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Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC)

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Camila B. Zanetti 
Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) 
DEFINIÇÃO: É uma doença inflamatória aguda de causa infecciosa que acomete o parênquima pulmonar 
(alvéolos). Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é a infecção do trato respiratório inferior causada por 
agentes adquiridos na comunidade ou com surgimento em até 48 horas após admissão hospitalar. 
ETIOLOGIA: 
GRAVIDADE MICRORGANISMO TRATAMENTO 
Baixa Pneumococo 
Mycoplasma (atípicas) 
Chlamydia (atípicas) 
Haemophilus influenzae 
Ambulatorial 
ATB de espectro reduzido 
Média + Enterobactérias 
Legionella (atípicas) 
Hospitalar 
ATB de largo espectro 
Alta + Staphilococcus 
Pseudomonas 
UTI 
Associação ATB de largo espectro 
 
FISIOPATOLOGIA: Os pulmões são constantemente expostos a partículas e microrganismos que estão 
presentes nas vias aéreas superiores e, por microaspiração, chegam ao trato respiratório inferior. O 
desenvolvimento da infecção indica deficiência da defesa do hospedeiro, exposição a agente altamente 
virulento ou inoculação excessiva do agente. Além da microaspiração, a disseminação hematogênica é outro 
mecanismo fisiopatológico presente, principalmente na infecção por Staphylococcus aureus. No entanto, o 
pulmão é capaz de se defender contra a inoculação da maioria dos micróbios através do sistema mucociliar e 
a ação dos macrófagos alveolares. Apenas quando os microrganismos são em número maciço ou escapam 
destes sistemas de defesa do hospedeiro é que a inoculação tem como consequência a pneumonia 
clinicamente significativa. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Tosse, expectoração e febre. Também pode haver hemoptise (com menos 
frequência), dor torácica (quando houver envolvimento pleural), sibilo (em pacientes com asma/DPOC) e 
calafrio (bacteremia). A presença de dispneia, sudorese e confusão mental indicam gravidade. 
EXAME FÍSICO: crepitações localizadas na ausculta; frêmito tóraco-vocal aumentado e macicez a percussão 
evidenciam a consolidação. Sinais que indicam gravidade: FR > 30 irpm, Saturação de O2 < 90%, FC > 100bpm, 
PA < 90/60mmHg, temperatura axilar e Glasgow. 
DIAGNÓSTICO: 
✓ RX: deve ser feito em incidência PA e perfil em pacientes com suspeita clínica de pneumonia. Eles são uteis 
para fornecer informações essenciais sobre a distribuição e extensão do envolvimento da pneumonia. 
✓ UST: recomendada para gestantes e indivíduos restritos ao leito, onde a qualidade da radiografia é inferior 
a desejada. Adicionalmente, a UST apresenta alto rendimento na detecção de complicações como o 
derrame pleural; a orientação para punção de derrame pleural (loculado ou não) constitui uma das 
indicações do uso da UST. 
✓ TC de tórax: é o método mais sensível na identificação de acometimento infeccioso do parênquima 
pulmonar, porém é de alto custo e alta exposição à radiação. Trata-se de exame útil principalmente nos 
casos em que a acurácia do RX de tórax e da UST é baixa, como em pacientes obesos, imunossuprimidos 
e indivíduos com alterações radiológicas prévias. Também é indicada na suspeita de infecções fúngicas, 
para auxiliar na exclusão de outros diagnósticos e para avaliar complicações da PAC (como abscesso de 
pulmão e derrame pleural loculado, e a investigação de motivos da falta de resposta clínica ao 
tratamento). 
Camila B. Zanetti 
✓ Investigação etiológica: não é necessária nos casos de paciente com PAC não-grave com tratamento 
ambulatorial. Permanecem as recomendações para a realização de exames que busquem a etiologia 
somente para pacientes com PAC grave ou não respondedora à terapia empírica inicial, bem como nos 
internados em UTI. 
TRATAMENTO DE PACIENTES AMBULATORIAIS 
Sem comorbidades/uso recente de ATB/fator de risco para resistência/contraindicação/alergia 
Amoxicilina ou Amoxicilina + Ácido clavulânico (B-lactâmico) 7 dias 
Azitromicina (Macrolídeo) 3-5 dias 
Claritromicina (Macrolídeo) 7 dias 
Com fatores de risco/doença mais grave/uso recente de ATB 
B-lactâmico + Macrolídeo 5-7 dias 
Alergia a B-lactâmicos/macrolídeos 
Moxifloxacino ou Levofloxacino ou Gemifloxacino (Quinolona respiratória) 5-7 dias 
*Também tem se usado Doxiciclina (tetraciclina). 
TRATAMENTO DE PACIENTES INTERNADOS EM ENFERMARIA 
TRATAMENTO DE PACIENTES INTERNADOS EM UTI 
Tratamento Dias 
Ampicilina/Sulbactam (B-lactâmico) + Azitromicina/Claritromicina (Macrolídeo) EV 7-14 dias 
? Ceftriaxona ou Cefotaxima (Cefalosporina de 3ª geração) + Quinolona respiratória 7-14 dias 
*Ceftriaxona para bactérias resistentes (B-lactâmico) + Quinolona. 
CORTICOIDE COMO TRATAMENTO ADJUVANTE NA PAC 
- Uso de corticoides na PAC grave mostrou-se tanto seguro como benéfico em diversos desfechos clínicos 
importantes. Por outro lado, deve-se ressaltar a importância de se evitar o uso indiscriminado dessa terapia, 
priorizando sua utilização em indivíduos com maior grau de inflamação sistêmica. Nesse contexto, a proteína 
C reativa pode ser considerada um biomarcador útil, identificando pacientes com maior risco de complicações 
relacionadas à PAC. 
- Essas indicações não devem ser extrapoladas para pacientes com PAC de menor gravidade e em tratamento 
ambulatorial. 
 
 
Tratamento Dias 
Ampicilina/Sulbactam (B-lactâmico) + Azitromicina/Claritromicina (Macrolídeo) 7-10 dias 
Moxifloxacino ou Levofloxacino ou Gemifloxacino (Quinolona respiratória) 5-7 dias 
? Amoxicilina + Ácido clavulânico (B-lactâmico) → Se exclusão confirmada de Legionella sp. 7-10 dias

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