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Horta em Casa 1. Introdução................................................ 2. Por que fazer uma horta........................... 3. O que plantar............................................ 4. Qual o material necessário..................... 5. Qual o local mais adequado................... 6. Como organizar a horta......................... 7. Como preparar a terra........................... 8. Como adubar......................................... 9. Como plantar......................................... 10. Como conservar a horta........................ 11. Por que comer hortaliças...................... 12. Quando colher as hortaliças................. 13. Como preparar as hortaliças................ 14. Algumas dicas para a sua horta............ 15. Como controlar pragas e doenças........ 16. Como Plantar Alface....................... 17. Como Plantar Repolho.................... 18. Como Plantar Alho.......................... 19. Como Plantar Mandioca................. 20. Como Plantar Abobrinha................ 21. Como Plantar Tomate 22. Como Plantar Pepino 23. Como Plantar Batata 24. Como Plantar Salsa 25. Como Plantar Beterraba 26. Como Plantar Berinjela 27. Como Plantar Manjericão 28. Como Plantar Pimenta 29. Como Plantar Milho 30. Como Plantar Pimentão 1. Introdução Este trabalho tem como finalidade orientar famílias urbanas ou rurais na instalação e condução de uma horta e apresentar sugestões sobre como utilizar as hortaliças em suas refeições. De forma simples e objetiva, procura mostrar o valor nutritivo das hortaliças, obtidas em sistema de plantio orgânico, como fontes de vitaminas e minerais. Informar sobre as técnicas de plantio e, finalmente, sugerir algumas formas de controle alternativo das pragas e doenças mais frequentes. 2. Por que fazer uma horta? Uma das grandes vantagens em ter sua própria horta orgânica é ter a certeza de que os frutos, ervas e folhas colhidos são realmente orgânicos e ricos em nutrientes, ao contrário de alimentos processados e industrializados que carregam em sua composição inúmeros ingredientes químicos, o que leva a perda de parte do seu valor nutritivo. Outra vantagem é a possibilidade de criar um ambiente agradável e bonito dentro de casa, e transformar qualquer pequeno espaço, como uma cozinha ou varanda, em uma horta orgânica. Por exemplo, a horta orgânica de temperos, garantindo que as especiarias estejam sempre frescas e ao alcance das mãos. 3. O que plantar? Algumas hortaliças são mais apreciadas pela família do que outras, entretanto, recomendase variar ao máximo, utilizando tanto as folhosas (alface, couve, salsa, cebolinha, mostarda, etc.), como os frutos (vagem, quiabo, abóbora, tomate, etc.) e tubérculos/ raízes (batata-doce, cenoura, inhame, mandioca, nabo, rabanete, etc.). Porque uma alimentação mais diversificada tem melhor qualidade para a boa saúde de todos. 4. Qual o material necessário? Para os canteiros, necessita-se, principalmente, de pá, enxada, ancinho, estacas e barbante. Outros materiais se tornam importantes na manutenção das hortas: carrinho de mão, enxadinha (sacho), enxadão, mangueira, regador e pulverizador. 5. Qual o local mais adequado? O terreno deve ficar próximo à residência e distante de fossas e esgotos. É conveniente que seja arejado, recebendo a luz direta do sol. O excesso de sombra compromete muito o desenvolvimento das hortaliças, entretanto, não é necessário que o local fique muito longe das árvores, porque elas abrigam pássaros que são úteis no controle dos insetos. O terreno deve ser cercado para evitar a entrada de animais e, se na área ocorrerem problemas com ventos, recomenda-se a utilização de cercas vivas, que funcionam como barreiras. Outra precaução é evitar áreas alagadiças; no caso de não ter outra alternativa, fazer valetas para drenagem do excesso de água. Finalmente, a qualidade da água para a rega é extremamente importante, pois a água com impurezas pode contaminar os alimentos. 6. Como organizar a horta? Inicialmente, o portão de entrada da horta deve ficar na parte mais próxima da casa ou da escola. Junto à cerca, pode-se colocar um canteiro de contorno, com mais ou menos 60cm, para o plantio das hortaliças ou fruteiras trepadeiras (chuchu, bertalha, maracujá, pepino, etc.). Um lado da cerca deve estar livre para preparo de algumas tarefas, como adubações, pulverizações, sementeiras, esterqueira, etc. No espaço interior da horta, os canteiros devem ter orientação norte-sul para receberem sol na maior parte do dia. Deve-se escolher cuidadosamente as hortaliças a serem plantadas. Ao plantar, variar os tipos de hortaliças, nunca plantando uma só espécie. Existem plantas que, quando cultivadas ao lado de outras, ajudam-se mutuamente (plantas companheiras), como por exemplo: alface e nabo, alface e beterraba, alface e feijão- devagem. Há outras que, pelo fato de serem vizinhas, não ajudam nem prejudicam (são indiferentes), como por exemplo: alface e cenoura, alface e abobrinha, alface e espinafre. E, por último, existem plantas que terão seu crescimento prejudicado se estiverem ao lado de outras; são ditas antagônicas (desfavoráveis), como por exemplo: alface e salsa, ervilha e cebolinha. Entretanto, todas as associações citadas devem ser testadas em cada local de cultivo, pois podem existir algumas variações quanto à época e local de plantio. 7. Como preparar a terra? O preparo do terreno é um dos fatores que contribuem para o êxito da horta. O local deve ser limpo, capinado e livre de pedras, tocos e ervas invasoras. Após a limpeza, revolver a terra com enxadão para que fique bem fofa e, por fim, emparelhar o terreno com ancinho. A sementeira é um canteiro especial, devendo ser preparada cuidadosamente, pois receberá as sementes que produzirão as mudas. Para a horta domiciliar, a sementeira pode ser bem pequena (com um metro de largura, dois metros de comprimento e dez centímetros de altura). No seu preparo, aconselha-se usar a mistura de duas partes de terra, uma de esterco e meia de areia. Para hortas maiores, a sementeira deverá ser planejada para poder atender às necessidades de cultivo. Os canteiros devem ser marcados perpendicularmente à maior inclinação do terreno, tomando-se o cuidado de respeitar o relevo dos morros e encostas. Recomenda-se construí-los com 1 metro de largura, 20 centímetros de altura e o comprimento variando de acordo com o tamanho da horta. Entre os canteiros, deixar um espaço de 50 centímetros para facilitar o trabalho na horta. As covas devem ser abertas com 20cm x 20cm x 20cm, tomando-se o cuidado de misturar o esterco com a terra que foi retirada da cova. Logo após, encher a cova com esse solo preparado. Já as leiras são preparadas nas linhas de plantio, amontoando-se terra e esterco misturado, de modo a ficar com 40cm de altura e mais ou menos 60cm de largura na base. 8. Como adubar? A adubação orgânica do solo é muito importante por cooperar com a saúde da terra, possibilitar a produção de hortaliças de alta qualidade e ajudar no controle da erosão do solo. Pode ser feita diretamente com esterco animal e através de sua utilização em composto orgânico e em caldo de estrume. O esterco animal bem curtido, preferencialmente de bois ou aves, é um adubo de excelente qualidade. Para curtir o esterco, deve ser feita uma esterqueira, que é o local onde o esterco irá fermentar para que possa ser usado como adubo. Assim,ele não prejudicará as sementes e mudinhas. O esterco deve ser colocado nos canteiros 20 dias antes da semeadura, misturando-o bem com a terra e, se não chover, fazer duas ou três regas. Recomenda-se, em média, de 5 a 10 litros de esterco curtido de boi por metro quadrado de canteiro e a metade quando se utilizar esterco de aves. O composto orgânico pode ser feito no próprio quintal a partir de restos, como lixo caseiro, folhas, cascas de legumes, casca de ovos, etc. Nesse caso, deve-se fazer uma composteira, procedendo-se da seguinte maneira: - Abrir um buraco no chão de aproximadamente 1m x 1m x 1m ou separar um caixote para depositar a matéria orgânica. - Depositar em camadas: cascas de legumes, de ovos, de frutas, papéis, pó de café ou chá, poda de grama, folhas verdes ou secas, serragem, cinzas ou restos de cultura. Cada vez que colocar restos, acrescentar uma pequena quantidade de esterco e um pouco de terra. - Regar para manter a umidade do composto. - Quando o buraco estiver bem cheio, cobrir a superfície com um saco molhado. Uma vez por semana, revirar o composto e manter a umidade correta. - Após três semanas, colocar dentro do buraco ou caixote a maior quantidade de minhocas que puder encontrar. - Em dois meses, o adubo poderá ser utilizado. - O composto deverá ser colocado na mesma quantidade que o esterco puro nos locais de plantio. O esterco animal também pode ser usado na forma de caldo de estrume, pois ajuda a manter as plantas sadias e vigorosas. É feito da seguinte maneira: em um tonel de 200 litros, bem limpo, colocar 50 litros de esterco fresco e 150 litros de água; cobrir com tampa de madeira e deixar em local com bastante sol; mexer o caldo no mínimo duas vezes por semana; estará pronto dentro de 60 a 90 dias, quando não tiver cheiro forte, não formar bolhas e não juntar moscas. Para utilizar, misturar 5 litros de caldo em 10 litros de água, regar a base das plantas de 7 em 7 dias, tomando o cuidado de não deixar cair nas folhas. O esterco animal pode ser usado, ainda, na forma de biofertilizante líquido, que é ótimo adubo foliar, além de contribuir na defesa das plantas contra ataques de fitopatógenos e insetos-pragas. 9. Como plantar? Algumas espécies de hortaliças, como alface, cebola, repolho, beterraba, brócolis, chicória, couve-flor, couve, alface e jiló, necessitam passar, inicialmente, pelo plantio em sementeira e, quando as plantinhas estiverem com 4 ou 5 folhas, são transplantadas para canteiros definitivos. Outras são plantadas definitivamente em canteiros, como alho, cenoura, nabo, espinafre, rabanete, ervilha, pepino, melancia e vagem. Já outras hortaliças, como tomate, berinjela e pimentão, precisam passar, além da fase de sementeira, por canteiros de repicagens por mais ou menos um mês, que possibilitarão maior desenvolvimento das plantinhas e, finalmente, irão para os canteiros definitivos. A batata-doce, por sua vez, é plantada em leiras e a abóbora, a abobrinha, o inhame, a mandioca, a batatabaroa (mandioquinha salsa) e o quiabo são plantados diretamente em covas. Detalhes como época de plantio, espaçamento e outros são apresentados no guia de plantio (Quadro 1). Independentemente do sistema de plantio utilizado, é muito importante utilizar sementes ou mudas de boa qualidade, pois o sucesso da horta depende em grande parte delas. De preferência, usar sementes compradas em embalagens fechadas, que garantem a germinação e o prazo de validade. A semeadura é feita em sulcos de um centímetro de profundidade, distanciados de 10 em 10 centímetros. Os sulcos devem ser feitos no sentido da largura da sementeira e neles distribuídas as sementes uma a uma para que não fiquem amontoadas. Após a semeadura, cobrir as sementes com uma leve camada de terra peneirada, apertando-a levemente com uma ripa. Sobre a terra, colocar uma camada de capim seco, sem semente e, logo a seguir, regar. Repetir a irrigação diariamente, pela manhã e à tarde. Logo que as sementes começarem a germinar, retirar o capim que foi colocado sobre o solo. Quando todas as plantas estiverem aproximadamente com 5cm, fazer o desbaste. Posteriormente, as mudas das sementeiras serão transplantadas para os canteiros. O transplante deve ser feito com o auxílio de uma pequena pá ou colher, aproximadamente 30 dias depois da semeadura, quando as mudas estiverem com cerca de 10cm de altura ou com 5 a 6 folhas definitivas. É recomendável regar as sementeiras antes de retirar as mudas, evitando-se, assim, machucar as raízes. O horário do dia mais adequado para essa tarefa é o final da tarde ou em dias de chuva ou nublados. A semeadura nos canteiros definitivos é feita diretamente, semeando-se nos espaçamentos adequados as diferentes espécies de hortaliças (Quadro 1). 10. Como conservar a horta? Algumas tarefas são importantes para manter a horta em condições ideais de produção: - Desbaste: é feito quando são realizados plantios diretamente nos canteiros. Ao plantar algumas hortaliças, como cenoura, rabanete, nabo, quiabo e feijão-devagem, é comum que as sementes nos sulcos e covas fiquem próximas. Quando as plantinhas estiverem com mais ou menos 5cm, devem ser arrancadas as que estiverem em excesso, mantendo o espaçamento adequado entre as plantinhas (Quadro 1). - Rega: as plantas precisam de umidade para o seu desenvolvimento. Entretanto, o excesso de água pode prejudicar as plantas e favorecer o aparecimento de doenças. A rega deve ser feita lentamente, de maneira que a água não escorra por cima do canteiro. - Rotação de cultura: a rotação de cultura é a prática de variar o local de cultivo de um mesma hortaliça. Ajuda na defesa das plantas contra as pragas e doenças, além de favorecer o solo. - Capina: não é necessário retirar todo o mato dos canteiros. Capinar apenas aqueles que estiverem abafando ou prejudicando as hortaliças. 11. Por que comer hortaliças? A alimentação adequada exige alimentos contendo carboidratos (açúcares e amidos), proteínas, gorduras, sais mineiras e vitaminas. Arroz, carne, manteiga, frutas e, principalmente, as hortaliças, são exemplos de alimentos populares ricos nas substâncias citadas. Sendo assim, somente uma alimentação variada pode fornecer o necessário à manutenção da saúde. Portanto, as hortaliças são indispensáveis à saúde, pois possuem elevados teores de sais minerais e vitaminas. É recomendável a ingestão de pelo menos três variedades, preferencialmente de cores diferentes, em cada refeição. O consumo diário de hortaliças na dieta é uma boa garantia de saúde. Quando frescas, possuem melhor sabor e maior teor de vitaminas. Por isso, é importante ter em casa uma horta, mesmo que seja pequena. Além do valor nutritivo, as hortaliças, pelo seu sabor e coloração, valorizam os cardápios, dando-lhes melhor aspecto e aumentando a sua aceitação. Por tudo isso, a dona de casa deve planejar e preparar as refeições utilizando bem as hortaliças. Convém lembrar que as hortaliças com folhas de coloração verde-escuro são ricas fontes de vitamina A, vitaminas do complexo B, vitamina C etc., além de ferro e cálcio, quando comparadas com as folhas de coloração clara (Quadro 2). Entre essas hortaliças, algumas são consideradas como mato e não são utilizadas pela população: caruru, serralha, línguadevaca, beldroega, taioba, etc. O uso de folhas de mandioca, de batata-doce, de quiabo e de outras espécies deve obedecer a algumas recomendações, que são normalmente citadasem apostilas sobre alimentação alternativa. 12. Quando colher as hortaliças? A colheita deve ser efetuada quando a hortaliça atingir o ponto ideal de desenvolvimento. Se ela vai ser utilizada na cozinha da família, deve ser colhida pouco antes, pois assim a sua riqueza em vitaminas e sais mineiras é máxima. Então, horas antes da refeição, a dona de casa vai à sua horta e colhe somente o que for necessário. 13. Como preparar as hortaliças? Podem ser preparadas cruas, cozidas, refogadas, assadas ou então em saladas, sopas, suflês, bolinhos, ensopados, recheados, etc. - Hortaliças cruas: utilizar frescas e sadias, lavando-as muito bem em água corrente. - Hortaliças cozidas: para reduzir as perdas de vitaminas e minerais, o preparo e o cozimento devem ser feitos observando-se alguns cuidados: a) não deixá-las de molho antes ou depois de serem cozidas; b) colocá-las em panelas tampadas, com pouca água fervendo e que já contenha o sal, cozinhando-as por pouco tempo; c) cozinhá-las inteiras e com as cascas, sempre que for possível; d) servir logo depois de serem preparadas; e) utilizar a água do cozimento em outras preparações, como no arroz, em sopas e molhos. Esta água contém minerais e vitaminas; f) não colocar bicarbonato de sódio, porque destrói as vitaminas. 14. Algumas dicas para a sua horta - As abóboras têm seu melhor lugar no centro do canteiro, especialmente as variedades que dão os frutos em volta do caule e que não se espalham muito, como a abobrinha italiana. - Observe sempre as variedades das plantas que semear para melhor adaptálas à época do ano. Exemplo: existem variedades de alface para plantar no verão e outras para o inverno. - É prático colocar as plantas medicinais e os temperos no início do canteiro, porque ficam mais próximos ao portão da horta. - O gergelim protege a horta das formigas; o plantio deve ser feito nas pontas dos canteiros e perto da cerca que contorna a horta. - A mamona é um repelente natural de moscas e mosquitos. - Recomenda-se, também, plantar algumas flores ao redor da horta. Além de embelezar, algumas flores podem ser usadas em receitas caseiras para controle de pragas e doenças, como o cravo de defunto. 15. Como controlar pragas e doenças? As hortas implantadas conforme as sugestões dadas nesta cartilha não terão maiores problemas com pragas e doenças. Caso ocorram alguns insetospragas, como grilo, lagartas e outros, recomenda-se a catação desses animais. Caso surjam plantas doentes, a eliminação delas é o controle mais eficaz. - O girassol protege as plantas do ataque de muitas pragas. 16. Como Plantar Alface A alface é uma das hortaliças mais conhecidas e mais cultivadas no mundo, e que tem um grande número de cultivares, que variam principalmente na forma, cor e textura das folhas, havendo inclusive alfaces que são cultivadas para o consumo dos seus compridos e grossos caules (alface-aspargo). Exemplos comuns de grupos de cultivares são as alfaces- manteiga, alfaces-americanas ou alfaces- iceberg, alfaces-de-folhas-soltas e alfaces- romanas. Clima A temperatura ideal para cultivar alface se situa entre 10°C e 24°C, embora existam cultivares que toleram temperaturas mais altas e outras que toleram temperaturas mais baixas. Alta temperatura pode induzir um florescimento precoce (pendoamento), impedindo a formação de uma cabeça de folhas. Luminosidade A alface necessita de boa luminosidade, preferencialmente com luz solar direta, mas é tolerante a sombra parcial. Assim, em regiões de clima quente a alface pode se beneficiar se plantada de forma a receber sombra parcial durante as horas mais quentes do dia. Solo As plantas precisam de solo bem drenado, rico em matéria orgânica, fértil, com boa disponibilidade de nitrogênio. A faixa de pH ideal para o solo é de 6 a 7. Irrigação A alface deve ser irrigada com frequência para manter o solo úmido, mas sem que o solo permaneça encharcado. Plantio É importante escolher cultivares adaptadas a temperatura da estação em que ocorrerá o cultivo. Há cultivares ditas de inverno, para cultivo em temperaturas amenas ou frias, e cultivares ditos de verão para cultivo com temperaturas mais altas. Em clima ameno, as sementes podem ser semeadas no local definitivo ou em sementeiras, módulos e outros recipientes, e depois transplantadas. Para outras regiões, de clima quente, recomenda-se que as sementes sejam plantadas em um viveiro onde o ambiente é mais fresco, pois as sementes podem se tornar dormentes em temperaturas mais altas que as da faixa de temperatura ideal, resultando em baixas taxas de germinação. Outra possibilidade é plantar as sementes diretamente na horta no fim da tarde, irrigando em seguida, o que diminui a probabilidade de ocorrer dormência nas sementes, visto que a temperatura tenderá a ser mais amena. Deixe as sementes a menos de 1 cm de profundidade no solo. O transplante das mudas de alface pode ser feito quando estas têm de 4 a 6 folhas. Em regiões de clima quente, transplante de preferência em dias nublados e chuvosos, ou no fim da tarde com o solo já bem irrigado, pois as mudas de alface pode murchar e morrer se o transplante ocorrer quando o tempo está quente e seco. O espaçamento entre as plantas pode ser de 20 a 35 cm para a maioria das cultivares, geralmente usando 20 ou 25 cm para cultivares de menor tamanho ou que serão colhidas precocemente, e 30 ou 35 cm para as cultivares de maior tamanho. A alface pode ser cultivada em vasos e jardineiras. Também é uma das hortaliças mais cultivadas em sistemas hidropônicos. Tratos culturais Chuvas fortes e granizo podem prejudicar muito as frágeis folhas da alface. Se sua região está sujeita as essas condições, é melhor construir uma proteção com telas agrícolas ou filmes plásticos sobre a horta para a proteção dos pés de alface. Retire plantas invasoras que estejam concorrendo por recursos e nutrientes. Colheita A colheita pode ser feita entre 55 e 130 dias depois da semeadura, dependendo da cultivar plantada e das condições de cultivo. Em muitas das cultivares, a planta normalmente pode rebrotar após o corte da cabeça da alface, podendo proporcionar assim uma nova colheita de cabeças menores após algumas semanas. Para isso, corte a planta cerca de 2,5 cm acima do solo, permitindo que fique um pequeno pedaço do caule, onde surgirão os novos brotos. Com cultivares de folhas soltas é fácil colher individualmente as folhas necessárias, sem cortar a planta toda. 17. Como Plantar Repolho Os repolhos são plantas da espécie Brassica oleracea que produzem uma cabeça compacta de folhas durante seu ciclo de vida. Outras plantas da mesma espécie são a couve, a couve-rábano, a couve-flor e o brócolis. Há cultivares de repolho com cabeças que variam em tamanho, forma e cor, sendo que existem dois grupos principais de cultivares, o que têm folhas lisas (Brassica oleracea Grupo capitata) e o que têm folhas crespas (Brassica oleracea Grupo sabauba), conhecidos como repolhos-crespos, repolhos-savoy ou couves- lombardas. O repolho pode ser consumido cru ou cozido, e é muito comum seu uso em conservas. Contudo, o cozimento exagerado do repolho produz um sabor e um cheiro desagradáveis, resultado da produção de sulfeto de hidrogênio durante o cozimento. Dentro de certos limites, quanto mais tempo o repolho for cozido, mais forte será seu sabor e mais desagradável seu odor (poucos minutos de cozimento podem fazer uma grande diferença). O tempo ideal de cozimento para o repolho cortado emtiras finas é de aproximadamente 4 minutos, podendo variar de cultivar para cultivar. Clima O repolho é uma hortaliça de clima frio, sendo que algumas variedades cultivadas podem sobreviver mesmo quando a temperatura chega a -10°C por curtos períodos de tempo. Algumas variedades cultivadas de repolho estão adaptadas a climas mais quentes e toleram temperaturas mais altas. É importante escolher uma variedade cultivada de repolho de acordo com o clima local e a época do ano em que ocorrerá o plantio. Há cultivares de inverno e cultivares de verão. Longos períodos com temperaturas muito altas ou muito baixas podem induzir plantas bem desenvolvidas a florescer precocemente. Luminosidade Necessita de alta luminosidade, devendo ser cultivado com luz solar direta. Solo O solo deve reter bem a umidade, mas deve ser bem drenado, e deve ser fértil e rico em matéria orgânica. O pH do solo pode ficar entre 6 e 7,5. Irrigação É exigente quanto a disponibilidade de água e deve ser irrigado com frequência, de forma que o solo fique sempre úmido, mas sem ficar encharcado. Plantio O plantio é feito através de sementes, que podem ser semeadas diretamente no local definitivo ou podem ser semeadas em sementeiras, com as mudas de repolho sendo transplantadas quando atingem aproximadamente 10 a 15 cm de altura. A profundidade da semeadura pode ser de 1 a 2 cm e a germinação normalmente ocorre em menos de uma semana. O espaçamento recomendado entre as plantas pode variar de 30 a 60 cm, dependendo da variedade cultivada e do tamanho da cabeça que se deseja colher. Dentro de certos limites, quanto maior o espaçamento, maiores poderão ser as cabeças formadas. Tratos culturais Retire as plantas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes. Colheita A colheita do repolho ocorre de dois a quatro meses após o plantio, dependendo da variedade cultivada e das condições de cultivo. Colha quando as cabeças estão bem formadas, firmes e compactas. Algumas variedades cultivadas podem rebrotar e produzir uma segunda colheita de pequenas cabeças se as plantas forem deixadas no solo com um caule de pelo menos 10 cm de altura. 18. Como Plantar Alho O alho é uma planta que pode atingir de 30 cm a até 120 cm de altura, e que forma um bulbo que contêm vários segmentos, normalmente denominados "dentes de alho". Estes podem ser consumidos tanto crus quanto cozidos ou assados, sendo geralmente utilizados como tempero ou condimento em diversos tipos de pratos culinários devido ao seu sabor marcante. Embora menos utilizados, as folhas jovens, os escapos (caules das flores), as flores, os bulbilhos que surgem junto as flores e as sementes também podem ser consumidos. Muito utilizado popularmente para fins medicinais, alguns estudos indicam que o consumo regular de alho oferece benefícios cardiovasculares, além de possuir outras propriedades medicinais benéficas. No entanto, o consumo de alho produz um odor característico no corpo e mau hálito. Pessoas que ingerem regularmente ácido acetilsalicílico ou outras substâncias anticoagulantes devem evitar o consumo de alho, pois pode haver um aumento do risco de sofrer hemorragias. O alho também pode ser usado como pesticida natural, sendo comum o uso de extratos ou macerados de alho para combater algumas pragas em hortas e pequenas plantações. Clima O alho pode ser cultivado em diversas regiões climáticas, havendo diversas cultivares adequadas a diferentes regiões. No entanto, regiões quentes e chuvosas não são adequadas para o plantio, pois é necessário que haja um período de frio no início ou na metade de ciclo de cultivo, com temperaturas entre 0°C e 15°C, para estimular a formação dos bulbos (a cabeça do alho). As plantas geralmente não formam os bulbos se a temperatura permanece acima de 25°C. O ideal são temperaturas amenas enquanto as plantas crescem, com um período de baixas temperaturas no estágio em que os bulbos devem começar a se formar, seguido de meses mais quentes na época de maturação das cabeças. Luminosidade Um cuidado necessário para ter sucesso ao plantar alho é escolher cultivares adaptadas ao fotoperíodo de sua região, ou seja, ao tempo de horas de luz, do nascer ao pôr do sol. Existem muitas cultivares adaptadas a diferentes fotoperíodos e condições climáticas, assim procure se informar acerca das melhores cultivares para o plantio em sua região. O alho precisa receber luz solar direta pelo menos por algumas horas diariamente. Solo O alho não é muito exigente quanto ao solo, podendo ser plantado em solos menos férteis, com menor disponibilidade de nitrogênio. O ideal é um solo leve, bem drenado e rico em matéria orgânica. O pH do solo pode ser de 5,5 a 8,3 (pH ideal de 6,2 a 7). O plantio em camalhões é recomendado se o cultivo será feito em solos argilosos pesados. Irrigação O alho deve ser irrigado com frequência para que o solo seja mantido sempre úmido durante a fase inicial de crescimento da planta. Diminua a frequência das irrigações quando os bulbos estiverem crescendo. Cerca de 10 a 20 dias antes da colheita, suspenda a irrigação. Plantio O alho pode ser cultivado a partir de sementes, mas é muito mais comum plantar os dentes do alho. Em plantações comerciais é recomendado separar os dentes por tamanho, pois o plantio de dentes de mesmo tamanho tende a produzir plantações mais uniformes. Contudo, em pequenas plantações domésticas, isso é menos importante. Dentes muito finos, danificados ou com sinais de apodrecimento devem ser descartados. Plante cada dente no local definitivo a uma profundidade de 3 a 5 cm (pode chegar a ser 8 cm ou mais em regiões de inverno rigoroso). Os dentes também podem ser plantados em bandejas ou sementeiras, sendo transplantados após brotarem. É muito importante plantar os dentes na posição correta, com a parte mais fina do dente voltada para cima. O espaçamento pode ser de 25 a 30 cm entre as linhas de plantio, e 10 cm entre as plantas. Em pequenas plantações, sem linhas de plantio, o espaçamento pode ser de 15 a 18 cm entre as plantas. Espaçamentos maiores que esses propiciam que as plantas gerem cabeças maiores, mas a produtividade por área diminui. O alho também pode ser cultivado facilmente em vasos e jardineiras. Geralmente o plantio é realizado no outono. Em regiões mais frias, pode ser plantado no fim do verão, no começo do outono ou no início da primavera. Em regiões com inverno ameno, o plantio pode ser feito no outono ou no inverno. Normalmente as melhores cabeças são colhidas de plantas que foram plantadas durante o outono. Para o cultivo em regiões mais quentes, os dentes podem ser armazenados sob refrigeração (0°C a 10°C) por um ou dois meses antes do plantio ser realizado (o período adequado de refrigeração varia com a cultivar). Tratos culturais Retire as plantas invasoras que podem competir com o alho por nutrientes e recursos, pelo menos durante os três primeiros meses de cultivo. Não plante alho em locais onde houve cultivo de alho ou cebola recentemente, pois seu cultivo no mesmo local aumenta muito o risco de surgimento de doenças na plantação. Colheita A colheita do alho ocorre de 16 a 36 semanas após o plantio, dependendo da cultivar utilizada, da região onde o plantio é realizado, da época do ano, etc. As cabeças de alho estão prontas para a colheita quando as folhas mais velhas começarem a amarelar e secar. Arranque a planta inteira, sem destacar as folhas, preferencialmente em dias secos e ensolarados. A cura é o processo em que o alho perde o excesso de água e consiste em deixar os bulbos secando ao sol por algunsdias. Após este período, quando as folhas e a camada externa dos bulbos estiverem completamente secas, os bulbos podem ser armazenados em locais frescos e secos, em tranças, amarrados em varais de madeira ou bambu, ou em bandejas. É importante para a conservação das cabeças de alho mantê-las em ambiente seco e com boa ventilação. As cabeças de alho podem ser armazenadas por até quase um ano, dependendo da cultivar e das condições de armazenagem. Dentes soltos e cabeças danificadas não duram muito tempo. 19. Como Planta Mandioca A mandioca é classificada como mandioca- brava ou mandioca-mansa, de acordo com o teor de cianeto produzido em suas raízes tuberosas, sendo este muito maior nas mandiocas-bravas que nas mandiocas-mansas. A mandioca-mansa também é chamada de aipim ou macaxeira. Clima A mandioca é uma planta de origem tropical, nativa do Brasil, e necessita de temperaturas acima de 18°C para se desenvolver bem, sendo que o ideal para o cultivo é um clima quente e úmido. Luminosidade A mandioca necessita de boa luminosidade, podendo ser cultivada com luz solar direta ou em sombra parcial . Solo A mandioca pode ser cultivada até em solos pouco férteis, desde que sejam bem drenados. Solos argilosos pesados e solos compactados não são adequados, pois prejudicam o crescimento das raízes. O mais indicado é que o solo seja permeável, fértil, rico em matéria orgânica, com pH entre 5 e 6. Irrigação Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado. A planta é muito sensível à falta de água durante os cinco primeiros meses de cultivo. Quando bem desenvolvidas, as plantas são tolerantes a períodos de seca. Plantio O plantio é realizado a partir de pedaços de caule de plantas adultas saudáveis, denominados manivas, com 15 a 25 cm de comprimento e cerca de 2,5 cm de diâmetro. As manivas são colocadas em sulcos ou covas de 5 a 10 cm de profundidade, podendo ser dispostas na posição horizontal, vertical ou obliqua. Fincadas na posição vertical ou inclinadas, as manivas dão origem a plantas cujas raízes serão mais profundas, resultando em uma colheita mais trabalhosa. Dispostas na horizontal, no sentido do sulco, as raízes serão mais superficiais, facilitando a colheita. A vantagem do posicionamento vertical e do inclinado é que a porcentagem de manivas que brotarão é maior que no plantio horizontal, resultando em um maior rendimento por área. O espaçamento geralmente recomendado é de 1 m entre as fileiras e 50 a 60 cm entre as plantas, podendo variar com a fertilidade do solo, do clima da região e da cultivar utilizada. Também é recomendado o plantio com fileiras duplas, onde a distância entre os sulcos é alternadamente de 2 m e de 60 cm, isto é, uma distância de 2 m entre duas fileiras e depois 60 cm até a próxima fileira, então 2 m até a seguinte, etc., mantendo 50 a 60 cm entre as plantas de uma mesma fileira. Embora seja uma prática incomum e não seja o procedimento recomendado, a mandioca também pode ser cultivada a partir de sementes extraídas de seus frutos. Tratos culturais É necessário retirar regularmente plantas invasoras que concorrem com a mandioca por nutrientes e recursos, pelo menos durante os cinco primeiros meses de cultivo. Podar as plantas diminui a produção, assim evite qualquer poda, a não ser que seja necessária a obtenção de manivas para o plantio em uma época que não corresponde a época da colheita. Colheita A colheita da mandioca pode ocorrer de 6 meses a 3 anos (geralmente de 12 a 18 meses) após o plantio das manivas, dependendo da cultivar e das condições de cultivo. A planta inteira contém dois glicosídeos cianogênicos, linamarina e lotoaustralina. Quando a planta é cortada ou sofre algum dano, uma enzima chamada linamarase decompõem estes glicosídeos, liberando cianeto de hidrogênio (HCN), também chamado de ácido cianídrico ou ácido prússico, uma substância muito tóxica. Assim nem a mandioca, nem suas folhas e ramos devem ser consumidos crus. A mandioca mansa pode ser consumida cozida, frita ou transformada em farinha. Suas folhas podem ser utilizadas em refeições cozidas ou fritas depois que as folhas são picadas e lavadas várias vezes. A mandioca- brava deve ser utilizada após cuidadoso preparo como farinha e derivados. 20. Como Plantar Abobrinha Abobrinha é o nome popular dado a algumas variedades ou cultivares de abóboras cujos frutos são colhidos e consumidos quando ainda estão imaturos. A grande maioria destas variedades são da espécie Cucurbita pepo, mas há exceções. Quase todas as cultivares de abobrinha formam moitas que não se alastram muito. As abobrinhas podem ser classificadas como segue: Abobrinhas-italianas ou Zuchinni - C. pepo - é o grupo de cultivares mais comum e mais cultivado, cujos frutos são cilíndricos e não alargam ou alargam pouco em direção a extremidade. Cocozelle - C. pepo - apresenta longos frutos cilíndricos que alargam na extremidade formando um bulbo. Crookneck - C. pepo - apresenta frutos cilíndricos curvos, com alargamento em direção a extremidade. Geralmente apresentam uma casca com aparência enverrugada, embora também possa ser lisa. Straightneck - C. pepo - apresenta frutos cilíndricos sem curvatura pronunciada, com alargamento em direção a extremidade. Pode apresentar aparência externa que pode ir de enverrugada a lisa. Patty pan ou scallop - C. pepo - apresenta frutos achatados ou com forma de disco, frequentemente com ondulações ou projeções na superfície lateral. Abobrinha-redonda - C. pepo - apresenta frutos arredondados. Tromboncino ou zucchetta - C. moschata - uma variedade que produz longos frutos curvos com uma extremidade bulbosa. Esta abobrinha apresenta hábito rastejante, não forma moita. Abobrinha-redonda-escura ou Zapallito - C. máxima - apresenta frutos redondos verde- escuros. Clima A abobrinha cresce melhor em clima quente, sendo que a temperatura média ideal para o cultivo é de 18°C a 27°C. A temperatura mínima recomendada para o plantio é de 15°C, pois a planta não suporta geadas e baixas temperaturas. Luminosidade Preferencialmente deve ser cultivada em locais ensolarados, mas pode ser cultivada em sombra parcial, desde que haja uma alta luminosidade. Solo Cultive em solo bem drenado, fértil, rico em matéria orgânica, com pH entre 5,5 e 6,8. Irrigação Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado. Plantio Semeie as sementes de abobrinha no local definitivo na horta, colocando 2 ou 3 sementes por cova a cerca de 2 cm de profundidade, seguindo a recomendação de espaçamento para a cultivar utilizada (geralmente vai de 0,9 m x 0,9 m a 1 m x 1,5 m). As sementes também podem ser semeadas, por exemplo, em sementeiras grandes, em vasos pequenos, saquinhos plásticos próprios para mudas ou copinhos de 10 cm de altura e 5 cm de diâmetro feitos com papel jornal ou outro material. O transplante das mudas de abobrinha para a horta pode ser feito quando as mudas têm pelo menos três folhas definitivas. Algumas cultivares de abobrinha podem crescer bem em vasos grandes. Tratos culturais Como outras cucurbitáceas, as aboboreiras são monoécias, ou seja, são plantas que apresentam flores masculinas e flores femininas separadas, embora cada planta tenha os dois gêneros de flores. Flores masculinas produzem pólen e não formam frutos. Flores femininas têm um ovário inferior que lembra uma minúscula abobrinha e este se desenvolve no fruto quando a flor é polinizada. A presença de insetos polinizadores, principalmente abelhas, é necessária para a polinização das flores e a formaçãodos frutos. Se não houver abelhas e não houver formação de frutos, realize a polinização das flores manualmente com a ajuda de um pequeno pincel de cerdas suaves, transferindo o pólen das flores masculinas para as flores femininas. Outra alternativa é colher algumas flores masculinas e esfregar levemente as anteras carregadas de pólen destas flores no estigma das flores femininas. Quando a floração se inicia, surgem apenas flores masculinas. As flores femininas começam a aparecer bem depois (de duas semanas a um mês ou mais). Altas temperaturas e dias longos aumentam a proporção de flores masculinas, que todavia sempre são mais numerosas que as flores femininas. As flores se abrem apenas por algumas horas, no início da manhã. Colheita A colheita da abobrinha pode começar de 45 a 80 dias depois do plantio, dependendo da cultivar e das condições de cultivo. Colha a abobrinha quando bem desenvolvida, mas ainda imatura (o tamanho adequado para a colheita varia com a cultivar). 21. Como Planta Tomate O tomate é um dos frutos mais cultivados do mundo, havendo milhares de cultivares que variam na forma, tamanho, cor e sabor. Cultivado nos Andes, na América Central e no México muito antes das viagens marítimas europeias, o tomateiro foi introduzido na Europa no século XVI, sendo primeiramente cultivado como planta ornamental nos jardins, pois foi inicialmente considerado inadequado para o consumo, visto que é uma planta da família da mortal beladona (Atropa belladonna), a família das solanáceas, que também inclui outras plantas tóxicas. De fato, as folhas e os caules do tomateiro contém o alcaloide tomatina, e até mesmo os frutos imaturos contêm esta substância, porém em pequenas quantidades, de forma que o consumo de tomates verdes geralmente não causa intoxicação, embora isso possa teoricamente ocorrer caso sejam consumidos em grandes quantidades. Além disso, há alguns estudos que sugerem que o consumo moderado de tomatina traz benefícios para a saúde. Quando o tomate amadurece, a concentração deste alcaloide no fruto diminui muito. Os tomates cultivados atualmente variam bastante no tamanho, indo dos pequenos tomberries, com cerca de 5 mm de diâmetro, a grandes tomates com mais de 10 cm de diâmetro. Também variam muito na forma, indo de tomates arredondados e lisos a tomates ovalados, oblongos, angulosos, tomates com formato de pera e tomates ocos que lembram um pimentão ou pimento. Quanto a cor, os tomates geralmente são vermelhos quando maduros, mas há cultivares com frutos amarelos, laranja, rosados, brancos, creme, roxos e tomates que permanecem verdes quando maduros, além de haver tomates bicolores rajados. A principal característica que varia nos tomateiros é o hábito de crescimento, sendo que uma parte das cultivares tem hábito determinado, formando moitas e produzindo todos os frutos em um curto período de tempo, e outra parte das cultivares têm um hábito indeterminado, com ramos que continuam crescendo por vários metros, que necessitam de tutoramento e que continuam produzindo frutos enquanto a planta cresce (o maior tomateiro que se tem registro alcançou quase 20 m de comprimento). Além destes dois hábitos principais, há também cultivares com um hábito intermediário, crescendo mais que os tomateiros de hábito determinado, e que assim necessitam de tutoramento, mas que apresentam um crescendo limitado. Outro tipo são as cultivares anãs, que podem ser consideradas como sendo do tipo determinado, mas que têm a distinção de serem plantas bastante pequenas. Clima Os tomateiros são cultivados no mundo todo, mas não suportam extremos de temperatura, ou seja, não crescem bem nem em baixas temperaturas (temperaturas diurnas abaixo de 15°C), que prejudicam o crescimento da planta e diminuem a taxa de germinação das sementes, nem em altas temperaturas (acima de 27°C), que podem prejudicar a formação dos frutos. Geralmente o tomateiro cresce melhor com temperaturas diurnas entre 20°C e 26°C, com uma variação de temperatura entre o dia e a noite. Em regiões sujeitas a geadas e a baixas temperaturas, os tomateiros costumam ser cultivados dentro de estufas. Quanto à umidade do ar, os tomateiros são sujeitos a menos doenças quando cultivados sob uma condição de baixa umidade do ar. Alta umidade do ar favorece o surgimento de doenças e pragas nas plantações de tomate. Luminosidade Os tomateiros geralmente crescem e produzem melhor em condições de alta luminosidade, com sol direto pelo menos algumas horas por dia. Solo O tomateiro é tolerante quanto ao tipo de solo, devendo-se apenas evitar solos argilosos com tendência ao encharcamento. Os melhores resultados são obtidos em um solo bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica, com pH entre 5,5 e 7. Atualmente o tomateiro é também muito cultivado em estufas sem o uso de solo natural. Por exemplo, é cultivado com o uso de solos artificiais, sistemas hidropônicos e sistemas aeropônicos. Irrigação Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, mas sem que permaneça encharcado. Plantio As sementes de tomate podem ser semeadas diretamente no local definitivo ou em sementeiras, copos ou saquinhos de plástico ou papel, com cerca de 10 cm de altura e 7 cm de diâmetro. Coloque de duas a cinco sementes em cada recipiente, a no máximo 1 cm de profundidade, deixando posteriormente apenas uma ou duas plantas por recipiente, mantendo as mudas que são mais vigorosas. O transplante das mudas de tomate é realizado quando as mudas atingem de 15 cm a 25 cm de altura, e no transplante parte do caule pode ser enterrado para propiciar o surgimento de mais raízes. O espaçamento recomendado varia amplamente e depende da variedade cultivada e das condições de cultivo. Em geral, as cultivares de hábito indeterminado podem ser cultivadas com um espaçamento de 50 cm a 1,6 m entre plantas, e as cultivares de hábito determinado podem ser cultivadas com um espaçamento de 50 cm a 1 m entre plantas. Cultivares anãs podem ser plantadas com um espaçamento de 30 cm entre as plantas. Os tomateiros podem ser plantados em vasos, jardineiras, cestas suspensas, sacos plásticos com terra e outros tipos de recipientes, mas a cultivar a ser plantada deve ser escolhida de forma a adequar o tamanho da planta com o tamanho do recipiente. Em vasos grandes é possível plantar a maioria das cultivares, senão todas, mas as plantas podem ter seu tamanho e sua produtividade limitadas. Há cultivares de porte anão que podem ser cultivadas até mesmo em vasos relativamente pequenos, e que além de produzir frutos, também são bastante ornamentais. Tratos culturais Muitas cultivares de tomate apresentam crescimento indeterminado e precisam ser cultivadas com tutoramento. Isso pode ser feito amarrando a planta a uma cerca, a varas dispostas em X ou a um caramanchão, a cada 10 ou 15 dias. A altura mínima do suporte deve ser de 1,5 m (geralmente é de mais de 2 m). Nestas cultivares as flores e frutos surgem continuamente ao longo do ramo, assim os brotos laterais podem ser removidos das plantas semanalmente, para manter um crescimento linear até que a planta atinja a altura máxima do suporte. Para as cultivares que têm crescimento determinado não há necessidade de tutoramento, e os brotos laterais da planta não devem ser retirados, pois são principalmente os novos ramos que produzirão flores e frutos. Estes tomateiros são mais compactos e são bastante ramificados. Para as cultivares que apresentam características intermediárias entre os tipos de crescimento determinado e os tipos de crescimento indeterminado, também são usados suportes. Retire as plantasinvasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes. Colheita O início da colheita depende da cultivar de tomate plantada e das condições de cultivo. Geralmente a colheita dos tomates inicia-se em 7 ou 8 semanas após o plantio para cultivares de crescimento determinado, e de 10 a 16 semanas para cultivares de grande porte. Para a grande maioria das cultivares, os frutos serão mais saborosos se colhidos quando estão completamente maduros, visto que a concentração de açúcares será maior se o fruto permanecer na planta até sua completa maduração. Em plantações comerciais os tomates são colhidos quando bem desenvolvidos mas ainda imaturos ou quase maduros, dependendo da distância aos mercados a que se destinam. Tomateiros são plantas perenes de vida curta e em condições adequadas podem produzir frutos por alguns anos, embora essa não seja a prática em plantações comerciais, onde os tomateiros são cultivados apenas por alguns meses. 22. Como Plantar Pepino O pepino é uma planta trepadeira, cujos ramos podem crescer de 1 a 3 m de comprimento. Seus frutos são normalmente consumidos ainda imaturos, crus ou em conservas. Clima O pepineiro prefere clima quente, crescendo bem em locais com temperaturas entre 18°C e 30°C. Em regiões sujeitas a geadas e a baixas temperaturas, o pepino pode ser cultivado dentro de estufas. A planta não deve ser cultivada em local exposto ao vento. Luminosidade O pepino cresce melhor em condições de alta luminosidade, com luz solar direta pelo menos algumas horas por dia. Solo Plante em solo rico em matéria orgânica, fértil e bem drenado. Esta planta não precisa de um solo rico em nitrogênio. O pH ideal do solo é de 5,5 a 6,8. Irrigação O pepineiro deve ser irrigado com a frequência necessária para que suas raízes nunca fiquem secas, porém sem que o solo fique encharcado. Plantio As sementes de pepino não germinam bem em temperaturas abaixo de 20°C. Semeie de preferência diretamente na horta, pois as mudas não suportam bem o transplante. Entretanto, se desejar ou for conveniente (como por exemplo, se sua região tem invernos frios e você deseja plantar no início da primavera, quando ainda existe risco de baixas temperaturas), as sementes podem ser semeadas em vasos, saquinhos de plástico para mudas ou copos feitos de papel jornal, mantidos em locais aquecidos, e posteriormente transplantadas com cuidado para o local definitivo. As sementes podem ser semeadas a 2 ou 3 cm de profundidade, e a germinação leva de 5 a 15 dias. O espaçamento indicado para o pepino pode variar muito com a cultivar e o método de cultivo. No cultivo tutorado, o espaçamento geralmente pode ser de 60 cm a 1 m entre as linhas de cultivo e 45 a 50 cm entre as plantas. Para cultivo com as plantas crescendo rasteiras, o espaçamento pode ser de 2 m entre as linhas e de 75 cm a 1 m entre as plantas. Para a produção de pepino destinado a conservas, o espaçamento pode ser de 1 m a 1,2 m entre as linhas de cultivo e de 20 cm entre as plantas. É possível cultivar pepino em vasos que tenham pelo menos 30 cm de diâmetro e profundidade, mas a maioria das cultivares não cresce e produz bem nestas condições. Tratos culturais O pepino pode ser cultivado como uma planta rasteira ou pode ser tutorado, crescendo então em uma cerca, uma treliça, um caramanchão, etc. Existem algumas poucas cultivares que formam moitas e não se espalham pelo terreno. As pontas das ramas principais podem ser cortadas para promover uma maior ramificação das plantas. Para plantas tutoradas, isso só deve ser feito quando as ramas atingem a altura total do suporte. A maioria das cultivares necessita da presença de abelhas para a polinização e consequente formação dos frutos. Algumas poucas cultivares são partenocárpicas, ou seja, apresentam a formação do fruto sem que tenha ocorrido a polinização. Estas cultivares geralmente produzem apenas flores femininas, mas ocasionalmente podem produzir algumas flores masculinas, que podem ser retiradas. Nestas cultivares a polinização deve ser evitada, pois os frutos perdem qualidade se produzirem sementes. Para isso, ou impeça as abelhas de chegar às flores, por exemplo, fazendo o cultivo dentro de uma estufa fechada, ou não plante nas proximidades outras cultivares de pepino. Colheita Geralmente a colheita dos pepinos inicia-se em 30 a 70 dias depois do plantio, dependendo da cultivar, da finalidade (pepinos para conserva são colhidos mais cedo) e das condições de cultivo. A colheita dos frutos da maioria das cultivares deve ser feita quando estes estão bem desenvolvidos, mas antes que comecem a amadurecer. O pepino destinado a conservas é colhido ainda jovem, quando tem de 3 cm a 9 cm de comprimento. O pepineiro é uma planta anual. 23. Como Plantar Batata A batata, também conhecida como batata- inglesa apesar de sua origem ser as regiões andinas do Peru e da Bolívia, é um dos principais alimentos de origem vegetal cultivados no mundo, sendo apenas menos cultivada que a cana-de-açúcar, o milho, o trigo e o arroz. A batata propriamente dita é um tubérculo, ou seja, um órgão de armazenamento de nutrientes desenvolvido nos rizomas da planta, que por sua vez são caules que crescem abaixo do solo. Estes tubérculos são ricos em amido, contendo além dos carboidratos, uma quantidade razoável de proteínas de alta qualidade, potássio e algumas vitaminas. Muito da má reputação atual da batata como alimento se deve ao seu modo de preparo. Em particular, seu uso em frituras, assados ou produtos de panificação, com uma exposição prolongada a altas temperaturas (>120°C), leva ao surgimento de acrilamida, uma substância com potencial cancerígeno. Batatas cozidas não contêm acrilamida. A batateira é uma planta que pode atingir de 30 cm a cerca de 1 m de altura. Suas flores podem ser brancas, rosas ou violetas, seus frutos têm 1 ou 2 cm de diâmetro e contêm algumas centenas de sementes. Todas as partes da planta contém alcaloides tóxicos, principalmente solanina e chaconina, mas os tubérculos normalmente contém uma concentração muito menor do que os ramos, folhas e frutos. Atualmente há mais de quatro mil variedades cultivadas de batata, com grande variação nos tubérculos, principalmente de tamanho, forma, cor interna e externa. A quantidade de solanina e chaconina também pode variar bastante, com algumas cultivares contendo muito pouco destes alcaloides a cultivares contendo o suficiente para serem amargas e potencialmente tóxicas. A maioria das cultivares apresenta uma concentração de alcaloides abaixo de 200 mg/Kg, e são assim consideradas seguras para o consumo. Clima A batata cresce melhor em clima ameno, sendo que a temperatura ideal para o cultivo situa-se entre 15°C e 25°C. Quando a temperatura do solo ultrapassa 27°C, a formação dos tubérculos é inibida. Luminosidade A batateira necessita de boa luminosidade para crescer bem, com pelo menos algumas horas de luz solar direta diariamente. Em regiões de clima quente, a batata pode ser cultivada com sombra parcial. Solo Plante a batata em solo bem drenado, sem pedras e outros detritos, fértil, rico em matéria orgânica e rico em nitrogênio. Solos argilosos pesados são menos adequados para o cultivo. O pH ideal do solo situa-se entre 5 e 6, mas a batateira é bastante tolerante quanto ao pH do solo. Irrigação Irrigue de forma a manter o solo sempre levemente úmido. O excesso de água facilita o surgimento de doenças na plantação. Suspenda a irrigação nas duas últimas semanas antes da colheita. Plantio Plantações comerciais fazem o plantio de batata com as assim chamadas batatas-sementes certificadas, que tradicionalmente são batatas cultivadas em regiões livres de doenças que afligem a batateira. Geralmente essas regiões são sujeitas a invernos rigorosos, onde o solo congela no inverno, matando insetos vetores de viroses e patógenos que causam doenças. Atualmente as batatas- sementes certificadas também podem ser obtidas de plantas cultivadas com técnicas modernas em ambiente controlado. Em hortas domésticas o plantio pode ser realizado com batatas que não apresentam sinais de doenças. O ideal é deixar as batatas em ambiente bem iluminado até que os brotos (ou rebentos) cresçam (cada olho do tubérculo produz um broto ou rebento). As batatas podem ser plantadas quando os brotos atingem aproximadamente 2 cm de comprimento. É possível utilizar tanto batatas grandes cortadas quanto batatas de qualquer tamanho inteiras. Batatas grandes podem ser cortadas para produzir mais plantas, bastando deixar pelo menos dois olhos ou brotos por pedaço. Os pedaços devem ser deixados em ambiente arejado ao menos por um dia para que as superfícies dos cortes sequem antes do plantio. Algumas cultivares de batata podem também ser cultivadas a partir de sementes retiradas do fruto da batateira, que são plantadas em sementeiras e posteriormente transplantadas quando têm pelo menos 4 folhas. Plantas originadas por sementes demoram mais pra crescer e produzir, além de não apresentarem a uniformidade obtida pelo plantio de tubérculos, razão pela qual o plantio por sementes é normalmente utilizado somente para a obtenção de novas variedades. Batatas podem ser cultivadas em vasos, sacos e recipientes, desde que estes tenham pelo menos 30 cm de largura e de profundidade, que é o espaço mínimo recomendado para o plantio de uma única batata-semente. Tratos culturais O principal cuidado é não permitir que os tubérculos da planta (as batatas que serão colhidas) fiquem expostos à luz solar. Isso deixa as partes expostas da batata com uma cor esverdeada por causa da produção de clorofila e induz a produção de alcaloides tóxicos. Assim, amontoe terra junto aos pés das batateiras a cada 30 dias, mantenha o solo com uma boa camada de cobertura morta ou cubra o solo com um plástico preto opaco desde o início do plantio. Retire plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos. Colheita As batatas podem ser colhidas quando as ramas estão amareladas e os tubérculos estão se soltando com facilidade. Deixar a planta secar antes de iniciar a colheita permite que as batatas fiquem armazenadas por um período maior, mas é necessário que o solo não esteja úmido. A batata pode estar pronta para ser colhida de 75 dias a 180 dias (na maioria das vezes, 100 a 150 dias), dependendo da cultivar, do clima e de outros fatores regionais. A batateira é uma planta tóxica e suas ramas, folhas e frutos não devem ser utilizados na alimentação humana ou de animais. Batatas esverdeadas podem ainda ser consumidas se um bom pedaço da parte que estiver verde for descartado, mas é preferível descartar a batata inteira ou usá-la como batata-semente. 24. Como Plantar Salsa A salsa ou salsinha é uma planta cultivada desde a antiguidade, e é atualmente a erva culinária mais utilizada no ocidente. Apesar de ser mais conhecida como uma erva de folhas, também há uma variedade que produz grossas raízes semelhantes a cenouras ou pastinacas, de cor branca e sabor forte, e que podem ser consumidas cruas ou cozidas. As variedades de folhas podem apresentar folhas lisas e folhas crespas. As folhas da salsa contêm grande quantidade de ácido oxálico e assim não devem ser consumidas em grande quantidade. Mulheres grávidas também devem evitar um consumo excessivo de salsa, sendo que é considerado seguro o consumo nas quantidades normalmente utilizadas na culinária. Petroselinum crispum var. crispum – salsa de folhas crespas Petroselinum crispum var. neapolitanum – salsa de folhas lisas Petroselinum crispum var. tuberosum – salsa de raiz Clima A salsa ou salsinha pode ser cultivada em uma variedade de climas, embora cresça melhor se cultivada em regiões de clima ameno, com temperaturas entre 10ºC e 22°C. Luminosidade A salsa pode ser cultivada em lugares ensolarados ou em sombra parcial com alta luminosidade. Em regiões de clima quente, cultive em locais frescos e bem iluminados, mas sem que fique exposta a luz solar direta nas horas mais quentes do dia. Solo Cultive a salsa de preferência em solo bem drenado, fértil, rico em matéria orgânica, com pH entre 5,8 e 7,2. Contudo, a salsa é uma planta rústica, que tolera bem várias condições de solo, crescendo mesmo em solos pouco férteis. Irrigação Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado. Plantio As sementes de salsa podem tomar um longo tempo para germinar, variando de 2 a 6 semanas. Deixar as sementes de molho em água morna por um dia pode apressar a germinação. Semeie as sementes no local definitivo na horta. A salsa pode ser cultivada em vasos e jardineiras, porém vasos muito pequenos limitam muito o crescimento da planta e a duração de sua vida, que pode atingir até 80 cm de altura na floração e cuja raiz pode ultrapassar a 50 cm de profundidade. Portanto, para obter um bom desenvolvimento, os vasos e jardineiras utilizados devem ter pelo menos 30 cm de profundidade e diâmetro. Tratos culturais Retire plantas invasoras que estejam competindo por recursos e nutrientes. Colheita A colheita das folhas da salsa pode começar de 60 a 90 dias depois do plantio, quando a planta tem aproximadamente 12 a 16 cm de altura. Colha as folhas mais externas inteiras, ou seja, com o pecíolo (o talo da folha), e procure não retirar mais do que um terço das folhas. A salsa ou salsinha é uma planta bienal. 25. Como Plantar Beterraba A beterraba olerácea é uma planta cultivada para o consumo de sua raiz primária e de suas folhas, que são muito nutritivas. A maioria das cultivares têm raízes de cor vermelha ou vermelha-arroxeada, mas também há cultivares amarelas, alaranjadas e brancas. Das cultivares avermelhadas também é extraída a substância betanina, utilizada como um corante vermelho para alimentos (é o corante E-162 encontrado em alguns alimentos industrializados, como alguns molhos de tomate e sorvetes). A beterraba olerácea, originou-se da espécie selvagem conhecida como beterraba-marítima ou beterraba-do-mar, que como o nome indica, é encontrada em regiões litorâneas da Europa, norte da África, sul da Ásia e nos arquipélagos da Madeira e Açores. Outras plantas cultivadas com o mesmo ancestral selvagem são a beterraba-açucareira, a beterraba-forrageira e a acelga. A beterraba-açucareira é cultivada para a extração de sacarose (o açúcar comum) ou para a produção de álcool. Sua raiz primária, que armazena o açúcar produzido nas folhas, é geralmente maior e mais longa que a raiz da beterraba olerácea, e pode ser branca ou amarelada. A beterraba-forrageira é cultivada principalmente para fornecer alimento para o gado, mas também pode ser consumida por humanos, especialmente se colhida ainda jovem. São geralmente plantas maiores que as cultivares oleráceas e suas raízes também podem ser brancas, amarelas, alaranjadas ou vermelhas. As beterrabas são plantas bienais, florescendo normalmente no segundo ano, embora não floresçam se não há um período de baixas temperaturas no inverno e um verão com dias longos. Clima Cresce melhor em clima ameno (temperatura entre 10°C e 24°C). Há cultivares que crescem bem em temperaturas mais altas, mas muitas cultivares, especialmente cultivares de beterrabasaçucareiras e forrageiras, não crescem bem em climas mais quentes. Por outro lado, plantas bem desenvolvidas podem suportar baixas temperaturas e geadas. Luminosidade A beterraba necessita de boa luminosidade, com pelo menos algumas horas de sol direto diariamente. Solo A beterraba precisa de solo bem drenado, profundo, leve, sem pedras e outros detritos, fértil, rico em matéria orgânica e com pH entre 6 e 7,5. Em particular, o solo deve ser rico em boro para que as plantas cresçam melhor, de forma que este deve ser adicionado, se necessário, usando adubos que contêm boro ou adicionando bórax ao solo. Irrigação Irrigue com a frequência necessária pra que o solo fique sempre úmido, mas sem que permaneça encharcado. Plantio O que se planta são os glomérulos de frutos, cada um contendo algumas sementes, de forma que é necessário retirar o excesso de plantas quando as mudas estão com 5 a 10 cm de altura. Semeie a uma profundidade de aproximadamente 1 cm no solo, preferencialmente diretamente no local definitivo da horta, pois as mudas de beterraba podem facilmente sofrer danos. Ainda assim, é possível semear em sementeiras e outros recipientes. O transplante das mudas para a horta deve então ser realizado quando atingem aproximadamente 5 cm de altura, sendo que o transplante deve ser feito com cuidado para não danificar as raízes das mudas. A germinação das sementes geralmente leva de uma a três semanas, dependendo das condições ambientais. O espaçamento recomendado para as cultivares oleráceas de beterraba pode ser de 30 cm entre as linhas de plantio e 5 a 10 cm entre as plantas. Para as cultivares açucareiras, o espaçamento pode ser de 30 a 60 cm entre as linhas e 15 a 30 cm entre as plantas. Para a beterraba-forrageira, o espaçamento pode variar entre 40 e 100 cm entre as linhas e 15 a 60 cm entre as plantas, dependendo do tamanho da cultivar. Tratos culturais Retire as plantas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes. Não deixe as raízes ficarem expostas, pois elas podem endurecer. Cubra as raízes que ficarem expostas com terra ou palha. Colheita A colheita das beterrabas oleráceas inicia-se em 60 a 90 dias depois da semeadura. A colheita não deve ser muito atrasada, pois as raízes podem se tornar fibrosas. A colheita da beterraba-açucareira ocorre de 4 a 6 meses após o plantio. 26. Como Plantar Berinjela A berinjela é uma planta cuja origem é disputada, tendo sido cultivada na Índia e no sul da China por pelo menos dois mil anos. Há um grande número de cultivares, com plantas que podem atingir de 40 cm a mais de dois metros de altura, e seus frutos podem ter diversos tamanhos, formatos e cores, embora os mais cultivados sejam roxo-escuros. O fruto é a única parte comestível da planta, pois suas folhas e flores contêm o alcaloide tóxico solanina. Clima A berinjela é uma planta tropical que necessita de temperaturas acima de 20°C para se desenvolver bem. Em regiões de clima quente pode ser cultivada o ano todo. Em regiões onde o inverno apresenta baixas temperaturas, pode ser cultivada nos meses mais quentes do ano. O cultivo em estufas agrícolas é indicado para regiões onde a temperatura pode cair abaixo dos 13°C durante o período de cultivo. Chuvas durante o período de floração podem prejudicar a polinização e afetar a produtividade. Luminosidade Esta planta necessita de alta luminosidade, com pelo menos algumas horas de sol direto diariamente. Solo O solo deve ser bem drenado, fértil, com boa disponibilidade de nitrogênio, rico em matéria orgânica, com pH entre 5,5 e 6,8. Irrigação Irrigue com frequência para que o solo seja mantido úmido, porém sem que permaneça encharcado. Plantio As sementes podem ser deixadas na água por um dia para facilitar a germinação. Semeie as sementes na superfície do solo, podendo cobri- las com uma leve camada de terra peneirada ou serragem fina. As sementes podem ser semeadas em sementeiras, saquinhos de plástico ou copinhos de papel, realizando o transplante das mudas de berinjela quando estas estão com 8 a 10 cm de altura. A germinação das sementes geralmente ocorre em uma ou duas semanas. O espaçamento ideal varia com o porte da cultivar e o clima da região (maior em clima mais quente, ligeiramente menor em clima mais ameno), podendo variar de 60 cm a 1 m entre as linhas de plantio e de 50 cm a 1 m entre as plantas. É possível cultivar em vasos grandes as cultivares de berinjela mais comuns, mas as cultivares que apresentam plantas de pequeno porte são as mais recomendadas para o cultivo em vasos. Tratos culturais Dependendo do porte da cultivar e do tamanho dos frutos, a berinjela pode precisar de tutoramento para que a planta ou seus ramos não tombem. As plantas podem ser amarradas com cuidado a estacas verticais ou podem ser usados outros suportes, como por exemplo, suportes circulares de arame apropriados para este fim. Retire as ervas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes. Colheita A colheita das berinjelas inicia-se de três a seis meses após o plantio, dependendo da cultivar e das condições de cultivo. Os frutos são colhidos quando estão bem desenvolvidos, lustrosos, lisos e com cor brilhante, antes de se tornarem opacos e começarem a enrugar, ocasião em que suas sementes começam a endurecer e a escurecer. Os frutos devem ser manuseados com cuidado para não sofrerem ferimentos que podem apressar muito sua deterioração. A berinjela é uma planta cultivada geralmente como anual, no entanto é uma perene de vida curta em regiões de clima quente e pode produzir por alguns anos, embora a produção seja maior no primeiro ano. 27. Como Plantar Manjericão O manjericão ou basílico é uma planta anual que atinge de 30 cm a mais de 1,5 m de altura. Cultivado desde a remota antiguidade, o manjericão apresenta atualmente mais de uma centena de cultivares, e suas folhas são utilizadas como erva culinária, especialmente na cozinha italiana e na de vários países do sul da Ásia. Clima O manjericão é uma planta que cresce melhor em temperaturas acima de 18°C. A planta não suporta baixas temperaturas, devendo ser cultivada dentro de estufas em regiões de clima frio, ou apenas durante os meses do ano em que as temperaturas não descem abaixo de 15°C. Em regiões de clima quente o manjericão pode ser cultivado durante todo o ano. Luminosidade O manjericão necessita de alta luminosidade e deve receber luz solar direta ao menos por algumas horas diariamente. Solo O solo deve ser bem drenado, leve, fértil, rico em matéria orgânica. A planta é bastante tolerante quanto ao pH do solo, e apenas solos muito ácidos são inadequados. Irrigação Irrigue com frequência para que o solo seja mantido levemente úmido. Tanto a falta quanto o excesso de água prejudicam o manjericão. Plantio As sementes podem ser semeadas diretamente no local definitivo da horta, especialmente em regiões de clima quente. Também pode ser semeadas em sementeiras, pequenos vasos ou copinhos feitos de papel jornal com aproximadamente 10 cm de altura por 5 cm de diâmetro. Neste caso, as mudas de manjericão são transplantadas quando têm 6 folhas definitivas e cerca de 10 a 15 cm de altura. O manjericão pode ser cultivado facilmente em jardineiras e vasos de tamanho médio ou grande, embora geralmente cresça menos. No solo e em boas condições de cultivo, algumas cultivares de manjericão podem ultrapassar a 1 metro de altura. Assim, para plantio em vasos e jardineiras, dê preferência a cultivares de menor porte, ainda que seja possível plantar qualquer uma das cultivares disponíveis.Tratos culturais Retire plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos. Eliminar as flores pode favorecer o crescimento de mais folhas. Colheita A colheita das folhas pode começar quando a planta estiver bem desenvolvida, o que geralmente ocorre de 60 a 90 dias após a semeadura. As flores também são comestíveis. 28. Como Plantar Pimenta Há mais de vinte espécies de pimentas no gênero Capsicum, mas apenas cinco espécies são normalmente cultivadas. Seus frutos de sabor picante são muito apreciados na culinária de várias regiões do mundo, mas nem todas as cultivares produzem as substâncias que geram a sensação de ardência ou as produzem em quantidade suficiente para deixar o fruto picante. Os cultivares destas espécies cujos frutos não são picantes, são conhecidos como pimentas doces, que apesar do nome, não têm necessariamente um sabor adocicado, apenas não têm um sabor picante. Os pimentões ou pimentos são pimentas doces de um grupo de cultivares de uma destas espécies de pimenta. A pimenta também é muito usada para fins medicinais e há muitas cultivares de pimenta que são cultivadas como plantas ornamentais. A capsaicina e algumas outras substâncias relacionadas denominadas capsaicinoides são as responsáveis pela ardência destas pimentas. Estas substâncias, que estão presentes apenas nos frutos e não estão presentes dentro das sementes, ativam sensores nervosos sensíveis ao calor e a abrasão, daí surgindo a sensação de ardência, sem provocar qualquer real queimadura no corpo. Em quantidades moderadas, sua ingestão pode levar a uma sensação de bem-estar, graças às endorfinas produzidas pelo sistema nervoso central como resposta ao estímulo gerado pela presença destas substâncias. Mas a pimenta também pode facilmente produzir sensações muito desagradáveis, tanto quando ingeridas quanto quando manuseadas. Beber leite ou lavar o local com leite é uma maneira efetiva de aliviar a ardência exagerada. Ingeridas em quantidade, as pimentas podem provocar problemas de saúde, como náuseas, dor abdominal e diarreia. A concentração de capsaicina e outros capsaicinoides no fruto é um dos fatores que determina sua ardência. Outro fator é quais destas substâncias estão presentes no fruto. Cada uma destas substâncias provoca um efeito e uma sensação de ardência ligeiramente diferentes (há 14 alcaloides capsaicinoides conhecidos, incluindo a capsaicina, que é a mais comum). Assim as cultivares de pimenta podem ser mais ou menos picantes, e mesmo pimentas diferentes que estão na mesma escala de ardência podem produzir sensações diferentes, dependendo de quais destes alcaloides estão presentes e quais suas respectivas concentrações. Uma graduação de ardência das pimentas é dada pela escala de Scoville. Primeiramente era uma escala subjetiva, onde determinada quantidade de extrato de alguma pimenta era diluída em quantidades cada vez maiores de água e açúcar até que algumas pessoas não pudessem mais detectar a ardência da solução. A quantidade de água necessária até que a solução não fosse mais descrita como picante pelos provadores dava a quantidade de unidades de scoville da cultivar de pimenta testada. Por exemplo, se o extrato precisasse ser diluído em 10.000 partes de água, a pimenta em questão era dita ter um “grau de calor” ou uma ardência de 10.000 unidades de calor de scoville. Atualmente é utilizada a cromatografia líquida de alta eficiência para a determinação das concentrações de capsaicinoides presentes nos extratos das pimentas e a graduação é dada pelas unidades de pungência da American Spice Trade Association (ASTA), embora estas possam ser convertidas para as unidades de calor de scoville (1 unidade de pungência da ASTA multiplicada por 15 é uma unidade de calor de scoville). Uma importante observação a ser feita sobre qualquer escala de ardência de pimentas é que os valores apresentados para cada cultivar são valores médios obtidos a partir de algumas amostras. Fatores ambientais e de cultivo influenciam a quantidade de capsaicinoides presentes nos frutos, de forma que o real grau de ardência de uma nova amostra de pimenta pode ser tanto maior quanto menor que o valor encontrado nas tabelas para aquela determinada cultivar. Espécies mais cultivadas de pimenta Capsicum annuum - Esta é a espécie de pimenta mais cultivada no mundo. Suas flores são brancas (algumas poucas cultivares têm flores roxas) e há apenas uma flor por nó. Os pimentões ou pimentos são um grupo de cultivares desta espécie que não produzem capsaicinoides nos frutos. Há um grande número de cultivares desta espécie, e alguns dos grupos mais famosos são, além dos pimentões ou pimentos, a pimenta-de-caiena, a jalapenho ou jalapeño, a pimenta-banana, a pimenta-thai, a ancho, a chiltepin, a guajillo, a cascabel, a shishito ou pimenta-japonesa, a peperoncino ou peperoncini, a Peter pepper, a serrano e a mulato. Capsicum baccatum - Uma característica que distingui esta espécie facilmente das outras é que suas flores são brancas, mas as pétalas têm manchas amareladas ou esverdeadas. Inclui entre outras, a pimenta-dedo-de-moça, a pimenta-cumari, a pimenta-cambuci ou pimenta-chapéu-de-bispo, a pimenta-pitanga e a Lemon drop. Capsicum chinense - apesar do nome científico, também é nativa do continente americano (originária da Bacia Amazônica). Os frutos normalmente têm um aroma característico, há duas ou mais flores brancas por nó, sendo que as anteras das flores são roxas. São desta espécie as pimentas mais picantes conhecidas. Inclui a pimenta-murupi, a pimenta-de-cheiro, a pimenta-de-bode, a pimenta-biquinho e as pimentas Habanero, Bhut Jolokia, Carolina Reaper, Trinidad Scorpion, Scotch bonnet e Fatalii. Capsicum frutescens - Os frutos desta espécie crescem tipicamente eretos (porém há pimenteiras de outras espécies que também têm frutos que não são pendentes, crescendo eretos). Há duas ou mais flores por nó e as flores são branco-esverdeadas ou amarelo- esverdeadas, com anteras roxas ou azuladas. Inclui a pimenta-malagueta e a tabasco. Capsicum pubescens – é a espécie mais diferente, as folhas são pubescentes (têm pelos) e suas sementes são escuras. Suas flores são roxas. É considerada uma pimenta mais difícil de cultivar. Inclui as pimentas Rocoto e Manzano. Algumas outras espécies de pimenta são por vezes cultivadas também, mas este cultivo é geralmente restrito a alguns poucos locais do continente americano onde estas plantas são nativas. Clima A faixa de temperaturas que vai de 16°C a 35°C é adequada para a maioria das espécies e cultivares. A maioria destas pimenteiras são plantas tropicais ou subtropicais e crescem melhor em clima quente, mas as pimenteiras da espécie Capsicum pubescens e algumas cultivares de outras espécies que são adaptadas a regiões de clima mais ameno, crescem melhor em temperaturas abaixo de 26°C. Nenhuma destas plantas pode suportar geadas e longos períodos de baixas temperaturas. Luminosidade A pimenteira cresce melhor em condições de alta luminosidade, com sol direto. Em locais muito quentes pode ser benéfico prover sombra parcial nas horas mais quentes do dia. Solo O ideal é que o solo seja leve, bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica. Quanto ao pH do solo, as pimenteiras geralmente toleram um pH entre 4,5 e 8, mas o ideal é um pH entre 5,5 e 7. Irrigação A pimenteira deve ser irrigada com frequência para manter o solo úmido, mas este nunca deve permanecer encharcado. Plantio As sementes de pimenta podem ser semeadas diretamente no local definitivo, mas o mais comum é semear em sementeiras, copos ou saquinhos de plástico ou
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