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Perfil Filosófico - John Locke

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Perfil Filosófico: John Locke
“Quem não quiser se equivocar deve construir sua hipótese, derivada da experiência sensível, sobre um fato, e não supor um fato devido a essa hipótese”
Locke
Nascido em Wrington, Inglaterra, John Locke estudou na Universidade de Oxford, manifestando interesse por diversos campos de estudo, como química, teologia e filosofia, porém se formou em medicina.
Durante os tempos de universidade, Locke decepcionou-se com o aristotelismo e com a escolástica medieval, enquanto tomava contato com o pensamento de Francis Bacon e René Descartes. Ingressou no mundo político inglês através de seu relacionamento com o conde de Shaftesbury, de quem se tornou médico particular e assessor.
Em 1675, graves problemas atingiram o conde de Shaftesbury e afetaram, também, a vida de Locke. Acompanhando o amigo, se exilou na França, deslocando-se para Holanda anos mais tarde. Voltou á Inglaterra em 1688, participando da Revolução Gloriosa, que levou Guilherme de Orange ao trono inglês. Sintonizado com o processo politico inglês criado pela revolução, Locke pôde dedicar-se livremente ás atividades individuais.
Pensadores como Platão, Santo Agostinho e René descartes afirmavam que o homem possui certas ideias inatas (inatismo), ou seja, ideias anteriores a toda e qualquer experiência sensorial; ideias que existem na mente humana desde o nascimento e, com o tempo, se manifestam. Locke combateu duramente essa doutrina. Em sua importante obra “Ensaio acerca do entendimento humano”, defendeu que nossa mente, no instante do nascimento, é como uma taboa rasa, um papel em branco sem nenhuma ideia previamente escrita.
Locke retomava, assim, a tese empirista, segundo a qual nada existe em nossa mente que não tenha sua origem nos sentidos. Todas as ideias que possuímos são adquiridas ao longo da vida mediante o exercício da experiência sensorial e da reflexão. Locke utiliza o termo ideia no sentido de todo o conteúdo do processo do conhecimento.
Para ele, nossas primeiras ideias, as sensações, nos vêm em mente através dos sentidos (experiência sensorial), sendo moldadas pelas qualidades próprias dos objetos externos. Como exemplo de sensação, são citadas as ideias de amarelo, branco, quente, frio, doce e amargo.
Depois, combinando e associando as sensações, por um processo de reflexão, a mente desenvolve outra série de ideias que, segundo Locke, não poderia ser obtida das coisas externas, tais como a percepção, o pensamento, o duvidar, o crer, o raciocinar.
Locke define a reflexão como nosso “sentido interno”, que se desenvolve quando a mete se debruça sobre si mesma, analisando suas próprias operações. Das ideias simples, a mente avança em direção ás ideias cada vez mais complexas. Porém, de qualquer maneira, a mente tem as coisas materiais externas, como objeto de sensação, e as operações de nossas próprias mentes, como objeto da reflexão.
Analisando o filósofo e o homem político, podemos dizer que Locke, de certa maneira, “transportou” suas teorias sobre o conhecimento humano para o campo sociopolítico. Para ele, assim como não existem ideias inatas, também não deveria existir poder inato (ou de origem divina), como defendiam os adeptos do absolutismo monárquico. Revelando sua preocupação em proteger a liberdade do cidadão, defendia que o poder social deveria nascer de um pacto entre as pessoas. Por sua vez, as leis deveriam ser a expressão das normas estabelecidas pela própria comunidade, que, através do mútuo consentimento dos indivíduos, escolheria a forma de governo que julgasse mais conveniente ao bem comum. 
“A única maneira pela qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se numa comunidade para viverem com segurança, conforto e paz.” – Locke, Segundo tratado sobre o Governo.
Adversário da tirania, do abuso do poder, Locke, em razão de suas ideias políticas, é considerado por muitos historiadores como “pai do iluminismo”. Seu pensamento exerceu profunda influência na fundamentação ideológica da democracia liberal burguesa. Locke contribuiu para a difusão de valores iluministas como a tolerância religiosa, o respeito pela liberdade individual, a expansão do sistema educacional e a livre iniciativa econômica.

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