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DESERDAÇÃO

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DESERDAÇÃO
INTRODUÇÃO
 A deserdação é um dos institutos para privar o direito a herança do herdeiro necessário, excluindo-o da sucessão. Se constitui de ato unilateral pelo fato que o autor da herança por meio de testamento exclui da legitima o herdeiro necessário, por esse ter praticado atos ilícitos previstos em lei de maneira taxativa. 
CONCEITO
 
 A deserdação é dada por ato de vontade e privativo do autor da herança, privando ou deserdando o herdeiro necessário, excluindo-o antes mesmo da abertura da sucessão, como previsto no artigo 1.961 do Código Civil. Se incorrer em uma das causas legais, elencadas nos artigos 1.814, 1.962 e 1.963 do Código Civil. A deserdação pode ser similar à da indignidade pelo fato de excluir o herdeiro necessário da sucessão.
 O instituto da deserdação só é admitido por meio de testamento com expressa declaração da causa, de acordo com artigo 1.964 do Código Civil. 
 
 
CAUSAS DA DESERDAÇÃO
 As causas para se dar a deserdação são previstas em lei e similares aos da indignidade, excluindo-os da sucessão os herdeiros ou legatários, conforme artigo 1.814 do Código Civil. Porém na deserdação só poderão ser excluídos os herdeiros necessários, diferente da indignidade que pode excluir não somente os herdeiros necessários, mas também os testamentários, os colaterais ou demais pessoais que poderão ser beneficiadas com a legitima.
 Umas das causas é caso alguém tem sido autor, coautor ou participes de crime de homicídio doloso ou tentativa contra a pessoa que se dará a sucessão. A outra causa ocorre quanto o autor da herança foi acusado caluniosamente em juízo ou se incorrerem crime contra a sua honra. E também se o autor da herança foi forçado, inibido por violência ou meio fraudulento, o mesmo dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. Tais causas previstas nos incisos do artigo 1.814 do Código Civil.
 Além das causas expressas no artigo 1.814 do Código Civil, o instituto da deserdação elenca no seu artigo 1.962 do CC, a deserdação de descendentes por seus ascendentes, caso haja ofensa física, injúria grave, relações ilícitas com a madrasta ou padrasto e o desamparado em alienação mental ou grave enfermidade.
 Ainda existe a possível deserdação dos ascendentes pelos descendentes quase similares aos do art. 1.962, somente mudando o inciso III do artigo 1.963 do Código Civil, que se refere as relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto. E diferença na questão do desamparo do filho ou neto com deficiência metal ou grave enfermidade.
EFEITOS DA DESERDAÇÃO
 O efeito que a deserdação busca, é o de excluir efetivamente o herdeiro necessário da sucessão. Onde um parente tão próximo ao testador é excluído de toda a sucessão através de uma cláusula testamentária. Esse parente excluído é taxado como se morto fosse ao momento da sucessão, conforme artigo 1.816 do Código Civil, ou como se nunca houvesse existido para a sucessão, passando a seus herdeiros o direito de participarem da sucessão legítima, por meio da representação. 
A deserdação não produzirá efeitos quando o testamento for declarado nulo pelo magistrado, revogado, rompido ou caduco.
EFETIVAÇÃO DA EXCLUSÃO
 A efetivação do instituto da deserdação só ocorre quando for expressamente declarada a causa em testamento pelo autor da herança, porém somente a justificativa da causa, não será valida juridicamente. A efetiva exclusão do deserdado ocorre por meio de ajuizamento de ação própria, na qual o herdeiro instituído que esteja na ordem de chamamento da sucessão comprove a causa justificadora da exclusão.
 A sentença que exclui o herdeiro necessário por se considerado indigno é declaratória, e somente depois de transitada em julgado opera de fato sua exclusão. Vale ressaltar que o parágrafo único do artigo 1.965 do Código Civil outorga prazo de quatro anos, a contar da abertura da sucessão, para o ajuizamento da ação de deserdação, sob pena de decadência do direito.
CONCLUSÃO
 Contida na sucessão testamentária, a deserdação é um importante instituto do ordenamento civil brasileiro. A mesma é conhecida por excluir um herdeiro necessário da sucessão legítima e também da testamentária. O autor da herança somente poderá se utilizar da deserdação pelas causas encontradas na lei. O legislador não inovou em nada na transição do antigo Código Civil de 1.916 para o de 2.002 no tocante à deserdação; somente excluiu um inciso que era o referente à desonestidade de filha; e fez algumas modificações no texto do artigo 1.814 que trata das causas da declaração de indignidade, que também configura os casos de deserdação.

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