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FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 1 CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO IGOR MARTINS OLIVEIRA GABRIEL BARCELLOS MARTINS IMPLATAÇÃO DA METODOLOGIA LEAN MANUFACTURING NA ELIMINAÇÃO DE DISPERDÍCIOS NO SETOR PRODUTIVO DE UMA EMPRESA DE USINAGEM MECÂNICA João Monlevade 2020 FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 2 IMPLATAÇÃO DA METODOLOGIA LEAN MANUFACTURING NA ELIMINAÇÃO DE DISPERDÍCIOS NO SETOR PRODUTIVO DE UMA EMPRESA DE USINAGEM MECÂNICA Este Projeto de Pesquisa foi julgado e aprovado para a elaboração do TCC no Curso de Engenharia de Produção da Faculdade Doctum de João Monlevade, em 2020. Avaliação do Orientador: _______________ Conceito de Metodologia: _______________ Total: _______________ João Monlevade, ___ de _________________ de 2020. Prof. Thassia Marchi Orientador COMISSÃO AVALIADORA: ____________________________________ ____________________________________ FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 3 AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus em primeiro lugar, por estar sempre ao nosso lado em todos os momentos das nossas vidas. Aos nossos Pais, por toda dedicação e confiança, de quem foi o principal apoio a esta etapa. Aos nossos irmãos e filhos que vibraram conosco nestas estradas e conquistas. Ao professor Marco Thulio, pela sua disponibilidade de transmitir o conhecimento, orientação e dedicação. Aos amigos da turma, pelos momentos inesquecíveis durante a faculdade. Aos amigos do trabalho que nos apoiaram em momentos difíceis destes longos períodos, pela compreensão e que contribuíram diretamente para o nosso crescimento profissional. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 4 RESUMO O presente trabalho visa contribuir para que a empresa em caso, tenha uma melhora no desempenho da produção em área, reduzindo seus desperdícios e melhorando os custos. Sabendo que existe problemas relacionados à produção, estudamos algumas ferramentas ligadas ao Lean Manufacturing que são de total ajuda e utilidade para uma empresa de produção de peças industriais como a Metalfund Ltda. Foi escolhido a ferramenta Procedimento Operacional Padrão, para ser aplicada no chão de fábrica onde é feita a fabricação, pois foram identificados problemas de desperdícios de processo, tempo e material onde afeta diretamente aos custos ligado a produção. Foi confeccionada uma planilha direcionada ao Procedimento Operacional Padrão para que pudesse padronizar cada processo de cada peça, para que quando retornasse para uma nova fabricação já estivesse tudo organizado para o operador, mostrando-o todos os detalhes de fabricação para que não haja desperdícios tanto de tempo quanto de processo durante a usinagem da peça. Palavras-chave: Desperdícios. Otimização. Custos. Lean Manufacturing. POP (Procedimento operacional padrão). Usinagem. Padronização. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 5 ABSTRACT The present work aims to contribute so that the company, in case, has an improvement in the production performance in the area, reducing its waste and improving costs. Knowing that there are problems related to production, we studied some tools related to Lean Manufacturing that are of total help and utility for an industrial parts production company like METALFUND LTDA. The Standard Operating Procedure was chosen, to be applied on the factory floor where manufacturing is carried out, as problems of waste of process, time and material were identified where it directly affects production costs. A spreadsheet directed to the Standard Operating Procedure was made so that it could standardize each process of each part, so that when it returned to a new manufacturing, everything was already organized for the operator, showing it all the manufacturing details so that there is no waste of time as much as process during part machining. Keywords: Waste. Optimization. Costs. Lean Manufacturing. POP (Standard operating proce- dure). Machining. Standardization. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Modelo simplificado para a Toyota Production System (TPS) ............................ 15 Figura 2 - Um modelo simplificado para o Toyota Production System (TPS) ...................... 16 Figura 3 - Metodologia de pesquisa em Engenharia de Produção ........................................ 23 Figura 4 - Organograma Organizacional.............................................................................. 25 Figura 5 - Cronograma Trabalho de Conclusão de Curso..................................................... 27 FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 7 LISTA DE ABREVIATURAS SILGAS ABNT Associação Brasileira de Norma Técinicas CNC Controle pro Comando Numérico Gargalos Limitaçãoes do sistema produtivo JIT Just-in-Time (Justo no Tempo) Layout Instalações Industriais Lead Time Tempo de passagem ou atravessamento POP Procedimento Operacional Padrão FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 8 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS .................................................................................................. 3 RESUMO ..................................................................................................................... 4 ABSTRACT ................................................................................................................. 5 LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 6 SUMÁRIO.................................................................................................................... 8 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10 1.1. PROBLEMA ......................................................................................................... 11 1.2. DELIMITAÇÕES .................................................................................................. 11 2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 11 2.1. OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 11 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 11 2.3. HIPÓTESE ............................................................................................................ 12 2.4. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 12 3. REFERECIAL TEÓRICO ................................................................................... 13 3.1. PRODUÇÃO ENXUTA ........................................................................................ 13 3.1.1. Origem da Produção Enxuta ............................................................................... 13 3.1.2. Filosofia da Manufatura Enxuta .......................................................................... 14 3.1.3. Nomenclatura utilizada ................................................................................... 14 3.1.4. Finalidade da Produção Enxuta ....................................................................... 15 3.1.5. Os sete desperdícios Lean Manufacturing ....................................................... 16 3.1.5.1. Perda por superprodução ............................................................................. 17 3.1.5.2. Perda por espera .......................................................................................... 17 3.1.5.3. Perda por transporte ....................................................................................17 3.1.5.4. Perda por movimento .................................................................................. 17 FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 9 3.1.5.5. Perda por processamento ............................................................................. 18 3.1.5.6. Perda por produtos defeituosos .................................................................... 18 3.1.5.7. Perda por estoque ........................................................................................ 19 3.2. PROCEDIMENTO OPERECIONAL PADRÃO (POP) ......................................... 20 3.2.1. Origem procedimento operecional padrão (POP) ................................................ 20 3.2.2. Taiichi Ohno ...................................................................................................... 20 4. METODOLOGIA ................................................................................................ 22 4.1. TIPOS DE PESQUISA .......................................................................................... 23 4.1.1. Modo de Aplicação ............................................................................................ 24 4.2. ANÁLISE DE DADOS LEVANTADOS ............................................................... 24 4.2.1. Características da empresa .................................................................................. 24 4.2.1.1. Política da qualidade ....................................................................................... 26 5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 27 6. CRONOGRAMA ................................................................................................ 28 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29 FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 10 1. INTRODUÇÃO As empresas procuram constantemente melhorar a qualidade, com custos cada vez menores, por que esta postura é forçada pelas exigências dos clientes e pela competitividade global, pois para competir com eficácia num ambiente altamente competitivo, as empresas devem procurar inovar e aprimorar as suas vantagens. (PORTER, 1999). Novas ideias emergem de um conjunto de condições em que as velhas ideias parecem não mais funcionarem (Lean Institute Brasil “A Máquina que Mudou o Mundo”). Foi assim quem em 1960, empresas japonesas do setor automobilísticas em especial a Toyota Motor Company, desenvolveu métodos diferentes de fabricar veículos em relação dos utilizados pelas indústrias americanas, em uma época em que o destaque era a produção em massa da Ford Company (OHNO, 1996). Surge assim, o conceito de produção enxuta, não exclusivamente da Toyota, mas podendo ser aplicado por empresas de qualquer tipo de negócio e em qualquer país, principalmente no Brasil onde centenas de empresas já utilizam o Lean como ferramenta de aumento de qualidade e baixa de custos. Ele é visto como uma forma de aumentar a satisfação dos clientes através da melhor utilização dos recursos, fazer cada vez mais com cada vez menos. Fundado em 1998 como o segundo instituto a ser criado no mundo com o intuito de disseminar o Sistema Lean, o Lean Institute Brasil (LIB) atua no Brasil seguindo o exemplo do instituto norte-americano, o Lean Enterprise Institute (LEI), fundado em 1997 por James Womack (WIKIPEDIA, 2018). Este estudo foi realizado em uma pequena empresa no ramo de usinagem mecânica industrial situada na cidade de João Monlevade no estado de Minas Gerais, trabalha com mercado interno, na fabricação de usinagem em geral. A empresa apresenta um grau de desperdícios nos processamentos, onde geram custos desnecessários, com isso, a empresa deixa de aumentar seus faturamentos gerando custos que não agregam valor. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 11 1.1. PROBLEMA Existência de erros encontrados dentro do processo de fabricação de peças, desperdícios com mão de obra, movimentação de material e tempo, gerando assim um resultado ineficiente. 1.2. DELIMITAÇÕES Este trabalho foi desenvolvido para uma empresa do ramo de mecânica industrial situada de na cidade de João Monlevade, Minas Gerais, que atende principalmente a indústria siderúrgica da cidade ArcelorMittal, entre outros clientes da região, tornando o seu carro chefe peças de usinagem em geral. 2. OBJETIVOS Os objetivos desse trabalho serão expostos a seguir. 2.1. OBJETIVO GERAL Apresentar um estudo de caso sobre as estratégias atravès da implantação do Lean Manufacturing com o intuito de eliminar perdas geradas pela produção, aumentar o índice de qualidade, reduzindo tempo e proporcionalmente o custo de produção, ocasionando maior eficiência. Ultizando materiais certos em quantidades específicas no local específico. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Desenvolvimento de uma gestão de processo eficiente para controle e organização da produção; Analisar e corrigir ações que possivelmente irão gerar retrabalho durante o processo de produção; FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 12 Verificar métodos de produção para que não haja processo excessivo, assim diminuindo gastos sem necessidade. 2.3. HIPÓTESE Utilizando e aplicando as ferramentas e mecanismos do Lean Manufaturing, surge à hipótese da identificação e correção dos erros perceptíveis antes da produção de produtos. 2.4. JUSTIFICATIVA O assunto abordado foi escolhido devido à alta competitividade empresarial e as altas flutuações de demanda, tendo em vista a importância da eliminação de desperdícios. Já que no mundo atual para que as empresas se mantenham no mercado é necessário um sistema organizacional efetivo e sem perdas, para assim garantir sua sobrevivência. Um dos principais desafios da empresa é fabricar produtos com qualidade conforme requisitos e normas, de modo a garantir lugar num mercado cada vez mais competitivo. Assim sendo, uma das prioridades da empresa é o desenvolvimento de metodologias de melhoria no desempenho dos processos de fabricação, baseadas em mecanismos que garantam maior eficiência, menos não conformidades e um menor custo de fabricação. Deixando de implementar o Sistema Lean, a empresa continuará a contabilizar perdas e obter custos elevados na fabricação dos produtos, pois o processo que está sendo realizado possui uma grande quantidade de desperdícios e altos custos com mão de obra. Sabendo que um poderoso antídoto para combater o desperdício é o pensamento enxuto e que pode ser aplicado a qualquer tipo de organização, sendo assim, mãos na massa e foco no trabalho (LEAN THINKING,2014). FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 13 3. REFERECIAL TEÓRICO 3.1. PRODUÇÃO ENXUTA 3.1.1. Origem da Produção Enxuta A filosofia de manufatura enxuta iniciou se no Japão na década de 50, mais especificamente na Toyota. O modo de produção enxuta visa uma manufatura flexível, estoques baixos, eliminação de desperdícios por todo processo, redução de quebras e falhas, layouts enxutos, identificação das atividades que agregam valor ao produto. A partir daí o conceito de manufatura enxuta se espalhou pelo mundo e várias são as definições desta filosofia: a eliminação de desperdícios e elementos desnecessários a fim de reduzir custos; a ideia básica é produzir apenas o necessário, no momento necessário e na quantidade requerida (OHNO, 1997). É uma forma de especificar valor, alinhar na melhor sequência as ações que criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém as solicita e realizá-las de modo cada vez mais eficaz (WOMACK; JONES, 1998). Atualmente, diversas organizações almejam estruturar seu sistema produtivo com base no conceito de produção enxuta, reduzindo custos e agregando qualidadee flexibilidade ao processo, saindo da busca imediata por resultados para pensar em relações mais duradouras e lucrativas com clientes e fornecedores. A produção Lean, também conhecida como Sistema Toyota de Produção, representa fazer mais com menos tempo, menos espaço, menos esforço humano, menos maquinaria, menos material, e ao mesmo tempo, dar aos clientes o que eles querem (DENNIS, 2008, p.31). FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 14 3.1.2. Filosofia da Manufatura Enxuta Produção enxuta é caracterizada por utilizar menores quantidades de em comparação com a produção em massa que são esforço dos operários na fábrica, espaço de fabricação, investimento em ferramentas, horas de planejamento para desenvolver novos produtos. Requer também bem menos dos estoques atuais no local de fabricação, além de resultar em bem menos defeitos e produzir uma maior e sempre crescente variedade de produtos (WOMACK; JONES; ROOS; 1992). Eiji Toyota e Taiichi Ohno, da Toyota Japonesa, foram pioneiros no conceito de produção enxuta (James P. Womack). E para melhoria e intidenficação e redução dos desperdícios (“muda”), Ohno (1997) e Shingo (1996) desenvolveram os sete tipos de perdas. 3.1.3. Nomenclatura utilizada Quando “Sistema de Produção Toyota” estava claramente identificado com um único produtor, procurou-se encontrar um nome mais aceitável para o conceito. Surgiu então uma vasta gama de nomes, tais como: “Just-in-Time e Production”, “World Class Manufacturing”, “Continuous Flow Manufacturing”, etc. Tendo em vista um considerável desempenho superior da Toyota em relação aos seus concorrentes, em 1990, James Womack, um consultor de produtividade, escreveu um livro que se tornou popular, intitulado “A Máquina que Mudou o Mundo”. Nesse livro usou o termo “Lean Manufacturing”. Este termo acabou por se tornar o mais popular entre nós. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 15 3.1.4. Finalidade da Produção Enxuta Conforme Rentes (2000), a Produção Enxuta é um sistema para identificar e eliminar de forma sistemática e sustentável desperdícios na cadeia produtiva. Primeiramente, identificam- se todos os desperdícios na organização, através do uso de ferramentas de benchmarking, mas, sem atacá-los de uma só vez, pois os mesmos devem ser resolvidos a curto, médio e longo prazo. Os primeiros desperdícios são os de maior impacto financeiro para a organização. Então se deve eliminá-los, criar procedimentos para que não ocorram novamente e elaborar sistemáticas para que o os produtos e serviços flutuam normalmente na cadeia produtiva. Segundo Nazaré no (2003, p.66), a Produção Enxuta surgiu como um sistema de manufatura cujo objetivo é aperfeiçoar os processos e procedimentos através da redução contínua de desperdícios, como, por exemplo, excesso de inventário entre as estações de trabalho e tempos de espera elevados. Seus objetivos fundamentais são a qualidade e a flexibilidade do processo, ampliando sua capacidade de produzir e competir em um cenário globalizado. Trata-se de uma visão bastante similar ao conceito de JIT, com a diferença que ela introduz novas ferramentas, como CONWIP4 e Heijunka Box, as quais trabalham integradas ao elenco tradicional de ferramentas do JIT. Com a finalidade de reduzir desperdícios, foram desenvolvidas diversas ferramentas cujo pilar principal está na melhoria contínua dos processos. Algumas destas ferramentas são citadas na figura 1 de forma simplificadas a sustentação do TPS (Toyota Production System). Figura 1 – Modelo simplificado para a Toyota Production System (TPS) Fonte: <www.lean-consultores.com.br> FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 16 3.1.5. Os sete desperdícios Lean Manufacturing A Toyota identificou os sete tipos principais de atividades sem valor agregado em processos empresariais ou de manufatura, os quais são: superprodução, espera (tempo a disposição), transporte ou transferência, superprocessamento ou processamento incorreto, excesso de estoque, deslocamentos desnecessários, defeitos e não utilização da criatividade dos funcionários (Liker, 2007). A base do conceito do pensamento enxuto é a eliminação dos desperdícios dentro das empresas. Segundo Ohno (1988), desperdício se refere a todos os elementos de produção que só aumentam os custos sem agregar valor, ou seja, são as atividades que não agregam valor ao produto, do ponto de vista do cliente, mas são realizadas dentro do processo de produção. Figura 2 – Um modelo simplificado para o Toyota Production System (TPS) Fonte: <www. lean-consultores.com.br> FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 17 3.1.5.1. Perda por superprodução É a perda referente à produção além da demanda necessária para o cliente (produção em grande quantidade) ou produzir antes do momento necessário podendo gerar estoque ou até descarte de produtos. De todas as perdas, a perda por superprodução é a mais danosa, visto que tem a propriedade de esconder as outras perdas e é a mais difícil de ser eliminada (GHINATO, 1996). 3.1.5.2. Perda por espera É o tempo em que nenhum processo é realizado, seja por maquinas e/ou operadores ociosos, e a existência de gargalos na produção. Quanto mais continuo for o processo de produção, menor custo desnecessário de espera a empresa terá, pois não haverá maquinas paradas esperando o próximo lote ser processado. 3.1.5.3. Perda por transporte A perda por transporte o corre quando há deslocamento de material entre as etapas do processo. Os procedimentos de transporte nunca agregam valor ao produto e ocorrem devido a restrições do processo e das instalações. A elaboração de um arranjo físico mais adequado ao fluxo produtivo pode reduzir e/ou eliminar esse tipo de perda através da diminuição das distâncias a serem percorridas pelos materiais. Além disso, os custos com transporte podem ser reduzidos se os materiais forem entregues no local de uso (CORRÊA; GIANESI, 1993). 3.1.5.4. Perda por movimento São movimentos desnecessários realizados pelos operadores durante a execução de operações, causando custos desnecessários para a empresa. Pode-se utilizar a mecanização com intuito de eliminar movimentos, no entanto, essa melhoria só deve ser aplicada após melhorar todos os movimentos, como por exemplo: a disposição e alinhamento dos itens (SHINGO, 1996). FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 18 3.1.5.5. Perda por processamento É o desperdício inerente a um processo não otimizado, ou seja, existem etapas ou funções do processo que não agregam valor ao produto. A perda por processamento é identificada quando etapas da produção podem ser eliminadas sem afetar as características ou funções básicas do bem ou serviço. Nesse sentido, melhorias voltadas à engenharia e análise de valor devem ser realizadas para simplificar e/ou reduzir o número de componentes e operações necessários para produzir determinado produto. Qualquer elemento do processo que adicione somente custo e não valor ao produto deve ser investigado e eliminado (CORRÊA; GIANESI, 1993). 3.1.5.6. Perda por produtos defeituosos A perda por fabricação de produtos defeituosos é o resultado da geração de produtos que apresentam alguma de suas características de qualidade fora do padrão estabelecido e que por isso não satisfazem os requisitos especificados pelo cliente. Esse tipo de perda está entre as piores, pois pode gerar retrabalho custo de recuperação, perda de esforço e material e até perda de clientes. De acordo com Shingo (1996), nos sistemas convencionais, certo nível de estoque é mantido para garantir que os produtos defeituosos não causem transtornos à linha de produção, mas no sistema de produção enxuta, a superprodução não é permitida, assim, deve- se impedir totalmente a ocorrência de defeitos e não apenas encontrá-los. Para isso, a inspeçãopreventiva devesenvolveram três estratégias: a) Controle na fonte: controlar os defeitos na etapa em que ocorrem; b) Autoinspeção: os trabalhadores devem encontrar e corrigir os defei tos; c) Inspeção sucessiva: os trabalhadores devem checar o trabalho uns dos outros. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 19 Para a total eliminação de defeitos é preciso adotar a inspeção 100%, o que nem sempre é viável dependendo da quantidade produzida. Dessa forma, a melhor maneira de impedir a ocorrência de defeitos é utilizar dispositivos à prova de falhas, os quais procuram evitar os erros comuns causados pelo homem, também conhecidos como dispositivos Poka Yoke. Entretanto, o ideal é eliminar totalmente as inspeções, o que só é possível através de um processo produtivo extremamente desenvolvido que garanta a qualidade dos produtos (SHINGO, 1996). 3.1.5.7. Perda por estoque Este desperdício, afeta diretamente o fluxo de caixa da empresa fazendo com que se tenha menos capital disponível, pois muito está parado na forma de estoque. A produção enxuta utiliza essa estratégia de eliminar os estoques intermediários para identificar outros problemas no processo escondido por trás deste. É a perda sob a forma de estoque de matéria-prima, estoque em processo ou estoque de bens acabados, o que causa obsolescência, mercadorias danificadas, atrasos e custos de manutenção e transporte. Nos sistemas de produção tradicionais os estoque têm sido utilizados para minimizar as descontinuidades do processo produtivo e esconder a falta de confiabilidade em alguma operação. Além disso, o alto nível de estoque pode ocultar problemas de qualidade, atraso dos fornecedores, falta de disponibilidade do equipamento, longos tempos de setup, arranjo físico ruim e demanda instável (SHINGO,1996). Toda via, a redução dos estoques não deve ser feita de maneira radical, pois pode causar atrasos na entrega ou queda nas taxas de operação das máquinas. As condições que produzem ou que geram a necessidade de estoque é que devem ser corrigidas, de forma a reduzir o estoque de maneira racional. Existem várias estratégias que podem ser seguidas a fim de se atingir o ideal de produção com estoque zero, algumas são: reduzir os ciclos de produção, eliminar as causas de quebras e defeitos, reduzir os tempos de setup, o que permite a produção em pequenos lotes e, consequentemente, permite resposta rápida às flutuações da demanda (SHINGO, 1996). Estoques geram perdas devido aos elevados custos financeiros e também a necessidade de espaço físico. Assim o STP sugere que seja adotada uma estratégia que vise atingir o estoque “zero”. A palavra “zero” não significa nesse caso necessariamente nula, mas sim a busca pela perfeição (SHINGO, 1996). FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 20 Sendo assim fatores que podem ser previstos antes mesmo de dar início ao processo, evitando o retrabalho, transporte e mão de obra, levando a ter aumento de custo. 3.2. PROCEDIMENTO OPERECIONAL PADRÃO (POP) Segundo (Colenghi), é uma descrição detalhada de todas as operações necessárias para a realização de uma tarefa, ou seja, é um roteiro padronizado para realizar uma atividade. O POP pode ser aplicado, por exemplo, numa empresa cujos colaboradores trabalhem em três turnos, sem que os trabalhadores desses turnos se encontrem e que, por isso, executem a mesma tarefa de modo diferente. 3.2.1. Origem procedimento operecional padrão (POP) Segundo Labone Consultoria (2018), O sistema de produção conhecido como POP, começou desenvolvido e utilzado na década de 40, a empresa Toyota estava proximo a falência no cenário de pós guerra. Três coolaboradores incluindo Taiichi Ohno, desenvolveram uma estratégia de manufatura, permitindo assim que a empresa retornasse ao mercado obtendo lucro e sustentabilidade. 3.2.2. Taiichi Ohno Taiichi Ohno é considerado o criador do Sistema Toyota de Produção e o pai do Sistema Kanban. Nascido em Dairen, cidade da região da Manchúria na China, em 1912, formou-se em Engenharia Mecânica no Instituto de Tecnologia de Nagoya. Entrou para a Toyota Spinning and Weaving em 1932. Logo cedo na sua carreira ele expandiu as idéias desenvolvidas por Kiichiro Toyoda para reduzir perdas na produção, iniciando a experimentação e o desenvolvimento de metodologias de produção que diminuíssem o tempo de fabricação dos componentes principais dos produtos e a criação de sub-linhas de montagens que dessem suporte a linha de produção final. (WIKIPEDIA, 2019). Nos anos 40, Ohno foi diretor da Toyota e durante esse período a empresa estava à beira da falência e, por isso, não poderia fazer novos investimentos em equipamentos e novas invenções. Foi quando, nos anos 50, houve o início de uma longa colaboração entre Ohno, https://pt.wikipedia.org/wiki/Toyota_Motor https://pt.wikipedia.org/wiki/Toyota_Motor FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 21 Shigeo Shingo, consultor de qualidade da Toyota, e Edward Deming, principal responsável da chegada ao Japão do Controle Estatístico de Processo (CEP), para criar um sistema de estratégia de manufatura que fizesse a empresa obter lucro e sustentabilidade para atingir o crescimento. Assim, Ohno desenvolveu o Sistema Toyota de Produção (Just in Time), o qual foi baseado em duas concepções: a primeira foi o sistema fundamental de produção publicado em 1926 por Henry Ford no livro “Today and Tomorrow” e a segunda foi a maneira de operação utilizada pelos supermercados dos Estados Unidos, observada por ele mesmo em uma visita feita em 1956 (os supermercados recolocavam mercadorias nas prateleiras a partir do momento em que elas eram vendidas). A carreira de Ohno acelerou assim como o resultado do sucesso de seu sistema tornando- se em 1970 diretor gerente sênior da Toyota, até que, em 1975, passou a ser o vice-presidente executivo da companhia. Ohno aposentou-se da Toyota em 1978, mas continuou trabalhando na empresa Toyota Spinning and Weaving, uma filial e fornecedora Toyota, na qual assumiu o cargo de presidente. Em 1988, escreveu e publicou um livro (O Sistema Toyota de Produção: Além da Produção em Larga Escala) que traz as inovações que caracterizam o sistema dentro do contexto histórico em que foram surgindo e sendo implementadas. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 22 4. METODOLOGIA O método de pesquisa empregado no desenvolvimento do trabalho será participativo de forma mutua entre os processos, por pesquisa-ação diretamente nas frentes de trabalho, uma vez que o pesquisado irá trabalhar de modo participativo na solução de um problema (THIOLLENT, 1986). Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema, tendo o objetivo de contextualizar a filosofia Lean Manufacturing ou Produção Enxuta. A pesquisa teve enfoque na aplicação do POP Procedimento Operacional Padrão e as sete perdas, sendo principais ferramentas utilizadas. Após a revisão bibliográfica foi realizada uma pesquisa de campo onde é ligada diretamente a produção de peças. Inicialmente foram coletados dados das máquinas e em seguidas dados diretos da produção, entre elas tipo de ferramentas utilizadas, processos de usinagem, posicionamento de peças e sequencia de direcionamento, utilizando uma planilha de POP desenvolvida onde há uma padronização de determinada peça. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 23 4.1. TIPOS DE PESQUISA De acordo com a figura 7, pode ser visto que o trabalho é de natureza aplicada, com o objetivo explicativo, através de uma abordagem qualitativa, baseada em um estudo de caso. Figura 3 – Metodologia de pesquisa em Engenharia de Produção Fonte: Adaptado de Miguel (2010) Diante desta metodologia vimos à necessidade de iniciarmos a pesquisa pelo setor de administração, passando pelo polo industrial e vendo todos os setores onde podemos aplicar as ferramentasdo Lean Manufacturing e Procedimento Operacional Padrão, no projeto de Produção Enxuta e eliminação de desperdícios. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 24 4.1.1. Modo de Aplicação Foram coletadas informações de produção de determinadas peças, preenchendo a planilha de acordo com os pontos abordados nela. Um contato diretamente com o colaborador responsável pela máquina e produção foi questionado dos processos utilizados, ferramentas, falhas, alinhamento e posicionamento da peça. Foi utilizado também o método de ajuda visual onde é salva uma foto ao canto da planilha para identificação de posicionamento da peça, para que possa ajudar com o alinhamento e posicionamento sob a máquina. Após o fechamento de detalhamento dos processos de produção é identificado o setor subsequente ao processo de usinagem, para que se dirija sem perca de tempo diretamente ao próximo processo. 4.2. ANÁLISE DE DADOS LEVANTADOS 4.2.1. Características da empresa A METALFUND LTDA. atua no segmento de fabricação e recuperação de peças industriais, tendo como clientes grandes organizações como ArcelorMittal, Vale, entre outras. Caracteriza-se pelos setores de trabalho que há dentro da organização que são: Usinagem Mecânica Caldeiraria A empresa situa-se na cidade de João Monlevade, Minas Gerais, que está aproximadamente 112 km da capital Belo Horizonte, no sudeste brasileiro. A empresa no setor de usinagem, setor que foi escolhido para aplicação do trabalho de conclusão de curso, conta com colaboradores bem capacitados, maquinário convencional e tecnologias de ponta no mercado como máquinas automatizadas por comando numérico. É uma empresa sobejamente reconhecida e com excelente reputação no mercado, com propósito de fornecimento de produtos e serviços. A empresa autorizou a implementação do estudo de caso e a divulgação do seu nome e de seus parceiros. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 25 A empresa utiliza a estrutura funcional, pois facilita o entendimento do funcionamento das relações da empresa e sua estrutura, nela podem-se identificar problemas ou oportunidades de melhorias, pois coloca os funcionários que desempenham funções ou processos de trabalho semelhantes próximos, e ainda que apliquem conhecimento e habilidades similares de forma piramidal. O organograma funcional representa não as relações hierárquicas, e sim as relações funcionais da organização conforme a figura 4 . Figura 4 – Organograma Organizacional Fonte: Proprio autor (2020) DIRETOR GERENTE ANALISTA ORÇAMENTISTA AUX.TÉCNICO COMPRADOR SUPERVISORES OPERADORES DE PRODUÇÃO FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 26 4.2.1.1. Política da qualidade A METALFUND, indústria do ramo metalúrgico com atividade voltada para usinagem e caldeiraria tem como política da qualidade: assegurar a satisfação do cliente, trabalhando com qualidade, atendendo seus requisitos aplicáveis e melhorando continuamente o sistema de gestão da qualidade. Para tal, temos como propósito: fabricação e serviços de usinagem e caldeiraria de acordo com expecificado pelo cliente. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 27 5. CONCLUSÃO Espera-se que com essa nova proposta de padronização de ação/produção e novo método de eficiência em fabricação, possamos então conseguir otimizar o processo de produção e assim eliminar os desperdícios que geram custos desnecessários e perda de tempo durante o processo. Além da padronização dos processos de fabricação, acreditamos também que esse método pode trazer grande benefícios aos colaboradores, uma vez que irá diminuir o desgaste físico e mental. Assim podemos garantir que as filosofias do Lean Manufacturing aliadas às ferramentas apresentadas, em conjunto com o comprometimento da organização podem proporcionar grandes ganhos, abrindo caminho para a busca da perfeição que é o um dos princípios enxuto e o objetivo a ser almejado. FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 28 6. CRONOGRAMA Figura 5 – Cronograma Trabalho de Conclusão de Curso Fonte: Proprio autor (2020) Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Conclusão Entrega do Projeto Autores: Igor Martins Oliveira e Gabriel Barcelos Martins Entrega da Introdução, conclusão e bibliografia 1º pacote de Entrega Apresentação oral 2º Pacote de Entrega Estudo sobre a organização Resultados obtidos Férias Bibliografía Revisão da Literatura Conclusão Referêncial Teórico Concluido: Férias:Em Andamento: Cronograma Trabalho de Conclusão de Curso Meses Descrição Escolha e Estudo do Tema Objetivo Geral, Específico, Justificativa e Cronograma Curso Qlik Sense Metodologia FACULDADE DOCTUM DE JOÃO MONLEVADE 29 REFERÊNCIAS Liker, J. K. (2005). O modelo Toyota, 14 princípios de gestão do maior fabricante do mundo. Tradução Lene Belon Ribeiro, revisão Marcelo Klippel. Porto Alegre: Bookman. Liker, J. K. (2007). Modelo Toyota: manual de aplicação / Jeffrey K. Liker, David Meier. Tradução Lene Belon Ribeiro. Porto Alegre: Bookman. Shingo, S. (1981). A Study of the Toyota Production System from an Industrial Engine- ing Viewpoint. [S.I.]: Productivity Press. Ohno, T. (1997). Sistema Toyota de Produção - Além da Produção em Larga Escala. Porto Alegre: Editora Bookman. Ohno, T. (1988). Toyota Production System: Beyond Large-Scale Production. Portland, OR: Productivity Press. COLENGHI, Vitor Mature. O&M e Qualidade Total: uma integração perfeita. Rio de Janeiro:Qualitymark. 1997. Como surgiu a padronização de processos, Labone Consultoria, 1 de Setembro de 2018, Taubaté – São Paulo, Disponível em: <https://tecnoblog.net/247956/referencia-site-abnt- artigos/>. Acesso em: 28, Outubro de 2020. Ohno, Taiichi, O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala, Bookman, Porto Alegre, 1997. ISBN 0915299143 MONDEN, Y. Toyota Production System – An Integrated App roach to Just-In-Time. London: Chapman & Hall, 1994. PORTER, M. E. Competição: Estratégias Competitivas Essenciais. 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