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1 Débora Gomes Santos Costa. Acadêmico Cursando Gestão da Produção Industrial. 2 Creusa Ferreira dos Santos. Professora Tutor Externo no Centro Universitário Leonardo da Vinci/ UNIASSELVI- Polo Ipatinga/MG. Centro Universitário Leonardo Da Vinci - UNIASSELVI -Turma (FLX0805) - Prática do Módulo IV - 07/04/2020 CONCEITUAÇÃO DO LEAN MANUFACTURING POR MEIO DA APLICABILIDADE DA DINÂMICA DO LEGO Débora Gomes Santos Costa¹ Creusa Ferreira dos Santos² RESUMO O presente trabalho tem por objetivo caracterizar os principais conceitos da filosofia Lean Manufacturing por meio da aplicação dos mesmos ao longo do desenvolvimento da Dinâmica do Lego. Dessa forma o intuito desta pesquisa teórico-conceitual é apresentar uma análise sobre a montagem interativa de bloquinhos (MIB), que é uma espécie de simulação desse sistema, facilitando assim o entendimento do seu processo, assim como ampliar os conhecimentos específicos em relação ao Sistema Toyota de produção. A partir do levantamento de dados durante a realização da dinâmica é possível compreender as diversas ferramentas do Lean Manufacturing e relaciona-las aos respectivos problemas que podem ser resolvidos e evitados ao longo dos processos produtivos das empresas em geral. Palavras-chave: Lean Manufacturing. Dinâmica do Lego. Sistema Toyota de Produção. 1. INTRODUÇÃO Para se manterem no mercado, as empresas precisam buscar técnicas e novos conhecimentos que as tornem mais competitivas. Pode-se dizer que uma empresa competitiva é aquela que oferece produtos e/ou serviços aos seus clientes com alto índice de qualidade e bons preços. Para isso, as empresas necessitam otimizar seus processos e procedimentos a fim de obterem ganhos de eficiência, produtividade e redução de despesas (BRIEF, 2014). Neste contexto, se enquadra a filosofia Lean Manufacturing, também conhecida como Produção Enxuta, que busca combinar novas técnicas gerenciais a fim de tornar a empresa referência de padrão (BARTZ et al, 2013). Esta filosofia surgiu na década de 50 na Toyota, quando o executivo Taiichi Ohno implementou um sistema de produção que visava a redução dos sete tipos de desperdícios: defeitos nos produtos; superprodução; movimentação desnecessária dos trabalhadores; transporte desnecessário de material, ferramentas ou equipamentos; estoque de produto final, matéria-prima ou insumo; processamento desnecessário; espera dos funcionários por um equipamento ou atividade anterior para finalizar um trabalho. Este sistema de produção ficou conhecido pelo mundo inteiro pelos benefícios obtidos, como a redução de lead time e custos, e aumento da qualidade (WERKEMA, 2006). O Sistema Toyota de Produção vem demonstrando historicamente se constituir em uma potente estratégia dentro da competição mercadológica. Seu objetivo central consiste em capacitar as organizações para responder com rapidez às constantes flutuações da demanda do mercado através do alcance efetivo das principais dimensões da competitividade: flexibilidade, custo, qualidade, atendimento e inovação. Dessa forma, o Sistema Toyota de Produção deve ser observado como um benchmarking fundamental no campo da Produção. Esse Sistema de Produção é um método racional de fabricar produtos pela completa eliminação de elementos desnecessários na produção, com o propósito de reduzir custos. A ideia básica neste sistema é produzir os tipos de unidades necessárias no tempo necessário, na quantidade necessária e com a qualidade garantida, eliminando inventários intermediários e inventários de produtos acabados, retrabalhos e descarte de peças defeituosas, ou seja, eliminar qualquer processamento (espera, transporte, operação) desnecessário, que não agregue valor ao produto e absorva recursos. Para encontrar e eliminar esses desperdícios, Shigeo Shingo (1989), em seu livro Sistema Toyota de Produção: do ponto de vista da Engenharia de Produção, como o título descreve, focado nos aspectos da Engenharia de Produção, desenvolve os conceito de Mecanismos da Função de Produção e Perdas que propõe que os sistemas de produção constituem-se em uma rede funcional de processos e operações e que essas duas formas devem ser visualizadas como dois eixos distintos e inter-relacionados e que os esforços de melhoria do processo produtivo devem estar focados no processo. Este trabalho consiste no relato dos resultados obtidos na avaliação da aplicação e desenvolvimento da dinâmica do lego, para fixação dos conceitos derivados da manufatura enxuta. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O Lean manufacturing, que na língua portuguesa é denominado como manufatura enxuta ou manufatura esbelta, e também chamado de Sistema Toyota de Produção é uma filosofia de gestão focada na redução dos 7 tipos de desperdícios. Eliminando esses desperdícios, a qualidade melhora e o tempo e custo de produção diminuem. As ferramentas "lean" incluem processos contínuos de análise, produção e processos à prova de falhas. Fonte: Disponível em: <https://gestao-obra.engwhere.com.br/internet/material-de-consulta-chao-da-fabrica/>. Acesso em: 29 mar. 2020. A Produção ou Manufatura Enxuta é uma filosofia de gestão criada em Nagoya - Japão, após a Segunda Guerra Mundial, especificamente na Toyota, pelo Engenheiro Taiichi Ohno e seus colaboradores. Essa filosofia nasceu da necessidade da Toyota de encontrar um novo enfoque após seus responsáveis analisarem a produção em massa de Henry Ford e concluírem que seus métodos não se adequavam a realidade e circunstâncias do Japão na época. Com um modo de produção que competia com as empresas automobilísticas americanas e europeias, a produção enxuta visava uma manufatura flexível, estoques baixos, eliminação de desperdícios por todo o processo, redução de quebras e falhas, layouts enxutos e identificação das atividades que agregavam valor ao produto. Era uma filosofia que visava atender as necessidades dos clientes com um baixo custo e alta qualidade. 2.1 Breve histórico do Lean manufacturing O mercado automobilístico japonês, que até o fim dos anos 1920 era dominado por montadoras estrangeiras, começou a gradativamente ceder espaço para os fabricantes domésticos. O seu ápice foi quando surgiu a montadora Toyota Motor Company, fundada por Kiichiro Toyoda, mais precisamente em agosto de 1937. Hoje sabemos que quem se destacou e ajudou a colocar a Toyota no patamar em que se encontra atualmente foi Eiji Toyoda (primo mais novo de Kiichiro). Esse engenheiro foi o responsável por uma verdadeira revolução na indústria automobilística do Japão e colocou no top 3 mundial do setor a companhia da sua família. Eiji começou sua carreira na empresa como supervisor de produção. Mais tarde, com a morte do primo fundador, assumiu a presidência da companhia. A partir dali, imprimiu com força total sua visão e métodos. Sua atuação foi marcante no desenvolvimento de produtos altamente inovadores e no relacionamento com os fornecedores. Ele liderou o período mais importante de crescimento da montadora e teve um papel central na seleção de líderes que criaram os sistemas de gestão, vendas e marketing da empresa, destacando-se o conhecido Sistema Toyota de Produção, referência global até hoje para os mais variados setores da indústria. Mas deste os primórdios dos tempos, temos pleno conhecimento de que para alcançar o sucesso é necessário a persistência, a perseverança e o trabalho árduo, pois nem tudo são flores, principalmente para uma indústria multinacional. Nos anos 30 devido ao governo militar, a empresa não pode mais produzir carros de passeio, passando a produzir somente caminhões, com métodos artesanais, no fracassado esforço de Guerra. No fim de 1949, houve uma queda brusca nas vendas, o que acarretou na demissão de grande parte dos trabalhadores. Em 1950, a Toyota havia produzido 2.685 automóveis enquanto a fábricaRouge da Ford produzia 7.000 automóveis por dia (WOMACK et al, 2004). Em 1950, o jovem japonês Eiji Toyoda saiu para uma peregrinação com o objetivo de visitar fábricas da Ford, onde teve um contato mais próximo com a produção em massa. Após estudar a planta Rouge da Ford, Eiji viu que era possível melhorar o sistema de produção da Toyota, porém, percebeu que seria praticamente impossível copiar e aperfeiçoar o modelo da Rouge. Isto porque a produção em massa praticada pela Ford, caracterizada pelo alto volume de produção, pouca variedade de produtos, produção empurrada e baixos custos, não poderia ser aplicada no Japão devido à situação econômica do país. Assim, Eiji e seu gênio da Produção, Taichii Ohno, já de volta ao Japão, começaram a pensar num novo modelo de produção, o que veio a chamar Sistema Toyota de Produção, amplamente conhecida como produção enxuta (WOMACK et al, 2004). Ainda segundo Womack et al (2004), logo após a Segunda Guerra Mundial, a Toyota decidiu produzir veículos em larga escala, porém, enfrentou alguns problemas: O mercado doméstico era limitado, sendo necessário produzir uma grande gama de veículos para atender as diferentes necessidades deste mercado; Devido à guerra, a economia estava devastada, sendo praticamente impossível realizar grandes compras das recentes tecnologias de produção ocidentais; Existiam grandes concorrentes ansiosos por operarem no Japão e dispostos a protegerem seus mercados contra as exportações japonesas; Os trabalhadores japoneses não estavam dispostos a serem força de trabalho temporária, como acontecia nos Estados Unidos. Além disso, os sindicatos japoneses eram fortes e organizados, garantindo condições de trabalho favoráveis aos trabalhadores. Assim, a Toyota precisaria produzir em pouca quantidade e de maneira diversificada, com maior rendimento dos trabalhadores e sem desperdícios (SOARES, 2007). Ohno iniciou suas mudanças no sistema de produção através do desenvolvimento da troca rápida de ferramenta, eliminando o tempo ocioso dos trabalhadores e garantindo maior flexibilidade à produção. A redução dos lotes de produção fez com que os custos financeiros diminuíssem dos imensos estoques de peças acabadas e propiciou que apenas poucas peças fossem fabricadas antes da montagem de um carro, o que melhorou a percepção dos defeitos. Isto acarretou na eliminação de desperdícios com peças defeituosas. Porém, Ohno entendia que para que todo este sistema funcionasse bem precisaria de mão-de-obra qualificada e extremamente motivada, em que os trabalhadores fossem ativos nos interesses da empresa, introduzindo melhoramentos, ao invés de somente reagirem aos problemas (WOMACK et al, 2004). A Toyota passou a ser reconhecida mundialmente a partir de 1973, quando ocorreu a crise do petróleo e todas as economias, governos e sociedades haviam sido afetadas. Porém, a Toyota permaneceu obtendo lucros, mesmo que menores, em três anos consecutivos. Isto chamou a atenção das pessoas e as fizeram se questionarem sobre o que estaria acontecendo na Toyota. A partir deste momento tornou-se claro que o sistema de produção em massa não seria mais o ideal para as empresas alcançarem o sucesso. (Ohno, 1997). Atualmente o STP é amplamente difundido pelo mundo e muitas organizações almejam implementar conceitos e ferramentas de produção enxuta na busca por maior flexibilidade, qualidade, eficiência e redução de custos. 2.2 Os 7 tipos de desperdício As visitas de Ohno à Ford possibilitaram-no a perceber que o sistema vigente era cheio de muda, termo em japonês para “desperdício”, contemplando desperdícios de esforços, materiais e tempos (WOMACK et al, 2004). Para Ohno (1997), produzir de maneira enxuta é o resultado da eliminação dos sete tipos de desperdícios, também conhecidos como perdas, dentro das organizações. De acordo com Shingo (1996), perda é toda e qualquer atividade que não contribui para as operações, ou seja, não agregam valor. A Figura abaixo apresenta os sete tipos de perdas definidas por Ohno (1997), relacionando-as com pessoas, quantidade e qualidade. É importante ressaltar que não existe um modelo pronto de manufatura enxuta. Pelo contrário, assim como qualquer prática de gestão, ela exige contexto e finalidade que são totalmente únicos e particulares de cada organização. No entanto, existem alguns padrões descritos pela literatura como a principal fonte de desperdícios, que devem ser priorizados por quem deseja migrar para um sistema enxuto de produção, como: 2.2.1 Superprodução É considerada “a mãe das perdas”, pois influencia outros processos. Trabalha com superprodução a empresa que simplesmente executa a produção de itens sem que eles tenham um destino. Na manufatura enxuta, tudo que entra na linha de montagem já tem um cliente para entrega. A produção em excesso pode, por exemplo, extrapolar a capacidade de estoque de um armazém, além de gerar custos desnecessários com mão de obra, engenharia, energia, espaço físico, etc. https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/38850975/WEB_Trish_Melton_Lean_Manufacturing_July_2005.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1549317980&Signature=xP4PsYYVZmy51vgDWcfvmr5XsE0%3D&response-content-disposition=inline%3B%20filename%3DThe_Benefits_of_Lean_Manufacturing_What.pdf 2.2.2 Transporte Um produto em movimento não gera valor para o cliente, ou seja, quanto mais tempo ele demora da fábrica até o destino, pior. Sendo assim, se a estratégia de rota não foi bem delineada, deslocamentos de produtos e insumos podem agregar custos indesejáveis para a empresa. Isso vale tanto para o transporte do produto pronto até o cliente, mas também para o transporte interno de insumos até a fábrica ou mesmo entre centros de distribuição da própria empresa. Desenhar sistemas de manufatura enxuta que contemplem a máxima eficiência dessa logística é fundamental. 2.2.3 Processamento Diz respeito a todo e qualquer processo extra que não agregue valor ao produto. Isso vale produção em si, como uma etapa extra na montagem que não agregue nenhum ou quase nenhum valor ao resultado final (como uma rebarba no produto que precise ser retirada e desperdice matéria prima). Vale também para o processo, como um documento que passe por mãos demais e demore um tempo desnecessário para ser liberado. 2.2.4 Movimentação É a perda de dinheiro e tempo com o deslocamento de colaboradores e equipamentos que não deveriam se deslocar ou se deslocam mais do que deveriam. Já falamos aqui no blog sobre como o layout de fábrica faz diferença nesses casos. Com uma disposição fabril desenhada para favorecer ao máximo a produtividade, esses pequenos tempos de deslocamentos são eliminados. Em casos de empresas que trabalhem de forma diversificada e por demandas, ou seja, na qual as necessidades mudam a todo momento, é recomendável que o layout seja customizável. 2.2.5 Estoque Espaço físico gera custos que impactam de forma decisiva em uma organização. Eles demandam não só o pagamento de aluguel (quando o espaço não é próprio), mas também manutenção, limpeza, climatização, etc. Sendo assim, o estoque dentro de uma fábrica deve ser o menor possível e servir apenas para insumos que logo serão utilizados ou para produtos aguardando o momento de serem levados para o cliente. Produto parado é sinal de capital parado, por isso a manufatura enxuta recomenda especial atenção aos armazéns. 2.2.6 Defeitos O retrabalho sempre gera um custo elevado e atrapalha a fluidez da produção. É por isso que qualquer esforço que envolva a inspeção e ou nova produção de peças consideradas defeituosos no processo produtivo deve ser eliminado. É importante ter em mente que apenas remediar o problema custa muito mais caro do que encontrar a origem e consertar o problema. Porém, muitas empresas sequersabem onde as maiores partes dos erros ocorrem, porque não realizam levantamentos de dados e análises periódicas de desempenho. https://produza.ind.br/tecnologia/layout-de-fabrica/ 2.2.7 Espera O tempo que um produto fica em espera para entrar em um próximo processo deve ser o menor possível. Isso quer dizer que a equipe deve ser orientada e bem treinada para agir de forma pró-ativa e alinhada com o sistema em si. O setup offline é um bom exemplo de como pequenas atitudes podem gerar ganhos e diminuir tempos de espera. Interrupções não programadas na linha de produção também devem ser evitadas ao máximo. Elas são geradas principalmente por defeitos em equipamentos. Para evitar o problema, é recomendável monitorar o desempenho das máquinas a fim de identificar precocemente uma queda de produtividade e possível falha próxima. Além disso, manutenções periódicas e cuidados como lubrificação, limpeza e superaquecimento devem fazer parte da rotina. 2.3 Características específicas do Sistema Toyota de Produção O Sistema Toyota de Produção (STP) possui como suportes principais o Just in Time e o Jidoka como representado na figura 1, a seguir: FIGURA 3 – A Estrutura do Sistema Toyota de Produção. Fonte: GHINATO (1996). O método Just in time consiste em reduzir ao mínimo o tempo de fabricação e os estoques, visando produzir somente o que demanda o mercado. A necessidade de ter suprimentos no momento exato levou a empresa japonesa a formar parcerias, que atendessem a esse requisito e atualmente muitas empresas fazem isso de forma semelhante (MAXIMIANO, 2005). A automação visa, de modo geral, prevenir defeitos, através do aprendizado com um erro, identificando sua causa para que o mesmo não ocorra novamente https://produza.ind.br/tecnologia/setup-offline-das-maquinas/ dentro da empresa, a redução do tempo entre a identificação de um erro e a sua correção, também merece destaque. Segundo Maximiano (2005) uma equipe de voluntários que trabalhem em uma mesma área pode através de reuniões, estudar e propor medidas para solucionar problemas relacionados à qualidade e à eficiência dos produtos, isso se torna possível com a participação dos funcionários na análise e resolução dos problemas, través de melhorias na comunicação interna do próprio grupo de trabalho, estímulos à criatividade, preocupação com a qualidade, autocontrole e prevenção de falhas, esse tipo de relação não seria possível no método tradicional de produção. A automação visa, de modo geral, a prevenir defeitos, através do aprendizado com um erro, identificando sua causa para que o mesmo não ocorra novamente dentro da empresa, a redução do tempo entre a identificação de um erro e a sua correção, também merece destaque. Para Ghinato (2010) o STP reconhece que os trabalhadores estão sujeitos a falhas, utilizando da ferramenta Poka-Yoke que permite a redução dos erros a índices baixos, a partir de um acompanhamento da execução de todos os processos da produção. Um exemplo é a perda por fabricação de produtos defeituosos, que com a autonomação o processamento é interrompido ao primeiro sinal de anormalidade. Isso reduz também a superprodução com máquinas capazes de produzir somente o que é necessário, aumenta a satisfação do trabalhador, que ao ter autonomia para paralisar e identificar as anormalidades do processo se sente mais reconhecido e motivado. O objetivo principal do STP é com total certeza a eliminação das perdas, e o modelo para alcançar suas metas tem o JIT e a automação como seus dois pilares de sustentação. Também nesse sistema é possível identificar a preocupação com a qualidade e o objetivo nessa área é a produção com zero defeito (GHINATO, 1996). 2.4 Os 5 princípios da manufatura enxuta Conforme Womack e Jones (2004), o pensamento enxuto (Lean Thinking) é essencial para a eliminação do desperdício, pois é uma maneira de especificar valor, alinhar na melhor sequência as ações que geram valor, realizar as atividades sem interrupções e de modo mais eficaz. Womack e Jones (2004) definiram cinco princípios fundamentais na eliminação dos desperdícios, estes resumem o pensamento enxuto e norteiam as empresas que almejam que a produção enxuta funcione por completo. Esses princípios são: Especificação do Valor, Identificação da Cadeia de Valor, Fluxo de Valor, Produção Puxada e Busca da Perfeição. 2.5 Ferramentas do Lean Manufacturing Ferramenta Definição Aplicação 5S Seiri (Utilização) – Separa o necessário do desnecessário Seiton (Organização) – Colocar cada coisa em seu lugar Seiso (Limpeza) – Limpar e cuidar do ambiente Seiketsu (Higiene) – Criar normas e padrões Shitsuke (Disciplina) – Todos ajudam Seiri (Utilização) – Eliminar do espaço de trabalho o que seja inútil Seiton (Organização) – Organizar o espaço de trabalho de forma eficaz Seiso (Limpeza) – Melhorar o nível de limpeza Seiketsu (Higiene) – Criar normas claras para triagem/arrumação/limpeza Shitsuke (Disciplina) – Incentivar melhoria contínua Andon Sistema de gestão visual para o chão de fábrica que indica o status da produção e gera alertas quando é necessário algum tipo de assistência em uma estação de trabalho. Capacita os operadores para parar o processo de produção. Atua como uma ferramenta de comunicação em tempo real para o chão de fábrica, e traz atenção imediata aos problemas à medida que eles ocorrem – para que eles possam ser abordados instantaneamente. Análise de Gargalos Identificar qual parte do processo de fabricação limita o fluxo geral ( onde existe gargalos) e melhorar o desempenho desta parte do processo. Melhora o rendimento ao fortalecer o elo mais fraco no processo de fabricação. Fluxo contínuo Um fábrica onde o processo flui constantemente, sem paradas entre as etapas do processo de fabricação. Elimina muitas formas de desperdício como: inventário, tempo de espera e transporte. Gemba Wlak Uma filosofia que nos lembra de sair de nossos escritórios e passar mais tempo no chão da fábrica o lugar onde acontece a ação real. Promove uma compreensão profunda e completa das questões de fabricação do mundo real por observação de primeira mão e conversando com funcionários da produção Heijunka (Programação de nível) Uma forma de programação de produção que fabrica propositadamente em lotes muito menores por sequenciação e mix de produtos dentro de processos similares. Reduz os prazos de entrega (uma vez que cada produto ou variante é fabricado com mais frequência) e inventário (uma vez que os lotes são menores). Hoshin Kanri (Implementação de Políticas) Alinhar os objetivos da empresa (Estratégia), com os planos de gestão intermediária (Tactics) e o trabalho realizado no chão da planta (Ação). Garante que o progresso em direção aos objetivos estratégicos seja consistente e completo eliminando o desperdício que vem de uma comunicação deficiente e direção inconsistente. Jidoka (Autonomização) Projetar equipamentos para automatizar parcialmente o processo de fabricação (a automação parcial geralmente é muito menos dispendiosa do que a automação completa) e para parar automaticamente quando os defeitos são detectados. Após a Jidoka, os trabalhadores podem freqüentemente monitorar várias estações (reduzindo os custos trabalhistas) e muitos problemas de qualidade podem ser detectados imediatamente (melhorando a qualidade). Just-in-time (JIT) Puxar a produção de peças com base na demanda do cliente em vez de empurrar a produção com base na demanda projetada. Depende de muitas outras ferramentas como: fluxo contínuo, Heijunka, Kanban, trabalho padronizado e tempo Takt. Altamente eficaz na redução dos níveis de inventário. Melhora o fluxo de caixa e reduz os requisitos de espaço.Kaizen (Continuous Improvement) Uma estratégia em que os funcionários trabalham de forma pró ativa para obter melhorias periódicas e incrementais no processo de fabricação. Combina os talentos coletivos de uma empresa para criar um mecanismo para eliminar continuamente os desperdícios nos processos de fabricação. Kanban (sistema de tração) Um método de regulamentação do fluxo de mercadorias tanto na fábrica quanto em fornecedores externos e clientes. Com base na reposição automática através de cartões de sinal que indicam quando são necessários mais produtos. Elimina os desperdícios do inventário e da superprodução. Pode eliminar a necessidade de inventários físicos (em vez disso, depender de cartões de sinal para indicar quando mais produtos precisam ser solicitados). KPIs (Key Performance Indicators) Métricas definidas com o objetivo de acompanhar o andamento em direção à determinada meta. Estão alinhados com os objetivos estratégicos de alto nível. São eficazes para expor e quantificar desperdícios (OEE é um bom exemplo) Muda (Waste) Qualquer coisa no processo de fabricação que não agrega valor da perspectiva do cliente. Muda significa “desperdício”. A eliminação de muda é o principal foco de fabricação enxuta Eficiência geral do equipamento (OEE) Estrutura para medir a perda de produtividade para um determinado processo de fabricação. 3categorias: Disponibilidade Performance Qualidade Fornece uma referência para acompanhar a eficiência do processo de fabricação. 100% OEE significa produção perfeita (fabricando apenas peças boas, o mais rápido possível, sem tempo de inatividade). PDCA (Plano, Do, Check, Act) Uma metodologia iterativa para implementar melhorias: Planejar (plano estabelecido e resultados esperados) Fazer (plano implementado) Verificar (verifique os resultados esperados alcançados) Agir (revise e avalie, faça novamente) Aplica uma abordagem científica para fazer melhorias: Planejar (desenvolver uma hipótese) Fazer (executar experimento) Verificar (avaliar resultados) Atualizar (refine seu experimento, tente novamente) Poka-Yoke (Teste de erro) Detecção de erros de projeto e prevenção em processos de produção com o objetivo de alcançar zero defeitos. É difícil (e caro) encontrar todos os defeitos através da inspeção, e corrigir defeitos geralmente é significativamente mais caro em cada estágio de produção. Análise de causa raiz Uma metodologia de resolução de problemas que se concentra na resolução do problema subjacente ao invés de aplicar soluções rápidas que tratam apenas sintomas imediatos do problema. Uma abordagem comum é perguntar por que cinco vezes cada vez que se aproxima um passo para descobrir o verdadeiro problema. Ajuda a garantir que um problema seja realmente eliminado aplicando ações corretivas à “causa raiz” do problema. Redução de Tempo de Setup(SMED) Reduzir o tempo de setup para menos de 10 minutos. As técnicas incluem: Converta etapas de setup para ser externa (executada enquanto o processo está sendo executado) Simplifique o setup interno (por exemplo, substitua os parafusos com botões e alavancas) Elimine operações não essenciais Crie instruções de trabalho padronizadas Permite a fabricação em lotes menores, reduz o inventário e melhora a capacidade de resposta do cliente. Seis grandes perdas Seis categorias de perda de produtividade que são quase universalmente experientes na fabricação: Quebras Setup Pequenas Paradas Velocidade reduzida Rejeição de Inicialização Rejeição de Produção Fornece uma estrutura para atacar as causas mais comuns de resíduos na fabricação. Objetivos SMART Objetivos que são: Específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e específicos do tempo. Ajuda a garantir que os objetivos sejam efetivos. Trabalho padronizado Procedimentos documentados para a fabricação que capturam as melhores práticas (incluindo o tempo para completar cada tarefa). Deve ser documentação dinâmica que seja fácil de mudar. Elimina o desperdício aplicando consistentemente as melhores práticas. Forma uma linha de base para atividades de melhoria futura. Tempo Takt O ritmo de produção (por exemplo, fabricação de uma peça a cada 34 segundos) que alinha a produção com a demanda do cliente. Calculado como Tempo de Produção Planejado / Demanda do Cliente. Fornece um método simples, consistente e intuitivo de produção de estimulação. É facilmente estendido para fornecer um objetivo de eficiência para o chão de fábrica (Peças reais / Peças alvo). Manutenção Produtiva Total (TPM) Uma abordagem holística da manutenção que se concentra na manutenção pró ativa e preventiva para maximizar o tempo de operação do equipamento. O TPM desfragmenta a distinção entre manutenção e produção ao colocar uma ênfase forte na capacitação de operadores para ajudar a manter seus equipamentos. Cria uma responsabilidade compartilhada por equipamentos que incentivam um maior envolvimento dos trabalhadores da fabrica. No ambiente certo, isso pode ser muito eficaz para melhorar a produtividade (aumento do tempo, redução de tempos de ciclo e eliminação de defeitos). Mapeamento de fluxo de valor Uma ferramenta usada para mapear visualmente o fluxo de produção. Mostra o estado atual e futuro dos processos de uma forma que destaca as oportunidades de melhoria. Expõe o desperdício nos processos atuais e fornece um roteiro para melhoria através de uma visão da situação futura. Visual Factory Indicadores, displays e controles visuais utilizados em todas as fábricas para melhorar a comunicação de informações. Faz com que o estado e a condição dos processos de fabricação sejam facilmente acessíveis e muito claros para todos. Tabela 1 – Ferramentas do Lean Manufacturing. A autora (2020) 3. MATERIAIS E MÉTODOS A metodologia utilizada neste trabalho é de cunho teórico/conceitual, e busca identificar e organizar conceitos encontrados em trabalhos relevantes e que visa à ampliação dos conhecimentos teóricos e de natureza básica e de objetivo exploratório (GIL, 2009). Foi realizada uma pesquisa na base de dados ISI Web of Science, que se encontra disponível no site Periódico Capes, com as palavras-chave “Toyota production system” e “Just in time”, com artigos publicados entre os anos de 1980 a 2014 onde 50 artigos foram obtidos. Visando a analisar os dados, utilizou-se a ferramenta para análise de resultados contida na própria base ISI Web of Science. 3.1 Jogos em Administração da Produção Um jogo pode ser considerado como uma atividade realizada por uma ou mais pessoas (GRAMIGNA, 2000). Um jogo de guerra chamado Wei-Hai, utilizado na China por volta do ano de 3000 a.C. e outro utilizado na Índia no mesmo período chamado Chaturanga são os primeiros registros de jogos ligados ao ensino (SAUAIA, 1995). A utilização de jogos em universidades teve inicio por volta da década de 50, nos Estados Unidos. O seu cunho prático, a fácil compreensão de conceitos levantados fez dos jogos uma alternativa ao ensino tradicional (SAUAIA, 1995). Jogos podem simular uma atividade previamente planejada, na qual os participantes são convidados a enfrentar desafios que reproduzem a realidade do seu dia a dia (GRAMIGNA, 2000). Sendo possível esse tipo de simulação, os jogos demonstram-se extremamente vantajosos no cenário de Gestão da produção industrial, já que assim como na vida real regras são definidas, há presença de espírito competitivo e ao final temos vencedores e perdedores, entretanto ao contrário da realidade, elepermite que erros sejam corrigidos. Atualmente, muitas universidades no mundo inteiro, têm utilizado e aplicado, tanto os conhecidos jogos de empresas, como as mais diferentes dinâmicas de aprendizagem e simulações da realidade, como forma complementar de ensino. O uso de bloquinhos de montagem Lego em dinâmicas de ensino tem sido aplicado e publicado em trabalhos científicos como Burgi, Victor e Lentz (2004), Lindh e Holgersson (2007), Tan, Tse e Chung (2010) e muitos outros. De igual modo, há inúmeros outros trabalhos científicos apontando o enriquecimento do processo ensino/aprendizagem e fazendo considerações como Kim, Park e Baek (2009), de que a utilização de atividades lúdicas para o ensino tem afetado fortemente o resultado obtido por alunos e Davi dovitch, Parush e Shtub (2008) de que a utilização da Análise de Variância permite verificar se há ou não diferença significativa na aprendizagem após aplicar um método de instrução alternativo. 3.2 Aplicação do STP através da Montagem Interativa de Bloquinhos (MIB) Em 2005, o artigo intitulado de “Utilização de Bloquinhos de Montagem LEGO para o Ensino dos Conceitos do Sistema Toyota de Produção”, dos autores Pinho, Leal e Almeida (2005), foi premiado na sessão de ensino de engenharia, no Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Neste artigo, técnicas utilizadas no Sistema Toyota de Produção são simuladas através de uma empresa fictícia cuja matéria prima é composta por peças de montagem. Neste contexto, a dinâmica apresentada neste artigo trata-se de um método de instrução e aprendizagem colaborativa, construtivista e contextualizada que promove, dentre outras habilidades, a busca por solução de problemas, o trabalho em grupo, bem como atitudes diferenciadas, tais como o estudo autônomo. Tomando como base a Montagem Interativa de Bloquinhos (MIB), dinâmica implantada pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI). A atividade em questão é relacionada com a compreensão do toyotismo. Primeiramente a dinâmica MIB monta um modelo de produção caracterizado por ser do tipo empurrado, no qual, ao término de um trabalho em um posto, o resultado da operação é passado para a fase seguinte da produção ou para o estoque (modelo similar ao fordismo). Quando se conclui essa parte da dinâmica o sistema passa a ser do tipo puxado, em que cada estação recebe o resultado da montagem da estação anterior. Dessa forma a produção é controlada pelo cliente, pois só se produz o que o mercado exige (PINHO et al., 2005). A dinâmica MIB (PINHO et al., 2005) é realizada seguindo alguns passos: inicialmente são formados grupos, espécies de empresas fictícias, com quatro componentes cada e cada um desses componentes recebe uma função de um operador. O operador A é responsável pela primeira parte da montagem, o operador B deve preparar um setup antes de realizar a segunda parte da montagem, este tempo gasto é proposital. O terceiro membro fica encarregado de realizar o embarque da produção em um caminhão, deve seguir a ordem de um suposto cliente e por fim um componente do grupo fica responsável pelo controle de gastos, lucros e receitas da empresa fictícia. As empresas fictícias recebem então um padrão de montagem e a folha com os caminhões para embarque à expedição, determina-se um tempo de máximo de quatro minutos para embarque de 30 peças, e com isso é possível determinar o ritmo da produção ou takt time de cada peça, que é 8 segundos, por fim os grupos recebem a informação do tempo gasto no processo (PINHO et al.,2005). Com a realização da dinâmica e as intervenções necessárias dadas pelo realizador da mesma, é possível perceber as mudanças que o Sistema Toyota trás para as empresas. O realizador interferiu na dinâmica quando necessário e apresentou propostas que podiam ser aceitas ou não por cada uma das empresas fictícias e também algumas determinações de um suposto cliente que visavam dificultar ou facilitar o desenvolvimento da produção. FIGURA 4 – Dinâmica do Lego. Fonte: A autora (2020) FIGURA 5 – Dinâmica do Lego. Fonte: A autora (2020) FIGURA 6 – Dinâmica do Lego. Fonte: A autora (2020) FIGURA 7 – Dinâmica do Lego. Fonte: A autora (2020) FIGURA 8 – Dinâmica do Lego. Fonte: A autora (2020) 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Devido a pandemia de COVID-19 a orientação da OMS (Organização Mundial da saúde) é evitar aglomerações. Com o fechamento temporário do polo de Ipatinga foi necessário a realização desta dinâmica com um numero mínimo de participantes no grupo, ou seja, 1 operador A, 1 operador B e 1 na expedição. Com a realização da dinâmica do Lego foi possível ter uma vivencia do cotidiano de uma empresa, onde no decorrer do processo produtivo podem aparecer empecilhos que podem atrasar a entrega aos clientes, com a dinâmica há uma explanação bem iminente da melhora significativa que ocorre quando se é implementado as ferramentas do Lean manufacturig. De acordo com a análise comparativa minuciosa dos dados coletados nas rodadas da dinâmica constatou-se que primeiramente só foi possível cumprir o prazo de 4 minutos de forma precisa devido a utilização do conceito de Single Minute Exchange of Die (SMED) que prioriza a realização de uma determinada atividade em no máximo 10 minutos. Com a implementação de 2 dos 5s, especificamente o 1°S SEIRI - senso de utilização e o 2°S SEITON - senso de arrumação, somados ao correto posicionamento das peças que ficaram previamente posicionadas por um momento de acordo com as recomendações e metodologia do Kanban, e a junção subsequente do calculo de Takt time que fez com que se encontrasse a maneira eficaz, pela qual a matéria prima avançasse pelos processos/rodadas e chegasse o mais rápido possível na parte de expedição onde foi carregada nos respectivos caminhões para teoricamente serem transportados e entregues aos “clientes finais”, impreterivelmente há um ganho de cerca de 75% de chance de aumento de lucro com apenas a força de vontade de uma equipe em querer se reestruturar se baseando em conceitos de determinadas ferramentas do Lean Manufacturing. Com base no que foi estudado, foi possível observar que a busca por melhores resultados dentro das organizações, fogem dos parâmetros de necessidade financeira e sim de um ajustamento na performance intelectual e perceptiva dos maiores ativos no negócio. O PCP juntamente com o desenvolvimento das ferramentas existentes e as devolutivas altamente positivas, faz aumentar a credibilidade dos processos e seus meios durante a toda sua cadeia e seu projeto. É altamente necessário a busca de conhecimento sobre as ferramentas e atuar na aplicabilidade diante de correções de processo e/ou evolução de resultados. 4.1 Discussão dos conceitos apresentados Quais melhorias foram implantadas em cada rodada? Foram válidas? Porque? Foram implementadas as metodologias 5s (rodada 2), Kanban e TRF- OTED (rodada 3), SMED e Takt time (rodada 4). As melhorias foram validas cada uma a sua maneira, beneficiando assim cada parte especifica do trabalho. Pois apesar de nem todos os métodos apresentarem uma melhora tão “rápida” se comparado aos outros, cada um fez com que seja apresentado uma nova forma de gerir e pensar durante a dinâmica. Porque não atingem a meta de produção na primeira rodada? Não é possível alcançar a perfeição na realização da tarefa devido o custo de estoque gerado entre os processos e ao fato do processo produtivo e de carregamento não estar organizado de forma a ajudar a agilizar a finalização da entrega ao suposto “cliente”. Faça um comparativo dos resultados que você preencheu (% de entrega, lucro ou prejuizo), entre a rodada 2 e 1, 3 e 2, e 4 e 3, explique porque conseguimos melhorar a cada passo? A porcentagem de entrega, lucro e prejuízo melhorou devido a obtenção de organização com o 5S, melhora da visualização do problemapor meio do Kanban, TRF-OTED traz a eliminação de estoques intermediários entre operações, o SMED e Takt time propicia a definição do tempo correto de produção das peças. Comparando os resultados atingidos na primeira rodada e na última qual foi diferença em %, da % entrega, lucro ou prejuízo? Em quanto aumentou a produtividade? Os custos foram reduzidos? Porque? Comparando os dados obtidos ao longo das rodadas na ultima foi possível a entrega de todos os produtos, o que foi mais que o dobro da primeira rodada onde o sistema era “empurrado”. Para a mudança realizada na 4ª e ultima rodada para a produção puxada fez com que obtivéssemos um aumento significativo na produtividade que saltou para cerca de 75% de chance da plena obtenção de lucro durante a simulação. A implementação do sistema produtivo puxado (por causa das ferramentas agregadas no decorrer da simulação em cada rodada) resultou na redução dos custos, pois com as ferramentas do Lean manufacturing foi possível a melhoria da qualidade e da produtividade. Ao eliminar o desnecessário, facilita-se o manuseio e guarda dos itens a serem utilizados. O que o faz ser eficiente é a redução do tempo de duração do processo, o ajustamento dos estoques à flutuação regular da demanda, a redução dos estoques de produtos em processo, e a melhoria dos níveis de controle da fábrica simulada. Foi válida a substituição da sequência pelo Kanban? No ato de organização das peças antes do processo de montagem começasse foi altamente rentável a utilização do Kanban, pois agilizava o processo de obtenção da peça tanto para o operador A quanto para o trabalhador B. Porém para transportar as peças é recomendável a flexibilização das cores impostas como carga dos caminhões. A utilização dos caminhões Flex que propiciavam o carregamento de peças de diferentes cores ajudou a melhorar a porcentagem de lucro. Mesmo fora do ambiente simulado a flexibilidade logística tem surgido com uma grande vantagem competitiva em meio a concorrência em um mercado rápido, volátil e agressivo. Se o comportamento do cliente tem mudado com frequência, as empresas que não conseguem se adaptar às transformações no novo padrão de consumo correm sério risco de ficar para trás. Por isso a importância da flexibilidade de estratégia, armazenagem, transporte e entrega somadas a ferramenta Kanban. 5. CONCLUSÃO Analisando-se o Sistema Toyota de Produção através da Montagem Interativa de Bloquinhos, e a visão de diversos autores sobre o uso de jogos foi possível concluir que esta é uma forma de simulação simples que permite observar todo o sistema e obter uma visão superficial dos resultados, porém imprescindível uma vez que possibilita identificar a importância desse modelo de produção dentro das empresas. A dinâmica pode ser usada também como treinamento aos funcionários de empresas para que as mesmas tenham maior facilidade ao aderirem o novo sistema. Observamos também para que as mudanças propostas ocorram devem ter modificações na área organizacional e no layout da empresa. Ao fim da dinâmica alguns produtos que a princípio não conseguiam sequer serem embarcados, foram embarcados com tempo de sobra que permitiria até mesmo a redução do takt time (tempo em que se deve produzir uma peça ou serviço baseado em seu volume de vendas) ou o aumento da produção de peças. Assim, foi possível perceber que o STP aperfeiçoa de maneira considerável o aproveitamento do tempo e dos recursos dentro das indústrias que o implementam, sendo muito interessante para empresas que buscam se diferenciar de suas concorrentes no mercado. O mais importante deste trabalho é saber o quão amplo é o alcance do Lean Manufacturing, sobretudo suas inúmeras ferramentas. Além de auxiliarem empresas do ramo automobilístico, siderúrgico e de produção por meio de maquinas e equipamentos, as metodologias como 5s, Poke-Yoke, ou o simples fato de implementar uma rotina de atividades que priorize o planejamento e o controle, podem ser base de desenvolvimento e crescimento da manutenção do lucro de outros ramos, como a construção civil por exemplo, que se baseou na manufatura enxuta e acabou desenvolvendo sua própria modalidade derivada, a chamada construção enxuta. REFERÊNCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. BARTZ, A.P.B et al. Aplicação da Produção Enxuta em uma indústria de produtos agrícolas. Ingeniare, Revista chilena de ingeniería. Vol. 21 Nº 1, pp.147-158. 2013 BRIEF CONSULTORIA. Lean Manufacturing. 2014. Disponível em: < http://www.brief.com.br> Acesso em: 29 Mar. 2020. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. 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