saldo devedor, representado pela Cédula de Crédito Bancário, será feita pelo credor, por meio de planilha de cálculo e, quando for o caso, de extrato emitido pela instituição financeira, em favor da qual a Cédula de Crédito Bancário foi originalmente emitida, documentos esses que integrarão a Cédula (grifou-se)
AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA
 
 Como pode ter liquidez e força executiva extrajudicial um título que depende de apuração unilateral do credor para conhecimento do valor devido?
Equiparação da CCB ao antigo contrato de abertura de crédito
Equiparação da CCB ao antigo contrato de abertura de crédito
 Como se não bastasse o vício da inconstitucionalidade, verifica-se que a cédula de crédito bancário foi instituída com finalidade semelhante ao do contrato de abertura de crédito em conta corrente, visando obter a força executiva queo STJ, por meio da Súmula 233, não conferiu ao contrato abertura de crédito em conta corrente.
Equiparação da CCB ao antigo contrato de abertura de crédito
 Assim, aplicando-se a inteligência da Súmula 233 do STJ, tal documento não é título de crédito líquido, certo e exigível:
 Súmula 233 - O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta corrente, não é título executivo
Equiparação da CCB ao antigo contrato de abertura de crédito
 
 AGRAVO REGIMENTAL. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO PARA ABERTURA DE CRÉDITO DE CONTA CORRENTE. CARACTERIZAÇÃO COMO CRÉDITO ROTATIVO EM CONTA CORRENTE. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 5, 7 E 233 DESTE STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO-PROVIDO. APLICAÇÃO DA MULTA. 1. Firmado o entendimento do Tribunal de origem apoiado na assertiva de que "embora com rotulagem nova, o contrato se equipara ao velho e conhecido contrato de abertura de crédito em conta corrente", não é viável emprestar trânsito ao recurso especial em face dos óbices das Súmula 5, 7 e 233 deste STJ. 2. Agravo regimental não-provido. (AgRg no Ag 959867 / MG AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 2007/0223174-5, Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO (1140), DJe 17/05/2010).
DOUTRINA
Nelson Nery Junior:
“(...)Há, ainda, outra inconstitucionalidade material na LPAII, porque a norma, desatendendo não só o princípio constitucional do devido processo legal, em seu aspecto material (substantive due process clause – v. Nery-Nery, CF Comentada, coments. CF 5.º, LIV), como também os princípios constitucionais da proporcionalidade e da razoabilidade, confere liquidez a título que intrinsecamente não a tem, característica essa confessada pela própria norma. Isso quer dizer que a cédula de crédito bancário não é, em princípio, um título líquido; só se tornará líquido se acompanhado de instrumentos criados unilateralmente pelo credor. Ou seja, para ser líquido bastaria a interferência unilateral do credor, que cria o conteúdo do título. 
32
Nelson Nery Junior:
 “(...)Nisso reside a inconstitucionalidade desse título, independentemente de haver sido previsto, originariamente por MedProv ou, agora, por lei. Essas inconstitucionalidades podem ser controladas em abstrato pelo STF (CF 102 I a), bem como pelo juiz no caso concreto, que, entendendo inconstitucional a LPAII 28, pode deixar de conferir à cédula de crédito bancário a eficácia executiva que ela, efetivamente, não tem, mesmo quando acompanhada de planilha feita exclusivamente pelo credor, ou por extratos de conta corrente produzidos e juntados à cédula exclusivamente pelo credor. (NERY JUNIOR, 2006, p. 838) (grifou-se)
JURISPRUDÊNCIA
Jurisprudência
Favorável
 "EMBARGOS À EXECUÇÃO - Execução por título extrajudicial fundada em cédula de crédito bancário Ausência de título executivo Ilegalidade da lei que prevê tal título (Lei nº 10 931/04) Inobservância do princípio da hierarquia das leis Não cumprimento do estipulado no art. 7º, 'caput' e seus incisos, da Lei Complementar nº 95/98. Hierarquia da lei complementar que determina a forma de elaboração, redação, alteração e consolidação das leis sobre qualquer lei ordinária. Invalidade da lei afastando a possibilidade de caracterização deste título como executivo Anulação da execução 'ab initio' Recurso provido
 (TJSP, AP 665499820098260576, Relator J. B. Franco de Godoi,  23ª Câmara de Direito Privado, data do julgamento 28/09/12)(grifou-se)
 
Jurisprudência
(Favorável)
 
 Execução - Cédula de crédito bancário Limite de crédito em conta corrente - Lei 10.931/2004, reputando a cédula de crédito bancário como título executivo extrajudicial, que apresenta grave vício de origem Lei que cuidou de diversas outras matérias, além das mencionadas em seu art. 1º - Cédula de crédito bancário que não guarda nenhuma correlação com a incorporação imobiliária – Transgressão ao art. 7º da LC 95/1998 Fato que afasta a observância obrigatória aos preceitos da Lei 10.931/2004.
Jurisprudência
(Favorável)
 
 Execução Cédula de crédito bancário. Execução que não deve prosseguir nem sequer contra os devedores solidários. Não sendo o título exeqüível, a ação executiva é incabível tanto em face do devedor principal quanto em face do devedor solidário ou avalista.
 Execução Cédula de crédito bancário .Falta de título executivo eficaz que constitui matéria que deve ser conhecida de ofício Art. 267, § 3º, do CPC – Inexistência de título com eficácia executiva, nos moldes do art. 586 doCPC. Declarada a nulidade da execução. Carência da ação. Falta de interesse processual .Art. 618, I, do CPC - Ressalvada ao banco agravante, para o recebimento de seu crédito, a utilização das vias monitória ou ordinária. Anulada, de ofício, a execução, com fulcro no art. 267, VI, do CPC Extinção do processo - Perda do objeto do agravo - Agravo prejudicado 
 (TJSP, AG 0098231-48.2012.8.26.0000, Relator José Marcos Marrone, data do julgamento 18/07/2012) (grifou-se)
37
Jurisprudência
(Contrária)
 
 EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO EXCEÇÃO DE PRÉ- EXECUTIVIDADE EXECUÇÃO AJUÍZADA COM FULCRO EM CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO ACOMPANHADA DOS EXTRATOS DA CONTA CORRENTE E PLANILHA DE CÁLCULO DEMONSTRATIVA DA EVOLUÇÃO DO SALDO DEVEDOR. POSSIBILIDADE. O artigo 28, caput e §2º da Lei 10931/04 reconhece que a cédula de crédito bancário constitui título executivo dotado de liquidez e certeza, desde que acompanhada de planilhas de cálculo e extratos da conta corrente do devedor Súmula 14 do TJSP. Os documentos juntados pelo exequente atendem aos requisitos previstos na lei, possibilitando ao executado o pleno exercício de suas faculdades processuais. Recurso desprovido, nessa parte.
 INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 10931/04 DESCONFORMIDADE COM A LEI COMPLEMENTA 95/98 DESCABIMENTO - O artigo 18 da Lei Complementar nº 95/98 esclarece que a inexatidão formal de norma elaborada mediante processo legislativo regular não autoriza seu descumprimento. Assim, os vícios apontados pela agravante não impedem a aplicação do referido diploma para permitir o processamento de execução de título extrajudicial ajuizada com fulcro em cédula de crédito bancário. Recurso desprovido, nessa parte.
 (...)
 (TJSP, AI 0062849-57.2013, Relator Walter Fonseca, 11ª Câmara de Direito Privado, data julgamento 08/08/13)
Divergência de entendimento
 Nos autos do Agravo de Instrumento n. 0171038-66.2012.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, julgado em 26/09/12, em que se discutiu caso análogo, o Desembargador Relator J.B. Franco de Godoi, sobre a interpretação equivocada do art. 18 da LC 95/98, assim se pronunciou:
Divergência de entendimento 
 
 O art. 18 da Lei Complementar nº 95/98 não diz com a hipótese dos autos, pois não se trata de mera inexatidão formal, mas de total embaralhamento de várias matérias tratadas por uma só Lei.(...)
 A Lei 10.931 /04, instituída de forma viciada por erro do legislador, causou a desarmonia com a ordenação Ética vigente!(...)
 Errônea a afirmação de que o legislador tudo pode! A legislação precisa de consistência jurídica!
 Dessarte, por quaisquer dos enfoques acima adotados, fica evidenciada a inconstitucionalidade da Lei 10 931/04, frente os preceitos da Lei Complementar 95/98 calcada na Constituição Federal, pois infringiu o princípio da hierarquia das leis, razão pela qual não poderia a cédula de crédito bancário ser admitida como título executivo (...)”
Divergência 
de 
entendimento 
 
 
 
 Nos autos do AI 990.10.113674-0, julgado em 05/08/10, o Desembargador Soares Levada, da 11ª Câmara de Direito Privado do TJSP, também se pronunciou neste sentido, conforme voto vencido n. 14577, fazendo severas críticas à Lei 10.931/04:
Divergência 
de 
entendimento 
 “Lei 10.931, de 2.8.2004. Inconstitucionalidade formal e material. Cédula de crédito bancário cuja natureza jurídica é exatamente a mesma do antigo contrato de abertura de crédito em conta corrente,inexeqüível nos termos da Súmula 233do STJ. Lei que buscou validar o que não obtivera êxito perante o Judiciário, no interesse exclusivo das instituições financeiras, mas que não altera o fato de que tal cédula padece da mesma ausência de liquidez e certeza anteriores, já que o valor cobrado é obtido por meio de cálculos unilaterais do credor. Ausência de liquidez e certeza bem apontada. Lei 10931/04 que trata de objetos diversos, em desobediência à Lei Complementar 95/98, art 7°, caracterizando vício formal insanável. Exceção de préexecutividade acolhida. Execução extinta. Agravo provido. Voto vencido.
Jurisprudência
Divergência
 “(...) Ora, a lei 10.931/04 é, em tudo e por tudo, uma aberração jurídica, uma excrescência criada para atender a interesses econômicos do sistema financeiro, contendo em seu bojo matérias plúrimas e desconexas, como alienação fiduciária (alterando o Decreto-lei n° 911/69), patrimônio de afetação de incorporações imobiliárias (seu real objeto), cédula de crédito bancário,letra de crédito imobiliária etc, ou seja, tratando de alhos, bugalhos e penduricalhos, como antes falei, em desobediência visível e ostensiva a uma Lei Complementar de hierarquia superior e dotada, portanto, de vícioformal insanável naquilo que fuja ao objeto da norma legal(...)
Jurisprudência
Divergência
“(...) O que fazer, então, se o banco quiser cobrar o mau pagador, no que inegavelmente tem o credor todo o direito? Far-se-á o que fazem todos os credores que não possuem título executivo, de valor líquido e certo, em mãos: a propositura de ação monitoria
(...)O que o "lobby" bancário fez foi tentar "driblar" o que o Judiciário havia solidificado na Súmula 233 do STJ. É a posição de quem detém o poder econômico: o Judiciário incomoda, mude-se a lei; mas aqui não se mudou nada, na verdade, apenas o nome das coisas, o que é insuficiente para alterar sua natureza e substância”
REVENDO POSIÇÃO
 Desembargador J.B. Franco de Godoi, ávido defensor da inconstitucionalidade, se curva ao entendimento majoritário:
 “(...)Em que pese o reiterado entendimento deste Relator acerca da falta de executividade do título que instruiu a execução, ante a invalidade e a inconstitucionalidade da Lei 10 931/04 frente os preceitos da Lei Complementar 95/98 calcada na Constituição Federal, por infringência ao princípio da hierarquia das leis, descumprindo expressa exigência do constituinte da utilização de LEI COMPLEMENTAR para regular a matéria discutida, curvo-me ao entendimento do E. STJ e desta C. Câmara acerca da executividade do título em questão.(...)”
 (TJSP, AP 0110822-41.2009.8.26.0002, Relator J.B. Franco de Godoi, data do julgamento 20/02/13) (grifou-se)
FINALIZANDO
A matéria foi enfrentada pelo STJ e TJ e, atualmente, embora todos os argumentos acima expostos, tem prevalecido o entendimento da constitucionalidade da Lei que instituiu a Cédula de Crédito Bancário no direito brasileiro.
Fica aí a discussão para sua reflexão sobre o tema proposto.
Bom estudo
Atividade
O aluno deverá procurar, pelo menos dois dos acórdãos mencionados no material e analisar os argumentos favoráveis e contrários a legalidade da Cédula de Crédito Bancário no direito brasileiro.
Abração a todos e até nossa aula!!!!
ANOTA AÍ!!!!!!!

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